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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)

ANÁLISE DE INFORMAÇÕES PARA TODOS OS CARGOS DE AUDITOR DO TCU


AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO
TEORIA E EXERCÍCIOS
AULAl
PROFs: PATRÍCIA QUINTÃO E RICARDO GOMES

Aula 1

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU)

Prezados Alunos!
Iniciaremos agora a Aula 1 do Curso de Análise de
Informações para o TCU!
Bons Estudos!
Ricardo Gomes

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Foquem suas mentes e estudos para esse concurso do TCU! Vocês


trabalharão, em breve, neste órgão incrível ! Antecipem os estudos!

QUADRO SINÓPTICO DA AULA:

o Lei Federal n° 12.527, de 18/11/2011 (Lei de


Acesso à Informação).

j 1. Lei de Acesso à Informação.

A Lei 12.527/201 1 (Lei de Acesso a I nformação), É UMA LEI


ORDINÁRIA FEDERAL que entrou em vigor em 16 de maio de 2012, regu la o
acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 50, no inciso II do § 3º
do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federa l Brasileira; altera a Lei
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nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio


de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras
providências.

Assim, o direito de acesso à informação é previsto em 3 momentos em


nossa Constituição Federal de acordo com a Lei de Acesso: no artigo so, inciso
XXXIII, no artigo 37, §3º, inciso II e no artigo 216, §2º.

Para facilitar o entendimento, eis o conteúdo dos normativos:

"Art. 50
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo se;a
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;"

A lei que a Constituição fazia referência no inciso acima era a Lei nº


11.111, de OS.OS.OS, revogada pela Lei 12.257.

"Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observado o disposto no art.
50 X e XXXIII · "
' '

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O artigo so, XXXIII, já foi transcrito anteriormente. O inciso X prevê que


são invioláveis a intim ida de, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a inden ização pelo dano mat erial ou moral decor rente de
sua violação .

Portanto, depreende-se do texto acima que as informações prest adas


pela Administração Pública devem respeita r a vida privada, a honr a e a
imagem das pessoas.

Por fim , o artigo 216, §2º da Const ituição dispõe :

11
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de
natureza material e imaterial, tomados individua/mente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos
quais se incluem: (. . .)
§ 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da
documentação governamental e as providências para franquear sua
consulta a quantos dela necessitem."

É relevante que o leitor saiba que já foram promulgadas, nos últimos


anos, leis que avançaram na interação entre o Estado e o cidadão. No entanto,
a Lei de Acesso fo i essencial na medida em que REGULAMENTA
OBRIGAÇÕES, PROCEDIMENTOS e PRAZOS PARA DIVULGAÇÃO DE
INFORMAÇÕES pelas instituições públicas. Essa normatização garante a
EFETIVIDADE do direito de acesso.

QUEM DEVE CUMPRIR OS DITAMES DA LEI DE ACESSO? Nesse


sentido a Lei é abrangente elencando em seus artigos 1 o e 2º os órgãos e
entidades subordinadas aos seus normativos, são eles:

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i. órgãos e entidades públicas dos três Poderes


(Executivo, Legislativo e Judiciário), de todos os
níveis de governo (federal, estadual, distrital e
municipal);
ii. Tribunais e Contas e o Ministério Público;
iii. Autarquias;
iv. Fundações públicas;
v. Empresas públicas;
vi. Sociedades de economia mista;
vii. demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal
e Municípios;
viii. entidades privadas sem fins lucrativos que
recebam recursos públicos para a realização de
ações de interesse público, di retament e do
orçamento ou por meio de subvenções sociais, contrato
de gestão, termo de pa rceria, convênios, acordo, ajustes
e outros instrumentos similares.

Assim, todos os órgãos públicos integrantes da administração direta dos


Poderes Executivo, Legislativo ( incluindo as Cortes de Contas), Judici ário e
Ministério Público, e da administração indireta (autarquias, das fundações
públicas, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios) são tutelados pela Lei de Acesso.
Portanto, a Lei de acesso à informação não é restrita à UNIÃO ! Cuidado,

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hen? No âmbito de cada Estado deve ser editado um Decreto requlamentador


da Lei de Acesso à Informação .
Além desses órgãos e entidades o normativo em comento também
contempla, como reve la o caput do art. 2º da Lei 12.527/2011, que também
se subordinam a seus ditames as ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS
LUCRATIVOS que recebam, para real ização de ações de interesse público,
recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais,
contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros
instrumentos congêneres.

É por essa razão que a Lei de Acesso à informação afigura-se com o um


importante instrumento de CONTROLE SOCIAL por meio da
TRANSPARÊNCIA PÚBLICA. Tanto é assim que podemos encontrar
expressamente gravada em seu art. 3º, inciso V essa afirmação:

"Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a


assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem
ser executados em conformidade com os princípios básicos da
administração pública e com as seguintes diretrizes:
(. .. )
V - desenvolvimento do controle social da administração
pública."

Quanto aos PROCEDIMENTOS previstos na Lei de Acesso, os mesmos


destinam-se a assegurar o DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO À
INFORMAÇÃO. Portanto, é importante ter em mente que a essência da Lei de
Acesso está fundamentada no princípio basilar de que o ACESSO DO
CIDADÃO À INFORMAÇÃO DEVE SER A REGRA e o SIGILO a EXCEÇÃO.
Nesse sentido, a norma determina que qualquer pessoa (sem a necessidade de

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haver justificativa acerca do porquê do pedido) poderá solicitar gratuitamente


(salvo hipóteses previstas no art. 12º, parágrafo único da Lei em comento 1 ) a
um órgão público federal (por exemplo) informações de seu INTERESSE
PESSOAL ou mesmo COLETIVO.

Portanto, torna-se dever do estado estabelecer procedimentos e criar


ambientes onde as informações sejam dispon ibilizadas para o cidadão de
forma ágil, inteligível e de fáci l acesso. Nessa direção é esclarecedor o inserto
no art. 50 da Lei 12.527:

"Art. 50 É dever do Estado garantir o direito de acesso à


informação, que será franqueada, mediante procedimentos
objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em
linguagem de fácil compreensão."

O que o legislador quis evitar com esse disposit ivo? Quis evitar que as
informações fossem expostas de forma complexa, com uso excessivo de
linguajar técnico. Essa situação inviabil izaria a compreensão da maioria. Ou
seja, mesmo disponível, a informação seria privilégio de poucos. Esse é o
conceito de LINGUAGEM CIDADÃ (acessível).

1
" Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hipóteses de
reprodução de documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais
utilizados.

Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo aquele cuja situação
econômica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos
da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. "

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É dever de todos os órgãos e entidades do poder público assegurar os


seguintes pontos:

• gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a


ela e sua divulgação;
• proteção da informação, garantindo-se sua disponibi lidade,
autenticidade e integridade;
• proteção da informação sigilosa e da informação pessoal,
observada a sua disponibilidade. autenticidade. integridade e
eventua l restrição de acesso.

O acesso à informação compreende os seguintes direitos de obter:

1. orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso,


bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a
informação almejada;
2. informação contida em registros ou documentos, produzidos ou
acumulados por seus órgãos ou entidades, recolh idos ou não a
arquivos públicos;
3. informação produzida ou custodiada por pessoa física ou
entidade privada decorrente de gualguer vínculo com seus
órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
4. informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
5. informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades,
inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
6. informação pertinente à administração do patrimônio público,
utilização de recursos públ icos, licitação, contratos administrativos;
7. informação relativa:

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a) à implementacão, acompanhamento e res ultados dos


programas. projetos e ações dos órgãos e entidades
públicas, bem como metas e indicadores propostos;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestacões e tomadas
de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo,
incluindo prestações de contas relativas a exercícios anter iores.

Observação! O acesso à informação referidos não compreende as


informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento
científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado. A regra é que permite, sa lvo para ta is projetos,
imprescindíveis à segurança nacional.

Ressalte-se que muitas informações acerca dos órgãos da


administração direta e entidades da administração indireta DEVEM {TÊM
QUE) SER DISPONIBILIZADAS INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER
SOLICITAÇÃO DO CIDADÃO. Assim , devem ser disponibilizados na internet
dados sobre o areamento, despesa anual, licitacões, contratos, convênios,
principais programas, quantidade de servidores, podendo ser acompan hados
por qua lquer cidadão que tenha um computador ou que possua familia ri dade
com a informática.

Contudo, atentem para uma exceção à divulgação de dados por meio da


internet inserta no § 4º do art. 8º:

Art. 8
§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mi/)
habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na
internet a que se refere o § 2º, mantida a obrigatoriedade de

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divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução


orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art.
73-8 da Lei Complementar n.o 101, de 4 de maio de 2000 {Lei de
Responsabilidade Fiscal)."

