Propostas de resolução1

GRUPO I em resultado do seu estudo, que os concelhos medievais

Comentário
Mantém-se a prática mais habitual de fundamentar
o conjunto das quatro questões de seleção de escolha
múltipla no documento extenso, no grupo I, o que não
quer dizer que tenha de ser sempre assim.
É importante que releia as informações preliminares
que tecemos sobre a forma de responder a este tipo de
questões, apresentadas a propósito das questões do grupo
correspondente da prova da 1.ª fase. Reveja também as
indicações que apresentamos no capítulo Questões-tipo.
Questão 1..........................................................05 pontos
Resposta: Opção D
O conhecimento de que se trata de uma Carta de
Feira concedida aos “moradores do burgo de Vouzela”
deve ser suficiente para concluir que a opção D é a única
integralmente correta. Ainda assim, se tiver dúvidas, há
informação na fonte que o comprova. O conteúdo da
opção C ainda pode alimentar alguma incerteza sobre a
opção a fazer, mas a feira de Vouzela era “franca”, por
isso, os feirantes estavam isentos de pagamento de tribu-
tações fiscais e “limitar o crescimento dos homens de ne-
gócios” é um objetivo claramente contrário aos que pre-
sidiram à outorga das cartas de feira, tal como acontece
com o conteúdo da opção B. Relativamente ao conteúdo
da opção A, nada transparece da informação fornecida
pelo documento que o confirme.
Questão 2..........................................................05 pontos
Resposta: Opção A
Também não devia haver dúvidas na escolha da
opção A. Nas linhas 16 e 17, lê-se que o rossio fica “ao
lado do paço do concelho”. Não é este um dos principais
núcleos de poder político do concelho? E é possível admi-
tir que este e outros núcleos de poder ficassem fora do
espaço amuralhado da cidade? Portanto, a leitura dos
outros três itens quase se torna desnecessária a não ser
que nos sirva para confirmar o absurdo dos respetivos
conteúdos.
Questão 3..........................................................05 pontos
Resposta: Opção C
Esta questão não reporta para nenhuma informação
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eram comunidades populacionais detentoras de autono-
mia administrativa, como se lê na opção C. De resto, os
concelhos foram criados como alternativa político-admi-
nistrativa aos senhorios e jamais os nobres neles podiam
ter qualquer poder sobre a terra e sobre os homens, como
tinham nos seus senhorios. Absurda é também a opção B.
Questão 4..........................................................05 pontos
Resposta: Opção C
Outra questão para a qual a resposta tem de ser en-
contrada a partir dos conhecimentos adquiridos. O con-
teúdo das opções B e D é claramente contrário aos objeti-
vos que presidiram à criação dos concelhos. A opção A
ainda podia suscitar alguma dúvida, mas, perante uma
certeza tão óbvia que a opção correta é a C, nem há que
andar com mais trabalhos e perder mais tempo.
GRUPO II
Questão 1..........................................................05 pontos
Comentário
Os alunos têm obrigação de comparecer na prova
com certezas absolutas de que liberalismo não tem nada
a ver com o conteúdo da opção A. Diga-se que foi o repú-
dio destas ideias que norteou as revoluções liberais a par-
tir de finais do século XVIII. Os liberais portugueses, em
1822, contestavam o poder absoluto dos monarcas, mas
não punham em causa a monarquia. Por conseguinte, a
sua ação revolucionária nada teve a ver com qualquer
manifestação republicana de poder. Portanto, só temos
as opções C e D para trabalhar. Se souber que o conteúdo
da opção C foi consagrado pela Carta Constitucional,
fica com a opção C como única alternativa correta.
Resposta
Opção C.
Questão 2..........................................................20 pontos
Tópicos de resposta:
• influência dos movimentos independentistas nos
EUA (OU nas colónias espanholas do continente
americano);
• afirmação de sentimentos autonomistas dos brasi-
leiros (OU organização de movimentos indepen-

do documento nem é necessário. Os alunos devem saber, dentistas OU eclosão da “Inconfidência Mineira”);
1
 elativamente às questões de construção, apresentamos apenas os tópicos de resposta propostos pelo IAVE.
R
Relativamente às questões de seleção, o IAVE limita-se a apresentar as respostas corretas.
Para um esclarecimento mais completo, deve consultar http://provas.iave.pt/np4/home (consulta feita em 21/06/2016) 445

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 Propostas de resolução
• afirmação do Brasil enquanto sede da corte portu-
guesa OU afirmação do Brasil como “colónia adulta,
[…] disposta para a independência” (doc. 1);
• desenvolvimento económico do Brasil, graças à
abertura dos seus portos ao comércio internacio-
nal (OU outro exemplo) OU evolução económica
do Brasil e sua transformação numa “colónia adulta,
[…] disposta para a independência” (doc. 1);
• afirmação de interesses burgueses brasileiros in-
compatíveis com a existência do exclusivo colonial;
• influência da revolução liberal portuguesa de
1820: “A revolução comunicou-se como um in-
cêndio de Portugal ao Brasil” (doc. 1);
• descontentamento dos brasileiros com o regresso
de D. João VI a Portugal, na sequência da revolu-
ção liberal de 1820;
• insatisfação decorrente da política antibrasileira
das Cortes Constituintes portuguesas (OU decor-
rente do objetivo de restituir o Brasil à condição
de colónia OU da perda de vários benefícios con-
cedidos);
• desafio de muitos patriotas brasileiros ao príncipe
regente D. Pedro para não cumprir a ordem de re-
gresso a Lisboa (OU para aceitar a coroa do Brasil);
• apoio à causa independentista por parte dos bri-
tânicos OU interesse dos britânicos em recuperar
o domínio dos mercados americanos.
