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JULHO, 2008
1. INTRODUÇÃO
Na sociedade primitiva cada indivíduo, para sobreviver precisava ter um conhecimento
concreto do seu ambiente, isto é, das forças da natureza, das plantas e dos animais que o
rodeavam. A civilização começou de fato quando o homem aprendeu a usar o fogo e outros
instrumentos para modificar o seu ambiente, o que para a humanidade no seu conjunto é
mesmo mais necessário do que nunca possuir um conhecimento inteligente do ambiente
em que vive. Com efeito, verificamos que existe uma influência decisiva do meio ambiente
sobre os seres vivos (ação) e destes sobre o meio (reação). Todos estes fenômenos
bioenergéticos se passam no seio de um único conjunto, a biosfera, verificando-se o
fornecimento de energia, exterior a este sistema, apenas sob a forma de radiação solar.
A escalada do progresso técnico humano pode ser medida pelo seu poder de controlar e
transformar a natureza. Quanto mais rápido o desenvolvimento tecnológico, maior o ritmo
de alterações provocadas no meio ambiente. Cada nova fonte de energia dominada pelo
homem produz determinado tipo de desequilíbrio ecológico e de poluição. A invenção da
máquina a vapor, por exemplo, aumenta a procura pelo carvão e acelera o ritmo de
desmatamento. A destilação do petróleo multiplica a emissão de gás carbônico e outros
gases na atmosfera. Com a petroquímica, surgem novas matérias-primas e substâncias não-
biodegradáveis, como alguns plásticos.
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naturais em escala concentrada, quebra as cadeias naturais de reprodução desses recursos e
reduz a capacidade da natureza de construir novas situações de equilíbrio.
A diferença de riqueza entre as nações contribui para o desequilíbrio ambiental. Nos países
pobres, o ritmo de crescimento demográfico e de urbanização não é acompanhado pela
expansão da infra-estrutura, principalmente da rede de saneamento básico. Uma boa
parcela dos dejetos humanos e do lixo urbano e industrial é lançada sem tratamento na
atmosfera, nas águas ou no solo. A necessidade de aumentar as exportações para sustentar
o desenvolvimento interno estimula tanto a extração dos recursos minerais como a
expansão da agricultura sobre novas áreas. Cresce o desmatamento e a superexploração da
terra. Quanto maior for o número de pessoas, maior será a exploração da atmosfera, da
água e do solo. Os efeitos globais da poluição gerada pelo desenvolvimento industrial já
são evidentes: em certos locais, as chuvas são ácidas e corrosivas; há dois grandes buracos
na camada de ozônio que envolve a Terra e teme-se que a temperatura esteja subindo em
todo o planeta, devido ao efeito estufa, provocado pela poluição atmosférica.
2. POLUIÇÃO
Do latim “POLUO” que significa sujar, o conceito de poluição está associado à idéia de
degradação de um bem natural, provocado geralmente pela ação negligente do Homem. A
poluição costuma ser definida, do ponto de vista ecológico, como qualquer alteração da
composição e das características do meio que cause perturbações nos ecossistemas. Essa
definição, entretanto não atende a objetivos práticos básicos ligados ao controle de
qualidade do meio ambiente. Por exemplo, a introdução de uma grande quantidade de água
doce, ainda que perfeitamente “limpa”, em um ambiente marinho, causa profundas
perturbações nos ecossistemas aí existentes. A água poluída (assim como o ar poluído por
poeira, vapores, fumaças) no sentido original do termo, baseado no sentimento estético
pode, pois, não causar distúrbios ecológicos, assim como distúrbios ecológicos bastante
profundos podem ocorrer em águas que não são poluídas, nesse mesmo sentido. Uma
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maneira realista de enfrentar as dificuldades acima expostas seria, pois, a de criar um
vínculo entre o conceito de poluição e a noção de utilidade da água.
Tipos de poluição:
Ambiente afetado: Água, ar, solo
Poluentes: químicos, físicos, biológicos, radiações
Totalidade da redução: degradáveis e não degradáveis
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A água pode ser vista e estudada sob diferentes dimensões:
Dimensão química - A água pura é formada por duas moléculas de hidrogênio e uma
molécula de oxigênio em ligações covalentes com ângulo espacial de 105° entre os átomos
de oxigênio e hidrogênio. Na natureza a água nunca está pura. Gases, inclusive oxigênio,
dióxido de carbono, nitrogênio, etc, estão dissolvidos entre as moléculas de água. Sais
como nitratos, cloretos e carbonatos, também se tornam partes da solução líquida. Sólidos
como poeiras, areias e restos de animais podem ser carregados em suspensão. Outras
substâncias químicas dão cor e gosto à água. Íons podem causar reações alcalinas ou ácidas
e as temperaturas variam de acordo com o local e a profundidade dos corpos d’água
influenciando o comportamento químico.
Dimensão biológica - Nos corpos de água, em meio á mistura química variada, existe uma
coleção extraordinária de vida vegetal e animal. Desde o fitoplâncton (vegetais) e
zooplâncton (animais) unicelulares até de grande porte existe todo o espectro de tamanhos
na água. Alguns particularmente os insetos podem viver diferentes estágios de vida tanto
dentro como fora da água. Mas cada categoria de biota tem um nicho particular e todos
necessitam de uma forma ou de outra da água para sobreviver.
Dimensão cultural - A água tem um valor importante para as populações tanto material
como emocional. Por exemplo, para os agricultores a presença de água em épocas críticas
pode significar a diferença entre o sucesso ou o fracasso. As cidades precisam de água para
beber, banhar-se, apagar fogos, embelezar jardins,etc. As indústrias usam água para resfriar
equipamentos, agregar à matéria prima, limpezas,geração de vapor, energia,etc. A água
pode ser meio de transporte para embarcações pequenas e grandes embarcações como
navios de carga, transatlânticos.
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3.2 USOS DAS ÁGUAS - O uso das águas pode ser dividido em dois grandes grupos:
GRUPO I – Impõe a retirada de água das coleções em que se encontram:
Abastecimento doméstico
Abastecimento industrial
Matéria prima para a indústria
Irrigação
GRUPO II – Não necessita a retirada de água das coleções em que se encontram:
Recreação (piscinas → exceção)
Fonte de proteína (preservação da flora e fauna)
Geração de energia
Transporte
Diluição de despejos
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4. Características físicas, químicas e biológicas da poluição
4.1 Temperatura - A temperatura tem efeito direto sobre as propriedades físicas, químicas
e biológicas de um corpo d’água, na medida que o aumento de temperatura acelera o
metabolismo microbiano, a decomposição da matéria orgânica presente e é um fator
importante de desoxigenação. O aumento de temperatura diminui a solubilidade dos gases
diminuindo as concentrações de oxigênio e dióxido de carbono dissolvido. Também
diminui a viscosidade e a densidade da água promovendo a sedimentação de sólidos
suspensos e causando assoreamento. As variações de densidade por aumento ou
diminuição de temperatura causam a estratificação térmica (fenômeno em que diferenças
de temperatura geram camadas d’água com diferentes densidades, constituindo uma
barreira física à mistura onde o calor não se distribui uniformemente) em corpos d’águas
como lagos o que pode acarretar zonas com pouco oxigênio dissolvido ou diminuição de
nutrientes. As diferentes temperaturas causam uma seletividade de espécies: Bactérias: <
20°C – Psicrófilas; 20°C a 55-65°C – Mesófilas;> 55°C< 65°C - Termófilas
As medidas de temperatura são realizadas por termômetros de inversão.
4.4 pH - indica o caráter ácido ou básico dos efluentes. Às águas superficiais possuem
geralmente um pH entre 4 e 9. As vezes são ligeiramente alcalinas devido à presença de
carbonatos e bicarbonatos. Naturalmente, nesses casos, o pH reflete o tipo de solo por onde
a água percorre. Em lagoas com grande população de algas, nos dias ensolarados, o pH
pode subir muito, chegando a 9 ou até mais. Isso porque as algas, ao realizarem
fotossíntese, retiram muito gás carbônico, que é a principal fonte natural de acidez da água.
