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ESCOLA SUPERIOR VERBO JURÍDICO

ANDERSON ALVES GANEM RODRIGUES

MÉTODOS QUIMICOS DE IDENTIFICAÇÃO PAPILOSCÓPICA

Belo Horizonte
2018
1
Anderson Alves Ganem Rodrigues

MÉTODOS QUIMICOS DE IDENTIFICAÇÃO PAPILOSCÓPICA

Artigo Científico apresentada como Trabalho de conclu-


são de curso ao Verbo Jurídico para fins de obtenção do
título de especialista em Perícia Criminal.

BELO HORIZONTE
2018

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Resumo – Há décadas o processo de identificação criminal conta com uma triagem entre os modelos
mais básicos de reconhecimento e coleta de provas, sendo um dos mais utilizados a datiloscopia, já
que este pode ser feito mesmo quando disposto de poucos recursos e/ou poucos reagentes. A compa-
ração feita entre digitais ajudou a solucionar crimes que teriam ficados insolúveis ou condenariam ou-
tras pessoas. O presente trabalho é realizado com o objetivo fazer uma revisão bibliográfica nos artigos
e livros que são dispostos atualmente e fazer um apanhado de todas ou da grande maioria de técnicas
para identificação de digitais com ênfase nas que utilizam reagentes químicos, já que estas compõem
grande parte das técnicas envolvidas. Por fim buscou-se manter atualizado os leitores deste artigo
para a descoberta de novas técnicas ou novos reagentes.

Palavras-chaves – Datiloscopia, química, química forense, identificação de digitais, papiloscopia.

Abstract - For decades the criminal identification process has a triage among the most basic mod-
e l s o f r e c o g n i t i o n a n d c o l l e c t i n g e v i d e n c e , b e i n g o n e o f t h e m o s t u s e d t h e d a c t yl o -
scopy, since this can be done even when willing a few resources and/or few reagents. The comparison
made between digitals helped to solve crimes that would have been insoluble or getting others in
jail. This work is carried out in order to do a literature review of articles and books arranged to-
day and do a roundup of all or the vast majority of digital identification techniques with an empha-
sis on using chemical reagents, since these mak e up a large part of the techniques. Fi-
nally sought to keep up the readers of this article to the discovery of new techniques or new reagents.

Key words – Dactyloscopy, chemical, forensic chemical, digital identification, fingerprints.

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1. INTRODUÇÃO
A identificação de um ser humano pode ser datada desde 300 AC na China como uma forma de
prova de selo para que pudesse manter a autoria de quem havia escrito ou evitar mudanças por outras
partes (Eric H. Holder, General, & Laub, 2012). No âmbito criminal, identidade se refere à um conjunto
de características intrínsecas de uma pessoa que a individualizam transformando em única, e o pro-
cesso de identificar essas características utilizando meios adequados para tal chama-se identifica-
ção.(Neto, 1987)
Existem 2 tipos de identificação, a identificação conclusiva, que se utiliza de características imutá-
veis em uma pessoa tal qual, impressões papilares, arcada dentária, íris, características faciais, DNA,
etc. Ou então as não conclusivas, marcas no corpo, tatuagem, tamanho do pé, impressão auricular,
dentre outras, estas podem ser mutáveis, portanto inconclusivas em relação ao tempo. (Neto, 1987)
Para isto, foram criados ao longo dos milênios formas de identificar pessoas, sendo a mais básica
delas o nome. Na parte criminal existiram formas de mutilação, amputação, tatuagens e ferretes para
indicar que as pessoas que sofreram estas punições são criminosos (Chemello, 2007). Conforme o
avanço tecnológico e humano, técnicas de mutilação se tornaram cada vez mais obsoletas sendo ne-
cessário outros métodos de identificação criminal.
Diversos trabalhos na área da digital foram publicados nos anos de 1800-1900, juntamente com um
sistema de identificação descrito por Alphonse Bertillon, como Antropometria, este tinha por base tirar
14 medidas do corpo todo. Bertillionagem, como foi difundido, era o método de identificação criminal
mais completo da época, sendo utilizado nos Estados Unidos até 1920. Todos as características dos
presos eram guardadas em Fichas Criminais criando um dos primeiros bancos de dados criminais.
Esse sistema também foi a base do retrato falado, era quando policiais de a época começarem a pro-
curar os suspeitos por essas fichas juntamente com as características dadas pelas vítimas juntavam-
se para determinar os criminosos. (Chemello, 2007)
Foi quando Juan Vucetich, utilizando os estudos de Sir William James Herschel, Henry Faulds, Dr
Johannes E. Purkinje e outros grandes nomes da papiloscopia (Eric H. Holder et al., 2012), idealizou
um sistema de identificação que se firmou para a comunidade científica como papiloscopia, se tornando
o primeiro cientista a resolver um caso de homicídio confrontando uma digital ensanguentada encon-
trada no local do crime. (Senna, 2014)
Com o avanço da tecnologia atualmente, novas formas de identificação foram criadas e anexadas
a um só tema, a biometria. Biometria é a ciência de identificar uma pessoa com base nos seus atributos
físicos, tal como a íris, face, digital dentre outras. Atualmente a biometria desenvolveu-se absorvendo
a tecnologia de modo a favorecer a segurança no método envolvido. Esta hoje é chamada de Sistemas
Biométricos, e tem por definição: métodos automatizados para reconhecimento e verificação da identi-
dade de uma pessoa baseada nas características físicas ou comportamentais. O termo automatizado
refere-se à utilização de computadores para poder identificar as minúcias envolvidas em cada um dos

