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EDUCAÇÃO INDíGENA COLONIAL:

RONIAS DE UM PROJETO

_ faria Sylvia Porto Alegre'

ESUMO Diretório pombalino. The colonial educational


project achieved its objectives in some aspects and
Meu interesse neste artigo é abordar o uso failed in others. It was marked by hesitations and
da educação como instrumento politico da coloni- paradox, showing the distance between intentions
zação portuguesa, em torno de duas metas: a and real action as well as the complexity of dealing
evangelização cristã e a "civilização" dos índios no with cultural boundaries and limits.
Brasil. O ensino escolar das crianças e dos jovens
nas aldeias indígenas foi exercido pelos padres
jesuitas por mais de duzentos anos, até 1760, quan-
INTRODUÇÃO
do passou às mãos de mestre-escolas leigos, sob as
leis do Diretório pombalino. O modo pelo qual os Como pesquisadora da história do indigenismo,
parâmetros educacionais e pedagógicos circularam passei a me interessar pela educação indígena colonial,
na sociedade luso-brasileira colonial permite refle- anos atrás, após ler um relato de Mário de Andrade
rir sobre os nexos entre a cultura e a politica, a vida sobre suas andanças de estudioso da música popular
quotidiana e as formas de intervenção e domina- brasileira. Em busca das influências ameríndias no mo-
ção. O projeto de transformar os índios em bons vimento artístico nacional, Mário embrenhou-se nas vi-
cristãos e leais súditos portugueses, pela via da edu- las e povoados do interior do país e conta:
cação, teve êxito em alguns aspectos, fracassou em ''Uma feita, em Fonte-Boa, no Amazonas, eu
outros e foi marcado por hesitações e paradoxos, passeava sob um solão de matar. Saía um canto feminino
mostrando a distância entre as intenções e as ações, duma casa. Parei. Era uma gostosura de linha melódica,
bem como a complexidade de se lidar com as fron- monótona, lenta, muito pura, absolutamente linda. Me
teiras culturais e seus limites. aproximei com a máxima discrição, para não incomodar
a cantora, uma tapuia adormentando o filho. O texto que
ela cantava, língua de branco não era. Tão nasal, tão des-
ABSTRACT conhecido, que imaginei fala de índio. Mas era latim ... de
tapuio. E o acalanto não passava do Tantum Ergo em
Education was used as a political tool in co- cantochão. Uma sílaba me levou para outra e, mais intui-
lonial Brasil to achieve two goals: convertion to ção que realidade, pude reconhecer também a melodia.
christianity and "civilization" of the indigeneous A deformação era inconcebível. Porém, jamais me es-
people. The jesuits conducted the indian schools for quecerei da comoção de beleza que recebi dos lábios da
over two hundred years, until 1760, when non tapuia." (ANDRADE, 1944: 184).
religious teachers took over, under the laws of the O espanto do escritor foi o mesmo que me al-
cançou, mais tarde, quando pesquisei o contato
interétnico nos aldeamentos indígenas coloniais no nor-
I Doutora em Antropologia, Coordenadora do Programa de Pós-
Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará Tra-
deste do Brasil (pORTO ALEGRE, 1993). Pude per-
balho apresentado na Oficina "Educação e Diferenciação ceber, então, que a ida no interior das aldeias
Sócio-Cultural", IV Encontro Luso-Afro-Brasileiro, Rio de Janei- controladas por missionários e administradores portu-
ro, 2 a 5 de setembro de 1996. gueses era muito mais complexa do que a explicação

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simplificada, fornecida pelo binômio de dominação "co- mentos dos indivíduos e dos grupos, os modos de convi-
lonizador-colonizado", nos faz acreditar. As descober- vência e sociabilidade.
tas musicais feitas por Mário de Andrade demonstram Para isso foram mobilizados os mais diferentes
a diversidade de respostas que as culturas oferecem, ao recursos. Em algumas esferas tentou-se a simples adap-
se relacionarem umas com as outras, e a impondera- tação das instituições metropolitanas às condições lo-
bilidade de suas conseqüências e desdobramentos. cais, como ocorreu com o sistema administrativo de
Minha aproximação mais recente com pesqui- governo, transplantado sem muitas modificações, com
sadores na área de educação, preocupados com a dife- suas normas, legislações e práticas (A VELLAR e
renciação sociocultural e a atividade pedagógica, TAUNAY, 1956). Em outros casos, tentou-se inventar
levou-me a pensar nos vínculos entre a educação e a formas únicas e peculiares de ação e definir políticas
mudança cultural no âmbito da temática indígena e no inteiramente novas. Entre essas se incluem os projetos
papel político desempenhado pelo ensino na sociedade formulados para intervir nas sociedades indígenas e
colonial luso-brasileira. Mais precisamente, o objetivo dominá-Ias.
