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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS (ICH)
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DO CAMPO
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
DISCIPLINA: RELAÇÕES DE TRABALHO E DE PODER NO MUNDO
MEDIEVAL
PROFESSOR: FÁBIO PESSÔA

ESTUDO DIRIGIDO

TEXTO 6: 2ª PARTE – FRANCO JUNIOR. Hilário. “As estruturas econômicas”;. In:


A Idade média: nascimento do ocidente. -- 2. ed. rev. e ampl. -- São Paulo: Brasiliense,
2001, p. 39-62.
II - AS ESTRUTURAS ECONÔMICAS
1. Historiografia econômica medieval: para além das quantificações estatísticas, A
historiografia especializada desenvolveu então trabalhos baseados no qualitativo
(indícios, tendências, características), que elucidam melhor a economia medieval do
ponto de vista da própria época.

2. Retração e estagnação até o século X – Antiguidade Tardia?

2.1. No essencial, do ângulo econômico, os séculos IV-X podem ser considerados em


bloco. Caracterizou-os aquilo que Renée Doehaerd chamou de “escassez endêmica” .
Ou seja, uma pequena produtividade agrícola e artesanal, conseqüentemente uma baixa
disponibilidade de bens de consumo e a correspondente retração do comércio e portanto
da economia monetária.

2.2. Retração demográfica: numa economia muito pouco mecanizada, o peso da mão-de-
obra na produção é decisivo.

2.3. Setor Primário - Domínio: não era caracterizado por seu tamanho, muito variável
no tempo e no espaço, mas por sua estrutura de funcionamento. Esta girava em torno da
divisão da área em duas partes:
a) terra indominicata (ou de reserva senhorial pelos historiadores), era explorada
diretamente pelo senhor.
b) terra mansionaria (manso, em média 15 hectares), o conjunto de pequenas explorações
camponesas. Dele uma família camponesa tirava sua subsistência, e por ter recebido tal
concessão devia certas prestações ao senhor. Havia ainda os mansi serviles, ocupados por
escravos, deviam encargos mais pesados que os mansi ingenuiles, possuídos por
camponeses livres.
2.3.1. Relação de trabalho: eram fundamentais as prestações em serviço. O senhor
exigia a corvéia, trabalho servil na reserva, em troca do manso por causa das dificuldades
de obter mão-de-obra numa conjuntura de depressão demográfica

2.3.2. Controvérsia em torno da escravidão:


a) (BOLCH) acreditava na existência de poucos escravos no Ocidente do século IX em
razão de uma tripla transformação: militar, devido ao fim das guerras de conquista que
tinham sustentado o escravismo romano; religioso, pois se o cristianismo não proibia a
escravidão enquanto instituição, a Igreja não aceitava que ela fosse aplicada a cristãos;
econômica, porque a distância tornava problemático e portanto caro o fornecimento de
escravos pagãos. (42)

b) (DOEHAERD) diz que “a penúria de mão-de-obra explica a recrudescência da


escravidão durante os primeiros séculos medievais”

c) (FRANCO JUNIOR) “Tudo indica que a escravidão ainda era praticada em boa parte
do Ocidente cristão, especialmente na Inglaterra, Alemanha, Itália e Catalunha.”

2.3.3. A produção dos domínios não apresentava grandes novidades em relação à


agricultura da Antigüidade: sistema bienal ou trienal.
a) Bienal (No extremo norte europeu e na zona mediterrânea) – a terra fértil era dividida
em duas partes, cultivando-se uma delas no primeiro ano enquanto a outra ficava em
pousio (descanso);

e) Trienal (zona intermediária da Europa) – sistema tipicamente medieval: ao dividir a


área cultivável em três partes, não só se ampliava a extensão efetivamente produtiva (66%
contra 50% no bienal) como ainda se tinha a segurança de duas colheitas anuais. (43)

2.4. O setor secundário ressentia-se da fraqueza demográfica e da medíocre produção


agrícola. O primeiro fator roubava-lhe mão-de-obra e especialmente consumidores. O
segundo limitava o fornecimento de matérias-primas.

2.4.1. O artesanato dos séculos IV-X estava concentrado nos domínios (tendência a auto-
suficiência), com mão-de-obra predominantemente escrava

2.5. O setor terciário limitava-se praticamente ao comércio.

2.5.1. Controvérsia:

(PIRENNE) invasões geraram o deslocamento do eixo Mediterrâneo/Norte da Europa,


inviabilizando as relações Oriente/Ocidente: estagnação urbana e desaparecimento do
comércio;

(Doehaerd) as conquistas muçulmanas não afetaram as relações entre Ocidente e Oriente,


pois a Marinha bizantina continuou ainda por algum tempo a dominar o Mediterrâneo. O
comércio (interno e externo) diminui mas não foi paralisado.

2.5.2. Rotas comerciais:


a) Externas: produtos orientais entrando pela Espanha e portos italianos;
b) Internas: a partir do excedente produzido por determinados domínios, em duas regiões
principais:

2.5.3. O papel da moeda nos primeiros séculos medievais.


a) instrumento de medida de valor;
b) instrumento de troca;
c) principalmente, instrumento de reserva de valor.

3. O crescimento dos séculos XI-XIII - A Idade Média Central.

Mudanças:

3.1. A passagem da agricultura dominial para a senhorial. Incremento demográfico e


divisão dos mansos em unidades menores, chamadas tenências (em média 3 ou 4
hectares). Tipos de Tenências;

a) censive: em troca do usufruto da terra o camponês devia uma pequena renda fixa, o
censo, pago em dinheiro ou em espécie. (46)
b) champart – a renda devida pelo camponês ao senhor não era fixa, mas proporcional ao
resultado da colheita (10% na triticultura, de 16% a 33% na viticultura e na criação).

