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Depressão: um mal precoce

Em um mundo globalizado, os adolescentes nunca estiveram tão sós - é o paradoxo que alimenta os casos de depressão

abr 2018, 15h19 - Publicado em 20 abr 2018, 19h07

Uma das fases da vida mais propícias para o aparecimento da depressão é a adolescência. De acordo com Rodrigo
Machado Vieira, professor titular de psiquiatria da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, o cérebro juvenil é o mais
vulnerável à depressão: 7 em cada 10 casos da doença ocorrem antes dos 24 anos.

A incapacidade de ver esperança no futuro é uma das maiores consequências da doença, e afeta aqueles que sofrem
deste mal de maneira devastadora. “Depressão pra mim é uma coisa que está faltando e você nem sabe que está
faltando”, afirma Lucas de Mello Rocha, de 28 anos, que sofre da doença. Para Clara Valentim, de 18 anos, é como se uma
pessoa estivesse ao seu lado, dizendo para ficar em casa sem fazer nada e a impedindo de viver.

Nesta fase da vida, os jovens sentem as emoções de forma mais intensa. Eles vivem em uma constante montanha-russa e
sofrem com a instabilidade no enfrentamento de desafios – tudo isso por conta de motivos biológicos. Algumas partes do
cérebro ainda não estão totalmente formadas e agrupamentos de neurônios são mais ativos.

“Se eu pudesse dizer alguma coisa para as pessoas que estão vivendo isso é que, em algum momento, isso vai mudar”,
afirma Antonia Penteado. A jovem de 16 anos alerta para que aqueles que sofrem de depressão procurem ajuda, seja na
família, amigos ou médicos especialistas.

Depressão entre jovens: as dores do crescimento

No mundo conectado das redes sociais, os adolescentes nunca estiveram tão sós — é o paradoxo que alimenta o
estrondoso aumento dos casos de depressão

Por Giulia Vidale, Natalia Cuminale

m seus aforismos, Hipócrates (460 a.C.-370 a.C.) resumiu a melancolia, uma compreensão precoce da depressão, como
“um estado de medo e desânimo duradouros”. Era provocada, segundo ele, pelo excesso de bile no organismo — no
grego antigo, melancolia significa “bile negra”. Desde então, na longa história da civilização, busca-se uma definição
precisa de uma doença ainda longe de ser inteiramente compreendida. Na década de 20, o psiquiatra alemão Kurt
Schneider imaginou que a depressão poderia ser dividida em duas classes, cada uma exigindo uma forma de tratamento:
a depressão resultante de mudanças de humor, que chamou de “depressão endógena”; e a depressão que nascia como
reação a eventos externos, ou “depressão reativa”. Sua teoria foi desafiada em 1926, quando o psicólogo britânico
Edward Mapother argumentou, no British Medical Journal, que não havia evidências de dois tipos de depressão e que as
aparentes discrepâncias entre os pacientes decorriam apenas da gravidade da condição. De lá para cá, surgiu uma
sucessão de novas explicações. Uma das acepções mais aceitas, pedra inaugural de uma avenida de conhecimento, e
certamente uma das mais bonitas, foi apresentada em 1969 pelo psicólogo americano Rollo May em seu livro Love and
Will (Amor e Vontade): “A depressão é a incapacidade de construir um futuro”.

Uma das fases da vida mais propícias para o aparecimento desse desconforto de não conseguir ver o amanhã com
esperança é, justamente, a adolescência. Uma percepção muito comum — de que meninos e meninas andam deprimidos
muito mais agora, na era da internet, do que no passado — ganhou recentemente um amparo poderoso. Uma das
instituições mais reputadas do mundo, a Sociedade Americana de Pediatria divulgou novas recomendações em torno dos
distúrbios da mente: os médicos devem considerar e avaliar a possibilidade de depressão em todos — todos! — os
pacientes jovens, mesmo naqueles mal saídos da infância, que passam por consultas de rotina. Até então, a indicação era
investigar apenas os que apresentassem riscos mais evidentes, que tivessem atravessado traumas ou que possuíssem
parentes com episódio severo de depressão.

