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Segurança no Trabalho
Zilmara Peixoto Nakai
Professor Autor
Zilmara Peixoto Nakai
Design Instrucional
Deyvid Souza Nascimento
Maria de Fátima Duarte Angeiras
Renata Marques de Otero
Terezinha Mônica Sinício Beltrão
Diagramação
Klébia Carvalho
Coordenação
Manoel Vanderley dos Santos Neto
Coordenação Executiva
George Bento Catunda
Coordenação Geral
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Março, 2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
N163g
Nakai, Zilmara Peixoto.
Gestão Aplicada à Saúde e Segurança no Trabalho: Curso
Técnico em Segurança do Trabalho: Educação a distância /
Zilmara Peixoto Nakai. – Recife: Secretaria Executiva de
Educação Profissional de Pernambuco, 2018.
49 p.: il.
CDU – 331:316.776
Conclusão ............................................................................................................................................. 45
Referências ........................................................................................................................................... 46
Caro estudante,
A boa gestão de saúde e segurança do trabalho não depende apenas do conhecimento técnico, mas
da ética profissional que deve fazer parte de todos os profissionais de uma empresa ou instituição.
Para isso, é necessário sabermos o que vem a ser o trabalho em equipe e a importância da boa
comunicação no local de trabalho.
Além do uso do PDCA, é necessário que o gestor desenvolva e aperfeiçoe os traços de liderança tão
apreciados no mundo do trabalho, fazendo uso da inteligência emocional e buscando cada vez mais
conhecimento técnico e metódico.
Por fim, o gestor de saúde e segurança do trabalho poderá estudar as causas dos acidentes do
trabalho e analisar os custos decorrentes do mesmo a fim de traçar boas medidas preventivas e
corretivas através da liderança, da técnica e do conhecimento.
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Competência 01
Caro aluno,
O trabalho em equipe requer sintonia entre aquele que coordena a equipe e os coordenados,
porém, na contemporaneidade, essa visão deixa de se apresentar numa escala autoritária para ser
democrática e construtiva. Mas, o que significa o trabalho em equipe?
Na definição vista acima, temos que no trabalho em equipe existe esforço coletivo, existe união e
respeito. Mas como isso é possível no local de trabalho?
Observe que no trabalho em equipe existe um líder e os subordinados, mas quem vai à frente é o
líder auxiliando as atividades desenvolvidas pelos subordinados. No antigo modelo de gestão,
tínhamos o chefe no lugar do líder, estando esse em lugar de destaque e acima de todos, apenas
ordenando e exercendo pressão sob os subordinados sem os auxiliar.
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Competência 01
Qual a melhor posição: alcançar os objetivos à frente de toda equipe de trabalho ou alcançar os
objetivos com todos ao mesmo tempo? Será que quem sempre vai à frente nunca vai se cansar
dessa posição? Aquele que sempre vai à frente pode se sentir deprimido quando não conseguir ser
o primeiro lugar. Então, poderemos ver uma situação de estresse relacionado ao trabalho, que
aponta para um risco ambiental: o risco ergonômico tratado na NR 17 – Ergonomia.
Quem opta por chefiar no lugar de liderar acaba sofrendo ainda mais, pois muitas vezes os
subordinados acabam fazendo apenas o que deve fazer e não colaboram com mais nada.
Quem opta por chefiar, também pode ter sua equipe produzindo apenas na sua presença, deixando
de cumprir suas obrigações por prazer.
Já quem opta por liderar, tem a participação da equipe que colabora com seu líder em todos os
aspectos, realizando, muitas vezes, atividades que estão acima de suas atribuições.
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Competência 01
Na primeira, o chefe sendo carregado pelos subordinados e, na segunda, o líder à frente de seus
subordinados, auxiliando-os.
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Competência 01
Se você voltar a analisar o modelo de gestão onde existe o chefe a frente de seus subordinados,
você vê a presença de um risco ambiental que faz parte do estudo da segurança do trabalho, que é
o risco ergonômico.
Observando cada item do risco ergonômico, você vê que esses itens estão ligados a um local onde o
modelo de gestão se dá por chefia x subordinados.