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Geralmente um pH muito ácido ou muito alcalino está associado à presença de despejos
industriais. A determinação do pH é feita através do método eletrométrico, utilizando-se
para isso um pHmetro digital.
4.7 Oxigênio Dissolvido - O nível de oxigênio dissolvido em uma água determina o índice
expresso da qualidade sanitária desta. Águas saturadas de oxigênio podem estar
contaminadas, mas estão isentas de cargas orgânicas. A solubilidade do oxigênio é função
da temperatura, da pressão e da salinidade. O consumo de oxigênio se dá pela respiração
de bactérias que promovem a remoção de poluentes como matéria orgânica. A oxigenação
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de um corpo de água pode ser artificial, por tratamentos e recuperação dos rios e natural
por turbulências, fotossíntese.
A determinação do oxigênio pode ser feita pelo Método de Winkler ou por Sondas
Oximétricas.
4.8 Óleos e Graxas - A presença de níveis elevados de óleos e graxas em meios aquáticos
afeta diretamente o meio biológico, porque podem formar uma película superficial
causando um isolamento da coleção d’água do ar e pode causar anaerobiose. Os óleos e
graxas presentes no meio aquático podem ser originados da decomposição do plâncton,
decomposição de vidas superiores ou despejos urbanos e industriais emulsionados ou não.
Consideram-se óleos e graxas, compostos como ácidos graxos, sabões, ceras, óleos e
graxas. Os óleos e graxas podem ser determinados por gravimetria após extração em funil
de decantação ou Soxlet usando Hexano como solvente.
4.9 Matéria orgânica - A matéria orgânica está contida na fração de sólidos voláteis, mas
normalmente é medida de forma indireta pelas demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
e demanda química de oxigênio (DQO). A DBO mede a quantidade de oxigênio
necessária para que os microorganismos biodegradem a matéria orgânica. A DQO é a
medida da quantidade de oxigênio necessária para oxidar quimicamente a matéria
orgânica. A matéria orgânica ao ser biodegradada nos corpos receptores causa um
decréscimo da concentração de oxigênio dissolvido (OD) no meio hídrico, deteriorando a
qualidade ou inviabilizando a vida aquática. A matéria orgânica pode ser medida também
como carbono orgânico total (COT), sendo este parâmetro utilizado principalmente em
águas limpas e efluentes para reuso. Outros componentes orgânicos tais como os
detergentes, os fenóis e os óleos e graxas podem ser analisados diretamente.
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organismos aquáticos e a sua quantidade, em uma massa d’água, é de importância
fundamental no controle ecológico das algas. Despejos orgânicos, especialmente esgotos
domésticos, bem como alguns tipos de despejos industriais, podem enriquecer as águas
com esse elemento.
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4.12 Pesticidas - é o nome que geralmente se dá a todos os defensivos agrícolas, utilizados
na agricultura e no combate às pragas, que incluem outras designações particulares como
inseticidas, fungicidas, carrapaticidas, raticidas, herbicidas etc. A classificação dos
pesticidas é uma função do uso biológico, forma de uso (atrativos, fumegantes,
repelentes...) ou do grupamento químico mais importante da molécula. Podem ser
inorgânicos como os arsenicais, mercuriais, boratos, fluoretos; orgânicos sintéticos
(clorados, fosforados, carbamatos) ou orgânicos naturais como a Rotenona, pyretrim
nicotina. Os pesticidas inorgânicos são tóxicos ao homem, plantas e insetos. Os clorados
não são biodegradáveis e são persistentes formando depósitos na gordura de animais e no
homem sendo cumulativos. Os fosforados orgânicos são mais tóxicos e pouco persistentes
por serem facilmente hidrolisáveis.
A poluição das águas por pesticidas pode ser:
De forma direta pela aplicação do pesticida diretamente no corpo d’água. Por ex:, a
aplicação de BHC no combate ao borrachudo, caramujo da esquistossomose...
Indiretamente quando produtos específicos para combater pragas na lavoura são
aplicados na agricultura e carregadas para os cursos d’água
4.13 Metais – os metais podem ser considerados micro ou macro poluentes dependendo de
sua quantidade no resíduo líquido. O efluente industrial pode ser rico em um determinado
metal que deverá ser separado dos demais despejos. Os metais em concentrações elevadas
são tóxicos aos organismos dos corpos d’água. Tabela 05.
4.14 Biológicos – Coliformes – os corpos d”água são habitados normalmente, por muitos
tipos de bactérias, fungos, protozoários assim como por várias espécies de algas e de
peixes. Os microrganismos são importantíssimos porque consomem toda a carga poluidora
que lhe é lançada, sendo assim os principais responsáveis pela auto-depuração. Porém,
quando os corpos d’água recebem esgotos, eles passam a conter outros tipos de
microrganismos que não são naturais do meio e que podem ou não causar doenças às
pessoas que beberem dessa água. Um grupo importante, dentre elas, é o grupo das
bactérias coliformes. Os coliformes não são causadores de doenças; ao contrário, vivem no
interior do intestino auxiliando a nossa digestão, por isso tem uma grande importância para
a avaliação da qualidade da água. São as fezes das pessoas doentes que transportam, para
as águas ou para o solo, os microrganismos causadores de doenças. Assim, se a água
recebe fezes, ela pode muito bem estar recebendo patogênicos. Por isso, a presença de
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coliformes na água indica a presença de fezes e, portanto, a possível presença de seres
patogênicos.
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Tabela 2: Parâmetros químicos inorgânicos:
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14
Tabela 3: Parâmetros químicos orgânicos
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Utilizado em aplicações industriais cancerígeno
na produção de alumínio anodizado, aço
inoxidável, tintas, pigmentos, explosivos,
papel, fotografia;
Na forma de cromo trivalente é
utilizado em curti mento de couro.
Em águas naturais superficiais pode Doses elevadas
Níquel chegar a 0,1 mg/L; podem causar dermatites
Em áreas de mineração pode chegar nos indivíduos mais
a 11,0 mg/L; sensíveis, afetar nervos
Queima de combustíveis fósseis cardíacos e respiratórios.
Processo de mineração, fundição,
fusão e modelagem de ligas,
eletrodeposição;
Agentes secundários na fabricação
de alimentos, refrigerantes e sorvetes
aromatizados
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5. PROCESSOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES LÍQUIDOS
Os processos de tratamento a serem adotados, as suas formas construtivas e os materiais a
serem empregados são considerados a partir dos seguintes fatores: a legislação ambiental
regional; o clima; a cultura local; os custos de investimento; os custos operacionais; a
quantidade e a qualidade do lodo gerado na estação de tratamento de efluentes industriais;
a qualidade do efluente tratado; a segurança operacional relativa aos vazamentos de
produtos químicos utilizados ou dos efluentes; explosões; geração de odor; a interação com
a vizinhança; confiabilidade para atendimento à legislação ambiental; possibilidade de
reuso dos efluentes tratados (GIORDANO,1999). Os sistemas de tratamento de efluentes
são baseados na transformação dos poluentes dissolvidos e em suspensão em gases inertes
e ou sólidos sedimentáveis para a posterior separação das fases sólida/líquida. Sendo assim
se não houver a formação de gases inertes ou lodo estável, não podemos considerar que
houve tratamento.