deste trabalho é ver o uso da educação como instru- A política indigenista colonial passou por várias
mento político da colonização portuguesa, em tomo de mudanças, marchas e contramarchas, dependendo dos
duas metas: a evangelização e a "civilização" dos índios diferentes interesses em jogo e tendo em conta a enorme
no Brasil. extensão dos domínios portugueses no Brasil, as peculia-
A escolarização das crianças e dos jovens nas ridades das sociedades indígenas locais e os diversos
aldeias indígenas foi feita pelos padres jesuítas, que con- modos pelos quais os índios resistiram à usurpação de
trolaram essa atividade por mais de duzentos anos, até seus territórios e à desorganização da unidade tribal. Mas
1760, quando a figura do mestre-escola religioso foi subs- houve um setor em que a ação de controle e submissão
tituída pela do professor leigo, sob as leis do Diretório dos índios aos desígnios metropolitanos mostrou ser uni-
pombalino. O modo pelo qual os parâmetros educacio- tária e consistente: o da educação indígena.
nais e pedagógicos circularam na sociedade luso-brasi- Educar os índios tomou-se, desde cedo, uma
leira colonial permite refletir sobre os nexos entre a cultura estratégia central da aliança entre o Estado português
e a política e descobrir as relações mais sutis da vida e a Igreja, ambos dispostos a levar a evangelização e a
quotidiana com as formas de intervenção e dominação. "civilização" às terras conquistadas, trabalhando em
O projeto de transformar os povos indígenas em conjunto para isso, não só no Brasil mas também na
bons cristãos e leais súditos portugueses fez da escola Ásia e na África. A política educacional ultramarina
parte integrante fundamental de um empreendimento que começou a se delinear em Portugal logo nas primeiras
visava, antes de tudo, preparar os "selvagens america- décadas do século XVI e tomou corpo com a fundação
nos" para serem trabalhadores regulares e soldados da Companhia de Jesus por Inácio de Loiola, em 1540.
obedientes, a serviço do Estado, da Igreja e dos colo- A intenção dos jesuítas de usar o ensino escolar
nos. Ao longo do período que vai de meados do século como meio de conversão veio de encontro aos interes-
XVI até o final do século XVIII, a tentativa de promo- ses da Coroa portuguesa, que logo decidiu deixar essa
ver uma educação indígena nos moldes ocidentais foi tarefa a cargo das dezenas de missionários enviados
marcada por sucessos e fracassos, hesitações e para- para o oriente o ocidente. As primeiras experiências
doxos que mostram a distância entre as intenções e as ocorreram em Goa e Malaca, daí passando para o Ja-
ações dos projetos políticos, bem como as dificuldades pão e as cidades com estabelecimentos portugueses na
de analisar as fronteiras culturais e seus limites. Índia, como Cochim, Baçaim, Coulão e Ormuz. As mis-
sões orientais estenderam-se a Macau e a toda a China
e sudeste asiático, onde os jesuítas tiveram uma forte
A EDUCAÇÃO COMO atuação, embora não tão prolongada quanto no Brasil
(WICKI, 1971:593-595).
INSTRUMENTO POLíTICO A instrução nas escolas primárias, onde as cri-
anças aprendiam a música e o canto, além de ler, escre-
Ao trazer para a colônia uma série de institui- ver e contar, ocupava a maior parte das atividades
ções políticas e administrativas e o aparato jurídico me- doutrinárias dos padres, mas também foram fundados
tropolitano, o governo português trouxe, também, formas seminários e colégios na Índia, China, Japão e Brasil.
e organização cultural e religiosa, valores e normas para O ensino das humanidades, da filosofia e da teologia
- só a vida pública mas as atitudes e comporta- visava formar o clero nativo para a prática missionária,

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onde se destacava o aprendizado das línguas locais. O O projeto educacional parecia render a ambas as panes
bilingüismo foi uma das marcas do ensino jesuítico, em- os resultados esperados e o fortalecimento das duas ins-
penhado em registrar vocabulários e gramáticas nativas, tituições caminhou por muito tempo na mesma direção,
traduzir obras religiosas e editar livros de literatura, ins- identificando os interesses políticos e religiosos tanto
trução e doutrina cristã que compõem um legado impres- formalmente quanto na prática. Munidos de uma peda-
sionante da ação da Companhia no ultramar português. gogia própria e da experiência adquirida como educa-
A ação missionária e a introdução da instrução dores, os jesuítas foram a mola mestra do ensino escolar
escolar no oriente e no ocidente foi sincrônica. Até o no Brasil colonial.