Comentário
Relativamente ao que é pedido pela questão, há na
fonte, pelo menos, uma informação demasiado óbvia
para podermos começar a resposta e demonstrar já que
recorremos ao conteúdo do documento. É quando o
autor diz que o Brasil é uma colónia adulta. Para referir os
restantes fatores tem de recorrer aos conhecimentos ad-
quiridos e, com a sua ajuda, interpretar outras informa-
ções que existem no texto de forma menos explícita.
Uma proposta de resolução
Considera o autor que o Brasil estava disposto para
a independência porque era já uma “colónia adulta”.
Está a referir-se ao grande desenvolvimento conse-
guido pela colónia brasileira em resultado da presença
da corte portuguesa, desde 1808.
Outro dos fatores que pressionaram o processo in-
dependentista do Brasil está implícito na afirmação do
autor quando diz que “a revolução comunicou-se
como um incêndio de Portugal ao Brasil”. Está, com
certeza, a referir-se ao facto de o triunfo do liberalismo
na metrópole ter influenciado o movimento liberal
brasileiro no desenvolvimento de sentimentos inde-
446 pendentistas.
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A incentivar ainda mais estes sentimentos esteve a
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atitude antibrasileira das Cortes vintistas com as suas
políticas de reversão de muitos benefícios concedidos,
a nível económico, cultural e político-administrativo,
de que, na prática, resultava a redução do Brasil à an-
tiga condição de colónia.
Questão 3..........................................................25 pontos
Tópicos de resposta
• [Modelos político-ideológicos] enquanto no
documento 1 – texto de um exilado português
em Londres – se enaltecem o liberalismo e os seus
princípios fundamentais, como a existência de
um “governo representativo” (OU como o direito à
“liberdade”), OU se rejeita o absolutismo, conside-
rado um sistema para “oprimir os povos”, no docu-
mento 2 – texto de José Agostinho de Macedo –
faz-se a apologia do absolutismo e dos seus
valores, como a conceção tradicional da pátria
(OU como a organização jurídico-social em “três
estados” OU como a imposição do catolicismo
como religião única OU como o carácter absoluto
e divino do rei) OU é feita a condenação do libera-
lismo, visto como uma ideologia perigosa que
visa “promover revoluções” (OU que é partilhada
por “inimigos da pátria, da religião e do rei”);
• [ Legitimidade sucessória de D. Pedro] enquanto
no documento 1 se constata que D. Pedro IV é o
“legítimo rei de Portugal” por ser português e
filho primogénito de D. João VI (OU se considera
que, apesar de reinar ”num Estado que fez parte
da monarquia portuguesa, não pode ser julgado
estrangeiro” OU não pode ser responsabilizado
pela independência do Brasil, pois “longe está
que D. Pedro a promovesse”), no documento 2
afirma-se a ilegitimidade sucessória de D. Pedro, o
qual “perdeu o direito que […] tinha ao trono de
Portugal” por ter contribuído para que o Brasil se
separasse “para sempre de Portugal” (OU por
causa da “guerra que declarou a seu pai e à Nação”
OU porque “marchou como chefe dos revolucio-
nários, faltou aos deveres de obediência ao pai,
desmembrou a monarquia, escandalizou o
mundo, dando um terrível exemplo de rebeldia”
OU por ser imperador do Brasil OU por ser “um
príncipe que se declarou estrangeiro”);
• [ Carta Constitucional] enquanto no documento 1
se proclama a Carta Constitucional, outorgada
por D. Pedro IV, como “a única lei fundamental da
monarquia portuguesa” que se sobrepõe a toda a
legislação antiga (OU que, tendo sido “estabele-
cida por D. Pedro, legítimo rei de Portugal, só por
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ele ou por Deus pode a mesma ser revogada”), no
documento 2 declara-se a Carta Constitucional
como um documento sem valor legal, porque a
autoria de D. Pedro é posta em dúvida (OU por-
que “é uma lei fundamental feita arbitrariamente,
sem audiência de interessados” OU porque a “au-
toridade de que emana” é a de “um príncipe que
se declarou estrangeiro”);
• [Representação política da Nação] enquanto no
documento 1 se infere que a representação política
da Nação (OU o poder legislativo) é competência
das Cortes (OU que, com a dissolução da Câmara
dos Deputados, “o governo representativo, de
facto, deixou de existir em Portugal” OU que é ilegí-
timo a D. Miguel convocar as “Cortes à maneira an-
tiga”, por não ter autoridade para tal e porque ju-
rara respeitar a Carta OU porque, “sendo essas
Cortes ilegais, todas as suas decisões serão igual-
mente nulas”), no documento 2 legitima-se o mo-
delo político do Antigo Regime, no qual as Cortes
se formam “da reunião dos três distintos estados do
reino” OU desvaloriza-se a representação política
(OU o poder legislativo) das duas câmaras do reino,
considerando que, sendo “determinada pela cha-
mada Carta Constitucional”, “é nula por si mesma”;
• [ Proclamação de D. Miguel como rei] enquanto
no documento 1 se denuncia o Infante D. Miguel
como “usurpador”, por se ter feito aclamar rei ab-
soluto (OU por não ter respeitado a Carta Consti-
tucional, que jurou respeitar “como seu primeiro
súbdito” OU por ter utilizado meios ilícitos para
conquistar apoiantes OU por ter perseguido os
adversários), no documento 2 aplaude-se a ati-
tude de D. Miguel, considerado o verdadeiro su-
cessor de D. João VI e “rei legítimo e não usurpa-
dor” (OU que “não assumiu o título de rei senão
depois de manifestar a todas as nações que o as-
sumia por direito e por aclamação”);
• [ Apoio popular a D. Miguel] enquanto no docu-
mento 1 se denunciam as manobras dos absolu-
tistas para criarem uma onda de apoio popular a
D. Miguel, em que “girou dinheiro, seduziu-se
parte do exército, armou-se a rebelião” (OU em
que “as câmaras municipais foram instruídas a di-
rigir representações ao Regente, em que deviam
pedir que se declarasse rei absoluto e abolisse a
Carta”), no documento 2 enaltece-se o apoio po-
pular a D. Miguel I como rei legítimo, “visto com
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prazer pelos bons portugueses” (OU que, “no
meio das aclamações de toda a Nação […], foi se-
guido pelos homens de bem, que ele soube
desde logo chamar a si”).
