Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Certamente a idéia inicial de convergência data muito antes dos anos 90, se
contarmos as primeiras experiências de videotexto e posteriormente o uso da
plataforma Frame Relay, então limitada. Porém, somente com a maior capacidade
técnica dos equipamentos, a popularização da Internet e o conseqüente advento do
protocolo IP (Internet Protocol) é que podemos começar a falar dos primeiros passos
concretos do que chamamos atualmente de convergência.
Assim como é cada vez mais rotineiro ver imagens e enviar fotos por meio de
celulares, em um futuro próximo as tevês e outros aparelhos domésticos também
terão essa capacidade.
O cenário convergente
Outros gastos podem acabar encolhendo e propiciando uma boa economia, como em
uma empresa com ampla cobertura geográfica que utiliza chamadas de longa
distância. Afinal, com a introdução de uma aplicação de VoIP (voz sobre IP) ou FoIP
(fax sobre IP), os preços dos interurbanos de voz e fax caem drasticamente pela
tarifação como uma ligação local. Estudos de mercado apontam que 70% dos custos
de envio de fax entre Estados Unidos e Ásia podem ser reduzidos com a adoção de
FoIP, ao usar a infra-estrutura da mesma forma que a Internet, localmente.
Não é errado afirmar que a transmissão de dados e imagens ainda tem uma receita
marginal para as operadoras, em alguns casos de 10% do faturamento total. Porém,
alguns estudos internacionais apontam que os serviços convergentes serão 60% do
bolo até 2008. É um mercado que, segundo estudo da McKinsey, deve crescer
anualmente a taxas de 60%, até representar um total de US$ 1 trilhão em 2010 –
englobando a convergência como a conhecemos hoje e somando novos recursos
advindos da biotecnologia (chips orgânicos) e da nanotecnologia (miniaturização de
componentes).
Normalmente, a transição de ambientes rumo a um cenário convergente passa pela
substituição da banda estreita pela banda larga; da evolução da infra-estrutura
analógica pela digital; da substituição da comunicação fixa por móvel; da instalação
de um ambiente mais competitivo de serviços; e da utilização em larga escala do
protocolo IP, o que significa a mudança de comutação por circuitos para a
transferência de pacotes.
A integração de diferentes mídias em redes fixas ou móveis, que podem ser públicas
– tradicionalmente a telefonia móvel – ou privadas – WLAN ou Wi-Fi.
Como Bill Gates citou no livro A estrada do futuro, a construção de um caminho para
permitir a troca de dados será um trabalho imenso. Exigirá não só a instalação da
infra-estrutura física, como dos cabos de fibra óptica, de centrais telefônicas e
servidores de alta velocidade, além do desenvolvimento das plataformas de
software. Nessa estrada, os aplicativos também terão de ser construídos numa
plataforma – que se criará a partir do PC e da Internet. O software terá de oferecer
grande navegabilidade e segurança, capacidades de correio eletrônico e de
conferência eletrônica, conexões para componentes do mercado e serviços.
O cenário idealizado por Gates já passou pela primeira fase, quando a Internet
mudou a forma de comunicação. E depois de sofrer alterações significativas nos anos
90, com a adoção de tecnologias que permitiam a integração de voz, dados e
imagens em uma única infra-estrutura tecnológica, o modelo de redes convergentes
ganhou novos contornos promovidos pelo protocolo TCP/IP – o mesmo que rege a
Internet.
Até o final dos anos 90, a alternativa indicada pelas operadoras de serviços para
integrar principalmente voz e dados era o Frame Relay, apesar de a solução não ser
largamente divulgada pelas operadoras, pela simples razão de que o tráfego de voz
– ainda hoje o principal filão das telecomunicações – não pode ser desprezado. Além
disso, o Frame Relay tem limitações, sendo uma delas a velocidade máxima de 2
Mbps para suporte das interfaces, o que não restringe a sua utilização na conexão de
grande parte das redes corporativas com as redes públicas.
Por outro lado, com a oferta de serviços VPN, as operadoras podem compartilhar a
infra-estrutura entre vários usuários empresariais e, com isso, reduzir o preço da
oferta.
O grupo Amil, dedicado à medicina de grupo, com unidades em Brasília, São Paulo,
Rio de Janeiro, Alphaville (Grande São Paulo) e Curitiba, depois de conviver por
vários anos com duas infra-estruturas – uma de dados e outra de voz, transferiu
todo o tráfego de voz, dados e vídeo para uma VPN IP com MPLS (Multiprotocol Label
Switching, um padrão de protocolo de comunicação).