final do século XVII viajaram para o oriente cerca de Com a mesma ênfase com que ensinavam a ler,
mil jesuítas portugueses. Na metrópole sua presença não escrever e contar, os padres transmitiam a doutrina religio-
era menor na instrução das crianças e dos jovens e no sa e as artes e oficios técnicos. Além de construir igrejas,
ensino dos ofícios mecânicos, gozando de influência conventos e escolas, montaram oficinas onde os indígenas
junto à nobreza e à Corte. O ensino primário e médio de fabricavam móveis e utensílios, fundiam sinos de bronze,
latim, grego e hebraico, matemática, arte, filosofia e imprimiam livros, aprendiam as artes do couro, da madeira
teologia era exercido pelos padres, com a publicação de e da cerâmica, sendo o ensino técnico ministrado por mes-
grande número de obras didáticas, doutrinárias, de lite- tres religiosos e leigos recrutados na Europa e depois trei-
ratura, oratória e filosofia (GOMES, 1971 :569-592). nados na própria colônia (1). O Colégio Real das Artes era
No Brasil, o ensino jesuítico teve início com a responsável pelos chamados "estudos menores", conjunto
vinda do Pe. Manoel da Nóbrega à Bahia, em 1549, e a de disciplinas que visavam preparar para os estudos uni-
fundação dos colégios de São Paulo (1553) e do Rio de versitários (SERRÃO, 1971: 131-133). Irmãos estudantes
Janeiro (1565). Como nas experiências no oriente, os de teologia e filosofia encarregavam-se do ensino nesses
meninos e meninas indígenas deviam aprender a ler, estabelecimentos, enquanto os padres concentravam-se nas
escrever e contar e, além disso, cantar, tocar um instru- aldeias mais afastadas.
mento, dançar e rezar. A evangelização visava, oficial- Do ponto de vista do uso da educação como
mente, eliminar os costumes indígenas julgados instrumento político, buscava-se meios eficazes de do-
"perniciosos" e inculcar o modelo de vida cristão, mas, minar os índios, controlar o processo de conquista, ga-
na prática, instaurava também as condições para trans- rantir a ocupação dos territórios por eles habitado e
formar os índios em mão-de-obra qualificada, por meio submetê-los ao trabalho compulsório, tudo isso segundo
da aprendizagem regular e estável dos ofícios mecâni- o princípio de que evangelizar os índios significava
cos (LEITE, 1945; 1950), pedagogia que constatamos convertê-los em seres civilizados.
ter sido muito bem-sucedida nos aldeamentos no nor-
deste do país, sobretudo nas áreas do sertão, onde pou-
co se expandiu a escravidão negra e o trabalho indígena o ENSINO NAS ALDEIAS
foi largamente utilizado (PORTO ALEGRE, 1992) .
Além disso, a conversão tinha em vista criar
JEsuíTICAS
condições para utilizar os povos indígenas militarmente.
Para o Pe. Serafim Leite, historiador da Companhia de Na costa litorânea brasileira tentou-se pôr em
Jesus no Brasil, Nóbregajá trazia consigo a formulação prática esse ambicioso programa logo nos primeiros em-
política de que os instrumentos pedagógicos de conver- preendimentos do século XVI na Bahia, Rio de Janei e
são e catequese deveria servir à unidade política portu- São Paulo. No norte do país e na Amazônia, as experi-
guesa, nas lutas e guerras contra os índios insubmissos ências escolares tiveram início no século TI, luga-
e os "inimigos externos" (LEITE,1945:595-599). O Re- res escolhidos estrategicamente como s e de esa
gimento de 1548, dado por D. João III ao governador afastados dos povoados da costa A juri:sdíção
enviado à Bahia, Tomé de Souza, continha instruções no das aldeias no norte e nordeste foram ~ amemadas
para que os padres se aproximassem dos nativos e usas- pelo Padre Antônio ieira, por meio o Rezulameruo
sem sua interferência nas guerras intertribais, procu- das Aldeias (VIEIRA, 16-8-1660) .. ·0 s do Brasil as
rando facilitar a ação dos portugueses pela manipulação reduções fundadas pelos jesuítas també se constrnn-
de alianças com algumas etnias e combate a outras. ram a partir do século XVII O;TO A, 1985), nos
Evangelizar e civilizar eram metas que se mesmos moldes que no restante do país.
