Sie sind auf Seite 1von 11

JOSELMA C.

ALVES

TERAPIA DE REDE SOCIAL E PROGRAMA DOS DOZE PASSOS

Trabalho complementar para a disciplina de Intervenções em


Dependência Química do Centro Universitário Cenecista de Osório-
UNICNEC.
Profª Ms Ângela Kunzler Moreira

OSÓRIO

2017

1
SUMARIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................03
REDE SOCIAL DE APOIO.........................................................................................04
PROGRAMA DOS DOZE PASSOS...........................................................................07
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................10
REFERÊNCIAS..........................................................................................................11

2
Introdução

Quando se pensa no conceito rede social, mais propriamente ampliado se


refere a uma rede de pessoas, uma extensão social de cada sujeito dentro de sua
cultura, sociedade, do meio em que este habita que acontece desde seu nascimento
até a morte. Está rede social ira atuar no modo como este sujeito será influenciado,
desde a base familiar até os amigos na escola e a comunidade o qual está inserido
(UBER, BOECKEL; 2014).

O presente trabalho, ira abordar como se dá o trabalho em rede social,


auxiliado pelo programa de doze passos, no apoio a dependentes e usuários de
substâncias, no contexto o qual envolve a família, escola, religião, saúde, trabalho e
na comunidade. Tema este de grande importância para um melhor conhecimento e
base dentro do curso de psicologia, pois a partir do momento em que se adquiri o
conhecimento, trabalhar em rede e passa-lo adiante é de grande valia para uma
melhoria na saúde tanto individual quanto do coletivo.

3
Rede social de apoio

No final do século XX, o aspecto geral de saúde passou a ser visto de forma
diferenciada, a partir de então a conexão entre as redes sociais e a saúde pode ser
compreendida como um acontecimento social, resultando das relações entre os
indivíduos no meio em que estes convivem, sendo culturalmente, economicamente
ou nas relações afetivas. Sendo comprovado por meio de estudos que a falta (ou
precária) de interações sócias entre as pessoas pode ser mais prejudicial para a
saúde do que o uso de cigarros, falta de exercícios físicos ou problemas como
obesidade de pressão alta (FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011).

A base das relações sociais pessoais está na troca entre os indivíduos que
interagem entre si, estando uma dessas pessoas debilitadas consequentemente
diminui a possibilidade de troca e o laço estabelecido na rede social enfraquece,
diminuindo assim a interação entre todos que participam desta rede (FERREIRA,
MARINHO, SILVA; 2011). O conceito de redes sociais é visto de diversificadas
formas por diferentes autores. Para alguns como apenas um conjunto de relações
entre duas pessoas ou diferentes grupos, ou como relações entre pessoas capazes
de criar vínculos entre os mesmos, e capazes de criar impactos permanentes na
vida das pessoas (FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011). Para Uber e Boeckel
(2014) citam como existentes dois tipos de redes sociais, a primaria a qual se
incluem as relações naturais entre família, amigos, vizinhos. Já a rede social
secundaria estaria no âmbito das relações institucionais e organizacionais, onde as
pessoas interagem de maneira a cumprirem uma mesma função.

Diversos estudos foram sendo construídas para mostrar os diferentes


contextos os quais se inserem as redes sociais na sociedade. Considerando a
prevenção, a estrutura baseada nas relações sociais pode agir como um fator de
proteção para o uso de substancias (FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011).

Na comunidade, as redes de apoio social são incialmente construídas por


parentes e vizinhos, os quais possibilitavam estrutura a novas socializações e
informações dentro da comunidade. Essa relação estabelecida é de extrema
importância na recuperação e no auxilio ao usuário/dependente de substancias, pois
4
nesta etapa o mesmo esta mais propicio a desencadear emoções e sentimentos de
ambivalência. O envolvimento com tarefas, afazeres e o trabalho juntamente com o
apoio de amigos e familiares vai influenciar na melhora deste individuo ao voltar a
vida normal, sem o consumo da droga. Este processo de ação social é de grande
validade, pois possibilita a transformação positiva na vida das pessoas envolvidas
nessa rede de apoio. Na comunidade, dentro do setor da saúde há algumas
limitações as quais são ocasionadas devido a baixa escolaridade da maioria dos
usuários do serviço, sendo que estes passam a ver o atendimento como um favor e
não como direito do cidadão, muitas vezes devido visão de desigualdade cultural e
econômica que estes projetam. Impossibilitando assim, de determinada forma o
dialogo com os profissionais da saúde, já que é muito importante o paciente ter voz e
participar ativamente do processo de recuperação junto ao setor da saúde
(FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011).

