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AD1 – 2018.

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DISCIPLINA: PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
COORDENAÇÃO: PROF.ª LUCIA MOUTINHO, PROF.ª EVELYN ORRICO,
PROF.ª DIANA PINTO, PROF.ª PATRÍCIA VARGAS

Observe a data de entrega: Enviar até 24 de fevereiro às 23h 55min.


Desejamos-lhe boa prova!

Leia os textos e responda às questões.

A intolerância no Brasil atual e no mundo


Leonardo Boff*

O assassinato dos chargistas franceses do Charlie Hebdo recentemente e a última eleição


presidencial no Brasil trouxeram à luz um preconceito latente no mundo e na cultura
brasileira: a intolerância. Restrinjo-me a esta, pois a outra, a do Charlie Hebdo, foi
abordada num artigo anterior. A intolerância no Brasil é parte daquilo que Sérgio Buarque
de Holanda chama de “cordial”, no sentido de ódio e preconceito que vêm do coração,
como a hospitalidade e a simpatia. Em vez de cordial, eu preferiria dizer que o povo
brasileiro é passional.
O que se mostrou na última campanha eleitoral foi o preconceito “cordial-passional”,
tanto como ódio de classe (desprezo do pobre), como o de discriminação racial
(nordestino e negro). Ser pobre, negro e nordestino implicava uma pecha negativa e aí o
desejo absurdo de alguns de dividir o Brasil entre o Sul “rico” e o Nordeste “pobre”. Esse
ódio de classe se deriva do arquétipo da Casa Grande e da Senzala introjetado em altos
setores sociais, bem expresso por uma madame rica de Salvador: “os pobres não
contentes com receber a bolsa família, querem ainda ter direitos”. Isso supõe a ideia de
que se um dia foram escravos, deveriam continuar a fazer tudo de graça, como se não
tivesse havido a abolição da escravatura. Os homoafetivos e outros da comunidade LGBT
são hostilizados até nos debates oficiais entre os candidatos, revelando uma intolerância
“intolerável”.
Para entender um pouco mais profundamente a intolerância, importa ir um pouco mais
a fundo na questão. A realidade, assim como nos é dada, é contraditória em sua raiz;
complexa, pois é a convergência dos mais variados fatores; nela há caos originário e
cosmos (ordem), há luzes e sombras, há o simbólico e o diabólico. Em si, não são defeitos
de construção, mas a condição real de implenitude de tudo que existe no universo. Isso
obriga a todos a conviver com as imperfeições e as diferenças. E a sermos tolerantes com
os que não pensam e agem como nós. Traduzindo numa linguagem mais direta: são polos
opostos, mas polos de uma mesma e única realidade dinâmica. Essas polaridades não
podem ser suprimidas. Todo esforço de supressão termina no terror dos que presumem
ter a verdade e a impõem aos demais. O excesso de verdade acaba sendo pior que o erro.
O que cada um (e a sociedade) deve sempre saber é distinguir um e outro polo e fazer a
sua opção. O indicado é optar pelo polo de luz, do simbólico e do justo. Então, o ser
humano se revela um ser ético que se responsabiliza por seus atos e pelas consequências
boas ou más que deles se derivam.
Alguém poderia pensar: mas então vale tudo? Não há mais diferença? Não se prega um
vale tudo nem se borram as diferenças. Deve-se, sim, fazer distinções. O joio é joio e não
trigo. O trigo é trigo, não joio. O torturador não pode ter o mesmo destino que sua vítima.
O ser humano não pode igualar a ambos nem confundi-los. Deve discernir e optar pelo
trigo, embora o joio continue existindo, mas sem ter a hegemonia.
Para fazer coexistir sem confundir esses dois princípios, devemos alimentar em nós a
tolerância. A tolerância é a capacidade de manter, positivamente, a coexistência difícil e
tensa dos dois polos, sabendo que eles se opõem, mas que compõem a mesma e única
realidade dinâmica. Impõe-se optar pelo polo luminoso e manter sob controle o sombrio.
O risco permanente é a intolerância. Ela reduz a realidade, pois assume apenas um polo
e nega o outro. Coage a todos a assumir o seu polo e a anular o outro, como o faz de
forma criminosa o Estado Islâmico e a Al Qaeda. O fundamentalismo e o dogmatismo
tornam absoluta a sua verdade. Assim eles se condenam à intolerância e passam a não
reconhecer e a respeitar a verdade do outro. O primeiro que fazem é suprimir a liberdade
de opinião, o pluralismo e impor o pensamento único. Os atentados, como o de Paris,
têm por base esta intolerância.
É imperioso evitar a tolerância passiva, aquela atitude de quem aceita a existência com o
outro não porque o deseje e veja algum valor nisso, mas porque não o consegue evitar.
Há que se incentivar a tolerância ativa que consiste na coexistência, na atitude de quem
positivamente convive com o outro porque tem respeito por ele e consegue ver os
valores da diferença e assim pode se enriquecer.
A tolerância é, antes de mais nada, uma exigência ética. Ela representa o direito que cada
pessoa possui, o direito de ser aquilo que é e de continuar a sê-lo. Esse direito foi expresso
universalmente na regra de ouro “Não faças ao outro o que não queres que te façam a
ti”. Ou formulado positivamente: “Faça ao outro o que queres que te façam a ti”. Esse
preceito é óbvio.
O núcleo de verdade contido na tolerância, no fundo, se resume nisso: cada pessoa tem
direito de viver e de conviver no planeta Terra. Ela goza do direito de estar aqui com sua
diferença específica em termos de visões de mundo, de crenças e de ideologias. Essa é a
grande dificuldade das sociedades europeias: a dificuldade de aceitar o outro, seja árabe,
muçulmano ou turco. E, na sociedade brasileira, o afrodescendente, o nordestino e o
indígena. As sociedades devem se organizar de tal maneira que todos possam, por direito,
se sentir incluídos. Daí nasce a paz, que segundo a Carta da Terra, é “a plenitude criada
por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, com outras culturas, com
outras vidas, com a Terra e com o Todo maior do qual somos parte” (2017, p. 16).
A natureza nos oferece a melhor lição: por mais diversos que sejam os seres, todos
convivem, se interconectam e formam a complexidade do real e a esplêndida diversidade
da vida.