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atributos das pessoas de modo a ser mais eficiente e rápido. Por ser necessário a utilização de com-
putadores, este sistema precisa de algoritmos, equipamentos específicos, pode estar sujeito a hackers,
dentre outros fatores que põe em questão a utilização no dia-a-dia. (Angeloni, 2013)
Apesar de todas as técnicas da biometria serem de grande importância, a existência da papiloscopia
por si só a destaca pela sua praticidade, eficiência e fácil aplicabilidade até mesmo nas instituições com
poucos equipamentos e reagentes faltando. Observando isso esse presente trabalho tem como o seu
estudo fundamental a papiloscopia impondo como questionamento as formas químicas utilizadas para
o reconhecimento de digitais.
Todos os métodos científicos precisam ser confiáveis, e para isso são requisitados alguns princí-
pios:
Princípio da Universalidade: Todo ser humano possui uma digital com exceção daqueles que
possuem alguma enfermidade na pele.
Princípio da Variabilidade: As linhas papilares são variáveis entre pessoas, até mesmo entre os
dedos da mesma pessoa. Ninguém possui linhas papilares igual ao outro.
Princípio da Invariabilidade: Não é concebível a existência de duas digitais em qualquer pessoa
do mundo.
Princípio da Imutabilidade: Não pode haver alteração na digital em relação ao tempo.
Princípio da Perenidade: A impressão digital é formada no ventre da mãe. (Senna, 2014)

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral:


Fazer um apanhado de técnicas químicas que contribuem para a papiloscopia durante uma ativi-
dade pericial.

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2.2. Objetivo específico:
Revisar bibliografias em busca de novos reagentes químicos ou equipamentos de modo a atualizar
o conhecimento ou revisar técnicas vistas ou não pelos papiloscópicos.

3. Justificativa
O conhecimento é muito difuso e muitas vezes não se tem tempo, vontade ou acesso a fontes
científicas necessárias para poder se manter atualizado as novas técnicas de análises. Esse artigo tem
função de educar e aumentar o conhecimento dos peritos, papiloscópicos e civis em geral sobre os
tipos de técnicas químicas que são utilizadas e como elas podem ajudar na identificação pericial.