A prevalência da depressão entre jovens é acachapante. Nos últimos cinco anos, a incidência entre homens e mulheres de
12 a 25 anos teve um salto de quase 40%. Nas outras faixas etárias, o índice caiu. Foi isso que mostrou um estudo
realizado com 600 000 pessoas, conduzido pela Universidade Colúmbia, nos Estados Unidos. O resultado é aplicado aos
americanos, evidentemente, mas se repete em quase todo o Ocidente.

VEJA Saúde: O aumento de depressão e suicídio entre os jovens

‘VEJA Saúde’ explica por que os adolescentes estão mais suscetíveis aos transtornos mentais e como os pais podem
ajudá-los

Nesta semana, a divulgação de casos de suicídio entre estudantes do ensino médio de um colégio de São Paulo levantou
questões sobre quais motivos levam os adolescentes tirar a própria vida. Nos últimos cinco anos, a incidência entre jovens
de 12 a 25 anos teve um salto de quase 40%. Nas outras faixas etárias, o índice caiu. No Brasil, o suicídio é a quarta maior
causa de morte entre homens e mulheres de 15 a 29 anos. Tristeza, isolamento e irritabilidade podem ser sinais para que
os pais percebam se há algo errado. Os jovens são mais suscetíveis tanto por aspectos biológicos quanto pelos novos
desafios impostos nessa fase da vida.

No programa VEJA Saúde, a repórter Natalia Cuminale entrevista o psiquiatra de crianças e adolescentes da USP
Guilherme Polanczyk sobre o tema. O programa orienta como prevenir o suicídio e explora os motivos do aumento do
número de depressão entre eles.

’13 Reasons Why’ estimula discussão sobre suicídio com jovens, diz estudo

74% dos espectadores adolescentes relataram que pessoas de sua faixa etária lidam com questões similares às
apresentadas na série

A Netflix divulgou uma pesquisa sobre os impactos causados pela série 13 Reasons Why, lançada há um ano. Realizada
pela Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, analisou se a série pode estimular ou não conversas entre pais e
filhos a respeito de questões sensíveis. Os resultados apontam que mais da metade dos entrevistados mudaram seu
comportamento em relação a discussão de temas, como bullying, violência sexual e suicídio.

A série

A série narra a história Hannah Baker, uma aluna do ensino médio que tira a própria vida e deixa para trás gravações em
fita cassete, documentando os 13 motivos de seu suicídio. Embora tenha recebido muitos elogios, a série também foi alvo
de críticas e debates sobre a forma com que lidou com assuntos tão delicados.

A natureza explícita das cenas, que mostram o suicídio e a violência sexual, motivaram conversas no mundo todo sobre o
quão apropriado era o conteúdo para jovens espectadores. “Embora muitos adolescentes e jovens adultos tenham tido
uma atitude positiva em relação à série, é importante apontar que nem todos tiveram a mesma reação”, informou Alexis
Lauricella, co-autora do relatório e diretora associada do Centro de Mídia e Desenvolvimento Humano da Northwestern.

Resultados da pesquisa

Intitulada “Explorando Como Adolescentes e Pais Reagiram a 13 Reasons Why”, a pesquisa foi encomendado pela Netflix
e aprovada pelo Comitê Institucional de Revisão da Universidade Northwestern, que analisou pais, adolescentes e jovens
adultos entre 13 e 22 anos em cinco países, incluindo o Brasil, para determinar como o público percebeu, se relacionou e
foi influenciado pela série.

“Decidimos estudar quantitativamente 13 Reasons Why para entender melhor como os adolescentes de hoje estão se
engajando e se relacionando com o conteúdo que lida com os problemas que eles estão enfrentando”, disse em nota
Ellen Wartella, especialista em relação entre crianças e a mídia e diretora do Centro de Mídia e Desenvolvimento Humano
da Universidade Northwestern.

Na pesquisa realizada no Brasil, os resultados mostraram que 74% dos espectadores adolescentes e jovens adultos
relataram que pessoas de sua faixa etária lidam com questões similares às apresentadas na série. Além disso, cerca de
90% dos entrevistados afirmaram que a série os ajudou a entender como suas ações podem impactar na vida de outras
pessoas. A surpresa da pesquisa foi o fato de 60% deles declararem ter se desculpado com alguém a quem haviam
tratado mal.