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carvão ativado orgânicos lodo ativado
Oxidação Orgânicos e Ozônio Oxidação Oxidação parcial
química tóxicos contínuo ou em parcial ou para remover
batelada ou completa orgânicos mais
catálise com biodegradáveis
peróxido de
hidrogênio
Método Operação Remoção Área equipamento observações
biológico
Lagoa sem Facultativa Intermediária 10 a 60 Controle de
aeração ou anaeróbia dias de odor
retenção
Lagoa Mistura Alta no verão e 2 -5 m Aeradores Separação de
aerada completa ou baixa no prof. superficiais ou sólidos,
fluxo pistão inverno difusores desidratação
e disposição
Lodo Mistura Remoção maior 3- 6 m Aerador Excesso de
ativado completa ou de 90% prof. mecânico ou lodo que deve
fluxo pistão, difusores, ser seco e
reciclo de separação de disposto
lodo lodo
(sedimentador)
Filtro Aplicação Alta ou Discos Requer
biológico contínua intermediária plásticos separação de
remoção sólidos
dependendo da
carga aplicada
Anaeróbico Mistura Intermediário Requer coleta Requer lodo
completa com de gás ativado ou
reciclo, fluxo (metano) tratamento
ascendente ou aeróbio
descendente
UASB
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Para a avaliação da carga poluidora dos efluentes industriais e esgotos sanitários são
necessárias as medições de vazão in loco e a coleta de amostras para análise de diversos
parâmetros sanitários que representam a carga orgânica e a carga tóxica dos efluentes. Os
parâmetros utilizados são conjugados de forma que melhor signifiquem e descrevam as
características de cada efluente.
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Operações • Mistura Meios de tratamento
unitárias • Sedimentação em que se aplicam
Físicas • Flotação predominantemente
• Filtração forças físicas
Processos
Unitários QUÍMICOS BIOLÓGICOS
• Coagulação • Lodos ativados
• Floculação • Filtros biológicos
• Adsorção • Digestão anaeróbia
• Troca iônica
• Cloração
Tipos de Tratamento
T. primário • Equalização
• Flotação
• Sedimentação
T. terciário
• Micropeneiras
• Filtração
• Precipitação e coagulação
• Adsorção (carvão ativado)
• Troca iônica
• Eletrodiálise
• Osmose reversa
• Ozonização
• Cloração
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A seleção do processo de tratamento ou seqüências de tratamento depende:
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5.2.1 Dispositivos de Medição de Vazão - Dependendo da natureza da indústria (anexo 1)
e do uso da água projetado, pode haver vários constituintes na água e podem ser removidos
antes da descarga. Isto pode ser sumarizado como:
9 Orgânicos solúveis
9 Sólidos suspensos
9 Traços de orgânicos. Ex: fenol
9 Metais, cianetos e orgânicos tóxicos
Dispositivos simples: para pequenas vazões, como por exemplo, cubagem, onde se
anota o tempo que a água leva para encher um recipiente de volume conhecido. Como a
vazão é o volume em função do tempo, é só dividir o volume do recipiente pelo tempo que
se levou para enchê-lo. Se não se conhece o volume do recipiente, faz-se uma marca no
recipiente, anota-se o tempo e depois se vai aferir o volume em outro local. Em indústrias
modernas há hidrômetros em cada seção para se controlar o consumo de cada seção da
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indústria ou etapa do processo. Aproveitam-se as medições parciais obtidas por estes
hidrômetros em cada ramal ou seção para se chegar à vazão total.
Vertedores: Para cada faixa de vazão deve-se adotar um tipo de vertedor, com o seu
formato e equação específica.
1. vertedor retangular sem restrição ou contração Q > 20 m3/h (usado para grandes
vazões)
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coletora de efluentes. Os traçadores são utilizados também para se conhecer as zonas de
dispersão de efluentes lançados em rios ou em emissários submarinos.
Desarenador
Fase sólida
Fase sólida
A remoção dos sólidos grosseiros é feita freqüentemente por meio de grades, mas podem-
se usar também peneiras hidrodinâmicas, peneiras rotativas ou trituradores. O objetivo
deste pré-tratamento é principalmente proteger unidades de tratamento subseqüentes e
equipamentos como bombas e dispositivos de condução dos efluentes como tubulações,
além da proteção dos corpos receptores.
São os processos que basicamente removem os sólidos em suspensão sedimentáveis e
flutuantes através de processos físicos, tais como:
Gradeamento;
Peneiramento;
Separação de óleos e gorduras;
Sedimentação;
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Flotação;
São processos físicos também aqueles capazes de remover a matéria orgânica e inorgânica
em suspensão coloidal e reduzir ou eliminar a presença de microrganismos tais como:
Processos de filtração em areia;
Processos de filtração em membranas (micro filtração e ultrafiltração);
5.3.1.3 Separação água/ óleo - O processo de separação é um processo físico que ocorre
por diferença de densidade, sendo normalmente as frações oleosas mais leves recolhidas na
superfície. No caso de óleos ou borras oleosas mais densas que a água, esses são
sedimentados e removidos por limpeza de fundo do tanque. Este processo não é capaz de
remover óleo emulsionado, sendo utilizado na etapa preliminar dos sistemas de tratamento.
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5.3.1.4 Sedimentação - O processo de sedimentação é uma das etapas de clarificação,
devendo ser aplicado conforme as características de cada efluente e do processo de
tratamento. No caso dos processos que gerem lodos orgânicos deve-se evitar a
permanência exagerada desses no fundo dos decantadores para reduzir a sua anaerobiose e
a conseqüente formação de gases que causam a flutuação de aglomerados de lodos. A
sedimentação é um processo físico, logo se deve evitar nos decantadores as condições para
ocorrência da atividade microbiana.
Nos casos de lodos originados nos processos químicos ou com efluentes originados em
processos industriais inorgânicos pode-se admitir um tempo de retenção maior dos lodos
no fundo dos decantadores. Os decantadores apresentam diversas formas construtivas e de
remoção de lodo, com ou sem mecanização. Os decantadores podem ser circulares ou
retangulares, com limpeza de fundo por pressão hidrostática ou com remoção de lodo
mecanizada por raspagem ou sucção. No caso da presença de escumas (materiais
flutuantes), é necessário um removedor de escuma.
5.3.2.1 Equalização
O objetivo da equalização é minimizar ou controlar as flutuações nas características dos
efluentes e também de vazão, proporcionando um fluxo contínuo e com características
definidas para a estação de tratamento de efluentes. O tanque de equalização é projetado
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para atender a um ciclo de produção e a mistura é usualmente requerida para prevenir
sedimentação de sólidos e homogeneizar adequadamente os resíduos. Como alternativa
pode-se utilizar aeração para oxidar compostos reduzidos.
A homogeneização pode ser feita por:
• distribuição do fluxo de entrada
• misturador por turbilhonamento
• aeração por difusores
• aeração mecânica
5.3.2.2 Neutralização
Muitos rejeitos industriais contêm materiais ácidos ou alcalinos que necessitam
neutralização antes de serem enviados a estação de tratamento físico- químico ou
biológico. Para um tratamento biológico o pH ideal deve ser mantido entre 6,5 e 8,5 para
que haja uma atividade biológica ótima. Nesta etapa o controle automático de pH facilita o
controle de qualidade do tratamento de efluentes.
Os colóides possuem propriedades elétricas que criam uma força repelente e evitam a
aglomeração e sedimentação. Os íons estabilizados são altamente adsorvidos a uma
camada interna que possui uma carga que varia com a valência (número de oxidação) e o
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número de íons adsorvidos. Os íons de cargas opostas formam uma camada difusa fora que
está segurando próximo à superfície por forças eletrostáticas. O potencial Zeta é a
diferença de potencial que se instala entre cada colóide e o líquido suspenso.
a) Mecanismo da coagulação
Os processos físico-químicos são baseados na desestabilização dos colóides por
coagulação seguido de floculação e separação das fases por sedimentação ou floculação. A
desestabilização dos colóides pode ser conseguida por diferentes meios: o calor, a agitação,
agentes coagulantes químicos, processos biológicos, eletrocoagulação.
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c) Auxiliares de coagulação
Alguns compostos são utilizados como ajudante de coagulação (floculantes) pois
aumentam o tamanho do floco e auxiliam na precipitação.
♦ A sílica ativada é uma cadeia polimérica pequena que serve para juntar micro
partículas de alumínio hidratado. Em altas dosagens a sílica pode inibir a formação dos
flocos por suas propriedades eletronegativas. A dosagem normal está entre 5 e 10 mg/L.
♦ Os polieletrólitos são polímeros de alo peso molecular que contêm grupos
adsorventes e formam pontes entre as partículas ou cargas dos flocos. Eles não são
afetados pelo pH e podem servir como coagulante por reduzir os efeitos das cargas dos
colóides. Podem ser de três tipos: catiônicos, aniônicos e não iônicos.