4. Papiloscopia
A papiloscopia é uma área da ciência forense tem por base o confronto de marcas deixadas pelas
papilas dérmicas dos membros inferiores e superiores, também conhecidas como impressões digitais
(James & Silva, 2015). Esta se compreende na derme e epiderme, sendo a epiderme a camada mais
exposta da pele humana e da derme a parte mais interna. (Márcico, n.d.)
A formação das digitais se dá pelas cristas papilares e os sulcos papilares, os formatos podem se
repetir nos seres humanos, mas, juntamente com as minúcias (particularidades anatômicas que podem
variar no formato, localização, direção e apresentação) a digital se torna algo único.
Quando alguém toca em uma superfície com os dedos nus, são deixados rastros de substâncias
que foram excretadas pelo corpo, água, aminoácidos, sais insolúveis, gorduras (Girelli, 2015). Estes
elementos são então utilizados para reagirem com os elementos químicos dispostos na atividade peri-
cial para então denotar com maior perfeição a digital do criminoso ou da vítima.
A papiloscopia como técnica de identificar digitais ela pode ser dividida em 5 outros temas, sendo
estes:
Quiroscopia: Método de reconhecimento por impressões palmares;
Podoscopia: Método de reconhecimento por impressões plantares;
Poroscopia: Método de reconhecimento por poros;
Cristascopia: Método de reconhecimento pelas cristas papilares;
Dactiloscopia: Método de reconhecimento por impressões digitais. (GARCIA, 2015)

4.1. Sistemas de identificação dactiloscópicos

4.1.1.Vucetich

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O sistema Vucetich consiste em determinar fórmulas datiloscópicas utilizando combinações das
letras A, I, E, V e os números 1, 2, 3, 4 (Márcico, n.d.). Estas são definidas como: arco, presilha interna,
presilha externa e verticilo respectivamente.

Figura 1 - Representação do sistema Vucetich (James & Silva, 2015)

É possível observar conforme a figura 1 características específicas de cada letra:


O Arco é uma impressão que não possui delta, somente por linhas que atravessam de um lado ao
outro da digital, podendo ser ou não paralelas e que não formam um sistema nuclear.
A Presilha interna é uma impressão que possui um delta à direita de quem a observa e um núcleo
de uma ou mais linhas partindo da esquerda, indo até o centro e voltando.
A Presilha externa é o oposto da presilha interna, o delta ele se encontra a esquerda do observador

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e o núcleo das linhas começa na direita, vai até o centro e volta para a esquerda.
O Verticilo é uma impressão com dois deltas, um em cada lado da digital, e um núcleo formado por
círculos concêntricos com formas variadas.
A ficha datiloscópica deve ser preenchida de modo que o polegar receberá somente as letras e os
demais dedos os números.

Figura 2 - Ficha dactiloscópica. (Márcico, n.d.)

Este sistema é decadactilar, ou seja, é composto das digitais dos dez dedos das mãos, que serão
classificados e arquivados. Dentro da ficha dactiloscópica é possível encontrar o registro do tipo funda-
mental (A,V,E,I), os subtipos, e a contagem de linhas de cada dedo.
Visto que somente a classificação primária não foi suficiente foi preciso encontrar outra forma para
especificar mais ainda a diferença entre uma digital e outra. Foi então criado os subtipos, que são
baseados na disposição das linhas dos núcleos. É possível identificar nesse grupo:

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Arco Plano, simbolizado por PL as linhas atravessam o núcleo de forma a assumir uma configuração
abaulada.

Figura 3 – Representação de um Arco Plano. (Márcico, n.d.)

Arco Angular, simbolizado por AG, as linhas são elevadas na posição central assumindo forma de
um ângulo agudo ou tenda.

Figura 4 – Representação de um Angular. (Márcico, n.d.)

Arco Bifurcado à Direita, simbolizado por BD, na formação do arco plano algumas linhas são desvi-
adas para a direita afastando da configuração geral das que formam o arco plano.

Figura 5 – Representação de um Arco Bifurcado à Direita. (Márcico, n.d.)

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Arco Bifurcado à Esquerda, simbolizado por BE, a versão espalhada do arco bifurcado à direita.

Figura 6 – Representação de um Arco Bifurcado à Esquerda. (Márcico, n.d.)

Arco Destro Apresilhado, simbolizado por DA, sua característica é uma laçada única que ocorre a
direita do observador de modo a ser semelhante a presilha externa, mas sem a composição de uma
linha que se entrepõe entre o delta e a laçada.

Figura 7 – Representação de um Arco Destro Apresilhado. (Márcico, n.d.)

Arco Sinistro Apresilhado, simbolizado por SA, versão espelhada do arco destro apresilhado.

Figura 8 – Representação de um Arco Sinistro Apresilhado. (Márcico, n.d.)

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Presilha Interna Normal, simbolizado por NR, apresenta um delta à direita do observador com suas
linhas nucleares formando laçadas que nascem na extremidade esquerda retornando a seu lado origi-
nal podendo ser regulares em todo o seu trajeto.

