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Aula 02

Direito Constitucional p/ TRT-SC (Técnico Judiciário - Área Administrativa) - Com


videoaulas

Professores: Nádia Carolina, Ricardo Vale

07396517737 - Luciana Inacio Soares


DIREITO CONSTITUCIONAL – TRT/SC 
    Teoria e Questões 
  Aula 02 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 

!ULA 02 
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS –!PARTE 02 

Sumário 

Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte 02) .............................................................. 2 

Questões Comentadas ................................................................................................................... 78 

Lista de Questões ......................................................................................................................... 108 

Gabarito ......................................................................................................................................... 123 
 

Ol‡, amigos do EstratŽgia Concursos, tudo bem?

Na aula anterior, n—s demos in’cio ao estudo dos direitos e deveres individuais
e coletivos. Hoje, continuaremos a tratar desse tema que, como j‡ dissemos, Ž
um dos mais cobrados em prova.

Voc• ver‡ que h‡ muitos detalhes a serem memorizados, por isso Ž importante
resolver todos os exerc’cios da lista! N‹o deixe, tambŽm, de assistir aos v’deos
do professor Ricardo Vale, j‡ dispon’veis na sua ‡rea do aluno! Depois de ler
nosso material, resolver as quest›es e assistir aos v’deos, n‹o tem como n‹o
gabaritar a prova! 

Que tal come•armos nossos estudos?

Um grande abra•o,

N‡dia e Ricardo 07396517737

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Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Parte 02)

Nosso estudo come•a do ponto em que paramos na aula passada. Nela,


hav’amos estudado o art. 5¼, inciso I atŽ o art. 5¼, inciso XXXI.

XXXII - o Estado promover‡, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Ao inserir esse inciso no rol de direitos fundamentais, o constituinte destacou a


import‰ncia do direito do consumidor para os cidad‹os. Essa import‰ncia
fica ainda mais evidente quando se verifica que no art. 170, V, CF/88 a defesa
do consumidor foi elevada ˆ condi•‹o de princ’pio da ordem econ™mica.

O inciso XXXII Ž uma t’pica norma de efic‡cia limitada, uma vez que Ž
necess‡ria a edi•‹o de uma lei que determine a forma pela qual o Estado far‡
a defesa do consumidor. Essa lei j‡ existe: Ž o C—digo de Defesa do
Consumidor.

Segundo o STF, as institui•›es financeiras tambŽm s‹o alcan•adas pelo


C—digo de Defesa do Consumidor.1 AlŽm disso, o referido C—digo Ž aplic‡vel
aos casos de indeniza•‹o por danos morais e materiais por m‡ presta•‹o de
servi•o em transporte aŽreo.2

XXXIII - todos t•m direito a receber dos —rg‹os pœblicos informa•›es de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que ser‹o prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do Estado;

Essa norma traduz o direito ˆ informa•‹o que, combinado com o princ’pio da


publicidade, obriga a todos os —rg‹os e entidades da Administra•‹o Pœblica,
direta e indireta (incluindo empresas pœblicas e sociedades de economia
mista), a dar conhecimento aos administrados da conduta interna de seus
agentes. Com efeito, todos os cidad‹os t•m o direito de receber dos —rg‹os
pœblicos informa•›es de interesse particular ou de interesse coletivo ou geral.
O princ’pio da publicidade evidencia-se, assim, na forma de uma obriga•‹o 07396517737

de transpar•ncia.

Todavia, os —rg‹os pœblicos n‹o precisam fornecer toda e qualquer informa•‹o


de que disponham. As informa•›es cujo sigilo seja imprescind’vel ˆ
seguran•a da sociedade e do Estado n‹o devem ser fornecidas. TambŽm
s‹o imunes ao acesso as informa•›es pessoais, que est‹o protegidas pelo
art. 5¼, X, da CF/88 que disp›e que Òs‹o inviol‡veis a intimidade, a vida
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indeniza•‹o
pelo dano material ou moral decorrente de sua viola•‹oÓ.

                                                        
1
STF, ADI n¼ 2.591/DF, Rel. Min. Cezar Peluso. DJe: 18.12.2009
2
STF, RE 575803-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe: 18.12.2009
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A regulamenta•‹o do art. 5¼, inciso XXXIII, Ž feita pela Lei n¼ 12.527/2011, a


conhecida Lei de Acesso ˆ Informa•‹o. ƒ ela que define o procedimento
para a solicita•‹o de informa•›es aos —rg‹os e entidades pœblicas, bem como
os prazos e as formas pelas quais o acesso ˆ informa•‹o ser‡ franqueado aos
interessados.

Em 2008, antes mesmo da Lei de Acesso ˆ Informa•‹o, o Munic’pio de S‹o


Paulo, buscando dar maior transpar•ncia pœblica, determinou a divulga•‹o na
Internet da remunera•‹o de seus servidores. O caso foi levado ao STF,
que entendeu que essas informa•›es (remunera•‹o bruta, cargos, fun•›es,
—rg‹os de lota•‹o) s‹o de interesse coletivo ou geral, expondo-se,
portanto, ˆ divulga•‹o oficial. No entendimento da Corte, Òn‹o cabe, no caso,
falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulga•‹o em
causa dizem respeito a agentes pœblicos enquanto agentes pœblicos mesmos;
ou, na linguagem da pr—pria Constitui•‹o, agentes estatais agindo Ônessa
qualidadeÕ (¤ 6¼ do art. 37).3

Ainda nessa linha de garantir o acesso ˆ informa•‹o, o STF determinou que


fossem fornecidas a pesquisador documentos impressos e arquivos
fonogr‡ficos das sess›es pœblicas e secretas realizadas pelo STM
(Superior Tribunal Militar) realizadas durante o per’odo dos governos militares.
Para a Corte, o direito ˆ informa•‹o e a busca pelo conhecimento da verdade
integram o patrim™nio jur’dico de todos os cidad‹os, sendo um dever do
Estado assegurar os meios para o exerc’cio desses direitos.4

No caso de les‹o ao direito ˆ informa•‹o, o remŽdio constitucional a ser


usado pelo particular Ž o mandado de seguran•a. N‹o Ž o habeas data! Isso
porque se busca garantir o acesso a informa•›es de interesse particular do
requerente, ou de interesse coletivo ou geral, e n‹o aquelas referentes ˆ sua
pessoa (que seria a hip—tese de cabimento de habeas data).

(TRF 5a Regi‹o Ð 2015) Deve ser resguardado o nome do


servidor pœblico na publicita•‹o dos dados referentes a sua
remunera•‹o, porquanto tal divulga•‹o viola a prote•‹o
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constitucional ˆ intimidade.

Coment‡rios:

A divulga•‹o do nome e da remunera•‹o dos servidores


pœblicos Ž de interesse coletivo ou geral e, portanto, n‹o h‡
que se falar em viola•‹o da intimidade. Quest‹o errada.

                                                        
3
STF, MS, 3.902 Ð AgR, Rel. Min. Ayres Britto. DJE de 03.10. 2011
4
Rcl 11949/RJ, Rel. Min. C‡rmen Lœcia, 15.03.2017
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INFORMAÇÃO TITULARES: PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS, NACIONAIS OU 
ESTRANGEIRAS
DIREITO À 

ÂMBITO DE PROTEÇÃO: INFORMAÇÕES DE INTERESSE 
PARTICULAR OU DE INTERESSE COLETIVO OU GERAL

EXCEÇÕES: INFORMAÇÕES IMPRESCINDÍVEIS À SEGURANÇA DA 
SOCIEDADE OU DO ESTADO

PROTEGIDO VIA MANDADO DE SEGURANÇA

XXXIV Ð s‹o a todos assegurados, independentemente do pagamento de


taxas:

a) o direito de peti•‹o aos Poderes Pœblicos em defesa de direitos ou contra


ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obten•‹o de certid›es em reparti•›es pœblicas, para defesa de direitos e


esclarecimento de situa•›es de interesse pessoal;

Esse dispositivo constitucional prev•, em sua al’nea ÒaÓ, o direito de peti•‹o


e, na al’nea ÒbÓ, o direito ˆ obten•‹o de certid›es. Em ambos os casos,
assegura-se o n‹o pagamento de taxas, por serem ambas as hip—teses
essenciais ao pr—prio exerc’cio da cidadania.

Para facilitar a compreens‹o, traduzirei em palavras simples o que Ž peti•‹o e


o que Ž certid‹o.

Peti•‹o Ž um pedido, uma reclama•‹o ou um requerimento endere•ado a


uma autoridade pœblica. Trata-se de um instrumento de exerc’cio da cidadania,
que permite a qualquer pessoa dirigir-se ao Poder Pœblico para reivindicar
algum direito ou informa•‹o. Por esse motivo, o impetrante (autor da peti•‹o)
pode fazer um pedido em favor de interesses pr—prios, coletivos, da
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sociedade como um todo, ou, atŽ mesmo, de terceiros. N‹o necessita de


qualquer formalismo: apenas se exige que o pedido seja feito por documento
escrito. Exemplo: um servidor pœblico pode, por meio de peti•‹o, pedir
remo•‹o para outra localidade, para tratar de sua saœde.

J‡ a certid‹o Ž um atestado ou um ato que d‡ prova de um fato. Dentro da


linguagem jur’dica, Ž uma c—pia aut•ntica feita por pessoa que tenha fŽ
pœblica, de documento escrito registrado em um processo ou em um livro.
Exemplo: certid‹o de nascimento.

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ƒ muito comum que as bancas examinadoras tentem


confundir o candidato quanto ˆs finalidades do direito
de peti•‹o e o direito de obter certid‹o.

1) O direito de peti•‹o tem como finalidades a defesa


de direitos e a defesa contra ilegalidade ou abuso
de poder.

2) O direito ˆ obten•‹o de certid›es tem como


finalidades a defesa de direitos e o esclarecimento de
situa•›es de interesse pessoal. Ele n‹o serve para
esclarecimento de interesse de terceiros.

Como se v•, ambos servem para a defesa de direitos.


Entretanto, a peti•‹o tambŽm Ž usada contra ilegalidade
ou abuso de poder, enquanto as certid›es t•m como
segunda aplica•‹o poss’vel o esclarecimento de situa•›es
de interesse pessoal.

O direito de peti•‹o Ž um remŽdio administrativo, que pode ter como


destinat‡rio qualquer —rg‹o ou autoridade do Poder Pœblico, de qualquer um
dos tr•s poderes (Executivo, Legislativo e Judici‡rio) ou atŽ mesmo do
MinistŽrio Pœblico. Todas as pessoas f’sicas (brasileiros ou estrangeiros) e
pessoas jur’dicas s‹o legitimadas para peticionar administrativamente aos
Poderes Pœblicos.

Por ser um remŽdio administrativo, isto Ž, de natureza n‹o-jurisdicional, o


direito de peti•‹o Ž exercido independentemente de advogado. Em outras
palavras, n‹o Ž obrigat—ria a representa•‹o por advogado para que alguŽm
possa peticionar aos Poderes Pœblicos. Nesse sentido, Ž importante deixar claro
que o STF faz n’tida distin•‹o entre o direito de peticionar e o direito de
postular em ju’zo.5

O direito de postular em ju’zo, ao contr‡rio do direito de peti•‹o, necessita,


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para ser exercido, de representa•‹o por advogado, salvo em situa•›es


excepcionais (como Ž o caso do habeas corpus). Portanto, para o STF, n‹o Ž
poss’vel, com base no direito de peti•‹o, garantir a qualquer pessoa ajuizar
a•‹o, sem a presen•a de advogado. Com efeito, o ajuizamento de a•‹o est‡ no
campo do Òdireito de postular em ju’zoÓ, o que exige advogado.

Quando se exerce o direito de peti•‹o ou, ainda, quando se solicita uma


certid‹o, h‡ uma garantia impl’cita a receber uma resposta (no caso de
peti•‹o) ou a obter a certid‹o. Quando h‡ omiss‹o do Poder Pœblico (falta de

                                                        
5
STF, Peti•‹o n¼ 762/BA AgR . Rel. Min. Sydney Sanches. Di‡rio da Justi•a 08.04.1994
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resposta a peti•‹o ou negativa ilegal da certid‹o), o remŽdio constitucional


adequado, a ser utilizado na via judicial, Ž o mandado de seguran•a.

Sobre o direito de certid‹o, o STF j‡ se pronunciou da seguinte forma:

Òo direito ˆ certid‹o traduz prerrogativa jur’dica, de extra•‹o


constitucional, destinada a viabilizar, em favor do indiv’duo ou de uma
determinada coletividade (como a dos segurados do sistema de
previd•ncia social), a defesa (individual ou coletiva) de direitos ou o
esclarecimento de situa•›es, de tal modo que a injusta recusa estatal
em fornecer certid›es, n‹o obstante presentes os pressupostos
legitimadores dessa pretens‹o, autorizar‡ a utiliza•‹o de instrumentos
processuais adequados, como o mandado de seguran•a ou como a
pr—pria a•‹o civil pœblica, esta, nos casos em que se configurar a
exist•ncia de direitos ou interesses de car‡ter transindividual, como os
direitos difusos, os direitos coletivos e os direitos individuais
homog•neosÓ6.

As bancas examinadoras adoram dizer que o remŽdio


constitucional destinado a proteger o direito de certid‹o
Ž o habeas data. Isso est‡ errado!

O remŽdio constitucional que protege o direito de


certid‹o Ž o mandado de seguran•a. O habeas data
Ž utilizado, como estudaremos mais ˆ frente, quando
n‹o se tem acesso a informa•›es pessoais do
impetrante ou quando se deseja retific‡-las.

Quando alguŽm solicita uma certid‹o, j‡ tem acesso


ˆs informa•›es; o que quer Ž apenas receber um
documento formal do Poder Pœblico que ateste a
veracidade das informa•›es. Portanto, Ž incab’vel o
habeas data.
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(PC / GO Ð 2015) Todos t•m direito a obter certid›es em


reparti•›es pœblicas para esclarecimento de situa•›es de
interesse pessoal, mediante pagamento de taxa.

Coment‡rios:

O direito ˆ obten•‹o de certid›es para defesa de direitos e


esclarecimento de situa•›es de interesse pessoal independe
do pagamento de taxas. Quest‹o errada.

                                                        
6
RE STF 472.489/RS, Rel. Min. Celso de Mello, 13.11.2007. 
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XXXV Ð a lei n‹o excluir‡ da aprecia•‹o do Poder Judici‡rio les‹o ou amea•a


a direito;

No Brasil, adota-se o sistema ingl•s de jurisdi•‹o, que Ž o sistema de


jurisdi•‹o una. Nesse modelo, somente o Poder Judici‡rio pode dizer o
Direito de forma definitiva, isto Ž, somente as decis›es do Judici‡rio fazem
coisa julgada material. Contrapondo-se a esse modelo, est‡ o sistema
franc•s de jurisdi•‹o (contencioso administrativo), no qual tanto a
Administra•‹o quanto o Judici‡rio podem julgar com car‡ter definitivo.

O art. XXXV, ao dizer que Òa lei n‹o excluir‡ da aprecia•‹o do Poder Judici‡rio
les‹o ou amea•a a direitoÓ, ilustra muito bem a ado•‹o do sistema ingl•s pelo
Brasil. Trata-se do princ’pio da inafastabilidade de jurisdi•‹o, segundo o
qual somente o Poder Judici‡rio poder‡ decidir uma lide em definitivo. ƒ claro
que isso n‹o impede que o particular recorra administrativamente ao ter
um direito seu violado: ele poder‡ faz•-lo, inclusive apresentando recursos
administrativos, se for o caso. Entretanto, todas as decis›es
administrativas est‹o sujeitas a controle judicial, mesmo aquelas das
quais n‹o caiba recurso administrativo.

Cabe destacar que qualquer lit’gio, estejam eles conclu’dos ou pendentes de


solu•‹o na esfera administrativa, podem ser levados ao Poder Judici‡rio. No
œltimo caso (pend•ncia de solu•‹o administrativa), a decis‹o administrativa
restar‡ prejudicada. O processo administrativo, consequentemente, ser‡
arquivado sem decis‹o de mŽrito.

Em raz‹o do princ’pio da inafastabilidade de jurisdi•‹o, tambŽm denominado


de princ’pio da universalidade de jurisdi•‹o, n‹o existe no Brasil, como
regra geral, a Òjurisdi•‹o condicionadaÓ ou Òinst‰ncia administrativa
de curso for•adoÓ. Isso quer dizer que o acesso ao Poder Judici‡rio
independe de processo administrativo prŽvio referente ˆ mesma quest‹o. O
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direito de a•‹o n‹o est‡ condicionado ˆ exist•ncia de procedimento


administrativo anterior; uma vez que seu direito foi violado, o particular pode
recorrer diretamente ao Poder Judici‡rio.

H‡, todavia, algumas exce•›es, nas quais se exige o prŽvio esgotamento da


via administrativa para que, s— ent‹o, o Poder Judici‡rio seja acionado. S‹o
elas:

a) habeas data: um requisito para que seja ajuizado o habeas data Ž


a negativa ou omiss‹o da Administra•‹o Pœblica em rela•‹o a pedido
administrativo de acesso a informa•›es pessoais ou de retifica•‹o de
dados.