♦ Catiônicos – que adsorvem um colóide negativo ou partícula coagulada
♦ Aniônicos – que substituem os grupos aniônicos em uma partícula coloidal e
permitem uma ligação de hidrogênio entre o colóide e o polímero.
♦ Não iônicos – que adsorvem e floculam por pontes de hidrogênio entre a superfície
dos sólidos e os grupos polares no polímero.
5.3.2.4 Sedimentação
A sedimentação é empregada para a remoção dos sólidos suspensos. O processo pode ser
considerado em três classificações dependendo da natureza dos sólidos presentes na
suspensão: discreto, floculento e por zonas.
Sedimentação discreta – Partícula discreta é aquela que não perde sua identidade ao
longo do percurso de queda. A sedimentação discreta pode ser analisada através das leis
clássicas de Newton e Stokes, onde a velocidade final de uma partícula discreta em
sedimentação em um líquido é constante, porque a força de atrito de atrito de iguala a força
gravitacional.
Conceito de tanque de sedimentação de fluxo ideal – a sedimentação discreta de uma
partícula pode ser analisada através de um tanque de fluxo horizontal com velocidade de
escoamento horizontal constante (V).
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L
Q
Velocidade do fluxo = sendo que : Q – vazão em m3/h e A’ é a área transversal ao
A'
fluxo:
V L V VS
= então: =
VS H L H
Q = VA ' = VWH e V = V S (L H )
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L
Q = VS xWH Q = VS LW = VS A
H
Q
VS =
A
amostragem
Exemplo:
Os resultados de um teste de sedimentação efetuada numa suspensão conduziram aos
valores apresentados abaixo. Plotar o perfil acumulado da velocidade de sedimentação, e
calcular a fração de partículas removidas para uma taxa de aplicação superficial de v0 =
1m/h.
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Amostra Profundidade de Tempo de SS ma amostra
coleta (m) amostragem (h) (mg/L)
1 0,0 0,0
2 0,0 0,0 222
3 0,0 0,0
4 1,0 1,0 140
5 1,0 3,0 108
6 1,0 6,0 80
7 2,0 1,0 142
8 2,0 3,0 110
9 2,0 6,0 106
10 3,0 1,0 142
11 3,0 3,0 130
12 3,0 6,0 124
13 4,0 1,0 147
14 4,0 3,0 126
15 4,0 6,0 114
Solução:
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Amostra Velocidade (m/h) Fração remanescente
4 1,0 0,63
5 0,33 0,49
6 0,17 0,36
7 2,00 0,64
8 0,67 0,60
9 0,33 0,48
10 3,00 0,64
11 1,00 0,59
12 0,50 0,56
13 4,00 0,66
14 1,33 0,57
15 0,67 0,51
0,7
Fração remanescente
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 1 2 3 4 5
velocidade de sedimentação (m/h)
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b) Determinar a fração de partículas removidas
Pela figura acima se tem que 0,57 das partículas tem uma velocidade inferior a 1,0 m/h .
Assim a fração removida destas partículas é 1-0,57 = 0,43 ou 43%.
Portanto para a taxa superficial de 1,0 m3/m2/h remove-se 54% dos sólidos.
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Sedimentação floculenta – As partículas se aglomeram, formando flocos que tendem a
crescer de tamanho à medida que sedimentam. Com o aumento dos flocos, aumenta a
velocidade de sedimentação. Assim na sedimentação floculenta, a velocidade não é
constante.
Como a floculação ocorre na medida em que as partículas se dirigem para o fundo, quanto
mais chance de contato elas tiverem maior será a formação de flocos e a velocidade. Em
decorrência disto, a sedimentação floculenta tem sua eficiência aumentada com o aumento
da profundidade H, no tempo t.
Exemplo:
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2,0 20 34 44 51 56 60 62 64
3,0 19 27 37 45 51 57 60 68
Solução:
As porcentagens de remoção são calculadas com base na concentração inicial C0 e na
concentração no instante da amostragem. Assim, por exemplo, se a concentração inicial
fosse 200 mg/L e a concentração na profundidade e instante da amostragem fosse 132
mg/L, a eficiência de remoção seria (200-132/200 = 0,34=34%)
37
V = Q ⋅ tr V = 166,67 m3
38
Ponte raspadora de decantador
39
concentração em pHs acima destes valores. Também podem ser removidos pela
precipitação com sulfetos, formando sulfeto metálico que é insolúvel.
Para muitos metais como o cádmio e o arsênio a co-precipitação com ferro e alumínio é
altamente efetiva para remoção de níveis bastante baixos.
Em alguns casos o metal deve ser primeiramente reduzido par depois ser precipitado em
uma forma mais estável. Como exemplo, o cromo hexavalente é primeiramente reduzido
para cromo trivalente e depois sedimentado em meio alcalino com cal ou soda cáustica. Os
agentes redutores para o cromo em geral são ferro, meta bissulfito de sódio ou dióxido de
enxofre.
Cr 6 + + Fe 2+ → Cr 3+ + Fe 3+
Cr 3+ + 3OH − → Cr( OH )3 sólido
5.3.2.6 Flotação
A flotação é usada para remover sólidos suspensos e óleos e graxas, quando a densidade
dos sólidos é menor que a densidade do líquido. Uma quantidade de ar é misturada à massa
de sólidos suspensos que ficam bem mais leves que a água e sobem à superfície de onde
são removidos. Para isto é usado um compressor de ar e um sistema de flotação onde
acontece a mistura. Nos flotadores há uma remoção de sólidos por um sistema de raspador
superficial.
40
Flotação e componentes necessários para a flotação
A flotação se dá com a mistura de ar ao esgoto bruto sob pressão. A saturação de ar na
água é diretamente proporcional a pressão e inversamente proporcional à temperatura. A
quantidade de ar liberada para a solução quando a pressão é reduzida:
(cm3/L).
Sa – saturação a pressão atm (cm3/L)
P – pressão absoluta
Pa – pressão atm
A solubilidade do ar em águas industriais pode ser menor que na água.
fP A Sa R
S = Sa − 1 f – fator de saturação no tanque de retenção =
Pa S SS Q
41
Esquema de um flotador
42
5.3.2.7 Produção e desidratação de lodos
A produção de lodos é função dos sólidos sedimentáveis e suspensos que caracteriza o
efluente bruto, do tipo de coagulação e floculação empregado (precipitação natural ou
precipitação química), da dosagem de produtos químicos (coagulantes ou floculantes)
utilizados e do tipo de clarificador (sedimentação ou flotação).
43
44
Bibliografia Consultada
1. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (APHA), AMERICAN WATER
WORKS ASSOCIATION, WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard Methods
for the examination of water and wastewater. 20ª ed., WASHINGTON, D.C.: APHA,
AWWA, WEF, 1998, 1157p.
2. CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre
tecnologia de controle – Abate de bovinos – NT-12. São Paulo, 1986, 19 p.
3. CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre
tecnologia de controle – Indústria de laticínios – NT-17. São Paulo, 1990, 20 p.
4. CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre
tecnologia de controle. Indústria Têxtil – NT-22. São Paulo, 1992, 31 p.
5. CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre
tecnologia de controle – Indústria de pigmentos – NT-32. São Paulo, 1995, 29 p.
45
6. ECKENFELDER Jr, W.W., “Water Pollution Control”; Jenkins book publishing co.,
Austin and New York ,1970.
7. GIORDANO, G. Avaliação ambiental de um balneário e estudo de alternativa para
controle da poluição utilizando o processo eletrolítico para o tratamento de esgotos. Niterói
– RJ, 1999. 137 p. Dissertação de Mestrado (Ciência Ambiental). Universidade Federal
Fluminense, 1999.
8. GIORDANO, G. Análise e formulação de processos para tratamento dos chorumes
gerados em aterros de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro – RJ, 2003. 257 p. Tese de
Doutorado (Engenharia Metalúrgica e de Materiais) PUC-Rio, 2003.