complementavam na consolidação do território conquis- Para melhor entender o uso político da educa-
tado e reforçavam as alianças entre o Estado e a Igreja. ção, vejamos como se dava, concretamente, a prática

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pedagógica nas aldeias indígenas. O conceito de unida- Meninos cantores bilingües eram levados às
de na organização política do Brasil colonial é expresso missões, para participar da missa cantada, dos salmos e
por Nóbrega em sua conhecida pregação Diálogo so- das cantigas, dos hinos litúrgicos e das procissões, onde
bre a Conversão do Gentio, de 1557, (LEITE, 1956- os maracás se misturavam às flautas, fazendo com que
1960, vol. II: 317-345) onde o aldeamento éjustificado a música, o canto e a dança se tomassem elemento-
como o meio necessário à conversão dos nativos. Por- chave da pedagogia disciplinar nas aldeias (LEITE, 1950:
tanto, a fundação da aldeias toma por base o pensa- 54-55). Como meio de fixação à escola e à igreja, os
mento de que a conversão era questão de educação e padres estimulavam a formação de cantores, músicos,
cultura, urgindo criar circunstâncias externas que justi- regentes de coro e orquestra, usando o bilingüismo para
ficassem a obra, sobretudo na educação das crianças. fazer com que as crianças portuguesas e indígenas can-
Duas condições se impuseram como essenciais tassem e dançassem em conjunto. Nos seminários ou
à conversão: empenho dos missionários e obediência dos confrarias de meninos índios eram freqüentes o canto, a
índios à autoridade dos padres. Além de rezar, eram dança e o aprendizado de instrumentos musicais, como
deveres dos meninos índios aprender a ler, escrever e a flauta, a viola, a gaita, o órgão e até o berimbau (LEI-
contar, das meninas: fiar, tecer e coser. E obedecer. TE:59-63).
Doutrina, instrução, trabalho e sujeição caminhavam Mário de Andrade não ficaria tão surpreso com
juntos. o cantochão em latim da tapuia, se soubesse como os
O projeto educacional da Companhia de Jesus jesuítas contemporizaram com a cultura das sociedades
foi contraditório quanto aos métodos empregados e quan- indígenas para obter seus intuitos de assimilação, pro-
to à eficácia pedagógica. Os jesuítas acreditavam que a curando dissolver as resistências onde e como fosse
disposição dos índios para se deixar converter dependia possível. As centenas de documentos existentes nos
dos métodos de atração e persuasão. Por isso, nunca arquivos da Ordem, em Roma, sobre orações e canti-
deixaram de usar elementos da própria cultura indígena gas musicadas em língua portuguesa e tupi mostram a
que se mostrassem eficazes na aproximação com os importância dada à língua como instrumento de
brancos. Os métodos persuasivos foram largamente evangelização nas escolas e nas aldeias, onde padres
empregados na medida em que os padres conseguiram como Azpilcueta Navarro, que era também cantor, e
ser bem-sucedidos pelo uso de uma pedagogia em que Salvador Rodrigues fizeram escola no século XVI , can-
os índios continuavam desenvolvendo atividades artísti- tando missas e rezando em idiomas Tupi.
cas como a música, o canto e as artes manuais, que na Aos instrumentos culturais bilingües de con-
verdade já eram parte importante de suas culturas, an- versão e catequese usados em autos e festas religiosas
teriores à conquista. acrescentam-se numerosos vocabulários e catecismos
Por outro lado, as tentativas de conversão por escritos na língua geral, como as gramáticas de José de
meios repressivos e punitivos eram largamente empre- Anchieta e Luís Figueira (LEITE, 1945: 596). O estudo
gadas, instituindo nas aldeias até mesmo a prisão em das línguas indígenas, as gramáticas e dicionários e o
cadeia das crianças indígenas que fugiam da escola. A uso da língua geral são bons indícios para se perceber o
aplicação de castigos corporais, açoites, palmatórias e papel ambivalente da pedagogia jesuítica, ao procurar
outros recursos característicos da pedagogia do tempo, construir uma unidade política por meio da diversidade
para os atos de desobediência, era uma regra. cultural.
O programa escolar catequético impunha ao Ao longo de sua atuação, o projeto educacional
mestre-escola o aprendizado das línguas indígenas em jesuítico estabeleceu-se tanto no plano prático como
todos os estabelecimentos fundados e nas aldeias. doutrinário, atendo-se mais ao patamar da mudança dos
Uma das primeiras medidas tomadas por Vieira no costumes do que a obter a conversão pela fé. Os valo-
norte e na Amazônia foi recrutar um contingente de res e crenças considerados compatíveis eram deixados
intérpretes, os línguas, que falavam o "tupi da cos- em paz, enquanto eram combatidos aqueles considera-
ta" ou "língua geral", na ação pedagógica dirigida dos incompatíveis (3). As ambigüidades e contradições
aos índios recém-contatados (AGOSTINHO e CAR- dessa política não tardariam a se manifestar.