Agora que você já analisou os modelos de gestão, vamos a uma ferramenta muita utilizada na
segurança do trabalho que é o PDCA. Essa ferramenta de gestão busca a melhora contínua dos
trabalhos realizados pela equipe, através de um planejamento, de uma boa execução, da análise do
trabalho e da ação da equipe. Esse modelo faz parte de normas internacionais ligadas a OHSAS
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Competência 01
18001 (Occupational Health and Safety Assessment Series), que é a norma internacional que serve
de referência para o Sistema de Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional nas empresas.
Como estamos falando de gestão, não poderíamos deixar de lado essa ferramenta que se chama
PDCA.
Como você viu, o PDCA é uma sigla em inglês que nos mostra o ciclo da melhora contínua nas
atividades.
Após você planejar, elaborar um projeto e verificar quem irá executar o trabalho, como ele será
executado, quando será executado e os recursos necessários, você terá como segundo passo
implantar/realizar a atividade. Em seguida, será necessário checar, ou seja, verificar o sucesso do
trabalho em equipe e, por fim, agir corretivamente.
Após todos esses passos, o ciclo do PDCA continua. Por isso, você deverá retornar ao primeiro
passo, referente à letra “P” da sigla, ou seja, será imprescindível realizar um novo planejamento
daquela atividade.
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Competência 01
Imagine realizar uma atividade tão simples como essa sem união no local de trabalho!
E para que o trabalho em equipe permaneça saudável, ou seja, para que haja saúde nas relações de
trabalho, se faz necessário respeito e uma boa comunicação.
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Competência 01
A comunicação deve ser direta, clara e objetiva. Se um trabalhador informa que não irá usar o EPI
(Equipamento de Proteção Individual), basta informá-lo de que, com base na NR nº 06, o uso do EPI
é obrigatório. Em caso de descumprimento, o colaborador deverá ser penalizado com base na CLT,
art. 158, que informa que a recusa injustificada quanto ao uso do EPI constitui falta grave. Contudo,
o trabalhador precisa ser orientado antes de ser penalizado.
O trabalhador também precisa ser ouvido. É preciso ter humildade para ouvir, pois este é um pilar
muito importante na gestão de saúde e segurança do trabalho: “quem não sabe ouvir, também não
sabe falar”.
O “saber falar” é muito importante para que o profissional de segurança do trabalho conquiste
sucesso nas atividades planejadas, pois, se você sabe como falar, você consegue pedir tudo o que
desejar. Assim, será bem compreendido.
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Competência 01
Como vimos, o profissional de saúde e segurança do trabalho faz uso da comunicação em todo o
momento, como por exemplo:
A troca de mensagem por e-mail é a forma de comunicação mais utilizada nos locais de trabalho,
mas não deve substituir a comunicação oral, pois nem sempre conseguimos escrever o que
sentimos e a mensagem pode ser mal interpretada. Além disso, um assunto delicado, como um
trabalhador que se recusa a seguir normas de segurança, não deve ser, por exemplo, registrado por
e-mail, pois esse recurso arquiva documentos e estes podem comprometer toda a equipe.
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Competência 01
A fim de que isso não ocorra, nas reuniões da CIPA, temos a organização em presidente e vice-
presidente, como relatado na NR nº 05, a fim de manter um fluxo de informação e evitar tumultos
em momento de reunião, ou seja, cada um tem sua hora de falar e manifestar o seu pensamento.
Na solicitação de documentos, deve haver um cuidado também no falar a fim de não demonstrar
raiva, impaciência exagerada ou intolerância com o colega de trabalho. Caso a solicitação não tenha
sido atendida, a melhor atitude é explicar a importância que aquele documento tem para a equipe e
envolver os líderes na questão.
Encerramos aqui a nossa primeira competência, onde você estudou os modelos de gestão por
chefia e por liderança e a importância de um bom planejamento e comunicação ética para o
sucesso da empresa.
Sugestão de Filme
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Competência 02
Agora que você já estudou como deve ser o trabalho em equipe e a importância de uma boa gestão
de saúde e segurança do trabalho, vamos estudar como desenvolver o perfil de liderança visando à
produtividade de todo a equipe e um ambiente de trabalho salutar.
