Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
November 9, 2015
Sendo a Palavra eterna e a imagem expressa do Deus invisível, Jesus Cristo é o caminho típico
pelo qual Deus fala com a humanidade e aparece para ela. Isto é autoevidente no Novo
Testamento, mas o Antigo Testamento também contém inúmeros testemunhos desta
verdade. Ao longo do Antigo Testamento, o Anjo do Senhor é um meio pelo qual o eterno Filho
de Deus fala com o homem e aparece para ele. O Filho de Deus veio em forma humana, como
um Anjo do Senhor, antes da Sua vinda em carne humana, como Jesus Cristo.
O termo “anjo do Senhor” (“angel of the Lord” - versão KJV) aparece mais de cinquenta vezes
no Antigo Testamento, e a frase similar “anjo de Deus” (“angel of God” - versão KJV) ocorre
nove vezes (cf. Juízes 6:20-21 e 13:3,9, onde as frases são usadas como sinônimos). Enquanto
algumas destas referências dizem respeito à anjos comuns (Gênesis 28:12; 32:1), muitas delas
se referem a um Anjo especial. É útil notar que a palavra, em hebraico, traduzida por “anjo”,
não é limitada em escopo ou alcance, como o é a palavra em inglês, “angel”. Isto significa que
ela nem sempre se refere estritamente a um espírito criado e enviado dos céus. A palavra
frequentemente significa simplesmente “um mensageiro”, tal como quando Jesus Cristo é
chamado o “Anjo da Aliança”, que viria posteriormente em Seu templo (Malaquias 3:1).
O Antigo Testamento retrata este Anjo especial como divino, isto é, Ele é o Senhor, mas
também como distinto, ou seja, Ele é exclusivo do Senhor. Estes dois pontos concordam com a
compreensão da Trindade: um Senhor em três diferentes Pessoas. O Antigo Testamento
demonstra estas duas verdades acerca do Anjo do Senhor, de 5 formas:
1. O Ajo do Senhor reivindica uma autoridade divina. Ele fala como Deus e jura por Si mesmo
para o cumprimento da Sua aliança (Gênesis 16:10; 22:15-16).
2. O Anjo do Senhor exibe atributos divinos e realiza ações divinas. Ele possui o conhecimento
que apenas Deus possui (Gênesis 16:7-8,11,13). Ele julga e redime como Deus (Gênesis 48:15-
16; Juízes 5:23; 2 Samuel 24:14-17; 2 Reis 19:35).
3. O Anjo do Senhor recebe adoração divina. Ele é tratado como o próprio Deus, recebendo
reverência e sacrifícios direcionados à Sua Pessoa (Êxodo 23:20-21; Juízes 6:20-21,24).
Nenhum anjo comum aceitaria a adoração de um homem (Apocalipse 19:10).
4. O Anjo do Senhor é identificado explicitamente como Deus. É dito claramente que Ele é o
Senhor (Gênesis 16:13; 22:12,15-18; 31:11-13; 48:15-16; Êxodo 14:19; 23:21; Juízes 6:11-23;
13:19-22; cf. Isaías 42:8).
5. O Anjo do Senhor é uma Pessoa divina distinta. Ele é evidentemente divino e ainda
cuidadosamente distinguido do Senhor (Gênesis 24:7,40; 32:24-30; Êxodo 3:2-5; 23:20;
Números 20:16; Josué 5:14-15; Juízes 2:1; 6:11-24; 13:2-24; 2 Samuel 24:16; Isaías 63:9;
Zacarias 1:12-13).
Consequentemente, o Antigo Testamento retrata este Anjo como uma das Pessoas da
Divindade. O Anjo do Senhor deve ser identificado como a segunda Pessoa da Trindade,
porque Ele é o enviado que aparece em forma humana. Ele não pode ser o Pai, que é Enviador.
Ele não pode ser o Espírito Santo, que não tem forma. Mais ainda, o divino Anjo do Senhor não
apareceu mais depois que o Filho de Deus veio em forma humana, na Sua encarnação. Os
escritores do Novo Testamento revelam uma continuidade entre a atividade do Filho de Deus,
como o Anjo do Senhor, e a Sua obra como Jesus Cristo encarnado. Em ambos, Sua forma e
Sua carne, o Filho de Deus realiza a sua obra messiânica redentora.
_______________
Vigésimo Terceiro artigo da série "Grandes Doutrinas da Fé Cristã Reformada". Publicado com
autorização
* The Reformation Heritage KJV Study Bible, Joel R. Beeke (editor geral), Reformation Heritage
Books (RHB), Grand Rapids, Michigan, 2014, “List of In-Text Articles”. http://kjvstudybible.org
Tags:
Joel Beeke
Fé Reformada
Anjo do Senhor
Doutrina de Cristo
Sobreviventes