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CONECTIVIDADE SEM FIO

Módulo 1 - Conceituação

O avanço tecnológico registrado nas últimas décadas modificou profundamente as


relações pessoais e profissionais. Depois da verdadeira revolução provocada pela
Internet, uma nova onda de mudanças, sintetizada na possibilidade de uma
comunicação total sem fio – a chamada tecnologia wireless – promete elevar a
patamares nunca imaginados conceitos como conectividade e mobilidade, criando
novos hábitos, relações e formas de trabalho.

Há muito tempo os dispositivos móveis deixaram de ser simples organizadores


pessoais. Com o desenvolvimento tecnológico de fabricação de circuitos integrados
que ocorreu, principalmente, desde o ano 2000, tem sido possível fabricar
dispositivos computacionais com um novo paradigma: o da mobilidade. A tecnologia
de hoje permite uma enorme mudança na nossa forma de trabalhar, de se
comunicar, se divertir, estudar e qualquer outra atividade que preferimos fazer
enquanto estamos em movimento e não queremos mais ficar presos aos fios e cabos
de uma infra-estrutura fixa de comunicação de dados.

A cada ano, a computação móvel ganha território e fica cada vez mais fácil prever
que dentro em breve irá dominar o panorama computacional nas empresas e casas.
Dispositivos móveis, como os handhelds, tornam-se cada vez mais sofisticados e
estão sendo substituídos pelos smartphones, que unem as funcionalidades de um
PDA (assistente pessoal digital ou “personal digital assistant”, do inglês) à
capacidade de comunicação dos celulares.

Os dispositivos móveis do futuro terão incorporado funcionalidades e interfaces como


o cada vez mais popular GPS (Global Positioning System), tocadores de áudio e
câmeras fotográficas digitais, jogos eletrônicos e capacidade de conexão à Internet
por banda larga sem fio. Essas facilidades não ficarão restritas a apenas um
mercado, mas serão aproveitadas nas mais diferentes áreas, dos negócios à
indústria, da educação à saúde, sem falar no uso doméstico.

Sem fio, mas conectado

A tecnologia móvel Intel® Centrino® foi a primeira plataforma lançada pela


companhia. Até o seu lançamento, em março de 2003, os notebooks eram
construídos por componentes convencionais adaptados, a partir de modelos
inicialmente projetados para desktops, por exemplo. Partindo da premissa que os
usuários de notebooks precisam de modelos leves e compactos, com baixo consumo
de energia – para que as baterias durem mais – e conexão por banda larga sem fio à
Internet, é que foi desenvolvida a plataforma Centrino, projetada especificamente

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para a computação móvel, que reúne essas funcionalidades e garante a
compatibilidade de seus componentes.

O lançamento da Tecnologia Móvel Intel® Centrino® Duo, com o processador Intel®


Core™ Duo, representa a evolução da plataforma lançada em 2003, agora em um
projeto único com dois processadores, que proporciona um aumento significativo de
desempenho (mais de 70%), e reduz o consumo de energia em até 28%, em
comparação aos modelos das gerações anteriores.

O resultado possibilita a resposta mais rápida do sistema e uma melhoria na vida útil
da bateria, além de uma grande variedade de modelos inovadores de notebooks,
cada vez mais portáteis.

Os notebooks que contam com a Tecnologia Móvel Intel® Centrino® Duo se


destinam àqueles que desejam uma nova experiência em relação a alto
desempenho, conectividade sem fio, e eficiência no consumo de bateria, podendo,
assim, usufruir da liberdade trazida pela mobilidade.

A conectividade sem fio dá total liberdade aos usuários de computadores. Mas para
ter mobilidade de verdade é preciso estar em um espaço conhecido como “hot spot”,
ou seja, coberto por tecnologia de conexão à Internet por banda larga sem fio, e
possuir um computador capaz de estabelecer essa conexão. A conexão à Internet por
banda larga sem fio é uma realidade que já se consolida no Brasil e que, pouco a
pouco, toma o espaço das redes tradicionais.

Um dos conceitos que mudará completamente com a conectividade sem fio é o do


trabalho, que deixa de ser um lugar para onde você vai, mas sim algo que você faz,
onde quer que esteja. Essa é uma vantagem competitiva que significa estar
conectado a qualquer hora, em qualquer lugar, com acesso às informações que você
precisa para fazer o seu trabalho.

Por que mobilidade?

Ao adotar a estratégia de mobilidade, a empresa pode obter ganhos significativos de


produtividade, agilidade nas respostas e na tomada de decisão, além de mais
satisfação dos seus clientes. Estudos mostraram que um aumento de duas horas na
produtividade dos funcionários é um retorno maior do que o pago pelos upgrades já
no primeiro ano. Pesquisas realizadas junto aos usuários de tecnologia wireless
mostram que eles ficaram entusiasmados com a maior duração da bateria, que
aprovaram a capacidade de processamento, e que aproveitaram as novas
oportunidades de conectividade oferecidas pelo acesso sem fio.

Foram realizados diversos testes em cidades do Brasil como Brasília, Ouro Preto,
Mangaratiba e São Paulo, com a transmissão de dados por redes sem fios. Além
disso, governos e prefeituras brasileiras também se engajaram para ajudar na
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inclusão digital de localidades remotas, uma vez que tecnologias como o WiMax
dispensam infra-estrutura de cabos. O WiMax pode se basear em freqüências
licenciadas pela Anatel, o que possibilita a criação de sistemas de segurança
eficazes, como já ocorre com a telefonia móvel.

A tecnologia de banda larga de alta velocidade sem fio baseada em WiMax é capaz
de cobrir uma área de 50 quilômetros e obter uma taxa de transmissão de até
75Mbps. Por isso, ela é vista como uma solução economicamente viável para difundir
o uso da Internet em locais onde hoje nem mesmo se encontra infra-estrutura de
cabeamento para telefonia comum.

Demanda em alta

Para ampliar a divulgação dos benefícios da conectividade sem fio no Brasil, a Intel
aproveitou a visita do presidente mundial da companhia ao Brasil, Paul Otellini, em
2006, para promover a “Semana da Mobilidade”. Uma das atividades que serviram
de exemplo para mostrar do que o WiMax é capaz foi a transmissão, pela Intel e
Neovia (operadora de transmissão de dados wireless) transmitiram, pela primeira
vez no Brasil, um filme para crianças das ONGs Cidade Escola Aprendiz e Programa
Einstein na Comunidade de Paraisópolis, com a tecnologia WiMax.

As tecnologias de comunicação por redes sem fio (wireless) estão com a demanda
em alta por parte das empresas brasileiras. O ganho de produtividade, a
possibilidade de transmissão de dados em locais remotos e o custo cada vez mais
baixo dos equipamentos são os principais fatores que dão impulso a um mercado que
cresce a taxas de 50% ao ano no País.

Nos Estados Unidos, onde as tecnologias sem fio já são utilizadas há mais tempo, os
negócios em torno do wireless movimentaram US$ 158,6 bilhões em 2005, segundo
a americana Telecommunications Industry Association (TIA) — Associação das
Indústrias de Telecomunicações. A previsão da TIA é de que esse volume atingiria
US$ 212,5 bilhões em 2008 nos Estados Unidos e US$ 466 bilhões nos demais
mercados, incluindo a América Latina.

Assim como nos Estados Unidos, esse é um mercado em expansão no Brasil por dois
motivos principais: o custo de implementação de redes sem fio é menor e há um
ganho de produtividade para a empresa, uma vez que os funcionários têm
conectividade em qualquer lugar.

A Diveo do Brasil, subsidiária da americana Diveo Broadband Networks, tinha boas


perspectivas para seus serviços de wireless em 2006. Naquela ocasião, a companhia
possuía uma base de 1.500 clientes corporativos, e estimava uma alta de 20% nesse
número, até o final de 2006. A empresa investiu US$ 1 milhão em expansão no País,
o que incluiu projetos de disseminação da tecnologia WiMax.

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A Telsinc, parceira da fabricante Cisco Systems, tinha sua tecnologia implementada
em empresas como Santos Brasil, Cummins e Bandeirante Energia e previa mais
negócios para 2006. Com o wireless, as empresas não ganham apenas em
mobilidade, mas passam a ter um diferencial competitivo.

Empresa da Cisco Systems, a Linksys também tinha planos ambiciosos para o


mercado brasileiro de wireless, em 2006. A previsão era atingir crescimento de
100% na base de clientes em 2006 e 2007. A empresa tem sua atuação focada em
pequenas empresas, principalmente escritórios de advocacia, consultórios médicos e
odontológicos.

Previsões para 2008

A inCode Telecom Group, empresa de consultoria de negócios e tecnologia, divulgou


suas principais previsões para o mercado wireless global em 2008. As previsões têm
o objetivo de ajudar a identificar tendências de aplicações sem fio emergentes e a
apontar as possíveis maneiras encontradas por empresas e consumidores para se
beneficiar desse novo cenário.

As tendências apontadas pela empresa incluem a disseminação no uso de redes


sociais móveis, uma ampla variedade de dispositivos multifuncionais e mais opções
de entretenimento doméstico wireless.

De acordo com a empresa, em 2008 telefones e combinações de serviços com preços


acessíveis farão dos dados móveis uma oferta mais atrativa em mercados
estabelecidos. A maioria dos clientes optará preferencialmente pelas redes de
terceira geração (3G). Prósperos fornecedores de infra-estrutura e aparelhos
telefônicos na Ásia ajudarão a trazer a tecnologia sem fio de baixo custo para
mercados emergentes, possibilitando que um grande número de pequenas empresas
se junte ao mainstream econômico.

Nos últimos anos, a consolidação racionalizou e estabilizou a maioria dos mercados


wireless. A próxima etapa trará serviços de Internet com mobilidade, que se tornam
profundamente entrelaçados às nossas vidas cotidianas, seja em casa, no trabalho
ou no lazer.

Hoje, é fato que a competição está acirrada entre as empresas de Internet, como
Google, Yahoo! e Skype, entre si e com as operadoras de telefonia móvel. A queda
dos preços de telefones 3G multifuncionais com combinações variadas de música,
localização, vídeo e outros recursos para abaixo de US$ 90 também chama a
atenção. Também é esperada uma mudança profunda, à medida que tecnologias
sem fio são desenvolvidas e implementadas, primeiramente na China e na Índia, em
vez de Europa e América do Norte. Além disso, registra-se o movimento das marcas
globais para subsidiar telefones e serviços para demografias específicas em direção
aos canais de marketing móvel.
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CONECTIVIDADE SEM FIO

Módulo 2 – Segurança

As vantagens dos equipamentos móveis são inúmeras para o ambiente corporativo:


aumento da produtividade, disponibilidade e flexibilidade de trabalho. Não é por
acaso que todas as médias e grandes empresas de todo o mundo estão se rendendo
ao mundo da conectividade sem fio. Uma questão, no entanto, permanece sem
resposta: até que ponto o produto nas mãos do executivo é seguro?

Não é difícil imaginar que essa questão tenha sido repetida inúmeras vezes quando o
mainframe perdeu seu reinado para os computadores pessoais. Na época,
especialistas em Tecnologia da Informação não poderiam prever o tamanho das
vulnerabilidades que decorreram do final da utilização dos terminais “burros” para o
uso de desktops. Os benefícios se mostraram gritantes demais para que as brechas
em segurança pudessem representar um entrave no que foi uma das maiores
revoluções na era tecnológica.