CHEFE LÍDER
Toma todas as decisões em todos os Delega autoridade, mas não abre mão da
níveis; responsabilidade;
Motiva;
Não ouve ninguém;
Aconselha;
Gosta dos bajuladores em
geral profissionalmente limitados;
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Competência 02
Onde você gostaria de trabalhar? Onde existe um chefe ou onde existe um líder?
Caro estudante, vamos analisar um pouco mais o perfil do chefe e do líder na vida do profissional de
saúde e segurança do trabalho:
Se você é chefe, você toma todas as decisões sozinho, o que causa uma sobrecarga muito
grande e paralisa todo o andamento do serviço. Ademais, outras questões como doença, viagens e
férias podem acarretar impedimentos ao trabalho. O líder não centraliza as decisões em si, mas
delega responsabilidades, fica ciente de tudo o que está acontecendo, tem autoridade para
interferir diretamente diante de alguma falha no processo e tem consciência de que a
responsabilidade do bom andamento da equipe é dele mesmo. Portanto, o líder não discute, não
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Competência 02
maltrata, não comete assédio moral, comunica-se muito bem com sua equipe e substitui,
tranquilamente, os membros da equipe que não conseguem evoluir em suas atividades.
O chefe exige que todos os documentos sejam assinados por ele e não sabe ouvir seus
coordenados ou subordinados, nesse caso. Já o líder sabe o que precisa assinar e não se ocupa
diante de pilhas de papel simplesmente para fazer seu nome conhecido ou mostrar quem manda.
O chefe quer saber tudo, quer aprovar tudo e não reconhece quando comete erros. Já o
líder conhece suas limitações, as limitações da equipe e assume quando erra, convocando todos a
praticar o ciclo do PDCA, que já revisamos na 1ª competência.
O chefe fala o tempo inteiro, determina, dá ordens na maior parte do tempo e adora
burocracias. Já o líder sabe a hora certa de falar e se comunica de forma clara, objetiva e direta.
O chefe não ouve ninguém, o líder motiva e sabe ouvir a equipe.
O chefe divulga resultados como se fossem seus, o líder apresenta os resultados e dá crédito
à equipe.
O chefe atemoriza, mas o líder é respeitado.
O que você sente diante disso, caro estudante? É melhor ser chefe ou ser líder?
Você percebe que é preciso ter ética profissional para saber executar bem o seu ofício seja diante
do seu superior imediato seja diante do trabalhador que precisa seguir suas orientações de
segurança.
O termo “inteligência emocional” foi citado pela primeira vez pelo psicólogo Daniel Goleman que
defende a ligação do sucesso e a inteligência emocional dos indivíduos.
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Competência 02
Não existe uma definição para inteligência emocional, mas podemos dizer que está
relacionada a habilidades tais como motivar-se a si mesmo e persistir face a frustrações;
controlar impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas; praticar gratificação
prorrogada; motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir
seu engajamento a objetivos de interesses comuns. (Fonte:
http://www.coladaweb.com/administracao/inteligencia-emocional)
Motivar a si mesmo;
Persistir mesmo diante de frustrações;
Controlar seus impulsos;
Canalizar as emoções para situações apropriadas, ou seja, não gasta energia naquilo que não
trará bom resultado;
Motivar as pessoas.
2.2 Autoconsciência
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Competência 02
Se você como técnico em segurança do trabalho entende que consegue ministrar um ótimo
treinamento de segurança do trabalho, mas tem muita dificuldade com estatística de acidentes
do trabalho, nada impede de você se aprimorar. Todavia é importante deixar bem claro para a
equipe qual o seu ponto forte e qual o seu ponto fraco a fim de que as atividades sejam mais bem
direcionadas.
Figura 07 - Autoconsciência
Fonte: http://www.cristianegiordani.com.br/conhece-te-a-ti-mesmo/
Descrição: nessa imagem você tem uma tirinha onde a Mafalda, personagem dos quadrinhos, ler a frase
“conhece-te a ti mesmo”. Ela pensa: Bom conselho e conclui, mas hoje não me apetece fazer turismo
dentro de mim. Essa tirinha faz referência ao autoconhecimento.
