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BLOCO 1
1. CONTROLE DE QUALIDADE DE DROGAS VEGETAIS , DERIVADOS E FITOTERÁPICOS:
O controle de qualidade deve ser realizado nos seguintes casos:
Controle de
qualidade É realizado com base
nas monografias,
Brasileiras e
Fitoterápico Produto internacionais e em
Matéria prima
intermediário acabado códigos oficiais.
A. Amostragem:
Um fator determinante no controle de qualidade é a amostragem, que deve ser
realizada para amostras homogêneas e heterogêneas:
Amostras homogêneas:
Amostras heterogêneas:
De cada embalagem 3 amostras iguais - região inferior
do recipiente: Materiais pequenos – aparelho de
- região superior amostragem
- região intermediária Materiais > 1 cm – pode ser manual
A retirada da amostra deve estar em conformidade com o recipiente em que esteja
contida, como sacos ou caixas/tonéis. A quantidade de amostra a ser retirada apresenta
relação com o grau de divisão da droga:
Amostragem
Retirada de 3 amostras
Mistura
Quarteamento
Divide em 4 porções, retira as porções das extremidades mistura de novo
B. Verificação da autenticidade:
parâmetros de identidade botânica:
o ensaios macroscópicos (incluindo Treinamento específico para o
organolépticas): analista
Aspecto visual, do sabor, do Comparação com amostras
odor e da percepção ao tato autenticas
Não conformidade – amostra Coleção de farmacógenos
reprovada (identidade) validados no laboratório
Simples e rápido para verificar
alguns parâmetros
o ensaios microscópicos
Realizados a olho nu ou com Comparar com lâmina
auxílio de lupa; de amostra padrão,
Com uso de microscópio, desenhos e fotos
cortes histológicos corados.
o reações quimicas de caracterização – Verificação de pureza:
Pesquisa de elementos cadinho de porcelana:
estranhos a droga; incinerado até peso
Pesquisa de constituintes constante
químicos indesejáveis; tratamento prévio com
Determinação do teor de H2SO4 = cinzas sulfatadas
cinzas: cinzas insolúveis em HCl =
Impurezas inorgânicas terra ou areia (em geral
não-voláteis <1%)
fisiológicas e não
fisiológicas
Determinação do teor de umidade:
OBS: Limites farmacopeicos – 6-15%
Método gravimétrico Perda por dessecação
% de material volatilizado após
dessecação
Método Azeotrópico Destila o material com Tolueno ou
xileno
Aparelhagem específica (ex. Dean-
Stark - FB V)
As farmacopeias expecificam limites para cada droga, mas em geral o limite aceitável é de
2% (p/p
o caracterização cromatográfica
CCD CLAE
CP CG
componentes químicos
Identificação dos
clínico, ativo,
Qualitativa Marcadores
analítico e negativo
Dosagem dos
Quantitativa
princípios ativo
e) caracterizacao fisico-quimica:
f) perfil cromatografico
2. ÓLEOS ESSENCIAIS:
Estruturas produtoras de óleos essenciais:
Tricomas:
o Glandulares: presentes na família Lamiaceae, armazenam os óleos
essenciais, geralmente terpenos. A forma do tricoma está relacionada com a forma do
pedicelo. Os tricomas são superficiais, por isso que os óleos da família Lamiaceae sofrem mais
variabilidade em função das condições ambientais, dos regimes de vento e etc.
o Tectores: estão presentes na superfície dos vegetais e, não armazenam
ou secretam óleos essenciais.
Células secretores: as famílias Lamiaceae, Piperaceae, Apiaceae apresentam as
células, que armazenam e secretem óleos essenciais, mais para o interior, estando isoladas e
sofrendo menos variabilidade ambiente. São células mesenquimáticas com tamanho menor as
vizinhas e acumulam os óleos, resinas e mucilagem. A canela é um exemplo desse tipo de
aparelho secretor, secretanto óleo também nas folhas e flores.