Hoje temos os terminais móveis dominando completamente o cenário,


predominantemente os notebooks, mas também com a presença crescente de
handhelds, smartphones, PDAs e os próprios telefones celulares. Para se ter uma
idéia do tamanho da presença dos dispositivos móveis no mundo atual, é só imaginar
algum executivo de sucesso, em qualquer vertical de atuação, que não carregue
consigo seu aparelho sem fio, seja qual for ele. A explicação maior está no contexto
do mercado globalizado: é obrigatório ter a capacidade de estar conectado a
qualquer momento, pronto para fazer algum negócio assim que ele surja.

O preço da mobilidade

Não é nenhuma novidade dizer que essa reestruturação está revolucionando o


mercado corporativo. É possível atingir níveis de produtividade inalcançáveis no
formato antigo – com o executivo preso no ambiente tradicional de escritório –, além
disso, garantir uma grande disponibilidade, o acesso a informações da rede da
companhia em qualquer horário, e a flexibilidade única, de qualquer lugar. Por outro
lado, a Segurança da Informação surge como o seu calcanhar-de-aquiles. É o preço
da mobilidade.

Os desafios para Segurança da Informação se alteram com a nova realidade. Um


erro comum de diversos gestores de tecnologia tem sido replicar as mesmas
estratégias consagradas no universo com fio para o mundo wireless. Além de
demonstrar falta de conhecimento, esse tipo de postura ignora a fragilidade dos
dispositivos móveis, que não encontram paralelo nas estações fixas. Isso não
significa, contudo, que certas políticas não possam ser replicadas de um universo
para o outro, mas sim que a conectividade sem fio exige uma nova abordagem de
segurança, precedida por uma rigorosa fase de análise.
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Para diminuir os riscos do uso de soluções móveis no ambiente corporativo, diversas
ferramentas foram desenvolvidas. Uma dessas ferramentas, que possui maior escopo
de atuação, é o software de conformidade de terminal. Com esse tipo de arma, a
corporação aproveita a estrutura de proteção já consolidada dentro da própria
empresa para a defesa no mundo com fio. Assim, o dispositivo móvel só pode
acessar a rede corporativa se estiver de acordo com as políticas de segurança
especificadas internamente. Essas soluções, normalmente, colocam o usuário de um
aparelho móvel numa VPN, que funciona como quarentena, tendo seu acesso à rede
corporativa liberado apenas quando atender todos os pré-requisitos, como instalação
das atualizações de antivírus e patches de segurança.

Esse tipo de solução previne que um worm ou vírus instalado num notebook
corporativo acabe infectando toda a rede corporativa, sem conhecimento do usuário
do computador móvel e do próprio administrador da rede. A mesma lógica serve
também para os outros dispositivos sem fio, como PDAs e handhelds que tenham
acesso a aplicações da rede da companhia.

De qualquer maneira, as soluções de conformidade não podem ser a única forma de


proteção para o mundo da conectividade sem fio. Esse tipo de ferramenta é o
primeiro passo para a estruturação de uma política de Segurança da Informação
efetiva também para o mundo sem fio, sendo responsável por aumentar o controle
da organização. Para ser plenamente eficaz, essa política precisa avaliar as
vulnerabilidades de cada dispositivo móvel em uso no dia-a-dia da empresa,
definindo quais são as ferramentas de proteção, conforme as necessidades das
plataformas e do tipo de dados com os quais elas lidam.

Proteção por terminal

A melhor resposta para a definição da estratégia de proteção é pela análise do


terminal, observando quais ameaças podem atacar e o nível de confidencialidade das
informações que manipula. As pragas que atacam os desktops também representam
ameaça bem factível para o laptop, o que obriga a criação de uma estrutura de
proteção semelhante à da estação de trabalho fixa, com soluções que combinem
antivírus, anti-spam, anti-spyware e firewall; dependendo do caso, até um sistema
de prevenção de intrusos (IPS). Em qualquer dispositivo, no entanto, a criptografia
dos dados é um passo obrigatório.

Os outros dispositivos exigem uma abordagem diferenciada. O esquema de proteção


para aparelhos como PDAs e handhelds são definidos exclusivamente pelos dados e
aplicações que utilizam. Empresas de venda em campo, que mantêm nesse tipo de
terminais informações importantíssimas e confidenciais para o bom desempenho de
seus negócios, devem estudar formas de se proteger contra invasões direcionadas
pelas tecnologias sem fio – de bluetooth ao Wi-Fi – pela instalação de um firewall ou
de outro recurso de segurança que mantenha as pragas afastadas.

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Já os celulares, atualmente, precisam estar protegidos para enfrentar atentados
contra a privacidade. Celebridades já tiveram seus aparelhos invadidos em busca da
sua agenda de contatos, assim como vírus que se espalhavam por bluetooth, que
inutilizavam os aparelhos infectados. No entanto, a maior parte dos especialistas
define o celular como o aparelho que vai consolidar as funções multimídia no futuro,
o que abre a possibilidade desse tipo de ameaça piorar sensivelmente.

Essa receita, no entanto, pode mudar rapidamente com o desenvolvimento dessas


aplicações. Se, hoje, elas ainda não têm capacidade de processamento e nem a
utilização em larga escala que fazem do notebook um dos alvos preferidos, essa
situação pode mudar com o passar do tempo. Para se ter uma idéia, o
desenvolvimento do primeiro worm de rede demorou 20 anos, enquanto o primeiro
verme de celular surgiu em 8 meses. As ameaças virtuais seguem em ritmo jamais
visto e, sem sombra de dúvida, vão migrar para a plataforma que oferecer mais
possibilidade de lucro e, claro, estiver mais desprotegida.

Inimigo Interno

As aplicações móveis preocupam em função do que podem fazer na rede da


empresa, mas também é preciso tomar cuidado com as informações que elas
armazenam. Isso, dentro do contexto do desenvolvimento da tecnologia, que
permitiu uma evolução considerável da capacidade dos discos de armazenamento,
gerou um comportamento problemático dos usuários. Ao contrário do que deveriam,
não é raro os dispositivos armazenarem dados confidenciais da empresa no hard disk
do terminal, o que representa um problema de segurança.

Por outro lado, a disseminação de USB Drives, bem como gravadores de CDs e
DVDs, preocupam pela proteção à propriedade intelectual e aos dados confidenciais
da empresa. Se dentro da estrutura da companhia já é difícil controlar o que esses
aparelhos possibilitam em cópias de informações para espionagem industrial, num
ambiente externo – que pode ser da casa do empregado a um aeroporto – torna-se
praticamente impossível esse controle, se não existir uma política clara e estruturada
definindo as responsabilidades sobre esses conteúdos.

Um tópico que também vem sendo ignorado está muito mais relacionado com o
status desses objetos do que com a tecnologia em si. Pelo seu valor e fetiche, os
dispositivos móveis atraem muita atenção dos criminosos e são roubados
constantemente. Em São Paulo, para citar um exemplo, existem quadrilhas
especializadas em furtos e roubos de laptops, procurando suas vítimas
constantemente em locais estratégicos, especialmente aeroportos ou regiões com
concentração de grandes empresas. Existem também casos de roubo direcionados de
notebooks que buscam não o terminal, mas sim as informações ali armazenadas.

A miniaturização dos dispositivos trouxe um fator colateral preocupante para


segurança. Além da possibilidade de roubos, a perda desses aparelhos também é um

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risco muito real. Para se ter uma idéia, dados da polícia londrina dão conta de que,
apenas no Metrô da cidade, foram encontrados 6.832 dispositivos móveis, entre
celulares, handhelds e smartphones.

Redes sem fio

Além dos aparelhos sem fio, as redes que se apóiam na tecnologia wireless também
têm motivado debates constantes sob o prisma da Segurança da Informação. Ainda
assim, a questão evoluiu muito da primeira impressão dos especialistas, com certa
desconfiança a esse tipo de tecnologia. Hoje, no entanto, as redes sem fio
conquistaram diversas corporações, isso sem contar com os usuários domésticos –
talvez os maiores entusiastas da tendência.

Independentemente do tipo de uso, as vulnerabilidades são pontos que demandam


extrema atenção dos usuários. A rede corporativa não está mais, no mundo sem fio,
com seu perímetro definido e noção de entrada e saída bem clara. O conceito de
perímetro de rede é completamente diferente e, como esse tipo de solução é
extremamente fácil de ser instalada, chegando próximo ao conceito de plug and
play, os benefícios podem acabar nublando as brechas intrínsecas à tecnologia,
especialmente pela falta de atenção dos usuários.

Para se ter um exemplo do descaso, basta procurar por redes Wi-Fi em qualquer
grande cidade do mundo. É muito simples encontrar inúmeras “abertas” para o uso,
sem nenhuma forma de controle, sem que isso represente uma ideologia do usuário.
Os dispositivos de segurança que vêm nos aparelhos para criação de redes sem fio
não são ativados, de uma questão de acesso com simples nome de usuário e senha a
ferramentas de maior complexidade como criptografia de 128 a 256 bits.

Dependendo do padrão de comunicação sem fio utilizado, seja um simples Bluetooth


a Wi-Fi, WiMax, WiMesh ou 3G, certas questões de segurança devem ser abordadas
tendo em vista o uso da tecnologia e os dados que serão trafegados. Com as
certificações e padronização acontecendo, não demora muito para as redes sem fio
terem o mesmo nível de segurança do mundo com fio. A tendência do mercado é
caminhar nesse sentido, mas analisar as vulnerabilidades e se proteger continua
sendo a melhor resposta.

CONECTIVIDADE SEM FIO

Módulo 3 – Dispositivos Móveis

O mercado corporativo está cada vez mais dependente da mobilidade e se vê diante


da necessidade de adotá-la para ganhar maior competitividade. A conectividade sem
fio coloca à disposição dos funcionários uma gama de opções não encontradas
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anteriormente. Se havia algo que impedia a consolidação da mobilidade, não mais
existe, já que o wireless, o bluetooth, o acesso à internet pelo celular e o uso dos
blackberrys acabaram com a barreira produtiva dos fios.

Apesar das novas tecnologias, há ainda falta de cultura por parte das empresas e dos
usuários em relação à utilização desses dispositivos, principalmente porque ainda
não se tem um escopo de segurança para suprir o novo cenário. Por outro lado, as
mudanças começam a surgiu e a derrubar a conectividade e a produção com a
utilização de fios.

Para se ter uma idéia, a Associação Brasileira de e-business divulgou uma pesquisa
que apontava que 52% dos usuários corporativos seriam dependentes da
mobilidade, em 2008. O estudo avaliou o Panorama do Cenário de Mobilidade
Aplicada a Negócios. Um apontamento importante da pesquisa revela que 90% dos
entrevistados consideram que os dispositivos móveis são ferramentas capazes de
proporcionar melhor desempenho aos seus negócios. Os usuários consideram que
tais dispositivos podem gerar mais praticidade e rapidez na transmissão e obtenção
de informações.

Na primeira fase da pesquisa, que apurou a opinião de 122 empresas, o celular foi
apontado como o dispositivo móvel mais interessante para aplicações dos negócios
das empresas, ganhando 59% da preferência, seguido pelos smartphones (que têm
as funções de telefone celular e de computador de mão simultaneamente). O
objetivo dessa fase da pesquisa era prever como a mobilidade está sendo utilizada
pelas corporações e quais as principais tendências dos serviços no País.