ALHO, 1995 :28). Para expandir o bilingüismo, nos A manutenção dos costumes indígenas causa-
primeiros contatos, chegou-se a trazer meninos ór- va estranhamento e provocava críticas, inclusive no
fã s de Portugal e misturá-Ios às crianças indígenas, interior da própria Igreja (LEITE, 1950:254), gerando
e a rendessem as línguas nativas e ensinas- controvérsias e desagrado crescentes e encontrando opo-
índios. sições de peso entre as elites luso-brasileiras. Para en-

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frentar o descontentamento, na fase final da sua atua- tavam se transformando em territórios livres e intocáveis,
ção, a Companhia passou a dar preferência aos méto- dominados pelos padres.
dos em que religião era diretamente imposta, aumentando As discordâncias que culminaram no rompimen-
a repressão às práticas indígenas e tomando obrigató- to da aliança com a Companhia de Jesus e sua supres-
ria a adoção dos costumes ocidentais. No plano das re- são em Portugal e nos domínios do império resultaram
lações de parentesco as casas familiares substituíram numa ampla reforma do ensino e no redirecionamento
as habitações coletivas, os homens passaram a ocupar do projeto de "civilização" dos índios, com novas pro-
o lugar das mulheres cuidando da lavoura, foram cria- postas geradas pelas idéias de unidade e identidade, pro-
dos horários rígidos de atividades, em tarefas que ti- movidas pelo Marquês de Pombal.
nham a disciplina de um quartel militar (pREZIA, 1992). Os conflitos entre os jesuítas e a Coroa aguça-
Mas, em muitos casos, os religiosos que tra- ram-se entre 1751 e 1759, no então chamado Estado do
balhavam nos aldeamentos preferiram tomar a defe- Grão-Pará e Maranhão (COUTO, 1995), onde as aldeias
sa dos "seus índios". Visto de uma outra forma, indígenas passaram a ser regulamentadas pelo Diretório
poderíamos dizer que os indígenas, em grande parte, dos Índios (1757) , logo estendido ao Estado do Brasil.
aculturaram os padres para conseguir manter a con- A reforma pombalina da educação não esta-
tinuidade de suas sociedades e seus modos de vida, va disposta a deixar nenhum espaço aberto à diversi-
embora modificados, mediante determinadas conces- dade étnica e à relativa autonomia das sociedades
sões necessárias à própria sobrevivência. Por aí se indígenas. Com base nas novas idéias, o projeto de
vê como a dinâmica da educação indígena está "tomar os índios em portugueses" ficou mais agressi-
inserida no coração da problemática do contato vo, tendo como critério central a imposição da língua
interétnico. É no âmbito das práticas culturais que o portuguesa (DOMINGUES, 1995). Os parágrafos sex-
projeto pedagógico deve ser analisado, pois manipu- to, sétimo e oitavo do Diretório diziam expressamente
lar identidades, querer transformar os índios em por- que a "língua geral" era uma invenção diabólica dos
tugueses e destruir seus costumes e valores, além de primeiros conquistadores e que o bilingüismo impedia
expropriá-Ios de seus territórios e submetê-Ios ao tra- a civilização e permitia que os povos nativos permane-
balho compulsório, não era uma tarefa tão simples cessem "bárbaros".
quanto se imaginava. A proibição de uso das línguas nativas por mis-
sionários e párocos na Amazônia foi objeto de contro-
vérsias e acusações no Tribunal da Inquisição, de
A REFORMA PEDAGÓGICA extrema importância para a história política e religiosa
colonial (SILVA, 1995). Os ataques do Diretório pres-
POMBALINA supunham que os métodos jesuíticos facilitavam a con-
tinuidade das sociedades indígenas e estimulavam a
Os métodos pedagógicos utilizados pelos jesuí- manutenção das diferenças culturais, ao invés de pro-
tas não foram recebidos com bons olhos, os conflitos mover a unidade e fortalecer a identidade portuguesa.