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b) controvŽrsias desportivas: o art. 217, ¤ 1¼ , da CF/88, determina


que Òo Poder Judici‡rio s— admitir‡ a•›es relativas ˆ disciplina e ˆs
competi•›es desportivas ap—s esgotarem-se as inst‰ncias da justi•a
desportiva, regulada em lei.Ó

c) reclama•‹o contra o descumprimento de Sœmula Vinculante


pela Administra•‹o Pœblica: o art. 7¼, ¤ 1¼, da Lei n¼ 11.417/2006,
disp›e que Òcontra omiss‹o ou ato da administra•‹o pœblica, o uso da
reclama•‹o s— ser‡ admitido ap—s esgotamento das vias
administrativasÓ. A reclama•‹o Ž a•‹o utilizada para levar ao STF caso
de descumprimento de enunciado de Sœmula Vinculante (art. 103-A,
¤3¼). Segundo o STF, a reclama•‹o est‡ situada no ‰mbito do direito
de peti•‹o (e n‹o no direito de a•‹o); portanto, entende-se que sua
natureza jur’dica n‹o Ž a de um recurso, de uma a•‹o e nem de um
incidente processual.7

d) requerimento judicial de benef’cio previdenci‡rio: antes de


recorrer ao Poder Judici‡rio para que lhe conceda um benef’cio
previdenci‡rio, faz-se necess‡rio o prŽvio requerimento administrativo
ao INSS. Sem o prŽvio requerimento administrativo, n‹o haver‡
interesse de agir do segurado.

O art. 5¼, XXXV, da CF/88, representa verdadeira garantia de acesso ao


Poder Judici‡rio, sendo um fundamento importante do Estado Democr‡tico
de Direito. Todavia, por mais relevante que seja, n‹o se trata de uma garantia
absoluta: o direito de acesso ao Poder Judici‡rio deve ser exercido,
pelos jurisdicionados, por meio das normas processuais que regem a
matŽria, n‹o constituindo-se negativa de presta•‹o jurisdicional e
cerceamento de defesa a inadmiss‹o de recursos quando n‹o observados os
procedimentos estatu’dos na normas instrumentais.8 Com efeito, o art. 5¼,
inciso XXXV n‹o obsta que o legislador estipule regras para o ingresso
do pleito na esfera jurisdicional, desde que obedecidos os princ’pios da
razoabilidade e da proporcionalidade. Quando este fixa formas, prazos e
condi•›es razo‡veis, n‹o ofende a Inafastabilidade da Jurisdi•‹o. 07396517737

Destaque-se que o princ’pio da inafastabilidade de jurisdi•‹o n‹o assegura a


gratuidade universal no acesso aos tribunais, mas sim a garantia de que
o Judici‡rio se prestar‡ ˆ defesa de todo e qualquer direito, ainda que contra
os poderes pœblicos, independentemente das capacidades econ™micas das
partes.

ƒ claro que se o valor da taxa judici‡ria for muito elevado, isso poder‡
representar verdadeiro obst‡culo ao direito de a•‹o. Nesse sentido, entende o
STF que viola a garantia constitucional de acesso ˆ jurisdi•‹o a taxa
                                                        
7
STF, ADI n¼ 2.212/CE. Rel. Min, Ellen Gracie. DJ. 14.11.2003
8
STF, Ag.Rg. n¼ 152.676/PR. Rel. Min. Maur’cio Corr•a. DJ 03.11.1995.
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judici‡ria calculada sem limite sobre o valor da causa (Sœmula STF no


667). Com efeito, h‡ que existir uma equival•ncia entre o valor da taxa
judici‡ria e o custo da presta•‹o jurisdicional; uma taxa judici‡ria calculada
sobre o valor da causa pode resultar em valores muito elevados, na hip—tese
de o valor da causa ser alto. Por isso, Ž razo‡vel que a taxa judici‡ria
tenha um limite; assim, causas de valor muito elevado n‹o resultar‹o em
taxas judici‡rias desproporcionais ao custo da presta•‹o jurisdicional.

A garantia de acesso ao Poder Judici‡rio Ž, como dissemos, um instrumento


importante para a efetiva•‹o do Estado democr‡tico de direito. Dessa forma, o
direito de a•‹o n‹o pode ser obstaculizado de maneira desarrazoada. Seguindo
essa linha de racioc’nio, o STF considerou que ÒŽ inconstitucional a
exig•ncia de dep—sito prŽvio como requisito de admissibilidade de
a•‹o judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crŽdito
tribut‡rioÓ.9 (Sœmula Vinculante no 28). Segundo a Corte, a necessidade do
dep—sito prŽvio limitaria o pr—prio acesso ˆ primeira inst‰ncia, podendo, em
muitos casos, inviabilizar o direito de a•‹o.

Outro ponto importante, relacionado ˆ garantia de acesso ao Poder Judici‡rio,


Ž sobre o duplo grau de jurisdi•‹o. Elucidando o conceito, explica-se que o
duplo grau de jurisdi•‹o Ž um reexame da matŽria decidida em ju’zo, ou seja,
trata-se de uma nova aprecia•‹o jurisdicional (reexame) por um —rg‹o diverso
e de hierarquia superior ˆquele que decidiu em primeira inst‰ncia.

Segundo o STF, o duplo grau de jurisdi•‹o n‹o consubstancia princ’pio


nem garantia constitucional, uma vez que s‹o v‡rias as previs›es, na
pr—pria Lei Fundamental, do julgamento em inst‰ncia œnica ordin‡ria.10 Em
outras palavras, a Constitui•‹o Federal de 1988 n‹o estabelece
obrigatoriedade de duplo grau de jurisdi•‹o.

ƒ de se ressaltar, todavia, que o duplo grau de jurisdi•‹o Ž princ’pio previsto


na Conven•‹o Americana de Direitos Humanos, que Ž um tratado de direitos
humanos com hierarquia supralegal regularmente internalizado no
ordenamento jur’dico brasileiro.11 07396517737

Assim, parece-nos que a interpreta•‹o mais adequada Ž a de que, embora o


duplo grau de jurisdi•‹o exista no ordenamento jur’dico brasileiro (em
raz‹o da incorpora•‹o ao direito domŽstico da Conven•‹o Americana de
Direitos Humanos), n‹o se trata de um princ’pio absoluto, eis que a

                                                        
9
Sœmula Vinculante n¼ 28: ƒ inconstitucional a exig•ncia de dep—sito prŽvio como requisito
de admissibilidade de a•‹o judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crŽdito
tribut‡rio.
10
RHC 79785 RJ; AgRg em Agl 209.954-1/SP, 04.12.1998.
11
O art. 8¼, n¼ 2, al’nea h, da Conven•‹o Americana de Direitos Humanos disp›e que toda
pessoa tem Òo direito de recorrer da senten•a para juiz ou tribunal superiorÓ.
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Constitui•‹o estabelece v‡rias exce•›es a ele.12 Nesse sentido, n‹o cabe


recurso da decis‹o do Senado que julga o Presidente da Repœblica por crime
de responsabilidade; ou, ainda, Ž irrecorr’vel a decis‹o do STF que julga o
Presidente e os parlamentares nas infra•›es penais comuns.

XXXVI - a lei n‹o prejudicar‡ o direito adquirido, o ato jur’dico perfeito e a


coisa julgada;

O direito adquirido, o ato jur’dico perfeito e a coisa julgada s‹o institutos que
surgiram como instrumentos de seguran•a jur’dica, impedindo que as leis
retroagissem para prejudicar situa•›es jur’dicas consolidadas. Eles
representam, portanto, a garantia da irretroatividade das leis, que, todavia,
n‹o Ž absoluta.

O Estado n‹o Ž impedido de criar leis retroativas; estas ser‹o permitidas,


mas apenas se beneficiarem os indiv’duos, impondo-lhes situa•‹o mais
favor‡vel do que a que existia sob a vig•ncia da lei anterior. Segundo o STF,
Òo princ’pio insculpido no inciso XXXVI do art. 5¼ da Constitui•‹o n‹o impede a
edi•‹o, pelo Estado, de norma retroativa (lei ou decreto), em benef’cio do
particularÓ. 13

A Sœmula STF n¼ 654 disp›e o seguinte:

ÒA garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5¼,


XXXVI, da Constitui•‹o da Repœblica, n‹o Ž invoc‡vel pela
entidade estatal que a tenha editado.Ó

Vamos ˆs explica•›es... Suponha que a Uni‹o tenha editado


uma lei retroativa concedendo um tratamento mais
favor‡vel aos servidores pœblicos do que o estabelecido pela
lei anterior. Por ser benigna, a lei retroativa pode, sim, ser
aplicada mesmo face ao direito adquirido.

Agora vem a pergunta: poder‡ a Uni‹o (que editou a lei


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retroativa) se arrepender do benef’cio que concedeu aos seus


servidores e alegar em ju’zo que a lei n‹o Ž aplic‡vel em
raz‹o do princ’pio da irretroatividade das leis?

N‹o poder‡, pois a garantia da irretroatividade da lei n‹o Ž


invoc‡vel pela entidade estatal que a tenha editado.

Vamos, agora, entender os conceitos de direito adquirido, ato jur’dico perfeito


e coisa julgada.

                                                        
12
STF, 2» Turma, AI 601832 AgR/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe 02.04.2009.
13
STF, 3» Turma, RExtr, n¼ 184.099/DF, Rel. Min. Oct‡vio Gallotti, RTJ 165/327.
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a) Direito adquirido Ž aquele que j‡ se incorporou ao patrim™nio


do particular, uma vez que j‡ foram cumpridos todos os requisitos
aquisitivos exigidos pela lei ent‹o vigente. ƒ o que ocorre se voc•
cumprir todos os requisitos para se aposentar sob a vig•ncia de uma lei
X. Depois de cumpridas as condi•›es de aposentadoria, mesmo que
seja criada lei Y com requisitos mais gravosos, voc• ter‡ direito
adquirido a se aposentar.

O direito adquirido difere da Òexpectativa de direitoÓ, que n‹o Ž


alcan•ada pela prote•‹o do art. 5¼, inciso XXXVI. Suponha que a lei
atual, ao dispor sobre os requisitos para aposentadoria, lhe garanta o
direito de se aposentar daqui a 5 anos. Hoje, voc• ainda n‹o cumpre os
requisitos necess‡rios para se aposentar; no entanto, daqui a 5 anos os
ter‡ todos reunidos. Caso amanh‹ seja editada uma nova lei, que
imponha requisitos mais dif’ceis para a aposentadoria, fazendo com que
voc• s— possa se aposentar daqui a 10 anos, ela n‹o estar‡ ferindo seu
direito. Veja: voc• ainda n‹o tinha direito adquirido ˆ
aposentadoria (ainda n‹o havia cumprido os requisitos necess‡rios
para tanto), mas mera expectativa de direito.

b) Ato jur’dico perfeito Ž aquele que reœne todos os elementos


constitutivos exigidos pela lei 14; Ž o ato j‡ consumado pela lei vigente
ao tempo em que se efetuou.15 Tome-se como exemplo um contrato
celebrado hoje, na vig•ncia de uma lei X.

c) Coisa julgada compreende a decis‹o judicial da qual n‹o cabe mais


recurso.

ƒ importante destacar que, no art. 5¼, inciso XXXV, o voc‡bulo ÒleiÓ est‡
empregado em seus sentidos formal (fruto do Poder Legislativo) e material
(qualquer norma jur’dica). Portanto, inclui emendas constitucionais, leis
ordin‡rias, leis complementares, resolu•›es, decretos legislativos e v‡rias
outras modalidades normativas. Nesse sentido, tem-se o entendimento do STF
de que a veda•‹o constante do inciso XXXVI se refere ao direito/lei, 07396517737

compreendendo qualquer ato da ordem normativa constante do art. 59


da Constitui•‹o.16

TambŽm Ž importante ressaltar que, segundo o STF, o princ’pio do direito


adquirido se aplica a todo e qualquer ato normativo infraconstitucional,

                                                        
14
  MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 241.  
15
 Cf. art. 6¼, ¤1¼, da LINDB.
16
STF, ADI 3.105-8/DF, 18.08.2004. 
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sem qualquer distin•‹o entre lei de direito pœblico ou de direito privado, ou


entre lei de ordem pœblica e lei dispositiva. 17

H‡, todavia, certas situa•›es nas quais n‹o cabe invocar direito adquirido.
Assim, n‹o existe direito adquirido frente a:

a) Normas constitucionais origin‡rias. As normas que ÒnasceramÓ com a


CF/88 podem revogar qualquer direito anterior, atŽ mesmo o direito
adquirido.

b) Mudan•a do padr‹o da moeda.

c) Cria•‹o ou aumento de tributos.

d) Mudan•a de regime estatut‡rio.


ADQUIRIDO CONTRA

NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS
NÃO HÁ DIREITO 

MUDANÇA DO PADRÃO DA MOEDA

CRIAÇÃO OU AUMENTO DE TRIBUTOS

MUDANÇA DE REGIME ESTATUTÁRIO

XXXVII - n‹o haver‡ ju’zo ou tribunal de exce•‹o;

...

LIII - ninguŽm ser‡ processado nem sentenciado sen‹o pela autoridade


competente; 07396517737

Contrariando um pouco a ordem em que est‹o dispostos na Constitui•‹o,


analisaremos esses dois incisos em conjunto. Isso porque ambos traduzem o
princ’pio do Òju’zo naturalÓ ou do Òjuiz naturalÓ. Esse postulado garante
ao indiv’duo que suas a•›es no Poder Judici‡rio ser‹o apreciadas por um juiz
imparcial, o que Ž uma garantia indispens‡vel ˆ administra•‹o da Justi•a em
um Estado democr‡tico de direito.

O princ’pio do juiz natural impede a cria•‹o de ju’zos de exce•‹o ou Òad


hocÓ, criados de maneira arbitr‡ria, ap—s o acontecimento de um fato. Na

                                                        
17
RE 204967 RS, DJ 14-03-1997. 
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hist—ria da humanidade, podemos apontar como exemplos de tribunais de


exce•‹o o Tribunal de Nuremberg e o Tribunal de T—quio, institu’dos ap—s a
Segunda Guerra Mundial; esses tribunais foram criados pelos ÒvencedoresÓ (da
guerra) para julgar os ÒvencidosÓ e, por isso, s‹o t‹o duramente criticados.

O princ’pio do juiz natural deve ser interpretado de forma ampla. Ele n‹o
deve ser encarado apenas como uma veda•‹o ˆ cria•‹o de Tribunais ou
ju’zos de exce•‹o; alŽm disso, decorre desse princ’pio a obriga•‹o de respeito
absoluto ˆs regras objetivas de determina•‹o de compet•ncia, para que
n‹o seja afetada a independ•ncia e a imparcialidade do —rg‹o julgador.18
Todos os ju’zes e —rg‹os julgadores, em consequ•ncia, t•m sua compet•ncia
prevista constitucionalmente, de modo a assegurar a seguran•a jur’dica.

ƒ importante que voc• saiba que o STF entende que esse princ’pio n‹o se
limita aos —rg‹os e ju’zes do Poder Judici‡rio. Segundo o Pret—rio
Excelso, ele alcan•a, tambŽm, os demais julgadores previstos pela
Constitui•‹o, como o Senado Federal, por exemplo. AlŽm disso, por sua
natureza, o princ’pio do juiz natural alcan•a a todos: brasileiros e
estrangeiros, pessoas f’sicas e pessoas jur’dicas. Em um Estado democr‡tico
de direito, todos t•m, afinal, o direito a um julgamento imparcial, neutro.

XXXVIII - Ž reconhecida a institui•‹o do jœri, com a organiza•‹o que lhe der


a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das vota•›es;
c) a soberania dos veredictos;
d) a compet•ncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

Esse inciso deve ser memorizado. Geralmente Ž cobrado em sua literalidade!


Decore cada uma dessas Òal’neasÓ!

O tribunal do jœri Ž um tribunal popular, composto por um juiz togado, que o


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preside, e vinte e cinco jurados, escolhidos dentre cidad‹os do Munic’pio (Lei


no 11.689/08) e entre todas as classes sociais. Segundo a doutrina, Ž visto
como uma prerrogativa do cidad‹o, que dever‡ ser julgado pelos seus
semelhantes.19

O tribunal do jœri possui compet•ncia para julgamento de crimes dolosos


contra a vida. Crime doloso Ž aquele em que o agente (quem pratica o crime)

                                                        
18
  MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 245 Ð 246.  
19
  MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 249-254.  
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prev• o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, pratica a a•‹o,


produzindo o resultado. Exemplo: o marido descobre que a mulher o est‡
traindo e, intencionalmente, atira nela e no amante, causando a morte dos
dois. Trata-se de homic’dio doloso, que Ž, sem dœvida, um crime doloso contra
a vida; o julgamento ser‡, portanto, da compet•ncia do tribunal do jœri.

Sobre a compet•ncia do tribunal do jœri, destacamos, a seguir algumas


jurisprud•ncias que podem ser cobradas em prova:

1) A compet•ncia constitucional do Tribunal do Jœri (art.


5¼, XXXVIII) n‹o pode ser afastada por lei estadual,
nem usurpada por vara criminal especializada, sendo
vedada, ainda, a altera•‹o da forma de sua composi•‹o,
que deve ser definida em lei nacional. 20

No caso, o STF apreciou lei estadual que criava vara


especializada para processar e julgar crimes praticados por
organiza•›es criminosas. Essa vara especializada julgaria,
inclusive, os crimes dolosos contra a vida. Dessa forma,
por invadir a compet•ncia do tribunal do jœri, foi
considerada inconstitucional.