É importante que o leitor saiba que essa situação ( em que os órgãos e


entidades disponibilizam (sem a necessária provocação do cidadão)
informações) é chamada de TRANSPARÊNCIA ATIVA 2 que é expressamente
abordada no art.8º da Lei 12.527/2011. Assim, de acordo com o normativo em
comento:

11
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover,
independentemente de requerimentos, a divulgação em local
de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações
de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas."

No entanto, a Lei de Acesso também trata da TRANSPARÊNCIA


PASSIVA (circunstância em que o cidadão solicita a informação). De tal sorte,
em que pese os recursos da informática também atenderem - em parte - essa
ocorrência, há casos em que o cidadão prefere comparece r pessoalmente à
repartição no intuito de buscar a informação.

Assim, a Lei 12.527/2011, prevê a criação de ambientes físicos nos


órgãos e entidades onde o cidadão possa receber o atendimento devido.
Portanto, não só meios virtuais, como a internet, devem ser utilizados,
cada órgão, entidade pública ou privada que receba recursos governamentais
deve criar e manter, em sua ESTRUTURA FÍSICA, um local onde o cidadão
possa solicitar informações ou esclarecer dúvidas PESSOALMENTE. É por

2
Aquela que é disponibilizada conscientemente pelo sujeito ativo da ação (no caso o poder público) , em locais

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isso que a Lei de Acesso, conforme a seguir transcrito, também prevê a criação
do SERVIÇO DE INFORMAÇÃO AO CIDADÃO - SIC :

"Art.9o O acesso a informações públicas será assegurado


mediante:
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e
entidades do poder público, em local com condições apropriadas
para:
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas
respectivas unidades;
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a
informações; e
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à
participação popular ou a outras formas de divulgação."

O pedido de acesso à informação pode ser apresentado por qualquer


interessado! Basta conter a identificação do requerente e a especificação da
informação solicitada (só isso!) . Por isso, a identificação do requerente não
pode conter exigências que inviabilizem a solicitação e são vedadas
quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de
informações de interesse público.

Assim, um órgão público não pode negar informação ao cidadão sob o


fundamento de que é requisito para a concessão da informação saber os
motivos pelos quais ele quer ter acesso . Exemplo : solicito à Aeronáutica os
reg istros de voo realizados em 15 de janeiro de 1973 no Estado do Pará; a
Aeronáutica não pode me negar esta informação, alegando que eu preciso

públicos e de fácil acesso, sem a necessidade de manifestação do cidadão.


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explicitar os motivos (se para saber registros de OVNI S, registros de acidentes,


etc) .

Art. 1 O. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso


a informações aos órgãos e entidades referidos no art. lo desta
Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a
identificação do requerente e a especificação da informação
requerida.
§ lo Para o acesso a informações de interesse público, a
identificação do requerente não pode conter exigências que
inviabilizem a solicitação.
§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar
alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de
seus sítios oficiais na internet.
§ 3o São vedadas quaisquer ex1gencias relativas aos motivos
determinantes da solicitação de informações de interesse público.

Todavia, não bastaria apenas a previsão do direito à informação sem


medidas que garantissem a agilidade e a efetividade do atendimento às
solicitações cidadãs. Com esse intuito, a Lei 12.527 também prevê que os
gestores públicos não poderão negar o acesso à informação, devendo ser
dis ponibilizada de IMEDIATO, ou na impossibilidade do atendimento
3
imediato do pleito, num prazo máximo de 20 DIAS . É esse o entend imento
advindo da leitura do art. 11, § 1o da Lei de Acesso:

"Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder


o acesso imediato à informação disponível.
§ 1 o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma

3
O prazo de 20(vinte) dias poderá ser pro1rngado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será
cientificado o requerente conf01me § 2° do art. 11 da Lei 12.527 de 2011.
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disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido


deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
(. .. )
§ 2º O prazo referido no § 1 o poderá ser prorrogado por mais 1Q
(dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será
cientificado o requerente."

Do exposto, pode-se depreender que um aspecto fundamental acerca da


Lei de Acesso é que o solicitante NÃO PRECISA JUSTIFICAR AS RAZÕES
DO SEU PEDIDO DE INFORMAÇÃO. E ainda, os gestores públicos não
poderão negar as informações solicitadas pelos cidadãos, tendo um prazo de
20 {VINTE DIAS) para RESPONDER ao questionamento.

No entanto, ve remos mais adiante que o gestor poderá negar o acesso


à informação de acordo com a classificação da mesma como ultrassecreta,
secreta ou reservada. Mas, ainda assim, a Lei garante que qualquer cidadão
possui a faculdade de apresentar PEDIDO DE DESCLASSIFICAÇÃO ou
RECURSO CONTRA A NEGATIVA DE ACESSO À INFORMAÇÃO conforme o
disposto na Lei de Acesso. Nesse sentido, o quadro exposto na folha seguinte
resumirá os principais pontos aba rcados pelos artigos 15, 16, 17 e 18 da Lei de
Acesso.

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INDEFERIMENTO 1ª INSTANCIA RECURSAL 2ª INSTANCIA RECURSAL 3ª INSTANCIA RECURSAL


Autoridade Controladoria-Geral da Comissão Mista de Reavaliação
hierarquicamente superior à União - CGU (05 (cinco) dias de Informações.
ACESSO À que exarou a decisão para deliberar sobre o
INFORMAÇÃO impugnada (05 (cinco) dias assunto)
para se pronunciar) (art. 15, §
único)
Autoridade Recurso ao Ministro de Comissão Mista de Reavaliação
hierarquicamente superior à Estado da respectiva Área de Informações. (art. 17 caput)

PEDIDO DE que exarou a decisão (art. 17 caput) sem prejuízo

DESCLASSIFICAÇÃO impugnada . No caso das Forças do disposto no art. 16.


Armadas, ao respectivo
Comando (art. 17, § 1º).

É bom frisar que ESSAS REGRAS VALEM PARA O PODER EXECUTIVO, os poderes Legislativo, Judiciário
e o Ministério público criarão regulamento próprio para a matéria conforme inserto no art. 18 da Lei de Acesso

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O conteúdo deste curso é de >dução, cópia, divulgação e


distribuição, sujeitando-se os i
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Va le destacar que o governo só poderá restringir o acesso


imediato de documentos que ponham em risco a(s):
a) segurança nacional ;
b) relações internacionais;
c) saúde da população;
d) estabi lidade financeira, econômica ou monetária;
e) atividades de inteligência ou projetos de pesquisa e
desenvolvimento tecnológico;
f) segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou
estrangeiras e seus fami liares.
Eis a letra da Lei:

"Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da


sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as
informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade
do território nacional;
II - pre;udicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as
relações internacionais do País, ou as que tenham sido
fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos
internacionais;
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica
ou monetária do País;
V - pre;udicar ou causar risco a planos ou operações
estratégicos das Forças Armadas;
VI - preiudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e
desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a
sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico
nacional;
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VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas


autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de
investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a
prevenção ou repressão de infrações."

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Out rossim, com o advento da Lei de Acesso, NENHUM DOCUMENTO SERÁ ETERNAMENTE SIGILOSO. Cada
documento será classifi cado desde a sua gênese . Essa classificação t am bém definirá por quant o t empo esse documento fi ca rá em
si gilo. Nesse sentido, a Lei de Acesso, em seus artigos 24 a 27, orienta quanto à classificação, aos pra zos e às respectivas autoridades
comoet en t es oara at n'b u1-
, 1os nos seaum
. t es t ermos :
CLASSIFICACÃO e PRAZOS A UTORIDA DE COMPETENTE
a) President e da República;
b) Vice-Presidente da República ;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica (NECESSÁRI A RATIFICAÇÃO DO
ULTRASSECRETO ( 25 ANOS) RESPECTIVO MI NISTRO DE ESTADO NO PRAZO PREVI STO EM REGULAMENTO); e
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior (N ECESSÁRI A RATIFICAÇÃO
DO RESPECTIVO MI NI STRO DE ESTADO NO PRAZO PREVISTO EM REGULAMENTO).
* A competência para classificar como ultrassecreto ou secreto, poderá ser delegada pela autoridade
responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação.
As autoridades com competência para classificar a informação como ultrassecreta e mais os t itulares de
autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista
SECRETO ( 15 ANOS)
** A competência para classificar como ultrassecreto ou secreto, poderá ser delegada pela autoridade
responsável a agente público, inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação.
As autoridades compet entes para classificar a informação como ultrassecreta, como secreta e mais
aquelas que exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do
RESERVADO ( OS ANOS) Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com
requlamentacão específica de cada órqão ou entidade, observado o disposto nesta Lei

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Notem que, as autoridades que podem mais também podem o


menos. Assim, o Vice-Presidente da República pode classificar uma
informação como ultrassecreta, secreta, ou mesmo reservada. Ainda, conforme
o parágrafo 3º do art. 27 da Lei em análise, a autoridade ou outro agente
público que classificar informação como ULTRASSECRETA deverá encaminhar a
decisão de que trata o art. 28 (formaliza e ensina como deve ser pautada a
decisão) à COMISSÃO MISTA DE REAVALIAÇÃO DE INFORMAÇÕES, a que
se refere o art. 35, no prazo previsto em reg ulamento.

