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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE
FARO – JUÍZO LOCAL CÍVEL DE SILVES

JESUÍNO DA MOTA, divorciado, maior, NIF nº


_________, portador do cartão de cidadão nº _________,
emitido pela República Portuguesa e válido até
_________, residente na Rua __________, concelho de
Tomar, Santarém,

Vem requerer contra

DOMINGOS CORREIA, solteiro, maior, NIF nº ________,


portador do cartão de cidadão nº _________, emitido pela
República Portuguesa e válido até _________, residente
na Rua dos Pagadores, 28, 1º, concelho de Silves, Faro,

arresto preventivo, nos termos do disposto no artigo


391º do Código de Processo Civil e com os seguintes
fundamentos:

O Requerente é legítimo proprietário de um prédio urbano em


propriedade horizontal, sito na Av. da Horta d’El Rei, Lote 28, 1º Dto, concelho
de Tomar, inscrito na matriz predial sob o artigo _____ urbano, descrito na
Conservatória do Registo Predial de ____________ sob o nº _____. – cfr. doc. 1
que se junta e se dá por integralmente reproduzido (caderneta predial)

Em 1992, celebrou contrato de arrendamento com o aqui Requerido,


tendo sido acordado o pagamento de uma renda mensal de €850,00 (oitocentos
e cinquenta euros). – cfr. doc. 2 que se junta e se dá por integralmente
reproduzido (contrato)

Sucede que em Abril de 2017 o Requerido deixou de pagar a renda mensal


acordada, totalizando uma dívida que ascende o valor de € 12.750,00 (doze mil,
setecentos e cinquenta euros).

Valor este a que acrescem juros moratórios a taxa legal de 4%, totalizando
uma dívida de € 13.250,00(€ 12.750,00 + €510,00)

E juros vincendos até ao efetivo pagamento do montante em dívida.

À luz do artigo 1022º do CC, locação é o “contrato pelo qual uma das
partes se obriga a proporcionar à outra o gozo temporário de uma coisa, mediante
retribuição”.

Acresce que o Requerido tem vindo apresentar comportamentos que


evidenciam a sua intenção de não pagar a quantia em dívida.

Comportamentos estes reforçados pelo fato de o Requerido possuir um


negócio altamente lucrativo na Finlândia e querer instalar-se lá.

O Requerido é legítimo proprietário de um prédio destinado a construção


e já urbanizado, denominado “Bela Vista”, situado em Estói, concelho de Faro,
com valor de €120.000,00 (cento e vinte mil euros).- cfr. doc. 3 que se junta e
se dá por integralmente reproduzido (caderneta predial)

10º

Sendo de recear que o Requerido ponha a venda o terreno em causa para


dissipar património.

11º
O Requerido foi aconselhado, por terceiros, a folhear páginas do jornal
“Gazeta do Algarve” para averiguar se há anúncios de possível venda do terreno.

DO DIREITO

12º

As providências cautelares são “medidas de natureza sumária e urgente,


que visam antecipar ou garantir o efeito útil do reconhecimento do direito. Visam
impedir que, durante a pendência de qualquer ação declarativa (...) a situação de
facto se altere de modo que a sentença nela proferida, sendo favorável, perca
toda a sua eficácia ou parte dela”. – cfr. GONÇALVES, Marco Carvalho;
Providências Cautelares; 2ª Ed.; Almedina; 2016, pp. 85 e 86

13º

Prevê o art. 391º do CPC que “o credor que tenha justificado receio de
perder a garantia patrimonial do seu crédito pode requerer o arresto de bens do
devedor, que consiste numa apreensão judicial de bens, à qual são aplicáveis as
disposições relativas à penhora, em tudo o que não contrariar o preceituado nesta
secção.”

14º

São dois os requisitos para o decretamento do arresto: fumus boni iuris,


traduzido na forte probabilidade de existência do crédito; e periculum in mora,
traduzido no fundado receio da perda da garantia patrimonial.

15º

A verificação da probabilidade séria de existência do crédito ocorre


através da summario cognitio, devendo a convicção do julgador se basear num
juízo de verossimilhança, e não numa atividade instrutória exaustiva.

16º

“Nesta característica enraíza o designado fumus boni iuris, requisito


indispensável ao decretamento da providência cautelar, que se traduz na
possibilidade de antever a aparência do direito invocado pelo requerente.
Com efeito, “incumbe ao requerente demonstrar a probabilidade de procedência
da acção principal, invocando factos que permitam inferir tal conclusão, pelo que
tais factos constituirão, no seu conjunto, uma aproximação sumária da causa de
pedir da acção principal (…).” – cfr. Ac. do Tribunal da Relação de Coimbra de
30.11.2010, Proc. nº 308-B/2002.C1

17º

Requisito que se apresenta preenchido, uma vez que o senhorio tem o


direito de exigir o pagamento de rendas como contrapartida de proporcionar ao
arrendatário o gozo do imóvel.

18º

Acresce a necessidade de demonstrar fatos concretos capazes de revelar


o fundado receio da perda da garantia, afastando-se, desta maneira, o mero
receio subjetivo.

19º

Neste sentido, o Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra supra


referido, dispõe que: “ Se a probabilidade quanto à existência do direito é comum
a todas as providências, o justo receio referente à perda de garantia patrimonial
é o factor distintivo do arresto relativamente a outras formas de tutela cautelar
de direitos de natureza creditícia”, precisando ainda que “o critério de avaliação
deste requisito não deve assentar em juízos puramente subjectivos do juiz ou do
credor (isto é, em simples conjecturas, como refere Alberto dos Reis), antes deve
basear-se em factos ou em circunstâncias que, de acordo com as regras de
experiência, aconselhem uma decisão cautelar imediata como factor potenciador
da eficácia da acção declarativa ou executiva”.

20º

Receio demonstrado pelos fatos de o Requerido querer instalar-se na


Finlândia, local onde detém negócios e ter comportamentos que evidenciam a
intenção de não pagar as rendas em atraso.

21º

Além de recear que o Requerido dissipe o seu património através da venda


do terreno.

22º
Uma vez que se verifica o preenchimento dos referidos requisitos e
examinadas as provas preenchidas, o arresto é decretado sem audição da parte
contrária. – cfr. art. 393º, nº 1 do CPC.

Nestes termos e nos melhores de direito requer-se a V. Ex.ª,


que ouvidas as testemunhas a seguir indicadas e produzidas as provas julgadas
convenientes, se digne decretar o arresto nas verbas referidas para segurança
do crédito da Requerente, custas e procuradoria e mais que acrescer ao real
reembolso daquele, sem audiência prévia da requerida, seguindo-se os demais
termos do artigo 391º e seguintes do C.P.C.

PROVA TESTEMUNHAL, cuja notificação se requer:

1. __________________, residente em _________________________.


2. __________________, residente em _________________________

BENS A ARRESTAR:

Verba nº 1

Prédio destinado a construção e já urbanizado, denominado “Bela Vista”,


situado em Estói, concelho de Faro, inscrito na matriz predial sob o artigo
__________, descrito na Conservatória do Registo Predial de _____________ sob o
nº ________ ………………………………………120.000,00 (cento e vinte mil euros).

VALOR: € 13.250,00 (treze mil, duzentos e cinquenta euros).

JUNTA: 3 documentos, 1 procuração, 1 comprovativo de pagamento de taxa de


justiça

A ADVOGADA

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