Sie sind auf Seite 1von 3

A produção de leite no Ceará

Prof. M.Sc. Rodrigo Gregório da Silva, Universidade Federal do Tocantins – UFT,


rodrigogregorio@hotmail.com

Produzir leite a partir de matrizes bovinas, no Ceará, tem sido condição básica de
grande parte das propriedades rurais destinadas à produção animal. Todavia há pouca
informação sobre como se dá essa produção ao longo do Estado e qual sua importância frente
as demandas regionais pela geração de renda. Nesse sentido, utilizando o banco de dados
disponibilizados pelo IBGE e ONU, foram levantadas informações sobre produção anual,
produtividade anual por vaca, valor bruto da produção, percentual de vacas ordenhadas em
relação ao rebanho bovino, VBP per capita e IDH municipal.

Os dados utilizados para a elaboração das figuras 1 a e b, 2 a e b e 3 a, foram


levantados a partir do banco de dados do IBGE, para o ano de 2008. Os dados para confecção
do mapa de IDH municipal foi obtido da ONU, adaptado de Frigoletto, para o ano de 2000.

O estado do Ceará tem produção de leite estimada em 475.592.000, segundo o IBGE


(2008). Essa produção encontra-se distribuída de forma heterogenia ao longo dos municípios
cearenses. Ao avaliar tal distribuição observa-se a existência de regiões cuja produção se
sobressaem às demais: denominadas de bacias leiteiras.

G r a n ja G r a n ja
9650000 9650000
P ro d u ç ã o
( 1 .0 0 0 L / a n o ) P r o d u tiv id a d e
V iç o s a d o C e a r á V iç o s a d o C e a r á (L /v a c a *a n o )
9600000 F o r ta le z a 9600000 F o r t a le z a

12000
9550000 9550000 1220
S a n t a Q u it é r ia S a n ta Q u ité ria
10500
9500000 9500000
1100
9000
9450000 M o ra d a N o v a 9450000 M o ra d a N o v a
C ra te ú s Q u ix e r a m o b im C ra te ú s Q u ix e r a m o b im 980
7500

9400000 9400000
6000
860
J a g u a r ib e J a g u a r ib e
9350000 Tauá 4500 9350000 Tauá
740
Ig u a tu 3000 Ig u a tu
9300000 9300000
620
1500
9250000 9250000
0 500
9200000 9200000
B re jo S a n to B r e jo S a n to

9150000 9150000

250000 300000 350000 400000 450000 500000 550000 600000 650000 250000 300000 350000 400000 450000 500000 550000 600000 650000

Figura 1 – Produção anual de leite (1.000/ano), a a esquerda, e Produtividade de leite por vaca
(L/vaca*ano), b a direita.

As regiões mais representativas, conforme Figura 1 a, são as dos Inhamuns (Tauá e


Crateús), Sertão Central (Quixeramobim), Centro Sul (Iguatú), Médio (Jaguaribe) e Baixo
Jaguaribe (Morada Nova), Metropolitana (Caucaia e Maranguape) e a região de Santa Quitéria
(Santa Quitéria). O agrupamento das regiões do Médio e Baixo Jaguaribe com a do Sertão
Central compõem a região com a maior parte da produção cearense. Outro fato relevante é
que a maior parte regiões produtoras estão inseridas no Semiárido Cearense, fato singular, o
que demonstra a predisposição regional para a produção pecuária, notadamente da leiteira.
Na Figura 1 b, tem-se o parâmetro produtividade, expresso em litros de leite por vaca,
por ano. Nota-se como principal característica que há tendência de elevação desse indicador
na medida em que se aproxima das regiões Metropolitana e do Baixo Jaguaribe, passando e
seguidas pelas maiores bacias leiteiras. Essa tendência de maior nível de produtividade pode
ser explicada pelo maior potencial de produção primário dessas regiões, tendo em vista a
maior precipitação anual (região Metropolitana) e a disponibilidade de áreas e água para
irrigação (região do Baixo Jaguaribe). Nesse sentido, as maiores produtividades estão
associadas a presença de bacias leiteiras (seleção de rebanhos mais produtivos) e, mais
fortemente, à disponibilidades de recursos naturais (água e solo).

Outra vez, seguindo o observado com a produção, tanto o valor bruto da produção –
VBP anual, como também a VBP per capita foram mais elevadas nas maiores bacias produtoras.
Vale salientar que nesse caso específico, há como fator positivo, a característica de que a
produção observada ocasiona maior disponibilidade de recursos para essas regiões, seja total
ou per capita. Esta observação é fundamental, tendo em vista que há menor disponibilidade de
recursos naturais passiveis de utilização na geração de renda para as famílias, nessas regiões.
Nesse sentido, o leite gera renda paras essas regiões, em seu aspecto geral, como também no
aspecto restrito aos indivíduos, possibilitando acesso a renda por parte significativa da
população.