Crescem as alternativas
No âmbito do MPLS a solução é diferente. Cria-se uma rede com todas as facilidades
do Frame Relay – missão crítica, disponibilidade e diversos parâmetros – porque ele
tem os mesmos recursos do FR, a exemplo da priorização de tráfegos da rede local,
no qual a programação define a aplicação que deve passar à frente das demais no
caso de congestionamentos. E também leva todos os princípios definidos na rede
local (corporativa) para a rede de longa distância (WAN – Wide Area Network), desde
que o cliente o tenha definido na rede local.
No artigo intitulado "Os próximos 50 anos na área móvel e wireless", J. Gerry Purdy,
principal analista da Mobile Trax, empresa norte-americana de pesquisas na área de
tecnologia, afirma que será bastante comum nos próximos anos o uso maciço de
celulares com recursos Wi-Fi, que possibilitarão trafegar voz, dados e vídeo das
redes celulares diretamente para as WLANs internas das corporações, sem que o
usuário perceba.
O WiMax é um consórcio criado para promover produtos de rede sem fio, sob o
guarda-chuva do padrão 802.16a do IEEE (entidade padronizadora), na freqüência
de 2GHz a 11GHz. De acordo com estimativas, o mercado mundial para esses
produtos deve girar entre US$ 1 bilhão e US$ 1,6 bilhão em 2008, ou 1% do
mercado global de banda larga. A grande vantagem das soluções WiMax é a
possibilidade de substituição da última milha a cabo por soluções sem fio.
Além disso, já está no IEEE o padrão 802.16e, na freqüência de 2GHz a 6GHz, para
dar condições de mobilidade ao usuário. "Wi-Fi é uma tecnologia da família WLL
(Wireless Local Loop), com cobertura de 100 a 300 metros. Já o WiMax atinge uma
cobertura de até 50 quilômetros, com a característica fundamental de não exigir
linha visada", define Eduardo Prado, consultor de Novos Negócios e Tecnologia A
tecnologia promete acabar com a dependência que operadoras entrantes têm com as
incumbents locais, democratizar o acesso em banda larga – já que deve reduzir os
custos de implementação – e dar maior flexibilidade a corporações que desejem
embrenhar pelo mundo wireless. A Iqara Telecom, por exemplo, vem sustentando
toda a sua estratégia de crescimento em redes de fibra óptica, sob a tecnologia
Gigabit Ethernet. Mas não descarta que em algum momento, principalmente quando
tiver que explorar mercados diferentes da região metropolitana de São Paulo, terá
que lançar mão de tecnologias alternativas, e a WiMax é uma delas. Também no lado
privado há a tecnologia Bluetooth, utilizada para estabelecer a comunicação entre
dispositivos em espaços com curta distância. Uma limitação entre Wi-Fi e Bluetooth é
a interferência que elas podem causar quando utilizadas pelo mesmo dispositivo –
handheld, notebook ou telefone celular. A Texas Instruments, fabricante de chips,
trabalha em uma solução que limite esta interferência, possibilitando a coexistência
pacífica entre as tecnologias, seja no padrão 802.11b ou 802.11g – que se
diferenciam pela velocidade de transmissão de dados. Tanto o Bluetooth quanto o
802.11b enviam sinais usando a freqüência de 2,4 GHz – também presentes em
produtos do dia-a-dia, como babás eletrônicas e controles remotos para garagens.
As velocidades das redes WLAN são menores, de 11 megabits por segundo (Mbps)
nas que adotam o padrão 802.11b, e de 54 megabits para quem utiliza o 802.11a,
contra 100 Mbps em média nas redes fixas. Mesmo assim, em um estudo conduzido
pela Oi com cem executivos de grandes corporações do Rio de Janeiro e de São
Paulo, 65% deles afirmaram se interessar pelos serviços Wi-Fi, contra 10% dos que
não têm interesse nenhum. A mesma pesquisa apontou que 60% dos executivos
consideram a mobilidade uma vantagem, enquanto apenas 10% classificam a
velocidade como o quesito mais importante.
A segurança do ambiente não foi questionada junto aos entrevistados, mas 25%
afirmaram que têm interesse no uso do ambiente Wi-Fi com ressalvas.
Wireless pública
A redução dos gastos com telecomunicação é o grande atrativo para empresas que
estão adquirindo os serviços FMC. Usuária da rede celular da TIM, a Gol Transportes
Aéreos contratou um serviço que promove a convergência tecnológica entre a rede
VoIP da prestadora fixa – o VipNet (Voice VPN) – e os celulares da TIM Business. O
VipNet Móvel permite que os celulares da TIM se transformem em ramais móveis da
Embratel.
Versão do GSM (Global Service Móbile) para transmissão de dados, o General Packet
Radio Services (GPRS) promete taxas de transmissão de dados de 56 Kbps a 114
Kbps e conexão contínua à Internet para telefones móveis e usuários de
computadores. Já o CDMA2000, também conhecido como IMT-CDMA Multi-Carrier ou
1xRTT, é um padrão da terceira geração que pode suportar transmissão de dados a
velocidades de 144 Kbps a 2 Mbps. Versões do sistema foram desenvolvidas pela
Ericsson e pela Qualcomm.