Na família, quando a mesma está envolvida com a rede de apoio, o êxito na


recuperação do individuo se torna muito mais acessível a ser conquistado
(FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011). A família faz parte da rede como um
conjunto social, no qual é estruturado e organizado por seus próprios membros, mas
que também interage com demais grupos sociais de diferentes estruturas e modelos
dentro da comunidade. É essencial que o sistema familiar corresponda a dois
princípios, que permita o desenvolvimento saudável e a independência dos seus
membros, mas também sempre enfatizando a importância do mesmo de pertencer a
família, também é função da família o incentivo a que seus membros se insiram e
interajam com demais grupos dentro da sociedade. Sendo assim, a família é o
primeiro e mais importante fator de socialização primaria (CARVALHAI, SILVA;
2011).

A escola também é apontada como um sistema de rede social importante


dentro do desenvolvimento sociocultural do individuo. A qual juntamente com a
família ira criar a base para o desenvolvimento da criança e consequentemente um
adulto saudável e consciente de sus escolhas (UBER, BOECKEL; 2014).

A rede social no âmbito de trabalho ocorre a partir das relações estabelecidas


neste meio, podendo ser elas funcional ou disfuncional. Uma rede funcional é aquela

5
construída por laços de amizade e parceria no meio laboral, propiciando aos
indivíduos satisfação e bem estar material, já que o trabalho será produtivo em um
ambiente confortável. Já em uma rede social laboral disfuncional, acontece o difícil
convívio entre os colegas de trabalho, gerando desconforto, mal estar e
improdutividade dos mesmos (FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011).

A influência da rede social no que diz respeito á saúde do individuo, foi


pesquisada em estudos que constatam que, adolescentes ao pertencerem a uma
rede social, e se inserirem em determinado grupo podem ser influenciados ao uso de
substancias como forma de sentimento de pertencimento aquele conjunto. Assim
como também este mesmo grupo pode servir como auxilio ao tratamento do uso de
drogas (FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011).

6
Programa dos doze passos

É importante o debate que vem sendo construído a respeito da rede de apoio


social, em como é construtivo o emponderamento, força e poder mútuo entre os
pacientes que fazem parte de determinado grupo de auxilio em comunidades, e os
resultados positivos á saúde advindos dos laços estabelecidos nestes grupos.
Grupos estes que mantem como foco a ajuda reciproca uns aos outros, a superação
de adversidades, procurando alcançar sua meta de mudança tanto social como
pessoal. Dentre esses grupos, os mais conhecidos mundialmente são os Narcóticos
Anônimos (NA) e os Alcoólatras Anônimos (AA) (FERREIRA, MARINHO, SILVA;
2011).

O programa dos doze passos surge dentro de um desses grupos AA, de


ajuda mútua, nos Estados Unidos por volta de 1935. Seus fundadores, dois
alcoolistas, foram Dr. Bob (Robert Smith) e Bill (Willian Wilson), os quais por meio de
suas experiências em grupos de apoio conseguiram conquistar a sobriedade e a
abstinência. Desta forma decidiram passar sua vivencia e conhecimento adquirido as
demais pessoas as quais passavam pelo processo de desintoxicação. Ambos
tornaram-se referencias para o campo informal na busca por sucesso contra o
alcoolismo (FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011).

O programa dos doze passos não é uma substituição à ajuda profissional,


mas sim um auxílio à mesma, onde o mesmo tem se mostrado de extrema eficácia
como método de terapia informal na colaboração para a conquista da abstinência,
por dependentes químicos É comprovado cientificamente a validade do uso do
programa dos dozes passos no tratamento contra o alcoolismo, porém ainda não se
fundamentou o uso deste programa com efeito em dependentes de múltiplas
substâncias. Este programa consiste em doze passos e doze tradições, ambos
vistos como uma filosofia de vida, capaz de contribuir e ajudar na mudança benéfica
dos indivíduos que a seguem, capaz de torna-los pessoas integras e felizes consigo
mesmas. É estruturada em princípios como a honestidade, boa vontade e mente
aberta para mudanças, embasada em conhecimentos da área religiosa e da

7
medicina (FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011). Sendo desta forma estabelecidos
os doze passos:

