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Interculturalidade crítica
Pós-colonialismo
Desconstrução
Metodologia Decolonial - busca ler na contramão do positivismo, trata o saber como local, político,
comprometido.
Utiliza arcabouço teórico proporcionado pelos estudos pós-coloniais e decoloniais, questiona
pretensas “verdades universais”, busca leitura no entre-lugar das relações entre saber e poder.
Abre-se para os saberes “outros” (nossos saberes) historicamente subalternizados.
Ela é pluralista, utiliza autores como Michel Foucault, Edward Said, Walter Mignolo, Franz Fanon,
Homi Bhabha.
O método que vou utilizar para recolher dados e para os analisar conduzir-me-à:
Questionário
Análise de TCC
Etnografia
TCC
Ementas
Pós-estruturalismo
conhecer a forma em que o sujeito colonizado interioriza seu processo de colonização criando
assim as condições de não-existência”
Que outras formas há de ser homem ? que nos quiere hace pensar que solamente podemos
ser mujeres y hombres en los términos del hombre blanco, del Estado-nación, de ese modelo
de humanidad individualista y fundamentalmente violento.
Así, debemos criticar sus apuestas políticas, sus agendas, con el fin de producir una nueva
lectura que parta de nuestras experiencias y nuestras interpretaciones como mujeres no
blancas de Abya Yala, pertenecientes a determinadas comunidades sometidas a procesos de
racialización y empobrecimiento.
1
Cf. http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/12/trump-continua-liderando-pesquisas-de-
intencao-de-voto-dos-republicanos.html.
2
Cf. http://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/02/datafolha-divulga-nova-pesquisa-para-eleicao-
presidencial-de-2018.html
3
Afirmou o candidato que jogaria bombas no Estado Islâmico, acabando com cada uma das produtoras de
petróleo na Síria, no Iraque. “Eu jogaria bomba neles! Eu simplesmente bombardearia aqueles otários e
sim, eu explodiria as refinarias, as tubulações, eu explodiria cada centímetro, não sóbria nada. E sabe de
uma coisa? Eu chamaria a Exxon para lá e, em dois meses tudo estaria lindamente refeito. E eu cercaria e
ficaria com o petróleo!”. Cf. https://www.youtube.com/watch?v=E3V3-nZkoqU.
4
Assim votou o deputado a favor do processo de impedimento da Presidenta Dilma Vana Rousseff: “Pela
família e pela inocência das crianças em sala de aula que o PT nunca teve, contra o Comunismo, pela
nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o
pavor de Dilma Rousseff. Pelo Exército de Caxias, pelas nossas Forças Armadas. Por um Brasil acima de
tudo, e por Deus acima de todos, o meu voto é sim". Cf. Cf.
https://www.youtube.com/watch?v=SroqvAT71o0.
Todavia, desde pelo menos as últimas décadas do século XX, sabemos que estes
discursos mostram-se arbitrários e parciais. A promessa de um progresso infindo,
sustendo pela Razão, desaguou num tecnicismo simplista do Pensamento, do Mundo e
do Ser. Hoje, uma tecnocientífica – microeletrônica, tele virtualização, nanotecnologia,
genética –, transformou-os em produtos a serem consumidos.
Pensamento, Mundo e Ser são medidos, pesados, calculados, domesticados,
classificados, transmitidos via cabo e fibras ópticas, desprezando-se a complexidade (e
os impactos) que envolve a Natureza, as evidencias de que somos muitos num só,
tecendo, sendo tecidos e entretecidos por uma complexa teia cultural.
Mola em que se assentam discursos supostamente cristãos, a ideia de família, de
tempos em tempos retoma seu fôlego. Recentemente, ressurgindo das sombras do golpe
militar de 1964, vide as marchas da religião, da família, de Deus e contra a corrupção,
dezenas de parlamentares da bancada evangélica invocaram o nome de Deus e a família,
ao votarem pelo impedimento da presidenta Dilma Rousseff. Pautada na formação da
família heterossexual, como uma essência e uma norma a serem trilhadas, perde de vista
que a família também é uma instância social, qual seja, participa da produção e é
produzida por sujeitos cujas subjetividades são heterogêneas. Ou seja, reducionista, a
norma enquanto regra, não aceita a diferença, repele, exclui, despreza e violenta.
5
Cf. http://www.catolicasonline.org.br/.
6
Cf. http://ultimato.com.br/sites/marcosbotelho/.
Colabora Marcos Botelho para um pensamento plural, acolhedor à diferença,
rompendo com a polarização evangélicos-gays. Ao invés dos opostos, a consciência de
que os sujeitos são diferentes e, um estado democrático e laico não pode estar a serviço
de líderes e ou pastores oportunistas que se apropriam do poder para difundir aversão e
encorajar agressões.
Romper com a polarização e as hierarquias – cujos discursos sustentam práticas
de ódio e violências – faz saltar uma agonia no interior dos sistemas que produzem
sentidos bem marcados, ficando o sentido plural sempre por definir e sob a capa de um
contexto e de uma perspectiva oscilantes, mas que se nos convida a pensar mais e a nos
posicionarmos – de modo não polarizado –, em face à alteridade, para a
desmercantilização da vida e a descolonização do pensamento. Ao pensarmos nos
tornamos outra coisa, outra pessoa, outro objeto, algo que não pensa, um bicho, um
vegetal, uma molécula, uma partícula, os quais retornam sobre o pensamento,
flexionando-o, fora de um suposto controle racional e particular, e o relançam.
Sempre houve quem sonhasse com um mundo diferente, em meio à injustiça das
relações sociais. Sempre houve quem levantasse bandeiras por um mundo melhor,
explicitamente mais acolhedor e humano. A interculturalidade e o pensamento
decolonial e crítico constituem-se bandeiras possíveis, cujo princípio normativo é o de
alterar as plataformas e os modelos de organização do status quo, tendo fundamental
papel na construção de uma sociedade democrática.
Ao se opor à normativa simplista e empobrecedora do pensamento, a
interculturalidade crítica alarga a democracia – e se ocupa de um movimento contra
hegemônic –, e colabora para uma contínua e necessária participação e agência social
que democratize a democracia. Coloca em prática um diálogo produtivo entre aquilo
que diverge, forçando espaços, esgueirando-se pelas frestas das pesadas passagens de
uma História agressiva e violenta com a diferença, cuja memória – um entre-lugar, um
entre fluxo de disputas e jogos pelo poder –, se relaciona com a sanha da
hierarquização, padronização, exploração e vilipêndios, mas também com lutas capazes
de construir relações mais racionais e afetivas entre os seres humanos.
Conversar é dar voltas no pensamento, teria afirmado Humberto Maturana. Estas
voltas não seguem uma lógica cartesiana e uma medida positiva como se poderia pensar
inicialmente, mas estão repletas de sobressaltos, idas e vindas, fatos e fatores
intervenientes, colapsados pela agonia da metáfora, da poesia e da tradução. O que é
uma conversa afinal senão jogos de interpretação, mobilizados por desejos íntimos,
fermentados nas pulsões e manietados pelo inconsciente, aquecidos no caldeirão do que
há em nós de mais subjetivo e passional?