Nesse ponto, faz-se necessária uma observação quanto ao VETO do


caput do art. 35. A Comissão estabelecida nesse artigo objetiva controlar as
ações de classificação de informações na esfera do PODER EXECUTIVO. Dessa
maneira, a participação de representantes dos poderes Legislativo e Judiciário,
em tese, violaria o princípio constitucional da separação dos Poderes.

No entanto, apesar do veto ao caput do artigo, a instituição da Comissão


Mista de Reavaliação de Informações, bem como suas competências,
permanecem previstas nos parágrafos do artigo em comento. Além disso, a
definição de sua composição, organização e funcionamento deverão ser fixados
sob a forma de REGULAMENTO. Nesse sentido, lanço mão do inscu lpido no
art. 35, parágrafo 50:

"Art. 35 (VETADO)
(. ..)
§ So Regulamento disporá sobre a compos,çao, organização e
funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integran tes e

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Idemais disposições desta Lei."


No mais, a Lei de Acesso, em seu artigo 31 dispõe sobre o modo como as
INFORMAÇÕES PESSOAIS serão utilizadas. Assim, esses dados deverão ser
tratados de forma a respeitar a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, bem como as liberdades e garantias individuais. Nesse sentido,
as pessoas que lançarem mão dessas informações poderão ser
responsabilizadas por seu uso indevido.

Também é interessante a importância que a Lei de Acesso dispensou à


reconstituição de nossa história. Nesse sentido, o disposto no art. 31, § 4º
estabelece que não poderá ser invocada a restrição de acesso à informação
relativa à vida privada, à honra e à imagem pessoal como desculpa para
inviabilizar processo de apuração de irregularidades ou RECUPERAÇÃO DE
FATOS HISTÓRICOS.

Por fim, a Lei de Acesso estabelece que REGULAMENTO disporá sobre


os procedimentos para tratamento de informação pessoal. Significa dizer
que pormenores acerca do tratamento de informações pessoais serão definidos
em normativo específico para a matéria ( regulamento).

O art. 32, por sua vez dispõe sobre condutas ilícitas tanto na
DIVULGAÇÃO INDEVIDA quanto na RESTRIÇÃO DE ACESSO SEM RESPALDO
NORMATIVO. Além disso, é nesse artigo que são expostas as penalidades a
que o agente público ou militar estarão sujeitos caso incorram em uma das
irregularidades elencadas.

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Assim, os agentes públicos serão apenados, no mínimo com a pena de


suspensão4 conforme disposto na Lei 8.112/90. No que concerne aos
militares, as penalidades poderão variar entre transgressões médias ou
graves, segundo critérios neles estabelecidos5, desde que não tipificadas em
lei como crime ou contravenção penal.

Outra questão importante na Lei de Acesso é que não apenas os


servidores públicos civis e militares estão sujeitos a punições, também os
indivíduos ou as entidades privadas que descumpri rem o estabelecido no
regramento comentado poderão ser penalizados. Assim dispõe o art. 33,
incisos I, II, III, IV e V:

"Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver


informações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o
poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará
sujeita às seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa;
III - rescisão do vínculo com o poder público;
IV suspensão temporária de participar em licitação e
impedimento de contratar com a administração pública por prazo

4
Note que, no caso da suspensão, essa pode variar entre 1 (um) e 90(noventa) dias, conforme disposto na Lei 8112, art.
130. Dai a Lei de Acesso dispor expressante no texto do art. 32, §1°, incisos I e II: "segw1do critérios nela
estabelecidos".
5
Ler referência 4.

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não superior a 2 (dois) anos; e


V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
administração pública, até que seja promovida a reabHitação
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade.
§ lo As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser
aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de
defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10
(dez) dias.
§ 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente
quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou
entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da
sanção aplicada com base no inciso IV.
§ 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência
exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública,
facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo
de 10 (dez) dias da abertura de vista."

Nas disposições finais e transitórias da Lei de Acesso há alguns


assuntos interessantes a serem abordados. O primeiro, já foi objeto de análise
neste material, trata -se da Comissão Mista de Reavaliação de I nformações.

Temos também a instituição do Núcleo de Segurança e


Credenciamento (NSC) institu ído no âmbito do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República . A finalidade desse núcleo é
assegurar que as informações cla ssificadas (de acesso restrito) sejam
devidamente protegida s. Também no ca so do NSC, a Lei de Acesso no § único
do art. 37, instru i que sua composição, organização e funciona1
m ento

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serão dispostos em REGULAMENTO.

Ademais, gostaria de chamar a atenção dos leitores para um ponto


importante da Lei que poderá ser motivo para futuros debates. Trata-se do
inserto no § 4º do art. 39. O caso é que a Lei de Acesso dispõe que todas as
informações classificadas como SECRETAS ou ULTRASSECRETAS que
não forem reavaliadas no prazo de 2 ANOS { contados do início de
vigência da Lei 12.527}, podendo, no âmbito da administração pública
federa l, ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação
de Informações, observados os termos da Lei Acesso, serão
automaticamente consideradas de ACESSO PÚBLICO.
Reg istro que a responsabilidade do Estado por danos civis causados
por divu lgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigi losas é
direta. Isto é, responde objetivamente (sem perquirir culpa ou dolo) .
Adm ite-se apenas o direito de regresso em face do servidor envolv ido no
vazamento das informações.
Ca ros, a Lei de Acesso é nova, grande parte da Adm inistração Pública
ainda está se adaptando ao novo normativo. Vamos supor que, por um lapso
de organização, não fossem reaval iadas determinadas informações de ca ráter
ultrassecreto que, digamos, comprometeriam a segurança nacional e o
relacionamento com outros países. Salvo melhor juízo, essas informações
estariam à disposição de todos e com sérias chances de causar prejuízos ao
Brasil.
Os principais pontos da Lei de Acesso foram abarcados neste texto. No
entanto, seguem algumas observações acerca das possibilidades de avanço
advindas da Lei 12.527/2011 e os obstáculos a serem superados.

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2 - COMENTÁRIOS ACERCA DA LEI DE ACESSO

A Lei de Acesso configura-se como uma das maiores possibilidades


de transformações na política porquanto pode PROMOVER A EFETIVIDADE
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS. Logo, é de grande importância para o
empoderamento do cidadão que as instituições públicas t rabalhem no sentido
de robustecer a ampla transparência de seus documentos e de suas ações.
Nesse sentido, a Lei de Acesso ajudará a desenvolver a CULTURA DA
DIVULGAÇÃO EM DETRIMENTO DA CULTURA DO SIGILO.

No entanto, é fato que a experiência na aplicação dessa Lei - em


outros países - causou embaraços às autoridades públicas. Esse fato, com o
tempo, cria resistências e até o revision ismo da Lei. Nessa di reção, a Índia
recebeu a Lei com entusiasmo, porém, com o tempo, ba rreiras burocráticas
foram sendo erguidas para refrear os institutos insculpidos na Lei.

Portanto, para que haja efetividade na sua implementação, a Lei de


Acesso, as fraquezas estruturais, burocráticas e sistêmicas devem ser
suplantadas para que não se torne apenas um pedaço de papel. Assim, sua
efetividade e credibilidade serão preservadas . Também devemos levar em
conta que muitos países têm a Lei, mas não têm muito sucesso em sua
implementação. Tais casos devem ser considerados.

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No intuito de sanar todas essas deficiências, é primordial que a Lei


de Acesso conte com a participação e apoio de toda a sociedade por meio de:
a) Amplo espaço na mídia;

b) Suporte político;

c) Engajamento da sociedade civil (preparada, inclusive,


tecnologicamente);

d) Foco nas classes que formam a base e o meio da pirâmide socia l, tendo
em vista que elas demandam por mais serviços públicos.

Portanto, é interessante que os aspectos expostos sejam


trabalhados. O amplo espaço na mídia necessário para o suporte da legislação
de transparência pode ser reforçado pela criação de websites que foquem em
informações que o cidadão realmente queira. Informações sobre saúde,
educação e segurança pública geralmente são as mais requeridas e, portanto,
devem ser esmiuçadas no nível de bairros e ruas. Nesse sentido, é
interessante para o cidadão saber o número de escolas, de hospitais e até o de
homicídios ocorridos em seu bairro. Dessa forma, o cidadão se torna mais
consciente das deficiências e virtudes da rua e do bairro onde mora podendo
cobrar do poder público melhorias pontuais. Portanto, o cidadão deve ter
respostas claras sobre, por exemplo, os seguintes questionamentos: a) Onde
estão os hospitais em meu bairro?; b) Qual a quantidade de cr imes oc:orridos
no meu bairro?

