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Autor: Henrique Lima

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Tema: Colegial
Vasco
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Machado de Assis

Características Pessoais
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, RJ em 21 de junho de
1839 e passou a infância e a adolescência no morro do Livramento. Cedo perdeu a
mãe e ficou sob os cuidados da madrasta, Maria Inês. Fez os estudos primários
numa escola pública do bairro de São Cristóvão e foi aluno do padre Silveira
Sarmento, que o contratou como sacristão. Interessou-se então pelo estudo de
línguas e aprendeu francês, inglês e alemão.
Entrou como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, de onde passou, como
revisor de provas, para a tipografia de Paula Brito. Lá conheceu escritores e
jornalistas. A partir desse ano, colaborou no Correio Mercantil, Diário do Rio de
Janeiro, Semana Ilustrada e Jornal das Famílias, periódicos onde publicou boa parte
de sua obra inicial. Em 1867 foi nomeado ajudante do diretor do Diário Oficial e dois
anos mais tarde casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta
português Faustino Xavier de Novais.
O casamento teve importância decisiva na vida de Machado de Assis, pois os 35 anos
de vida conjugal harmoniosa dariam ao escritor a serenidade necessária à criação de
sua obra. Foi intensa a atividade do escritor na década de 1870. No Jornal das
Famílias, entre 1874 e 1876, iniciou a publicação das Histórias românticas, e, depois,
Relíquias de casa velha. Ainda em 1874, começou no jornal O Globo a publicação,
em folhetins, de A mão e a luva.
Em 1880 foi nomeado oficial de gabinete do ministro da Agricultura; oito anos mais
tarde foi elevado à categoria de oficial da Ordem da Rosa; e em 1892 ascendeu a
diretor-geral da Viação. Paralelamente, consolidou-se seu prestígio como escritor, já
amplamente reconhecido. Em 1896 fundou, com outros intelectuais, a Academia
Brasileira de Letras, da qual foi eleito presidente no ano seguinte.
Machado de Assis criou uma obra equilibrada que inclui romances, contos, crônicas,
ensaios, poesia e teatro. Mas foi no romance e no conto que se realizou plenamente
como escritor. Como dramaturgo, limitou-se às comédias ligeiras, na maior parte
delas com um único ato, sem importância em sua produção. Das 13 peças que
escreveu, destacas-se Tu só, tu, puro amor e Lição de botânica. Como poeta,
contemporâneo ainda da segunda geração romântica, Machado sofreu a influência
dessa escola: seus versos -- reveladores de uma severa perfeição formal -- não
possuem, entretanto o mesmo calor nem a força expressiva dos grandes poetas
românticos.
No ensaio, revelou-se prosador correto, elegante e agudo crítico literário e teatral.
Como cronista, é um dos maiores do Brasil: ágil, espirituoso, sempre atento aos
acontecimentos, conseguiu captar e tratar com humor a alma carioca de sua época.
No conto, Machado de Assis produziu algumas obras-primas. São contos de
observação da vida exterior e de análise psicológica, em que o autor foi mestre
consumado. O conto machadiano é uma arte de pormenores, de sutilezas, em que
há o engaste perfeito da simplicidade do estilo, do humor e da reflexão.
Já nos primeiros romances, Machado deixa entrever as qualidades de grande
prosador. Brás Cubas é o romance que serve de divisor de águas da obra
machadiana e inaugura a fase de maturidade do escritor; Dom Casmurro faz voltar o
estilo das memórias quase-póstumas, ao apresentar o relato de Bentinho, que se crê
traído pela mulher e pelo melhor amigo, e relata sua vida quando ambos já estão
mortos. As primeiras obras, embora românticas, já esboçam, nas entrelinhas das
situações insípidas, não apenas o perfil do sóbrio estilista, mas algumas das linhas
mestras que se afirmam em sua obra a partir de Brás Cubas. Sutil e reticente,
Machado examina a precariedade da condição humana e destila, vagaroso e
implacável, seu fel contra a vida e os homens. A dúvida, a indecisão, o logro e a
loucura são temas característicos de seus romances, a que, se faltam pujança e
paixão, sobram estilo e viva observação psicológica. O agravamento de sua doença,
a epilepsia, mal que, latente na infância, acentuou-se por volta dos quarenta anos,
talvez determinasse de certa forma seu radical e incurável ceticismo. Machado de
Assis levou vida retirada depois da morte da esposa, em 1904, e morreu em 29 de
setembro de 1908, na casa do Cosme Velho, no Rio de Janeiro.
1º e 2ª Fases
* 1ª Fase
A Prosa – Considerados pelo autor como frutos de uma época de fé ingênua,
ingenuidade esta perdida ao seguir novos caminhos: "me fui a outras e diferentes
páginas", ou seja, páginas realistas.
Mas, apesar de romanescos, os romances e contos dessa época já mostram algumas
características que iriam, mais tarde, se consolidar na obra de Machado: o amor
contrariado, o casamento por interesse, uma ligeira preocupação psicológica e uma
