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O DESAFIO DA ESCUTA NO PLANTÃO PSICOLÓGICO

Barbara Gabriela de Abreu Silveira. ¹


Daiane Borges Santos. ²

Resumo: O Plantão Psicológico é um atendimento característico que oferece


a quem procura, o acolhimento, empatia e possibilidade de escuta para lidar com
suas aflições, angústias e outras necessidades emocionais momentâneas. O
presente artigo tem por objetivo a compreensão desse importante instrumento que é
a escuta, a quem necessita de atendimentos emergências do tipo de serviço. A partir
do contexto foram realizados levantamentos de pesquisa bibliográfica para a
produção de conhecimento do objeto de estudo.

Palavras Chave: Plantão. Escuta. Acolhimento. Atendimento.

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¹ Alunas do curso de Graduação em Psicologia de Faculdades Pitágoras – Unidade Venda Nova, Belo
Horizonte.
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Introdução

O Plantão Psicológico, tem como um espaço, utilizar um importante


instrumento que precisa ser desenvolvido que é a escuta, nesse sentido, o artigo
tem por objetivo a compreensão com base acadêmica por autores, citações ao tema
proposto. A escuta diante do atendimento no Plantão Psicológico precisa ser atenta
e livre de preconceitos diante dos casos diversificados a quem deseja atendimento
dessa modalidade, necessitando a compreensão empática e acolhimento.

De acordo com o Plantão é caracterizado por acolher o indivíduo com a


demanda que se expõe, sendo assim, é compreendido que diante do seu
sofrimento, o profissional busca oferecer e compreender com empatia no momento
de aflição.

Dessa forma, as modalidades na prática dos atendimentos são


consideravelmente complexas, no sentido de os desafios serem constantes, cheios
de inseguranças, que necessita sempre atenção e cuidado. De acordo com o tempo
é adquirido habilidades para lidar com situações que reflete em nós plantonistas
conhecimentos e bases teóricas para que o indivíduo se sinta acolhido, sem críticas
e julgamentos diante do atendimento com uma escuta empática.

Metodologia

No que se refere a metodologia trata-se de uma pesquisa bibliográfica acerca


dos desafios da escuta no Plantão Psicológico. Nesse sentido a partir dos estudos é
apresentado no presente trabalho um levantamento de informações referentes aos
autores da pesquisa, desenvolvida sobre o tema especifico realizado. Dessa forma
enfatiza como relevantes as informações, sobre o assunto proposto pelos dados
obtidos.

De acordo com os atendimentos no Plantão Psicológico, foram realizados em


uma Associação de Pais e Amigos do Centro de Reabilitação e Integração Social,
situada na cidade de Belo Horizonte. Sendo uma instituição à reabilitação, promoção
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social de crianças e jovens com necessidades específicas ou que apresentam algum


déficit na área da comunicação, aprendizagem e comportamento. De acordo com os
objetivos do projeto são em prol promoção do acesso aos direitos, das
potencialidades e qualidade de vida.

Diante do trabalho realizado, sem a necessidade de agendamento prévio para


os atendimentos, os interessados compareciam nos horários disponibilizados de
8:00 a 12:00 hs, o encontro poderia ser único ou prosseguir de acordo com a
demanda, podendo ter a necessidade de encaminhamentos, caso o atendimento
precisasse ser contínuo. De acordo com cada caso, as utilizações de outros
profissionais e serviços foram necessárias para cada necessidade.

As avaliações dos atendimentos do encontro anterior, foram realizadas em


discussões nas supervisões semanalmente. Os Plantões foram realizados no
período matutino aos sábados, feito sempre em duplas, com duração de 40 a 50
minutos aproximadamente para cada atendimento.