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Propostas de resolução
Comentário
Acreditamos que os alunos comparecem na prova
devidamente instruídos sobre a forma de responder a
este tipo de questão em consequência de um treino in-
tenso ao longo dos três anos do curso. Ora, se assim foi,
não pode haver dificuldades na elaboração da resposta
solicitada, como vimos admitindo em comentários a
questões correspondentes de provas anteriores.
Relativamente a esta questão, na identificação das
fontes, a que deve sempre prestar atenção, ficamos a saber
que o assunto prioritariamente abordado é a legitimidade
do rei de Portugal. Ao ler os documentos, poderá confirmar
que um argumenta em favor de D. Pedro e outro em favor
de D. Miguel. Então, vamos começar por aí, para, depois,
partirmos para a análise de outras divergências de que,
entretanto, vamos tomando conhecimento.
Uma proposta de resolução
A grande questão que preside à redação destes
dois documentos tem a ver com o problema surgido a
propósito da legitimidade de D. Pedro na sucessão ao
trono de Portugal. Para o autor do documento 1,
D. Pedro IV é o “legítimo rei de Portugal” por ser portu-
guês e filho primogénito de D. João VI. Contrapõe o
autor do documento 2, repudiando a legitimidade su-
cessória de D. Pedro porque “perdeu o direito que […]
tinha ao trono de Portugal” por ter contribuído para
que o Brasil se separasse “para sempre de Portugal” e
se fez proclamar como imperador daquele novo Es-
tado, assumindo a nacionalidade brasileira.
Verificamos, entretanto, que o autor do docu-
mento 1 se afirma como seguidor das ideias liberais.
Enaltece o liberalismo e os seus princípios fundamen-
tais, como o direito à “liberdade”, rejeitando o absolu-
tismo, que considera um sistema para “oprimir os
povos”. Já o autor do documento 2 faz a apologia dos
valores do absolutismo, como a organização da ordem
jurídico-social nos tradicionais “três estados” (clero, no-
breza e povo), e condena o liberalismo por ser uma
ideologia perigosa que visa “promover revoluções”.
A lei fundamental é também objeto de grande dis-
córdia. Enquanto o exilado em Londres, no documento 1,
proclama a Carta Constitucional outorgada por
D. Pedro IV como “a única lei fundamental da monar-
quia portuguesa” que se sobrepõe a toda a legislação
antiga, José Agostinho de Macedo, no documento 2,
declara a Carta Constitucional como um documento
sem valor legal, porque a “autoridade de que emana” é
a de “um príncipe que se declarou estrangeiro”. 447
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 Propostas de resolução
GRUPO III
Questão 1 .........................................................05 pontos
Comentário
Tem de encontrar a resposta a esta questão nos co-
nhecimentos adquiridos sobre as características das
duas revoluções referidas nos itens A e D. Em posse desses
conhecimentos, só pode escolher a opção D como cor-
reta. Com efeito, da Revolução de Fevereiro resultou um
governo burguês, onde preponderavam liberais e socia-
listas reformistas que adotaram o modelo liberal parla-
mentar de tipo ocidental. Ora, foi contra este governo
que se levantaram os sovietes de operários e de soldados
na defesa de uma revolução que conduzisse à constru-
ção de um Estado socialista.
O czar abdicou em consequência dos levantamentos
de fevereiro e o Domingo Sangrento, que nem é assunto
considerado relevante pelo programa, ocorreu no con-
texto das manifestações de janeiro de 1905.
Resposta
Opção D.
Questão 2 .........................................................20 pontos
Tópicos de resposta
• assunção, após a Revolução de Outubro, de prin-
cípios ideológicos propostos por Karl Marx no sé-
culo XIX OU oposição ao modo de produção capi-
talista, assente no “jugo do capital”;
• afirmação do objetivo de “estabelecer a organiza-
ção socialista da sociedade” (OU da construção do
socialismo na Rússia e no mundo: “alcançar a vitó-
ria do socialismo em todos os países”);
• defesa da ditadura do proletariado como meio de
garantir “o poder do povo trabalhador sobre os
exploradores” (OU “a plenitude do poder das mas-
sas trabalhadoras”) OU para anular qualquer “pos-
sibilidade de restauração do poder dos explora-
dores”;
• afirmação do princípio da luta de classes (OU do
objetivo de construção de uma sociedade sem
classes): “Tendo-se determinado como missão es-
sencial abolir toda a exploração do homem pelo
homem, suprimir por completo a divisão da so-
ciedade em classes, esmagar de modo implacável
a resistência dos exploradores” (OU “eliminar as
camadas parasitas da sociedade”);
• instituição do “trabalho obrigatório para todos”,
para “eliminar as camadas parasitas da sociedade”;
• coletivização da terra (OU abolição da posse pri-
vada de terra): “Fica abolida a propriedade pri-
vada da terra.” OU “Declara-se que toda a terra,
com todos os edifícios, o gado e as ferramentas, é
448 património de todo o povo trabalhador”;
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• coletivização de fábricas e de transportes: “fábri-
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cas, minas, caminhos de ferro e demais meios de
produção e de transporte passem por inteiro a ser
propriedade do Estado operário e camponês”;
• nacionalização da banca, com “a passagem de
todos os bancos para a propriedade do Estado”;
• proteção das conquistas bolcheviques através da
criação do Exército Vermelho: “Decreta-se o ar-
mamento dos trabalhadores, a formação de um
Exército Vermelho socialista de operários e cam-
poneses”.