Sistemas operacionais
A disputa pelo domínio tecnológico também ecoa nos sistemas operacionais que
compõem os handsets – os aparelhos móveis. Mais de 200 empresas, entre
operadores de redes, fabricantes de celulares e empresas de TI, se uniram ao Open
Mobile Alliance, grupo formado para direcionar e impulsionar o desenvolvimento de
padrões de telecomunicações móveis e garantir a interoperabilidade entre produtos e
serviços sem fio.
A aliança consolida as atividades de diversos organismos da indústria, como o WAP
Forum e Wireless Village, e tem como propósito promover o crescimento do mercado
de forma que todos os seus membros tenham condições de competir.
A evolução das redes convergentes alternativas, como as redes móveis, por linhas de
transmissão elétrica e satélites e o uso de aplicações nesta infra-estrutura.
A formação das redes convergentes – que agregam voz, dados e imagens – tem se
apresentado como um processo contínuo e rico em avanços, em especial no que diz
respeito às aplicações possíveis nas soluções alternativas de infra-estrutura de
transmissão. Neste caso, pode-se citar as ainda incipientes transmissões de dados
pela rede elétrica, utilizando a tecnologia PLC (Powerline Communication) ou as
redes móveis e de satélites. Enquanto a PLC e outros meios buscam a consolidação
ou ajustam o perfil ao novo cenário, a convergência é levada ao extremo com o
conceito das mensagens unificadas – dispositivos que agrupam e-mails, chamadas
telefônicas fixas e móveis, voice mail etc., e que podem ser acessados tanto por
telefone quanto pelo browser ou mesmo por e-mail.
Priorizar aqui é uma lei, ou seja, é essencial preferir dar um telefonema ou enviar e-
mail, em detrimento de outros meios de comunicação, pois isso pode representar até
mesmo o fechamento de um negócio. Uma demonstração disso , dos ganhos e da
escolha correta com a solução UM, pode ser dada pela Marítima Seguros. Seus
funcionários, em especial os corretores, definem e detectam por telefone ou e-mail
todas as fontes de contato e o conteúdo, para retornar ou buscar novas informações,
mesmo que distantes de sua base de operação.Para possibilitar esses avanços,
torna-se obrigatório que a convergência aconteça não apenas em casa – com a união
dos meios de comunicação disponíveis -, mas também nas tecnologias de infra-
estrutura das operadoras de telecomunicações. Uma das razões é que, para muitos
especialistas, as próprias contas de e-mail, Internet, telefones fixos e celulares
devem passar pela convergência. Afinal, o conceito UM preconiza que,
independentemente do meio, a administração de todas as formas de comunicação
seja facilitada. O usuário poderá recuperar mensagens de texto ou ditar uma carta
pelo celular que será enviada depois por e-mail, ou até mesmo redirecionar
chamadas fixas utilizando o handheld.
As operadoras, portanto, surgem como uma peça importante para quem deseja
obter o máximo das promessas das UMs. Seja pela customização dos serviços, seja
pela cobrança integrada ou na forma de terceirização de um investimento ainda alto
em soluções unificadas, uma saída para a aquisição de uma plataforma completa que
pode até chegar a US$ 1 milhão.
Foi muito importante essa mudança. E algo bem diferente da primeira rede com fins
comerciais, criada na década de 90, que teve seus resultados minimizados pela falta
de padrão. No entanto, o futuro é ilimitado, depois da sua padronização, com as
variantes do protocolo 802.11.
No artigo "Os próximos 50 anos na área móvel e wireless", J. Gerry Purdy, principal
analista da Mobile Trax, empresa norte-americana de pesquisas para a área de
tecnologia, afirma que será bastante comum nos próximos anos o uso de celulares
com recursos Wi-Fi, que possibilitarão trafegar voz – algo ainda muito caro -, dados
e vídeo das redes celulares, diretamente para as WLANs internas das empresas, sem
que o usuário perceba.
A mesma pesquisa aponta que 60% dos executivos consideram a mobilidade como a
principal vantagem, enquanto apenas 10% classificam a velocidade como o quesito
mais importante. A segurança do ambiente não foi questionada junto aos
entrevistados, mas 25% afirmaram que lhes interessa usar o ambiente Wi-Fi com
ressalvas.