2) A compet•ncia para o processo e julgamento de


latroc’nio Ž do juiz singular, e n‹o do Tribunal do Jœri
(Sœmula STF n¼ 603).

O latroc’nio Ž um crime complexo, no qual est‹o presentes


duas condutas: o roubo e o homic’dio. Em outras palavras,
o latroc’nio Ž um roubo qualificado pela morte da v’tima. ƒ
considerado pela doutrina como um Òcrime contra o
patrim™nioÓ (e n‹o como Òcrime contra a vidaÓ), ficando,
por isso, afastada a compet•ncia do tribunal do jœri.

A compet•ncia do tribunal do jœri para julgar os crimes dolosos contra a vida


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n‹o Ž absoluta. Isso porque n‹o alcan•a os detentores de foro especial


por prerrogativa de fun•‹o previsto na Constitui•‹o Federal. ƒ o caso,
por exemplo, do Presidente da Repœblica e dos membros do Congresso
Nacional, que ser‹o julgados pelo STF quando praticarem crimes comuns,
ainda que dolosos contra a vida. Em outras palavras, o foro por prerrogativa
de fun•‹o prevalece sobre a compet•ncia do tribunal do jœri, desde que esse
foro especial decorra diretamente da Constitui•‹o Federal.

                                                        
20
STF, ADI n¼ 4414/AL, Rel. Min. Luiz Fux, Decis‹o 31.05.2012
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A pergunta que se faz diante dessa œltima afirma•‹o Ž a seguinte: e quando o


foro especial n‹o decorrer de previs‹o da Constitui•‹o Federal, mas sim da
Constitui•‹o Estadual?

Para responder a esse questionamento, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼


45, que assim disp›e: ÒA compet•ncia constitucional do Tribunal do Jœri
prevalece sobre o foro por prerrogativa de fun•‹o estabelecido
exclusivamente pela Constitui•‹o estadualÓ.

J‡ decidiu o STF, com base nesse entendimento, que procuradores


estaduais e defensores pœblicos estaduais que possuam foro por
prerrogativa de fun•‹o derivado de Constitui•‹o Estadual ser‹o julgados pelo
tribunal do jœri se cometerem crimes dolosos contra a vida. Isso se explica
pelo fato de que a compet•ncia do tribunal do jœri prevalecer‡ sobre foro por
prerrogativa de fun•‹o estabelecido exclusivamente pela Constitui•‹o Estadual
(como Ž o caso dos defensores pœblicos e procuradores pœblicos estaduais). O
mesmo se aplica a vereadores que, caso cometam crimes dolosos contra a
vida, ser‹o julgados pelo tribunal do jœri. 21

A Constitui•‹o Federal estabelece, ainda, tr•s importantes princ’pios para o


tribunal do jœri: i) a plenitude de defesa; ii) a soberania dos veredictos; e iii)
o sigilo das vota•›es.

A plenitude de defesa Ž uma variante do princ’pio da ampla defesa e do


contradit—rio (art. 5¼, LV), que permite ao acusado apresentar defesa contra
aquilo que lhe Ž imputado. Sua concretiza•‹o pressup›e que os argumentos do
rŽu tenham a mesma import‰ncia, no julgamento, que os do autor. Em
consequ•ncia, n‹o devem existir prioridades na rela•‹o processual e deve o
rŽu ter a possibilidade de usar todos os instrumentos processuais na sua
defesa. TambŽm decorre da plenitude de defesa o fato de que os jurados s‹o
das diferentes classes sociais.

Segundo o STF, Òimplica preju’zo ˆ defesa a manuten•‹o do rŽu algemado na


sess‹o de julgamento do Tribunal do Jœri, resultando o fato na insubsist•ncia
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do veredicto condenat—rioÓ.22

No que se refere ˆ soberania dos veredictos, tambŽm assegurada ao


tribunal do jœri pela Carta Magna, destaca-se que esta tem a finalidade de
evitar que a decis‹o dos jurados seja modificada ou suprimida por decis‹o
judicial. Entretanto, n‹o se trata de um princ’pio absoluto, sendo poss’vel
a sua relativiza•‹o. A soberania dos veredictos n‹o confere ao tribunal do jœri
o exerc’cio de um poder incontrast‡vel e ilimitado. 23

                                                        
21
STF, HC n¼ 80.477/PI, Rel. Min. NŽri da Silveira. Decis‹o 31.10.2000
22
 STF, HC n¼ 91.952, Rel. Min. Marco AurŽlio. Decis‹o 19.12.2008.
23
STF, HC n¼ 70.193-1/RS, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 06.11.2006.
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ƒ poss’vel, sim, que existam recursos das decis›es do tribunal do jœri;


nesse sentido, Ž poss’vel haver a revis‹o criminal ou mesmo o retorno dos
autos ao jœri, para novo julgamento.24 Segundo o STF, a soberania dos
veredictos do tribunal do jœri n‹o exclui a recorribilidade de suas decis›es,
quando manifestamente contr‡rias ˆ prova dos autos.25 Assim, nesse
caso, ser‡ cab’vel apela•‹o contra decis›es do tribunal do jœri.

Por fim, cabe destacar que o STF entende que a compet•ncia do Tribunal do
Jœri, fixada no art. 5O, XXXVIII, ÒdÓ, da CF/88, quanto ao julgamento de crimes
dolosos contra a vida Ž pass’vel de amplia•‹o pelo legislador ordin‡rio.26
Isso significa que pode a lei determinar o julgamento de outros crimes pelo
tribunal do jœri.

(MPE-RS Ð 2014) Lei ordin‡ria que amplie a compet•ncia do


Tribunal do Jœri n‹o ofende o art. 5¼, XXXVIII, letra ÒdÓ, nem
a cl‡usula pŽtrea do ¤ 4¼ do art. 60, ambos da Constitui•‹o
Federal.

Coment‡rios:

Segundo o STF, Ž poss’vel que lei ordin‡ria amplie a


compet•ncia do tribunal do jœri, ou seja, n‹o h‡ qualquer
ofensa ˆ CF/88. Quest‹o correta.

XXXIX - n‹o h‡ crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prŽvia
comina•‹o legal;

O art. 5¼, inciso XXXIX, da CF/88, estabelece um importante princ’pio


constitucional do direito penal: o princ’pio da legalidade. Segundo o Prof.
Cezar Roberto Bitencourt, Òpelo princ’pio da legalidade, a elabora•‹o de
normas incriminadoras Ž fun•‹o exclusiva da lei, isto Ž, nenhum fato pode ser
considerado crime e nenhuma penalidade criminal pode ser aplicada sem que 07396517737

antes da ocorr•ncia deste fato exista uma lei definindo-o como crime e
cominando-lhe a san•‹o correspondenteÓ.

O princ’pio da legalidade se desdobra em dois outros princ’pios: o princ’pio


da reserva legal e o princ’pio da anterioridade da lei penal.

O princ’pio da reserva legal determina que somente lei em sentido estrito


(lei formal, editada pelo Poder Legislativo) poder‡ definir crime e cominar
penas. Nem mesmo medida provis—ria poder‡ definir um crime e cominar
                                                        
24
 STF, HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000.
25
 STF,  HC 70.742-4/ RJ, Rel. Min. Carlos Velloso. DJ 30.06.2000. 
26
HC 101542 SP, DJe-096, 28-05-2010. 
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penas, eis que essa espŽcie normativa n‹o pode tratar de direito penal (art.62,
¤ 1¼, I, ÒbÓ).

A exig•ncia de que lei formal defina o que Ž crime e comine suas penas traz a
garantia de se considerarem crime condutas aceitas pela sociedade como tais e
de que essas condutas sejam punidas da maneira considerada justa por ela.
Com isso, quem define o que Ž crime e as respectivas penas Ž o povo, por
meio de seus representantes no Poder Legislativo.

J‡ pensou se, por exemplo, o Presidente da Repœblica pudesse definir o que Ž


crime por medida provis—ria? Ou atŽ mesmo dobrar a pena de determinado
il’cito por tal ato normativo? Ter’amos uma ditadura, n‹o? ƒ por isso que o
inciso XXXIX do art. 5o da CF/88 Ž t‹o importante!

As normas penais em branco s‹o aquelas que tipificam a


conduta criminosa, mas que dependem de
complementa•‹o em outra norma. Um exemplo de
norma penal em branco Ž o crime de contrabando, que
consiste em Òimportar ou exportar mercadoria proibidaÓ
(art. 334-A, C—digo Penal)

A defini•‹o do crime de contrabando depende de uma


complementa•‹o, uma vez que o C—digo Penal n‹o
define quais s‹o as mercadorias proibidas. ƒ a legisla•‹o
extrapenal que o far‡. Assim, o crime de contrabando Ž
uma norma penal em branco.

Para o estudo do Direito Constitucional, interessa-nos


saber que a doutrina majorit‡ria considera que as
normas penais em branco n‹o violam o princ’pio da
reserva legal.

O princ’pio da anterioridade da lei penal, por sua vez, exige que a lei
esteja em vigor no momento da pr‡tica da infra•‹o para que o crime exista.
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Em outras palavras, exige-se lei anterior para que uma conduta possa ser
considerada como crime.

Esse princ’pio confere seguran•a jur’dica ˆs rela•›es sociais, ao


determinar que um fato s— ser‡ considerado crime se for cometido ap—s a
entrada em vigor da lei incriminadora. Quer um exemplo? Se amanh‹ for
editada uma lei que considere crime beijar o namorado (ou namorada) no
cinema, nenhum de n—s ser‡ preso. S— poder‡ ser considerado culpado quem
o fizer ap—s a entrada em vigor da lei. Aproveitemos, ent‹o, a liberdade de
namorar, antes que tal lei seja editada! Mas n‹o agora, Ž hora de estudar
Direito Constitucional...

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Do princ’pio da anterioridade da lei penal, deriva a irretroatividade da lei penal,


que est‡ previsto no art. 5¼, XL, que estudaremos a seguir.

XL - a lei penal n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar o rŽu;

Retroagir significa Òvoltar para tr‡sÓ, Òatingir o passadoÓ. Portanto, diz-se que
retroatividade Ž a capacidade de atingir atos pretŽritos; por sua vez,
irretroatividade Ž a impossibilidade de atingi-los.

ƒ comum, tambŽm, em textos jur’dicos, encontrarmos as express›es Òex tuncÓ


e Òex nuncÓ. ÒEx tuncÓ Ž aquilo que tem retroatividade; Òex nuncÓ Ž o que Ž
irretroativo. Lembre-se de que quando voc• diz que ÒNUNCaÓ mais far‡
alguma coisa, esse desejo s— valer‡ daquele instante para frente, n‹o Ž
mesmo? Sinal de que fez algo no passado de que se arrepende, mas que n‹o
pode mudar. J‡ o T de TUNC pode faz•-lo lembrar de uma m‡quina do TEMPO,
atingindo tudo o que ficou para TRçS...

EX TUNC = MÁQUINA DO 
TEMPO, ATINGE O QUE 
FICOU PARA TRÁS
EX NUNC = NUNCA MAIS, A 
PARTIR DE AGORA

Depois dessa ÒviagemÓ, voltemos ao inciso XL. Ele traz o princ’pio da


irretroatividade da lei penal, que, conforme j‡ comentamos, deriva do
princ’pio da anterioridade da lei penal. Uma conduta somente ser‡
caracterizada como crime se, no momento da sua ocorr•ncia, j‡ existia lei
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em vigor que a definia como tal.

Portanto, em regra, a lei penal n‹o atinge o passado. Imagine que hoje voc•
beba uma garrafa de vodka no bar, conduta l’cita e n‹o tipificada como crime.
No entanto, daqui a uma semana, Ž editada uma nova lei que estabelece que
Òbeber vodkaÓ ser‡ considerado crime. Pergunta-se: voc• poder‡ ser
penalizado por essa conduta? ƒ claro que n‹o, uma vez que a lei penal, em
regra, n‹o atinge fatos pretŽritos.

Todavia, Ž importante termos em mente que a lei penal poder‡, em certos


casos, retroagir. ƒ o que se chama de retroatividade da lei penal benigna:

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a lei penal poder‡ retroagir, desde que para beneficiar o rŽu. Dizendo de outra
forma, a Ònovatio legis in melliusÓ retroagir‡ para beneficiar o rŽu.

H‡ um tipo especial de Ònovatio legis in melliusÓ, que Ž a conhecida Òabolitio


criminisÓ, assim considerada a lei que deixa de considerar como crime
conduta que, antes, era tipificada como tal. Um exemplo seria a edi•‹o de uma
lei que descriminalizasse o aborto. A Òabolitio criminisÓ, por ser benŽfica ao
rŽu, ir‡ retroagir, alcan•ando fatos pretŽritos e evitando a puni•‹o de
pessoas que tenham cometido a conduta antes considerada criminosa.

A lei penal favor‡vel ao rŽu, portanto, sempre retroagir‡ para benefici‡-lo,


mesmo que tenha ocorrido tr‰nsito em julgado de sua condena•‹o. Por outro
lado, a lei penal mais gravosa ao indiv’duo (que aumenta a penalidade, ou
passa a considerar determinado fato como crime) s— alcan•ar‡ fatos
praticados ap—s sua vig•ncia. ƒ a irretroatividade da lei penal mais
grave: a Ònovatio legis in pejusÓ n‹o retroage.

No que diz respeito ˆ retroatividade da lei penal mais benigna, entende o


Supremo que n‹o Ž poss’vel a combina•‹o de leis no tempo, pois caso se
agisse dessa forma, estaria sendo criada uma terceira lei (Òlex tertiaÓ). De
acordo com o Pret—rio Excelso, extrair alguns dispositivos, de forma isolada, de
um diploma legal, e outro dispositivo de outro diploma legal implica alterar por
completo o seu esp’rito normativo, criando um conteœdo diverso do
previamente estabelecido pelo legislador27.

XLI - a lei punir‡ qualquer discrimina•‹o atentat—ria dos direitos e liberdades


fundamentais.

XLII - a pr‡tica do racismo constitui crime inafian•‡vel e imprescrit’vel,


sujeito ˆ pena de reclus‹o, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerar‡ crimes inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou


anistia a pr‡tica da tortura, o tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 07396517737

mandantes, os executores e os que, podendo evit‡-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafian•‡vel e imprescrit’vel a a•‹o de grupos armados,


civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democr‡tico;

Em todos esses dispositivos, Ž poss’vel perceber que o legislador constituinte


n‹o buscou outorgar direitos individuais, mas sim estabelecer normas que
determinam a criminaliza•‹o de certas condutas. 28 ƒ o que a doutrina
denomina Òmandados de criminaliza•‹oÓ, que caracterizam-se por serem
                                                        
27
HC 98766 MG, DJe-040, 04-03-2010.
28
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6» edi•‹o. Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538
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normas direcionadas ao legislador, o qual se v• limitado em sua liberdade


de atua•‹o.

Segundo o Prof. Gilmar Mendes, os mandados de criminaliza•‹o estabelecidos


por esses dispositivos traduzem outra dimens‹o dos direitos
fundamentais: a de que o Estado n‹o deve apenas observar as investidas do
Poder Pœblico, mas tambŽm garantir os direitos fundamentais contra
agress‹o propiciada por terceiros.29

O inciso XLI estabelece que Òa lei punir‡ qualquer discrimina•‹o atentat—ria


dos direitos e liberdades fundamentaisÓ. Como Ž poss’vel observar, trata-se de
norma de efic‡cia limitada, dependente, portanto, de complementa•‹o
legislativa. Evidencia um mandato de criminaliza•‹o que busca efetivar a
prote•‹o dos direitos fundamentais.

O inciso XLII, por sua vez, estabelece que Òa pr‡tica do racismo constitui
crime inafian•‡vel e imprescrit’vel, sujeito ˆ pena de reclus‹o, nos termos da
leiÓ. ƒ claro que h‡ muito a ser falado sobre o racismo; no entanto, h‡ dois
pontos que s‹o muito cobrados em prova:

a) O racismo Ž crime inafian•‡vel e imprescrit’vel.

Imprescrit’vel Ž aquilo que n‹o sofre prescri•‹o. A prescri•‹o Ž a


extin•‹o de um direito que se d‡ ap—s um prazo, devido ˆ inŽrcia do
titular do direito em proteg•-lo. No caso, ao dizer que o racismo Ž
imprescrit’vel, o inciso XLII determina que este n‹o deixar‡ de ser
punido mesmo com o decurso de longo tempo desde sua pr‡tica e com
a inŽrcia (omiss‹o) do titular da a•‹o durante todo esse per’odo.

Inafian•‡vel Ž o crime que n‹o admite o pagamento de fian•a


(montante em dinheiro) para que o preso seja solto.

b) O racismo Ž pun’vel com a pena de reclus‹o. As bancas


examinadoras v‹o tentar te confundir e dizer que o racismo Ž pun’vel
07396517737

com deten•‹o. N‹o Ž! O racismo Ž pun’vel com reclus‹o, que Ž uma


pena mais gravosa do que a deten•‹o.

Apenas para que voc• n‹o fique viajando, qual a diferen•a entre a pena
de reclus‹o e a pena de deten•‹o? A diferen•a entre elas est‡ no
regime de cumprimento de pena: na reclus‹o, inicia-se o cumprimento
da pena em regime fechado, semiaberto ou aberto; na deten•‹o, o
cumprimento da pena inicia-se em regime semiaberto ou aberto.

