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A Labeling Approach Theory ou Teoria do Etiquetamento Social, é uma teoria

criminológica marcada pela ideia de que as noções de crime e criminoso são construídas
socialmente a partir da definição legal e das ações de instâncias oficiais de controle social
a respeito do comportamento de determinados indivíduos.

Segundo esse entendimento, a criminalidade não é uma propriedade inerente a um


sujeito, mas uma “etiqueta” atribuída a certos indivíduos que a sociedade entende como
delinquentes. Em outras palavras, o comportamento desviante é aquele rotulado como tal.

Surgida na década de 1960, nos Estados Unidos da América, representou importante


marco para a teoria da criminalidade, em momento de transição entre a criminologia
tradicional e a criminologia crítica, na medida em que passou a preterir o estudo de
supostas predisposições à realização de crimes, como defendido por Cesare Lombroso, e
aspectos psicológicos do agente em favor de uma análise aprofundada do Sistema Penal
como forma de compreender o status social de delinquente. A partir dessa nova
concepção, a teoria pauta-se fundamentalmente na análise da ação de forças policiais,
penitenciarias, órgãos do Poder Judiciário e outras instituições de controle social, com o
objetivo de entender como os rótulos estipulados pela sociedade e aplicados por tais
instituições refletem circunstâncias sociais e contribuem para a criação de um estigma de
“criminoso” para certos grupos sociais, alterando a própria percepção individual daqueles
rotulados.

Os principais postulados do labelling aproach são:

1- Interacionismo simbólico e construtivismo social (o conceito que um indivíduo tem


de si mesmo, de sua sociedade e da situação que nela representa, é ponto importante do
significado genuíno da conduta criminal);

2- Introspecção simpatizante como técnica de aproximação da realidade criminal para


compreendê-la a partir do mundo do desviado e captar o verdadeiro sentido que ele
atribui a sua conduta;

3- Natureza “definitorial” do delito (o caráter delitivo de uma conduta e de seu autor


depende de certos processos sociais de definição, que lhe atribuem tal caráter, e de
seleção, que etiquetaram o autor como delinquente);

4- Caráter constitutivo do controle social (a criminalidade é criada pelo controle social);

5- Seletividade e discriminatoriedade do controle social (o controle social é altamente


discriminatório e seletivo);

6- Efeito criminógeno da pena (potencializa e perpetua a desviação, consolidando o


desviado em um status de delinquente, gerando estereótipos e etiologias que se supõe
que pretende evitar. O condenado assume uma nova imagem de si mesmo, redefinindo
sua personalidade em torno do papel de desviado, desencadeando-se a denominada
desviação secundária.

7- Paradigma de controle (processo de definição e seleção que atribui a etiqueta de


delinquente a um indivíduo).

A humanidade reconhece a necessidade de criar mecanismos para uma convivência


harmoniosa em sociedade, portanto foi criada as leis penais para regular esse convívio
social. O fundamento do Direito está na convivência humana.

Na atualidade o que garante o Direito é o poder e não a igualdade social, pois o Direito
faz parte de todo o aparato estatal, com vista a implementar uma ideologia para a
perpetuação das classes dominantes no poder, pois as leis penais buscam proteger, em
sua maioria, os bens jurídicos de maior importância para a elite, que por conseguinte são
mais suscetíveis a ação dos menos favorecidos.

A sociedade é estruturalmente antagônica, estratificada e tem o delito como fruto social.


Através da necessidade de interromper o ciclo da criminalidade surgiu a Criminologia para
solucionar o acidente social que é o delito.

Ocorreram várias hipóteses para desvendar os mistérios da criminalidade para a


sociedade, porém sempre havia algo que não estava de acordo com a observação da
realidade, então surgiu a Criminologia Crítica questionando se o sistema penal e o
fenômeno do controle eram de fato eficazes para a ressocialização do condenado e quais
os efeitos produziam para o mesmo.

A Sociologia Criminal, que contempla o delito como fenômeno social, estudou e aplicou a
sua análise diversos marcos teóricos (ecológico, estrutural-funcionalista, subcultural,
conflitual, interacionista, etc. As principais teorias nasceram na Escola de Chicago e
destacam-se as teorias do processo social que formulam diversas respostas ao fenômeno
da criminalidade e sua gênese.

A desigualdade do cidadão nos processos sociais ocasionou as teorias do etiquetamento


ou da reação social (labeling approach) que ampliou o objeto de investigação
criminológica e segundo os teóricos, a desviação e a criminalidade não são entidades
ontológicas pré-constituídas, e sim etiquetas que determinados processos de definição e
seleção, altamente discriminatórios, colocam em certos sujeitos.

Em razão disso, a criminalização secundária seria a responsável pela estigmatização,


pela rotulação e disto surgiriam mais criminalizações, ou seja, a reincidência. Assim,
inserido numa subcultura da delinquência, após ser socialmente rotulado e marginalizado,
o indivíduo trilharia uma espécie de carreira criminal.

Esses fatos demonstram claramente que a pena não ressocializa ninguém e sim
estigmatiza, pois não é o fato de ter praticado um crime que torna o sujeito indesejável
aos olhos da sociedade, e sim o fato de ter cumprido uma pena. O modelo clássico de
justiça encontra-se em crise, então a resposta mais satisfatória ao problema criminal é o
Direito Penal Mínimo, pois há um menor custo social.

Nos dias de hoje, com o aumento da violência e do clamor social por justiça, ganham
cada vez mais importância os temas relacionados ao direito de punir do Estado e a
efetividade desse direito. O Direito Penal do Inimigo é uma forma de demonstrar como
esse etiquetamento social é drástico e perigoso.

O filme Tropa de Elite demonstra a desumanidade de todo um povo e é necessário que o


Estado crie novas crenças políticas, que não seja através da ameaça e da punição, para
que o povo não questione o poder do Estado. A crença na igualdade social é estabelecida
pelos sistemas legais do Direito, e o rompimento dessa crença tem por consequência a
mudança no modo de produção, desenvolvendo novos papéis sociais.

A natureza humana é imutável. O homem é um ser que conspira a todo instante. Os


sentimentos humanos são expressos de acordo com a sociedade em que se vive,
entretanto a essência é igual em qualquer sociedade, por isso é necessário que todos
estejam comprometidos com a realidade para que haja uma efetiva transformação social,
pois a mudança de paradigma na Criminologia não tem ultrapassado o espaço acadêmico
para alçar o público da rua e provocar a necessária transformação cultural no senso
comum sobre a criminalidade e o sistema penal.

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