G r a n ja G r a n ja
9650000 9650000
VBP VBP
V iç o s a d o C e a r á (1 0 0 0 R $ ) V iç o s a d o C e a r á (R $ /p e s s o a * a n o )
9600000 F o r ta le z a 9600000 F o r ta le z a

9550000 72009550000 360


S a n ta Q u ité r ia S a n t a Q u it é r ia

9500000 9500000
6000 300

9450000 M o ra d a N o v a 9450000 M o ra d a N o v a
C ra te ú s Q u ix e r a m o b im 4800 C ra te ú s Q u ix e r a m o b im 240

9400000 9400000
3600 180
J a g u a r ib e J a g u a r ib e
9350000 Tauá 9350000 Tauá
2400 120
Ig u a tu Ig u a tu
9300000 9300000
1200 60

9250000 9250000
0 0
9200000 9200000
B r e jo S a n t o B r e jo S a n to

9150000 9150000

250000 300000 350000 400000 450000 500000 550000 600000 650000 250000 300000 350000 400000 450000 500000 550000 600000 650000

Figura 2 – Valor bruto da produção (1.000 R$/ano), a a esquerda, e Valor bruto da produção,
per capita (R$/pessoa*ano), b a direita.

No que se refere ao percentual de vacas ordenhadas em relação ao total do rebanho


bovino (Figura 2 a), foi observado que as regiões do Médio e Baixo Jaguaribe e de Santa
Quitéria apresentaram-se com os maiores níveis. Esse fato pode ser reflexo de dois grandes
fatores: melhor manejo do rebanho, resultando em maior participação de vacas ordenhadas
em relação às demais categorias ou como reflexo da aptidão regional para produção de leite
em detrimento à produção de bovinos para corte.

Com base nos dados disponibilizados pelo IBGE (2008) não foi possível separar quais
regiões apresentaram essa melhoria, em função de ser causada por melhor gestão do rebanho
ou de diferença entre regiões mais voltadas à produção de leite em detrimento à produção de
bovinos para corte. Todavia, vale salientar que as regiões em questão são de grande relevância
para a produção de leite (bacias leiteiras), podendo ser então resultado da melhoria de manejo
do rebanho para à produção de leite, tendo como resultado maior número de vacas
ordenhadas em relação ao rebanho total. Mas não se pode inferir que as regiões com menor
índice sejam caracterizadas por tal situação. Podendo ser estas, menos voltadas para a
produção de leite.

G r a n ja G r a n ja
9650000 9650000
V L (% ) ID H
V iç o s a d o C e a r á V iç o s a d o C e a r á
9600000 F o r ta le z a 9600000 F o r ta le z a

9550000 28 9550000 0 .7 0 5
S a n t a Q u it é r ia S a n t a Q u it é r ia

9500000 9500000
2 5 .5 0 .6 8 5

9450000 M o ra d a N o v a 9450000 M o ra d a N o v a
C ra te ú s Q u ix e r a m o b im 23 C ra te ú s Q u ix e r a m o b im 0 .6 6 5

9400000 9400000
2 0 .5 0 .6 4 5
J a g u a r ib e J a g u a r ib e
9350000 Tauá 9350000 Tauá
18 0 .6 2 5
Ig u a tu Ig u a tu
9300000 9300000
1 5 .5 0 .6 0 5

9250000 9250000
13 0 .5 8 5
9200000 9200000
B r e jo S a n t o B r e jo S a n to

9150000 9150000

250000 300000 350000 400000 450000 500000 550000 600000 650000 250000 300000 350000 400000 450000 500000 550000 600000 650000

Figura 3 – Percentual de vacas ordenhadas em relação ao total de bovinos (%), a a esquerda, e


Índice de desenvolvimento humano municipal (IDH municipal), b a direita.

Finalizando, tem-se o Índice de desenvolvimento humano por município – IDH


municipal. Como pode ser observado com auxílio da Figura 3 b, há tendência de melhoria
desse índice na medida em que se aproxima das regiões Metropolitana (Fortaleza), Baixo
Jaguaribe (Limoeiro do Norte), Cariri Leste (Brejo Santo) e Inhamuns/Santa Quitéria.

Confrontando as Figuras 2 a e b com a Figura 3 b, visualiza-se que apesar de não haver


total sobreposição, sobretudo na região metropolitana, há, porém, tendência de onde existe
maior geração de renda pela produção de leite, existe também índices de IDH intermediário a
elevado, em relação às demais regiões.

Todavia, o que é mais significativo é que nas regiões com menores IDH há menor
geração de renda por parte do leite, podendo essa atividade ser mais uma alternativa na
geração de renda e na contribuição da melhoria da condição de vida da população local, via
maior geração de renda, além de contribui ainda mais nas demais regiões.

Revisão Bibliográfica

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) 2000. Disponível em:


<http://www.frigoletto.com.br/GeoEcon/idhce.htm> Acesso em: em 14/09/2010.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:


<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ppm/2008/defaulttabzip.shtm> Acesso
em: 14/09/2010

Das könnte Ihnen auch gefallen