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BR/FOLHA-TOPICOS/ECONOMIA)
15.mai.2018 às 5h00
Apesar dos enormes avanços das últimas décadas, a economia ainda tem
muitas questões em aberto. Em diversas áreas persistem os tais dos
“puzzles” ou paradoxos, em que os dados insistem em contradizer resultados
teóricos canônicos, desde o comportamento de consumidores e empresas
até a formação de preços no mercado financeiro.
Críticas são cruciais. Elas nos forçam a repensar estratégias para entender o
mundo a nosso redor. Ajudam, por exemplo, no melhor desenho de políticas
públicas, prevenindo o aparecimento de resultados inesperados indesejados.
Entretanto, boa parte das críticas que acabam chegando ao público geral não
faz sentido, pois refletem o estado da profissão há uns 40 anos. Nas últimas
décadas, a economia mudou bastante, e diversos desses pontos foram
incorporados ao arsenal do economista.
1. A NOÇÃO DE EQUILÍBRIO
Como bem notado por Rapley, há aqui uma analogia com a física. Por
exemplo, se você coloca água e óleo em um recipiente e o chacoalha, eles se
misturam, mas ao parar o sistema volta rapidamente para a situação inicial,
com os líquidos novamente separados. No caso do modelo de oferta e
demanda, depois de uma “chacoalhada”, os preços entram em ação para
empurrar a economia de volta para o equilíbrio.
Em um equilíbrio de Nash, cada jogador faz o melhor para si, e ninguém tem
incentivo a sair dessa situação. Isso caiu como uma luva para a análise
econômica, que tenta entender como consumidores, empresas,
organizações, políticos etc. se comportam, e que tipo de resultado pode
emergir de sua interação.
Economistas incorporaram a Teoria dos Jogos a suas análises e a
aperfeiçoaram. Aqui o foco é na lógica e no comportamento dos indivíduos.
Se havia uma possível inspiração vinda da física, ela foi ficando para trás.
Tornou-se possível analisar situações bem mais gerais – o equilíbrio do
modelo de oferta e demanda pode ser visto como um caso especial de
equilíbrio de Nash. Nesse mundo mais geral, não há necessariamente um
único equilíbrio, estável e eficiente.
Note que, nessa estrutura teórica, o resultado pode ser ineficiente – como no
caso em que tanto a montadora como os fornecedores ficam de fora do
mercado. Há ainda espaço para a ação do governo, conduzindo a economia
para o equilíbrio eficiente (em que montadora e fornecedores se instalam).
2. A REVOLUÇÃO EMPÍRICA
Hoje, nas revistas top da profissão, podemos encontrar com certa frequência
artigos sem um modelo matemático formal, e com algumas poucas equações
apenas para descrever a relação entre variáveis que está sendo estimada.
Por quê?
Especialistas traduzem o economês do seu dia a dia, mostrando que economia pode ser
simples e divertida.