Disponível em http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2015/01/25/a-intolerancia-no-brasil-
atual-e-no-mundo/ Acesso em Segunda-feira, 30 de outubro de 2017.
*colunista do JB online, filósofo e teólogo

Questão 1: A partir do texto “A intolerância no Brasil e no mundo”, assinale, a seguir, a


opção correta. (1,0 ponto)
O que se mostrou na última campanha eleitoral foi o preconceito “cordial-
passional”, tanto como ódio de classe (desprezo do pobre), como o de discriminação racial
(nordestino e negro Qual o sentido que Leonardo Boff (2017) atribui ao termo “cordial-
passional”?

(a) intuitivo
(b) seletivo
(c) pouco ou nada reflexivo, extremista.
(d) inovador
(e) sincero
Questão 2: (1,0 ponto)
Os homoafetivos e outros da comunidade LGBT são hostilizados até nos debates
oficiais entre os candidatos, revelando uma intolerância “intolerável”.
Explicite o posicionamento de Boff (2017) sobre a hostilidade aos homoafetivos e
a outros da comunidade LGBT.

(a) Boff (2017) se coloca a favor das manifestações de intolerância aos homoafetivos e a
outros da comunidade LGBT.
(b) Boff (2017) se posiciona contra as manifestações de intolerância aos homoafetivos e
a outros da comunidade LGBT.
(c) Boff (2017) se mostra indiferente em ralação às manifestações de intolerância aos
homoafetivos e a outros da comunidade LGBT.
(d) O posicionamento de Boff (2017) sobre as manifestações de intolerância aos
homoafetivos e a outros da comunidade LGBT não fica claro.
(e) Boff (2017) não se coloca a respeito das manifestações de intolerância aos
homoafetivos e a outros da comunidade LGBT.

Questão 3: (1,0 ponto)


“Isso obriga a todos a conviver com as imperfeições e as diferenças. E a sermos
tolerantes com os que não pensam e agem como nós...”
A que se refere o termo sublinhado?

(a) À condição real de implenitude de tudo que existe no universo.


(b) À intolerância
(c) À realidade
(d) À convergência
(e) À defeitos de construção.

Questão 4: Assinale o termo que pode substituir o elemento em destaque: (1,0 ponto)
“Assim eles se condenam à intolerância e passam a não reconhecer e a respeitar a
verdade do outro”.
(a) Portanto
(b) E
(c) Dessa forma
(d) Entretanto
(e) No entanto
Questão 5: Aproveite a charge abaixo para refletir sobre as constantes polarizações
extremadas (e dos conflitos que delas derivam) em que vivemos. (1,0 ponto)

TOLERÂNCIA INTOLERÂNCIA

Charge sem autoria nem título. Disponível em http://necesitodetodos.org/wp-content/uploads/2013/01/tolerancia-


intolerancia-necesitodetodos.jpg Acesso em: Segunda-feira, 30 de outubro de 2017.