Canais secretores: na família Apiaceae há canais secretores, os quais são
internalizados, apresentando várias células com um lúmem que apresenta o óleo. Tais células
sofreram diferenciação por esquizogonia, formando o canal secretor.
Bolsas secretoras: presente nas famílias Pinaceae e Rutaceae, diferindo dos
canais secretores por apresentarem organização mais uniforme. Há alguns tipos de bolsas
secretoras:
o Bolsa esquizógena: as células se diferenciam, se afastam e secretam os
óleos.
o Bolsa lizígena: as células produtoras dos óleos apresentam enzimas
que lisam as células conforme as mesmas se afastam, secretando o óleo.
o Bolsa esquizolizígena: as células produzem o óleo e apresentam
enzimas que realizam a autólise de tais células, conforme as mesma se diferenciam e
secretam. Presente no cravo da índia.
Vias Biossintéticas
O ácido chiquímico é
precursor de fenilalanina e
tirosina. A fenilalanina, sobre
ação da PAL (fenilalanina
aminoliase) e a tirosina, sobre
ação da TAL (tirosina
aminoliase) dão origem,
respectivamente, a ácido
cinâmico e ácido cumárico.
Oxidação da dupla e
degradação da cadeia
lateral
β-oxidação
Formação de derivados C6-
Formação
C1
Fenilpropanóides
Redução da carboxila a
aldeído
Redução
Posterior redução a
propenilfenol
Os monoterpenos são
formados por DMAPP e IPP,
sendo que DMAPP está
presente apenas no início da
síntese, e o IPP participa da
formação de todos os
terpenos. O IPP sempre
apresenta dupla ligação,
atacando a cauda, seja do
DMPP ou do precursor com
OPP.
Para a formação de
triterpenos não se utiliza IPP e sim duas unidades de C15, sendo uma reação cauda-cauda, a
única diferente da reação cabeça-cauda, presente nas demais reações.
Todo terpenóide cíclico, primeiro tem a cabeça acíclica formada e depois cicliza. Para
identificar onde ciclizou se conta todas as cabeças e caudas, o que sobrar foram os pontos
onde ciclizou.
O OPP pode ser hidrolizado e formar uma série de grupos, de acordo com a sua
posição, a partir da inserção de uma função hidroxila.
Genética
Órgão coletado
o Difere nos componentes majoritários e no odor
Estágio do desenvolvimento
o Difere nos componentes majoritários e no odor
Condições climáticas
o Luz, acidez, nutrientes do solo, umidade, regime de ventos, etc.
Extração
Flores Madeira
Folhas Raiz ou rizoma
Casca do caule Sementes
Os óleos essenciais de diferentes partes da mesma planta são diferentes, com
composição e propriedades físico- químicas diferentes, requerendo CQ diferentes.
Processos extrativos:
B. Aparelho de Clevenger:
O equipamento consiste em balão em manta aquecedora, contendo água e o material
vegetal. Conforme o aquecimento ocorre a água evapora e carrega o óleo, o qual irá passar
pelo condensador, no qual o vapor condensa e o óleo é depositado em vidraria calibrada,
sendo possível determinar o teor do óleo.
Calor, o tempo (3-4h), o aumento da temperatura e a formação de artefatos são as
desvantagens desse método.
C. Enfleurage:
É uma
técnica manual
usada para
Pétala + camada de
Esgotamento das Substituição por vegetais que tem
gordura em
pétalas novas pétalas
suporte de madeira teor muito baixo
de óleos
essencias, mas
que apresentam
Saturação da alto valor
Extração dos óleos
gordura com as
a partir da gordura agregado.
pétalas
D. Sohxelet:
Aparato fechado com circulação do sistema de solvente. O solvente apolar (éter)
evapora, passa pelo condensador, sendo gotejado sobre o cartucho contendo o material
vegetal, extraindo tudo que é lipofílico, inclusive o óleo essencial.
Como desvantagem há a extração de outros componentes além do óleo.