Outro estudo conduzido pelo Instituto Gartner mostra que, embora muitas empresas
ignorem ou adiem a implementação de redes de acesso sem fio (Wi-Fi), os
profissionais autônomos conseguem perceber os benefícios da tecnologia. O Wi-Fi
permite aos usuários trabalhar fora do ambiente tradicional de um escritório, além
de representar melhora na produtividade. De acordo com o Instituto Gartner, o
crescimento da utilização da tecnologia wireless eleva o custo total de propriedade
(TCO – Total Cost of Ownership), de 3% para 4% ao ano, o que representa um
aumento de US$ 197 para US$ 325. No entanto, os analistas do Instituto Gartner
prevêem que em breve, 80% de todos os notebooks vendidos no mundo não mais
terão cabos.
Parente próximo das tecnologias WLAN, a telefonia móvel evoluiu nos últimos vinte
anos em ritmo acelerado e com reduções constantes de custo e miniaturização dos
equipamentos. Tecnicamente, a comunicação por rádio é semelhante ao mundo sem
fio. Porém, seu uso era restrito à voz, em especial pela banda na qual trafegava: 4,8
Kbps.
Agora, algumas operadoras conseguem dispor de bandas que chegam a 144 Kbps,
como a Vivo no Brasil, ou dentro do padrão GPRS (General Packet Radio Services)
que atinge 56 Kbps, todas seguindo os padrões 2,5G ou 3G (de terceira geração).
Mas a sua cobertura ainda depende do investimento em infra-estrutura para que não
ocorram problemas de transmissão ou zonas de turbulência – quando um celular fica
sem sinal, ao estar numa área não totalmente coberta entre as células ou antenas.
Um deles é que os fios de eletricidade são encapados com plástico, o qual absorve
sinais de alta freqüência, impedindo seu uso em transmissões de dados de alta
velocidade a distância. Como os fios da rede funcionam como uma antena, os dados
sofrem interferências de rádios e televisores, por exemplo. Ou ainda, o uso de
transformadores, relógios de medição e da própria corrente elétrica pode corromper
os dados.
Em resumo, a idéia de usar a maior rede instalada no mundo para envio de dados,
na qual cada tomada é um ponto de acesso, pode ser uma utopia. Em tese, seria
possível compartilhar desde o acesso à Internet até a criação de uma rede local e
ainda realizar videoconferência e aplicações de VoIP, bastando para isso um
adaptador.
Depois do fracasso de planos ousados, como a rede global de satélites Iridium que
levou seus sócios à bancarrota, o uso dos equipamentos geoestacionários em redes
convergentes sofre o preconceito decorrente de alguns problemas técnicos (delay em
aplicações de voz e vídeo) e o confronto com os demais formatos de infra-estrutura.
É certo, porém, que ainda é uma fonte alternativa para alguns projetos que se
debatem com fortes barreiras geográficas.
Outra empresa com forte atração no setor de satélites, a fabricante Nera se associou
à operadora Hispamar para oferecer banda larga via satélite para a América Latina.
Pioneira no uso da solução DVB-RCS (Digital Video Broadcasting – Return Channel
via Satellite) na região, o acordo prevê que a Nera será responsável pela instalação
das estações terrestres, enquanto a Hispasat – subsidiária brasileira da Hispamar –
se responsabilizará pelos links baseados no satélite Amazonas.
Convergência
Um dos protocolos tecnológicos mais populares do mundo, o TCP/IP saiu das redes
de pesquisa para ocupar espaço no ambiente corporativo.
A forte adesão empresarial ao protocolo TCP/IP desde o início dos anos 2000 tem
relação direta com a inserção do protocolo MPLS (Multiprotocol Label Switching) nas
redes IP, o que lhes concede funcionalidades ATM (Asyncronous Transfer Mode),
facilitando o provisionamento e a operação de uma rede multisserviço. O MPLS é um
padrão destinado a aumentar a velocidade de tráfego e facilitar o gerenciamento de
uma rede. Ele é chamado ainda de multiprotocolo porque é compatível com IP
(Internet Protocol), ATM (Asyncronous Transfer Mode) e Frame Relay.
Essas alterações tecnológicas atraíram também a Ford, que optou pelo IP de ponta a
ponta para ter, inclusive, maior flexibilidade nas negociações com as operadoras de
telefonia. O plano da Ford de migração para IP visa à simplificação da rede, a fim de
aumentar a disponibilidade e obter maior capacidade tecnológica para implementar
novos modelos dentro do conceito da indústria automotiva de "manufatura flexível".
A previsão é que o uso excessivo dessa tecnologia aconteça em conjunto com outra
solução emergente de telefonia IP, denominada Session Initiation Protocol (SIP). O
SIP é um protocolo de sinalização utilizado para chamadas telefônicas pela Internet,
conferências multimídia, chat e comunicação interativa. Há quem acredite que o
Enum irá apontar para um endereço SIP e, daí, para um endereço IP.