Comentário
Trata-se de uma questão para cuja resposta o docu-
mento dá importantes informações implícitas nas pro-
postas de Lenine. Outra menor dificuldade da resposta
resulta do facto de a questão pedir simplesmente para
referir.
Notar que a terceira característica por nós apresen-
tada não é considerada pelos descritores de correção.
Mas devia sê-lo. Por isso, a nossa resposta teria de ser
aceite pelos professores classificadores como integral-
mente correta. Se não fosse, teríamos toda a legitimi-
dade para interpor recurso e reivindicar a correção da
classificação atribuída.
Resposta
Do conteúdo do documento, podemos verificar
que o modelo político-económico de Lenine assen-
tava na afirmação do princípio da luta de classes,
quando considera “como missão essencial” o objetivo
de “suprimir por completo a divisão da sociedade em
classes”.
Podemos ainda notar que o grande objetivo de Le-
nine é instituir a ditadura do proletariado como meio
de garantir “o poder do povo trabalhador sobre os ex-
ploradores”.
Por fim, Lenine defende o internacionalismo socia-
lista quando se propõe “alcançar a vitória do socia-
lismo em todos os países”.
Questão 3 .........................................................05 pontos
Comentário
Se, na coluna B, os autores da prova apresentassem
um único item a fazer referência a “um período de cinco
anos”, não haveria qualquer dúvida de que esse item cor-
respondia ao Plano quinquenal referido na coluna A. O
problema é que o item 4 da coluna B também faz referên-
cia a “um período de cinco anos”. Mesmo assim, entende-
mos que não há que hesitar se souber que os planos
quinquenais nada tinham a ver com contratação de as-
salariados para trabalhar em quintas. As quintas têm a
ver com os kolkhozes. Bem, mas também há dois itens a
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fazer referências a quintas. Não há dúvida de que os au-
tores da prova quiseram complicar a vida aos examinan-
dos! Ora, das duas quintas, a que corresponde ao kolkhoz
é a referida na alínea C, pois também não havia prazos
definidos para a contratação dos trabalhadores.
Falta-nos encontrar a correspondência para o De-
creto do controlo operário. É muito fácil se souber que a
atividade dos operários se insere no conjunto de ativida-
des do setor secundário.
Resposta
A associação correta é: a – 2; b – 5; c – 1.
Questão 4..........................................................25 pontos
Tópicos de resposta
• aniquilação dos opositores internos à Revolução
de Outubro (OU do czar e da sua família OU das
ordens privilegiadas OU dos setores burgueses),
para destruir “de modo implacável a resistência
dos exploradores” (OU para “eliminar toda a possi-
bilidade de restauração do poder dos explorado-
res”) (doc. 1);
• esmagamento, pelo Exército Vermelho (doc. 1)
(OU no contexto da guerra civil), do Exército
Branco apoiado por países estrangeiros, que re-
ceavam a expansão do bolchevismo;
• dissolução da “Assembleia Constituinte” (doc. 1), na
qual os bolchevistas não dispunham de maioria;
• proibição dos partidos políticos, à exceção do co-
munista, instituindo-se um regime de partido
único;
• implementação da censura à comunicação social,
com encerramento de jornais simpatizantes dos
interesses burgueses;
• criação de uma polícia política (OU da Tcheca OU
da NKVD), para a vigilância (OU a repressão OU a
prisão OU o julgamento sumário) de possíveis
opositores ao regime;
• repressão violenta dos setores que resistiram à co-
letivização (doc. 1) após a Revolução de Outubro
(OU dos camponeses que resistiram à requisição
forçada de alimentos, no contexto do comunismo
de guerra OU, na era estalinista, dos kulaks, mui-
tos dos quais tinham beneficiado com a Nova Po-
lítica Económica – OU NEP OU NPE);
• realização, no período estalinista, de purgas (OU de
depurações) no interior do próprio Partido Comu-
nista, visando o afastamento (doc. 2) de eventuais
rivais de Estaline (OU de históricos dirigentes bol-
CPEN-HA12 © Porto Editora
cheviques OU de membros destacados do Exército
Vermelho OU de elementos da administração);
• criação de campos de trabalho forçado (OU de-
portações em massa para a Sibéria), sendo a mão
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Propostas de resolução
de obra dos prisioneiros mobilizada para a cons-
trução de cidades (OU de complexos industriais
OU de infraestruturas) (doc. 2);
• consolidação, na era estalinista, de um Partido Co-
munista burocratizado (OU disciplinado OU sub-
metido à vontade de Estaline);
• identificação entre o Estado e o Partido Comu-
nista (OU controlo do aparelho de Estado pelo
Partido Comunista OU implementação do centra-
lismo democrático), com as mesmas personalida-
des a exercer funções nos órgãos do Partido e nos
órgãos do Estado;
• promoção do culto da figura de Estaline, através
da propaganda (OU através das organizações de
enquadramento de massas OU através da comu-
nicação social);
• criação de organizações destinadas a doutrinar a
juventude nos valores do regime (OU no culto da
figura de Estaline OU outro exemplo);
• criação de organizações de enquadramento de
massas, como os sindicatos controlados pelo Par-
tido Comunista (OU outro exemplo);
• instrumentalização da produção cultural (OU da
produção artística), que se torna veículo de enal-
tecimento do regime.