Como disse Platão (filósofo Grego), “conhece-te a ti mesmo”. Isto é, a autoconsciência leva o líder a
fazer um “turismo” dentro de si e entender seus comportamentos e os comportamentos dos
demais.
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Competência 02
A pessoa autoconsciente mostra que, mesmo nas situações, difíceis é preciso ter persistência, pois
tudo tem seu ciclo de começo, meio e fim. Alem disso, as situações ruins precisam acontecer
porque na vida laboral tanto pode haver sucesso como fracasso, mas este precisa ser um orientador
daquilo que é preciso melhorar em nós mesmos.
Uma pessoa com habilidade de avaliar a si mesma com sinceridade – ou seja, quem é
autoconsciente – é a mais adequada para fazer o mesmo pela organização que comanda.
2.3 Autocontrole
No mínimo, poderá ser arrogante para com os demais. Logo, o autocontrole é fundamental para o
líder.
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Competência 02
Figura 09 - Autocontrole
Fonte: http://www.vidaplenaebem
estar.com.br/consciencia/mudanca/
e-possivel-treinar-o-autocontrole-e-
diminuir-a-agressividade
Descrição: nessa imagem você vê
um homem olhando para a sua
sombra que se vira para o mesmo e
aponta com o dedo como se
estivesse lhe dando uma bronca.
Essa imagem retrata o autocontrole.
O líder que possui autocontrole é aquele que consegue resistir aos impulsos e sabe ouvir a sua
autoconsciência.
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Competência 02
2.4 Motivação
Figura 10 - Motivação
Fonte: http://www.blog.
geninhogoes.com.br/tag/motiv
acao
Descrição: nessa imagem você
vê um gatinho se olhando no
espelho e o que vê no lugar da
sua imagem é um leão. Essa
imagem representa a
motivação
Caro aluno, você já viu alguém extremamente motivada? A motivação nos faz sentir enormes diante
dos desafios, é como mostra na figura: um gato que ao se observar no espelho, está tão
autoconfiante que se vê um leão. Esse leão é o seu entusiasmo para a ação, isso é motivação.
Pois é, muitas pessoas são motivadas por fatores externos como um bom salário ou o prestígio que
acompanha um título pomposo ou um emprego numa empresa renomada. Já quem tem potencial
de liderança, é motivado por um desejo profundamente arraigado de “realizar pela realização em
si”. É natural supor que um indivíduo determinado a se superar também desejaria um jeito de
monitorar o progresso – o próprio, o da equipe e o da empresa. Enquanto funcionários com baixa
motivação para realizar são muitas vezes vagos quanto aos resultados.
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Competência 02
2.5 Empatia
Se você é um líder que se conhece, que é autoconfiante e motivado, logo consegue entender o
próximo e abstrair o que você não consegue entender. Ou seja, consegue respeitar o próximo,
respeitar as diferenças e aproveitar o que cada um tem de melhor. Isso nos leva ao quarto
componente da inteligência emocional: a empatia.
A empatia corresponde à habilidade para tratar com os outros de acordo com as reações
emocionais deles, ou seja, é a capacidade de entender a constituição emocional dos outros. Logo, a
prática da empatia faz com que o líder consiga se colocar no lugar do outro antes de cobrar ou
solicitar algo. O líder consegue compreender, por exemplo, por que um trabalhador tão competente
não consegue realizar alguma atividade por motivos emocionais e temporários. Veja a figura abaixo:
Figura 11 - Empatia
Fonte: http://laede-laede.blogspot.com.br/2012/10/
empatia.html
Descrição: nessa imagem você vê um homem ajudando
um pedinte que segura um espelho na frente do rosto.
Ao olhar para o pedinte, o homem vê a sua própria
imagem no espelho. Essa imagem representa a empatia.
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Competência 02
A empatia faz o líder trocar de posição com o outro e entender o que o seu subordinado pensa e
como interage com o mundo e com os elementos que o cerca.