Um dos principais benefícios do Enum é que ele ajuda no período de migração dos
usuários de um sistema PABX tradicional para um ambiente IP. Ele pode ser usado
como um banco de dados central, que informa se uma pessoa tem ou não um
número no PABX tradicional, o que exigiria uma conversão, ou uma URL SIP, que
poderia ser utilizada para encaminhar a chamada para um telefone IP local ou
externo.
Há, entretanto, duas áreas consideradas nebulosas nos serviços Enum: segurança e
desempenho. Segundo os fabricantes, os serviços de telefonia IP ainda precisam se
tornar tão seguros e rápidos quanto os atuais serviços telefônicos que, com o
crescimento da importância da Internet em comunicação remota, passaria a ser
majoritariamente de dados.
A Internet também trouxe à rede pública mais um questionamento: não será melhor
que as redes sejam especializadas no tráfego de dados, em vez de chamadas
telefônicas? Hoje em dia é perfeitamente viável oferecer serviços de telefonia numa
rede de dados – a chamada telefonia IP, que converte a chamada telefônica em
apenas mais uma aplicação da rede de dados. Se a telefonia for um serviço oferecido
pela rede de dados, os custos caem, por prescindir dos equipamentos (caros) usados
para a tecnologia tradicional de telefonia. Este ponto é central na montagem das
novas redes públicas com infra-estrutura óptica. E como o uso principal das redes
não será a telefonia, não faz sentido investir em equipamentos especializados para
este serviço. Outros, mais baratos e apropriados para o tráfego de dados, podem ser
utilizados.
Nestas novas redes, a transmissão de pacotes é feita diretamente nos raios de luz,
sem a necessidade de uso intermediário das tecnologias tradicionais ATM e SDH
(Synchronous Digital Hierarchy), presentes na infra-estrutura das redes de
comunicação de todas as operadoras nacionais. A eliminação dessas tecnologias
intermediárias simplifica e barateia os equipamentos usados, tornando pouco
competitivo financeiramente o modelo tradicional.
A simplicidade do protocolo, que opera nos moldes do TCP/IP, permite que ele seja
implementado sem a necessidade de grande remodelagem técnica dos equipamentos
de rede ou protocolos. Basicamente, se a infra-estrutura suporta tráfego Web, pode
receber SIP. Não por acaso, o protocolo também recebeu estímulo da Microsoft que o
incluiu como tecnologia básica de setup de chamadas para o Windows Messenger no
Windows XP.
A Computer Korner, varejista de PCs em Ottawa, com duas lojas na cidade, instalou
telefones e PABX IP. "O que tínhamos antes não era um sistema, apenas algumas
linhas da Bell Canada. Estávamos à procura de um sistema para melhor utilizar as
linhas", declarou o dono das lojas à época da escolha.
Em geral, os PABXs IP são integrados com firewall, servidor de arquivo e impressão e
roteadores. A área de telefonia se baseia em SIP, permitindo que os sistemas
implementados em uma área ampla encontrem uns aos outros facilmente e se
conectem com o mínimo de configuração. A Computer Korner usa o serviço de
Internet, via modem de banda larga, para conectar os PABX de cada escritório, que
ficam atrás do modem e possibilitam que os funcionários em telefones SIP - que
ligam a rede local (LAN) Ethernet instalada em cada loja – falem uns com os outros
pela Internet com um plano de discagem de quatro dígitos.
A Menlo College usa SIP junto com seu sistema VoIP instalado no campus com 500
telefones IP implementados em toda a faculdade, inclusive no staff e nos dormitórios
dos alunos. Quando conectados em qualquer porta Ethernet, os telefones enviam,
automaticamente, mensagem ao servidor central sobre o novo endereço e local do
telefone.
A comunicação de voz em redes IP consiste no uso das redes de dados que utilizam
o conjunto de protocolos baseados na Internet (TCP/UDP/IP) para a transmissão de
sinais de voz, em tempo real, na forma de pacotes de dados. Nessas redes são
implementados protocolos adicionais de sinalização de chamadas e transporte de
voz, que permitem a comunicação com qualidade próxima àquela fornecida pelas
redes convencionais dos sistemas públicos de telefonia comutada ou de telefonia
móvel.
Nos sistemas tradicionais, o sinal de voz utiliza uma banda de 4 KHz, e é digitalizado
com uma taxa de amostragem de 8 KHz para ser recuperado adequadamente
(Princípio de Nyquist). Como cada amostra é representada por um byte (8 bits, com
até 256 valores distintos), cada canal de voz necessita de uma banda de 64 kbit/s
(8.000 amostras x 8 bits). Esta forma de digitalização do sinal de voz atende a
recomendação ITU-T G.711 – Pulse code modulation (PCM) of voice frequencies.