Depressão: exame poderá detectar jovens com maior risco da doença

Um exame de imagem desenvolvido por pesquisadores brasileiros poderá identificar adolescentes com tendência à
depressão antes dos sintomas aparecerem

O diagnóstico precoce da depressão, principalmente em adolescentes e jovens, é uma das grandes dificuldades no
combate à doença. Em busca de uma solução para essa questão, pesquisadores estão tentando encontrar uma forma de
detectar o problema antes do surgimento dos primeiros sintomas.

É isso o que fez um grupo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Por meio de exames de ressonância magnética
cerebral, os pesquisadores identificaram, no cérebro de crianças, padrões cerebrais associados à depressão anos antes
dos primeiros sintomas aparecerem.

Álcool reduz qualidade de sono e aumenta risco de depressão

O consumo de bebidas alcoólicas pode afetar a qualidade do sono em até 40%, prejudicando o processamento de
emoções negativas

Depressão: conheça o melhor exercício para aliviar os sintomas da doença

Artigo publicado na revista americana 'JAMA' indica que treinos de resistência ainda trazem benefícios para a saúde física

O treino de resistência não é apenas bom para o corpo, é também para a mente, podendo ajudar no alívio dos sintomas
da depressão. É isso o que afirma um artigo publicado na revista JAMA Psychiatry. O estudo descobriu que esse tipo de
treinamento — como levantamento de peso e treino de força —, está associado a uma redução significativa dos sintomas
depressivos, além fornecer os já conhecidos benefícios físicos, como prevenção de doenças crônicas e fortalecimento dos
ossos e músculos.

Segundo Brett Gordon, principal autor do estudo e pesquisador da Universidade de Limerick, na Irlanda, seria ousado da
parte dele dizer que os exercícios físicos podem curar a depressão, mas as descobertas são importantes, pois esses
exercícios podem ser feitos em casa — ambiente no qual quem sofre da doença geralmente se sente mais confortável.

Exercícios para depressão

De acordo com a revista Time Health, os pesquisadores afirmaram que o treinamento de força mostrou-se tão funcional e
eficiente quanto os principais tratamentos para a depressão, como antidepressivos e terapias comportamentais. Estudo
anterior publicado no British Journal of Sports Medicine mostrou que o aumento do fluxo sanguíneo para o cérebro
provocado pelas atividades físicas é capaz de mudar a estrutura e a função cerebral a partir da produção de novas células
cerebrais. Tal mecanismo desencadeia a liberação de substâncias químicas, como as endorfinas, que melhoram o humor.

A equipe de pesquisa irlandesa analisou 33 ensaios clínicos (cerca de 2.000 participantes) que examinaram os efeitos do
treinamento de resistência em sintomas da depressão.

Ao longo da análise, os cientistas descobriram que pessoas com rotina de exercícios específicos — independentemente
da idade, sexo ou estado de saúde — apresentaram melhoras nos sintomas da doença, como mau humor, perda de
interesse em participar de atividades variadas e sentimentos de inutilidade.

Rotina de treinamento

Com base na avaliação dos estudos revisados pelos pesquisadores, não existe um único regime de exercícios capazes de
trazer benefícios para a saúde mental. No entanto, evidências sugerem que rotinas supervisionadas de até 45 minutos se
mostraram muito eficientes. Segundo Gordon, o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACMS, na sigla em inglês)
fornece as seguintes diretrizes para a prática esportiva:

1. Os treinamentos de força devem ser feitos pelos menos dois dias por semana;

2. Os exercícios devem conter de oito a dez tipos de movimento de fortalecimento de resistência, com oito a doze
repetições de cada um deles.

Outros exercícios

Além dos treinos de resistência, há evidências científicas que apontam outras modalidades de atividades físicas capazes
de melhorar os sintomas da depressão, como ioga, exercícios aeróbicos e exercícios cardio — também conhecido como
treinamento cardiovascular, ele pode ser definido como qualquer exercício físico que aumenta a frequência cardíaca,
como por exemplo, corrida, ciclismo e natação.

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