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Além disso, é necessário - para que as informações sejam di rigidas


a todas as pessoas, sem exceção - que, até mesmo, o linguajar empregado
seja palatável por parcelas da população não familiarizadas ao
tecnicismo de certos documentos públicos. Observamos, por exemplo,
que a publicação do orçamento públ ico pode não alcançar o cidadão comum.
As informações mais relevantes para a sociedade - as quais se acham na
esfera da Saúde, da Educação e da Segurança pública - embora estejam
contempladas na Lei Orçamentária - não são dispostas de maneira clara para
pessoas não habituadas à contabilidade pública. Assim, é fundamental
observar o contido no art. 50 da Lei 12.527:

"Art. 50 É dever do Estado garantir o direito de acesso à


informação, que será franqueada, mediante procedimentos
objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de
fácil compreensão."

Nesse contexto, é característico no Brasil falar-se que uma Lei


"pega" ou "não-pega". A realidade não é bem essa. O fato é que o Estado,
após a promulgação de uma Lei, muitas vezes não tem estrutura para fazer
cumprir os ditames insculpidos nos normativos. Por exemplo, no Distrito
Federal atirar papel na rua é um delito leve passível de mu lta. No entanto, é
corriqueiro ver muitos cidadãos atiram seu lixo em vias públicas. Isso ocorre
porque não há punição. Nesse sentido, não há punição porquanto não há
fiscalização e não há fiscal ização pois inexiste quantitativo de servidores
necessário para essa tarefa. Assim, a Lei fica esvaziada de seu teor e
aplicabilidade por falta de estrutura que a sustente. É importante que
isso não ocorra com a Lei de Acesso.

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Nesse sentido vale o alerta sobre a estrutura atual da


Adm inistração Pública no Brasil. A possível falta de estrutura poderá gerar
descontentamento do cidadão e críticas por parte daqueles que não
concordam com o dispositivo. Outrossim, um cidadão que buscar por
determinado documento e receber reiteradas negativas poderá se sentir lesado
e possivelmente os órgãos governamentais cairão em descrédito.

Nessa ótica, forças contrárias poderão denunciar a fa lta de


cumprimento da Lei e apontá-la como algo fictício e sem valia. Algo só para
constar. Nesse ínterim, podem acrescentar que o governo é fa lho, que o
servidor público não cumpre suas funções etc. A partir daí conhece-se o
discurso que oscila pouco entre as nações. Portanto, é necessário ganhar a
confiança do cidadão pois, quase sempre, grupos de interesse contrários
apontarão somente os pontos negativos.

Outro aspecto relevante é a observância do equilíbrio entre os


direitos individuais e o interesse público. Todas as pessoas têm direitos
referentes à vida privada. As famílias devem ter seus direitos de privacidade
garantidos. Portanto não é tarefa simples equi librar o interesse púb lico e
garantir o di reito de privacidade. Até onde uma informação de determinada
pessoa influencia no bem-estar de toda sua família?

Dessa forma, mesmo as pessoas falecidas devem ter preservado


seus direitos de privacidade pois a reputação de seus fami liares pode estar em
jogo. As pessoas têm direito à privacidade e segurança . Nesse sentido, a Lei

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de Acesso definiu, acertadamente no meu entendimento, que as informações


pessoais relativas à intimidade. vida privada. honra e imagem terão seu acesso
restrito. independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo
máximo de 100 ANOS a contar da sua data de produção.

Um aspecto positivo da Lei de Acesso é a grande importância dada


à TRANSPARÊNCIA ATIVA, que é uma aliada, porquanto evita a ação do
cidadão em procurar o serviço público (freqüentemente) em busca de
informações. Caso os governos, em todos os níveis, dispuserem a maior
quantidade possível de informações, em ambiente público e de fácil acesso,
menos o cidadão terá para questionar. A informação já estará à disposição de
todos sem a necessidade de requerimento. Com essa orientação, é possível,
inclusive, publicar os pedidos de informação mais frequentes. Logo, a ideia é
promover a transparência ativa.

Além disso, a transparência ATIVA ajuda a economizar tempo


e recursos. Quanto mais informações estejam disponíveis, serão necessários
menos servidores para atender e encaminhar as demandas públicas além de
serem gastos menos material para impressão e expedição de documentos.

Também é necessário um grande apoio da sociedade e dos meios


de comunicação. A Lei de transparência deve ter divulgação em massa não ser
apenas publicada em meios de comunicação que apenas uma parcela da
população tenha acesso . Nesse sentido, os anúncios televisivos são os de
maior amplitude .

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Portanto, afigura-se desafiador a boa execução de uma Lei de


acessibilidade, mas é bom que se diga que da sua regular aplicação advirão
grandes transformações no direcionamento de esforços governamentais que
podem promover maior efetividade das políticas públicas. Nesse sentido,
ocorrerá como conseqüência da Lei de Acesso à Informação: a} a
mudança na cultura de governo; e b} o empoderamento do cidadão
devido à maior quantidade de informações à sua disposição.

Para o fortalecimento da Lei, é necessário que todos os órgãos


governamentais se comprometam com sua execução por meio da criação de
indicadores de qualidade. As informações advindas desses indicadores
ajudarão no aumento da amplitude das políticas governamentais. Nesse
sentido, é necessário que eles abarquem no mínimo:
a) Número de manifestações (por reg ião, assunto e grupo social) ;

b) Setores que recebam , com ma ior frequência, denúncias e reclamações


sobre seus serviços;

c) Grupos sociais que mais solicitam informações;

É importante expor que órgãos menos estruturados e menores poderão ter


mais dificuldades para a implementação da Lei. Assim, faz-se também
necessário o apoio de um órgão maior que preste suporte e oriente suas
ações. Então, seria importante pensar em um órgão que:
a) Preste suporte;

b) Funcione como uma Central de Treinamento padronizada;

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A CGU, responsável, dentre outras atribuições, por assistir


ao Presidente da República quanto aos assuntos relativos ao
incremento da transparência da gestão, tem o instrumental e a
expertise para essa tarefa- tendo em vista a experiência bem sucedida
do portal da transparência e toda a sua prática na auditoria e fiscal ização
dos recursos públicos no âmbito do poder executivo federal.

É importante mencionar que a implementação da Lei de Acesso


será de grande valia para o aperfeiçoamento da qualidade dos serviços
prestados ao cidadão. Primeiro, pois a Administração Pública terá que, onde
for necessário, rever seus procedimentos burocráticos no intuito de
agiliza r e expor as informações sobre suas atividades e ações. Esses
procedimentos são necessários tendo em vista o disposto na Lei 12.527/2011
que impõe prazos pa ra o atendimento dos pedidos da população.

Além disso, os órgãos e entidades públicas terão que informa r


todas as suas ações de forma que o cidadão tenha faci lidade em localizá-las e
entendê-las. Esse preceito proverá ao cidadão comum (não acostumado aos
jargões da Adm inistração Pública) informações compreensíveis e de fáci l
acesso. A partir dessas informações, o cidadão poderá fiscal izar e cob rar dos
agentes públicos o bom uso dos recursos públicos em ações eficientes e
efetivas.

Assim sen do, a implementação da Lei de Acesso no Brasil


representará um grande avanço na abertura político-administrativa
que vem se consolidando desde a Constituição Federal de 1988. No

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entanto, será necessário transpor vários desafios que certamente ocorrerão


até a efetiva implementação da Lei de Transparência. Dentre eles pode-se
encontrar esbarrar na falta de estrutura do Estado e de ânimo dos políticos e
administradores. Setores como o diplomático e o militar são resistentes a
exposição de certos documentos porquanto lidam acerca de informações cujo
sigi lo pode ser fundamental para a segurança naciona l.

Nesse sentido, a entrevista, realizada pelos repórteres Maíra Magro


e Juliano Basile, ao "Valor Econômico" com o Especialista britânico em
liberdade de expressão Sr. Andrew Puddephatt é bastante esclarecedora. O Sr.
Puddephatt acredita que, ao implementar Leis de Transparência os
governos se tornam mais capazes, eficientes, honestos e eficazes. Já
nos governos mais fechados ocorre o oposto, ou seja, percebe-se maior
ineficiência, aumento na corrupção e falta de capacidade ou mesmo de
vontade para atender as rea is necessidades da população. Meu juízo
acom panha esses ensinamentos, porquanto creio que - por meio da
transpa rência - o controle social pode flu ir com desenvoltura, fato que coíbe as
más práticas administrativas pela maior exposição ações dos gestores
governamentais.

Um dos maiores desafios para a implementação da Lei de Acesso o


aspecto revisionista que pode acometer essa Lei após a euforia de sua
implementação. Ou seja, após seu lançamento entusiástico, depois de certo
tempo, os políticos começam a ficar incomodados com determinados aspectos
e imposições prescritas na Lei. Ato contínuo, os políticos começam a alterá-la
para que a mesma se adeque às deficiências do Estado e dos servidores e não

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o contrário. Assim, como exemplo, podemos citar um observador australiano


que apontou quatro estágios na vida de um sistema de acesso à informação:
otimismo inicial, pessimismo crescente, dando lugar a um "revisionismo" para
limitar sua abrangência ou aplicação e, fina lmente, um retorno aos
fundamentos da lei.