                                                        
29
  MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6» edi•‹o. Editora Saraiva, 2011, pp. 534-538.
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O STF j‡ teve a oportunidade de apreciar o alcance da express‹o


ÒracismoÓ. No caso concreto, bastante famoso por sinal, Siegfried Ellwanger,
escritor e dono de livraria, havia sido condenado por ter escrito, editado e
comercializado livros de conteœdo antissemita, fazendo apologia de ideias
discriminat—rias contra os judeus. A quest‹o que se impunha ao STF
decidir era a seguinte: a discrimina•‹o contra os judeus seria ou n‹o crime de
racismo?

O STF decidiu que a discrimina•‹o contra os judeus Ž, sim, considerada


racismo e, portanto, trata-se de crime imprescrit’vel. Dessa forma,
Òescrever, editar, divulgar e comerciar livros Ôfazendo apologia de ideias
preconceituosas e discriminat—riasÕ contra a comunidade judaica (Lei
7.716/1989, art. 20, na reda•‹o dada pela Lei 8.081/1990) constitui crime de
racismo sujeito ˆs cl‡usulas de inafian•abilidade e imprescritibilidade (CF, art.
5¼, XLII).Ó30

Finalizando o coment‡rio desse inciso, vale a pena mencionar o


posicionamento do STF nesse mesmo julgamento, dispondo que Òo preceito
fundamental de liberdade de express‹o n‹o consagra o direito ˆ
incita•‹o ao racismo, dado que um direito individual n‹o pode constituir-se
em salvaguarda de condutas il’citas, como sucede com os delitos contra a
honra. (...) A aus•ncia de prescri•‹o nos crimes de racismo justifica-se como
alerta grave para as gera•›es de hoje e de amanh‹, para que se impe•a a
reinstaura•‹o de velhos e ultrapassados conceitos que a consci•ncia jur’dica e
hist—rica n‹o mais admitem.Ó31

O inciso XLIII, a seu turno, disp›e sobre alguns crimes que s‹o
inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou anistia. Bastante aten•‹o, pois a
banca examinadora tentar‡ te confundir dizendo que esses crimes s‹o
imprescrit’veis. N‹o s‹o!

Qual o macete para n‹o confundir? Simples, guarde a frase mnem™nica


seguinte:
07396517737

3T + hediondos não têm graça!

3 T? Sim, Tortura, Tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins e


Terrorismo. Esses crimes, assim como os hediondos, s‹o insuscet’veis de

                                                        
30
STF, Pleno, HC 82.424-2/RS, Rel. origin‡rio Min. Moreira Alves, rel. p/ ac—rd‹o Min. Maur’cio
Corr•a, Di‡rio da Justi•a, Se•‹o I, 19.03.2004, p. 17.
31
STF, Pleno, HC 82.424-2/RS, Rel. origin‡rio Min. Moreira Alves, rel. p/ ac—rd‹o Min. Maur’cio
Corr•a, Di‡rio da Justi•a, Se•‹o I, 19.03.2004, p. 17. 
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gra•a ou anistia. Isso significa que n‹o podem ser perdoados pelo Presidente
da Repœblica, nem ter suas penas modificadas para outras mais benignas.
AlŽm disso, assim como o crime de racismo e a a•‹o de grupos armados
contra o Estado democr‡tico, s‹o inafian•‡veis.

O inciso XLIV trata ainda de mais um crime: a a•‹o de grupos armados,


civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democr‡tico. Esse
crime, assim como o racismo, ser‡ inafian•‡vel e imprescrit’vel.

Para que voc• n‹o erre esses detalhes na prova, fizemos o esquema abaixo!
S— uma observa•‹o para facilitar: perceba que todos os crimes dos quais
falamos s‹o inafian•‡veis; a diferen•a mesmo est‡ em saber que o Ò3TH n‹o
tem gra•aÓ! 

IMPRESCRITÍVEIS INAFIANÇÁVEIS INSUSCETÍVEIS DE 


GRAÇA OU ANISTIA
• RACISMO • RACISMO
• AÇÃO DE GRUPOS  • 3T • 3T
ARMADOS, CIVIS OU  • HEDIONDOS • HEDIONDOS
MILITARES, CONTRA A  • AÇÃO DE GRUPOS 
ORDEM  ARMADOS, CIVIS OU 
CONSTITUCIONAL E O  MILITARES, CONTRA A 
ESTADO  ORDEM 
DEMOCRÁTICO CONSTITUCIONAL E O 
ESTADO 
DEMOCRÁTICO

07396517737

(TJ Ð MG Ð 2015) A tortura e a a•‹o de grupos armados


contra ordem constitucional s‹o crimes inafian•‡veis e
imprescrit’veis.

Coment‡rios:

A tortura Ž um crime inafian•‡vel e insuscet’vel de gra•a ou


anistia. A CF/88 n‹o determina que a tortura seja
imprescrit’vel. Quest‹o errada.

(Pol’cia Civil / CE Ð 2015) A pr‡tica do racismo constitui


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crime inafian•‡vel e imprescrit’vel, sujeito ˆ pena de deten•‹o.

Coment‡rios:

A pr‡tica do racismo est‡ sujeita ˆ pena de reclus‹o.


Quest‹o errada.

XLV - nenhuma pena passar‡ da pessoa do condenado, podendo a obriga•‹o


de reparar o dano e a decreta•‹o do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, atŽ o limite do valor
do patrim™nio transferido;

Esse dispositivo consagra o princ’pio da intranscend•ncia das penas,


tambŽm denominado pela doutrina de princ’pio da intransmissibilidade das
penas ou, ainda, personaliza•‹o da pena.32 A Constitui•‹o garante, por
meio dessa norma, que a pena n‹o passar‡ da pessoa do condenado; em
outras palavras, ninguŽm sofrer‡ os efeitos penais da condena•‹o de outra
pessoa.

Suponha que Jo‹o, pai de Lœcia e Felipe, seja condenado a 5 anos de reclus‹o
em virtude da pr‡tica de um crime. Ap—s 2 meses na ÒcadeiaÓ, Jo‹o vem a
falecer. Devido ˆ intranscend•ncia das penas, ficar‡ extinta a punibilidade.
Lœcia e Felipe n‹o sofrer‹o quaisquer efeitos penais da condena•‹o de Jo‹o.

No que diz respeito ˆ obriga•‹o de reparar o dano e ˆ decreta•‹o do


perdimento de bens, a l—gica Ž um pouco diferente, ainda que possamos
afirmar que o princ’pio da intranscend•ncia das penas se aplica a essas
situa•›es.

Suponha que Jo‹o morre deixando uma d’vida de R$ 1.500.000,00 (obriga•‹o


de reparar dano). Ao mesmo tempo, deixa um patrim™nio de R$ 900.000,00 07396517737

para seus sucessores (Lœcia e Felipe). A obriga•‹o de reparar o dano ir‡ se


estender a Lœcia e Felipe, mas apenas atŽ o limite do patrim™nio
transferido. Em outras palavras, o patrim™nio pessoal de Lœcia e Felipe n‹o
ser‡ afetado; ser‡ utilizado para o pagamento da d’vida o patrim™nio
transferido (R$ 900.000,00). O restante da d’vida ÒmorreÓ junto com Jo‹o.

Assim, a obriga•‹o de reparar o dano e a decreta•‹o do perdimento de


bens podem ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra
eles executadas, mas apenas atŽ o limite do valor do patrim™nio transferido.

                                                        
32
Outra nomenclatura utilizada pela doutrina Ž princ’pio da incontagiabilidade da pena.
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XLVI - a lei regular‡ a individualiza•‹o da pena e adotar‡, entre outras, as


seguintes:
a) priva•‹o ou restri•‹o da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) presta•‹o social alternativa;
e) suspens‹o ou interdi•‹o de direitos;

O inciso XLVI prev• o princ’pio da individualiza•‹o da pena, que determina


que a aplica•‹o da pena deve ajustar-se ˆ situa•‹o de cada imputado, levando
em considera•‹o o grau de reprovabilidade (censurabilidade) de sua
conduta e as caracter’sticas pessoais do infrator. Trata-se de princ’pio que
busca fazer com que a pena cumpra sua dupla finalidade: preven•‹o e
repress‹o.33

A Constitui•‹o Federal prev• um rol n‹o-exaustivo de penas que podem ser


adotadas pelo legislador. S‹o elas: i) a priva•‹o ou restri•‹o de liberdade; ii)
a perda de bens; iii) multa; iv) presta•‹o social alternativa; e v) suspens‹o
ou interdi•‹o de direitos. Como se trata de um rol meramente exemplificativo,
poder‡ a lei criar novos tipos de penalidade, desde que estas n‹o estejam
entre aquelas vedadas pelo art. 5¼, XLVII, da CF/88, que estudaremos na
sequ•ncia.

Ressaltamos mais uma vez que, ao estabelecer que Òa lei regular‡ a


individualiza•‹o da penaÓ, o constituinte determinou que a lei penal dever‡
considerar as caracter’sticas pessoais do infrator. Dentre essas, podemos
citar os antecedentes criminais, o fato de ser rŽu prim‡rio, etc.

Nesse sentido, o STF considerou inconstitucional, por afronta ao princ’pio


da individualiza•‹o da pena, a veda•‹o absoluta ˆ progress‹o de regime
trazida pela Lei 8.072/1990, que trata dos crimes hediondos.34 A referida lei
07396517737

estabelecia que a pena pelos crimes nela previstos seria integralmente


cumprida em regime fechado, sendo vedada, assim, a progress‹o de regime.
Entendeu a Corte que, ao n‹o permitir que se considerem as particularidades
de cada pessoa, sua capacidade de reintegra•‹o social e esfor•os de
ressocializa•‹o, o dispositivo torna in—cua a garantia constitucional e, portanto,
Ž inv‡lido (inconstitucional).

Com base nesse entendimento, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼ 26:

                                                        
33
  MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 274-275.  
34
STF, HC n¼ 82.959/SP. Rel. Min. Marco AurŽlio. Decis‹o 23.02.2006.
                                                               www.estrategiaconcursos.com.br                                     24 de 
 
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ÒPara efeito de progress‹o de regime no cumprimento de pena por


crime hediondo, ou equiparado, o ju’zo da execu•‹o observar‡ a
inconstitucionalidade do art. 2¼ da Lei n¼ 8.072, de 25 de julho de
1990, sem preju’zo da avaliar se o condenado preenche, ou n‹o, os
requisitos objetivos e subjetivos do benef’cio, podendo determinar, para
tal fim, de modo fundamentado, a realiza•‹o de exame criminol—gico.Ó

XLVII - n‹o haver‡ penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de car‡ter perpŽtuo;
c) de trabalhos for•ados;
d) de banimento;
e) cruŽis;

O art. 5¼, XLVII, estabeleceu um rol exaustivo de penas inaplic‡veis no


ordenamento jur’dico brasileiro. Trata-se de verdadeira garantia de
humanidade atribu’da aos sentenciados, impedindo que lhes sejam
aplicadas penas atentat—rias ˆ dignidade da pessoa humana.35 Com efeito, as
penas devem ter um car‡ter preventivo e repressivo; elas n‹o podem ser
vingativas.

A pena de morte Ž, sem dœvida a mais gravosa, sendo admitida t‹o-somente


na hip—tese de guerra declarada. Evidencia-se, assim, que nem mesmo o
direito ˆ vida Ž absoluto; com efeito, dependendo do caso concreto, todos
os direitos fundamentais podem ser relativizados. Como exemplo de aplica•‹o
da pena de morte (que ocorrer‡ por fuzilamento), temos a pr‡tica do crime de
deser•‹o em presen•a de inimigo.

As bancas examinadoras adoram dizer que a pena de morte


n‹o Ž admitida em nenhuma situa•‹o no ordenamento
jur’dico brasileiro. A quest‹o, ao dizer isso, est‡ errada. A
07396517737

pena de morte pode, sim, ser aplicada, desde que na


hip—tese de guerra declarada.

A pena de banimento, tambŽm inadmitida pela Constitui•‹o Federal,


consistia em impor ao condenado a retirada do territ—rio brasileiro por toda sua
vida, bem como a perda da cidadania brasileira. Consistia, assim, em
verdadeira Òexpuls‹o de nacionaisÓ.

Cabe destacar que a pena de banimento n‹o se confunde com a expuls‹o


de estrangeiro do Brasil, plenamente admitida pelo nosso ordenamento
                                                        
35
CUNHA JòNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6» edi•‹o. Ed. Juspodium,
2012.
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jur’dico. A expuls‹o Ž forma de exclus‹o do territ—rio nacional de estrangeiro


que, dentre outras hip—teses, atentar contra a seguran•a nacional, a ordem
pol’tica ou social, a tranquilidade ou moralidade pœblica e a economia popular,
ou cujo procedimento o torne nocivo ˆ conveni•ncia e aos interesses nacionais
(Lei 6.815/80).

No que concerne ˆ pena de car‡ter perpŽtuo, vale destacar o entendimento


do STF de que o m‡ximo penal legalmente exequ’vel, no ordenamento
positivo nacional, Ž de 30 (trinta) anos, a significar, portanto, que o tempo
de cumprimento das penas privativas de liberdade n‹o pode ser superior a
esse limite, imposto pelo art. 75, "caput", do C—digo Penal36.

(CNMP Ð 2015) Em nenhuma circunst‰ncia haver‡ penas


cruŽis ou de morte, de car‡ter perpŽtuo, de trabalhos for•ados
e de banimento.

Coment‡rios:

Em caso de guerra declarada, admite-se a pena de morte.


Quest‹o errada.

PENAS VEDADAS PENAS ADMITIDAS

DE MORTE, SALVO EM CASO DE  PRIVAÇÃO OU RESTRIÇÃO DA 
GUERRA DECLARADA LIBERDADE

DE CARÁTER PERPÉTUO PERDA DE BENS

DE TRABALHOS FORÇADOS MULTA

PRESTAÇÃO SOCIAL 
DE BANIMENTO ALTERNATIVA
07396517737

SUSPENSÃO OU INTERDIÇÃO DE 
CRUÉIS DIREITOS

XLVIII - a pena ser‡ cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo


com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - Ž assegurado aos presos o respeito ˆ integridade f’sica e moral;

                                                        
36
HC 84766 SP, DJe-074, 25-04-2008. 
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L- ˆs presidi‡rias ser‹o asseguradas condi•›es para que possam permanecer


com seus filhos durante o per’odo de amamenta•‹o;

O inciso XLVIII determina que a execu•‹o penal seja realizada de maneira


individualizada, levando-se em considera•‹o a natureza do delito, a idade e
o sexo do apenado. ƒ com base nesse comando constitucional que as
mulheres e os maiores de sessenta anos devem ser recolhidos a
estabelecimentos pr—prios.

O inciso XLIX, ao assegurar aos presos o respeito ˆ integridade f’sica e


moral, busca garantir que os direitos fundamentais dos sentenciados sejam
observados. ƒ claro, quando est‡ na pris‹o, o indiv’duo n‹o goza de todos os
direitos fundamentais: h‡ alguns direitos fundamentais, como, por exemplo, a
liberdade de locomo•‹o (art. 5¼, XV) e a liberdade profissional (art. 5¼, XI) que
s‹o incompat’veis com sua condi•‹o de preso.

O inciso L, por sua vez, estabelece uma dupla garantia: ao mesmo tempo em
que assegura ˆs m‹es o direito ˆ amamenta•‹o e ao contato com o
filho, permite que a crian•a tenha acesso ao leite materno, alimento
natural t‹o importante para o seu desenvolvimento. Segundo a doutrina,
retirar do recŽm-nascido o direito de receber o leite materno poderia ser
considerado uma espŽcie de Òcont‡gioÓ da pena aplicada ˆ m‹e, violando o
princ’pio da intranscend•ncia das penas. 37

Vamos continuar o estudo do art. 5¼, da Constitui•‹o Federal...

LI - nenhum brasileiro ser‡ extraditado, salvo o naturalizado, em caso de


crime comum, praticado antes da naturaliza•‹o, ou de comprovado
envolvimento em tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
lei;
LII - n‹o ser‡ concedida extradi•‹o de estrangeiro por crime pol’tico ou de
opini‹o; 07396517737

A extradi•‹o Ž um instituto jur’dico destinado a promover a coopera•‹o


penal entre Estados. Consiste no ato de entregar uma pessoa para outro
Estado onde esta praticou crime, para que l‡ seja julgada ou punida. De
forma mais tŽcnica, a extradi•‹o Ž Òo ato pelo qual um Estado entrega a outro
Estado indiv’duo acusado de haver cometido crime de certa gravidade ou que

                                                        
37
MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 285
                                                               www.estrategiaconcursos.com.br                                     27 de 
 
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j‡ se ache condenado por aquele, ap—s haver-se certificado de que os direitos


humanos do extraditando ser‹o garantidos.Ó38

H‡ casos bastante conhecidos, que podem exemplificar muito bem o que Ž a


extradi•‹o. Se voc• Ž do nosso tempo, deve se lembrar do ÒBal‹o M‡gicoÓ
(banda infantil muito conhecida nos anos 80). Um dos integrantes do ÒBal‹o
M‡gicoÓ era o Mike, que era filho de Ronald Biggs, ingl•s que realizou um
assalto a um trem e, depois, fugiu para o Brasil. A Inglaterra pediu ao Brasil a
extradi•‹o, sem obter sucesso.