Mas quando falamos nos sistemas de transmissão de voz sobre IP, onde a demanda
por banda é crítica, é preciso utilizar também algoritmos de compressão do sinal de
voz. Esses algoritmos têm papel relevante pela economia de banda que
proporcionam. O seu uso tem sido possível, graças ao desenvolvimento dos
processadores de sinais digitais (DSP’s), cuja capacidade de processamento tem
crescido vertiginosamente.
Nas redes IP, os pacotes de dados com informação de voz são enviados de forma
independente, procurando o melhor caminho para chegar ao seu destino, de modo a
utilizar com maior eficiência os recursos da rede. Os pacotes de dados associados a
uma única origem de comunicação de voz podem, portanto, seguir caminhos
diferentes até o seu destino, ocasionando atrasos, alteração de seqüência e mesmo
perda dos pacotes. A tecnologia desenvolvida para a comunicação VoIP assegura a
reordenação dos pacotes de dados e a reconstituição do sinal original, compensando
o eco decorrente do atraso de pacotes de dados e a perda de pacotes.
Telefonia móvel
Nos sistemas 3G, vamos ver também um deslocamento da forma de tarifação atual,
predominantemente baseada em tempo de conexão, para técnicas de tarifação,
baseadas no tipo de mídia transportado e/ou no volume de tráfego gerado pelo
usuário. Os protocolos de compatibilização do conteúdo da Internet com os terminais
móveis, como o WAP (Wireless Application Protocol); o transporte de voz sobre redes
IP, VoIP (Voice over IP); e o transporte de tráfego IP sobre redes ATM
(Asynchronous Transfer Mode), ou sobre redes WATM (Wireless ATM); são termos
que deverão se tornar comuns na terceira geração de sistemas de comunicações
móveis.
Outras técnicas serão responsáveis por interface de rádio capaz de suportar os
serviços projetados para os sistemas 3G e além da 3G e, conseqüentemente, as
elevadas taxas necessárias. Dentre elas podem ainda ser citadas:
Mercado brasileiro
Uma das razões para conquistar cliente é a centralização de diferentes serviços com
apenas um parceiro, tese corroborada pelo Yankee Group. Para esse instituto, as
empresas estão buscando contratar parceria que forneça de modo unificado voz
(local e de longa distância, fixa e celular), dados, Internet, videoconferência etc., em
vez de comprar diferentes serviços de vários fornecedores.
O movimento parece irreversível. Em pesquisa realizada pelo Yankee Group com 300
empresas brasileiras de médio e grande portes, 42% delas implementaram serviços
de integração de voz e dados, enquanto 14% vão fazê-lo nos próximos 12 meses;
21% pretendem implementar em 24 meses; e apenas 24% revelam não ter planos.
A maioria dos que já se optaram pelo mundo convergente (85%) visava à redução
de custos, com outros 58% interessados no melhor gerenciamento da infra-
estrutura, em múltiplas respostas.
A fabricante de chips também fez uma aliança estratégica com a Alcatel para
definição, padronização, desenvolvimento, integração e comercialização de soluções
ponta a ponta baseadas na tecnologia WiMAX (worldwide interoperability for
microwave access), com um alcance de até 15 quilômetros nas redes de alta
velocidade, utilizando espectros de freqüências de 2GHz a 11 GHz. As primeiras
soluções desenvolvidas pela aliança devem chegar ao mercado no segundo semestre
de 2005.
Mas não é apenas a atividade dos hotspots que incentiva o modelo Wi-Fi. As
aplicações de voz também estão em alta. Não é estranho ver usuários de handhelds
adaptando seus aparelhos ou utilizando telefones sem fio, e muitos fornecedores de
celulares desenvolverem telefones híbridos que operam tanto em Wi-Fi quanto em
GSM. Isto é possível, segundo especialistas, pela queda acentuada nos valores dos
equipamentos. No entanto, mesmo com todo esse avanço, os valores ainda são
maiores do que os de uma rede a cabo.
Adesão ao VoIP e ao Telefone IP
O custo ainda é o vilão na ponta das empresas. Uma saída é a adoção de projetos
VoIP mais simples, reutilizando as placas de PABX já existentes para transportar voz
pela rede de dados da infra-estrutura WAN. Mas isto também só se justifica pela
distribuição geográfica dos escritórios e pela utilização em larga escala. Já a telefonia
IP, que permite aos usuários transportar o ramal para qualquer lugar, parte de um
investimento em equipamentos PABX IP e em aparelhos telefônicos específicos.
É certo que o preço dos aparelhos IP vem diminuindo significativamente, mas ainda
restringe o acesso indiscriminado. Uma alternativa é a implementação do sistema
Softphone, que faz com que o desktop funcione como um telefone, e cujo preço da
licença é cotado a US$ 15.