que se estabeleceram com os colonos em tomo da cobi- Nesse sentido, a obrigatoriedade da lingua portuguesa
ça pela mão-de-obra e pelas terras indígenas, de parte à era tão enfatizada quanto outras medidas postas em prá-
parte, foram se tomando mais graves à medida em que tica como o incentivo à miscigenação a separação das
aumentava o povoamento. Os desacordos quanto aos famílias e dos grupos mediante a transferência dos indí-
meios de levar a cabo a política indigenista e as contra- genas de uma aldeia para outra e outros artificios usa-
dições entre as construções ideológicas e as práticas dos com o objetivo de desarticular a ida tribaI.
concretas refletiram-se em divergências manifestas Os casamentos mistos passaram a ser estimu-
quanto aos métodos de ensino adotados pelos padres na lados, dando-se aos indígenas as mesmas honrarias e
educação escolar. títulos concedidos aos brancos com a adoção de nomes
A insistência em pregar nos idiomas nativos e a portugueses. As reformas na educação isavam alcan-
tolerância aos valores, costumes e tradições indígenas çar toda a ida social indo da imposição do uso de rou-
que os padres julgavam úteis e eficazes à evangelização pas na escola e na igreja às crianças jo ens e adultos
abalaram as relações entre o Estado português e a Igreja que insistissem em andar nus, ao controle da terra e do
irremediavelmente, não obstante a pedagogia da violên- trabalho indígenas. Cada aldeia deveria ter um mínimo
cia usada no interior das aldeias pelos catequéticos. a de 150 moradores facilitando-se o estabelecimento de
ótica do governo metropolitano as aldeias indígenas es- moradores brancos com direito à posse da terra e os

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homens entre 13 e 60 anos deveriam trabalhar metade gura tradicional do mestre-escola. Vinte anos depois da
do ano para os colonos. Os diretores dos índios encar- saída dos jesuítas havia somente vinte professores na
regavam-se de "manter a ordem", fazer cumprir as leis Bahia, as escolas estavam fechadas ou haviam sido
e promover a "reforma dos abusos, dos vícios e dos abandonadas (Leite, 1965).
costumes".
Como parte das estratégias integracionistas, ten-
tou-se dividir essas tarefas com as lideranças indígenas
PARADOXOS DO PROJETO
locais. Os chefes e principais indígenas foram trans-
formados em capitães, sargentos-mores, vereadores e EDUCACIONAL
juízes e suas famílias ganhavam o status de cidadãos
portugueses. Procurava-se dirigir o ensino aos filhos das A discussão das relações entre a cultura e a
chefias no intuito de formar uma elite capaz de adminis- política, pelo ângulo da educação escolar, permite ver
trar as aldeias de acordo com as normas metropolitanas os nexos entre as práticas específicas da vida quotidia-
e o poder local. Também tomou-se comum enviar os na e as instâncias de poder, com seus sistemas de domi-
meninos e jovens indígenas para internatos, seminários nação, identificação e diferenciação.
e conventos, onde deveriam ser instruídos e preparados Os rumos tomados pelo projeto de converter os
para assumir o lugar dos pais e exercer funções junto povos indígenas e ensiná-los a se tomar seres "civiliza-
aos administradores e colonos (DUMINGUES, 1995:70). dos" mostra a distância entre as intenções e as ações, que
Desse modo, a nova política educacional se in- costuma acompanhar os planos políticos. No cruzamento
seria no movimento de difusão do despotismo ilustrado e entrechoque de influências a educação indígena visava
na metrópole e no interior das elites luso-brasileiras co- promover uma só identidade cultural no interior da colônia
loniais. A secularização da educação foi concomitante e fazê-Ia funcionar como um espelho da metrópole.
a outras formas de substituição de funções, que resulta- Os primeiros resultados da assimilação foram
ram na acomodação da Igreja a um lugar subordinado tão otimistas que os índios aparentavam ser como "pa-
ao Estado nas relações com os índios, limitando-se a pel branco", onde se podia escrever - e inscrever o que
práticas em que os padres não podiam ser dispensados, quiser. Mas a primeira impressão cedo se desfez, a
como batismos, casamentos e funerais. Os religiosos matéria de que era feita a modelagem "selvagem" não
continuaram a se ocupar do ensino escolar mas já não se comparava à perenidade do mármore mas à
gozavam do poder e das prerrogativas anteriores. efemeridade da murta (VIVEIROS DE CASTRO,
A pedagogia pombalina reconhecia a importân- 1992). Nóbrega foi o primeiro a perceber que o mesmo
cia de controle dos aspectos culturais nas relações com estado inculto que favoreceu uma aparente aceitação
os povos indígenas, relegados a segundo plano pelo Es- da conversão e da civilização revelou-se "muralha de
tado, até então, e que os jesuítas souberam aproveitar pedra" para a penetração da doutrina, como observava
tão bem, ocupando espaços pouco valorizados pela Co- o pregador no Diálogo sobre a Conversão do Gentio.