A aptidão social é o quinto e último componente da inteligência emocional sendo entendida como
a competência para administrar relacionamentos e formar redes, ou seja, a capacidade de
encontrar pontos em comum e cultivar afinidades. É com aptidão social que ampliamos nossa
network, entendida como rede de contato ou rede de relacionamentos. A network é medida pela
quantidade de pessoas influentes que você conhece e que podem ajudá-lo a obter um bom
emprego ou a encontrar soluções para alcançar suas metas no trabalho.
Pessoas com aptidão social tendem a ter um vasto círculo de conhecidos e possuem o dom de
descobrir afinidades com toda sorte de gente – ou seja, o dom de criar entrosamento. Não significa
que estejam sempre se socializando. Significa que, no trabalho, partem do pressuposto de que
ninguém faz nada importante sozinho e, na hora de agir, essa gente tem uma rede estabelecida.
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Competência 02
A aptidão social é o ponto culminante das outras dimensões da inteligência emocional. Uma pessoa
tende a ser muito eficaz na gestão de relacionamentos quando consegue entender e controlar suas
próprias emoções e demonstrar empatia pelos sentimentos dos outros. Até a motivação contribui
para a aptidão social, pois indivíduos compelidos a realizá-la tendem a ser otimistas, pois, mesmo
diante de reveses ou fracassos, quando uma pessoa é otimista, o “seu brilho” reluz sobre conversas,
outros encontros sociais. Então, é uma pessoa popular e por bons motivos.
Quem tem aptidão social, é hábil na gestão de equipes – isso é a empatia dessa pessoa em ação. Da
mesma forma, é mestre em persuadir – isto é uma manifestação conjunta de autoconsciência,
autocontrole e empatia.
Mas, muitas vezes, a aptidão social não é bem vista, como por exemplo, uma pessoa pode
manifestar a aptidão social conversando e isso muitas vezes passa a impressão de que essa pessoa
não está trabalhando. Parece estar jogando conversa fora ou papeando com os trabalhadores.
Muitas pessoas não entendem que os profissionais de saúde e segurança do trabalho conseguem
investigar doenças relacionadas ao trabalho por meio de uma boa conversa com trabalhadores.
25
Competência 02
Sendo assim, a inteligência emocional, através dos seus cinco componentes, é imprescindível para
uma boa gestão e as práticas de liderança nos mais diversos locais de trabalho.
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Competência 03
Caro estudante, iniciamos a nossa terceira competência que é a parte mais técnica dessa disciplina.
Nas primeiras competências, você estudou o perfil de gestão por chefia e por liderança e viu as
vantagens de ser bom líder. E agora que você já sabe como desenvolver o perfil de liderança com
base na inteligência emocional, vamos estudar como pode ser feita a gestão de segurança do
trabalho referente à investigação e controle dos acidentes e doenças.
Para realizar esse registro, os profissionais de saúde e segurança do trabalho fazem uso da NBR
14.280 que trata de Cadastro de Acidente do Trabalho – Procedimento e Classificação. O objetivo
dessas NBR é fixar critérios para o registro, comunicação, estatística e análise de acidentes do
trabalho, suas causas e consequências, aplicando-se a quaisquer atividades laborais.
É através desse registro e análise do acidente que os profissionais de saúde e segurança do trabalho
buscam identificar, analisar as causas dos acidentes do trabalho e propor medidas corretivas para
que eles não voltem a acontecer.
É importante entender que o acidente do trabalho não aponta para um culpado, ou seja, não
aponta para um ato doloso, em que houve a intenção em proporcionar o acidente ou em sofrer o
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Competência 03
acidente. Isso é algo que deveria ser mais bem avaliado do ponto de vista do código penal
brasileiro. Mas o acidente do trabalho aponta para as causas dos acidentes que precisam ser
investigadas e corrigidas para que eles não se repitam.
É muito fácil culpar o trabalhador pelo acidente do trabalho quando o mesmo comete uma atitude
insegura, mas muitas vezes o trabalhador está cumprindo ordens e trabalhando sob pressão
demasiada. O trabalhador está na ponta de um sistema onde tem muitas outras pessoas e
processos antes do mesmo.
Segundo o artigo 19 da Lei nº 8.213/91, acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Então o que caracteriza o infortúnio laboral é a lesão e, quando acontece uma lesão é obrigatória à
emissão da CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho.