9. GRADY Jr, C.P.L. e Lin, H.C. Biological wastewater treatment, Pollution
engineering and technology, New York: Marcel Decker, inc, 1980, 963p.
10. IMHOFF, K.R. e Karl. Manual de tratamento de águas residuárias. São Paulo:
Editora Edgard Blücher Ltda, 1986, 301p.
11. METCALF & EDDY – Wastewater Engineering: Treatment and Reuse. 4a
ed.Boston: Mc Graw Hill, 2003, 1819 p.
12. RAMALHO, R.S. Tratamiento de aguas residuales. Barcelona: Editorial Reverté
S.A., 1991, 705 p.
13. SAWYER C.N., McCarty P.L, PARKIN, G.F. “Chemistry for Environmental
Engineering and Science” – 5a edition - International Editions; Mc Graw - Hill
Higher Education, Boston (USA) 2004.
14. CHERNICARO, C.A.L. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias.
UFMG: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, 1997. v. 5, 246p.
15. ECKENFELDER, J.W.W. Industrial water pollution control. Second Edition.
MacGraw – Hill Book Company, p. 53 – 67. 1989.
16. JORDÃO, E. P.; PESSOA, C.A. Tratamento de esgotos domésticos. 3ª ed., Rio de
Janeiro: ABES, 1995, 720p.
17. KARL&KLAUS, R. IMHOFF, Manual de Tratamento de Água Residuária.
18. MASSARO, Sérgio & PONTIM, Joel Arnaldo. O que é poluição química.
Brasiliense, 1989.
19. SPERLING, M. V. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias -
lagoas de estabilização. UFMG: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental,
1996. v.3, 134p.
20. SHREVE, Norris. R e BRINK, Joseph Jr. Indústria de Processos Químicos, Ed.
Guanabara
46
5.3.3 TRATAMENTO SECUNDÁRIO – PROCESSOS BIOLÓGICOS
O tratamento secundário envolve fenômenos biológicos. Depende dos fatores físico-
químicos com a temperatura do meio, pH, concentração de oxigênio dissolvido.
47
Os sistemas de tratamento fazem uso dos organismos da cadeia trófica, ou de parte deles,
para de maneira artificial, imitar a natureza e depurar os resíduos industriais que poderiam
causar poluição.
Os flocos biológicos em excesso, chamado de excesso de lodo, são retirados dos sistemas
de tratamento e submetidos a processos de secagem natural ou mecanizada.
48
a) Fatores ambientais in terferentes:
a.1 Temperatura – os microrganismos sobrevivem em uma determinada faixa de
temperatura e a solubilidade do oxigênio diminui com a elevação da temperatura.
a.2 pH – ligado diretamente à velocidade de reação enzimática para as bactérias que atuam
no intervalo de 6 a 8, sendo que os fungos atuam a pH mais baixos, em torno de 4,5.
a.6 Substâncias tóxicas – podem causar efeito tóxico e impedir certo grupo de bactérias
de se multiplicarem.
a.7 Carga orgânica – apesar de ser o substrato dos organismos pode ser um fator
limitante.
49
8 CH 2 O + NH 3 + 3 O 2 → C 5 H 7 NO 2 + 3 CO 2 + 6 H 2 O + Energia
matéria orgânica material celular
C 5 H 7 NO 2 + 5 O 2 → 5 CO 2 + NH 3 + 2 H 2 O + Energia
material celular
50
As duas curvas são simétricas, em imagem de espelho:
∆S
= − KS
∆t
51
Reator de fluxo pistão: S = S 0 e − Kt
S0
Reator de mistura perfeita: S=
(1 + Kt )
O principal modo de reprodução das bactérias é por fissão binária, quando a célula atinge
um determinado tamanho divide-se em duas, as quais irão gerar novas células
progressivamente até 2n. Assim, ao inocular um volume líquido com uma certa quantidade
de células bacterianas e uma quantidade limitada de substrato, o número de bactérias
presentes ao longo do tempo progredirá segundo uma curva típica de crescimento
bacteriano (escala vertical logarítimica).
52
♦ Fase de adaptação – período de adaptação enzimática das bactérias ao substrato
fornecido.
♦ Fase de crescimento exponencial – as células se dividem numa taxa constante, plotado
em escala logarítmica o número de células cresce linearmente.
♦ Fase estacionária – o alimento começa a escassear no meio, a taxa de crescimento é
igual a taxa de mortandade. Assim o número de células se mantém temporariamente
constante.
♦ Fase de declínio ou mortandade – a disponibilidade de substrato no meio é bastante
reduzida, nestas condições, prevalecem as características da respiração endógena.
∆X
= µX
∆t
53
Onde: X – concentração de microrganismos no reator (SSV) (mg/L)
µ - taxa de crescimento específica (dia-1)
t – tempo (dias)
Quando o substrato apresenta-se em baixa concentração, a taxa de crescimento é
proporcionalmente reduzida. A matéria carbonácea é, nos esgotos, usualmente o fator
limitante do crescimento.
Monod, em seus clássicos estudos com culturas bacterianas, apresentou uma relação da
taxa de crescimento específico em função da concentração do substrato:
S
µ = µ máx
Ks + S
Nutriente limitante é aquele que, caso seja reduzida sua concentração, implicará num
decréscimo da taxa de crescimento populacional. Por outro lado, caso a concentração de S
principie a aumentar, a população de microrganismos aumentará. No entanto, caso S
continue a aumentar, chegará a um ponto em que passará a ser tão concentrado no meio,
não mais sendo limitante para o crescimento populacional.
54
Para o tratamento aeróbio (Metcalf & Eddy, 1991):
µmáx = 1,2 a 6 d-1
KS = 25 a 100 mgDBO/L
KS = 15 a 70 mgDQO/L
55
2. Decaimento bacteriano
∆X
= − K d .X
∆t
ou
∆X S
= µ máx X − Kd X
∆t KS + S
PRODUÇÃO DE SÓLIDOS
56
∆X ∆S
=Y
∆t ∆t
♦ Tratamento aeróbio:
Y= 0,4 a 0,8 g SSV/g DBO removida (Metcalf e Eddy, 1991)
Y = 0,3 a 0,7 g SSV/g DQO removida ( EPA, 1993)
♦ Tratamento anaeróbio:
Y= 0,15 g SSV/g DQO removida ( Bactérias acidogênicas) (van Haandel e Lettinga,
1994)
Y= 0,03 g SSV/g DQO removida ( Bactérias metanogênicas) (van Haandel e Lettinga,
1994)
2. Produção Líquida
∆X ∆S
=Y − Kd X
∆t ∆t
57
5.3.3.1 TIPOS DE TRATAMENTO
O tratamento biológico pode ser classificado quanto a:
a) Presença ou ausência de oxigênio dissolvido livre no meio: organismos aeróbios e
organismos anaeróbios;
b) A biomassa: fixa e suspensa
c) Tipo de fluxo nos reatores: mistura completa, fluxo em pistão e fluxo disperso.
58
B) Tipo de estruturas dos agregados de microroganismos: Na floculação os
microrganismos formam microestruturas em formato de flocos microestruturas e na
granulação as microestruturas são em formato de grânulos: lagoas anaeróbias e digestores
anaeróbios; reator anaeróbio de fluxo ascendente.
c) A carga orgânica:
Baixa taxa - tanques sépticos, digestor anaeróbioAlta taxa - Filtros anaeróbios, digestores
anaeróbios, reatores anaeróbios de fluxo ascendente (UASB), lagoas de estabilização
anaeróbias: 2 a 5 dias, prof. (2-5m), remoção de 50 a 70%
59
♦ Tanque séptico de câmara única
♦ Filtro anaeróbio
60
♦ Digestor anaeróbio de fluxo ascendente (UASB)
61
à capacidade de tratamento das unidades. Conforme as necessidades locais, as alternativas
citadas podem ser utilizadas complementarmente entre si, para atender ao maior rigor legal
ou para efetiva proteção do manancial hídrico, a critério do orgão fiscalizador competente.
Dimensionamento:
O ranque séptico deverá ser projetado de modo que suas dimensões atendam à descarga
afluente e permita manutenção prática e econômica.