roa, mais preocupada com os empreendimentos econô- O projeto educacional foi bem-sucedido em alguns
micos e militares. Dando-se conta de que um Estado aspectos, evidenciando a notável e precoce capacidade de
fraco no plano da intervenção cultural abria espaço para imposição da língua portuguesa em todo o território brasi-
o fortalecimento das sociedades tribais, Pombal deu à leiro, a despeito da sobrevivência das línguas indígenas fa-
política educacional um lugar central nas suas reformas, ladas localmente pelas sociedades isoladas ou em contato
de modo a reforçar a dominação portuguesa na colônia. intermitente com os brancos. Porém, a absorção do víncu-
Entretanto, o sistema educacional secularizado lo étnico ao conceito de civilização, que visava a criação
não se expandiu. O governo pombalino não conseguiu de uma homogeneidade cultural, se equivocou em muitos
fazer durar suas reformas e nem mesmo implementá- pontos, na compreensão das tendências dos processos so-
Ias de todo. No período final do sistema colonial, as al- ciais que ela mesma desencadeou.
deias sofreram um rápido processo de esvaziamento, Na experiênciajesuítica, a política educacional,
com a evasão em massa dos índios em decorrência do que deveria reforçar o monopólio do Reino abalou-o pe-
trabalho forçado e da repressão dos costumes. Na rigosamente em algumas capitanias, com as divergências
maioria das capitanias a reforma recuou, sem conseguir entre a Igreja e o Estado. Ironicamente, a própria expul-
levar a cabo sua proposta. A insuficiência de professo- são da Companhia dos domínios portugueses foi uma
- laicos tornou-se crônica. Houve uma retração da conseqüência do êxito do projeto missionário. Foi exata-
lar com o quase desaparecimento da fi- mente por ser bem-sucedida em sua pedagogia que a

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Ordem se tomou tão poderosa e alcançou uma tal ascen- fronteiras culturais. Podemos dizer, para concluir, que a
dência sobre as consciências e o comportamento dos educação indígena colonial procurou impor uma ordem
povos indígenas aldeados que sua presença foi vista como reguladora que buscava apagar as fronteiras culturais
ameaça à unidade do império no ultramar. por diversas vias, com o uso de métodos onde a existên-
Nesse caso, temos o paradoxo de que o suces- cia das sociedades indígenas ora era afirmada, ora ne-
so do empreendimento foi responsável pelo fracasso das gada, oscilando entre o bloqueio sistemático e a tolerância
ambições de instaurar um espaço autônomo de ação tutelada e criando uma zona de tensão entre a unifica-
nas terras conquistadas. A possibilidade de que a Igreja ção e a diferenciação sociocultural.
riasse "territórios livres" de controle das populações Unidade e diversidade, eis aí uma questão re-
indígenas, no interior das colônias, decretou o fim de corrente, intrigante e, talvez, insolúvel.
sua presença no império português. A análise da educação indígena colonial ajuda a
Por outro lado, o sucesso da ação dos religiosos abordar problemas que de outra forma permaneceriam
forneceu, também, as condições propícias ao poder tem- obscuros, fora do alcance do antropólogo, do historiador
poral do Estado sobre os povos indígenas. A política e do educador. Ela nos mostra a validade do paradigma,
educacional pombalina não poderia ter se instaurado caro à antropologia, de que é possível alcançar níveis
sem a tutela eclesiástica anteriormente existente. mais profundos de significação pela atenção a episódios
A análise da pedagogia aplicada na educação dos aparentemente tão desimportantes como ouvir uma ín-
meninos índios pelo Diretárío no norte do Brasil dia tapuia acalentando seu filho com uma canção de
(DOMINGUES, 1995:72-76) mostra as hesitações do pro- ninar, no meio da tarde, na selva amazônica.