Comentário
A primeira coisa a notar é que esta questão já pede
para explicar a partir de dois documentos. Por conse-
guinte, já não basta referir, é necessário dar uma resposta
explicativa e é fundamental mostrar que recorreu mesmo
à análise dos dois documentos referidos para obter a co-
tação máxima. E não há razão para invocar qualquer di-
ficuldade, tanta é a informação neles contida.
Notar que também nesta resposta o segundo aspeto
por nós referido não é considerado pelos descritores de
correção. Mas, pela explicação que apresentamos, não
temos qualquer dúvida que devia ter sido.
Uma proposta de resolução
Uma das medidas políticas que definem o carácter
totalitário do regime soviético é referida por Lenine
logo no primeiro parágrafo do documento 1, quando
considera como pressuposto das suas propostas o es-
magamento implacável da resistência dos explorado-
res. Insere-se esta ação na aniquilação interna dos
opositores à Revolução de Outubro, concretamente,
dos grandes proprietários que resistiram à publicação
dos primeiros decretos revolucionários.
A nacionalização de todos os setores da economia
de forma a “estabelecer a organização socialista da so-
ciedade”, também proposta por Lenine, constitui outra
expressão do totalitarismo soviético na medida em 449
11/08/16 13:22
 Propostas de resolução
que traduz a expressão de um centralismo económico
sob tutela do Estado, do qual resulta, por princípo, a
privação de toda e qualquer forma de livre iniciativa e
de livre concorrência entre os agentes económicos.
Mas uma das grandes expressões do totalitarismo
soviético está na maquiavélica perseguição levada a
cabo por Estaline a todos os que revelassem qualquer
possibilidade de lhe fazer oposição. É o culto da vio-
lência e a negação dos direitos humanos por ação de
uma feroz polícia política, a NKVD, que perseguia,
prendia, julgava e condenava às mais arbitrárias puni-
ções, por exemplo, a trabalhos forçados em campos de
trabalho espalhados por todo o território, com maior
presença nas regiões glaciais da Sibéria, como nos
mostra o documento 2.
GRUPO IV
Questão 1 .........................................................05 pontos
Comentário
Mais uma questão de seleção de escolha múltipla
que não devia oferecer qualquer dificuldade. Depois de
ler o conteúdo dos 4 itens, só tem de optar pela alínea B.
Com efeito, nenhuma das outras referências é verdadeira
para Portugal.
Resposta
Opção B.
Questão 2 .........................................................05 pontos
Comentário
Esta é a tradicional questão de resposta curta em que
apenas tem de referir, neste caso, o nome solicitado. Se
souber a resposta, é conveniente recorrer a uma afirma-
ção sintaticamente completa e correta.
Tratando-se de uma organização suficientemente
conhecida pelo seu acrónimo, pode muito bem limitar-se
à sua referência, neste caso, MUD.
Resposta
A organização política, surgida no imediato se-
gundo pós-guerra, que reuniu a oposição democrática
no combate às políticas do Estado Novo, foi o MUD
(Movimento de Unidade Democrática).
Questão 3 .........................................................10 pontos
Comentário
Este tipo de questão, apesar de ser de presença recente
na prova de exame, já não é novo. Portanto, já nos dispen-
samos de repetir as informações sobre como responder
que, ainda assim, pode encontrar no comentário à questão
correspondente da 1.ª fase e no capítulo Questões-tipo.
Normalmente, são muitas as afirmações passíveis de
transcrever para dar uma resposta positiva à questão. No
450 caso presente, além de muitas, algumas delas são óbvias.
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Uma proposta de resolução
CPEN-HA12 © Porto Editora
Selecionar e transcrever duas das seguintes afirma-
ções:
• “a Rússia tem realizado com habilidade e proveito
a […] “exploração da vitória”, continuando a
guerra na paz.”;
• “Nesta tentativa de alargamento da influência, a
Rússia só parará onde uma força igual se lhe opo-
nha.”;
• “O facto de os partidos comunistas nacionais se
considerarem […] secções de um partido que é
um Estado estrangeiro faz deles instrumentos de
uma política […] predominantemente estran-
geira.”;
• “Sendo contraditórios, no comunismo e no
mundo ocidental, os conceitos básicos acerca do
homem, da sociedade e da vida, todas as tentati-
vas de conciliação na ordem interna estão vota-
das ao fracasso.”;
• “Esta política delicada e perigosa de se armar para
a guerra por amor da paz exige sólidas frentes in-
teriores.”;
• “O comunismo é, pois, como movimento revolu-
cionário e expressão de uma política internacional
agressiva, o grande inimigo do momento.”.
Questão 4 .........................................................05 pontos
Se se pode considerar relativamente fácil identificar e
localizar na sua devida ordem cronológica os itens B, C e
E, o que constitui uma importante ajuda, já enquadrar
corretamente a eleição de Ronald Reagen e o lança-
mento do Sputnik 1 pode oferecer algumas dificuldades.