A evolução do mercado, no entanto, segue a passos largos e aplicações de VoIP se
tornaram comuns em empresas do mercado financeiro, em especial nas mesas de
operações.Como o trabalho do operador, o trader depende de múltiplas informações
– de agências de notícias, rádio, tevê, telefonia e videoconferência – e o IP surge
como o integrador de todas essas fontes de informação. A possibilidade de utilizar
equipamentos legados é uma razão forte para diminuir os custos da implementação
de um projeto, assim como a flexibilidade das soluções de VoIP.
A integração entre operadoras fixas e móveis é uma boa amostra de como a oferta
de serviços e a abrangência das aplicações são moto continuo. Embratel e TIM
oferecem o serviço VipNet Móvel, que une a rede privada de voz da Embratel com a
facilidade e a mobilidade dos celulares da outra operadora. Assim, eles se tornam
ramais da rede, fazendo ligações tanto locais quanto interurbanas, com tarifas
menores.
Convergência
A opção por uma rede convergente não depende apenas da vontade de redução dos
custos com telecomunicações de uma empresa.
Um exemplo dessa nova realidade das redes é a tecnologia voz sobre IP (VoIP) que,
ao utilizar a infra-estrutura de dados, faz também o transporte de voz. Basicamente,
o que essa tecnologia faz é digitalizar a voz, que consiste na conversão dos sinais
analógicos (a voz) em sinais digitais ou “dados”, para que ela seja entendida pelos
computadores. Feito isso, os dados (o novo formato da voz) são empacotados dentro
do protocolo IP (Internet Protocol) – uma forma ordenada de comunicação entre
computadores. A partir deste ponto, a “voz” como conhecemos não existe mais,
sendo representada somente por zero e um na linguagem digital, podendo então ser
transportada pelas redes locais, de longa distância ou mesmo a Internet, apesar de
esta não ser a mais indicada por não possuir um tempo de resposta adequado.
Paralelamente a esta inovação tecnológica, não se pode esquecer da complexidade
histórica do ambiente de comunicação corporativa, com redes de dados e voz
separadas. Várias companhias montaram infra-estrutura de hubs, gateways,
roteadores, linhas privativas e conexões de satélite para o tráfego dos seus dados
em redes corporativas locais (LAN) e de longa distância (WAN), que interligam filiais.
Ao lado dessa rede, as organizações também criaram algo semelhante para o tráfego
da voz, dividindo os recursos e multiplicando a complexidade e os custos de
administração desse ambiente.
Vejamos um exemplo: uma empresa que tenha uma filial localizada em São Paulo
(SP) e matriz em Vitória (ES). Entre os escritórios existe um canal de dados de 64
Kbps (quilobits por segundo) e toda a comunicação telefônica é feita via rede
pública. Neste caso, além do custo fixo do link de dados, as ligações telefônicas
seriam tarifadas como interurbanas. Numa situação de integração de voz e dados, as
ligações não teriam custo adicional, ocupando parte da banda de dados do link
existente.
Nos primeiros equipamentos projetados para a transmissão de voz via redes locais,
ou se gerava uma grande quantidade de tráfego de dados para conseguirmos uma
qualidade razoável de conversação ou nos contentávamos com aquela voz de “Pato
Donald”. Hoje isto não acontece mais, apesar de alguns técnicos afirmarem
categoricamente que a qualidade de rede VoIP nunca será igual à rede de voz, o que
exige maior controle e gerenciamento da rede IP.
A adoção do padrão H.323 para aplicações multimídia em redes traz uma série de
benefícios, entre os quais podemos citar:
Independência da rede – O padrão H.323 é projetado para utilização em redes
baseada em pacotes, como as redes IP. Atualmente, a maioria das redes possui uma
infra-estrutura com protocolo de transporte baseado em pacotes. Assim, a adoção do
padrão H.323 permite a utilização de aplicações multimídia sem requerer mudanças
na estrutura de redes.
Interoperabilidade de equipamentos e aplicações – Permissão de interoperabilidade
entre dispositivos e aplicações de diferentes fabricantes. Por isso, vários
fornecedores de porte como Intel, Microsoft, Cisco e IBM investem em linhas de
produtos H.323.
Independência de plataforma – Não-determinação do hardware ou sistema
operacional a ser usado. Desse modo, as aplicações H.323 podem ser de naturezas
diversas, voltadas para mercados específicos, que vão desde software de
videoconferência (executado em PCs), a telefones IP, adaptadores para TV a cabo,
sistemas dedicados, etc.
Representação padronizada de mídia – O H.323 estabelece codificadores para
compressão e descompressão de sinais de áudio e vídeo. E ele também prevê
mecanismos de negociação dos codificadores a serem utilizados numa conferência a
fim de que os seus participantes encontrem um subconjunto comum entre si.