Um caso mais recente Ž o do italiano Cesare Battisti, acusado pela pr‡tica de


v‡rios crimes na It‡lia. Cesare Battisti, ap—s viver um tempo na Fran•a, fugiu
para o Brasil. A It‡lia tambŽm solicitou a extradi•‹o ao Brasil, tambŽm sem
sucesso.

Dados esses exemplos, voltemos ao tema...

H‡ 2 (dois) tipos de extradi•‹o: i) a extradi•‹o ativa; e ii) a extradi•‹o


passiva. A extradi•‹o ativa acontecer‡ quando o Brasil requerer a um
outro Estado estrangeiro a entrega de um indiv’duo para que aqui seja
julgado ou punido; por sua vez, a extradi•‹o passiva ocorrer‡ quando um
Estado estrangeiro requerer ao Brasil que lhe entregue um indiv’duo.

Iremos focar o nosso estudo, a partir de agora, na extradi•‹o passiva: quando


um Estado solicita que o Brasil lhe entregue um indiv’duo.

De in’cio, vale destacar que a Constitui•‹o Federal traz, no art. 5¼, LI e LII,
algumas limita•›es importantes ˆ extradi•‹o.

O brasileiro nato (que Ž o brasileiro Òde ber•oÓ, que recebeu sua


nacionalidade ao nascer) n‹o poder‡ ser extraditado; trata-se de hip—tese
de veda•‹o absoluta ˆ extradi•‹o. Baseia-se na l—gica de que o Estado deve
proteger (acolher) os seus nacionais.
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Caso o brasileiro nato perca a sua nacionalidade pela


aquisi•‹o volunt‡ria de outra nacionalidade, ele estar‡
sujeito ˆ extradi•‹o. Perceba que, nesse caso, ele n‹o
se enquadra mais na condi•‹o de brasileiro nato.

Por sua vez, o brasileiro naturalizado (que Ž aquele que nasceu estrangeiro
e se tornou brasileiro), poder‡ ser extraditado. No entanto, isso somente
ser‡ poss’vel em duas situa•›es:

                                                        
38
 ACCIOLY, Hildebrando; SILVA, G.E do Nascimento & CASELLA, Paulo Borba. Manual de
Direito Internacional Pœblico, 17» Ed. S‹o Paulo: Saraiva, 2009, pp. 499 Ð 502.  
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a) no caso de crime comum, praticado antes da naturaliza•‹o.


Perceba que existe, aqui, uma limita•‹o temporal. Se o crime comum
tiver sido cometido ap—s a naturaliza•‹o, o indiv’duo n‹o poder‡ ser
extraditado; a extradi•‹o somente ser‡ poss’vel caso o crime seja
anterior ˆ aquisi•‹o da nacionalidade brasileira pelo indiv’duo.

b) em caso de comprovado envolvimento em tr‡fico il’cito de


entorpecentes e drogas afins. Nessa situa•‹o, n‹o h‡ qualquer limite
temporal. O envolvimento com tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas
afins dar‡ ensejo ˆ extradi•‹o quer ele tenha ocorrido antes ou ap—s a
naturaliza•‹o.

Vale ressaltar que as regras de extradi•‹o do brasileiro naturalizado tambŽm


se aplicam ao portugu•s equiparado.39

NATO: JAMAIS!
HIPÓTESES DE 
EXTRADIÇÃO DO 
BRASILEIRO NATURALIZADO:
 ‑ Cometimento de crime comum antes da naturalização;
‑ Comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, na forma da lei

Os estrangeiros podem ser extraditados com maior liberdade pelo Estado


brasileiro, desde que cumpridos os requisitos legais para a extradi•‹o. Cabe
destacar, todavia, que n‹o se admite a extradi•‹o de estrangeiro por
crime pol’tico ou de opini‹o. Essa Ž uma pr‡tica usual nos ordenamentos
constitucionais de outros pa’ses e tem por objetivo proteger os indiv’duos que
forem v’timas de persegui•‹o pol’tica.

A defini•‹o de um crime como sendo um delito pol’tico Ž tarefa dif’cil e


que compete ao Supremo Tribunal Federal. ƒ no caso concreto que a Corte
Suprema ir‡ dizer se o crime pelo qual se pede a extradi•‹o Ž ou n‹o pol’tico.40
07396517737

Esse entendimento do STF Ž bastante importante porque permite resolver


alguns problemas de dif’cil solu•‹o. ƒ poss’vel que o Brasil extradite asilado
pol’tico? Pode um refugiado ser extraditado?

Vamos aos poucos...

O asilo pol’tico, que Ž um dos princ’pios do Brasil nas rela•›es internacionais


(art. 4¼, X), consiste no acolhimento de estrangeiro por um Estado que n‹o
seja o seu, em virtude de persegui•‹o pol’tica por seu pr—prio pa’s ou por
                                                        
39
Portugu•s equiparado Ž o portugu•s que, por ter resid•ncia permanente no Brasil, ter‡
um tratamento diferenciado, possuindo os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados.
40
Ext 615, Rel. Min. Paulo Brossard. DJ. 05.12.1994.
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terceiro. Segundo o STF, n‹o h‡ incompatibilidade absoluta entre o instituto


do asilo e o da extradi•‹o passiva. Isso porque a Corte n‹o est‡ vinculada
ao ju’zo formulado pelo Poder Executivo na concess‹o do asilo pol’tico.41
Em outras palavras, mesmo que o Poder Executivo conceda asilo pol’tico a um
estrangeiro, o STF poder‡, a posteriori, autorizar a extradi•‹o.

Quanto ao refœgio, trata-se de instituto mais geral do que o asilo pol’tico,


que ser‡ reconhecido a indiv’duo em raz‹o de fundados temores de
persegui•‹o (por motivos de ra•a, religi‹o, nacionalidade, grupo social ou
opini›es pol’ticas).

Apesar de a lei dispor que Òo reconhecimento da condi•‹o de refugiado


obstar‡ o seguimento de qualquer pedido de extradi•‹o baseado nos fatos
que fundamentaram a concess‹o de refœgioÓ42, entende o STF que a decis‹o
administrativa que concede o refœgio n‹o pode obstar, de modo absoluto
e genŽrico, todo e qualquer pedido de extradi•‹o apresentado ˆ Corte
Suprema.43 No caso concreto, apreciava-se a extradi•‹o de Cesare Battisti, a
quem o Ministro da Justi•a havia concedido o status de refugiado. O STF, ao
analisar o caso, concluiu pela ilegalidade do ato de concess‹o do refœgio.

Agora que j‡ falamos sobre as limita•›es, vamos entender como funciona o


processo de extradi•‹o.

O Estatuto do Estrangeiro (Lei n¼ 6.815/80) prev• tr•s etapas para a


extradi•‹o passiva.

A primeira Ž uma etapa administrativa, de responsabilidade do Poder


Executivo. Nessa fase, o Estado requerente solicita a extradi•‹o ao Presidente
da Repœblica por via diplom‡tica. Destaque-se que o pleito extradicional
dever‡ ter como fundamento a exist•ncia de um tratado bilateral entre os
dois Estados ou, caso este n‹o exista, uma promessa de reciprocidade
(compromisso de acatar futuros pleitos). Sem um tratado ou promessa de
reciprocidade, a extradi•‹o n‹o ser‡ efetivada.
07396517737

Ao receber o pleito extradicional, h‡ duas situa•›es poss’veis:

a) O Presidente poder‡ indeferir a extradi•‹o sem aprecia•‹o do


STF, o que se denomina recusa prim‡ria.

b) O Presidente poder‡ deferir a extradi•‹o, encaminhando a


solicita•‹o ao STF, ao qual caber‡ analisar a legalidade e a
proced•ncia do pedido (art. 102, I, ÒgÓ, CF). Nesse caso, passaremos ˆ
etapa judici‡ria. Segundo o STF, nem mesmo a concord‰ncia do
                                                        
41
Ext 524, Rel.: Min. Celso de Mello, Julgamento: 31/10/1990, îrg‹o Julgador: Tribunal Pleno.
42
Lei 9.474/97 Ð art. 33.
43
Ext 1085, Rel. Min. Cezar Peluso, DJe 16.04.2010
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extraditando em retornar ao seu pa’s impede que a Corte analise o


caso, uma vez tendo recebido comunica•‹o por parte do Poder
Executivo44.

Na etapa judici‡ria, o STF ir‡ analisar a legalidade e a proced•ncia do pedido


de extradi•‹o. Um dos pressupostos da extradi•‹o Ž a exist•ncia de um
processo penal. Cabe destacar, todavia, que a extradi•‹o ser‡ poss’vel tanto
ap—s a condena•‹o quanto durante o processo.

H‡ necessidade, ainda, que exista o que a doutrina chama Òdupla


tipicidadeÓ: a conduta que a pessoa praticou deve ser crime tanto no Brasil
quanto no Estado requerente. Quando o fato que motivar o pedido de
extradi•‹o n‹o for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente, n‹o
ser‡ concedida a extradi•‹o.

Ao analisar a extradi•‹o, o STF verifica se os direitos humanos do extraditando


ser‹o respeitados. Nesse sentido:

a) N‹o ser‡ concedida a extradi•‹o se o extraditando houver de


responder, no Estado requerente, perante ju’zo ou tribunal de
exce•‹o. ƒ o j‡ conhecido princ’pio do Òjuiz naturalÓ.

b) Caso a pena para o crime seja a de morte, o Estado requerente


dever‡ se comprometer a substitu’-la por outra, restritiva de liberdade
(comuta•‹o da pena), exceto, claro, naquele œnico caso em que a
pena de morte Ž admitida no Brasil: guerra declarada.

c) Caso a pena para o crime seja de car‡ter perpŽtuo, o Estado


requerente dever‡ se comprometer ˆ comuta•‹o dessa pena em
pris‹o de atŽ 30 anos, que Ž o limite toler‡vel pela lei brasileira.45

Por fim, h‡ outra etapa administrativa, em que o Presidente da Repœblica,


na condi•‹o de Chefe de Estado, entrega ou n‹o o extraditando ao pa’s
requerente. Novamente, h‡ duas situa•›es poss’veis: 07396517737

a) O STF nega a extradi•‹o. Nesse caso, a decis‹o ir‡ vincular o


Presidente da Repœblica, que ficar‡ impedido de entregar o
extraditando.

b) O STF autoriza a extradi•‹o. Essa decis‹o n‹o vincula o Presidente


da Repœblica, que Ž a autoridade que detŽm a compet•ncia para decidir
sobre a efetiva•‹o da extradi•‹o.

                                                        
44
 Ext. 643, STF, Pleno, Rel. Min. Francisco Rezek, j. 19.12.1994.  
45
Ext 855, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26-8-2004, Plen‡rio, DJ de 1¼-7-2005.  
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Esse entendimento (o de que a autoriza•‹o do STF n‹o vincula o Presidente)


ficou materializado no caso da extradi•‹o do italiano Cesare Battisti. Segundo
a Corte, a œltima palavra sobre a entrega ou n‹o do extraditando cabe ao
Presidente da Repœblica, que tem liberdade para decidir sobre a efetiva•‹o
da extradi•‹o, obedecidos os termos do tratado bilateral porventura existente
entre o Brasil e o Estado requerente. A decis‹o de efetivar a extradi•‹o Ž,
assim, um ato pol’tico, de manifesta•‹o da soberania.

(TJ / MG Ð 2015) O brasileiro naturalizado ser‡ extraditado


por envolvimento comprovado em tr‡fico il’cito de
entorpecentes e drogas afins, independente de ter sido
praticado antes da naturaliza•‹o.

Coment‡rios:

No caso de envolvimento comprovado em tr‡fico il’cito de


entorpecentes e drogas afins, n‹o h‡ qualquer limita•‹o
temporal ˆ extradi•‹o de brasileiro naturalizado. Assim, n‹o
interessa se o envolvimento ocorreu antes ou ap—s a
naturaliza•‹o. Quest‹o correta.

LIV - ninguŽm ser‡ privado da liberdade ou de seus bens sem o devido


processo legal;

O princ’pio do devido processo legal (due process of law) Ž uma das


garantias constitucionais mais amplas e relevantes46; trata-se de um conjunto
de pr‡ticas jur’dicas previstas na Constitui•‹o e na legisla•‹o
infraconstitucional cuja finalidade Ž garantir a concretiza•‹o da justi•a.

O devido processual legal Ž garantia que concede dupla prote•‹o ao


indiv’duo: ele incide tanto no ‰mbito formal (processual) quanto no ‰mbito
material. 07396517737

No ‰mbito formal (processual), traduz-se na garantia de que as partes


poder‹o se valer de todos os meios jur’dicos dispon’veis para a defesa de
seus interesses. Assim, derivam do Òdevido processo legalÓ o direito ao
contradit—rio e ˆ ampla defesa, o direito de acesso ˆ justi•a, o direito ao juiz
natural, o direito a n‹o ser preso sen‹o por ordem judicial e o direito a n‹o ser
processado e julgado com base em provas il’citas. 47

                                                        
46
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6» edi•‹o. Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594.
47
  MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito
Constitucional. 6» edi•‹o. Editora Saraiva, 2011, pp. 592-594. 
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No ‰mbito material (substantivo), por sua vez, o devido processo legal diz
respeito ˆ aplica•‹o do princ’pio da proporcionalidade (tambŽm chamado
de princ’pio da razoabilidade ou da proibi•‹o de excesso). O respeito aos
direitos fundamentais n‹o exige apenas que o processo seja regularmente
instaurado; alŽm disso, as decis›es adotadas devem primar pela justi•a,
equil’brio e pela proporcionalidade.48

ƒ poss’vel afirmar, portanto, que o princ’pio da proporcionalidade tem sua


sede material no princ’pio do devido processo legal, considerado em sua
acep•‹o substantiva, n‹o simplesmente formal.49 Em outras palavras, o
princ’pio da proporcionalidade, que n‹o est‡ expressamente previsto na
Constitui•‹o, tem como fundamento o devido processo legal substantivo
(material).

O princ’pio da proporcionalidade est‡ impl’cito no texto constitucional,


dividindo-se em 3 (tr•s) subprinc’pios:

a) Adequa•‹o: a medida adotada pelo Poder Pœblico dever‡ estar apta


para alcan•ar os objetivos almejados.

b) Necessidade: a medida adotada pelo Poder Pœblico dever‡ ser


indispens‡vel para alcan•ar o objetivo pretendido. Nenhuma outra
medida menos gravosa seria eficaz para o atingimento dos objetivos.

c) Proporcionalidade em sentido estrito: a medida ser‡ considerada


leg’tima se os benef’cios dela resultantes superarem os preju’zos.

O STF tem utilizado o princ’pio da proporcionalidade como fundamento de


v‡rias de suas decis›es, especialmente no que diz respeito ao controle de
constitucionalidade de leis. Com efeito, leis de car‡ter restritivo dever‹o
observar o princ’pio da proporcionalidade. Segundo a Corte:

Ò... o princ’pio da proporcionalidade visa a inibir e a neutralizar o abuso


do Poder Pœblico no exerc’cio das fun•›es que lhe s‹o inerentes,
07396517737

notadamente no desempenho de atividade de car‡ter legislativo e


regulamentar. Dentro dessa perspectiva, o postulado em quest‹o,
enquanto categoria fundamental de limita•‹o dos excessos emanados
do Estado, atua como verdadeiro par‰metro de aferi•‹o da pr—pria
constitucionalidade material dos atos estataisÓ.50

                                                        
48
  CUNHA JòNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6» edi•‹o. Ed. Juspodium,
2012, pp. 740 Ð 742.  
49
ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 5»
edi•‹o. Ed. MŽtodo, 2010. pp. 172-175.
50
STF, MS 1.320-9/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 14.04.1999.
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LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral s‹o assegurados o contradit—rio e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;

As garantias do contradit—rio e da ampla defesa s‹o corol‡rios do princ’pio


do devido processo legal, isto Ž, dele decorrem diretamente.

A ampla defesa compreende o direito que o indiv’duo tem de trazer ao


processo todos os elementos l’citos de que dispuser para provar a verdade, ou,
atŽ mesmo, de se calar ou se omitir caso isso lhe seja benŽfico (direito ˆ n‹o-
autoincrimina•‹o). J‡ o contradit—rio Ž o direito dado ao indiv’duo de
contradizer tudo que for levado ao processo pela parte contr‡ria. Assegura,
tambŽm, a igualdade das partes do processo, ao equiparar o direito da
acusa•‹o com o da defesa.51

A ampla defesa e o contradit—rio s‹o princ’pios que se aplicam tanto aos


processos judiciais quanto aos processos administrativos, sejam estes
œltimos referentes ˆ aplica•‹o de puni•›es disciplinares ou ˆ restri•‹o de
direitos em geral. O termo ÒlitigantesÓ deve, portanto, ser compreendido na
acep•‹o mais ampla poss’vel, n‹o se referindo somente ˆqueles que
estejam envolvidos em um processo do qual resulte ou possa resultar algum
tipo de penalidade.

Todavia, entende o STF que a ampla defesa e o contradit—rio n‹o se aplicam


na fase do inquŽrito policial ou civil.52 Por esse motivo, Ž nula a senten•a
condenat—ria proferida exclusivamente com base em fatos narrados no
inquŽrito policial. O juiz pode usar as provas colhidas no inquŽrito para
fundamentar sua decis‹o; entretanto, por n‹o ter sido garantida a ampla
defesa e o contradit—rio na fase do inquŽrito, as provas nele obtidas n‹o
poder‹o ser os œnicos elementos para motivar a decis‹o judicial.