Volume:
V = V1 + V2 + V3
onde:
V1 – volume decorrente do tempo de retenção hidráulica: V1 = NCT
N – número de contribuintes;
C – contribuição em litros por pessoa, por dia;
T – período de retenção em dias
62
V3 – volume correspondente ao lodo em digestão
Tabela 1 – Contribuições unitárias de esgotos (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e
de ocupantes
Prédio Unidade Contribuição (L/dia)
Esgotos (C) Lodo fresco
(lf)
1- Ocupantes permanentes
Hospitais Leito 250 1,00
Apartamentos Pessoa 200 1,00
Residências Pessoa 150 1,00
63
Volume mínimo da câmara de decantação – 500 litros
Período de armazenagem do lodo digerido – mínimo de 10 meses ou 300 dias
Período de digestão do lodo – 50 dias
V = N (CT + 100 Lf )
64
Tipos e formas:
a) Fossa séptica de câmara única
b) Fossa séptica de duas câmaras em série
c) Fossas sépticas retangulares ou prismáticas
d) Fossas sépticas cilíndricas
65
66
67
5.3.3.1.2 TRATAMENTO AERÓBIO
São fenômenos associados á oxidação da matéria orgânica presente em despejos (DBO ou
DQO), na presença a de oxigênio livre no meio.
DBO
LN (Nitrogênio)
D
B
O
Lo
DBO
(Carbono)
tc
(
Matéria orgânica + a' O2 + N + P células K)
→ a novas células + CO2 + H 2 O + resíduo
Células + b' O2
→
b
CO2 + H 2 O + N + P + resíduo
68
♦ Biosorção de matéria orgânica solúvel pelos microrganismos, que é o resultado de
reações enzimáticas complexas ou é um fenômeno superficial de adsorção na superfície
das bactérias.
69
LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO
As lagoas de estabilização são sistemas de tratamento biológico que convertem o conteúdo
orgânico do esgoto em compostos mais estáveis e de forma menos agressiva pela simbiose
entre algas e bactérias. Podem ser classificadas com respeito ao tipo de atividade biológica
que ocorre na lagoa em: anaeróbias, facultativas e de maturação (von Sperling, 1996).
As lagoas facultativas com profundidades que variam entre um e dois metros podem ser do
tipo facultativa primária que recebe esgoto bruto ou facultativa secundária que recebe
esgoto já sedimentado e ou pré-estabilizado em lagoa anaeróbia. Estas lagoas apresentam
três zonas verticais distintas: aeróbia (superfície), facultativa e anaeróbia (camada de
fundo).
Nas lagoas facultativas, as algas e as bactérias não competem pelo mesmo substrato, suas
atividades estão inter-relacionadas. Quando em ambiente aeróbio, as bactérias
metabolizam a matéria orgânica convertendo em dióxido de carbono e água. As algas por
sua vez utilizam o dióxido de carbono, água, amônia e outros compostos inorgânicos para a
síntese celular, liberando oxigênio para o meio líquido. A sua concentração é mais elevada
do que a de bactérias, fazendo com que o líquido na superfície da lagoa seja
predominantemente verde. Constituem um grupo de organismos uni ou pluricelulares,
móveis ou imóveis, dotados de pigmento fotossintético, a clorofila. A clorofila a está
presente em todas as algas, assim como em todos os outros organismos fotossintéticos. Em
termos de sólidos de suspensão base seca, a concentração é usualmente inferior a
200.mg.L-1, embora em termos de números as algas possam atingir contagem na faixa de
104 a 106 por mL. (Von Sperling, 1996; Kellner e Pires, 1998).
70
Os principais tipos de algas encontrados nas lagoas de estabilização são as clorofíceas
(algas verdes) cujos principais gêneros são as Chlamydomonas, Euglena e Chlorella e as
cianofíceas (algas azuis) do gênero Oscillatoria, Phormidium, Anacystis e Anabaena. As
Chlamydomonas e Euglena tendem a serem dominantes no período frio e, têm a
capacidade de locomoção (flagelos). As algas azuis nunca apresentam organelas de
locomoção, mas podem se deslocar por deslizamento. Elas podem proliferar em qualquer
ambiente onde haja apenas CO2, N2, água, alguns minerais e luz. São típicas de situações
com baixos valores pH e pouco nutrientes no esgoto. Nestas condições as algas verdes, não
encontram ambiente favorável e podem servir de alimento a outros organismos, como
protozoários.
71
SISTEMA DE LAGOAS (ANAERÓBIA + FACULTATIVAS)
LAGOAS AERADAS
Nas lagoas aeradas predomina os microrganismos aeróbios. O oxigênio é fornecido atarvés
de mecanismos de troca entre o ar e o meio líquido por ação forçada de aeradores ou
injetores de ar. Nestas lagoas a produção de lodo é alta necessitando sedimentação,
adensamento e disposição do lodo biológico.
LODOS ATIVADOS
Os lodos ativados são sistemas de depuração biológica por via aeróbia, a carga orgânica é
depurada por microrganismos heterogêneos que vêm a constituir o floco biológico,
denominado lodo ativado. É constituído basicamente por um reator biológico, aerado
artificialmente, e um sedimentador onde ocorre a sedimentação dos flocos biológicos.
Entre os microrganismos que compõem o lodo biológico predominam as bactérias
saprófitas, e em menor número os protozoários e vermes.
72
Além da relação A/M é importante também a biodegradabilidade específica dos efluentes.
A formação do lodo biológico é fundamentada na presença de compostos de N, P
(nutrientes) e Ca, Mg, S, Fé, Cu, Zn, Cr, Co e Mn (micronutrientes)
a) alta carga:
• ocupa menor área, devido ao menor tempo de retenção (4 a 10 h),
• carga mássica aplicada: 0,5 a 0,8 kg DBO/kg SSV
• carga volumétrica: 1,5 a 3,0 kg de DBO/m3
• caracteriza lodo biológico jovem com baixa sedimentabilidade
• índice volumétrico de lodo alto
• os microrganismos necessitam de um alto volume de oxigênio
b) média carga:
• tempo de retenção de 8-12 horas
• carga mássica aplicada: 0,2 a 0,5 kg DBO/kg SSV
• carga volumétrica: 0,6 a 1,5 kg de DBO/m3
• lodo bem floculado, boa decantabilidade e IVL baixo
c) baixa carga:
• tempo de retenção de 12 a 36 horas
• carga mássica aplicada: 0,07 a 0,2 DBO/kg SSV
• carga volumétrica: 0,35 a 0,6 de DBO/m3
• característico de respiração endógena
• alta sedimentabilidade, baixo IVL, lodo denso
73
d) aeração prolongada:
• tempo de retenção acima de 36 horas
• valores baixos de carga mássica de carga volumétrica
• operam na fase de respiração endógena
• lodo biológico é pouco floculado, decanta rapidamente
• sistema resistente a choque de carga
74
Lodo ativado de curtume
75
Lodo ativado do tipo aeração prolongada – valos de oxidação
Com o andamento dos estudos constatou-se que em torno do material de recheio do leito
percolador, se formava uma película gelatinosa constituída predominantemente por
substância orgânica coloidal que serve como habitat das colônias heterogêneas de
microrganismos.
76
1 – partida do sistema 3 – crescimento da película
2 – formação da película coloidal 4 - ruptura
Interior de um filtro biológico – meio filtrante como malha e o afluente sendo distribuído
INJEÇÃO DE AR NOS SISTEMAS AERADOS:
A injeção de ar na água tem o objetivo de introduzir oxigênio na água, provocar
turbulência na mistura e evitar a sedimentação do lodo. Existem muitos tipos de aeradorese
difusores
77
♦ Aeração por equipamento de difusão
♦ Aeradores de superfície
♦ Aeradores de fluxo radial, fluxo axial
♦ Aeradores injetores
♦ Aeradores estáticos
78
79
TRATAMENTO TERCIÁRIO
O tratamento terciário é o tratamento de polimento ou a remoção de compostos mais
resistentes.