Além dos entraves políticos, o Sr. Puddephatt nos alerta sobre os


aspectos burocráticos e de execução da Lei. Harmonizo com suas observações
quando o mesmo expõe que:

nos principais obstáculos dizem respeito ao gerenciamento interno de


arquivos, e como alinhar essa política com os tipos de pedidos de
informação recebidos. Há necessidade de criar uma sistemática para
receber e responder essas solicitações. O Reino Unido gastou
quatro anos se preparando para a implementação da lei e,
depois, ela foi aplicada simultaneamente em l 00 mil
instituições. Uma estratégia melhor talvez seja implementar a lei,
passo a passo, nos ministérios e departamentos do governo, com um
forte apoio central. "

É importante frisar que, na implementação de uma Lei de


Acesso, os setores mais resistentes são o Diplomático e as Forças
Armadas por questões óbvias. Nesse sentido, os setores de segurança ficam
mais apreensivos tendo em v ista que geralmente essas áreas trabalham com
informações sigilosas que, em certos aspectos, poderiam fragilizar setores
comprometidos com a segurança nacional . Lembra o Sr. Puddephatt que
países como o Brasil (que passaram por períodos de turbulência política e de

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restrições aos direitos humanos) detêm informações consideradas sigilosas as


quais poderiam gerar conflitos internos e pressões para a punição de fatos
pretéritos ocorridos, por exemplo, no período de ditadura militar . Nesse
sentido assevera que:
"[ ... ]Trata-se essencialmente de uma questão política: quanta
proteção o Estado e o governo estão dispostos a conceder a seus
antigos funcionários, mesmo que eles tenham cometido abusos
contra os direitos humanos? Esta foi uma preocupação menor em
países como o Reino Unido, por razões óbvias, e na África do Sul
havia um processo de verdade e reconciliação que lidava com essas
questões. Poderia ser uma boa solução aqui no Brasil"

Outra questão polêmica inserta na Lei de transparência e que gera


grande apreensão no setor público é sobre a questão da privacidade das
reuniões de autoridades públicas. Nessa direção, caso sejam abertas ao
público é questionável a franqueza e honestidade expressas nessas reuniões
sendo que essas duas qualidades são pressupostos que todos apontam como
indispensáveis a um bom Governo. Portanto, é certo que todos querem um
governo o mais transparente possível porém deve chegar-se a um equilíbrio de
ações.

É importante que se diga que a transparência é um caminhar,


um processo sem fim. É sempre possível aprimorar seus
procedimentos e evoluir. A implementação da Lei de Acesso não é o ponto
cu lm inante para que se caracterizar um governo como transparente. Após o
provimento da Lei 12.527/201 1, a administração deve procurar

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continuamente - adaptar e melhorar seus procedimentos para harmonizá-los


com o normativo. Portanto, a Lei levará algum tempo para que seja
efetivamente disseminada e fazer parte da cultura da administração pública.

O aprimoramento dos sistemas de dados também é consequência


natu ral da Lei de Acesso. Essa ação é necessária porquanto os servidores além
de suas prerrogativas anteriores terão que lidar com uma gama nova de
atribuições no sentido de dar transparência a seus atos. Para isso, faz-se
necessário que se criem sistemas que facilitem esse processo e auxiliem
os servidores em suas novas atribuições. Daí a Lei de Acesso citar
expressamente a internet em seu art.8º, § 2º tendo em vista ser um
instrumento significativo para a divulgação de informações, devendo ser
utilizada com maior frequência pelos órgãos governamentais na
disponibilização de informações para o cidadão.

Portanto, advirão da Lei de Acesso alguns obstáculos como a


resistência de certos grupos e a falta de estrutura para o atendimento das
demandas por informações. No entanto, para que esses obstáculos sejam
superados é necessário ampla concertação da sociedade em busca de um
equilíbrio entre o que é de fato importante expor e aquilo que é seguro
expor. Assim sendo, tomadas as devidas precauções, a Lei de Acesso pode se
tornar um grande instrumento para o aperfeiçoamento da democracia
participativa e do governo aberto (Open government) .

Por todo o exposto é importante considerar o ensinamento do Sr.


Puddephatt :

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"Transparência é um processo dentro de um governo. Ela é formada


por diversos elementos. Um deles é uma Lei de Acesso que garanta
aos cidadãos o direito de solicitar informações. O segundo elemento é
a transparência pró-ativa, que significa publicar uma grande
quantidade de informações de diversas categorias - uma coisa que o
governo brasileiro está bastante aberto a fazer. O terceiro elemento é
um sistema aberto de dados no qual a informação é publicada online
e as pessoas podem questioná-la da forma que quiserem. Isso é algo
muito relevante para o Brasil. Todos esses três elementos são
necessários para um governo verdadeiramente aberto."

Amigos, chegamos ao fim da aula sobre Lei de Acesso. Tenho a


convicção de que foram abordados os aspectos mais relevantes da Lei
em comento.

Obs: A Aula é constituída de EXERCÍCIOS Comentados da


Aula 1.

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RESUMO DA AULA

- A Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso a Informação), É UMA LEI ORDINÁRIA


FEDERAL

- A Lei nº 11.111, de OS.OS.OS, foi revogada pela Lei 12.257

- Já foram promulgadas leis que avançaram na interação entre o Estado e o


cidadão. No entanto, a Lei de Acesso foi essencia l na medida em que
REGULAMENTA OBRIGAÇÕES, PROCEDIMENTOS e PRAZOS PARA
DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES pelas instituições públicas. Essa
normatização garante a EFETIVIDADE do direito de acesso.

- São órgãos e entidades públicas e privadas subordinados aos ditames da Lei


de Acesso:

a) órgãos e entidades públicas dos três Poderes (Executivo, Legislativo e


Judiciário), de todos os níveis de governo (federal, estadual, distrital e
municipal);
b) Tribunais e Contas e o Ministério Público;
c) autarquias;
d) fundações públicas;
e) empresas públicas;
f) sociedades de economia mista;

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g) demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,


Estados, Distrito Federal e Municípios;
h) entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos
públicos para a realização de ações de interesse público, diretamente do
orçamento ou por meio de subvenções socia is, contrato de gestão, termo de
parceria, convênios, acordo, ajustes e outros instrumentos similares.

- A Lei de Acesso à informação é um importante instrumento de CONTROLE


SOCIAL por meio da TRANSPARÊNCIA PÚBLICA.

- É objetivo da Lei 12.527/2011 ASSEGURAR O DIREITO FUNDAMENTAL


DE ACESSO À INFORMAÇÃO

- O ACESSO DO CIDADÃO À INFORMAÇÃO DEVE SER A REGRA, E O


SIGILO, A EXCEÇÃO

- A TRANSPARÊNCIA ATIVA consiste na disponibi lização de informações


INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER SOLICITAÇÃO DO CIDADÃO.

- A Lei de Acesso também trata de ações para melhora r aspectos referentes à


TRANSPARÊNCIA PASSIVA. Uma dessas ações é a criação do SERVIÇO DE
INFORMAÇÃO AO CIDADÃO - SIC.

- A Lei 12.527 também prevê que os gestores públicos não poderão negar o
acesso à informação, devendo está ser disponibilizada de IMEDIATO, ou
na impossibilidade do atendimento imediato do pleito, num prazo máximo de
20 (vinte} dias. podendo esse prazo ser prorrogado por mais 10 {dez}
dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente.

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- O sol icitante NÃO PRECISA JUSTIFICAR AS RAZÕES DO SEU PEDIDO


DE INFORMAÇÃO

- A Lei de Aceso garante que qualquer cidadão poderá apresentar PEDIDO DE


DESCLASSIFICAÇÃO ou RECURSO CONTRA A NEGATIVA DE ACESSO À
INFORMAÇÃO

- O governo só poderá restringir o acesso imediato de documentos que ponham


em risco a(s):
a) segurança naciona l;
b) re lações internacionais;
c) saúde da população;
d) estabilidade financeira, econômica ou monetária;
e) atividades de inteligência ou projetos de pesquisa e desenvolvimento
tecnológico;
f) segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e
seus familiares.

- NENHUM DOCUMENTO SERÁ ETERNAMENTE SIGILOSO;


- ULTRASSECRETO (25 (VINTE E CINCO) ANOS), SECRETO (15 (QUINZE) ANOS),
RESERVADO (OS (CINCO) ANOS);

- Quanto à classificação das informações como ultrassecreta, secreta ou


reservada, as AUTORIDADES QUE PODEM MAIS TAMBÉM PODEM MENOS.
Ou seja, o Presidente da República, que pode classificar uma informação como
ultrassecreta, também pode classificar outra informação como reservada .