Então, refletir com o máximo de atenção sobre os
itens apresentados e pegar na folha de rascunho é o que
temos de fazer. E começamos por pegar nos itens que é
obrigatório saber localizar no tempo. Os atentados con-
tra o World Trade Center são um acontecimento recente,
já deste milénio (nem é necessário saber que foi em 2001).
Sobre o ano do derrube do Estado Novo (1974) não pode
haver dúvidas, tal como não pode haver sobre o ano da
vitória dos aliados na II Guerra Mundial (1945). Falta-nos,
então, resolver o problema dos itens A e D. Podemos não
saber o ano da eleição de Ronald Reagen, mas já temos
de saber que neoliberalismo tem a ver com anos 80 (Rea-
gen foi presidente dos EUA entre 1981 e 1989). Sobre o
lançamento do Sputnik 1, temos de saber que a corrida
ao espaço por parte de soviéticos e americanos se insere
no contexto da Guerra Fria. Sendo assim, já sabemos que
foi depois de 1945. O ano posterior mais próximo que
temos é 1974. Dar importância ao lançamento de um sa-
télite após 1974? Não nos parece, já é muito tarde. Sendo
assim, não correremos grande risco se localizarmos o
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lançamento do Sputnik entre aqueles dois anos. De facto,
o Sputnik 1 foi o primeiro satélite artificial colocado no
espaço, em 1957, pela URSS.
Resposta
A ordem correta é: B; D; E; A; C.
Questão 5 .........................................................50 pontos
Tópicos de resposta
Afirmação da política de blocos no segundo
pós-guerra
•emergência de um novo quadro internacional
marcado pela afirmação de duas superpotências
determinantes na vitória aliada na II Guerra Mun-
dial (OU pela afirmação dos EUA, liderados por Tru-
man, e da URSS, governada por Estaline – doc. 1);
• influência crescente da URSS na Europa, vista com
desconfiança pelos países ocidentais, para quem
“a Rússia tem realizado com habilidade e proveito
a […] “exploração da vitória”, continuando a
guerra na paz” (doc. 2) OU processo de sovietiza-
ção de países do Leste da Europa, denunciado no
Ocidente como uma forma de a URSS “criar à sua
volta […] uma roda de países [satélites]” (doc. 2)
OU formulação da doutrina Truman (doc. 1), com
o objetivo de contenção do comunismo no
mundo (“Nesta tentativa de alargamento da in-
fluência, a Rússia só parará onde uma força igual
se lhe oponha.” – doc. 2);
• determinação dos EUA na defesa dos países alia-
dos da Europa ocidental (OU na oposição à ex-
pansão soviética no mundo), vista pela URSS
como uma ameaça ao “Bloco de Leste” (doc. 1)
(OU como meio de expansão do imperialismo
norte-americano) OU formulação da doutrina
Jdanov, que acusava os EUA de liderarem um sis-
tema antidemocrático que preparava uma guerra
contra o «Bloco de Leste» (doc. 1) (OU o mundo
socialista);
• criação de dois blocos políticos-ideológicos anta-
gónicos, com os EUA na liderança do modelo libe-
ral do mundo ocidental e a URSS na liderança do
modelo comunista do “Bloco de Leste” (doc. 1) OU
surgimento de dois blocos opostos (doc. 1): o mo-
delo capitalista, defensor da economia de mer-
cado, e o modelo comunista, defensor da coletivi-
zação;
• afrontamento permanente (OU Guerra Fria), resul-
tante da rivalidade entre os dois blocos pelo alar-
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gamento das respetivas áreas de influência (OU
refletindo um cenário internacional de competi-
ção semelhante a um jogo de xadrez disputado
pelas duas superpotências) (doc. 1);
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Propostas de resolução
• estabelecimento de alianças económicas: criação
da OECE, na sequência do Plano Marshall (OU da
ajuda à generalidade dos países europeus), e cria-
ção do COMECON, na sequência do Plano Molo-
tov (OU do plano para a cooperação económica
do “Bloco de Leste” – doc. 1);
• formação de blocos político-militares, para segu-
rança própria e dos países aliados (doc. 1): OTAN/
NATO e Pacto de Varsóvia;
• imposição do “Bloqueio de Berlim” (doc. 1) pela
URSS, ao qual os aliados ocidentais responderam
com a “Ponte aérea” (doc. 1) para garantir o abas-
tecimento da cidade;
• proliferação de confrontos localizados e de crises
militares em diversas regiões do Mundo, como na
Coreia OU em Cuba (OU outro exemplo);
• equilíbrio pelo terror, com receio da ameaça nu-
clear proveniente do outro bloco (OU com a con-
sequente corrida aos armamentos, por parte dos
dois blocos) (“Esta política delicada e perigosa de
se armar para a guerra por amor da paz” – doc. 2);
• desenvolvimento de intensas campanhas ideoló-
gicas (OU de propaganda), para inculcar nas popu-
lações uma ideia de superioridade resultante da
visão extremada dos adversários OU estabeleci-
mento de uma forte disputa internacional para
demonstrar a superioridade dos respetivos mode-
los ideológicos em torno da corrida espacial (OU
das competições desportivas OU outro exemplo);
• ação dos serviços secretos (OU de espionagem)
no controlo dos cidadãos suspeitos de simpatia
pelas ideias do adversário OU repressão, em Por-
tugal, dos simpatizantes do comunismo, visto
como um perigo a conter (doc. 2).