O uso do blackBerry, dispositivo para acesso móvel a e-mail, e o startmail começou a


se consolidar no Brasil. Em 2006, eles eram pouco usados, já que apenas 20% das
empresas utilizavam as tecnologias, mas já se identificava uma tendência de
crescimento, com a ferramenta conquistando uma parte crescente do mercado.

Há ainda desafios que precisam ser vencidos para a maior penetração da mobilidade
e da conectividade sem fio nas corporações. Cerca de 40% das empresas dizem que
um desses desafios é a cobertura da tecnologia wireless no País. Outro ponto citado
é a segurança, já que há ainda alto risco de vulnerabilidade no acesso às
informações.

A pesquisa teve uma segunda fase em que foram entrevistadas cerca de 60


empresas. Dessas, 66% disseram usar ferramentas de mobilidade e 34% afirmaram
ter planos para utilizá-las. Nesse contexto, a automação de força de vendas é a
aplicação que recebe mais atenção em relação a investimentos em tecnologia móvel:
46% das empresas usam essas soluções e 38% são adeptas do uso da tecnologia na
área de ordem de serviço.

Bluetooth: o caminho dos dispositivos móveis


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Na nova era da tecnologia móvel, o bluetooth tem sido um padrão bastante utilizado
em diversos produtos como celulares, computadores de mão e notebooks. A
tecnologia é um padrão para comunicação sem fio por meio de conexões ad hoc.
Dessa forma, os usuários podem conectar dispositivos de computação, de
telecomunicações e eletrodomésticos sem que haja necessidade de carregar ou
conectar cabos de ligação.

Esse padrão facilita as transmissões em tempo real de voz e dados. A idéia é


eliminar a necessidade de cabos, ao mesmo tempo em que se efetiva a comunicação
entre dispositivos. Essa atuação está se expandindo cada dia mais.

Hoje já se utiliza a conexão sem fio para conectar o computador de mesa ou o laptop
a impressoras, scanners ou mesmo à rede local, além do mouse e do teclado. O
celular é outro aparelho que tem sido muito utilizado em conjunto com o bluetooth,
já que com a ferramenta é possível se conectar e enviar mensagens, fotos ou
qualquer arquivo para todo dispositivo que tenha o mesmo padrão. Além disso, há
muitos aparelhos celulares que são comercializados com um fone de ouvido sem fio
com bluetooth, para que o usuário fale ao telefone enquanto faz outras atividades,
por exemplo.

Há ainda a possibilidade de utilizar a tecnologia como um identificador pessoal. Um


exemplo é usá-la para que alguns elementos de uma casa reconheçam o dono e
iniciem o seu funcionamento, ao detectar o bluetooth que identifica o usuário
correto. Pode ser feita uma programação para que as portas abram, as luzes
acendam, entre outras ações.

Outra atuação que surge e em breve poderá ser utilizada em mais larga escala é a
possibilidade de funcionar como carteira eletrônica de dinheiro ou mesmo como
chave de um quarto de hotel previamente liberado para acesso de determinado
cliente.

O celular na era do negócio móvel

O celular é o mais popular dispositivo móvel do momento. Quando surgiu, era


privilégio de poucos, porém hoje, com o barateamento dos preços, o produto já
atinge grande parte da população brasileira e bilhões de usuários no mundo. Além
disso, a telefonia móvel começou a roubar parte do mercado de linhas fixas, desde
2005. A empresa de consultoria em telecomunicações Teleco divulgou uma pesquisa
que mostra que a receita do setor de celulares cresceu 21% entre 2004 e 2005,
subindo de R$ 35 bilhões para R$ 43 bilhões. Por outro lado, a telefonia fixa teve
aumento de R$ 64 bilhões para R$ 69 bilhões, no mesmo período, o que representa
uma alta de 8%.

O incremento da receita está relacionado com o fato de os celulares estarem cada


vez mais atraentes. Exemplo disso é que o número de aparelhos cresceu 30% em
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2005. Em contrapartida, a telefonia fixa está sofrendo um grande impacto em suas
receitas em virtude da aceitação do VoIP, principalmente nas chamadas de longa
distância.

Porém, o fator de maior importância nessa briga entre mobilidade e fios é que os
celulares têm maior participação no rendimento geral das empresas que trabalham
tanto com telefonia fixa quanto com móvel. Para se ter uma idéia, houve uma
inversão no reflexo dessas tecnologias na produtividade: a participação da telefonia
celular na receita geral cresceu de 35% em 2004 para 38% em 2005, por outro lado,
a telefonia fixa (serviço local, fixo-móvel e longa distância) teve queda de 57% para
53% no mesmo período.

Uma pesquisa feita pela A T. Kearney e pela Universidade de Cambridge ouviu 4 mil
usuários de celulares em 21 países da América Latina, América do Norte, Europa e
Ásia e constatou que um em cada quatro usuários utiliza o celular para transmissão
de dados. Além disso, 53% dos celulares usados pelos entrevistados eram
capacitados para receber e transmitir dados em 2005. Desses, 56% afirmaram
utilizar serviços web ou acessar e-mails pelo menos uma vez por mês.

A importância tem crescido tanto que algumas empresas aéreas, como a pioneira Air
France, por exemplo, passaram a utilizar, em suas aeronaves, tecnologias que
permitem o uso do aparelho celular durante o vôo, sem que haja interferência nas
ferramentas eletrônicas do avião.

Computadores de mão ou smartphones

Conhecidos como palmtops, handhelds ou PDAs, os computadores de mão deixaram


de ser usados como agenda e estão se tornando microcomputadores, pois o
desempenho pode ser equiparado ao dos desktops e notebooks, porém pesam pouco
mais de 100g e cabem no bolso do usuário.

Desde 2006, já era possível acessar a Internet via Wi-Fi, conectar um teclado por
bluetooth, transmitir arquivos por infravermelho e conectar o produto ao
computador. Também em 2006, começaram a ser lançados no mercado modelos de
celulares que apresentavam funcionalidades como câmera de foto e vídeo, mp3,
editor de textos e a possibilidade de instalar uma série de programas que podem
aumentar a produtividade dos usuários.

Entre janeiro e março de 2006 foram vendidos 3,4 milhões de PDAs, o que significa
crescimento de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado,
tem crescido muito o mercado de smartphones, que oferecem o serviço de celular
acoplado ao computador de mão, substituindo, inclusive, os usuários de handhelds.
Por esse motivo, as previsões eram que as vendas do convergente computador de
mão com celular cresceriam de 46 milhões de unidade em 2005 para 96 milhões em
2006, segundo o Gartner.
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Outro ponto a ser destacado no mundo dos computadores de mão é o crescimento
das vendas dos blackberrys, que iniciam uma corrida de liderança no mercado de
PDAs, com 20,8% do mercado. Isso porque o usuário pode receber seus e-mails
diretamente no aparelho, sem que precise baixar.

Inicialmente, a linha de handhelds da Palm One era campeã de vendas, mas já no


primeiro trimestre de 2005, a empresa terminou em queda nas vendas, com 18% do
mercado. Os sistemas operativos ficam com as seguintes proporções do mercado:
Windows PC na liderança com 46%, seguido pelo Blackberry com 20,8%, PalmOS
com 20% e Symbian com 9,9%.

Notebooks

Universidade, escritórios, cafés e diversos outros ambientes estão abrindo espaço


para que os laptops sejam utilizados da mesma forma como o desktop é usado
dentro de um escritório. A adoção de redes wireless toma conta do mercado
corporativo pouco a pouco. Um bom exemplo da aplicação dessa funcionalidade são
as redes locais sem fio (WLANs) que surgem como uma alternativa às redes
convencionais com fio, isso porque oferecem as mesmas características, porém de
forma mais flexível, com fácil configuração e com boa conectividade. Dependendo da
tecnologia utilizada (rádio-freqüência ou infravermelho) é possível atingir distâncias
de até 18 metros. Soma-se aí a mobilidade do usuário com velocidades de até 155
Mbps.

Esse contexto impulsiona ainda mais o mercado de notebooks, os quais agora


ganham um maior alcance sem que haja a necessidade de fios para conexão, o que
de certa forma, privava a atuação do produto feito para a mobilidade. Em virtude
dessa maior demanda, os preços dos aparelhos caíram cerca de 30%, de acordo com
a IDC e estimava-se que as vendas cresceriam 50% no Brasil em 2006.

O mercado se expande tanto para usuários corporativos quanto para domésticos. Os


primeiros começam a utilizar o laptop em virtude da facilidade, mobilidade e do
aumento da produtividade. Os segundos estão optando pelo notebook no momento
de trocar seu desktop. Todo esse cenário está sendo construído não apenas pelas
vantagens obtidas, mas também porque os custos dos produtos e da implementação
estão caindo.

CONECTIVIDADE SEM FIO

Módulo 4 – Notebooks

Para quem usa o computador como ferramenta de trabalho, é essencial o acesso a


ferramentas e às informações em qualquer local e não mais apenas no escritório ou
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na residência. A mobilidade está presente cada vez mais no mundo corporativo. O
mercado de notebooks é um exemplo claro do crescimento dessa tendência,
principalmente porque estão sendo utilizados para agregar valor ao negócio e para
tornar a rotina de trabalho mais eficiente.

O mercado corporativo está convencido da importância da adoção dos notebooks


como ferramenta estratégica de trabalho, para fechar negócios mais rapidamente,
para não perder aquele e-mail importante assim que ele chega à caixa de entrada,
para dar a resposta ao cliente dentro do prazo ideal. Depois de experimentar essas
vantagens, o caminho de volta aos desktops fica cada vez mais distante. Os
notebooks já assumem o papel principal no cenário corporativo e passam, cada vez
mais, a substituir os desktops.

Os notebooks têm se tornado uma ferramenta de produtividade e impulsionado os


negócios e a força de venda. Com o advento da conectividade sem fio, os notebooks
ganham mais importância ainda, já que passam a expandir os horizontes de atuação
das companhias.

Para se ter uma idéia da importância desse segmento, as previsões eram que o
mercado de notebooks dobraria de 2005 para 2006. A consultoria IDC apontava que,
em 2005, haviam sido vendidas 300 mil unidades de laptops, mas a expectativa para
2006 era a de que esse montante atingiria mais de 600 mil unidades. De acordo com
a IDC, o mercado brasileiro deverá superar a marca de 1 milhão de máquinas em
2008 e 2 milhões em 2010.

Todo esse crescimento está ligado, principalmente, à queda de 30% nos preços
desses produtos. Pelo fato de haver modelos que custam menos de R$ 2 mil, além
do baixo valor do dólar, o câmbio e as medidas de incentivo fiscal promovidas pelo
governo, as consultorias acreditavam que seriam mais de 400 mil unidades vendidas
ao longo de 2006.

Os produtos estão adquirindo mais valor na medida em que ganham mais recursos
de memória e HD, ainda que o preço não tenha alta elevada. Outro ponto importante
a ressaltar é a queda dos preços das telas LCD que são utilizadas nos produtos, o
que reflete no preço final do produto. Por volta de 2004/2005, um monitor desse tipo
custava, em média, R$ 1,6 mil e em 2006 o preço havia caído pela metade, cerca de
R$ 800.