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Competência 03
Todo acidente do trabalho deve ser comunicado por meio da CAT (Comunicação de Acidente do
Trabalho) até o primeiro dia útil após a ocorrência e, em caso de morte, de imediato.
A CAT deve ser impressa em duas vias: uma delas deverá ficar arquivada junto com o dossiê do
acidente do trabalho por um período de 20 (vinte) anos e a outra via deverá ser entregue ao
trabalhador acidentado. Por isso, a empresa é obrigada a emiti-la para acidente com afastamento e
acidente sem afastamento.
A omissão do registro da CAT poderá resultar em multa para a empresa, caso o INSS tome ciência
do fato. Além disso, a CAT poderá ser emitida por qualquer pessoa já que a maioria das pessoas tem
acesso a computador e internet, porém o documento poderá ser questionado quanto à veracidade
de suas informações. Logo, é importante que o empregador seja o emitente da CAT.
Antes da facilidade da internet, a CAT era emitida em 6 (seis) vias e redigida em máquina
datilografia ou feita à mão conforme modelo que segue:
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Competência 03
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Competência 03
Atualmente, quando o cadastro da CAT pela internet é finalizado, a empresa tem um formulário
para impressão diferente do primeiro formulário da CAT manual.
Quando ocorre um acidente do trabalho é preciso realizar a investigação do mesmo para identificar
as causas e agir corretivamente a fim de evitar outros infortúnios.
Seria a ação do trabalhador que veio a provocar o acidente do trabalho. É importante deixar claro
que não existe culpado pelo acidente do trabalho, se a culpa fosse determinada o ato seria doloso,
ou seja, com intenção em provocar o dano, mas a intenção não existe, o que existe é a causa do
acidente do trabalho.
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Competência 03
Figura 15 - Atitude
Insegura
Fonte: http://seguranca
saude.blogspot.com.br/201
2/03/voce-e-uma-pessoa-
insegura-na-sua-vida.html
Descrição: nessa imagem
você vê um trabalhador em
cima de três baldes para
alcançar uma lâmpada.
Essa imagem representa
uma atitude insegura por
imprudência.
A imprudência está muito relacionada à autoconfiança que leva o trabalhador a realizar uma
atividade sem EPI ou ter muita pressa vinda a sofrer um acidente do trabalho.
Geralmente, os anos de experiência do trabalhador e a idade são inimigos da prudência, pois muitas
vezes o trabalhador se confia na experiência para se expuser a alguma situação de risco e acaba
sofrendo acidentes do trabalho.
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Competência 03
Como último exemplo de atitude insegura, temos a imperícia que está associada à falta de
conhecimento, a falta de curso de capacitação ou treinamento. Se um trabalhador não foi treinado
para realizar serviço em altura pode vir a cometer alguma falha por não ser perito no assunto, ou
seja, por não conhecer os riscos da atividade.
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Competência 03
Figura 17 - Imperícia
Fonte: http://www.portalpower.com.br/
humor/fotos-de-gambiarras/
Descrição: nessa imagem você tem um
chuveiro amarrado com fios e com a parte
elétrica emendada sem enclausuramento
adequado. Essa imagem mostra uma atitude
insegura por imperícia.
A condição insegura é quando o local de trabalho oferece um risco de acidente como ausência de
guarda-corpo em periferias ou plataformas, óleo no chão, quinas vivas salientes oferecendo risco de
corte, fiação exposta, etc.
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Competência 03
Na figura, você vê uma tábua servindo de passagem entre uma vala, uma condição insegura que
contraria as recomendações da NR nº 18 que trata de Programa de Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção. Nessa situação deveria ser construída uma rampa
adequadamente fixa com guarda-corpo para evitar queda do trabalhador.
Essa causa está ligada aos fatores externos que podem influenciar no comportamento do
trabalhador havendo assim um infortúnio laboral, ou acidente do trabalho.
Se um trabalhador tem fobia de altura e vai realizar uma atividade em altura, existe uma grande
probabilidade do mesmo sofrer um acidente ou incidente, haja vista que seu comportamento não é
adequado para esse tipo de atividade em específico.