Sobre o Plantão Psicológico

O Plantão Psicológico foi inaugurado no Brasil por Rachel Rosenberg no


início de 1960, estabelecendo o atendimento no Serviço de Aconselhamento
Psicológico (SAP) do Instituto de Psicologia da USP (IPUSP), com Abordagem
Centrada na Pessoa de Carl Rogers como referencial. Esse atendimento de acordo
com Tassinari (1999, p.45) “Consistia numa recepção diferente aos clientes que
procuravam o Serviço de Aconselhamento, o que foi, na época, a alternativa para
conseguir dar conta da imensa fila de espera”.

Sendo assim, Rosenberg com o seu grupo de alunos trabalhavam com


atendimento à comunidade centrada na escuta mais acolhedora do indivíduo a quem
os procuravam. Sempre com empatia, respeito e procurando atender toda a
demanda, nos horários do plantão, os alunos recebiam, ouviam aliviando
ansiedades com acolhimento e se preciso realizando encaminhamentos. Com a
ampliação e desenvolvimento do serviço, foram surgindo novas propostas de
atendimento no SAP e, ao longo de quinze anos, as experiências foram reunidas,
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publicadas, no final da década de 80, primeira sistematização acerca do tema


Plantão Psicológico.

Mahfoud (1987) diz que o plantão como “... certo tipo de serviço, exercido por
profissionais que se mantêm a disposição de quaisquer pessoas que deles
necessitem, em períodos de tempo previamente determinados e ininterruptos"
(Mahfoud, 1987, p.75).

De acordo com os vários motivos levam o indivíduo a procurarem o serviço do


Plantão Psicológico, como a depressão, transtornos de humor e estresse é dado
pelo modo de vida, levando ao desinteresse sociais, familiares e profissionais.
Sendo assim ocasionando problemas alimentares e dores constantes. A demanda
dos atendimentos realizados é diversificada de níveis sociais e faixas etárias,
oferecido para indivíduo que apresente a queixa.

Segundo PAPARELLI e NOGUEIRA-MARTINS (2007) o atendimento é


realizado em três fases:

- Primeira sessão - Acolhimento da demanda, numa entrevista inicial, para


detecção da queixa e dos elementos trazidos pelo paciente.

- Acompanhamento - Processo de intervenções de tempo limitado, com um


limite máximo de três sessões.

- Desfecho - Momento de encerramento do processo, que poderá resultar no


encaminhamento a outras instâncias internas ou externas.

O Desenvolvimento da Escuta

De acordo com Macedo e Carrasco (2005) O ouvir e escutar tem diferença,


ouvir sendo assim, uma condição fisiológica ligada órgãos sensoriais, enquanto
escutar diz respeito a uma disponibilidade integral e não só sensorial àquele que fala
de sua dor, dor que traz consigo um significado próprio e singular: "A verdadeira
escuta precisa estar desprovida de preconceitos e, principalmente, excluir qualquer
possibilidade de um pré-conhecimento a respeito daquele que chega e, agora, fala"
(Macedo & Carrasco, 2005, p. 29).
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A prática dos atendimentos é vista como complexa pelas dificuldades lidando


a todo momento com o inesperado, procurando ser por parte do profissional da área,
habilidades, atitudes corretas tendo cuidado ao se auto cobrar, que a ansiedade,
medo e insegurança que de fato pode prejudicar, imobilize a ação da escuta
diferenciada através da prática nos atendimentos. A questão que incomoda o sujeito
é sempre considerada importante, a partir dessa escuta podem ser trabalhadas
questões emergentes, demanda muitas das vezes contidas, acompanhadas de
insônias, medo e angustias.

“Ouvir pode sugerir uma atitude passiva, mas não é. Ouvir implica
acompanhar, estar atento, presente. Presença inteira”. (ROSENTHAL, in Mahfoud,
p. 27, 1999)

De acordo com alguns atendimentos que foram realizados, o cliente espera


que as plantonistas confirmem sua opinião como correta, buscando sua resposta ou
uma solução. Sendo assim é compreendido que o acolhimento é um tipo de
intervenção, que acolhe, compreende suas questões através da escuta. Sendo
assim, permite esclarecimentos do mesmo, que para nós plantonistas temos receios
dos erros que possa a acontecer em intervenções.