Figura 9 – Representação de uma Presilha Interna Normal. (Márcico, n.d.)

Presilha Interna Invadida, simbolizado por VD, apresenta um delta a direita do observador com suas
linhas nucleares formando laços que nascem na extremidade esquerda e ao retornar ao lado de origem
invadem o ramo ascendente.

Figura 10 – Representação de uma Presilha Interna Invadida. (Márcico, n.d.)

Verticilo Circular, simbolizado por CR, possui um delta a esquerda e a direita do observador e apre-
senta no centro um ou mais círculos dentro do núcleo.

Figura 11 – Representação de um Verticilo Circular. (Márcico, n.d.)

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Verticilo Espiral, simbolizado por SP, possui delta a esquerda e a direita do observador apresen-
tando um núcleo de uma única linha que se espirala até o centro.

Figura 12 – Representação de um Verticilo Espiral. (Márcico, n.d.)

Verticilo Ovoidal, simbolizado por OV, possui delta a esquerda e a direita do observador, no centro
apresenta linhas ovais ou uma linha que se desenvolve do centro para a periferia com curvatura oval.

Figura 13 – Representação de um Verticilo Ovoidal. (Márcico, n.d.)

Verticilo Sinuoso, simbolizado por SN, possui delta a esquerda e a direita do observador, no centro
apresenta um núcleo duplo com o prolongamento das linhas entre si, podendo ter formato de “S”,”N”
ou “Z”.

Figura 14 – Representação de um Verticilo Sinuoso. (Márcico, n.d.)

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Verticilo Duvidoso, simbolizado por DV, possui delta a esquerda e a direita do observador com um
núcleo indefinido tomando para a contagem das linhas o ponto mais central do núcleo.

Figura 15 – Representação de um Verticilo Duvidoso. (Márcico, n.d.)

4.1.2.Henry
A catalogação pelo método de Henry é feita por 5 classes propostas, sendo 3 destas parecidas com
o método Vucetich (Eric H. Holder et al., 2012). São estes:
A Presilha interna é uma impressão que possui um delta à direita de quem a observa e um núcleo
de uma ou mais linhas partindo da esquerda, indo até o centro e voltando.
A Presilha externa é o oposto da presilha interna, o delta ele se encontra a esquerda do observador
e o núcleo das linhas começa na direita, vai até o centro e volta para a esquerda.
O Verticilo é uma impressão com dois deltas, um em cada lado da digital, e um núcleo formado por
círculos concêntricos com formas variadas.
No Arco Plano não é encontrado nenhum delta na sua forma e suas linhas vão de um lado ao outro
com uma forma abaulada.

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No Arco Angular apresenta uma acentuação nas linhas centrais com forma de tenda podendo apre-
sentar um delta ou não e não possui nenhuma linha ou fragmento de linha entre o delta e o núcleo.
(COSTA, 2001)

Figura 16 - Classificação Henry – (COSTA, 2001)

O sistema de Henry é uma fórmula que parece com código binário, o valor era dado conforme os
dedos eram compostos de verticilos, se esses não dispunham de tal, o valor dado era 0. Após a clas-
sificação era feita a fórmula dactiloscópica dispostos por:

𝑷𝒐𝒍𝒆𝒈𝒂𝒓 𝑫𝒊𝒓𝒆𝒊𝒕𝒐 𝑴é𝒅𝒊𝒐 𝑫𝒊𝒓𝒆𝒊𝒕𝒐 𝑴í𝒏𝒊𝒎𝒐 𝑫𝒊𝒓𝒆𝒊𝒕𝒐 𝑰𝒏𝒅𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐𝒓 𝑬𝒔𝒒𝒖𝒆𝒓𝒅𝒐 𝑨𝒏𝒖𝒍𝒂𝒓 𝑬𝒔𝒒𝒖𝒆𝒓𝒅𝒐
𝑰𝒏𝒅𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐𝒓 𝑫𝒊𝒓𝒆𝒊𝒕𝒐 𝑨𝒏𝒖𝒍𝒂𝒓 𝑫𝒊𝒓𝒆𝒊𝒕𝒐 𝑷𝒐𝒍𝒆𝒈𝒂𝒓 𝑬𝒔𝒒𝒖𝒆𝒓𝒅𝒐 𝑴é𝒅𝒊𝒐 𝑬𝒔𝒒𝒖𝒆𝒓𝒅𝒐 𝑴é𝒅𝒊𝒐 𝑬𝒔𝒒𝒖𝒆𝒓𝒅𝒐