E. Prensação:
Emprega força mecânica, sendo usada para frutos cítricos, nos quais os pericarpos são
prensados e com isso há a extração do suco e dos óleos essenciais.
F. Fluído supercrítico:
Emprega CO2 inerte e sob alta pressão, o qual, em alta pressão, adquire a viscosidade
de um gás e a miscibilidade de um líquido. Com isso passa pelas células do material vegetal e
retira os óleos essenciais. Com a quebra de pressão retorna ao estado líquido e se obtém o
óleo essencial sem resquícios de artefato derivados da temperatura.
Portanto, o material vegetal fica armazenado e o fluído supercrítico passa por ele e,
como está pouco viscoso como um gás e miscível como um líquido consegue extrair o óleo
essencial.
Camomila, marcela,
Antiespasmódico
alho, funcho, sálvia
gengibre, genciana,
Estimulante do TGI
Propriedades farmacológicas
laranja-amarga
Cardiovascular cânfora
Canela,tomilho, cravo
Antisséptico
da índia, eucalipto
Estimulantes Cânfora
Propriedades farmacológicas:
•Indicações Terapêuticas:
expectorante, carminativo e antiespasmódico
tratamento da síndrome do cólon irritável
•MENTOL: odor, refrescância e atividade terapêutica
•Aplicação externa do óleo essencial sobre as têmporas, testa e pescoço
tratamento de dores de cabeça
relaxamento dos músculos pericraniais através dos canais de Ca+2
Óleo + flavonoides: efeito espasmolítico, colerético, colagogo, antiflatulência, antipruriginoso,
antiemético e analgésico das mucosas.
Propriedades farmacológicas:
Efeitos adversos:
b. CRAVO-DA-ÍNDIA (Syzygium
aromaticum (L.) Merr. & L.M.
Perry, Myrtaceae):
FARMACÓGENO: botões florais e gemas
que não eclodiram secas. Raramente se destilam as
flores.
Propriedades farmacológicas:
•O óleo-de-cravo e o eugenol têm
propriedades antissépticas: bactericida e fungicida
frente a diversos micro-organismos.
•Muito usado na odontologia – analgésico
local.
•Outros usos: reumatismo (uso tópico) e para indigestão e flatulência.
g. LÍPIA: Lippia alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson, VERBENACEAE:
Frequentemente confundida com a Melissa. Possui flores arroxeadas azuladas. Possui
baixa concentração de óleo essencial.
Digestiva, anti-depressiva, sedativa. Usada no tratamentos de: digestão lenta, insônia,
angústia.
4. SAPONINAS:
São heterosídeos formados por esteróides triterpênicos.
COMO O SABÃO LIMPA?
•A água não consegue remover certos tipos de sujeira (ex. gorduras)
•Por que?
as moléculas de água são polares e as de óleo são apolares
•Sabões são moléculas anfifílicas
FORMAÇÃO DE ESPUMA
• persistente e
abundante (em solução aquosa)
• A espuma formada é
estável à ação de ácidos
minerais diluídos (ex. HCl),
diferenciando-a daquela dos
sabões comuns.