O inquŽrito Ž fase prŽ-processual, de natureza administrativa, consistindo


em um conjunto de dilig•ncias realizadas para a apura•‹o de uma infra•‹o
penal e sua autoria, a fim de que o titular da a•‹o penal (MinistŽrio Pœblico ou
07396517737

o ofendido) possa ingressar em ju’zo. Somente a’ Ž que ter‡ in’cio a fase


processual, com as garantias constitucionais da ampla defesa e do
contradit—rio devendo ser respeitadas.

Cabe destacar que, apesar de a ampla defesa e o contradit—rio n‹o serem


garantias na fase do inquŽrito, o indiciado possui, mesmo nessa fase,
certos direitos fundamentais que lhe devem ser garantidos. Dentre eles,

                                                        
51
ALEXANDRINO, Marcelo & PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 5»
edi•‹o. Ed. MŽtodo, 2010. pp. 176.  
52
STF, RE 481.955 Ð AgR. Rel. Min Carmem Lœcia. DJe: 26.05.2011
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podemos citar o direito a ser assistido por um advogado, o de n‹o se


autoincriminar e o de manter-se em sil•ncio.53

Vejam bem: na fase do inquŽrito, o indiv’duo pode ser assistido por advogado;
todavia, n‹o Ž obrigat—ria a assist•ncia advocat’cia nessa fase. ƒ com base
nessa l—gica que o STF entende que n‹o h‡ ofensa ao contradit—rio e ˆ
ampla defesa quando do interrogat—rio realizado pela autoridade
policial sem a presen•a de advogado.

Sobre os direitos do indiciado na fase do inquŽrito, o STF editou a Sœmula


Vinculante n¼ 14, muito cobrada em concursos pœblicos:

"ƒ direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo


aos elementos de prova que, j‡ documentados em procedimento
investigat—rio realizado por —rg‹o com compet•ncia de pol’cia judici‡ria,
digam respeito ao exerc’cio do direito de defesa".

Por meio dessa sœmula, o STF garantiu a advogados o acesso a provas j‡


documentadas em autos de inquŽritos policiais que envolvam seus
clientes, inclusive os que tramitam em sigilo. Observe, entretanto, que a
sœmula somente se aplica a provas j‡ documentadas, n‹o atingindo demais
dilig•ncias do inquŽrito, ˆs quais o advogado n‹o tem direito a ter acesso
prŽvio. Com isso, caso sinta necessidade, a autoridade policial est‡ autorizada
a separar partes do inquŽrito.

TambŽm existe uma fase prŽ-processual que antecede os processos


administrativos disciplinares: a sindic‰ncia. Segundo o STF, na sindic‰ncia
preparat—ria para a abertura do processo administrativo disciplinar (PAD) n‹o
Ž obrigat—ria a obedi•ncia aos princ’pios do contradit—rio e da ampla
defesa. Esses princ’pios somente s‹o exigidos no curso do processo
administrativo disciplinar (PAD).

Ressalta-se que a raz‹o disso Ž que a sindic‰ncia que precede a abertura do


PAD, assim como o inquŽrito policial, caracteriza-se pela coleta de 07396517737

informa•›es, que ser‹o apuradas em fases futuras dentro de um processo.


Caso a sindic‰ncia, entretanto, n‹o resulte em abertura do PAD, mas se
traduza em aplica•‹o de penalidade (advert•ncia, por exemplo)54, h‡ sim,
necessidade de obedi•ncia ao contradit—rio e ˆ ampla defesa como
requisito de validade da pena aplicada.

                                                        
53
STF, HC 82.354, Rel. Min. Sepœlveda Pertence, DJ 24.09.2004.
54
Segundo o art. 145, da Lei n¼ 8.112/90, da sindic‰ncia poder‡ resultar: i) arquivamento do
processo; ii) aplica•‹o de penalidade de advert•ncia ou suspens‹o de atŽ 30
(trinta) dias; iii) instaura•‹o de processo disciplinar.
 
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O STF entende que, nos processos administrativos disciplinares, a ampla


defesa e o contradit—rio podem ser validamente exercidos independentemente
de advogado. Dessa forma, em um PAD instaurado para apurar infra•‹o
disciplinar praticada por servidor, n‹o Ž obrigat—ria a presen•a de
advogado. Com base nesse entendimento, o STF editou a Sœmula
Vinculante n¼ 5:

ÒA falta de defesa tŽcnica por advogado no processo administrativo


disciplinar n‹o ofende a Constitui•‹o.Ó

Como forma de garantir a ampla defesa, Ž bastante comum que a legisla•‹o


preveja a exist•ncia de recursos administrativos. No entanto, em muitos
casos, a apresenta•‹o de recursos exigia o dep—sito ou arrolamento prŽvio
de dinheiros ou bens. Em outras palavras, para entrar com recurso
administrativo, o interessado precisava ofertar certas garantias, o que, em n‹o
raras vezes, inviabilizava, indiretamente, o exerc’cio do direito de
recorrer. Para resolver esse problema, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼
21:

Òƒ inconstitucional a exig•ncia de dep—sito ou arrolamento prŽvios de


dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.Ó

Dessa forma, ser‡ inconstitucional qualquer lei ou ato normativo que


estabele•a a necessidade de dep—sito ou arrolamento prŽvio de dinheiro
ou bens como requisito de admissibilidade de recurso administrativo.

Nessa mesma linha, o STF entende que n‹o se pode exigir dep—sito prŽvio
como condi•‹o para se ajuizar, junto ao Poder Judici‡rio, a•‹o para se
discutir a exigibilidade de crŽdito tribut‡rio.55 Foi editada, ent‹o, a
Sœmula Vinculante n¼ 28:

Òƒ inconstitucional a exig•ncia de dep—sito prŽvio como requisito de


admissibilidade de a•‹o judicial na qual se pretenda discutir a
exigibilidade de crŽdito tribut‡rio.Ó 07396517737

(PC/DF Ð 2015) O advogado tem direito, no interesse de


seu cliente, a ter acesso aos elementos de prova que, j‡
documentados em procedimento investigat—rio realizado pela
pol’cia, digam respeito ao exerc’cio do direito de defesa.

                                                        
55
Na ADIN 1.074-3, o STF considerou inconstitucional o art. 19, da Lei 8.870/94 que
estabelecia que Òas a•›es judiciais, inclusive cautelares, que tenham por objeto a discuss‹o de
dŽbito para com o INSS ser‹o, obrigatoriamente, precedidas do dep—sito preparat—rio do
valor do mesmo, monetariamente corrigido atŽ a data de efetiva•‹o, acrescido dos juros,
multa de mora e demais encargosÓ.
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Coment‡rios:

Essa quest‹o est‡ baseada na SV n¼ 14. Quest‹o correta.

(PC/DF Ð 2015) N‹o Ž inconstitucional a exig•ncia de


dep—sito ou arrolamento de bens para admissibilidade de
recurso administrativo.

Coment‡rios:

Essa quest‹o est‡ baseada na SV n¼ 21, que considera


inconstitucional a exig•ncia de dep—sito ou arrolamento de
bens para admissibilidade de recurso administrativo. Quest‹o
errada.

LVI - s‹o inadmiss’veis, no processo, as provas obtidas por meios il’citos;

O devido processo legal tem como uma de suas consequ•ncias a


inadmissibilidade das provas il’citas, que n‹o poder‹o ser usadas nos
processos administrativos e judiciais. Segundo o STF:

Òƒ indubit‡vel que a prova il’cita, entre n—s, n‹o se reveste da


necess‡ria idoneidade jur’dica como meio de forma•‹o do
convencimento do julgador, raz‹o pela qual deve ser desprezada, ainda
que em preju’zo da apura•‹o da verdade, em prol do ideal maior de um
processo justo, condizente com o respeito devido a direitos e garantias
fundamentais da pessoa humana, valor que se sobreleva, em muito, ao
que Ž representado pelo interesse que tem a sociedade em uma eficaz
repress‹o aos delitos.Ó56

As provas il’citas, assim consideradas aquelas obtidas com viola•‹o ao direito


material, dever‹o ser, portanto, expurgadas do processo; ser‹o elas 07396517737

imprest‡veis ˆ forma•‹o do convencimento do magistrado.57

H‡ que se destacar, todavia, que a presen•a de provas il’citas n‹o Ž


suficiente para invalidar todo o processo, se nele existirem outras provas,
l’citas e aut™nomas (obtidas sem a necessidade dos elementos informativos
revelados pela prova il’cita).58 Uma vez que seja reconhecida a ilicitude de
prova constante dos autos, esta dever‡ ser imediatamente desentranhada

                                                        
56
STF, A•‹o Penal, 307-3-DF. Rel. Min. Ilmar Galv‹o, DJU 13.10.1995
57
  MORAES, Alexandre de. Constitui•‹o do Brasil Interpretada e Legisla•‹o
Constitucional, 9» edi•‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 324-332 
58
STF, HC 76.231/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ: 29.09.1995.
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(retirada) do processo. 59 As outras provas, l’citas e independentes da obtida


ilicitamente, s‹o mantidas, tendo continuidade o processo.

Vejamos, a seguir, importantes entendimentos do STF


sobre a licitude/ilicitude de provas:

1) ƒ il’cita a prova obtida por meio de intercepta•‹o


telef™nica sem autoriza•‹o judicial. A intercepta•‹o
telef™nica, conforme j‡ estudamos, depende de
autoriza•‹o judicial.

2) S‹o il’citas as provas obtidas por meio de


intercepta•‹o telef™nica determinada a partir
apenas de denœncia an™nima, sem investiga•‹o
preliminar. Com efeito, uma denœncia an™nima n‹o Ž
suficiente para que o juiz determine a intercepta•‹o
telef™nica; caso ele o fa•a, a prova obtida a partir desse
procedimento ser‡ il’cita.

3) S‹o il’citas as provas obtidas mediante grava•‹o de


conversa informal do indiciado com policiais, por
constituir-se tal pr‡tica em Òinterrogat—rio sub-
rept’cioÓ, realizado sem as formalidades legais do
interrogat—rio no inquŽrito policial e sem que o indiciado
seja advertido do seu direito ao sil•ncio.60

4) S‹o il’citas as provas obtidas mediante confiss‹o


durante pris‹o ilegal. Ora, se a pris‹o foi ilegal, todas
as provas obtidas a partir dela tambŽm o ser‹o.

5) ƒ l’cita a prova obtida mediante grava•‹o telef™nica


feita por um dos interlocutores sem a autoriza•‹o
judicial, caso haja investida criminosa daquele que
desconhece que a grava•‹o est‡ sendo feita. Nessa
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situa•‹o, tem-se a leg’tima defesa.

6) ƒ l’cita a prova obtida por grava•‹o de conversa


telef™nica feita por um dos interlocutores, sem
conhecimento do outro, quando ausente causa legal de
sigilo ou de reserva da conversa•‹o.61

                                                        
59
STF, Embargos de Declara•‹o em InquŽrito. Rel. Min. NŽri da Silveira, 07.06.1996
60
STF, HC 80.949. Rel. Min. Sepœlveda Pertence. DJ 30.10.2001
61
STF, RE 630.944 Ð AgR. Rel. Min. Ayres Brito. DJ 25.10.2011
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7) ƒ l’cita a prova consistente em grava•‹o ambiental


realizada por um dos interlocutores sem o
conhecimento do outro. 62

Muito conhecida na doutrina Ž a Teoria dos Frutos da çrvore Envenenada


(ÒFruits of the Poisonous TreeÓ), que se baseia na ideia de que uma ‡rvore
envenenada ir‡ produzir frutos contaminados! Seguindo essa l—gica, uma
prova il’cita contamina todas as outras que dela derivam. ƒ o que a
doutrina denomina ilicitude por deriva•‹o; pode-se dizer tambŽm que, nesse
caso, haver‡ comunicabilidade da ilicitude das provas il’citas a todas aquelas
que dela derivarem.

ƒ importante destacar, porŽm, que a t‹o s— exist•ncia de prova


reconhecidamente il’cita no processo n‹o basta para que a condena•‹o seja
considerada nula, ou seja, a prova il’cita n‹o contamina todo o processo.
Nesse sentido, segundo o STJ, Òn‹o se aplica a Teoria da çrvore dos Frutos
Envenenados quando a prova considerada como il’cita Ž independente dos
demais elementos de convic•‹o coligidos nos autos, bastantes para
fundamentar a condena•‹o.Ó63

(SEFAZ-MT Ð 2014) As provas provenientes de quebra


irregular de sigilo banc‡rio ou fiscal s‹o nulas para fins de
responsabiliza•‹o administrativa e c’vel, mas n‹o criminal.

Coment‡rios:

As provas il’citas n‹o podem ser usadas, tambŽm, nos


processos penais (criminais). Elas ser‹o nulas. Quest‹o
errada.

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LVII - ninguŽm ser‡ considerado culpado atŽ o tr‰nsito em julgado de


senten•a penal condenat—ria;

Trata-se do princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia, que tem por objetivo


proteger a liberdade do indiv’duo frente ao poder de impŽrio do Estado.
Somente a partir do tr‰nsito em julgado (decis‹o da qual n‹o caiba mais
nenhum recurso) de senten•a penal condenat—ria Ž que alguŽm poder‡ ser
considerado culpado. ƒ, afinal, o tr‰nsito em julgado da senten•a que faz coisa
julgada material.
                                                        
62
STF, RE 583.937-QO-RG. Rel. Min. Cezar Peluso. DJ 19.11.2009.
63
APR 20050810047450 DF, Rel. Vaz de Mello, j. 07.02.2008.
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Da presun•‹o de inoc•ncia, deriva a obrigatoriedade de que o ™nus da prova


da pr‡tica de um crime seja sempre do acusador. Assim, n‹o se pode exigir
que o acusado produza provas em seu favor; caber‡ ˆ acusa•‹o provar,
inequivocamente, a culpabilidade do acusado.

A jurisprud•ncia do STF considera que as pris›es cautelares (pris‹o


preventiva, pris‹o em flagrante e pris‹o tempor‡ria) s‹o compat’veis com o
princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia. Assim, Ž plenamente poss’vel, no
ordenamento jur’dico brasileiro, que alguŽm seja preso antes de senten•a
penal condenat—ria transitada em julgado.

Em fevereiro de 2016, o STF adotou important’ssima decis‹o relacionada ao


princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia. Desde 2009, o entendimento do STF
era o de que a execu•‹o da senten•a somente seria poss’vel ap—s o tr‰nsito
em julgado da condena•‹o. Um exemplo pode nos ilustrar como era o
entendimento antigo da Corte.

Suponha que AndrŽ seja julgado e condenado na primeira inst‰ncia. Em


seguida, efetua a apela•‹o para o Tribunal de Justi•a, onde a senten•a Ž
mantida. Nessa hip—tese, ainda poderia ser cab’vel recurso especial (para o
STJ) e recurso extraordin‡rio (para o STF). AtŽ que esses recursos fossem
julgados, AndrŽ n‹o poderia ser considerado culpado, uma vez que ainda n‹o
estar’amos diante do tr‰nsito em julgado de uma senten•a penal condenat—ria.
Consequentemente, AndrŽ n‹o poderia ser preso.

Mas qual o novo entendimento do STF?

Agora, o STF entende que a decis‹o condenat—ria em segunda inst‰ncia


j‡ permitir‡ a execu•‹o provis—ria do ac—rd‹o. Ora, se um indiv’duo foi
condenado em primeira inst‰ncia e, em seguida, teve a condena•‹o
confirmada por um Tribunal (—rg‹o de natureza colegiada), n‹o se pode
presumir que ele seja inocente. Ao contr‡rio, j‡ h‡ uma declara•‹o forte
acerca da sua culpabilidade. Dessa forma, a execu•‹o do ac—rd‹o penal
condenat—rio n‹o precisa aguardar o julgamento de eventuais recursos
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extraordin‡rio ou especial.

No julgamento, o STF deixou clara a necessidade de que exista um equil’brio


entre o princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia e a efetividade da
jurisdi•‹o penal. Comentou-se, inclusive que, Òem pa’s nenhum do mundo,
depois de observado o duplo grau de jurisdi•‹o, a execu•‹o de uma
condena•‹o fica suspensa aguardando referendo da Suprema CorteÓ. Dessa
forma, o STF fixou o seguinte entendimento:

ÒA execu•‹o provis—ria de ac—rd‹o penal condenat—rio proferido em


grau de apela•‹o, ainda que sujeito a recurso especial ou

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extraordin‡rio, n‹o compromete o princ’pio constitucional da


presun•‹o de inoc•nciaÓ. 64

A presun•‹o de inoc•ncia tambŽm j‡ serviu de fundamento para outra


importante jurisprud•ncia, agora relacionada a concursos pœblicos.

Segundo o STF, Òviola o princ’pio constitucional da presun•‹o de inoc•ncia,


previsto no art. 5¼, LXVII, da CF, a exclus‹o de candidato de concurso pœblico
que responde a inquŽrito ou a•‹o penal sem tr‰nsito em julgado da senten•a
condenat—riaÓ.65 Ora, se ainda n‹o houve o tr‰nsito em julgado da senten•a
penal, o indiv’duo n‹o pode ser considerado culpado. Ao exclui-lo do concurso,
a Administra•‹o Pœblica agiu como se ele assim devesse ser considerado, o
que viola a presun•‹o de inoc•ncia.