35
Competência 03
E o acidente de trajeto?
É o acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o local de trabalho ou desta
para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
empregado.
Para que o acidente de trajeto seja caracterizado, é necessário que o trabalhador esteja realmente
no trajeto casa-trabalho e trabalho-casa a serviço da empresa.
Esse tipo de acidente precisa ser tratado como acidente do trabalho seguindo todo o fluxo de
registro de acidentes. Observe a imagem abaixo:
O acidente de trajeto não é contabilizado nos custos dos acidentes do trabalho da empresa. Esse
tipo de acidente é registrado para realização de campanhas de prevenção e acidentes que ocorre
geralmente na SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho), sendo esse um
evento anual nas empresas.
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Competência 03
O acidente do trabalho provoca desde lesão física, como perda na produtividade da empresa, danos
financeiros diretos e indiretos, até danos psicológicos.
37
Competência 03
A doença é tida como doença do trabalho quando adquirida, desencadeada ou agravada pelo ritmo
ou processo de trabalho, como por exemplo: uma pessoa que trabalha o dia inteiro em pé sem
minipausas durante a jornada de trabalho poderá desenvolver uma LER (Lesão por Esforço
Repetitivo) ou uma DORT (Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho).
Incapacidade Permanente Parcial: é quando o trabalhador sofre uma lesão com perda parcial da sua
capacidade para o trabalho, ou seja, sofre perda de um membro ou perda da atividade de alguma
região do corpo, mas consegue desempenhar alguma atividade.
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Competência 03
Incapacidade Permanente Total: é quando o trabalhador sofre um acidente do trabalho que o deixa
incapaz de retornar a sua atividade e a qualquer outra atividade, ou seja, não tem como ser
reabilitado em outra função.
Condições
Data de Data da
Benefícios Beneficiários para Valor
Início Cessacão
Concessão
• morte;
• concessão de
Afastamento auxílio-acidente
do trabalho ou
91% do
Acidentado do trabalho
incapacidade de
benefício
laborativa afastam • cessação da
temporária por ento incapacidade;
acidente do
trabalho • alta médica;
• volta ao
trabalho.
O auxílio doença também é conhecido como benefício B-91 e o trabalhador que estiver afastado
por mais de 15 (quinze) dias de suas atividades laborais devido a um acidente do trabalho receberá
o seu salário através da previdência social, sendo esse valor de 91% do salário de benefício. Ao se
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Competência 03
afastar por mais de 30 (trinta) dias, o acidentado deverá agendar a perícia médica junto ao INSS
(Instituto Nacional de Seguridade Social) para que o seu benefício seja garantido.
O trabalhador vítima de acidente do trabalho só será aposentado por invalidez quando não houver
mais capacidade para o trabalho, ou seja, quando a reabilitação for inviável ou impossível, dessa
forma, a aposentadoria é devida à vítima de acidente com incapacidade permanente total para o
trabalho.
40
Competência 03
doença.
• Óbito
.
O auxilio acidente é devido ao trabalhador vítima de acidente com lesão permanente parcial, ou
seja, é um beneficio devido ao trabalhador que sofreu redução permanente parcial da sua
capacidade para o trabalho como uma perda de membros ou perda de função orgânica que, mesmo
não o habilitando para a função que antes desempenhava, não impede que o acidentado
desenvolva outra atividade. Esse trabalhador deverá receber além do seu salário pelo serviço
prestado, o adicional de 50% do salário de beneficio referente à sua incapacidade permanente
parcial para o trabalho.
E, por último temos a pensão por morte que é devida ao cônjuge e aos filhos. Observe a tabela:
41
Competência 03
Benefício
Trabalho
Para
Pensão
Cada
Filho.
Figura 25 - Pensão por Morte
Fonte: arquivo pessoal
Descrição: nessa imagem você tem uma tabela com o benefício “pensão”, beneficiários, condições para
concessão, data de início, data da cessação e valor do benefício.