Nova geração

Até o lançamento da plataforma móvel Intel Centrino, em março de 2003, os


notebooks eram construídos por componentes convencionais adaptados, a partir de
modelos inicialmente projetados para desktops. Mas os usuários de notebooks
passaram a demandar modelos leves e compactos, com baixo consumo de energia -
para que as baterias durassem mais - e conexão por banda larga sem fio à Internet.
- 13 –
Para atender esse público, foi desenvolvida a plataforma Centrino, projetada
especificamente para a computação móvel. Em 2006, foi lançada a plataforma Intel
Centrino Duo, com o processador Intel Core Duo, que proporciona um aumento
significativo de desempenho (mais de 70%), e reduz o consumo de energia em até
28%, em comparação aos modelos das gerações anteriores. O resultado possibilita a
resposta mais rápida do sistema e uma melhoria na vida útil da bateria, além de
uma grande variedade de modelos inovadores de notebooks, cada vez mais
portáteis.

Simultaneamente ao lançamento dessa plataforma, mais de 15 fabricantes


anunciaram seus produtos, com a nova tecnologia já incorporada, o que demonstra
que OEMs como Dell, HP, Itautec, LG, Positivo e Semp Toshiba, para citar apenas os
mais conhecidos, apostam na adoção da conectividade sem fio.

Disputa com os desktops

Comprar um notebook em vez de um desktop tem sido também uma boa opção até
mesmo para usuários domésticos quando decidem adquirir uma máquina nova. Essa
motivação tem sido alimentada pela vantagem da mobilidade. Até porque, o
notebook oferece as duas opções, ou seja, atende tanto as necessidades do usuário
quando ele está trabalhando no escritório, como pode acompanhá-lo quando está
fora da empresa fechando negócios, ou fazendo alguma apresentação corporativa.

Não por acaso, esse setor representou 35% das compras em 2005, de acordo com a
IT Data Consulting. Já a IDC acredita que esse perfil representou 28% das aquisições
de laptops no mesmo período, mas previa que em 2006 a porcentagem subiria para
30%.

Embora o preço de um desktop com as mesmas configurações (memória, disco rígido


e processador) de um notebook custe menos, a relação custo/benefício
proporcionada pelo equipamento portátil acaba interferindo significativamente na
escolha pelo notebook.

Os notebooks com custo entre R$ 1 mil e R$ 2 mil geralmente são voltados ao


público que está adquirindo o seu primeiro laptop e não exige tantos recursos. Eles
atendem à demanda de quem tem restrição orçamentária, mas deseja aproveitar a
tendência da mobilidade, ainda que não conheçam todas as vantagens disponíveis no
mercado.

Em 2005, as vendas de notebooks cresceram 47%, ainda de acordo com a IDC. Por
outro lado, a IT Data Consulting afirma que o aumento foi ainda maior com um
resultado que dobrou as vendas de 2004, chegando a 313 mil unidades vendidas. De
acordo com as consultorias, elas apostavam em um crescimento de 50%, em 2006,
o que significava algo entre 410 mil e 470 mil produtos.

- 14 –
O estudo “Update Your Security Practices to Protect Notebook PC”, realizado pelo
Gartner, aponta outras dificuldades com essa nova relação corporativa. Uma delas é
a falta de abrangência dos fornecedores, no que se refere tanto ao software quanto
aos serviços. Ainda não há uma abordagem que considere todas as vulnerabilidades
dos notebooks, principalmente porque os produtos são recentes e as estratégias
específicas ainda estão sendo criadas.

A recomendação é que as empresas invistam em ferramentas de segurança, em


práticas e políticas específicas para os usuários de notebooks. É preciso estar atento
às ameaças para que estas não interfiram nos negócios, visto que o perigo de ter os
dados estratégicos acessados por pessoas não autorizadas aumenta
consideravelmente.

Aumenta a responsabilidade

A conscientização dos usuários de notebooks em relação ao cumprimento das


políticas de segurança é um procedimento de extrema importância no mundo da
conectividade sem fio. Com o crescimento do uso dos notebooks, aumenta também a
responsabilidade dos usuários e especialmente da corporação. Um CEO que possui
um notebook, por exemplo, precisa estar atento quando usar acesso wireless,
porque mais do que qualquer funcionário da companhia, é bem provável que ele
tenha informações sigilosas e com grande valor para o negócio. Nesse caso, é
preciso considerar os locais de acesso fora do escritório e respeitar políticas de
segurança.

O Gartner recomenda ainda que as empresas coloquem em prática ações


complementares que atuem conjuntamente para minimizar os riscos e não apenas
antivírus, por exemplo. É preciso observar as prioridades e obedecer a ordem de
implementação dos procedimentos de segurança, pois colocar em prática
determinadas ações fora da seqüência podem comprometer a eficiência das práticas
de segurança e aumentar a possibilidade de falhas.

Os computadores pessoais também estão sendo trocados por notebooks. O número


ainda é baixo, mas a previsão é que haja crescimento em virtude da queda dos
preços. Em 2005, 6% dos 5,6 milhões de equipamentos vendidos no Brasil eram
notebooks. Por outro lado, o Japão já serve como exemplo da tendência que deve
invadir o resto do mundo. Neste país, os notebooks já estão na proporção de um
para um em relação aos desktops.

O Gartner dá uma idéia da dinâmica dos negócios e tecnologia nos próximos anos.
Em 2008, aproximadamente 10% das empresas irão requerer que os funcionários
tenham seus próprios notebooks. Essa utilização está intimamente ligada às políticas
de segurança, já que o computador corporativo comumente usado para assuntos
pessoais, como e-mail, músicas e vídeo, agora deixa de ser responsabilidade da

- 15 –
empresa e passa para as mãos do usuário. É uma forma de a companhia ficar isenta
das responsabilidades que têm criado grandes problemas.

Com isso, será criada uma rotina de concessão de notebooks, assim como acontece
hoje com os carros. Ou seja, a empresa paga pelo uso do computador pessoal do
funcionário. A vantagem dessa utilização é que apesar dos custos da plataforma
ainda ficarem nas mãos da corporação, os operacionais da solução passam para o
usuário.

Redes sem fio

Pela mobilidade que oferece, o mercado de notebooks corporativos está


movimentando também as tecnologias de comunicação por redes sem fio (wireless).
Isso porque a junção dessas tecnologias traz ganho de produtividade. Primeiro
porque há a possibilidade de transmitir dados em locais remotos e segundo porque
essas tecnologias estão cada vez mais baratas.

Por esses motivos, o mercado sem fio está crescendo cerca de 50% ao ano. Em 2006
houve um salto ainda maior, já que além do varejo, que utiliza os recursos, outros
segmentos passaram a buscar a tecnologia. Até mesmo hospitais e repartições
públicas passaram a consumir mais as soluções de mobilidade.

Nos Estados Unidos, os negócios ligados à tecnologia wireless movimentaram US$


158,6 bilhões em 2005, de acordo com a Telecommunications Industry Association
(TIA). Como a tecnologia é utilizada há mais tempo, a TIA previu que até 2008, o
valor chegaria a US$ 212,5 bilhões e US$ 446 bilhões nos demais mercados,
incluindo a América Latina.

A conectividade sem fio traz um ganho para empresa não somente pela facilidade de
ter acesso em qualquer lugar, mas também porque tem um custo de implementação
muito mais baixo do que a conectividade convencional.

Mais cuidados

A facilidade que o uso de notebooks traz aos usuários e para as corporações – além
da vantagem de ocuparem menos espaço, com capacidade de armazenamento e
processamento compatível com a dos desktops – tem um alto preço: vulnerabilidade.

As máquinas ficam a maior parte do tempo em trânsito e por isso tornam-se mais
vulneráveis a ameaças lógicas e também físicas, como assaltos, exposição à chuva e
quedas. Por esse motivo, as companhias precisam estar atentas em relação ao
tratamento dado aos novos equipamentos. É preciso considerar algumas dicas. As
corporações devem:

- Reconhecer e incluir os notebooks no inventário de ativos da companhia


- 16 –
- Ter o mesmo grau de cuidado dedicado aos desktops, com instalação de
antivírus e outros programas de segurança
- Projetar a aquisição de um seguro para os equipamentos
- Estabelecer um termo de cessão temporária do direito de uso para o
funcionário
- Conscientizar os usuários de que a utilização indevida de software nos
notebooks é de responsabilidade deles
- Adotar programas educacionais que incentivem os cuidados com o aparelho

CONECTIVIDADE SEM FIO

Módulo 5 – WiMax

Se a conectividade sem fio foi uma das maiores revoluções tecnológicas desde a
mudança do ambiente de mainframe para uma estrutura baseada em cliente-
servidor, ela também abriu a disputa entre diversas tecnologias wireless que buscam
se tornar padrão de mercado. Depois da consolidação do bluetooth para distâncias
menores e do Wi-Fi para um ambiente de conectividade maior, questões técnicas
como cobrir grandes distâncias e ultrapassar paredes e muros sem perder qualidade
de serviço ainda se colocam como entraves para a banda larga sem fio.

Para tanto, inúmeras tecnologias foram lançadas e começaram a disputar espaço a


fim de se tornar o padrão de mercado. Nesse momento, começou a discussão em
torno do WiMax (Worldwide Interoperability for Microwave Access), WiMesh, 3G,
UWB (Ultra Wideband), Flash-OFDM, entre muitas outras. Mais do que tornar-se o
padrão de tecnologia banda larga sem fio por rádio, a disputa gira em torno de
conquistar o maior número de fabricantes e oferecer as melhores soluções para os
clientes, sejam eles usuários finais ou grandes organizações espalhadas pelo mundo.

Nesse contexto, ainda não está definido quem é o vencedor. O WiMax, padrão aberto
definido pelo IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) sob o nome de
802.16, se mostra um dos mais sólidos competidores pelo domínio do mercado, não
só pelas suas capacidades técnicas que abordaremos no tópico seguinte, mas,
também, por contar com a adoção de peso de grandes fornecedores de tecnologia do
mercado. Além disso, mais do que um padrão de transferência de dados sem fio, o
WiMax também está preocupado com a interoperabilidade entre suas soluções. Vale
a pergunta: O WiMax tem a capacidade de se tornar o padrão de tecnologia sem fio?

Sim, segundo o WiMax Fórum (www.wimax.com), responsável por estimular a


adoção do WiMax no mundo e certificar as soluções. Contando com a adoção de mais
de 300 companhias das mais diversas especialidades, entre elas Alcatel, AT&T, Cisco
e Intel, o WiMax Fórum tem também a atribuição de certificar produtos, avaliando
não só sua capacidade dentro do padrão de tecnologia sem fio, mas também formula
- 17 –
e monitora a interoperabilidade entre as soluções. O WiMax Fórum certifica produtos
desde julho de 2005.

Fatores técnicos

Um dos grandes argumentos dos defensores do WiMax está relacionado com sua
capacidade de conexão. Podendo atingir até 30 milhas, cerca de 48 quilômetros, o
WiMax se diferencia por cobrir áreas muito maiores, sejam elas grandes distâncias
metropolitanas ou rurais, atuando paralelamente ao Wi-Fi (responsável por áreas
locais e escritórios com seus hotspots). Dependendo dos fatores externos, como
presença de paredes de prédios e árvores, as células de WiMax cobrem, em média,
uma área de 4 a 5 milhas (até 8 quilômetros), em freqüências NLOS e até 10 milhas
(até 16 quilômetros), em freqüências LOS.

A definição do tamanho da rede a ser atingido está relacionada com a taxa de


transferência de dados que se busca atingir. Para ter uma idéia da capacidade de
transporte de dados, a versão do WiMax para acesso fixo, baseada no padrão
802.16, de 2004, fornece transporte máximo de dados de até 75 Megabits por
segundo (Mbps) por canal, mantendo uma média de 45 Mbps/channel. Essa
capacidade de banda é suficiente para suportar, simultaneamente, mais de 60
conexões do tipo T1/E1 e centenas de casas com conexões em DSL.