(Pol’cia Civil / CE - 2015) NinguŽm ser‡ considerado


culpado atŽ o tr‰nsito em julgado de senten•a penal
condenat—ria, salvo o preso em flagrante delito.

Coment‡rios:

Pegadinha! Mesmo aquele que for preso em flagrante delito


somente poder‡ ser considerado culpado ap—s o tr‰nsito em
julgado de senten•a penal condenat—ria. Quest‹o errada.

LVIII - o civilmente identificado n‹o ser‡ submetido a identifica•‹o criminal,


salvo nas hip—teses previstas em lei;

Tem-se, aqui, norma constitucional de efic‡cia contida: na falta de lei


dispondo sobre os casos de identifica•‹o criminal excepcional, esta jamais
seria exig’vel.

O que Ž identifica•‹o civil? ƒ a regra: carteira de identidade, de motorista, de


07396517737

trabalho... E a criminal? ƒ a impress‹o digital (processo datilosc—pico) e a


fotogr‡fica. Aposto que voc• se lembrou daquelas cenas de filmes, em que o
preso Ž fotografado de frente e de perfil pela pol’cia, nŽ?

Assim, lei pode prever, excepcionalmente, hip—teses de identifica•‹o


criminal mesmo quando o indiv’duo j‡ foi identificado civilmente. A Lei
n¼ 12.037/2009 disp›e sobre os casos de identifica•‹o criminal do civilmente
identificado.

                                                        
64
 HC n¼ 126.292/SP, Rel. Min. Teori Zavascki. 17.02.2016. 
65
STF, RE 559.135-AgR. Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.05.2008.
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LIX - ser‡ admitida a•‹o privada nos crimes de a•‹o pœblica, se esta n‹o for
intentada no prazo legal;

Como voc• sabe, em regra, Ž o MinistŽrio Pœblico que provoca o Poder


Judici‡rio nas a•›es penais pœblicas, de cujo exerc’cio Ž titular, com o fim
de obter do Estado o julgamento de uma pretens‹o punitiva.

Entretanto, em alguns casos, o particular poder‡ exercer essa prerrogativa, de


maneira excepcional. Trata-se dos casos de a•‹o penal privada subsidi‡ria
da pœblica, quando esta n‹o Ž intentada no prazo legal. Nesse tipo de a•‹o, a
titularidade da persecu•‹o criminal era, inicialmente, do MinistŽrio Pœblico.
Entretanto, diante da omiss‹o deste, ela passou para o particular.

Destaca-se, todavia, que n‹o Ž poss’vel a•‹o penal privada subsidi‡ria da


pœblica quando o MinistŽrio Pœblico solicitou ao juiz o arquivamento do
inquŽrito policial por falta de provas. Isso porque, nesse caso, n‹o se
caracteriza inŽrcia do MinistŽrio Pœblico.

LX - a lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos processuais quando a


defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

A compreens‹o desse inciso Ž bastante simples. A regra Ž a publicidade dos


atos processuais. A exce•‹o Ž a restri•‹o a essa publicidade, que s— poder‡ ser
feita por lei e em 2 (duas hip—teses): defesa da intimidade ou interesse
social.

LXI - ninguŽm ser‡ preso sen‹o em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judici‡ria competente, salvo nos casos de
transgress‹o militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXVI - ninguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provis—ria, com ou sem fian•a;
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O direito ˆ liberdade Ž uma regra prevista na Constitui•‹o, que somente em


situa•›es excepcionais e taxativas poder‡ ser violada. O inciso LXI do art. 5¼
da Constitui•‹o traz as hip—teses em que Ž poss’vel a pris‹o:

a) em flagrante delito. Nesse caso, n‹o haver‡ necessidade de ordem


judicial. Nos termos do C—digo de Processo Penal, qualquer do povo
poder‡ e as autoridades policiais e seus agentes dever‹o prender quem
quer que seja encontrado em flagrante delito.

b) em caso de transgress‹o militar ou crime propriamente


militar, definidos em lei. Nesse caso, tambŽm Ž dispensada ordem
judicial.

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c) por ordem de juiz, escrita e fundamentada. A decis‹o judicial Ž


necess‡ria para a decreta•‹o de pris‹o cautelar ou para a denega•‹o de
liberdade provis—ria.

A pris‹o, por tudo o que j‡ comentamos, tem natureza excepcional. Nesse


sentido, o inciso LXVI disp›e que se a lei admitir a liberdade provis—ria,
com ou sem fian•a, ninguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o ou nela mantido. Isso
porque o direito ˆ liberdade Ž um dos direitos humanos mais b‡sicos e
importantes.

FLAGRANTE DELITO


CASOS EM QUE É  TRANSGRESSÃO MILITAR OU CRIME PROPRIAMENTE MILITAR
POSSÍVEL A PRISÃO

POR ORDEM DE JUIZ, ESCRITA E FUNDAMENTADA

(CNMP Ð 2015) NinguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o ou nela


mantido quando a lei admitir a liberdade provis—ria, desde
que mediante pagamento de fian•a.

Coment‡rios:

O art. 5¼, LXVI estabelece que ÒninguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o


ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provis—ria,
com ou sem fian•aÓ. Quest‹o errada.

LXII - a pris‹o de qualquer pessoa e o local onde se encontre ser‹o


comunicados imediatamente ao juiz competente e ˆ fam’lia do preso ou ˆ
pessoa por ele indicada; 07396517737

LXIII - o preso ser‡ informado de seus direitos, entre os quais o de


permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assist•ncia da fam’lia e de
advogado;

LXIV - o preso tem direito ˆ identifica•‹o dos respons‡veis por sua pris‹o ou
por seu interrogat—rio policial;

LXV - a pris‹o ilegal ser‡ imediatamente relaxada pela autoridade judici‡ria;

Esses dispositivos enunciam os direitos do preso, que lhe devem ser


garantidos imediatamente quando de sua pris‹o.
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Nos termos do inciso LXII, a pris‹o de qualquer pessoa e o local onde se


encontre ser‹o comunicados imediatamente ao juiz competente e ˆ
fam’lia do preso ou ˆ pessoa por ele indicada. O objetivo Ž assegurar-lhe
a assist•ncia familiar e permitir que o juiz analise a legalidade da pris‹o,
relaxando-a se tiver sido ilegal. Destaque-se que n‹o ocorrer‡
descumprimento do art. 5¼, LXII, se o preso, voluntariamente, n‹o indica
pessoa a ser comunicada de sua pris‹o.66

O inciso LXIII, por sua vez, consagra o direito ao sil•ncio (direito ˆ n‹o-
autoincrimina•‹o), que se baseia na l—gica de que ninguŽm pode ser obrigado
a produzir provas contra si mesmo (Ònemo tenetur se detegereÓ). O preso
dever‡ ser informado sobre seu direito de permanecer em sil•ncio, assim como
do fato de que o exerc’cio desse direito n‹o ir‡ trazer-lhe nenhum
preju’zo. Em outras palavras, o sil•ncio do rŽu no interrogat—rio n‹o pode ser
interpretado como se fosse uma confiss‹o da pr‡tica do crime.

O direito ao sil•ncio est‡ presente quando o indiciado ou acusado presta


depoimento ao Poder Judici‡rio, ao Poder Executivo ou ao Poder
Legislativo (no ‰mbito de CPI, por exemplo). Segundo o STF, o preso deve
ser informado de seu direito ao sil•ncio, sob pena de nulidade absoluta de
seu interrogat—rio.

Importa destacar ainda que, para o Supremo Tribunal Federal, o direito de


permanecer em sil•ncio insere-se no alcance concreto da cl‡usula
constitucional do devido processo legal. Nesse direito ao sil•ncio, est‡
inclu’da, implicitamente, a prerrogativa processual de o acusado negar,
ainda que falsamente, perante a autoridade policial ou judici‡ria, a
pr‡tica da infra•‹o penal. 67 Essa garantia conferida ao acusado, entretanto,
n‹o lhe permite mentir indiscriminadamente. N‹o pode ele, com base nesse
direito, criar situa•›es que comprometam terceiros ou gerem obst‡culos ˆ
apura•‹o dos fatos, impedindo que a Justi•a apure a verdade.

O inciso LXIV, por sua vez, garante ao preso o direito de conhecer a


identidade dos respons‡veis por sua pris‹o ou por seu interrogat—rio 07396517737

policial. O objetivo Ž evitar arbitrariedades da autoridade policial e de seus


agentes que, uma vez tendo sido identificadas pelo preso, poder‹o ser
responsabilizadas, a posteriori, no caso de ilegalidades ou abuso de poder.

J‡ o inciso LXV determina que a pris‹o ilegal ser‡ imediatamente


relaxada pela autoridade judici‡ria. O relaxamento da pris‹o Ž, portanto, um
ato por meio do qual o juiz torna sem efeito a restri•‹o de liberdade. Trata-se,
como se pode verificar, de uma prote•‹o aos indiv’duos contra pris›es ilegais
ou arbitr‡rias.

                                                        
66
STF, HC 69.630. Rel. Min. Paulo Brossard. DJ: 04.12.1992.
67
STF, Primeira Turma, HC 68929 SP, Rel. Min. Celso de Mello, j. 22.10.1991, DJ 28-08-1992. 
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Um entendimento importante do STF, relacionado ao respeito dos direitos do


preso, Ž a Sœmula Vinculante n¼ 11, que trata do uso de algemas.

ÒS— Ž l’cito o uso de algemas em caso de resist•ncia e de fundado


receio de fuga ou de perigo ˆ integridade f’sica pr—pria ou alheia, por
parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade e de nulidade da pris‹o ou do ato processual a que se
refere sem preju’zo da responsabilidade civil do Estado.Ó

Com a edi•‹o da Sœmula Vinculante n¼ 11, a utiliza•‹o de algemas somente


pode ser utilizada em casos excepcionais (resist•ncia, fundado receio de
fuga ou perigo ˆ integridade f’sica), justificados por escrito. A desobedi•ncia
a essa regra implicar‡ em responsabilidade do agente ou da autoridade,
bem como na nulidade da pris‹o.

(Pol’cia Civil / CE Ð 2015) A pris‹o de qualquer pessoa e o


local onde se encontre ser‹o comunicados, imediatamente, ao
juiz competente e ˆ fam’lia do preso ou ˆ pessoa por ele
indicada.

Coment‡rios:

ƒ a literalidade do art. 5¼, LXII, CF/88. Quest‹o correta.

(Pol’cia Civil / CE Ð 2015) A pris‹o ilegal ser‡


imediatamente relaxada pela autoridade policial.

Coment‡rios:

Pegadinha! ƒ a autoridade judicial (e n‹o a autoridade


policial!) que relaxar‡ a pris‹o ilegal. Quest‹o errada.

(Pol’cia Federal Ð 2014) Um agente da Pol’cia Federal foi


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escalado para atuar em opera•‹o para cumprimento de


mandado judicial de pris‹o e de busca e apreens‹o, durante o
dia, de documentos no escrit—rio profissional do investigado.
Mesmo que o investigado ofere•a resist•ncia ˆ ordem de
pris‹o, n‹o ser‡ poss’vel o uso de algemas para conduzi-lo,
uma vez que a CF garante que nenhum cidad‹o ser‡
submetido a tratamento desumano ou degradante.

Coment‡rios:

A Sœmula Vinculante n¼ 11 autoriza a utiliza•‹o de algemas


em caso de resist•ncia ˆ pris‹o. Logo, na situa•‹o descrita,
ser‡ poss’vel o uso de algemas. Quest‹o errada.
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LXVII - n‹o haver‡ pris‹o civil por d’vida, salvo a do respons‡vel pelo
inadimplemento volunt‡rio e inescus‡vel de obriga•‹o aliment’cia e a do
deposit‡rio infiel;

A partir deste artigo, de Òmemoriza•‹oÓ obrigat—ria para sua prova, pode-se


concluir que:

a) Em regra, n‹o h‡ pris‹o civil por d’vidas.

b) Aquele que n‹o paga pens‹o aliment’cia s— pode ser preso se


deixar de pagar porque quer (inadimplemento volunt‡rio) e sem
justificativa plaus’vel (inadimplemento inescus‡vel).

c) Se levarmos em conta apenas o texto da Constitui•‹o, iremos


concluir que o deposit‡rio infiel tambŽm pode ser preso. No entanto, o
entendimento atual do STF Ž o de que a œnica pris‹o civil por d’vida
admitida no ordenamento jur’dico brasileiro Ž a resultante do
inadimplemento volunt‡rio e inescus‡vel de obriga•‹o
aliment’cia.

Vamos explicar o porqu• disso, come•ando com o conceito de Òdeposit‡rio


infielÓ.

O conceito n‹o Ž cobrado em prova, mas fica bem mais f‡cil entender o
esp’rito da norma quando este Ž explicado. O deposit‡rio Ž a pessoa a quem
uma autoridade entrega um bem em dep—sito. Essa pessoa assume a
obriga•‹o de conservar aquele bem com dilig•ncia e de restitu’-lo
assim que a autoridade o exigir. Quando assim n‹o procede, Ž chamada
deposit‡rio infiel. A infidelidade, portanto, Ž um delito. ƒ o caso de uma
pessoa que teve mercadoria apreendida pela Receita Federal, mas que recebe
do Auditor-Fiscal autoriza•‹o para guard‡-la, por falta de espa•o no dep—sito
07396517737

da unidade aduaneira, por exemplo. Caso o bem n‹o seja entregue assim que
requerido, o deposit‡rio torna-se infiel.

Pela literalidade da Constitui•‹o, o deposit‡rio infiel pode ser preso. No


entanto, trata-se de autoriza•‹o (e n‹o imposi•‹o) constitucional. H‡
necessidade de uma norma infraconstitucional que ordene a pris‹o. Com
efeito, a Constitui•‹o apenas autoriza a pris‹o; quem deve determinar a
pris‹o do deposit‡rio infiel Ž uma lei (norma infraconstitucional). Essa lei que
determina a pris‹o do deposit‡rio infiel atŽ existe, mas como explicarei a
seguir, est‡ com a efic‡cia suspensa.

O Brasil Ž signat‡rio da Conven•‹o Americana de Direitos Humanos (Pacto


de San Jose da Costa Rica), que somente permite a pris‹o civil por n‹o
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pagamento de obriga•‹o aliment’cia. Segundo o STF, esse tratado, por ser


de direitos humanos, tem ÒstatusÓ supralegal, ou seja, est‡ abaixo da
Constitui•‹o e acima de todas as leis na hierarquia das normas. Assim, ele n‹o
se sobrep›e ˆ Constitui•‹o, ou seja, permanece v‡lida a autoriza•‹o
constitucional para que o deposit‡rio infiel seja preso.

No entanto, a Conven•‹o Americana de Direitos Humanos, por ter status


supralegal, suspendeu toda a efic‡cia da legisla•‹o infraconstitucional que
regia a pris‹o do deposit‡rio infiel. Segundo o STF, o Pacto de San JosŽ da
Costa Rica produziu um Òefeito paralisanteÓ sobre toda a legisla•‹o
infraconstitucional que determinava a pris‹o do deposit‡rio infiel. 68

Dessa forma, n‹o houve revoga•‹o do texto constitucional. A Constitui•‹o


continua autorizando a pris‹o do deposit‡rio infiel; no entanto, a legisla•‹o
infraconstitucional est‡ impedida de ordenar essa modalidade de
pris‹o, em raz‹o da Conven•‹o Americana de Direitos Humanos, cuja
hierarquia Ž de norma supralegal.

Para sanar qualquer dœvida sobre o tema, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼
25:

ƒ il’cita a pris‹o civil do deposit‡rio infiel, qualquer que


seja a modalidade de dep—sito.

Para finalizar, quero que voc•s se lembrem, ainda, de que os tratados sobre
direitos humanos tambŽm podem ter ÒstatusÓ de emenda
constitucional, desde que aprovados obedecendo ao rito pr—prio dessa
espŽcie normativa. Assim, necessitam ser aprovados em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por tr•s quintos dos votos dos respectivos
membros. Essa previs‹o est‡ no art. 5¼, ¤ 3¼ da CF/88, inclu’do ˆ Constitui•‹o
pela EC 45/04. 07396517737

Continuemos no estudo do art. 5¼, da Constitui•‹o Federal!

XV - Ž livre a locomo•‹o no territ—rio nacional em tempo de paz, podendo


qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;

Por meio desse dispositivo, a CF/88 garante a liberdade de locomo•‹o, no


territ—rio nacional, nos tempos de paz e nos termos da lei. Observe que se
trata de norma constitucional de efic‡cia contida, que poder‡ sofrer

                                                        
68
RE 466.343-1/SP, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 03.12.2008
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restri•›es referentes ao ingresso, sa’da e circula•‹o interna de pessoas e


patrim™nio. ƒ o caso, por exemplo, das restri•›es impostas por normas
referentes ao ingresso de estrangeiros no pa’s.

Outro t—pico bastante interessante sobre esse dispositivo Ž que a liberdade de


locomo•‹o s— Ž assegurada a qualquer pessoa (brasileira ou n‹o) em tempos
de paz. Isso significa que, em tempos de guerra, a liberdade de entrada,
sa’da e perman•ncia no pa’s poder‡ sofrer duras restri•›es,
principalmente no que se refere a estrangeiros.

Por fim, cabem algumas considera•›es sobre o direito de locomo•‹o.