jeto reformista, seus êxitos e fracassos. O afastamento
das crianças e jovens de suas famílias para o internamento
em seminários e conventos foi duramente sentido pelos NOTAS
índios, fazendo com que a resistência indígena à escolari-
dade aumentasse progressivamente, em vista da 1. As escolas e oficinas de artes e oficios instaladas nos colégios
dissociação entre o ensino e as tradições culturais e étnicas. e nas aldeias formavam artistas e operários qualificados: pedrei-
No plano da formação de lideranças locais en- ros, ferreiros, carpinteiros, escultores, tomeiros, sapateiros, al-
tre os principais e seus familiares, em muitos casos faiates, tecelões. Nas oficinas de São Paulo o principal trabalho
observou-se que os indígenas educados voltaram-se dos rapazes índios era tomar conta das forjas e ferrarias onde
contra seus opressores fazendo uso político da língua eram fabricados anzóis, facas, machados, foices, enxadas e ou-
portuguesa para intensificar os contatos inter-tribais e, tros utensílios (LEITE, 1950:23-26). No Ceará, havia um bom
ironia maior, a língua da sujeição tomou-se a língua para número de artesãos índios dedicados aos oficios de carpinteiro,
reivindicar os direitos índígenas junto às autoridades. ferreiro, sapateiro, pedreiro e ourives, segundo o Mapa dos Ca-
A imposição dos costumes portugueses, que sais. Pessoas Livres e Oficiais de vários oficias da Vila de Mon-
deveria provocar um enfraquecimento das minorias ét- te-Mor-o-Novo (Arquivo Histórico Ultramarino, 1788 ). Os
nicas e sua integração à sociedade colonial nem sempre trançados em palha de carnaúba eram práticas indígenas aprovei-
ocorreu, levando ao abandono dos aldeamentos. Os con- tadas pelos padres em todo o litoral do nordeste, onde teve
flitos, rebeliões e a dispersão dos índios, que fugiam em origem um artesanato de cestas, esteiras e chapéus de palha
massa das aldeias e ernbrenhavam-se pelas matas e (MENEZES, 1871) ainda hoje encontrado.
serras afastadas, para fugir à opressão, tomou-se um
processo incontrolável, decretando a extinção das Leis 2. O aprendizado da tecelagem e das manufaturas de algodão
do Dtretárto pelo governo português em 1798. nativo, que aparecem no relato dos cronistas desde o século XVI
Por outro lado, grande parte dos grupos indíge- (GANDAVO, 1570; LÉRY, 1557; SOUZA, 1587), formavam o
nas remanescentes à conquista sobreviveram exatamen- setor mais importante do ensino técnico nas aldeias. Em São
te nos lugares aonde a ação do colonizador foi mais Paulo a tecelagem foi o principal oficio indígena nos séculos XVI
intensa - nos aldeamentos (PORTO ALEGRE, 1993; e XVII (HOLANDA, 1957). No Ceará, Piauí e Maranbão, essa
PORTO ALEGRE, MARIZ e DANTAS, 1994), que se atividade também foi muito desenvolvida nas escolas indígenas,
tornaram o /ocus das culturas de fronteira. pois o algodão era o produto básico da economia indígena. Valen-
O modo pelo qual as idéias sobre educação cir- do-se da prática antiga dos indios, os jesuítas organizaram o
cularam na sociedade luso-brasileira, entre os séculos trabalho têxtil e ensinaram às mulheres a confecção de rendas e
XVI e XVIII, permitem ver como os métodos pedagó- bordados para fazer os paramentos das igrejas e as roupas de
gicos serviram de veículo na definição dos limites e das uso diário e freqüência à missa e às festas da Igreja. As índias

Educação em Debate- Fortaleza -mo 20 - N° 35 - 1998 - p. 8 H38 I 87


tecelãs foram objeto de disputa entre missionários e colonos, LEITE, Serafim. (1945), História da Companhia de
tendo se tornado exímias bordadeiras e rendeiras. De acordo com Jesus, 7 voI., Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.
o Mapa Geral do que produziram as sete vi/as e lugares do --- . (1950), Artes e oficios dos jesuítas no Bra-
Ceará e Rio Grande do Norte (Arquivo Histórico Ultramarino, sil, 1549-1750. Lisboa: Livros de Portugal.
1761), nas aldeias confiscadas aos jesuítas nessas duas capitani- ---o (org.). (1956-1960), Cartas dos primeiros
as havia, em 1760, 621 rapazes na escola, 40 deles aprendendo
jesuítas no Brasil. 3 vol., São Paulo: Comissão do
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oficios vários e 302 moças, aprendendo a fiar, tecer e coser.
---o (1965), Suma Histórica da Companhia de
Jesus no Brasil, 1549-1760. Lisboa: Junta de In-
3. O nomadismo, por exemplo, dificultava mais a dominação de
vestigações do Ultramar.
alguns grupos indígenas que a poligamia, por isso os padres preo-
LÉRY, Jean de. (1951), Viagem à Terra do Brasil,
cuparam-se tanto com a dispersão nas aldeias, que aliás serviam, 1557. São Paulo: Martins.
também para a defesa militar e o povoamento da terra A própria MENEZES, Luiz Barba Alardo de. (1871), Memória
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