3.1.1. Relações de trabalho:


a) A escravidão praticamente desapareceu no norte europeu, sobrevivendo apenas em
algumas regiões mediterrânicas.
b)O trabalho assalariado expandiu-se, em especial no século XII;
c) O servo tornou-se o principal tipo de trabalhador

3.1.2. Rendimento senhorial:


a) No senhorio fundiário, principalmente a corvéia, trabalho gratuito, geralmente três dias
por semana;
b) Banalidades: taxas pelo uso do moinho, do lagar e do forno, monopólios do senhor;
c) O censo e um porcentual da produção.

3.1.3. Crescimento da produção:


a) maior quantidade de mão-de-obra (incremento demográfico) trabalhando sobre uma
área mais extensa (desbravamento de florestas e terrenos baldios).

b) difusão de diferentes técnicas: sistema trienal, charrua, força motriz animal, adubo
mineral, moinho de água, moinho de vento.

3. 2. O revigoramento do comércio. Este passou a desempenhar um papel central na vida


do Ocidente, especialmente o comércio marítimo (mais rentável). (49)
Rotas:

3.2.1. O mediterrânico (Gênova e Veneza)

3.2.2. O nórdico (dominado pelos alemães).

3.3. Uma terceira transformação econômica da Idade Média Central foi a “Revolução
Industrial medieval.” (Jean Gimpel)
a) Incremento demográfico, de produção e comercial;
b) Crescimento urbano: entre 1100 e 1300 apareceram cerca de 140 novas cidades no
Ocidente. (52)

c) Mercado consumidor (demanda)

d) Indústria da construção (palácios, Igrejas) e têxtil (lã) em três grandes áreas: Flandres,
Itália e Inglaterra.

3.4. Corporações de ofício:

3.4.1. Agrupavam-se por:

a) Razões religiosas: muitas vezes derivado de confrarias, [...] existiam para cultuar o
santo patrono de uma determinada categoria profissional e para praticar caridade
recíproca entre seus membros; (54)

b) econômica, procurando garantir para eles o monopólio de determinada atividade;

c) político-social, com a plebe de artesãos tentando se organizar diante do patriciado


mercador que detinha o poder na cidade.

3.4.2. organização interna: cada corporação era constituída por várias oficinas, as únicas
que podiam produzir uma determinada mercadoria na cidade.

a) Mestre: dono de uma oficina e controlava as fases da produção, além de estabelecer


regras de preço e produtos;

b) jornaleiros (ou companheiros) eram assalariados que ganhavam em dinheiro e em


espécie;

c) Os aprendizes – moravam na casa dos mestres e pagavam pelo aprendizado;

3.5. Monetarização da economia:

a) Superação dos entraves econômicos: multiplicidade de tipos, origens e valores de


moedas. Unificação monetária;

b) O surgimento da atividade bancária

3.6. Teoria econômica medieval baseava-se em dois princípios:

a) distributivo: preocupava-se com a repartição das riquezas e da renda (Tomás de


Aquino) acreditando que os bens terrenos tinham sido criados para utilidade da espécie
humana;
b) equilíbrio: pretendia tornar justas as relações econômicas entre os homens, daí sua
preocupação com a usura e o preço justo.

3.7. Condenação da usura:


“A usura. Que fenômeno oferece, mais do que este, durante sete séculos no Ocidente, do
século XII ao XIX, uma mistura tão explosiva de economia e de religião, de dinheiro e
de salvação?” (LE GOFF: 2004, p. 5)

Usura — entendida pelos medievais como todo empréstimo a juros, não apenas os
extorsivos como no sentido atual — baseava-se na teoria aristotélica da esterilidade do
dinheiro. (57)

3.8. “Ladrão do tempo”

“Os teólogos argumentavam que ao emprestar a juros a pessoa estava na verdade


vendendo tempo (aquele durante o qual o devedor fica com a moeda).”

“Num mundo em que o dinheiro (nummus em latim, demer em francês) é Deus" [...] o
usurário, especialista em empréstimo a juro, torna-se um homem necessário e detestado,
poderoso e frágil.” (LE GOFF: 2004, p. 6)

4. O pré-capitalismo medieval

Cristandade (em expansão) versus Capitalismo: “Uma luta encarniçada, cotidiana,


assinalada por proibições repetidas, articuladas a valores e mentalidades, tem por objetivo
a legitimação do lucro lícito que é preciso distinguir da usura ilícita.” (LE GOFF: 2004,
p. 7)

5. A depressão de fins da Idade Média - A Baixa Idade Média

5.1. Crise generalizada: qual a essência da crise?

5.2. Modelos explicativos econômicos: Para usar a linguagem dos economistas, ela
fundamentava-se em N (recursos naturais) e T (força de trabalho) abundantes, e um K
(capital) proporcionalmente pequeno. Ou seja, enquanto ainda havia terras férteis
disponíveis e mão-de-obra em quantidade para trabalhá-las, o sistema funcionou bem.
Mas a riqueza social global pouco crescia por falta de reinvestimento. (Adam Smith
explicitou essa “equação” na obra A Riqueza das Nações)

5.3. Como explicar sociologicamente? Questão objetiva (forças produtivas, Marx) ou


subjetiva (Weber)

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