Fórmula 1 – Representação do sistema de Henry - (Neto, 1987)

4.1.3.Minúcias

Juntamente com os sistemas de identificações, existem também a subclassificação de minúcias,


consideras a parte fundamental na caracterização das digitais, pois é a comparação destas que deter-
minam se a comparação é positiva (foram produzidas pelo mesmo indivíduo), negativa (as digitais com-
paradas não são iguais) ou indeterminada (quando não é possível confirmar com certeza se as digitais
comparadas são da mesma pessoa, muitas vezes por conta de ter encontrado somente fragmentos de
uma digitais excluindo muitos pontos característicos) (Márcico, n.d.). As minúcias são definidas como:

Ponto, pequeno ponto que se encontra entre duas linhas;

Figura 17 – Representação de um ponto - (Márcico, n.d.)


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Ilha, pequeno pedaço de linha encontrada entre duas linhas, pouco maior que um ponto;

Figura 18 – Representação de uma ilha - (Márcico, n.d.)

Cortada, pedaço de linha maior que a ilha encontrada entre duas linhas;

Figura 19 – Representação de uma cortada - (Márcico, n.d.)

Extremidade de linha, é o final de uma linha seguido pelo estreitamento das linhas que a flanqueiam;

Figura 20 – Representação de uma extremidade de linha - (Márcico, n.d.)

Bifurcação, separação de uma linha em duas que seguem no mesmo sentido;

Figura 21 – Representação de uma bifurcação - (Márcico, n.d.)

Confluência, junção de duas linhas em uma só sentindo um sentido único;

Figura 22 – Representação de uma confluência - (Márcico, n.d.)

Haste, Arpão ou Espora, segmento de linha que sai de uma linha e não se junta a outra, confundida
usualmente como confluência ou bifurcação;

Figura 23 – Representação de uma haste - (Márcico, n.d.)

Ponte, Anastomose ou Cruzamento, ocorre quando há junção de duas linhas paralelas por um curto
segmento de linha;

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Figura 24 – Representação de uma ponte - (Márcico, n.d.)

Lago ou Encerro, quando existe uma bifurcação e confluência que resultam na mesma linha, de
modo que estas não se separam;

Figura 25 – Representação de um lago - (Márcico, n.d.)

Trípode, encontro de três linhas;

Figura 26 – Representação de um trípode - (Márcico, n.d.)

Ângulo, linha que se dobra formando um ângulo.

Figura 27 – Representação de um ângulo - (Márcico, n.d.)

4.2. Classificação das impressões papilares

Existem três tipos de impressões encontradas numa atividade pericial, impressão latente, im-
pressões visíveis ou patentes e impressões plásticas ou moldadas. (Senna, 2014)

4.2.1.Impressão Patente

São impressões que são fáceis de encontrar, que não é necessário o auxílio de nenhum tipo de
equipamento ou método de revelação. Podem ser encontradas no sangue, tinta, pó ou em qualquer
outro tipo de material que a torne visível. (Sheridan, 2013)

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4.2.2.Impressão Plástica

São impressões encontradas em materiais de baixo relevo, que denotam o tridimensionalmente


uma digital, sendo assim podem ser moldadas com silicone ou gesso. Após a técnica de molde é pos-
sível ver os sulcos das digitais podendo então fazer a identificação pelo perito. (Senna, 2014)

4.2.3.Impressão Latente

São consideradas as impressões consideradas ocultas, que necessitam de técnicas e equipamen-


tos para serem encontradas, estas são grande parte das digitais encontradas em uma cena de crime e
o escopo de estudo dos trabalhos e artigos científicos. (Bonetto & Pereira, 2010)

4.3. Técnicas de análise

Existem dois tipos de métodos que podem expor uma digital latente, métodos físicos e os métodos
químicos.

