Comodificação. Superexploração. Cadeias produtivas globais. Global Wealth Chains or Global Value Chains? Tem uma discussão aí logo mais. Algum nome para a relocação de empresas para outros países.
É realmente interessante verificar a queda das taxas de lucro acontecendo em empresas
participantes da cadeia produtiva de monopólios estabelecidos. Esta redução, de parte dos fornecedores, vai se dando em meio ao incremento do lucro anual das empresas de status monopolista, as quais transferem/sublocam custos de produção às empresas intermediárias (e os quais se avolumam cada vez mais com mudanças na tributação ou com a melhora ainda que mínima de certas condições laborais). Commodificação. Grande conceito, man. É quando um produto passa a ter status de commodity pela sua grande dispersão no mercado, forçando para baixo os preços de um semelhante seu, mais moderno, atualizado. Essa resposta do mercado acaba dificultando o incremento das taxas de lucro, que apresentam uma queda percentual se calculada com base na unidade do produto. Em contrapartida, isto é evitado através do incremento na produção em quantitativa, ou seja, na expansão da produção, de forma a compensar em número aquilo que se perde por unidade. Em contrapartida, busca-se reduzir cada vez mais os custos de produção, o que reverteria o prejuízo percentual decorrente da comodificação. Com a reestruturação produtiva ocorrendo agora me largas escalas de produção global, é possível aos conglomerados monopolistas repassarem os custos decorrentes desta comodificação às intermediárias. As últimas baseiam sua existência em cadeias asseguradas de fornecimento constante de mercadorias, de modo que, atrasos ou cancelamentos são-lhes fatais. Em troca desta insegurança, o controle da força de trabalho é essencial para a sobrevivência da intermediária, mas não diretamente da empresa monopolista. A cadeia produtiva também se sustenta de forma que, acaso não seja mais possível a extração de mais valia absoluta nem relativa pela redução de custos produtivos relativos ao trabalho ou pelo crescimento da automação, a empresa intermediária será substituída por uma competidora, a assegurar as metas de produção e entrega exigidas pela empresa monopolista. Acaso, portanto, não sejam mantidas as taxas de lucro das empresas intermediárias, é fácil concluir que estas serão substituídas pelas suas pares que consigam mantê-las. Em miúdos: não consegue? Tem quem faça. Para a lógica do sistema encadeado produtivo global, a superexploração é essencial para a dicotomia entre o monopólio daqueles que conseguem manter suas taxas de lucro e a sobrevivência dos mesmos enquanto firmas. No caso chinês, a transferência destas empresas para outros países é portanto decorrência da luta operária e sindical por melhores condições de trabalho e pelo concomitante crescimento relativos dos salários. As intermediárias estabelecidas na China – vale lembrar, sempre em metade de propriedade do Estado Chinês – mudam-se para geografias mais favoráveis a manutenção das taxas de lucro.