Também não há restrições quanto à topologia da rede, que pode consistir tanto de
uma única ligação ponto a ponto, de um único segmento de rede, ou ainda serem
complexas, incorporando vários segmentos de redes interconectados.
•Evolução do ambiente
No comparativo feito pelo LARC, uma rede de voz consome, isoladamente, 30% dos
custos com chamadas de voz (este é o maior custo). No caso da rede de dados, 30%
dos gastos vão para o enlace. Ao juntar os dois ambientes, constata-se que o custo
de transmissão se fixa na casa de 39% (enlace de dados, voz e equipamentos), o
que de imediato denota economia para o usuário. Na média, o custo de uma
configuração isolada para dados e outra para voz é maior do que o uma rede
convergente, independentemente da situação
Pesquisas elaboradas com clientes (CNA, Gazeta Mercantil, CBCC, Cosan e Fic
Petróleo), de três grandes fornecedores – 3Com, Avaya e Siemens – concluíram que
a existência de sites remotos é predominante na decisão de compra de VoIP.
Como chegar lá
*1.* Explorar – O que abrange o roll out dos serviços IP convergentes de toda uma
rede IP para um segmento limitado dos negócios ou grupo de pessoas. Por exemplo,
a abertura de uma filial ou centro de contato. Isso pode servir a um grande número
de propósitos. Para o CEO (Chief Executive Officer) e o CFO (Chief Financial Officer),
ela pode oferecer uma linha de base precisa para o cálculo do provável ROI e
justificar maior implementação. Para o CIO (Chief Information Officer), ela pode
ajudar a diferenciar a agitação do mercado da realidade. Uma pequena
implementação em uma infra-estrutura existente pode mostrar claramente quais
fornecedores são hoje capazes de oferecer os serviços IP convergentes.
Planos de contingência
Para proteger grupos de pontos de acesso das redes locais sem fio, as empresas vêm
adotando gateways de segurança wireless que fornecem firewall, suportam
autenticação e criptografia. Outras alternativas são produtos que gerenciam a
largura de banda sem fio, mas que impõem restrições de qualidade de serviço sobre
o uso de largura de banda ou dos tipos de aplicação. Os gateways complementam
recursos de segurança existentes, como as redes privativas virtuais (VPNs) e os
diretórios utilizados para autenticar usuários Ethernet LANs e aplicações
empresariais.
De acordo com consultores do Robert Frances Group, as redes locais sem fio (WLAN)
estão perto de oferecer segurança aceitável para muitas aplicações empresariais. No
entanto, os requisitos de proteção para essas aplicações devem ser identificados e
atendidos. Além disso, as empresas precisam ser capazes de monitorar
continuamente suas redes WLAN a fim de detectar brechas de segurança e opções de
configuração de segurança impróprias. Todas os requerimentos de segurança da
rede devem ser atendidos, incluindo gerenciamento, configuração e monitoração.
Convergência
Este módulo aborda os aspectos tecnológicos e de mercado que vão fazer parte da
evolução das novas redes convergentes.
Integração e evolução
No caso das WLANs, os pontos de acesso público a rede, os hotspots, muitos ainda
baseados no padrão 820.11b (com velocidade de até 11 Mbps), serão substituídos
por dispositivos no padrão 802.11g, capazes de trafegar dados a 54 Mbps na
freqüência de 2,4 GHz. Ao mesmo tempo, os links Wi-Fi de médio alcance (até 120
metros) vão permitir o acesso em banda larga aos sistemas corporativos e à Internet
por meio de telefones celulares, PDA’s e notebooks.
O próximo passo
Outra pesquisa feita pelo IDC (International Data Corporation) aponta que o
crescimento da oferta soluções convergente com tecnologia IP no mercado brasileiro
vai saltar de 2% em 2002 para 10% em 2007, um incremento composto de 27% a
30% ao ano.
Evolução da mobilidade
No caso das redes de telefonia celular, os sistemas de quarta geração (4G) são a
grande promessa para os próximos anos. Utilizando tecnologias de transmissão em
banda larga, baseadas no protocolo IP e com suporte para sistemas de comunicação
convergentes, as redes 4G poderão transmitir dados com velocidade de até 100
Mbps, muito superior ao alcançado pelos serviços 3G, que variam de 384 Kbps a 2.4
Mbps. O grande problema, entretanto, ainda é a falta de especificação técnica da
União Internacional de Telecomunicações (ITU) sobre esse novo padrão.
A idéia por trás das Next Generation Networks (NGNs) é simplificar o complexo
ambiente das telecomunicações: transportar toda a informação – conversas
telefônicas, vídeo, arquivos, e-mails, entre outras – que corre pela rede em pacotes
digitais baseados em IP. Uma forma das operadoras não precisarem mais separar
cada parte de sua infra-estrutura física para prestar um determinado tipo de serviço,
como telefonia ou transmissão de dados.