No mundo do WiMax móvel (802.16e), a capacidade de banda com base por usuário
tem uma diminuição na prática, com os patamares reduzidos em relação ao mundo
fixo. Ainda assim, as taxas são bem mais significativas que o concorrente direto 3G,
já que atingem, em tese, cerca de 5bps/Hz. A previsão de lançamento de produtos
com Mobile WiMax é para final de 2006, provavelmente na definição internacional de
banda larga de 3,5 Hz.

De maneira geral, a taxa de transferência é afetada por mais do que a capacidade da


onda de rádio e dos entraves como paredes e árvores. A distância da estação base e
o espectro do canal, para citar dois exemplos, contribuem bastante para a variação
da capacidade final de transferência de dados.

Histórico

Formado pelo acrônimo do conceito Worldwide Interoperability for Microwave Access


(Interoperabilidade Mundial para o Acesso por meio de Microondas), o WiMax é uma
iniciativa em busca do padrão com o propósito de garantir que as “wireless radios
manufactured” para o uso dos consumidores sejam interoperáveis (conversem entre
si) de fornecedor para fornecedor. A vantagem primordial do padrão WiMax está na
adoção de avançadas funcionalidades de radio de forma uniforme e com redução de
custos para os fornecedores participantes do WiMax Fórum. Os fundadores se
prontificaram, desde o início, a criar um corpo de padrões colaborativos.

- 18 –
O desenvolvimento da indústria de banda larga sem fio, tanto acesso fixo quanto
móvel, com a adoção e utilização em larga escala, está intimamente relacionado
tanto com a queda do preço do hardware quanto a um ambiente estruturado que
deve operar internamente de forma consolidada. O desenvolvimento de padrões
como o DSL (digital subscriber line) e a indústria de banda larga via cabo (DOCSIS)
também foram responsáveis em grande parte por motivar a adoção das tecnologias
sem fio.

Dados da Pyramid Research dão conta de que as soluções proprietárias de


tecnologias sem fio de transferência de dados proprietárias e o WiMax vão batalhar
pelo mercado nos próximos anos. Em 2006, a divisão desse mercado estava em
menos de 20% para o WiMax, mas esperava-se que essa proporção saltasse para
mais de 60% do mercado de tecnologia sem fio em 2009.

Atualmente, os membros do WiMax Fórum já implementaram soluções em mais de


125 países no mundo. Um dos projetos mais destacados foi a implementação de
WiMax nas cidades de Dalian e Chengdu, na China. Dalian, cidade portuária na
região nordeste da China, tem 5,9 milhões de pessoas e é um centro industrial e
financeiro; já Chengdu é a capital da província de Sichuan, tem mais de 12 mil
quilômetros quadrados, população de mais de 10 milhões de pessoas e 20
universidades.

No Brasil, existem diversos projetos para utilização do WiMax. Primeiro, foram


conectadas quatro escolas em Brasília, Distrito Federal, com a tecnologia de
transferência de dados sem fio. Depois, a cidade de Ouro Preto foi a escolhida para
receber a infra-estrutura de WiMax, com suas células cobrindo uma área de
cinqüenta quilômetros, sendo responsável por conectar escolas, universidade, órgãos
públicos e telecentros.

Tecnologias complementares

Por mais que o cenário futuro ainda seja nebuloso em relação a qual padrão será
adotado pela maior parte do mercado, uma coisa está clara: o Wi-Fi continuará
presente. Os participantes do WiMax Fórum observam que as duas tecnologias sem
fio de transmissão de dados terão papel complementar e, até, de estimular o
crescimento das duas tecnologias wireless. De outra forma, a grande disponibilidade
dos padrões de Wi-Fi 802.11b/g/a tanto em notebooks, chegando ao usuário final,
como hotéis, restaurantes e aeroportos, para citar alguns exemplos, representa para
o WiMax uma metodologia de como uma ferramenta pode ganhar o público em geral.

Para o WiMax Fórum, os notebooks do futuro próximo devem ter dupla


disponibilidade, aceitando livremente tanto Wi-Fi/WiMax quanto numa abordagem
mais ampla que vislumbre também a rede de celular, Wi-Fi/WiMax/Cellular. Diz o
relatório da aliança que “com o crescimento do padrão WiMax, maior aceitação do
grande público e queda dos preços das soluções, será mais comum novos chipsets

- 19 –
que incorporem a habilidade de funcionar entre as diversas plataformas. De forma
geral, a migração será gradual para sistemas mais robustos baseados em WiMax
conforme os casos de negócios provarem o valor”.

Os primeiros produtos com WiMax integrado conheçam a ser lançados no mercado. A


Nokia apresentou o Nokia N810 Internet Tablet - WiMax Edition, o primeiro modelo
da companhia compatível com as novas redes móveis WiMax. O aparelho vem com
navegador Mozilla, tela sensível a toques de 4,13 polegadas e do teclado QWERTY
deslizante. Estão disponíveis diversos aplicativos de voz sobre IP (VoIP) e de
Mensagens Instantâneas (IM), inclusive o Skype (TM), o Google Talk (TM) e o
Gizmo5, que também utilizar a câmera integrada. O telefone tem GPS e um
reprodutor integrado de mídia e 2 GB de memória interna, expansível a até 10 GB
com o acréscimo de um cartão de memória microSD opcional. A novidade deve estar
disponível nos Estados Unidos durante o terceiro trimestre de 2008, em áreas onde
há conectividade de WiMax.

De maneira análoga, outros padrões tecnológicos de LAN como Bluetooth,


Ultrawideband e o emergente 802.11n, que ofereçam valor agregado em distâncias
menores, também continuarão crescendo, demandando novos chipsets e laptop
radios que deverão, segundo a visão do Fórum, cruzar essas redes de dados de curta
capacidade de maneira transparente para o usuário, da mesma forma que transita
pelas redes de telefonia celular e redes WiMax. O relatório conclui que “o padrão
WiMax é parte majoritária numa visão de futuro brilhante, na qual o acesso sem fio à
banda larga tenha realmente toda a flexibilidade que prometeu no seu início”.

O Futuro

Dentro da clássica lei da oferta e da procura, com pretendentes buscando se tornar o


padrão de mercado, uma previsão sobre o futuro do mundo da tecnologia wireless se
mostra um tanto quanto óbvia: a disputa muito acirrada por market share. Fazendo
esse raciocínio para o futuro próximo, o WiMax vai competir e “roubar” fatias de
mercado tanto do 3G quanto de DSL. Segundo a empresa de pesquisa TelecomView,
esse caminho é inexorável, já que o padrão WiMax vai ser a opção escolhida entre os
dois concorrentes, atuando em locais em que os outros não podem e, inclusive,
substituindo aplicações dos concorrentes.

O instituto estima que o WiMax será responsável por mais de 40% do mercado de
banda larga sem fio em 2009, com o restante do mercado nas mãos do 3G. Além de
“roubar” mercado da terceira geração de redes, o padrão aberto de tecnologia sem
fio também vai representar uma ameaça de canibalização dos serviços fixos de
banda larga, baseado tanto em cabo quanto em DSL. A TelecomView aponta que o
WiMax vai ser o vencedor “claro” entre as tecnologias de transporte de dados, graças
a sua alta performance e flexibilidade se comparado aos concorrentes. Ainda que o
3G seja importante por sua mobilidade, de acordo com a instituição de pesquisa,
apenas o WiMax vai competir diretamente com o DSL.

- 20 –
Os maiores diferenciadores do WiMax são, segundo a TelecomView, um único padrão
global, como o DSL, e sua adoção é impulsionada por uma significativa economia de
escala graças à atuação forte de diversos fornecedores de Tecnologia da Informação
e a disponibilidade da tecnologia wireless em seus produtos. Apesar de destacar a
mais lenta adoção do padrão 802,12, a empresa de pesquisa acredita que a adoção
do WiMax terá um movimento similar ao da introdução do Wi-Fi.

Como regra geral, continua valendo a velha máxima do capitalismo: a solução mais
acessível vence. Mais do que a questão específica do preço, também contam muitos
pontos a disponibilidade do serviço, o nível de adoção dos fornecedores de infra-
estrutura e a capacidade de suportar inovações, como IPTV. Nesse sentido, o WiMax
saiu na frente em todos os aspectos.

CONECTIVIDADE SEM FIO

Módulo 6 – Hotspots

Cada vez mais gente não só aprende o que é um hotspot – nome dado ao local onde
a tecnologia Wi-Fi está disponível – como também procura saber onde ele está
instalado para que possa usar seu notebook, confortavelmente sentado em um café,
restaurante ou shopping. Os aeroportos brasileiros já estão todos cobertos por sinal
de Internet por banda larga sem fio. Sem falar nos cafés, muitos shoppings e até
hospitais. E o número não pára de crescer.

Esse cenário demonstra como se alastra a tecnologia Wi-Fi, sigla de Wireless Fidelity,
baseada no protocolo 802.11 e suas variações. Uma das vantagens desse sistema é
a facilidade de instalação de um ponto de acesso. O principal equipamento para
iniciar uma rede wireless é um receptor Wi-Fi com uma ou mais antenas, que se
comunica com outros periféricos com a mesma tecnologia. Para compartilhar a
Internet, é preciso um ponto de acesso wireless com roteador embutido (wireless
router).

Ao comprar o receptor, muitos usuários leigos decidem implementar a rede sem


fazer alterações na configuração. Assim, as redes ficam abertas e vulneráveis a
qualquer pessoa que tenha um dispositivo cliente de Wi-Fi. Ao descobrir que alguns
adolescentes ficavam sentados em frente à loja e baixavam vídeos da Internet pela
conexão da loja Fnac de Brasília, decidiu-se adotar senhas para que somente
usuários autorizados pudessem fazer uso da rede.

Porém, tomadas as devidas precauções, a tendência é que a conectividade sem fio se


espalhe cada vez mais. Hoje, o número de hotspots no Brasil ultrapassa a marca de
1.900 e continua a crescer, de acordo com a empresa JiWire. Fundada em 2003,
para prover informações e serviços para ajudar os “profissionais móveis” e os
entusiastas da computação a encontrar e se conectar à Internet sem fio, a empresa
criou a maior comunidade Wi-Fi do mundo.
- 21 –
De fato, cada vez mais locais públicos como cafés, restaurantes, hotéis e aeroportos
são cobertos por sinal Wi-Fi e permitem usar notebooks, PDAs ou videogames
portáteis, como o PlayStation Portable (PSP) ou o Nintendo DS. O local onde se
pretende criar um hotspot deve ser bem estudado, pois vários objetos podem agir
como barreiras na comunicação sem fio como, por exemplo, botijões de água ou
microondas.

A evolução do Wi-Fi

Em 2006, o Brasil deverá ganhar pelo menos dez redes WiMax. A tecnologia é uma
evolução do Wi-Fi, com muito mais cobertura, mais banda e mais segurança. Além
disso, permite às operadoras aumentar a receita ao oferecerem novos serviços.

O WiMax Fórum, organização que reúne um grupo de empresas mundiais


especializadas em redes sem fio, previu um aumento de 7% na base de usuários da
tecnologia de banda larga na América Latina. Depois de mais de três anos de
discussões, alinhamento e educação do mercado, na definição da especificação e
início de produção dos equipamentos baseados no padrão WiMax, 2006 foi o ano do
início da instalação das primeiras redes desse tipo.