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- A definição da composição, organização e f uncionamento da Comissão Mista


de Reavaliação de Informações deverão ser fixadas sob a forma de
REGULAMENTO;

- As INFORMAÇÕES PESSOAIS deverão ser tratadas de forma a respeitar a


intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, bem como as
liberdades e ga rantias individuais;
- Não poderá ser invocada a restrição de acesso à informação relativa à vida
privada, à honra e à imagem pessoal como descu lpa para inviabilizar processo
de APURAÇÃO DE IRREGULARIDADE ou RECUPERAÇÃO DE FATOS
HISTÓRICOS;
- REGULAMENTO DISPORÁ SOBRE OS PROCEDIMENTOS PARA
TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO PESSOAL;
- Não apenas os servidores públicos civis e militares estão sujeitos a
punições, também os indivíduos ou as entidades privadas que
descumprirem o estabelecido no regramento comentado poderão ser
penalizados conforme art. 33, incisos I, II, III, IV e V da Lei de Acesso;

- NÚCLEO DE SEGURANÇA E CREDENCIAMENTO {NSC) instituído no


âmbito do GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL DA PRESIDÊNCIA
DA REPÚBLICA: ASSEGURAR QUE AS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS (DE
ACESSO RESTRITO) SEJAM PROTEGIDAS;

- A composição, organização e funcionamento do NSC serão dispostos em


Regulamento ( Lei de Acesso no § único do art. 37);

- A Lei de Acesso dispõe que tod as as informações classificadas como


SECRETAS OU ULTRASSECRETAS que não forem reavaliadas no prazo
de 02{dois) anos {contados do início de vigência da Lei 12.527),

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podendo, no âmbito da adm inistração pública federal , ser revista, a qualquer


tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados
os termos da Lei Acesso, serão automaticamente consideradas de
ACESSO PÚBLICO;

- A Lei de Acesso pode PROMOVER A EFETIVIDADE DAS POLÍTICAS


PÚBLICAS;

- A Lei de Acesso ajudará a desenvolver a CULTURA DA DIVULGAÇÃO EM


DETRIMENTO DA CULTURA DO SIGILO;

- A Lei de Acesso deve contar com a participação e apoio de toda a sociedade


por meio de:
a) Amplo espaço na mídia;

b) Suporte político;

c) Engajamento da sociedade civil (preparada, inclusive, tecnologicamente);

d) Foco nas classes que formam a base e o meio da pirâmide socia l, tendo em
vista que elas demandam por mais serviços públicos;

- O cidadão deve ter respostas claras sobre, por exemplo, os seguintes


questionamentos: a) Onde estão os hospitais em meu bairro?; b) Qual a
quantidade de crimes ocorridos no meu bairro?;

- o linguajar empregado no trato das informações dispon ibilizadas aos cidadãos


deve ser simples para alcançar parcelas da popu lação não familiarizadas com o
tecnicismo de certos documentos públicos;

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- A possível falta de estrutura poderá gerar descontentamento do cidadão e


críticas por parte daqueles que não concordam com o dispositivo;

- Equilíbrio entre os direitos individuais e o interesse público;

- As informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem


terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e
pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção

- A TRANSPARÊNCIA ATIVA evita que o cidadão procure com freqüência o


serviço público em busca de informações pois a informação já se encontrará
disponível sem que o indivíduo a solicite;

- A TRANSPARÊNCIA ATIVA AJUDA A ECONOMIZAR TEMPO E


RECURSOS;

- Conseqüências da Lei de Acesso: a} a mudança na cultura de


governo; e b} o empoderamento do cidadão devido à maior quantidade
de informações à sua disposição;

- Criação de indicadores de qualidade:

a) Número de manifestações (por reg ião, assunto e grupo social);

b) Setores que recebam, com maior frequência, denúncias e recl amações


sobre seus serviços;

c) Grupos sociais que mais solicitam informações;

- A Lei de Acesso será de grande valia para o aperfeiçoamento da qualidade


dos serviços prestados ao cidadão;

- A implementação da Lei de Acesso no Brasil representará um grande avanço

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na abertura político-administrativa que vem se consolidando desde a


Constituição Federal de 1988;

- Ao implementar Leis de Transparência os governos se tornam mais capazes,


eficientes, honestos e eficazes;

- Na implementação de uma Lei de Acesso, compreensivamente, os setores


mais resistentes são o Diplomático e as Forças Armadas;

- A transparência é um caminhar, um processo sem fim. É sempre possível


aprimorar seus procedimentos e evoluir;

- O aprimoramento dos sistemas de dados também é consequência natrural da


Lei de Acesso;

- Equilíbrio entre o que é de fato importante expor e aquilo que é seguro


expor;

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LEGISLAÇÃO SECA

LEI Nº 12.527. DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.12 Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União,
Estados, Distrito Federa l e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações
previsto no inciso XXXIII do art. 5°. no inciso II do § 3° do art. 37 e no § 2º do art. 216
da Constituição Federa l.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:

I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo,


Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;

II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de


economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 22 Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas


sem fins lucrativos que recebam, para rea lização de ações de interesse público, recursos
públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão,
termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres.

Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas


no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem
prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas.

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Art . 3Q Os procedimentos previst os nesta Lei destinam-se a assegu ra r o direit o


fu ndamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os
princípios básicos da adm inistração pública e com as segu intes diretrizes:

I - observância da publicidade como preceito geral e do sigi lo como exceção;

II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de


solicitações;

III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;

IV - fomento ao desenvolvimento da cu ltura de transpa rência na administração


pública;

V - desenvolvimento do controle socia l da administração púb lica.

Art. 4Q Para os efeitos desta Lei, considera -se:

I - informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção
e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato;

II - documento: unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou


formato;

III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente à restrição de acesso


público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado;

IV - informação pessoa l : aquela relacionada à pessoa natural identificada ou


identificável;

V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à produção, recepção,


classificação, utilização, acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da
informação;

VI - disponibi lidade: qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por
indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;

VII - aut ent icidade: qualidade da informação que t enha sido produzida, expedida,
recebida ou modificada por determinado indivíduo, equipament o ou sistema;

VIII - integr idade: qualidade da informação não modificada, incl usive quanto à
ori gem, t râ nsito e destino;

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I X - primariedade: qualidade da informação colet ada na font e, com o máx imo de


detalhament o possível, sem modificações.

Art. Sº É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será


franqueada, mediante procedimentos obj etivos e ágeis, de forma transparente, clara e em
linguagem de fáci l compreensão.

CAPÍTULO II

DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO

Art. 612 Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e
procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:

I - gestão transparente da informação, propicia ndo amplo acesso a ela e sua


divulgação;

II - proteção da informação, garant indo-se sua disponibilidade, autenticidade e


integridade; e

III - proteção da informação sig ilosa e da informação pessoa l, observada a sua


disponibilidade, autenticidade, integridade e eventua l restrição de acesso.

Art . 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os
direitos de obter:

I - orient ação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como


sobre o loca l onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada;

II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumu lados por


seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos;

III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada


decorrente de qualquer víncu lo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse víncu lo já
tenha cessado;

I V - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;

V - informação sobre at ividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as


relat ivas à sua política, organização e serv iços;

VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de


recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e

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VII - informação relativa:

a) à implementação, acompanhamento e resu lt ados dos programas, projetos e ações


dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos;

b) ao resu ltado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas rea lizadas


pelos órgãos de controle interno e externo, incl uindo prestações de contas relativas a
exercícios anteriores.

§ 12 O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações


referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela
parcia lmente sigi losa, é assegurado o acesso à parte não sigi losa por meio de certidão,
extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigi lo.

§ 32 O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas ut ilizados


como fundamento da tomada de decisão e do at o administrativo será assegurado com a
edição do ato decisório respectivo.

§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido formu lado aos órgãos e


entidades referidas no art. 1.Q, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a
medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.

§ sn Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer


à autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o
desaparecimento da respectiva documentação.

§ 62 Verificada a hipótese prevista no § 52 deste artigo, o responsável pela guarda


da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar
testemunhas que comprovem sua alegação.

Art. sn É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de


requerimentos, a divulgação em loca l de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de
informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.

§ l 2 Na divu lgação das informações a que se refere o caput, deverão constar , no


mínimo:

I - registro das compet ências e estrutura organizaciona l, endereços e t elefones das


respectivas unidades e horários de atendiment o ao público;

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II - registros de quaisquer repasses ou tra nsferências de recu rsos financeiros;

III - registros das despesas;

IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos


editais e resultados, bem como a todos os contratos ce lebrados;

V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e ob ras de


órgãos e entidades; e

VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.

§ 2.12 Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas


deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo
obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet).