leve ironia.
Romance – 1ª fase: Ressurreição (1872); A mão e a luva (1874); Helena (1876);
Iaiá Garcia (1878).
Machado passou pelo Romantismo e pelo Realismo, assimilando características de
ambos, mas não se pode enquadrá-lo radicalmente em nenhum desses estilos. Pode-
se dizer, grosso modo, que os romances da primeira fase tendem ao Romantismo e
os da segunda fase ao Realismo.
Porém, nos romances de primeira fase, já se podem notar algumas novidades.
Sendo a principal delas é a criação de personagens que ambicionam, sobretudo
mudar de classe social, ainda que isso lhes custe sacrificar o amor (excetuando
Ressurreição, os outros três romances dessa fase levam esse tom), bem diferente
dos romances românticos em que os personagens em geral comportam-se de acordo
com aquilo que lhes dita o coração.
* 2ª Fase
A prosa – A essa fase pertencem verdadeiras obras primas de Machado. A análise
psicológica dos personagens, o egoísmo, o pessimismo, o negativismo, a linguagem
correta, clássica, as frases curtas, a técnica dos capítulos curtos e da conversa com o
leitor são a principal característica dos textos realistas, ao lado da análise da
sociedade e da crítica aos valores românticos. "Memórias Póstumas de Brás Cubas",
além de ser o primeiro romance realista da literatura brasileira, é uma obra
inovadora, com uma série de características que distinguiriam as obras-primas de
Machado de Assis. Além de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", podem ser citados
outros importantes romances da segunda fase de Machado: "Quincas Borba"; "Dom
Casmurro" (estes dois sendo duas obras-primas); "Esaú e Jacó"; e "Memorial de
Assis" (seu último romance - segundo a crítica teria caráter autobiográfico, servindo
para equilibrar a falta da esposa morta).
Podem ser citados como características de seus romances dessa fase:
- Quanto à visão do mundo - pessimismo (mostra uma visão trágica e amarga da
existência humana); humor (seria uma válvula de escape diante da miséria
humana); denúncia da hipocrisia e do egoísmo (no universo de Machado, os bons
sentimentos sempre surgem para esconder uma outra face, egoísta e hipócrita);
ironia (também é uma forma do escritor refletir sobre a vida).
- Quanto aos personagens - seus personagens são homens comuns, que não
podem ser classificados como bons ou maus. O autor abandona o exterior, indo
penetrar na consciência, no mundo interior de cada personagem, onde encontra:
paixão pelo dinheiro; egoísmo; medo da opinião alheia; dissimulação (principalmente
nas personagens femininas); e vaidade.
- Quanto à narração - sua preocupação é com o caráter, a vida interior dos
personagens, por isso, em suas narrativas há pouca ação e muita reflexão.
Muitas vezes, o narrador interfere na trama, para conversar com o leitor, debater,
opinar, esclarecer. Graças a essa interferência, ao final, fica a impressão de que o
livro não foi "lido", mas sim "contado" por alguém (isso opõe-se as pretensões
naturalistas, para as quais o leitor teria que "ver" a cena descrita ou narrada).
Machado freqüentemente rompe a narrativa cronológica, linear, ora começando pelo
fim, ora pelo meio, além dos freqüentes cortes.
- Quanto à temática - certos temas aparecem com bastante freqüência: a
relatividade dos conceitos morais; a transitoriedade da vida; o tédio; a preocupação
psicológica está sempre presente, a fronteira entre a lucidez e a loucura (tema do
conto "O Alienista"); predominância do mal sobre o bem; a vaidade; o adultério
(tema de "Dom Casmurro"); a inconstância do ser humno; a contradição entre
aparência e essência.
Romances – 2ª fase: Memórias póstumas de Brás Cubas (1881); Quincas Borba
(1891); Dom Casmurro (1899); Esaú e Jacó (1904); Memorial de Aires (1908).
Diante dessa esquematização, pode-se concluir que na trajetória de Machado de
Assis ocorreu uma mudança brusca, uma verdadeira ruptura no modo de escrever;
mas não é verdade. O que aconteceu foi o amadurecimento gradual, lento,
progressivo, apesar de o primeiro romance da segunda fase ser revolucionário, não
só em relação aos anteriores, mas também em relação a toda a história da literatura
brasileira.
Obras
Conto
·0 Contos Fluminenses
·1 Histórias da Meia-Noite
·2 Papéis Avulsos
·3 Histórias sem Data
·4 Várias Histórias
·5 Páginas Recolhidas
·6 Relíquias de Casa Velha
·7 Outros Contos
Crônica
·8 História de Quinze Dias
·9 Notas Semanais
·10 Balas de Estalo
·11 Bons Dias!
·12 A Semana
Romance
·13 Casa Velha
·14 D. Casmurro
·15 Esaú e Jacó
·16 Helena
·17 Iaiá Garcia
·18 A Mão e a Luva
·19 Memorial de Aires
·20 Memórias Póstumas de Brás Cubas
·21 Quincas Borba
·22 Ressurreição
Teatro
·23 Tu, Só Tu, Puro Amor
·24 Não Consultes Médico
·25 Lição de Botânica
Poema
·26 Crisálidas
·27 Falenas
·28 Americanas
·29 Ocidentais
Crítica
·30 O Passado, o presente e o futuro da Literatura
·31 O Ideal do Crítico

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