4.3.1.Técnicas Físicas

As técnicas físicas utilizam de propriedades físicas para expor as digitais como o emprego de lan-
ternas especiais que operam com espectros de ondas visíveis ou invisíveis ou olho nu. Uma vez que
essas ondas são absorvidas pelos vestígios deixados pelas secreções dos poros, elas irradiam um
espectro de luz visível aos olhos humanos, expondo assim a digital.

Outro método físico é o emprego de calor em superfícies metálicas, que são oxidadas e produzem
diferentes cores devido à reação dos sais que se encontram nas digitais com o metal. Após essa reação
as digitais então são delimitadas, fotografadas e levadas a um centro papiloscópico para posterior com-
paração. (Macedo,2012)

4.3.2.Técnicas Químicas

Técnicas químicas utilizam de reagentes para poder apresentar as digitais nas superfícies. Elas
podem ser divididas em duas categorias, técnicas de pó e técnicas de fluidos.

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As técnicas de pós se baseiam na deposição de um pó fino, que reage com o resíduo deixado pelas
glândulas sudoríparas dos dedos, em cima da digital que é espalhado cuidadosamente com um pincel
fino para não poder danificá-la apresentando então as suas características. Após a aplicação do pó, é
retirado o seu excesso e então pode ser aplicado uma luz forense ou ultravioleta ou então retirá-la com
uma fita adesiva com cuidado para não destruir a digital. Eficientes em superfícies lisas, como vidro,
metal plástico e madeira envernizada, e em superfícies porosas, papel, papelão e madeira sem
tratamento. (Bonetto & Pereira, 2010)(Magno & Girelli, 2016)(Bruno, 2015)

Existem vários tipos de pós comercialmente e cada vez mais são descobertos outros que possam
ajudar na identificação mesmo nos institutos com baixa renda. Os pós podem ser da cor branca ou
preta, e os mais comuns são o óxido de ferro, dióxido de manganês, negro-de-fumo (todos pós pretos),
óxido de titânio e carbonato de chumbo (pós brancos). Encontra-se também o dissulfeto de molibdênio
(𝑀𝑜𝑆2 ) e pó magnético, estes diferem um pouco das técnicas de pó, mas o seu princípio básico é o
mesmo. É ressaltado também o pó de urucum e carvão de eucalipto, dois novos pós de fácil acesso
que foram estudados e foram considerados viáveis para identificação da digital (Vieira, Braga, &
Arend, 2016).(Luiz, 2016)(Macedo, n.d.)(ALVES, 2013)

As técnicas de fluidos consistem na aplicação de um fluido (vapor, gás ou líquido) na digital que
será revelada. Têm-se na sua amplitude, vapor de iodo, nitrato de prata, ninidrina, cianocrilato, 1,8-
Diazafluoren-9-one (DFO), 1,2-Indanedione, 5- Methylthioninhydrin (5-MTN) dentre outros.

Nas técnicas que utilizam um líquido como revelador, tem o seu reagente pingado, pincelado ou
pulverizado sobre o lugar aonde se considera a existência de uma digital, após sua revelação é
necessário retirar uma foto pois os métodos não mantem para sempre a digital revelada. Existem
também técnicas que utilizam um sólido que é sublimado e este se fixa na digital revelando-a.

Outra técnica utilizada é a deposição multimetal (MMD), onde tem-se a imersão do objeto em análise
em uma solução coloidal de ouro e depois a utilização de um revelador químico para poder identificar
digitais mais antigas. Esta técnica funciona tanto para objetos porosos quanto para objeto não porosos.
O problema de se utilizar essa técnica é seu custo elevado e o número de “banhos” e reagentes
utilizados o que significa para o perito um trabalho maior.

Por último a pulverização catódica é a última das técnicas de deposição, esta utilizada de uma
corrente de átomos em pressões elevadas e velocidade atómica muito acima de uma evaporação
normal, nesta ocorre uma deposição nas cristas das impressões digitais revelando-as mais
eficientemente do que o cianoacrilato. Apesar de ser uma técnica promissora não existe literatura
suficiente para a continuidade desta.

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5. METODOLOGIA

Foi feito um levantamento bibliográfico utilizando a ferramenta de busca Google Acadêmico junta-
mente com o Periódico da Capes e o SciELO no período de 1990 – 2018 empregando os termos,
papiloscopia, ciências forenses e chemical forensic, assuntos que estão relacionados com as formas
de identificação papiloscópicas. Além do emprego de artigos, também foi utilizado manuais, livros e
apostilas de identificação de digitais, com o intuito de reunir as técnicas químicas utilizadas nestes e
verificar se existem novas técnicas que possam atualizar as literaturas.

