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Tradução da comunicação apresentada em alemão na turma do Winterkurs DAAD, na Duisburg-Essen
Universität em Essen, no mês de fevereiro de 2015, como resposta à exposição de dois colegas
neurocientistas.
tem relação direta com nossa questão. Um exemplo ajuda a tornar clara a
questão.
Por isso a máquina do filme tem razão também ao dizer que uma nova
máquina, para poder responder adequadamente à questão, precisará ter
como sua matéria a própria vida. O problema da consciência, como
demonstrou Hegel cem anos antes de Freud fundar a psicanálise, está já
ao menos parcialmente apresentado na complexidade da própria vida. Um
exemplo basta para me fazer claro.
O conjunto de átomos que formam uma pessoa, seu número exato, não
são a pessoa mesma. A vida é mais que o conjunto de elementos
inorgânicos que a formam, ela se utiliza deste conjunto para se compor,
mas permanece diferente do mero amontoado de matéria. A vida é um
outro, uma unidade que se utiliza dos diferentes átomos como seus
momentos, sem com eles se confundir. O todo na vida, sua unidade, é
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https://www.youtube.com/watch?v=aboZctrHfK8
muito mais do que a mera soma analítica das partes e o conjunto de
átomos que formam um ser humano, ao serem decompostos, não
guardam nada de humanidade.
Conversando com a pessoa descobrimos que algo vai mal em seu universo
significante. Ela perdeu um filho, um amor, ou simplesmente não
consegue dar conta de tudo que esperam dela ou do que ela espera dela
mesma. Esta falta é, antes de ser uma pura falta neuroquímica, algo
experimentado pela sua própria consciência em seu próprio universo
simbólico e que não pode ser decifrado em laboratório. A causa anterior
não é uma disfunção neurológica, mas algum problema significante em
seu espírito, por assim se dizer.