§ 32. Os sítios de que trata o § 22. deverão, na forma de regu lamento, atender, entre
outros, aos seguintes requisitos:

I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de


forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão;

II - possibilitar a gravação de re latórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive


abertos e não proprietá rios, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a aná lise das
informações;

III - possibi litar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos,
estruturados e legíveis por máquina;

IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação;

V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para


acesso;

VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;

VII - indica r local e inst ruções que permitam ao int eressado comunica r-se, por via
elet rôn ica ou t elefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; e

VIII - adot ar as medidas necessárias para garant ir a acessibil idade de cont eúdo para
pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098. de 19 de dezembro de
2000, e do art. 9° da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada
pelo Decreto Leg islativo nº 186. de 9 de julho de 2008.

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§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam


dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2º, mantida a
obrigatoriedade de divulgação, em tempo rea l, de informações relativas à execução
orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabi lidade Fisca l).

Art. gll. O acesso a informações públicas será assegurado mediante:

I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder


público, em loca l com condições apropriadas para:

a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;

b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas respectivas unidades;

c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações; e

II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à participação popu lar


ou a outras formas de divulgação.

CAPÍTULO III

DO PROCEDI MENTO DE ACESSO À I NFORMAÇÃO

Seção I

Do Pedido de Acesso

Art . 10. Qua lquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações
aos órgãos e entidades referidos no art. 1ll. desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo
o pedido conter a identificação do requerente e a especificação da informação requerida.

§ 1.ll. Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente


não pode conter exigências que inviabilizem a solicitação.

§ 2ll. Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de


encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet.

§ 3º São vedadas quaisquer exigências re lativas aos motivos determinantes da


solicitação de informações de interesse público.

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Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso


imediato à informação disponível.

§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o


órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:

1 - comunicar a data, loca l e modo para se rea lizar a consu lta, efetuar a reprodução
ou obter a certidão;

II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, tota l ou parcia l, do acesso


pretendido; ou

III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o
órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou
entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação.

§ 2i2 O prazo referido no § 1i2 poderá ser prorrogado por mais 10 ( dez) dias,
mediante j ustificativa expressa, da qual será cientificado o requerente.

§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento


da legislação aplicável, o órgão ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio
requerente possa pesquisar a informação de que necessitar.

§ 4.!2 Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou
parcia lmente sigi losa, o requerente deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso,
prazos e condições pa ra sua interposição, devendo, ainda, ser- lhe indicada a autoridade
competente pa ra sua apreciação.

§ 5.12 A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato,


caso haj a anuência do requerente.

§ 6l2 Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso,


eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão informados ao
requerente, por escrito, o lugar e a forma pe la qual se poderá consultar, obter ou
reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade
pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não
dispor de meios pa ra rea lizar por si mesmo tais procedimentos.

Art. 12. O serviço de busca e forneciment o da informação é gratuito, sa lvo nas


hipóteses de reprodução de docu mentos pelo órgão ou entidade púb lica consultada,
situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessá rio ao ressarcimento
do custo dos serviços e dos materiais utilizados.

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Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previst os no caput todo aquele
cuja situação econômica não lhe permita fazê- lo sem prejuízo do sustento própri o ou da
família, decla rada nos termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.

Art . 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja


manipulação possa prej udicar sua integridade, deverá ser oferecida a consu lta de cópia,
com certificação de que esta confere com o original.

Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá


solicitar que, a suas expensas e sob supervisão de servidor púb lico, a reprodução seja
feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do documento original.

Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de


acesso, por certidão ou cópia.

Seção II

Dos Recursos

Art . 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa


do acesso, poderá o interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 1 0 (dez)
dias a contar da sua ciência.

Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à


que exarou a decisão im pugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.

Art . 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder


Executivo Federa l, o requerente poderá recorrer à Controladoria -Geral da União, que
deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:

I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;

II - a decisão de negativa de acesso à informação tota l ou parcia lmente classificada


como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a
quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação;

III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei


não tiverem sido observados; e

IV - estiverem sen do descumpridos prazos ou outros procedimentos previst os nesta


Lei.

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§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria-


Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade
hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no
prazo de 5 (cinco) dias.

§ 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria-Gera l da União


determinará ao órgão ou entidade que adote as providências necessárias para dar
cumprimento ao disposto nesta Lei.

§ 3si. Negado o acesso à informação pela Controladoria-Gera l da União, poderá ser


interposto recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art.
35.

Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação de informação


protocolado em órgão da administração pública federa l, poderá o requerente recorrer ao
Ministro de Estado da área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de
Reavaliação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.

§ 1si. O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido às autoridades
mencionadas depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade
hierarquicamente superior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das
Forças Armadas, ao respectivo Comando.

§ 2si. Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como objeto a


desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista
de Reava liação de Informações prevista no art. 35.

Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas no


recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação de documentos sigi losos serão
objeto de regu lamentação própria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério
Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o
direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.

Art. 19. (VETADO).

§ 1º (VETADO) .

§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público informarão ao Conselho


Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamente, as
decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a informações de interesse público.

Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº 9.784. de 29 de janeiro


de 1999, ao procedimento de que trata este Capítulo.

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CAPÍTU LO I V

DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou
administrativa de direitos fundamentais.

Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que


impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de
autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso.

Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de
segredo de justiça nem as hipóteses de seg redo industrial decorrentes da exploração
direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que
tenha qualquer víncu lo com o poder púb lico .

Seção II

Da Classificação da Infor maçã o quanto ao Grau e Prazos de Sigilo

Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e,


portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito
possam:

I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território


nacional;

II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negoc1açoes ou as relações


internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros
Estados e organismos internacionais;

III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da popu lação;

I V - oferecer elevado r isco à estabilidade fi nanceira, econôm ica ou monetária do


País;

V - prej udicar ou ca usar risco a planos ou operações est ratégicos das Forças
Armadas;

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VI - preju dicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico


ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse
estratégico nacional;

VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou


estrangeiras e seus fami liares; ou

VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou


fisca lização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações.

Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu
teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado,
poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada.

§ lQ Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a


classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os
seguintes:

I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;

II - secreta: 15 (quinze) anos; e

III - reservada: 5 (cinco) anos.

§ 2.12 As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e


Vice-Presidente da República e respectivos cônj uges e fi lhos(as) serão classificadas como
reservadas e ficarão sob sigi lo até o término do mandato em exercício ou do último
mandato, em caso de ree leição.

§ 3.a. Alternativamente aos prazos previstos no § 1.a., poderá ser estabelecida como
t ermo final de restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este
ocorra antes do transcurso do prazo máximo de classificação.

§ 4Q Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu


termo final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso púb lico.

§ 5Q Para a classificação da informação em determinado grau de sigi lo, deverá ser


observado o interesse público da informação e utilizado o critério menos r,e strit ivo
possível, considerados:

I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e

II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final.

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Seção III

Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas

Art. 25 . É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações


sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando a sua
proteção. (Regu lamento)

§ 1D. O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada como sigi losa


ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade de conhecê- la e que sejam
devidamente credenciadas na forma do regulamento, sem prej uízo das atribuições dos
agentes públicos autorizados por lei.

§ 2º O acesso à informação classificada como sigi losa cria a obrigação para aquele
que a obteve de resguardar o sigi lo.

§ 3D. Regu lamento disporá sobre procediment os e medidas a serem adotados para o
tratamento de informação sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida,
acesso, transmissão e divulgação não autorizados.

Art . 26. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias para que o


pessoal a elas subordinado hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas e
procedimentos de segurança para t ratamento de informações sigilosas.

Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de qualquer


víncu lo com o poder público, executar atividades de tratamento de informações sigi losas
adotará as providências necessárias para que seus empregados, prepostos ou
representant es observem as medidas e proced imentos de segurança das informações
resulta nt es da aplicação desta Lei.

Seção IV

Dos Procedime ntos de Classificação, Reclassificação e Des classificação

Art . 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da administração pública


federa l é de competência : (Regulamento)

I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:

a) Presidente da República;

b) Vice-Presidente da República;

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c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;

d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e

e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consu lares permanentes no exterior;

II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos titu lares de


autarquias, fundações ou empresas púb licas e sociedades de economia mista; e

III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos I e II e das que
exerçam funções de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-
Direção e Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equ ivalente, de acordo com
regu lamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto nesta Lei.

§ 1Q A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere à classificação como


ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente
público, inclusive em missão no exterior, vedada a su bdelegação.

§ 2Q A classificação de informação no grau de sigi lo ultrassecreto pelas autoridades


previstas nas alíneas "d" e "e" do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros
de Estado, no prazo previsto em regulamento.

§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar informação como


ultrassecreta deverá encam inhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão Mista de
Reava liação de Informações, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em
regu lamento.

Art . 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá ser


formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os seguintes elementos:

I - assunto sobre o qual versa a informação;

II - fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 24;

III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que
defina o seu termo final, conforme limites previstos no art. 24; e

I V - identificação da autoridade que a classificou.

Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo grau d e sigilo
da informação classificada .

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Art . 29. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade


classificadora ou por autoridade hiera rquicamente superior, mediante provocação ou de
ofício, nos t ermos e prazos previstos em regulamento, com vistas à sua desclassificação
ou à redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. (Regulamento)

§ 1º O regu lamento a que se refere o caput deverá considerar as peculiaridades das


informações produzidas no exterior por autoridades ou agentes públicos.

§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a


permanência dos motivos do sigi lo e a possibi lidade de danos decorrentes do acesso ou da
divulgação da informação.

§ 32 Na hipótese de redução do prazo de sigi lo da informação, o novo prazo de


restrição manterá como termo inicial a data da sua produção.

Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, anualmente, em


sítio à disposição na internet e destinado à veicu lação de dados e informações
admin istrativas, nos termos de regu lamento:

1 - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 (doze)
meses;

II - rol de documentos classificados em cada grau de sigi lo, com identificação para
referência futura;

III - relatór io estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos,


atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas sobre os solicitantes.

§ 12 Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da pub licação prevista


no caput para consu lta púb lica em suas sedes.

§ 22 Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações


classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigi lo e dos fundamentos da
classificação.

Seção V

Das Informações Pessoais

Art . 31. O t rat amento das informações pessoais deve ser feit o de forma
t ransparente e com respeit o à intim idade, vida privada, honra e imagem das pessoas,
bem como às liberdades e gara nt ias individuais.

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§ 1Q As informações pessoa is, a que se refere este artigo, relativas à int imidade,
vida privada, honra e imagem:

I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigi lo e pelo


prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos
lega lmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e

II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão
lega l ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem.

§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será
responsabilizado por seu uso indevido.

§ 3º O consentimento referido no inciso II do § 1Q não será exigido quando as


informações forem necessárias:

I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou lega lmente


incapaz, e para utilização única e exclusivament e para o tratamento médico;

II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público


ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações
se referirem;

III - ao cumpriment o de ordem judicial;

IV - à defesa de direitos humanos; ou

V - à proteção do interesse público e geral preponderante.

§ 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de


pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de
irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido, bem como em ações
voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância .

§ Sº Regu lamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação


pessoa l.

CAPÍTU LO V

DAS RESPONSABILIDADES

Art . 32. Const ituem condutas ilícit as que ensejam responsabilidade do agente
público ou militar:

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I - recusar-se a fornecer informação requer ida nos termos desta Lei, r etardar
deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta,
incompleta ou imprecisa;

II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar


ou ocu ltar, total ou parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda ou a que
tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego
ou função pública;

III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação;

IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à


informação sigilosa ou informação pessoa l;

V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoa l ou de terceiro, ou para fins
de ocu ltação de ato ilega l cometido por si ou por out rem;

VI - ocu ltar da revisão de autoridade superior competente informação sigilosa para


beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e

VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis


violações de direitos humanos por parte de agentes do Estado.

§ l~ Atendido o princípio do contraditório, da amp la defesa e do devido processo


lega l, as condutas descritas no caput serão consideradas:

I - para fins dos regu lamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões
militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabe lecidos, desde que não
tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou

II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas


alterações, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com
suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.

§ 2.2 Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente púb lico
responder, também, por improbidade administrativa, conforme o disposto nas Leis
n°5 1.079. de 10 de abri l de 1950, e 8.429. de 2 de junho de 1992.

Art . 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em virtude de
víncu lo de qualquer natureza com o poder público e deixar de observar o disposto nesta
Lei estará sujeita às seguintes sanções:

I - advertência;

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II - multa ;

III - rescisão do víncu lo com o poder púb lico;

IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar


com a administração pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; e

V - decl aração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública,


até que seja promovida a reabi litação perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade.

§ lg, As sanções previstas nos incisos 1, III e IV poderão ser aplicadas juntamente
com a do inciso II, assegurado o direito de defesa do interessado, no respectivo processo,
no prazo de 10 (dez) dias.

§ 2º A reabi litação referida no inciso V será autorizada somente quando o


int eressado efetivar o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resu ltantes e
após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV.

§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência exclusiva da


autoridade máxima do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do interessado, no
respectivo processo, no prazo de 10 ( dez) dias da abertura de vista .

Art . 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pe los danos


causados em decorrência da divulgação não autorizada ou utilização indevida de
informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração de responsabi lidade
funciona l nos casos de dolo ou cu lpa, assegurado o respectivo direito de regresso .

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade


privada que, em virtude de víncu lo de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha
acesso a informação sigilosa ou pessoa l e a submeta a tratamento indevido.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art . 35. (VETADO) .

§ l g, É instit uída a Comissão Mista de Reavaliação de Informações, que deddirá, no


âmbito da administração pública federa l, sobre o t ratamento e a classificação de
informações sigilosas e terá compet ência para :

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I - requisit ar da autoridade que classificar informação como ult rassecret a e secreta


esclarecimento ou conteúdo, pa rcial ou integral da informação;

II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou secretas, de ofício ou


mediante provocação de pessoa interessada, observado o disposto no art. 71J. e demais
dispositivos desta Lei; e

III - prorrogar o prazo de sigi lo de informação classificada como ultrassecreta,


sempre por prazo determinado, enquanto o seu acesso ou divulgação puder ocasionar
ameaça externa à soberania nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco
às relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 12 do art. 24.

§ 2Q O prazo referido no inciso III é limitado a uma única renovação.

§ 32 A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 12 deverá ocorrer, no


máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reava liação prevista no art. 39, quando se tratar
de documentos ultrassecretos ou secretos.

§ 4Q A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de Reavaliação de


Informações nos prazos previstos no § 32 implicará a desclassificação automática das
informações.

§ SQ Regu lamento disporá sobre a compos1çao, organização e funcionamento da


Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observado o mandato de 2 (dois) anos
para seus integrantes e demais disposições desta Lei. (Regulamento)

Art. 36. O tratamento de informação sigi losa resultante de tratados, acordos ou atos
internacionais atenderá às normas e recomendações constantes desses instrumentos.

Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da


Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por
objetivos: (Regu lamento)

I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de segurança de


pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para tratamento de informações sigi losas;
e

II - garantir a segurança de informações sigilosas, incl usive aquelas provenientes de


países ou organizações internacionais com os quais a República Federat iva do Brasil tenha
firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo das
at ribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais órgãos compet entes .

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Parágrafo unice. Regulamento disporá sobre a composição, organização e


funcionamento do NSC.

Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507. de 12 de novembro de 1997, em


relação à informação de pessoa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de
dados de entidades governamentais ou de caráter público.

Art. 39. Os órgãos e entidades púb licas deverão proceder à reavaliação das
informações classificadas como ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois)
anos, contado do termo inicial de vigência desta Lei.

§ l 2 A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação prevista


no caput, deverá observar os prazos e condições previstos nesta Lei.

§ 2Q. No âmbito da administração pública federa l, a reavaliação prevista


no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pe la Comissão Mista de Reava liação de
Informações, observados os termos desta Lei.

§ 32 Enquanto não transcorrido o prazo de reava liação previsto no caput, será


mantida a classificação da informação nos termos da legislação precedente.

§ 42 As informações classificadas como secretas e ultrassecretas não reavaliadas no


prazo previsto no caput serão consideradas, automaticamente, de acesso público.

Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Lei, o dirigente
máximo de cada órgão ou entidade da administração pública federa l direta e indireta
designará autoridade que lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo
órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:

I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a informação, de forma


eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;

II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar relatórios


periódicos sobre o seu cumprimento;

III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao aperfeiçoamento


das normas e procedimentos necessários ao correto cumprimento do disposto nesta Lei;
e

IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumprimento do disposto


nesta Lei e seus regu lamentos.

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Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da administração pública federal
responsável:

I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fomento à cu ltura da


transparência na administração pública e conscientização do direito fundamenta l de
acesso à informação;

II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao desenvolvimento de


práticas relacionadas à transparência na administração pública;

III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da administração pública


federa l, concentrando e consolidando a publicação de informações estatísticas
relacionadas no art. 30;

IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório anual com


informações atinentes à implementação desta Lei.

Art. 42. O Poder Executivo regu lamentará o disposto nesta Lei no prazo de 180
(cento e oitenta) dias a contar da data de sua pub licação.

Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, passa
a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 116. . ........................... ...................................... .

VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da


autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento
de outra autoridade competente para apuração;

................................................................................." (NR)

Art. 44. O Capítu lo IV do Título IV da Lei nll 8.112, de 1990, passa a vigorar
acrescido do seguinte art. 126-A:

"Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabi lizado civil, penal ou
administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de
envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que
em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública."

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Art. 45. Cabe aos Estados, ao Dist rito Federa l e aos Municípios, em legislação
própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas,
especialmente quanto ao disposto no art. 92 e na Seção II do Capítu lo III.

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