Primeiro passo: “Admitimos que éramos impotentes perante o álcool


– que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas”.
Segundo passo: “Viemos a acreditar que um Poder superior a nós
mesmos poderia devolver-nos à sanidade”.
Terceiro passo: “Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos
cuidados de Deus, na forma em que o concebíamos”.
Quarto passo: “Fizemos minucioso e destemido inventário moral de
nós mesmos”.
Quinto passo: “Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e
perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas”.
Sexto passo: “Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus
removesse todos esses defeitos de caráter”.
Sétimo passo: “Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de
nossas imperfeições”.
Oitavo passo: “Fizemos uma relação de todas as pessoas que
tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas
causados”.
Nono passo: “Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais
pessoas, sempre que possível, exceto quando fazê-lo significasse
prejudicá-las ou a outras”.
Décimo passo: “Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando
estávamos errados, nós o admitíamos prontamente”.
Décimo primeiro passo: “Procuramos, através da prece e da
meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma
em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua
vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.
Décimo segundo passo: “Tendo experimentado um despertar
espiritual, graças a esses Passos, procuramos transmitir essa
mensagem aos alcoólicos e praticar esses princípios em todas as
nossas atividades” (FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011. pag. 307).
As doze tradições:
Primeira tradição: “O nosso bem estar comum deve vir em primeiro
lugar; a recuperação individual depende da unidade de NA/NA”.
Segunda tradição: “Para o nosso propósito comum existe apenas
uma única autoridade – um Deus amoroso que pode se expressar na
nossa consciência coletiva. Nossos líderes são apenas servidores de
confiança, eles não governam”.
Terceira tradição: “O único requisito para ser membro é o desejo de
parar de usar”.
Quarta tradição: “Cada grupo deve ser autônomo, exceto em
assuntos que afetem outros grupos ou NA como um todo”.
Quinta tradição: “Cada grupo tem apenas um único propósito
primordial – levar a mensagem ao adicto que ainda sofre”.
Sexta tradição: “Um grupo de NA nunca deverá endossar, financiar
ou emprestar o nome de NA a nenhuma sociedade relacionada ou
empreendimento alheio, para evitar que problemas de dinheiro,
propriedade ou prestígio nos desviem do nosso propósito primordial”.
Sétima tradição: “Todo grupo de NA deverá ser totalmente auto-

8
sustentável, recusando contribuições de fora”.
Oitava tradição: “Narcóticos Anônimos deverá manter-se sempre não
profissional, mas nossos centros de serviço podem contratar
trabalhadores especializados”.
Nona tradição: “NA nunca deverá organizar-se como tal; mas
podemos criar quadros de serviço ou comitês diretamente
responsáveis perante aqueles a quem servem”.
Décima tradição: “Narcóticos Anônimos não tem opinião sobre
questões alheias; portanto o nome de NA nunca deverá aparecer em
controvérsias públicas”.
Décima primeira tradição: “Nossa política de relações públicas
baseia-se na atração , não em promoção; na imprensa, rádio e filmes
precisamos sempre manter o anonimato pessoal”.
Décima segunda tradição: “O anonimato é o alicerce espiritual de
todas as nossas Tradições, lembrando-nos sempre de colocar
princípios acima de personalidades” (FERREIRA, MARINHO, SILVA;
2011. pag. 307).

Este exercício realizado nos grupos de apoio, consiste na auto reflexão e em


um treinamento comportamental intervindo na área emocional e psíquica do
individuo tendo como forma de operação o outro. A cada novo encontro a conexão
social e o compromisso com o grupo e consigo mesmo é reforçado, aumentando a
esperança da capacidade de cada um de vencer a vontade e o desejo do consumo
(FERREIRA, MARINHO, SILVA; 2011).

9
Considerações finais

A terapia de rede juntamente com o programa dos doze passos é


considerada uma abordagem de grande eficácia ao tratamento com dependentes
químicos. Procurando como resultado imediato a abstinência do usuário, juntamente
com o apoio dos demais participantes e principalmente da família, amigos e
comunidade, tendo essa rede de apoio como forma de prevenção a recaída. Sendo
relevante nesta terapia a escolha certa, feita pelo terapeuta, dos membros da
família, pois o apoio destes é decisório para trazer bons resultados.

Percebe-se o quanto é fundamental a comunidade estar ciente da


importância da rede de apoio, do que é e de como funciona, pois desta forma, todos
trabalhando em conjunto com os agentes da saúde, se torna muito mais acessível
alcançar o sucesso tão desejado. Encontra-se ai a importância da prevenção e da
informação tanto nas escolas quanto no encontros com a comunidade e na visita
dos agentes de saúde as famílias, toda a forma de dedicação em levar a informação
é essencial para o sucesso.

10
Referências

FERREIRA S., MARINHO J., SILVA I., Terapia de rede social e de 12 passos in
CORDEIRO A., DIEHL A., LARANJEIRA R. DEPENDÊNCIA QUÍMICA - prevenção,
tratamento e políticas públicas. Porto Alegre, Artmed, 2011. Pag. 301-310.

UBER, Márcia Lúcia Rieth; BOECKEL, Mariana Gonçalves. A prática em terapia de


família e as redes sociais pessoais. Pensando fam., Porto Alegre , v. 18, n. 2, p.
108-123, dez. 2014 .

CARVALHAL, Pedro Nuno Martins, SILVA, Cátia Patrícia Fernandes. Terapia


familiar sistémica: Uma breve introdução ao tema. Psicologia Pt. Trabalho
complementar ao curso de Psicologia, pag. 01-06, Produzido em 13.08.2011.

11

Das könnte Ihnen auch gefallen