O WiMax é uma das melhores alternativas para os projetos de inclusão digital no


Brasil, devido à sua flexibilidade e velocidade de implementação, bem como ao seu
custo competitivo em relação a outras tecnologias já utilizadas. Dezenas de
solicitações são feitas por parte do governo federal e de outros governos estaduais e
municipais para melhor entender a tecnologia WiMax e como aplicá-la em seus
programas de inclusão digital.

Essa tecnologia pode oferecer aos países emergentes a oportunidade de “tirar o


atraso” e compensar a falta de investimentos do passado em conectividade, ao
permitir que o país esteja mais competitivo nos próximos anos. Se bem utilizado, o
WiMax alavancará o crescimento nas próximas décadas, se concordamos que acesso
à informação e à educação são pontos fundamentais.

No exterior também há diversos projetos em andamento, que aguardam a chegada


dos novos equipamentos. Nos países onde a banda larga já tem escala, o foco será a
versão WiMax de mobilidade (802.16e). Países como o Brasil começaram a tirar
proveito dessa tecnologia em 2006, da versão fixa (802.16-2004), em função de sua
necessidade de banda larga (mesmo fixa), e a mobilidade virá naturalmente na
seqüência.

Primeiros produtos

Em 2006, empresas como Siemens e Samsung mostraram na CeBIT, a maior feira


mundial de tecnologia, ocorrida em Hannover, na Alemanha, seus primeiros
equipamentos para a tecnologia WiMax, já com a promessa de acesso móvel à
- 22 –
Internet. Como o alcance do WiMax é de até 50 quilômetros, a tecnologia pode
começar uma nova era no acesso à web, sem depender dos hotspots limitados do
Wi-Fi.

O provedor de serviços Neovia, pioneiro na implementação de rede WiMax em São


Paulo, fez a primeira transmissão pública de conteúdo via WiMax multicasting
(transmissão para mais de um lugar simultaneamente). A apresentação foi feita para
120 crianças e adolescentes da ONG Cidade Escola Aprendiz e mais 50 crianças do
Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis, em 2006.

No “Dia da Conectividade Sem Fio”, a população pôde experimentar as tecnologias


Wi-Fi e WiMax de conexão à Internet por banda larga sem fio e com essas atividades
ficou provado que a tecnologia WiMax é ideal e será de fundamental importância
para levar acesso à Internet em banda larga para quem vive em lugares distantes
dos centros urbanos. Com custo acessível, flexibilidade e facilidade de instalação, é
fácil prever que os produtos compatíveis com o padrão WiMax ganharão cada vez
mais destaque, tanto nos planos do governo, quanto nas estratégias de empresas
privadas.

Nesse mesmo “Dia da Conectividade sem Fio”, fabricantes de equipamentos como


Alvarion, Aperto, Nortel, Proxim, Redline, assim como as provedoras de serviço
Diveo, Neovia, Vex, Telefônica e TVA apresentaram seus produtos e serviços.

A Neovia, pioneira na oferta comercial da tecnologia WiMax no Brasil, e a Alvarion,


especializada em redes móveis e soluções de banda larga sem fio, anunciaram o
lançamento no mercado brasileiro das primeiras antenas WiMax indoor, que podem
ser instaladas pelo próprio usuário em sua mesa de trabalho.

A Diveo do Brasil apresentou sua família de soluções desenvolvidas em WiMax e


colocou novos pacotes à disposição do mercado brasileiro, para empresas de todos
os tamanhos que precisam de uma alternativa com qualidade para acesso à Internet
e interligação de redes. A Diveo participa também do programa Cidade Digital, uma
iniciativa da Intel, do Ministério das Comunicações e do Programa de Governo
Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (GESAC). Por meio da
implementação da tecnologia WiMax, instituições sociais como postos de saúde,
escolas, hospitais e delegacias, entre outros, contarão com uma rede metropolitana
de computadores conectados e com acesso à Internet, até mesmo em locais onde a
cobertura dos serviços de telecomunicações é precária.

A TVA divulgou seu trabalho conjunto com a Intel e o Ministério das Comunicações,
que consiste em oferecer pontos de acesso a conteúdos digitais e de TV por
assinatura com a tecnologia WiMax nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte e Brasília. O projeto-piloto foi instalado na capital mineira e mais
recentemente na cidade de Tiradentes, que recebeu a tecnologia WiMax e os
conteúdos do Grupo Abril. Mais de 30 mil alunos de escolas públicas já foram

- 23 –
beneficiados por essa parceria e têm à sua disposição pontos de acesso a conteúdos
digitais e de TV por assinatura.

Para viabilizar o acordo, as empresas utilizam o padrão 802.16d do WiMax, atuando


na freqüência de 2,5 GHz do Multipoint Multichannel Distribution System (MMDS), o
mesmo que a TVA recentemente digitalizou, ampliando sua atuação nas cidades de
São Paulo e Rio de Janeiro. A parceria também tem por objetivo desenvolver novas
alternativas de acesso para o projeto GESAC.

Certificação

A Aperto Networks, empresa líder no desenvolvimento das estações-base de WiMax,


anunciou que sua estação-base, voltada para operadoras de telecomunicações
PacketMAX 5000, foi declarada WiMax Forum Certified™ para IEEE 802.16-2004 pelo
WiMax Forum™. A certificação confirma que o dispositivo está de acordo com os
documentos de testes gerados pelo WiMax Forum, status conferido quando um
equipamento é aprovado satisfatoriamente por uma série de testes autorizados de
conformidade e interoperabilidade.

A Redline divulgou que em 2006 era a única empresa a oferecer um sistema


completo certificado pelo WiMax Forum. O sistema é composto pela estação base
RedMAX da Redline (AN-100U), que foi uma das primeiras estações-base a receber a
marca de certificação do WiMax Forum no dia 19 de janeiro de 2006 e a unidade
assinante SU-O, que foi certificada em 31 de janeiro de 2006. O RedMAX SU-O é o
primeiro sistema WiMax baseado no Intel® PRO/Wireless 5116 Broadband Interface,
a receber a marca registrada WiMax Forum™.

Mas quem pensa que os hotspots restringem-se a bares e restaurantes, pode se


surpreender ao saber que até hospitais começam a apostar nessa tecnologia e
iniciam a implementação de seus hotspots. O Hospital Santa Paula, por exemplo,
localizado na capital paulista, adotou a tecnologia wireless (sem fio) em seu sistema
operacional, ampliando os benefícios para médicos, visitantes e profissionais que
utilizam laptops e palmtops para acessar a Internet e ler e-mails.

O hospital investiu no sistema wireless em três ambientes dentro do Hospital Santa


Paula: lanchonete, recepção do Pronto-Atendimento e recepção da Internação. Para
o próximo ano, pretendem automatizar todo o hospital, em suas diferentes
atividades, com o mesmo sistema.

A iniciativa do Santa Paula deve-se ao grande sucesso do Cyber – implementado


recentemente em dois pontos de acesso à Internet, que costumam receber cerca de
300 usuários por dia. O Hospital quer manter o alinhamento com as mais novas
tendências tecnológicas, para proporcionar aos seus clientes avançados benefícios e
comodidades tecnológicas.

- 24 –
Hotspots chegam aos 200 mil

Em janeiro de 2006, os hotspots alcançaram a marca de 100 mil pontos em todo o


mundo. Em apenas quatro anos, a tecnologia Wi-Fi se enraizou de maneira
definitiva, alcançando a marca histórica. Menos de um décimo, entretanto, oferece
acesso gratuito à web.

Segundo a JiWire, que relaciona em seu site (www.jiwire.com) mais de 200 mil
hotspots em 135 países, os Estados Unidos são o país que mais possui pontos de
acesso, com 67.426 (em março de 2008), seguido pelo Reino Unido, com 32.143, e
pela França, com 25.485. Os outros países que aparecem em destaque na lista são a
Alemanha (21.905), Coréia do Sul (21.076), Japão (10.998), Rússia (8.373),
Espanha (6.073), Itália (5.406) e Taiwan (4.413). O ranking das cidades está assim
(março de 2008): Moscou (8.244), Londres (3.429), Paris (3.285), Taipei (2.749),
Seul (2.498), Hong Kong (2.435), Tókio (2.388), Berlim (1.631), Nova York (1.176)
e Madri (1.174).

O ano de 2005 marcou a explosão wireless, quando o número de hotspots quase


duplicou: de 57 mil no final de 2004 para 100.355 no início de 2006. Desse total,
porém, apenas 8.118 são de acesso livre, enquanto os outros 92.237 cobram taxas
por tempo de conexão. As taxas diárias médias para uso de um hotspot variam de
US$ 2 a US$ 15 em um hotel, por exemplo, enquanto uma mensalidade pode chegar
a US$ 40.

Os locais em que mais se registram hotspots são os hotéis (48.274), outros (35.670)
e restaurantes (33.439). Os cafés, categoria à parte, alcançam 28.572 hotspots.

Em alguns casos, certos hotspots se tornaram tão populares que os seus donos
foram obrigados a fechá-los. Um café na cidade de Seattle, EUA, por exemplo, era
freqüentado por visitantes de outros municípios e estudantes de universidade, que
iam ali com o único objetivo de acessar a Internet. Além disso, as pessoas ficavam
tão concentradas com os seus laptops que ninguém mais demonstrava vontade de
socializar. Os donos do café preferiam a freqüência de uma comunidade mais
comunicativa.

CONECTIVIDADE SEM FIO

Módulo 7 – Mercado

No segundo semestre de 2006, a Brasil Telecom lançou um telefone capaz de


conectar-se a linhas fixas usando redes Wi-Fi. O aparelho detecta o sinal de Internet
e se conecta a uma linha fixa da BrT, e faz as chamadas a partir dessa linha. Quem
estiver em um cybercafé na China, com um celular que receba o sinal Wi-Fi, poderá
- 25 –
se conectar, por exemplo, a uma linha fixa da Brasil Telecom numa central em
Brasília e realizar chamadas para telefones fixos em Brasília pagando tarifa fixo-fixo.

O UOL, maior portal brasileiro de Internet, anunciou em fevereiro de 2006 seu


serviço de acesso à internet sem fio por meio da tecnologia Wi-Fi. A empresa oferece
a conexão em centenas de hotspots espalhados por shoppings, hotéis, cafés e
aeroportos em todo o país.

Esses são apenas dois dos exemplos das inúmeras oportunidades de negócio que a
tecnologia Wi-Fi abre para empresários que estejam conectados com a questão da
inovação e atentos aos movimentos e às demandas do mercado. As redes WiMax
também estão crescendo e estimulando a criação de novos projetos e negócios no
Brasil. A Intel já soma 43 projetos de WiMax no país, dos quais cinco em atividade. E
a empresa previa que, ainda em 2006, pelo menos mais dez novos projetos seriam
iniciados na América Latina. Em março de 2006, a Intel anunciou o acordo com a
Companhia de Processamento de Dados do Município de São Paulo (Prodam). O
projeto “São Paulo Digital” inclui a instalação de antenas em escolas, hospitais e
órgãos públicos. A primeira antena instalada pela empresa fica na Zona Norte da
capital.