Hegemonia político-militar dos EUA na viragem
para o século XXI
• afirmação dos EUA como única superpotência na
nova ordem mundial após a Guerra Fria, devido ao
desmoronamento do bloco comunista (OU de-
vido à incapacidade de outras potências se afirma-
rem no âmbito da política externa, como a UE OU
possibilitando a tendência para a redução da polí-
tica armamentista, entre 1988 e 2001 – doc. 3);
• reforço do papel dos EUA na segurança interna-
cional através da OTAN/NATO (doc. 1), que se alar-
gou a países da Europa de Leste após o fim do
Pacto de Varsóvia (OU através da alteração da vo-
cação defensiva original da «Aliança Atlântica» –
doc. 1 – para uma função de intervenção ativa);
• supremacia militar através do investimento ma-
ciço no complexo industrial-militar expresso no 451
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 Propostas de resolução
aumento das despesas com armamentos na pri-
meira década do séc. XXI (doc. 3) (OU na presença
militar norte-americana no Mundo);
• afirmação do direito à aplicação de sanções eco-
nómicas a outros países OU ações de boicote a
países que, alegadamente, desrespeitem os direi-
tos humanos;
• intervenções militares, unilaterais ou sob man-
dato de organizações internacionais, para comba-
ter o terrorismo (OU para destituir regimes repres-
sivos OU para defender valores de alcance
universal);
• intervenção decisiva em instituições internacio-
nais (OU FMI OU OMC OU outro exemplo) que
visam fomentar o liberalismo económico à escala
mundial (OU potenciar o comércio internacional
no contexto de uma economia globalizada);
• oscilação da política externa dos EUA entre o in-
tervencionismo militar durante a presidência de
George W. Bush e a estratégia de contenção mili-
tar da presidência Obama, visível na diminuição
do orçamento militar com a defesa (doc. 3);
• influência acentuada dos EUA na ONU (OU nos vá-
rios organismos da ONU) na tentativa de resolu-
ção de grandes problemas de dimensão mundial
(OU transnacional) (doc. 4).
Dificuldades colocadas pela emergência das
questões transnacionais no mundo atual
• crise do modelo de Estado-Nação face aos desa-
fios transversais da nova ordem internacional;
• frequência crescente de conflitos armados, asso-
ciados ao recrudescimento dos separatismos na-
cionalistas OU aos confrontos étnico-religiosos no
Médio Oriente (OU outro exemplo);
• persistência na afetação de recursos financeiros ao
fabrico de armamento (doc. 3) OU aumento, sem
controlo, do número de países possuidores de
armas de destruição maciça (OU de armamento
nuclear OU de armas químicas e biológicas);
• proliferação de redes organizadas, à escala mun-
dial, de tráficos ilegais, como o tráfico de droga
(OU outro exemplo);
• crescimento dos fenómenos de terrorismo gene-
ralizado (OU organizado à escala planetária), so-
bretudo associados ao fundamentalismo reli-
gioso (OU nacionalista), cujo combate levou ao
aumento das despesas militares dos EUA (doc. 3);
• forte desigualdade na distribuição e na organiza-
ção dos recursos entre países desenvolvidos e
subdesenvolvidos OU dificuldade de aplicação
452 de políticas económicas que promovam o
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desenvolvimento e a distribuição equilibrada dos
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recursos naturais;
• fenómenos migratórios (OU movimentos de refu-
giados) em crescimento, motivados por fatores
económicos (OU políticos) que têm suscitado
comportamentos de xenofobia (OU de discrimi-
nação de imigrantes) em países de acolhimento;
• degradação acelerada das condições ambientais no
planeta, com o fenómeno do aquecimento global
(OU com o aumento da poluição industrial OU com
a destruição das florestas OU com a destruição da
camada de ozono OU outro exemplo) (doc. 4);
• esforço na procura de propostas conducentes a
um desenvolvimento mundial sustentável (OU
que evitem “alterações climáticas catastróficas”),
através da realização de cimeiras patrocinadas
pela ONU, como a de “Copenhaga 2009” (doc. 4)
(OU outro exemplo);
• responsabilização das grandes potências indus-
triais, como os EUA, pela não adoção de medidas
protetoras do meio ambiente: “Lamento. Podería-
mos ter impedido as alterações climáticas catas-
tróficas… Não o fizemos.” (doc. 4);
• crescente ativismo de ONG (OU Organizações Não
Governamentais), como a “Greenpeace” (doc. 4),
para mobilização da opinião pública em torno
dos grandes problemas transnacionais (OU da
preservação ambiental OU outro exemplo).
Comentário
Já podemos confirmar que o grupo que contém a
questão de desenvolvimento não integra outro tipo de
questões de construção, não considerando como tal a
questão que pede para transcrever. Assim foi na prova da
1.ª fase, assim é na presente a assim acreditamos que
seja no futuro.
Sobre esta questão em particular, além do apelo que
repetimos para interiorizar com rigor as técnicas de res-
posta que apresentamos em questões correspondentes
de provas anteriores e, em especial, no capítulo Questões-
-tipo, pedimos aos examinandos que reparem na questão
correspondente da prova da 1.ª fase do exame de 2014.
Concluirá que pelo menos dois dos tópicos quase se repe-
tem. Pretendemos com esta informação evidenciar quão
importante é trabalhar com grande intensidade os enun-
ciados dos exames anteriores, os últimos dois aqui publi-
cados, os anteriores, em www.escolavirtual.pt.