Assinale a opção que pode ser associada à charge.

I – A imagem da zebra inteira faz jus à tolerância, tendo em vista a existência de duas
cores, ou seja, a possibilidade de uma convivência sem rupturas.
II – A imagem da zebra, dividida em metades, remete a lados opostos: a intolerância que
causa rupturas.
III – Tanto a primeira imagem quanto a segunda representam situações pacíficas de
convivência dentre a diversidade.

(a) Somente I está correta.


(b) Somente II está correta.
(c) Somente III está correta.
(d) I e II estão corretas.
(e) I e III estão corretas.
Questão 6: Leia o trecho a seguir. (1,0 ponto)

“Os homoafetivos e outros da comunidade LGBT são hostilizados até nos debates oficiais
entre os candidatos, revelando uma intolerância intolerável.”

Observe que a palavra em negrito e sublinhada está em consonância com o Atual


Acordo ortográfico. Ao prefixo “homo” foi adicionada a palavra “afetivo”. De acordo com
a regra, quando o prefixo termina por vogal e a palavra seguinte é iniciada também por
vogal, mas vogais diferentes, a palavra deve ser escrita sem o uso do hífen. Trata-se de
um trabalho de pesquisa, no intuito de estudar a norma culta da língua e de aplicar os
conhecimentos adquiridos em futuras produções textuais. Ao estudo!

Consulte os sites abaixo:


1) https://guiadoestudante.abril.com.br/redacao/entenda-as-mudancas-do-novo-acordo-ortografico/
2) https://www.infoescola.com/portugues/novo-acordo-ortografico-descomplicado-parte-i/

A seguir, leia as afirmações e faça o que se pede.


I) Se adicionarmos ao prefixo “co” a palavra “autor”, teremos, em consonância com o
Atual Acordo ortográfico, a palavra “co-autor”.
II) Se adicionarmos ao prefixo “sub”, a palavra “reino”, teremos, em consonância com o
Atual Acordo ortográfico, a palavra “subreino”.
III) Se adicionarmos ao prefixo “anti” a palavra “ética”, teremos, em consonância com o
Atual Acordo ortográfico, a palavra “antiética”.
IV) Se adicionarmos ao prefixo “infra” a palavra “estrutura”, teremos, em consonância
com o Atual Acordo ortográfico, a palavra “infraestrutura”.
V) Se adicionarmos ao prefixo “auto” a palavra “organização”, teremos, em consonância
com o Atual Acordo ortográfico, a palavra “autoorganização”.
VI) Se adicionarmos ao prefixo “ultra” a palavra “som”, teremos, em consonância com o
Atual Acordo ortográfico, a palavra “ultra-som”.
VII) Se adicionarmos ao prefixo “contra” a palavra “ataque”, teremos, em consonância
com o Atual Acordo ortográfico, a palavra “contra-ataque”.

Assinale a opção correta.


a) Todas as afirmações são verdadeiras.
b) Somente as afirmações II, III e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmações II, III, IV e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmações V, VI e VII são verdadeiras.
e) Somente as afirmações III, IV e VII são verdadeiras.
Questão 7: Leia o trecho a seguir e pesquise em sites especializados a correta utilização
dos porquês. (1,0 ponto)
Trata-se de um trabalho de pesquisa, no intuito de estudar a norma culta da língua
e de aplicar os conhecimentos adquiridos em futuras produções textuais. Ao estudo!

“É imperioso evitar a tolerância passiva, aquela atitude de quem aceita a existência com
o outro não porque o deseje e veja algum valor nisso, mas porque não o consegue evitar.”

Em que frase, a seguir, a utilização da palavra grafada em negrito e sublinhada


está adequada?

a) Eis porque os maiores progressos das ciências contemporâneas são obtidos quando o
observador é reintegrado à observação.” (MORIN, 2011).
b) Por quê eles são tão incapazes de examinar em termos científicos a relação entre saber
e poder?” (MORIN, 2011).
c) Ame o frágil e o perecível, por quê o mais precioso, o melhor, inclusive a consciência,
a beleza, a alma, são frágeis e perecíveis.” (MORIN, 2011).
d) “Toda a complexidade da realidade é reduzida aos seus elementos mais simples. É
reducionista porque reduz a capacidade de conhecimento dos seres humanos somente
ao enfoque científico.” (BOFF, 1998)
e) “É dualista porquê separa matéria e espírito, homem e mulher, religião em vida,
economia e política, Deus e mundo. O espírito vem ignorado ou isolado à esfera do
privado.” (BOFF, 1998)

Questão 8: (1,0 ponto)


Relacione as colunas com os sinônimos das palavras e assinale a opção correta.