Podem ser biológicos e/ou físico-químicos:
a) Nitrificação e desnitrificação
Nitrificação: oxidação biológica da amônia para nitrato em meio aquoso. Esta reação se dá
por meio de bactérias denominadas nitrossomonas e nitriobacter.
As nitrossomonas transformam a amônia em nitrito segundo a reação:
2 NO2− + O2 ação
→ 2 NO3−
bacteriana
Com trata-se de uma oxidação, ambas as etapas de nitrificação, é considerável, por isso só
pode ocorrer de forma mais completa em sistemas onde exista uma grande oferta oxigênio,
pois a oxidação da matéria orgânica carbonada é concorrente direta da oxidação do
nitrogênio e vice-versa.
80
um agente redutor e a ausência de oxigênio na presença de bactérias facultativas. Estas
bactérias tanto podem utilizar oxigênio molecular como aquele ligado a determinadas
moléculas como o nitrato por exemplo. A desnitrificação se dá de acordo com a seguinte
reação:
2 NO3− + 12 H + + e − bactérias
→ N 2 + 6 H 2 O
facultativas
O doador de elétrons pode ser a matéria orgânica incidente ou uma fonte externa que pode
ser etanol ou ácido acético.
b) Remoção de fósforo
O fósforo pode ser removido quimicamente por precipitação com cálcio, ferro ou alumínio,
dependendo do pH do meio. A precipitação com cálcio forma a hidroxiapatita
[Ca5OH(PO4)3]
O fósforo como o nitrogênio é assimilado pelas bactérias e removido da água pelo excesso
no lodo. O decréscimo de fósforo está intimamente ligado ao excesso de lodo biológico
produzido.
PO43-
81
2. Físico-químicos: a remoção pode ser por adsorção, troca iônica, precipitação,
filtração, osmose reversa
A) Adsorção
Uma superfície sólida em contato com uma solução tende a acumular uma camada
superficial de moléculas solúveis em função do desequilíbrio de forças. A adsorção pode
ser física ou química:
Adsorção física: resulta da condensação molecular nos capilares do sólido.
Adsorção química: resulta na formação de uma camada monomolecular de moléculas na
superfície
Em geral, substâncias, com alto peso molecular, são mais facilmente adsorvidas.
A adsorção se dá pela formação de um equilíbrio da concentração, seguido por baixa
difusão do adsorvido nas partículas do adsorvente.
A taxa de adsorção é controlada pela taxa de difusão das moléculas do soluto dentro dos
poros dos capilares das partículas do adsorvente (por exemplo, o carvão)
X
= kC 1 / n
M
Adsorventes:
1. Carvão ativado: são feitos a partir de uma variedade de materiais incluindo carvão,
madeira, cascas, etc.
O carvão ativado é empregado quando se deseja eliminar substâncias orgânicas tóxicas
como fenóis, corantes, compostos aromáticos e bactericidas. Também é útil na remoção de
compostos sulfurados e mercaptanas.
A regeneração do carvão ativado é difícil quando trata uma mistura de efluentes, pode ser
feita por aquecimento, extração das substâncias adsorvidas com solvente, tratamento ácido
e básico, oxidação química.
82
2. Aluminossilicatos:
a) zeólitas – podem ser definidas como aluminossilicatos cristalinos com uma estrutura
tridimensional composta por um conjunto de cavidades livres ou ocupadas por íons. A
estrutura microporosa faz com que as zeólitas apresentem elevada superfície interna em
relação á sua superfície externa e permite a transferência de massa entre o espaço cristalino
e o meio externo. Entretanto, a transferência de massa é limitada pelo diâmetro dos poros
da estrutura zeolítica.
São classificadas normalmente em relação ao tamanho de seus poros que dependem do
número de átomos de oxigênio presentes na abertura dos poros.
b) Argilas: Nos últimos 50 anos o interesse em torno das argilas vem crescendo muito
principalmente no que diz respeito à sua composição, estrutura e propriedades
fundamentais dos constituintes das argilas e dos solos. Devido ao seu baixo custo são
usadas como carga nas indústrias de plástico, tintas, inseticidas, produtos farmacêuticos,
etc, com a finalidade de aumentar o volume e modificar as propriedades destes materiais.
As argilas são compostos divididos em duas classes principais: silicatos cristalinos com
estrutura lamelar ou em camadas, silicatos cristalinos com estrutura fibrosa.
As estruturas cristalinas são constituídas por camadas tetraédricas de silício
(tetracoordenado) e octaédricas de alumínio (hexacoordenado).
83
B) Troca Iônica
Pode ser usada para remover ânions e cátions indesejáveis do efluente. Cátions são
trocados por H+ e Na+, e ânions por OH-.
84
As resinas de troca iônica são substâncias granulares insolúveis possuidoras, em sua
estrutura molecular, de radicais ácidos ou básicos capazes de propiciar a substituição dos
cátions ou ânions presentes no afluente, promovendo assim a remoção desejada.
Muitas resinas usadas em tratamento de águas são resinas sintéticas produzidas pela
polimerização de compostos orgânicos em uma estrutura porosa tridimensional.
As resinas podem ser catiônicas se a troca é de íons positivos, tendo como grupos
funcionais os ácidos como o sulfônico ou cátions alcalinos como o sódio; as resinas podem
ser aniônicas onde os grupos funcionais podem ser a base de aminas.
Na 2 • R + Ca 2+ ↔ Ca • R + 2 Na +
EX:
R − re sin a de troca iônica
Quando todos os sítios são substituídos pelo cálcio, a resina pode ser regenerada pela
passagem de uma solução concentrada de íons sódio através do leito.
C) Osmose Reversa
É um processo que permite a remoção de sólidos dissolvidos de um determinado efluente
por meio da filtração através de uma membrana semipermeável, sob pressão superior à
exercida pela pressão osmótica dos sólidos dissolvidos no líquido a ser filtrado.
Dependendo da pressão osmótica a pressão no processo pode variar desde pressões
relativamente baixas até extremamente altas.
As membranas são constituídas por polímero semipermeável eficiente na retenção sólida
com dimensões compreendidas entre 0,002 a 10 µm.
São indicados na remoção de metais, sódio, cálcio, etc.
85
semipermeável e ocorre naturalmente a passagem do solvente da solução mais diluída para
a solução mais concentrada até que as duas concentrações estejam em equilíbrio.
Neste ponto a coluna de solução do lado da solução mais concentrada estará acima da
coluna do lado da solução mais diluída. Esta diferença entre as colunas de solução se
denominou pressão osmótica.
A osmose reversa é obtida através da aplicação mecânica de uma pressão superior a
pressão osmótica do lado da solução mais concentrada.
86
D) Eletrodiálise
E) Oxidação Química
A oxidação química de um efluente pode ser empregada para oxidar poluentes para
produtos finais ou para produtos intermediários que podem ser facilmente biodegradados
ou mais facilmente removidos por adsorção. Os oxidantes mais comuns são os cloros,
peróxido de hidrogênio, permanganato de potássio e ozônio.
87
2. Substituição de um átomo de oxigênio em um anel aromático
3. Clivagem de ligações duplas do carbono
A ozonização pode ser empregada na remoção de cor, material de difícil degradação, etc.
Fe 2+ + H 2 O2 → Fe 3+ + OH − + •OH
Fe 3+ + H 2 O2 → Fe 2+ + •HO2 + H +
•
OH + RH → R • + H 2 O
R • + H 2 O2 → ROH + •OH
c) Cloro: pode ser usado com um oxidante químico. Nas reações com materiais
inorgânicos resultam em compostos finais e com orgânicos usualmente produzem
hidrocarbonetos clorados.