6. RESULTADOS

Após as buscas feitas, o termo papiloscopia resultou em aproximadamente 304 documentos (arti-
gos, livros, monografias, dissertações e periódicos), para o termo ciências forenses resultou em 16.217
documentos, 299.358 para o termo forensic science e 55.413 para o termo chemical forensic.

Devido à grande quantidade de documentos encontrados por termo, foi necessário estabelecer cri-
térios de exclusão para poder reduzir o número total. Estes critérios foram: necessidade de conter em
seu resumo ou no título um dos termos estabelecidos e o documento deve prover em sua abrangência
não somente a papiloscopia, mas as técnicas utilizadas na identificação papiloscópica.

Foi possível observar que a ferramenta de busca do google acadêmico foi a que reteve maior quan-
tidade de documentos principalmente quando utilizado o termo forensic science. Já o banco de dados
da SciELO foi a que reteve menor quantidade de documentos por termos em sua totalidade.
Termos de busca
Dados Total (%)
Google Acadêmico SciELO Periódicos da Capes
Papiloscopia 301 0 3 304 0,42261
Ciências Forenses 15400 80 737 16217 22,54428
Chemical Forensic 19000 47 36366 55413 77,03311
Total 34701 127 37106 71934 100
(%) 48,24005338 0,176550727 51,58339589 100 /

Tabela 1 – Total de documentos encontrados por termo e por gerenciador de busca

Após uma leitura breve do título do artigo e do seu resumo foi então possível excluir os documentos
que não continham os critérios de inclusão podendo encontrar então um número mais aproximado de
artigos que possuem os termos estabelecidos. Alguns artigos se repetiam com a mudança dos termos
Termos de busca
Dados Total (%)
Google Acadêmico SciELO Periódicos da Capes
Papiloscopia 18 0 0 18 31,03448
Ciências Forenses 9 0 0 9 15,51724
Chemical Forensic 8 0 23 31 53,44828
Total 35 0 23 58 100
(%) 60,34482759 0 39,65517241 100 /

Tabela 2 – Total de Documentos encontrados por termo e por gerenciador de busca após a inclusão dos critérios.

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de busca, foi então necessário retirar do total os termos repetidos diminuindo ainda mais o total. Foi
utilizando então 33 artigos e 4 livros encontrados para a produção deste artigo de revisão.

Após a leitura de artigos e livros da área papiloscópica, foram encontrados 6 tipos de técnicas,
sendo elas 2 físicas e 4 químicas, e 18 tipos de reagentes químicos distribuídos em 18 artigos científicos
e 4 livros/apostilas. Os reagentes mais encontrados nas literaturas foram: vapor de iodo, ninidrina, cia-
nocrilato, óxido de ferro, dióxido de manganês, negro de fumo, óxido de titânio, carbonato de chumbo
e nitrato de prata. Todo o material utilizando encontra-se no período 1987 a 2016.

7. CONCLUSÃO

Foi possível encontrar novos reagentes que não tinham sido utilizando ainda, de fácil acesso e baixo
custo (pó de urucum e carvão de eucalipto) juntamente com um novo tipo de técnica física de análise
(calor em superfícies metálicas) podendo incrementar no dia-a-dia dos peritos criminais e investigado-
res papiloscópicos uma nova forma de poder encontrar uma digital em uma cena de crime ou no labo-
ratório.Juntamente a elas, a técnica de deposição catódica é extremamente promissora e merece tam-
bém maior estudo a fim de posteriormente ser explicada teoricamente e encontrar uma otimização
melhor para esta.

É necessário realizar mais pesquisas e experimentos práticos para que possam acrescentar uma
nova forma de aplicação ou um novo tipo de reagente químico às metodologias que se encontram hoje
modificando-as ou as substituindo.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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rense do IML-DPT-PCDF, entre 1993 e 2013.

Bruno, M. C. T. de C. (2015). Análise das impressões digitais em alcoolistas e não alcoolistas no Estado
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Amicci, P. (n.d.). IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL.

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