1) introjetado ( ) cessação
2) implenitude ( ) falta
3) supressão ( ) grandiosa
4) hostilizado ( ) internalizar
5) pecha ( ) incompletude
6) esplêndida ( ) combatidos

a) 5, 3, 6, 1, 4, 2
b) 3, 5, 6, 1, 2, 4
c) 5, 4, 6, 2, 3, 1
d) 3, 6, 5, 1, 4, 2
e) 2, 5, 3, 4, 1, 2
Questão 9: Leia o trecho a seguir. (1,0 ponto)

“Sartre, entre outros, percebeu que nossa existência é, fundamentalmente,


confirmada pelo olhar do outro. Mas não é necessário ser um filósofo para chegar a essa
conclusão. Peter Senge relata que, entre certas tribos do Natal, na África do Sul, o
principal cumprimento é a expressão Sawu bona, que quer dizer “eu vejo você”. As
pessoas assim saudadas respondem dizendo Sikhona, que significa “eu estou aqui”. Ou
seja, começamos a existir quando o outro nos vê.
E mais: existe, entre tribos africanas que vivem abaixo do Saara, a ética ubuntu,
que vem da tradição umuntu ngumuntu nagabantu, que em zulu significa “uma pessoa
se torna uma pessoa por causa das outras”. Para esses povos, quando um indivíduo passa
por outro e não o cumprimenta, é como se houvesse recusado a vê-lo, o que significa
negar-lhe a existência.
Saber ver é, antes de mais nada, ver os nossos semelhantes.
(MARIOTTI, H. As paixões do ego. São Paulo: Palas Athena, 2000.)

Leia as afirmações e assinale a opção (opções) verdadeira(s).

I) Em “E mais: existe entre tribos africanas que vivem abaixo do Saara, a ética ubuntu [...]”,
a palavra sublinhada faz a ligação entre parágrafos e estabelece uma relação de oposição.
II) Em “Mas não é necessário ser um filósofo para chegar a essa conclusão [...]”, a palavra
sublinhada faz a coesão e estabelece uma relação de conclusão.
III) Em “Ou seja, começamos a existir quando o outro nos vê” [...], a expressão sublinhada
faz a coesão e demarca uma relação de esclarecimento.

a) I
b) I e II
c) II
d) II e III
e) III

Questão 10: (1,0 ponto)


Segundo Hawad e Abreu (2013, p. 73):

Na produção de textos, menos pode ser mais: menos quantidade


em certas situações, resulta em mais clareza e coerência. Por
isso, ‘não tenha dó nem piedade’ sempre que for necessário
suprimir de seu texto algum fragmento que não esteja
contribuindo para o bom funcionamento do conjunto. Em muitos
casos, a eliminação da redundância exige que façamos outros
ajustes no texto, além de simplesmente suprimir alguma parte.

Por exemplo, a expressão “elo de ligação” é redundante, pois, se é ‘elo’, só pode ser para
ligar algo a algo. A expressão “há dez anos atrás” também é redundante, haja vista que
o verbo haver já denota tempo decorrido. Trata-se de um trabalho de pesquisa, no intuito
de estudar a norma culta da língua e de aplicar os conhecimentos adquiridos em futuras
produções textuais. Ao estudo!

Assim, leia as frases a seguir e faça o que se pede.

I) Para ter a certeza de que serão tolerantes, é preciso repetir de novo o assunto.
II) Essa questão da intolerância deverá ser encarada de frente.
III) Quanto aos intolerantes, é preciso criar novos sentimentos no coração deles.
IV) São pequenos detalhes que revelam uma pessoa intolerante.
V) É parte integrante desse sujeito o sentimento preconceituoso.
VI) É preciso fazer planos para o futuro do planeta.
VII) É necessário apresentar um panorama geral da intolerância no Brasil
VIII) A solidariedade é, pois, o modo fundamental de desenvolvimento do potencial
humano.

Podemos afirmar que não há redundância:


a) em I, III e V
b) apenas em VIII
c) em II, IV e VI
d) apenas em VII
e) em III, V e VI

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