Por exemplo o processo de oxidação de cianetos por cloro em meio alcalino, forma cloreto
cianogênio (CNCl), esta reação é instantânea a todos os níveis de pH:
88
FOTOS DE EQUIPAMENTOS
89
Foto 3 – flotador (entrada)
90
Foto 5 – Removedores de lodo mecanizados (decantador retangular e decantador
circular)
91
Foto 7 – Leito de secagem – esteira para remover o lodo seco
92
Foto 10 – Caminhão de transporte do lodo até o leito de secagem
93
ANEXO 1
Principais poluentes de despejos industriais: Braile (1979)
94
95
ANEXO 2
96
que geram odores desagradáveis. Número dos indivíduos presentes crescentes -
ecossistema perturbado. Elevado número de coliformes fecais. Evasão de hidras, esponjas,
musgos, crustáceos, moluscos, peixes. Não há presença de algas------------dificuldade de
penetração de luz.
c. Zona de Decomposição Ativa: Características: ausência de OD, pode haver formação
de espuma devido ao desprendimento de gás proveniente da decomposição anaeróbica.
Sedimentação da biomassa aumento da concentração de amônia. Ausência de vida
superior. Começa a organização, desenvolvimento ativo de microrganimsos. Qualidade da
água no estado mais deteriorado, elevada coloração e depósitos de lodo no fundo. O OD
atinge sua menor concentração ou é totalmente consumido ---------- anaerobiose -------------
desaparece a vida aeróbia. Bactérias decompositoras começam a reduzir em número --------
--diminuição de substrato. Subprodutos como H2S, NH3, mercaptanas, CH4 --------- mau
cheiro. Bactérias patogênicas ---------diminui rapidamente -------novas condições
ambientais. Protozoários -------aumentam -------ascensão de um degrau na pirâmide
alimentar --------presença de alguns macrorganismos como larvas e insetos. Não voltaram
ainda as hidras, esponjas, peixes, etc.
d. Zona de Recuperação: Características ⇒ diminuição da DBO devido a decomposição
anaeróbica do lodo sedimentada. Aumento da conc. de oxigênio. Diminuição da
concentração de microorganismos. Diminuição da concentração de amônia e aumento da
concentração de nitritos e nitratos ⇒ fase de nitrificação presença de organismos
clorofilados de vida superior. Fertilização do meio com a presença de nitrato e fosfato,
maior transparência da água, crescimento das algas, aumenta a produção de O2 no meio.
Maior diversificação na cadeia alimentar.
e. Zona de água limpa: Características ⇒ alta concentração de oxigênio dissolvido,
presença de plâncton e de seres de vida superior. Aparência similar à anterior,
predominância das formas oxidadas (CO2, NO3, PO4). O lodo de fundo não está
necessariamente estabilizado. Concentração de O2, próximo à saturação, água rica em
nutrientes ---------maior crescimento de algas.
97
Fatores que influenciam a autodepuração: Temperatura, Oxigênio Dissolvido, pH, sais
dissolvidos, turbulência (favorece a troca gasosa entre o corpo de água e o ar), ausência de
toxicidade, microrganismos decompositores.
Balanço de Oxigênio Dissolvido
AR – 270mg/L de oxigênio } condições normais de T e P ( 1 atm e 20ºC ) Água – 9
mg/L
Reareação atmosférica
OD
OD
DBO solúvel e Fotossíntese
nitrificação
DBO suspensa
OD
DBO
OD
98
Consumos:
♦ Oxidação da matéria orgânica (respiração)
♦ Demanda Bentônica (lodo de fundo)
♦ Nitrificação (oxidação da amônia)
Produção:
♦ Reareação atmosférica
♦ Fotossíntese
1. CINÉTICA DA DESOXIGENAÇÃO
Fatores abrangidos pelos modelos:
O2 ∝ DBO520°C
99
DBO remanescente (L): concentração de MO remanescente na massa líquida em um dado
instante. Tende a zero após vários dias. Cinética de 1ª ordem.
DBO exercida: oxigênio consumido para estabilizar a matéria orgânica até este instante.
O2 consumido acumulado depois de vários dias tende DBO exercida.
dL
= −k1 ∗ L k1 – coeficiente de desoxigenação
dt
L = L0 ∗ e − k1t
L = L 0 ∗ 10 − k 1 t
L0 − Y = L0 ∗ e − k1t Y = 1 − e − k1t
1.1 Cálculo de k1
100
Para o cálculo de k1 é fundamental que no trecho em estudo não haja diluição nem
lançamento de despejos, a velocidade média não deve ser inferior a 0,18 m/s para que não
ocorra sedimentação.
Existem métodos matemáticos e estatísticos que podem ser utilizados para a determinação
de k1.
Dados de entrada nos modelos: DBO exercida em diferentes dias.
O valor usual para θ é 1,047 ou seja, o valor de k1 aumenta 4,7% a cada acréscimo de
1° C na temperatura da água.
2. CINÉTICA DA REAERAÇÃO
Entre a água e o ar ocorre um intercâmbio de moléculas da fase líquida para a fase gasosa e
vice-versa. Quando a concentração de solubilidade na fase líquida é atingida os fluxos
passam a ser de igual magnitude – concentração de saturação (Cs).
A cinética de reaeração pode ser caracterizada por uma reação de primeira ordem.
101
dD dD
∝D = −k 2 ∗ D
dt dt
D – déficit de oxigênio dissolvido, que é diferente da concentração de saturação e
concentração de oxigênio existente no tempo t.
D = C s − C ( mg / L)
k2 – coeficiente de reaeração
D = D0
102
OBS: Mais adequado para:
♦ v entre 0,15 e 0,5 m/s
♦ H entre 0,30 e 9,0 m
(k2)T= (k2)20*θT-20
Geralmente θ = 1,024
t t
dD dD dD
∫0 D = − k 2 * ∫0 dt
' ' '
= − k2* D ou = − 'k 2 * dt ⇒
dt D
Dt ' − k 2' *t − k 2 *t
ln = − k2 ∴ D = D *e
t 0
ou D = D *10
t 0
D
dD dD − k *t − k *t
= − k 2 * Dt + k 1 * Lt ⇒ = − k 2 * D0 *10 2 + k 1 * L0 *10 1
dt dt
103
Integrando:
D = k 1
(
* L0 * 10
− k1 *t
− 10
− k 2 *t
)+ D *10 − k 2 *t
t
k −k
2 1
0
1
* log k 2 * 1 − D (k − k ) k* * − k1 *t c
t = 0 2 1
⇒ D = 1
L 10
c
k 2 − k1 k1 L * k
0 t
c
k
2
0
104
4. Lei da Conservação da Massa: Pode-se fazer um balanço de massa a montante e a
jusante de um ponto de lançamentos em um curso d’água. Seja uma seção de curso d’água:
Lançamento (QE*LE)
Montante
Qm*Lm
Jusante
QR*LR
Teremos então:
Q m = QR + QE
LR x QR + LE x QE = Lmx Qm ou
LRx QR + LE x QE = Lm ( QR + QE)
105
[OD]Montante x Q Montante + [OD]Efluente x QEfluente = [OD]Jusante x Q Jusante
Volume Médio
DBO Padrão =
Diário de Esgoto X do Esgoto 54
por Habitante
Volume Médio
Diário de Esgoto = 80% Consumo d’água per capita
por Habitante
106
Contribuição Vazão Diária de
DBO
Diária da DBO Per = Efluente Per Capita X
Capita Efluente
Q r ∗ OD r + Q e ∗ OD e
C0 = D 0 = Cs − C0
Qr + Qe
2. Cálculo da DBO5 e DBOU (demanda última) no rio após a mistura com o despejo.
(Q r ∗ DBO r + Q e ∗ DBO e )
DBO 5 0 =
Qr + Qe
(Q r ∗ DBO r + Q e ∗ DBO e )
L 0 = DBO u = DBO 5 0 ∗ k t = kt
Qr + Qe
107
DBOe – concentração de DBO5 no esgoto
KT – constante de transferência de DBO5 a DBOU (-)
DBO u 1
kT = =
DBO 5 1 − e − 5k 1
k ∗ L0
C t = Cs − 1 ( )
∗ e − k1t − e − k 2 t + D0 ∗ e − k 2 t
k 2 − k1
1 k D 0 (k 2 − k1 )
tc = ln 2 1 −
k 2 − k1 k1 L 0 k1
5. Cálculo do déficit crítico e da concentração crítica de oxigênio
k
Dc = 1 Lo ∗ e − k1t c Cc = Cs − D c
k2
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