• Massa molecular
elevada (600 a 2.000 Da)
• Misturas complexas:
estruturas com número variado
de açúcares ou presença de
diversas agliconas
• Cadeia de açúcares
pode ser linear ou ramificada
• Substâncias sólidas, brancas ou amareladas, cristalizáveis
• Dissolvem-se em soluções alcalinas, mas precipitam pelos ácidos
• Efeitos colaterais comuns (via oral): desconforto estomacal, náuseas e vômitos
A maioria possui:
compostos polares
• Ação sobre membranas celulares: ação hemolítica e ictiotóxica
• Complexação com esteroides: ação antifúngica e hipocolesterolemiante
Esteroidais
Quanto ao núcleo
fundamental da aglicona
Classificação das sapoinas
Triterpênicas
Carboxila na aglicona ou
Ácida
no açúcar
Caráter ácido, básico ou
neutro
N , geralmente aminas 2°
Básica
ou 3°
SAPONINAS TRITERPÊNICAS
CARACTERIZAÇÃO
Hemolítica
Hemolítica
expectorante
Antitussígena ou Expectorante
Hipocolesterolemiante
• Mecanismo de ação:
• Irritação do epitélio renal causada pelas saponinas ou pelos flavonoides presentes nestas
drogas ou ainda pelos elevados teores de potássio
IMPORTÂNCIA FARMACÊUTICA
Síntese de
contraceptivos e
hormônios sexuais
Diosgenina
Síntese de
corticosteróides por
fermentação
Matérias primas para microbiológica
hemissíntese de
esteróides
Síntese parcial de
corticosteróides
Hecgogenina
Produção de cortisona
facilitada pela
presença de carbonila
em C12
A. Saponinas Triterpenídicas
Nome Nome Fonte da saponina Saponina Parte usada
popular científico derivada
Alcaçuz Glycyrrhiza Genina derivada do Ácido Raízes
glabra Ácido Oleanólico Glicirrético
Ginseng
Adaptógeno: capaz de aumentar a resistência não-específica do organismo às
influências externas (ex. infecções e estresse). No Brasil, é comum a substituição de Panax
ginseng por Pfaffiapaniculata e P. glomerata, Amaranthaceae (ginseng-brasileiro) atividade
antitumoral de saponinas nortriterpenoides, reações alérgicas, ação depressora do SNC.
B. Saponinas esteroidais
Nome Nome Fonte da saponina Saponina Parte usada
popular científico derivada
Inhame Dioscoreas Espirostânicas diosgenina tubérculos
spp
Agave Espirostânicas Hecogenina Sumo das
sisalana folhas
Salsaparrilha Smilax regelii Espirostânicas smilagenina Rizoma e Raíz
5. GLICOSÍDEOS CARDIOTÔNICOS
Apresentam alta especificidade e ação sobre músculo cardíaco → baixo índice
terapêutico - grupo individualizado → homogeneidade estrutural e farmacológica
- tratamento de insuficiência cardíaca congestiva
- digoxina
- ↓ concentração nas plantas
- Restritos a Angiospermas (plantas com flores)
- Famílias: Scrophulariaceae Nerium e Strophanthus Liliaceae
Digitalis Asclepiadaceae Convallaria
Asclepias Apocynaceae
- Animais: proteção contra predadores anfíbios - Bufos sp.
ANEL ESTEROIDAL:
• solúveis em H2O
Mecanismo de ação
dos glicosídeos
cardiotônicos
Redução do
Melhora do retorno Redução da Aumento do débito Redução da
Aumento do DC consumo de
venoso resistência a injeção renal e diurese frequência cardíaca
oxigênio
Contratilidade
• ligação específica e com ↑ afinidade
a biorreceptores da membrana da
célula miocárdica
Ação
glicosídeos • sítio de ligação dos digitálicos é uma
cardiotônicos
subunidade α da enzima Na+/K+
ATPase
Automaticidade Condutibilidade
Farmacocinética
• cardiotônicos muito polares (ex. ouabaína, 6 OH) → eliminação rápida e duração de efeito de
12 horas → usada em casos de emergência
• heterosídeos cardiotônicos são eliminados sob forma não modificada (50 a 70%)
• biotransformação: hidrólise da ligação glicosídica em C-3β + oxidação do C-3 → epimerização
+ conjugação com ácido glicurônico → eliminado na urina na forma de glicuronato
• baixo índice terapêutico → concentração que causa efeitos tóxicos é apenas 2 vezes maior
que a concentração terapêutica Intoxicação moderada:
• diarreia, visão borrada, suor frio, taquicardia e fibrilação ventricular, diminuição do pulso a
até 35 batidas por min, convulsões, síncope e morte
Interações medicamentosas
• β-bloqueadores → bradicardia
• evitar produtos absorvíveis contendo cálcio (leite, fosfato de cálcio, etc.) → hipercalcemia →
potencializa efeitos cardíacos