Caro estudante,
Até agora vimos que os acidentes do trabalho podem gerar perda de membros dos trabalhadores, o
que resulta em DIAS DEBITADOS, bem como dias perdidos. Isso gera o cálculo de TEMPO
COMPUTADO. Para a quantidade de acidentes que ocorre em determinado período, como em um
mês qualquer, temos o COEFICIENTE DE FREQUÊNCIA ou TAXA DE FREQUÊNCIA cujo cálculo é feito
pela fórmula seguinte:
42
Competência 03
Observe o exemplo:
CF = 4 x 1.000.000/44.000 = 90,90
CF = 2 x 1.000.000/44.000 = 45,45
Temos também o COEFICIENTE DE GRAVIDADE ou TAXA DE GRAVIDADE, que é calculada para todo
acidente do trabalho COM AFASTAMENTO.
43
Competência 03
Nesse caso, o tempo computado é a soma dos dias perdidos com dias debitados.
Em um determinado mês houve um acidente do trabalho com 90 dias perdidos referente à perda
do dedo polegar de um determinado trabalhador. Nesse mês, houve uma HHT de 44.000. Qual o
coeficiente de gravidade?
CG = 15.681, 81
Encerramos os conteúdos desta terceira competência. Por isso, gostaria que você, agora, assistisse
à videoaula e mantivesse bastante atenção à atividade semanal e à aula-atividade. Vamos continuar
estudando!
44
Conclusão
Caro estudante, iniciamos nosso módulo estudando sobre a importância do trabalho em equipe
para a busca da melhoria contínua no local de trabalho, conforme demonstrado no ciclo do PDCA.
Em seguida, estudamos sobre os perfis de liderança importantes para uma boa gestão de saúde e
segurança do trabalho e, agora, finalizamos com o estudo estatístico dos acidentes do trabalho
através do cálculo das taxas de frequência e taxas de gravidade dos acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais.
Encerramos nosso módulo reiterando que uma boa gestão de saúde e segurança do trabalho requer
mais que coeficiente de inteligência e técnica. Ela requer do gestor a melhora contínua do processo
e o aprimoramento dos perfis de liderança que devem ser manifestados através da inteligência
emocional a fim de que acidentes do trabalho e doenças ocupacionais não aconteçam no ambiente
laboral.
Bons estudos!
45
Referências
FUNDACENTRO. Manuais de Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho. Ed. 69ª Atlas, 2012.
46
Goleman, Daniel. Foco: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso; tradução Cássia Zanon.
– 1. Ed. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
47
METIDIERI, Guilherme. Estilos de Liderança: autocrática, democrática e liberal. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/estilos-de-lideranca-
autocratica-democratica-e-liberal/52800/> Acesso em 10 de Ago de 2013.
ROMUALDO, Jenifer Soares. Trabalho em equipe – juntos somos melhores do que sozinhos.
Disponível em: < http://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/10105/trabalho-em-
equipe-juntos-somos-muito-melhores-do-que-sozinhos > Acesso em 10 de Ago de 2013.
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SEGURANCA2013. Figura 18 Condição Insegura. Disponível em:
http://seguranca2013.blogspot.com.br/2013/03/condicoes-inseguras-ou-de-riscos-x.html Acesso
em 25 de Jan 2015.
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Currículo do Professor
Olá! Eu sou Zilmara Peixoto Nakai. Sou Especialista em Educação Ambiental, pela Fafire, Licenciada
em Biologia pela UFPE e Técnica em Segurança do Trabalho pelo CEFET/PE. Há 15 anos atuo como
Técnica em Segurança do Trabalho. Já trabalhei em empresa de montagem industrial, em
construção civil, em consultoria de segurança do trabalho, em hospital e hoje trabalho no Grupo
Pão de Açúcar. Ao mesmo tempo, tenho desenvolvido atividades de docência em Biologia e nas
diversas disciplinas do Curso Técnico de Segurança do Trabalho. Já lecionei no Centro de Ciências do
Nordeste (CECINE, da UFPE), na Escola de Enfermagem Irmã Dulce e na Escola Técnica Regional.
Hoje leciono no Colégio e Curso Especial, na Escola Almirante Soares Dutra e na Educação à
distância. Espero compartilhar com vocês o que tenho estudado e praticado nessa profissão.
Um grande abraço!
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