De acordo com Alves (2004, p. 67) "Não é bastante ter ouvidos para se ouvir
o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma". No entanto, para
Freud, a técnica de associação livre somente chegou quando começou a silenciar
em suas práticas, diante dos atendimentos.

Ouvir, para Freud, tornou-se mais do que uma arte; tornou-se um método, uma via
privilegiada para o conhecimento, à qual os pacientes lhe davam acesso. Um dos guias a
quem Freud sempre foi grato era Emmy Von N. que Freud atendeu em 1889 e 1990 e tratou
com a técnica hipno-analítica de Breuer ... ela proporcionou uma veemente lição prática ao
seu médico. Quando Freud a interrogava com insistência, ela se aborrecia "muito
rispidamente", e pedia que ele parasse de "lhe perguntar de onde veio isso ou aquilo, mas
que a deixasse contar o que ela tinha a dizer". Ele já havia reconhecido que, por mais
tediosas e repetitivas que fossem suas narrativas, ele não ganhava nada com suas
interrupções, mas que tinha que ouvir as histórias dela até o fim, com todos os seus
minuciosos detalhes (Gay, 2004, pp. 80-81).
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O sujeito se formula com o desejo e sofrimento, sendo assim, de acordo com


uma escuta atenta do profissional é compreendido como uma porta de entrada,
através de uma escuta sensível. O sujeito destina –se como receptor o que escuta
encontrando uma parte de si, que poderia estar oculto.

Sendo assim, com várias demandas que existe, pelo inconsciente do desejo,
o sujeito diz e através do desenvolvimento de uma escuta diferenciada. De acordo
com o que é dito por ele, espera-se que de alguma forma reflita e veja possibilidades
construindo um novo sentido. Em geral, a partir do momento que apresenta algum
tipo de sofrimento, o Psicólogo estará ali disposto para atender a demanda que a
pessoa traz, focando sua atenção no sujeito, e o que leva procurar o atendimento,
ajudando a buscar novos métodos para lidar com as dificuldades ampliando a sua
visão.

Considerações Finais

O Plantão Psicológico nos ajudam na formação do processo de quem faz


curso de Psicologia, de acordo com as vivências de nos plantonistas, à frente as
demandas variadas, sendo assim nos dando experiências e possibilitando
ampliações através da escuta e encaminhamentos. No momento correto pode haver
para cada situação, por exemplo, ajuda institucional de associações para tratamento
de Drogas, como Alcoólatras Anônimos; Juizado de Pequenas Causas, proteção
policial da mulher; Defensoria Pública; entre outros, antes disso, o profissional
acompanha o cliente, estruturando as providências e tratamentos.

As supervisões nos ajudaram direcionando nos casos de dúvidas de acordo


com as orientações e esclarecimentos, sendo assim, nos permitindo a compreensão
em momentos de dificuldades. As supervisões são de fato importantes para o
processo de aprendizagem nesse período, através de orientações durante as
supervisões, sendo assim possível rever onde erramos e o que fazer para melhorar
nos aspectos negativos, para melhores desenvolvimentos na prática em
atendimentos.
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Ao relatar sobre pesquisa bibliográfica os dados de fontes pesquisadas


ajudam na compreensão de teorias dos procedimentos metodológicos importantes
para a pesquisa realizada dos dados obtidos.

De acordo com as experiências dos Plantões Psicológicos realizados,


permitiram em nós, estudantes, as possibilidades de ampliações para a formação de
um futuro profissional de Psicologia, de acordo com o grande aprendizado, postura
necessária e auto supervisão que o estágio nos proporcionou, desenvolvendo
reflexões sobre nossas práticas nos atendimentos, favorecendo o desenvolvimento
de habilidades sobre as vivências e saberes, através da nossa experiência que foi
tão válida, para a nossa futura carreira profissional.

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