A empresa Symbol Technologies anunciou arquitetura sem fio de próxima geração,


que integrará Wi-Fi e RFID para impulsionar a nova geração de mobilidade das
empresas. A arquitetura Wi-NG (Wireless Next Generation – Próxima Geração Sem
Fio) ajuda as empresas a usar de forma econômica e a administrar centralmente
aparelhos sem fio para voz, dados e infra-estrutura em todo o espectro de RF
(radiofreqüência).

A arquitetura permite a consolidação de Wi-Fi, RFID, VoWLAN (voz sobre rede LAN
sem fios), redes WiMax e mesh na primeira plataforma de comutação de RF
integrada do setor. De acordo com pesquisas divulgadas pela própria Symbol, o
mercado de RFID atingirá US$ 2,5 bilhões em 2009 e o mercado de WLAN para
empresas crescerá para US$ 2,9 bilhões. Em vez de continuar a montar redes
separadas, a Symbol ajudará os clientes a consolidar as duas, criando um domínio de
comutação de RF que integre ambos os ambientes.

A empresa acredita que a arquitetura Wi-NG é a matriz para montagem da rede de


quarta geração e representa o próximo passo da estratégia de mobilidade de
empresas da Symbol. A rede Wi-NG dá suporte às tecnologias atuais e emergentes
para comunicação sem fio em banda larga, inclusive 802.11n, WiMAX, GPRS, EV-DO,
e integrará múltiplas redes Wi-Fi em uma rede LAN.

Novidades no Dia do Smartphone

Em março de 2006, no Dia do Smartphone – evento que integrou a programação da


Semana da Mobilidade Intel – foram anunciados cinco novos aparelhos. Atualmente,
- 26 –
existem no mundo mais de 100 dispositivos baseados nessa tecnologia. No mundo,
são mais de 100 dispositivos baseados nesse processador Intel XScale, que rodam
aplicações dos sistemas operacionais Windows 2003 Pocket PC, Windows Mobile 5.0,
Palm OS ou Linux.

A empresa procura atender todas as tecnologias de sistema operacional, não fazendo


distinção entre eles. A linha de processadores para handhelds e handsets Intel
XScale é composta pelos modelos PXA 270, PXA 271, PXA 263 e PXA 901, que
variam de 208 a 520 MHz. Os recursos de alta performance e baixo consumo de
energia estão atraindo a indústria na fabricação de dispositivos digitais portáteis
cada vez mais práticos, funcionais, com design moderno, e capacidade de
convergência de dados e voz.

A BenQ-Siemens mostrou o P-50, smartphone GSM com o processador Intel PXA


272, 416 MHz e sistema operacional Microsoft Pocket PC 2003, com conexão Wi-Fi,
em conjunto com as operadoras Brasil Telecom e Oi. O P50 oferece recursos
necessários para os executivos. O aparelho permite sincronização com o Microsoft
Outlook, edição e busca de documentos, comando de voz e VoIP via Wi-Fi (Skype).

Além disso, traz controle remoto universal, para o comando de equipamentos


eletrônicos de qualquer marca. O smartphone conta com função multimídia
completa, câmera de 1.3 megapixel e Windows Media Player, para gravação e
reprodução de vídeo. Além de MP3 player, entrada USB e conectividade bluetooth, o
aparelho possui teclado QWERTY para a digitação e a entrada de texto.

MP3, TV e foto no celular

A Digitron e a Gigabyte anunciaram o g.Smart, primeiro smartphone do mundo com


central multimídia completa. O g.Smart é um produto GSM com tela sensível ao
toque, equipado com o Microsoft Windows Mobile 5.0. Entre as várias características
inéditas, o celular oferece recepção de TV aberta (Pal-M e NTSC), rádio FM, MP3
player e câmera fotográfica de 2.1 megapixels. Além disso, o g.Smart oferece
comunicação Wi-Fi, bluetooth, fax modem e conexão GPRS. O produto estaria
disponível em junho de 2006.

O outro produto da Gigabyte é o g Smart i PDA, com tela de 2,4 polegadas sensível
ao toque, equipado com o Microsoft Windows Mobile 5.0 e processador Intel PXA272
de 416 MHz. O PDA possui rádio FM, MP3 Player e câmera fotográfica de 2.1
megapixels com Flash LED, reconhecimento de escrita, Push Mail, bluetooth, fax
modem e conexão GPRS em operação GSM Triband.

A Motorola mostrou o A910, um celular híbrido Wi-Fi/ UMA (Unlicensed Mobile


Access), produto da empresa para a convergência fixo-móvel. Com um sistema de
comando de voz, o A910 reproduz músicas em MP3, fotografa com câmera de 1,3
Megapixel com flash Lumi-LED e acessa e-mails. Seu sistema operacional é o Linux-
- 27 –
Java de próxima geração. Tem também tecnologia bluetooth, suporte a J2ME e
funções avançadas de predição de texto. Nesse último recurso, o aparelho pode
transformar mensagens SMS em mensagens vocalizadas, ou transformar mensagens
de voz, ditadas pelo usuário, em SMS. O aparelho chegaria ao Brasil no segundo
semestre de 2006.

Mais de 4 milhões de usuários

A TIM apresentou o BlackBerry 8700g, produto que permite enviar e receber e-mails,
visualizar arquivos e manter a sincronização com servidores de e-mail, em qualquer
uma das mais de 2.300 cidades brasileiras cobertas pela Rede TIM GSM, assim como
nos 68 países com os quais a TIM possui acordo de roaming internacional de dados.
A sincronização é possível devido ao uso da tecnologia Push, que permite receber
automaticamente as mensagens, em tempo real, sem que o usuário precise se
conectar ou fazer download de atualizações. O BlackBerry 8700g permite visualizar
arquivos nos formatos Word, Excel, PowerPoint e PDF (Adobe Portable Document
Format) e imagens em diversos formatos, como JPG, BMP, GIF, PNG e TIFF.

Com isso, o cliente tem a opção, por exemplo, de ver fotos na tela do BlackBerry e
receber mensagens multimídia. Também suporta toques em MP3. O 8700g é o mais
moderno aparelho oferecido pela canadense Research In Motion (RIM), criadora do
BlackBerry, e o único a operar na tecnologia EDGE, permitindo que os clientes
acessem à internet a uma velocidade de até 200 Kbps dentro da rede TIM EDGE,
atualmente disponível em mais de 400 cidades. O produto está equipado com um
processador Intel 312 MHz. O BlackBerry, um sucesso nos Estados Unidos, Europa e
Ásia, contava com mais de 4 milhões de usuários em todo o mundo em 2006.

Todos esses produtos e serviços apostam na conectividade sem fio e no crescimento


da adoção dos padrões Wi-Fi e WiMax. E o que acontecerá no mercado quando o
WiMax se popularizar? Analistas acreditam em uma mudança no modelo tradicional
das operadoras de telecomunicações. Para eles, a banda larga sem fio representa
uma alternativa barata para os cabos, permitindo a exploração de novos nichos. Isto
é, o mercado poderia vivenciar o surgimento de operadoras pequenas e
segmentadas. Antenas poderiam ser instaladas em bairros, onde essas empresas
atuariam. Seria uma dinâmica de mercado diferente.

Outra tendência apontada é do aumento da utilização de Voz sobre IP (VoIP). O


WiMax proporciona serviço de baixo custo para telefonia fixa, longa distância,
Internet banda larga, sem envolver investimentos com redes físicas. Nos Estados
Unidos, a tecnologia de VoIP é fato e no Brasil esse mercado começou crescer desde
2006. Hoje, há tecnologias que podem revolucionar tudo. Por exemplo,
teoricamente, não precisamos mais dos cabos para nada. Mas a mudança cultural
demanda tempo.

Cerca de 770 mil assinantes em 2010

- 28 –
Uma pesquisa realizada pela Maravedis junto a operadoras, fornecedores, órgãos
reguladores e provedores para traçar perspectivas para a adoção da tecnologia de
acesso a banda larga sem fio WiMax no Brasil revela que o País terá 768 mil
assinantes do serviço em 2010. O estudo aponta ainda que o mercado de
equipamentos no Brasil – que em 2005 movimentou apenas US$ 6 milhões,
principalmente em equipamentos não-licenciados para a freqüência de 5,8 GHz (que
não requer licença de operação) – movimentará US$ 300 milhões em 2010. Entre os
estímulos necessários para que a tecnologia decole, está a licitação de espectro na
freqüência de 3,5 GHz – voltada ao chamado padrão WiMax nomádico ou fixo – e a
redução no preço das CPEs (Customer Premises Equipments), equipamentos
necessários para a conexão às redes.

Hoje, uma CPE custa em média US$ 500. Para ser comercialmente viável para o
mercado doméstico, o custo médio deve chegar a US$ 100, o que só deve ocorrer
em 2009, segundo analistas do mercado. Eles prevêem que o WiMax deve
deslanchar primeiramente no mercado corporativo, onde os custos podem ser mais
facilmente absorvidos. A pesquisa prevê ainda que, em 2010, 70% dos usuários de
WiMax serão residenciais e móveis. A tecnologia será usada para suportar a conexão
de dispositivos móveis a banda larga, TV, voz sobre IP, entre outras aplicações.

O WiMax opera em três diferentes freqüências, a de 3,5 GHz, que exige licitação e
suporta o padrão fixo; a de 2,5 GHz (também licitada), que concentra principalmente
os provedores de MMDS (multichannel multipoint distribution service) e suporta o
padrão móvel; e a de 5,8 GHz, também utilizada pelo padrão fixo, porém não-
licitada.

Em 2006, já era possível utilizar o WiMax na faixa de 5,8 GHz, com equipamentos
pré-WiMax (não homologados pelo WiMax Fórum, mas autorizados pela Anatel). A
Embratel, a Brasil Telecom e a Neovia são as únicas operadoras que já possuíam
espectro na faixa, adquirido em uma licitação em 2002, para PMP (ponto-multi-
ponto), antes de se definir que a freqüência seria usada para o WiMax.

Com a implementação do WiMAX no Brasil, o mais breve possível o mercado usará a


Internet assim como se usa o celular hoje. A tendência é melhorar ainda mais essa
tecnologia. O WiMax será implantado na Bahia a partir de maio 2008 pela Embratel
com acesso em banda larga para empresas. O WiMax já é uma realidade no Brasil.
Desde outubro de 2006, a GlobalWave Telecom está comercializando o WiMax,
atingindo mais de 2 mil clientes em algumas áreas de Florianópolis, SC.

CONECTIVIDADE SEM FIO

Módulo 8 – Tendências

- 29 –
Quando se fala em conectividade sem fio, mobilidade, WiMax e tendências para o
futuro, é preciso analisar a adoção dessas novas tecnologias por parte das empresas,
governos e usuários finais. Cada público tem as suas necessidades particulares.
Desde 2006, as empresas que trabalham nessa área já têm traçado um panorama
completo sobre as perspectivas e planos futuros para o mundo móvel no Brasil.

Em geral, a estratégia delas baseia-se sobre quatro pilares:

• Estímulo à adoção de notebooks


• Disseminação dos dispositivos móveis portáteis (como celulares e PDAs)
• Ampliação de infra-estrutura de acesso à internet sem fio (Wi-Fi e WiMax)
• Produção de conteúdo digital como filmes, músicas, jogos etc.