Começando pelo documento 1, verificamos que nos
fornece informação sobre o confronto entre Estaline e
Truman em frente a um tabuleiro de xadrez, onde
“jogam” com a questão do Bloqueio de Berlim. No con-
teúdo do documento 2, pode encontrar informação
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 Propostas de resolução

muito pertinente nas referências de Salazar às posições Chegados a finais da década de 1970, eram iniludí-
sobre política internacional da Rússia e à resposta das veis os sinais de crise do modelo socialista. Concreta-
potências ocidentais, no pós-guerra. mente, dificuldades de ordem financeira, motivadas,
No documento 3, encontra informação importante em grande parte, pela necessidade de canalizar avul-
para tratar o tópico 2. Mas não é suficiente, por isso, tem tados investimentos para o setor militar, levaram os
de recorrer aos conhecimentos adquiridos sobre a maté- novos governantes soviéticos a reduzir drasticamente
ria. E o mesmo acontece com o documento 4 que apenas os gastos na produção de armamento. A URSS colap-
sugere o tratamento de um dos três aspetos solicitados saria como Estado e o ambiente de Guerra Fria che-
na questão. gava ao fim, já na última década do século XX. Os EUA
passavam a reunir condições para se afirmarem como
Uma proposta de resolução
única superpotência na nova ordem mundial.
Em 1945, terminada a guerra, cedo emergiram as
Se, conforme nos mostra o documento 3, entre 1988
divergências entre americanos e soviéticos sobre os
e 2001, ainda se assiste a uma redução das despesas mi-
rumos a empreender na construção da nova ordem
litares no orçamento dos EUA, no contexto dos acordos
internacional. Enquanto os EUA defendiam políticas
internacionais tendentes à redução de armamento, já
democrático-liberais e uma economia inspirada no
na primeira década do novo milénio assiste-se ao cresci-
modelo capitalista, a URSS propunha a expansão das
mento dessas despesas, tendo em vista garantir a su-
suas políticas de centralismo democrático e uma eco-
premacia no setor estratégico-militar e conseguir o con-
nomia coletivizada e planificada. A aliança que levara
trolo exclusivo do espaço extraterrestre.
soviéticos e democracias ocidentais a combater o ex-
Vivem-se tempos de novas ameaças à paz e à segu-
pansionismo nazi-fascista cessava e o mundo voltava a
rança internacionais que os americanos se recusam a
ser envolvido por um ambiente de tensão e de con-
tolerar de forma veemente, sobretudo se vierem a pôr
fronto. É este ambiente que sugere a caricatura do do-
em causa os interesses geostratégicos do Ocidente e,
cumento 1, ao colocar Estaline, em representação do
em particular, os seus próprios interesses. Os EUA afir-
Bloco de Leste, e Truman, representante da Aliança
mam-se como “polícias do mundo” e passam a intervir
Atlântica, a debaterem num tabuleiro de xadrez o pri-
militarmente, quer de forma unilateral, quer sob man-
meiro e grave momento de tensão entre os dois blo-
dato de organizações internacionais, no combate a po-
cos, gerado na resposta do dirigente soviético à estra-
líticas que ponham em causa a paz e a segurança inter-
tégia adotada pelas potências ocidentais sobre a
nacionais, visando, em especial atenção, o terrorismo.
reconstrução da Alemanha.
Com efeito, o terrorismo, generalizado à escala pla-
O que se seguiu, efetivamente, foi a criação de um
netária, associado aos múltiplos conflitos étnicos reli-
ambiente de Guerra Fria entre as duas potências num
giosos e políticos, acaba por ser mesmo um dos pro-
contexto de adoção de políticas de expansionismo
blemas mais preocupantes para a comunidade
geopolítico na tentativa de cada bloco conseguir do-
internacional, pela violência que arrasta contra vítimas
minar mais áreas de influência política e militar. No
indiscriminadas.
que concerne à URSS, as primeiras manifestações
Outro importante desafio ao mundo unipolar tem
desse expansionismo notaram-se na forte presença
a ver com a degradação acelerada das condições am-
soviética na reorganização e integração na sua esfera
bientais e consequente destruição do planeta. No do-
de influência política dos países de Leste libertados do
cumento 4, é feita uma denúncia das alterações climá-
domínio nazi por ação militar do Exército Vermelho.
ticas consideradas “catastróficas”. Entre elas, está o
Salazar, no documento 2, denuncia esta política que
fenómeno do aquecimento global, vulgarmente co-
considera de agressão ao Ocidente, dizendo que a
nhecido por “efeito de estufa”, que resulta das elevadas
Rússia tem sabido explorar a vitória “continuando a
concentrações de dióxido de carbono na atmosfera e
guerra na paz”.
que está na origem de grandes catástrofes naturais.
Por seu lado, os EUA, considerando, como Salazar,
Os fenómenos migratórios, entre os quais relevam
que “a Rússia só parará onde uma força igual se opo-
os movimentos de refugiados por motivos de ordem
nha”, respondem com determinação na defesa do que
política, têm suscitado grandes preocupações nos paí-
consideram serem os países livres e democráticos,
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ses de acolhimento, entre outras razões, pelo seu cres-

como demonstra o estabelecimento de alianças polí-
cimento e pelas frequentes manifestações de segrega-
tico-militares e acordos bilaterais por todo o mundo
ção e de rejeição xenófoba, que, em situações
com o objetivo de isolar a URSS e consolidar a sua in-
extremas, originam casos de violência física levados a
fluência em todos os continentes.
cabo, sobretudo, por movimentos de direita radical. 453

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