No quesito conteúdo digital, foi assinado um acordo de cooperação entre a Intel e a


Rede Globo, que foi a primeira empresa brasileira de comunicação a testar conteúdo
digital especialmente desenvolvido para a tecnologia Intel® Viiv™ (pronuncia-se
"vaiv"). As duas empresas estão empenhadas e investindo na melhoria da
experiência das pessoas que acessam conteúdo digital pela Internet. A idéia é que as
próximas versões do Globo Media Center contem com novas funcionalidades,
alinhadas à disponibilidade da plataforma Intel ViiV no Brasil.

Dessa forma, o conceito de “Casa Digital” aproxima-se do brasileiro, que poderá, a


um simples clique no controle remoto, acessar todo o conteúdo digital (músicas,
filmes, vídeos e jogos).

Casa Digital

Para dar um novo impulso ao conceito de “Casa Digital”, foi criado um laboratório de
mídia digital de testes e desenvolvimento para conteúdo digital, com as mais
recentes tecnologias para o consumidor doméstico, tais como processadores com
núcleo duplo, além de servidores de alta performance para conversão de vídeo para
padrão digital. A divulgação do acordo com a TV Globo no Brasil chegou depois do
anúncio, em janeiro de 2006, de acordos da Intel Corporation com as maiores
companhias americanas e internacionais de entretenimento, como AOL, DIRECTV,
NBC, NBC Universal, Turner Broadcasting 's Tap, ESPN, Televisa e Eros.

Mas a conectividade sem fio não estará restrita às residências. O governo está muito
interessado em todo esse movimento. A prefeitura do município de São Paulo testou
a tecnologia WiMAX. Foram inaugurados dois pontos de transmissão de um projeto-
piloto para viabilizar conexões em WiMAX para órgãos do poder municipal. A infra-
estrutura foi desenvolvida pela Companhia de Processamento de Dados do Município
de São Paulo (PRODAM). A primeira antena transmissora foi instalada na zona norte
da cidade e coloca em rede a subprefeitura do Tucuruvi com duas unidades de saúde
e uma escola municipal, todas ao redor do bairro do Tucuruvi. Nesses quatro locais,
foram instalados hotspots para conexão em Wi-Fi.
- 30 –
Outro ponto de transmissão foi instalado no centro da cidade e coloca em rede o
gabinete do prefeito e a Secretaria de Gestão. A parceria estuda implementar
aplicações de VoIP e transmissão de imagens captadas por câmeras de segurança no
sistema WiMAX. São Paulo é o terceiro município a atrair investimentos da Intel para
transmissão de dados em WiMAX. Antes, as cidades de Outro Preto (MG) e
Mangaratiba (RJ) haviam recebido investimentos desse tipo.

O ano de 2006 foi decisivo para que toda essa movimentação em torno do tema
mobilidade alcançasse proporções maiores, transformando ainda mais a postura de
usuários e desenvolvedores. Além do varejo, que já usa recursos de comunicação
sem fio, outra tendência é a de que hospitais, indústrias e repartições públicas
adotem esse tipo de tecnologia. Assim, os provedores de soluções e equipamentos
wireless têm metas ambiciosas para chegar a dobrar sua base de clientes.

Previsões otimistas

O WiMAX será a grande solução de comunicação para países emergentes e de grande


extensão territorial, como o Brasil, conforme atesta o grande crescimento verificado
no segmento de notebooks e de telefones celulares. Também a crescente
substituição dos desktops pelos notebooks é um fenômeno que começa a ser
verificado no Brasil, por se tratar de uma tendência da indústria mundial.

O crescimento do Wi-Fi foi demonstrado com exemplos práticos. Os hotspots


existentes hoje são capazes de fazer chegar 40 sinais diferentes ao mesmo tempo,
em um hotel em Nova York, por exemplo. Até mesmo no Brasil, em um hotel como o
Hyatt, por exemplo, é possível identificar mais de cinco sinais provenientes de
diferentes redes wireless nos quartos.

A única restrição da tecnologia Wi-Fi é a distância de alcance do sinal. E a solução se


configura com o padrão WiMax. Diversas empresas estão fazendo testes usando o
novo padrão e a tendência é que, com a padronização, os preços devam cair cada
vez mais, o que é ótimo para o usuário final. Com isso, estão sendo desenvolvidos
processadores específicos para uma gama variada de produtos, desde celulares cada
vez mais inteligentes, até notebooks cada vez menores, mais finos, com maior
duração de bateria e capacidades cada vez mais amplas de comunicação.

O Brasil ainda não se destaca pelo volume de notebooks comercializados, embora


seja um país conhecido pela rápida adoção de novas tecnologias (um exemplo é a
rede de relacionamento Orkut, cujo maior número de usuários encontra-se no Brasil,
53,98, dados de abril de 2008). Possivelmente o padrão WiMax estimulará ainda
mais a venda de notebooks no País. As aplicações móveis de banda larga serão
capazes de modificar as áreas de educação, entretenimento e governo eletrônico.
Existem disponíveis na Internet mais de 60 milhões de websites, 29 milhões de livros
escaneados (dados de 2006), entre outra quantidade imensa de conteúdo. A

- 31 –
integração da Internet com o PC e os telefones enriquecerá cada vez mais a
experiência digital.

Por outro lado, usuários e a própria indústria tornam-se cada vez mais exigentes
sobre a necessidade de redução de custos. Os fabricantes de hardware, atentos a
esse fenômeno, apostam na padronização, como sendo a alavanca capaz de
impulsionar o desenvolvimento da indústria de comunicação a um novo patamar, em
que todos os segmentos de mercado, de escolas a hospitais, de empresários a
políticos, se beneficiem da tecnologia da informação em suas respectivas áreas.

A operadora de tevê por assinatura TVA iniciou em maio de 2006 os testes para a
transmissão de banda larga por WiMax. De acordo com a TVA, três células de
transmissão foram instaladas na cidade de São Paulo para testar a tecnologia. O
serviço é uma parceria da operadora, que possui licença para a utilização de faixas
de freqüência de 2,5GHz, com a Samsung.

Durante o período de experiência, seriam testadas transmissão de dados, vídeos em


streaming, downloads, games e serviço de voz. As empresas envolvidas na parceria
não divulgaram o modelo de negócios que pretendem usar para explorar o serviço
comercialmente. Esperava-se que os leilões de faixas de freqüência de 3,5 GHz,
previstos para ser realizados em 2006 pelo governo federal, atrairiam outras
empresas para esse segmento.

Shopping Center vira hotspot

Outra forte tendência, quando se fala em conectividade sem fio, é a ampliação do


número de shoppings que oferece o sinal de Internet sem fio aos seus
freqüentadores, como é o caso do shopping Villa Lobos, em São Paulo, que desde
maio de 2006, integra a rede da Vex, provedora de redes Wi-Fi em todo o Brasil.
Usuários de notebooks e PDAs que visitarem o shopping Villa-Lobos poderão ter
acesso à Internet sem fio em diversas dependências, incluindo o saguão principal, o
primeiro andar, a praça de alimentação e o subsolo. O objetivo é proporcionar um
serviço diferenciado e conveniente ao cliente. Essa é uma tendência: a idéia de
oferecer Internet sem fio no shopping surgiu pela necessidade dos clientes que,
mesmo ausentes do escritório, desejam checar um e-mail durante o almoço, por
exemplo.

Para a Vex, o crescimento no número de hotspots no Brasil revela que o mercado de


Wi-Fi começa a se popularizar por aqui, fazendo com que cada vez mais pessoas
percebam a comodidade do acesso sem fio e passem a incorporá-lo à sua rotina,
seja de trabalho ou de lazer. Para utilizar o serviço Wi-Fi no shopping, o usuário
precisa ser assinante de um provedor de Internet ou operadora de telecom parceira
da Vex. O acesso também pode ser feito no modelo pré-pago, por meio da compra
de cartões. Para garantir a navegação, notebooks e PDAs devem estar preparados
para acesso a redes Wi-Fi. Equipamentos novos já vêm de fábrica com esse recurso.

- 32 –
Caso o modelo do usuário seja mais antigo, adaptadores podem ser encontrados
facilmente em lojas de informática.

Dados em alta velocidade

Em abril de 2006, foi a vez da Samsung apresentar a nova tecnologia IMS (IP
Multimedia Subsystem), capaz de integrar serviços de telecomunicações por uma
rede WiMax. O lançamento dessa solução faz parte dos planos de expansão da
empresa na oferta de serviços sobre essa plataforma na Ásia, Europa e Américas.
Para dar suporte ao IMS, a Samsung oferece duas tecnologias de acesso e
transmissão de dados, o RAS (Radio Access Station) e o ACR (Access Control
Router).

Esses dois padrões – RAS e ACR – foram desenvolvidos para proporcionar


conectividade em regiões afastadas, sem infra-estrutura de cabeamento telefônico
ou de TV por assinatura. Eles integram o portfólio da Samsung para soluções
baseadas em plataforma WiMAX e possibilitam acesso e transmissão de dados em
alta velocidade - com índices entre 20 Mbps e 30 Mbps - para serviços de voz, vídeo
e dados.

O padrão RAS funciona como uma antena ativa que utiliza o protocolo 802.16e para
gerar taxas de transmissão de dados superiores a 30Mbps por setor, e tem
capacidade para manter até seis setores diferentes conectados em alta velocidade.
Já o sistema ACR é uma arquitetura para rede de rádio-acesso baseada no protocolo
IP, que otimiza a capacidade de conexão móvel, sem interrupções e cortes na
transmissão de dados.

Para o processo de desenvolvimento e implementação desse projeto de rede WiMax,


a Samsung mantém parceria em diversos países com empresas operadoras, como
Korea Telecom, na Coréia; British Telcommunications, no Reino Unido; Sprint Nextel,
nos Estados Unidos; KDDI WBB, no Japão; Telecom Itália, e TVA, que será a
responsável pelo projeto no Brasil.

De acordo com os termos do contrato, os testes da tecnologia seriam iniciados no


Brasil no segundo trimestre de 2006. Graças aos avançados equipamentos da
plataforma WiMax, ao experiente suporte de instalação da Samsung, ao conteúdo
multimídia inovador do Grupo Abril e às operações de serviços da TVA, os clientes
brasileiros poderiam começar a utilizar Internet em alta velocidade, comunicações de
voz e outros conteúdos de transmissão multimídia desde o segundo semestre de
2006.

A evolução natural do serviço wireless é a expansão da tecnologia para o


atendimento a órgãos essenciais no País, como hospitais, escolas, universidades e
instituições públicas, que utilizarão todo potencial do serviço em benefício da
coletividade.
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Quando for realidade, o conceito de banda larga pessoal permitirá ao usuário
carregar sua banda larga para qualquer lugar, a qualquer tempo. Essa banda larga
oferecerá serviços de dados, voz e entretenimento em altíssimas velocidades. A
Internet estará nas ruas, sem fio, em grandes velocidades de transmissão. Previsões
mais otimistas indicam que o órgão 3GPP (padronizador da família GPRS) vai se
alinhar ao “roadmap” do WiMAX móvel, assim como as telcos brasileiras da família
GPRS, que devem começar a entender essa realidade em breve. Adicionalmente,
existe o teste de WiMAX móvel da Alcatel com o ISP ACCA Networks. A Alcatel
lançaria sua plataforma de pré-mobile WiMAX em meados de 2006. A plataforma de
WiMAX móvel da Motorola estaria disponível no terceiro trimestre de 2006.

Portanto, quem sonha em trabalhar um dia inteiro com o notebook, sentado na


grama, à beira do lago no parque principal da cidade, pode acreditar que esse dia
está mais próximo do que se imagina.

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