Locomover significa andar, correr, passear, parar, ir, vir, ficar, estacionar,
transitar... Em sentido amplo, Ž o mesmo que circular. Nesse sentido, n‹o
pode o Poder Pœblico cercear o livre tr‰nsito de pessoas, salvo em
situa•›es excepcionais.

O remŽdio constitucional adequado para proteger a liberdade de locomo•‹o Ž o


Òhabeas corpusÓ:

LXVIII - conceder-se-‡ "habeas-corpus" sempre que alguŽm sofrer ou se


achar amea•ado de sofrer viol•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de
locomo•‹o, por ilegalidade ou abuso de poder;

O Òhabeas corpusÓ Ž uma garantia fundamental. Trata-se de uma forma


espec’fica de garantia, a que a doutrina chama ÒremŽdio constitucionalÓ.

ÒIh...Agora complicou! O que Ž remŽdio constitucional, N‡dia?Ó

Calma, aluno (a)... O remŽdio constitucional Ž um meio que a Constitui•‹o d‡


ao indiv’duo de proteger seus direitos contra a ilegalidade ou abuso de
poder cometido pelo Estado. Ao contr‡rio da maioria das garantias, n‹o Ž uma
proibi•‹o ao Estado, mas um instrumento a favor do indiv’duo.
07396517737

Bem, voltando ao Òhabeas corpusÓ, temos que ele Ž remŽdio constitucional que
protege o direito de locomo•‹o. Sua finalidade Ž, por meio de ordem
judicial, fazer cessar a amea•a ou coa•‹o ˆ liberdade de locomo•‹o do
indiv’duo.

O Òhabeas corpusÓ tem natureza penal, procedimento especial (Ž de


decis‹o mais r‡pida: rito sum‡rio), Ž isento de custas (gratuito) e pode ser
repressivo (liberat—rio) ou preventivo (salvo-conduto). Se repressivo, busca
devolver ao indiv’duo a liberdade de locomo•‹o que j‡ perdeu (sendo preso,
por exemplo); quando preventivo, resguarda o indiv’duo quando a perda dessa
liberdade Ž apenas uma amea•a. H‡, ainda, o Òhabeas corpusÓ suspensivo,
utilizado quando a pris‹o j‡ foi decretada, mas o mandado de pris‹o ainda est‡
pendente de cumprimento.
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Pode o Òhabeas corpusÓ ser impetrado por qualquer pessoa f’sica ou


jur’dica, nacional ou estrangeira, ou, ainda, pelo MinistŽrio Pœblico e pela
Defensoria Pœblica. Todos esses s‹o, portanto, sujeitos ativos do Òhabeas
corpusÓ. Trata-se de uma a•‹o com legitimidade universal, que pode,
inclusive, ser concedida de of’cio pelo pr—prio juiz. Tamanho Ž seu car‡ter
universal que o Òhabeas corpusÓ prescinde, atŽ mesmo, da outorga de
mandado judicial que autorize o impetrante a agir em favor de quem estaria
sujeito, alegadamente, a constrangimento em sua liberdade de locomo•‹o.

N‹o pode o Òhabeas corpusÓ, contudo, ser impetrado em favor de pessoa


jur’dica. Somente as pessoas f’sicas (os seres humanos) podem ser
pacientes de Òhabeas corpusÓ. J‡ viu pessoa jur’dica (ÒempresaÓ) se
locomovendo? Ou, ainda, Ž poss’vel que pessoa jur’dica seja condenada ˆ
pris‹o? N‹o, nŽ? Por isso mesmo, o Òhabeas corpusÓ s— pode ser impetrado
a favor de pessoa natural, jamais de pessoa jur’dica. Guarde bem isso!

Pessoa jur’dica pode impetrar habeas corpus, mas


sempre a favor de pessoa f’sica.

N‹o h‡ necessidade de advogado para impetra•‹o de Òhabeas corpusÓ,


bem como para interposi•‹o de recurso ordin‡rio contra decis‹o proferida em
Òhabeas corpusÓ. A doutrina considera, por isso, que o Òhabeas corpusÓ Ž uma
verdadeira a•‹o penal popular.

No que se refere ˆ legitimidade passiva no Òhabeas corpusÓ, tem-se que


este se dirige contra a autoridade coatora, seja ela de car‡ter pœblico ou
um particular. Por autoridade coatora entende-se aquela que determinou a
pris‹o ou a restri•‹o da locomo•‹o do paciente, ou seja, da pessoa que sofreu
a les‹o ou amea•a de les‹o. Um exemplo t’pico de Òhabeas corpusÓ contra
particular Ž aquele impetrado contra hospitais, que negam a libera•‹o de seus
pacientes, caso estes n‹o paguem suas despesas. 07396517737

Pela import‰ncia do direito que busca responder (liberdade de locomo•‹o), o


habeas corpus Ž a•‹o de procedimento especial (rito sum‡rio), sendo decidida
de maneira bem cŽlere. Mesmo assim, pode haver medida liminar em
Òhabeas corpusÓ, desde que presentes seus pressupostos (fumus boni iuris e
periculum in mora).

ÒN‡dia, o que Ž liminar?Ó

A liminar Ž uma ordem judicial proferida pronta, sum‡ria (rito breve) e


precariamente (n‹o Ž definitiva). Visa proteger direito que esteja sendo
discutido em outra a•‹o, e que, sem a liminar, poderia sofrer danos de

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dif’ceis repara•›es, devido ˆ demora na presta•‹o jurisdicional. A liminar,


portanto, tem dois pressupostos:

a) O Òfumus boni jurisÓ, ou Òfuma•a do bom direitoÓ, que significa


que o pedido deve ter plausibilidade jur’dica;

b) O Òpericulum in moraÓ (risco da demora), que significa que deve


haver possibilidade de dano irrepar‡vel ou de dif’cil repara•‹o se houver
demora na presta•‹o jurisdicional.

Outra coisa importante: Ž cab’vel Òhabeas corpusÓ mesmo quando a ofensa


ao direito de locomo•‹o Ž indireta, ou seja, quando do ato impugnado
possa resultar procedimento que, ao final, termine em deten•‹o ou reclus‹o da
pessoa. ƒ o caso do uso desse instrumento para proteger o indiv’duo contra
quebra de sigilo banc‡rio que possa levar ˆ sua pris‹o em um processo
criminal, por exemplo69. Esse Ž o entendimento do STF. Entretanto, caso a
quebra do sigilo fiscal se desse em um processo administrativo, n‹o caberia
Òhabeas corpusÓ. Isso porque esse tipo de processo jamais leva ˆ restri•‹o de
liberdade. O remŽdio constitucional adequado, nesse caso, seria o mandado de
seguran•a.

Resta, ainda, destacar que o Òhabeas corpusÓ pode ser concedido de of’cio
pelo juiz70, ou seja, por sua iniciativa, sem provoca•‹o de terceiros. Isso
ocorrer‡ quando, no curso do processo, a autoridade judici‡ria verificar que
alguŽm sofre ou est‡ na imin•ncia de sofrer coa•‹o ilegal.

AlŽm disso, entende o STF que o —rg‹o competente para julgamento do


habeas corpus est‡ desvinculado ˆ causa de pedir (fundamento do pedido)
e aos pedidos formulados. Assim, havendo convic•‹o sobre a exist•ncia de
ato ilegal n‹o mencionado pelo impetrante, cabe ao Judici‡rio afast‡-lo, ainda
que isso implique concess‹o de ordem em sentido diverso do pleiteado71.

O Òhabeas corpusÓ tambŽm n‹o serve como meio de dila•‹o probat—ria72,


para reparar erro do Judici‡rio, devido ˆ sua ’ndole sumar’ssima73. A coa•‹o
07396517737

ilegal dever‡ ser demonstrada de plano pelo impetrante: exige-se, no Òhabeas


corpusÓ, prova prŽ-constitu’da. Como a fase de dila•‹o probat—ria Ž demorada,
relativamente longa, entende o STF que Ž incab’vel na via de Òhabeas corpusÓ,
devido a seu rito sumar’ssimo. O bem jur’dico tutelado (a liberdade de
                                                        
69
ÒO habeas corpus Ž medida id™nea para impugnar decis‹o judicial que autoriza a quebra de
sigilos fiscal e banc‡rio em procedimento criminal, haja vista a possibilidade destes resultarem
em constrangimento ˆ liberdade do investigadoÓ (AI 573623 QO/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes,
31.10.2006).
70
STF, HC 69.172-2/RJ, DJ, 1, de 28.08.1992.
71
STF, HC 69.421/SP, DJ, 1, de 28.08.1992.
72
Por dila•‹o probat—ria entende-se o prazo concedido ˆs partes para a produ•‹o de provas no
processo.
73
STF, HC 68.397-5/DF, DJ 1, 26.06.1992. 
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locomo•‹o) requer o afastamento da ilegalidade o mais r‡pido poss’vel, o que


n‹o se daria caso houvesse uma fase probat—ria.

Uma pergunta importante que se deve fazer Ž a seguinte: quando Ž incab’vel


o Òhabeas corpusÓ?

a) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugnar decis›es do STF


(Plen‡rio ou Turmas). N‹o Ž cab’vel habeas corpus, inclusive, contra
decis‹o monocr‡tica proferida por Ministro do STF. 74

A impossibilidade de impetra•‹o do Òhabeas corpusÓ contra decis›es do STF


decorre do princ’pio da Òsuperioridade de grauÓ, em virtude do qual somente a
autoridade imediatamente superior ˆ autoridade coatora Ž que teria
compet•ncia para conhecer e decidir sobre essa a•‹o. Nesse sentido, nenhum
juiz pode conceder Òhabeas corpusÓ contra ato do pr—prio ju’zo; o habeas
corpus Ž sempre impetrado junto ˆ autoridade superior daquela que tomou
decis‹o que viola a liberdade de locomo•‹o.

b) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugnar determina•‹o de


suspens‹o dos direitos pol’ticos.

c) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugnar pena em processo


administrativo disciplinar: advert•ncia, suspens‹o, demiss‹o etc.

d) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugnar pena de multa ou relativa


a processo em curso por infra•‹o penal a que a pena pecuni‡ria seja a
œnica cominada. (Sœmula STF n¼ 643)

Perceba que as penas de multa, de suspens‹o de direitos pol’ticos, bem como


disciplinares n‹o resultam em cerceamento da liberdade de locomo•‹o.
Logicamente, n‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugn‡-las.

e) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para impugnar quebra de sigilo


banc‡rio, fiscal ou telef™nico, se dela n‹o puder resultar condena•‹o
07396517737

ˆ pena privativa de liberdade.

Se a quebra de sigilo banc‡rio, fiscal ou telef™nico puder resultar em


condena•‹o ˆ pena privativa de liberdade, entende-se que h‡ viola•‹o indireta
ˆ liberdade de locomo•‹o. Nesse caso, ser‡ cab’vel o Òhabeas corpusÓ.

f) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ quando j‡ extinta a pena privativa de


liberdade. (Sœmula STF n¼ 695)

Desconstitu’do o objeto do Òhabeas corpusÓ, por julgada extinta a pena em


face do seu integral cumprimento, resta prejudicado o pedido75. Isso significa
                                                        
74 HC 105959/DF. Rel. Min. Luiz Edson Fachin. 17.02.2016.

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que a extin•‹o da pena torna incab’vel a utiliza•‹o do Òhabeas corpusÓ.


A l—gica Ž simples: o Òhabeas corpusÓ visa ˆ tutela do direito ˆ locomo•‹o, n‹o
se justificando quando esse direito n‹o mais se encontra limitado ou
amea•ado.

g) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ para discutir o mŽrito de puni•›es


disciplinares militares (art. 142, ¤ 2¼, CF).

Segundo o STF, Ž cab’vel Òhabeas corpusÓ para discutir a legalidade de


puni•›es disciplinares militares (por exemplo, a compet•ncia do agente e
concess‹o de ampla defesa e contradit—rio).

h) N‹o cabe Òhabeas corpusÓ contra a imposi•‹o de pena de exclus‹o


de militar ou de perda de patente ou de fun•‹o pœblica.

Destaca-se, ainda, que em caso de estado de defesa (art. 136, CF) ou estado
de s’tio (art. 139, CF), o ‰mbito do Òhabeas corpusÓ poder‡ ser restringido.
Contudo, jamais poder‡ ser suprimido.

(TJ / SP Ð 2015) N‹o Ž poss’vel a concess‹o de habeas


corpus quando alguŽm se ache amea•ado de sofrer vio-
l•ncia ou coa•‹o em sua liberdade de locomo•‹o, por
ilegalidade ou abuso de poder, devendo a viol•ncia ou
coa•‹o estarem concretizadas.

Coment‡rios:

A viol•ncia ou coa•‹o ˆ liberdade de locomo•‹o n‹o


precisam estar concretizadas para que se conceda habeas
corpus. Isso porque existe a figura do habeas corpus
preventivo, utilizado quando a perda da liberdade ainda Ž
uma amea•a. Quest‹o errada.
07396517737

(FUB Ð 2015) A legitimidade para impetra•‹o de habeas


corpus Ž universal, abrangendo a pessoa jur’dica e tambŽm
aqueles que n‹o possuem capacidade civil plena.

Coment‡rios:

Qualquer pessoa f’sica ou jur’dica, nacional ou


estrangeira, poder‡ impetrar mandado de seguran•a.
Portanto, a legitimidade para impetra•‹o de habeas corpus
Ž universal. Quest‹o correta.

                                                                                                                                                                                        
75
HC 34826 RS 2004/0051531-1, DJe 06/10/2008. 
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(TCM / GO Ð 2015) Conceder-se-‡ habeas corpus sempre


que alguŽm estiver submetido as decis›es ilegais que
impliquem condena•‹o em pena privativa de direitos,
privativa de liberdade ou de multa.

Coment‡rios:

N‹o cabe habeas corpus para impugnar pena privativa


de direitos ou pena de multa. O bem jur’dico tutelado pelo
habeas corpus Ž a liberdade de locomo•‹o. Portanto, ele Ž
cab’vel para impugnar decis›es ilegais que impliquem
condena•‹o em pena privativa de liberdade. Quest‹o
errada.

HABEAS CORPUS 
Caráter preventivo 
Sim 
ou repressivo 
Finalidade  Proteger a liberdade de locomoção 
Legitimados  Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. Só pode 
ativos  ser impetrado a favor de pessoa natural, jamais de pessoa jurídica. 
Legitimados  Autoridade pública e pessoa privada 
passivos   
Natureza  Penal 
Isenção de custas  Sim 
Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in 
Medida liminar 
mora” 
Penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem como 
Observações  disciplinares não resultam em cerceamento da liberdade de 
locomoção. Por isso, não cabe “habeas corpus” para impugná‑las 
07396517737

LXIXÐ conceder-se-‡ mandado de seguran•a para proteger direito l’quido e


certo, n‹o amparado por Òhabeas corpusÓ ou habeas data, quando o
respons‡vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pœblica ou
agente de pessoa jur’dica no exerc’cio de atribui•›es do Poder Pœblico;

O mandado de seguran•a Ž a•‹o judicial, de rito sum‡rio especial, pr—pria


para proteger direito l’quido e certo de pessoa f’sica ou jur’dica, n‹o
protegido por Òhabeas corpusÓ ou Òhabeas dataÓ, que tenha sido violado

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por ato de autoridade ou de agente de pessoa privada no exerc’cio de


atribui•‹o do Poder Pœblico.

Quando se fala que o mandado de seguran•a protege direito l’quido e certo


Òn‹o amparado por Òhabeas corpusÓ ou habeas dataÓ, determina-se que este
tem car‡ter residual. Assim, essa a•‹o judicial s— Ž cab’vel na falta de outro
remŽdio constitucional para proteger o direito violado. Como exemplo, o
mandado de seguran•a Ž o remŽdio constitucional apto a proteger o direito de
reuni‹o caso haja les‹o ou amea•a de les‹o a esse direito por alguma
ilegalidade ou arbitrariedade por parte do Poder Pœblico.

Outra caracter’stica importante Ž que o mandado de seguran•a tem natureza


civil, e Ž cab’vel contra o chamado Òato de autoridadeÓ, ou seja, contra
a•›es ou omiss›es do Poder Pœblico e de particulares no exerc’cio de
fun•‹o pœblica (como o diretor de uma universidade, por exemplo).
Destaque-se que, mesmo sendo a•‹o de natureza civil, o mandado de
seguran•a poder‡ ser usado em processos penais.

Assim, a viola•‹o de direito l’quido e certo n‹o protegido por Òhabeas


corpusÓ ou Òhabeas dataÓ dar‡ ensejo ˆ utiliza•‹o do mandado de seguran•a.
Direito l’quido e certo, segundo a doutrina, Ž aquele evidente de imediato,
que n‹o precisa de comprova•‹o futura para ser reconhecido. A exist•ncia
desse direito Ž imposs’vel de ser negada. Por esse motivo, n‹o h‡ dila•‹o
probat—ria (prazo para produ•‹o de provas) no mandado de seguran•a. As
provas, geralmente documentais, s‹o levadas ao processo no momento da
impetra•‹o da a•‹o, ou seja, quando se requer a tutela jurisdicional. S‹o
provas prŽ-constitu’das.

De acordo com a jurisprud•ncia do STF, o conceito de direito l’quido e certo


est‡ mesmo relacionado ˆ prova prŽ-constitu’da, a fatos comprovados
documentalmente na exordial (peti•‹o inicial do processo). N‹o importa se a
quest‹o jur’dica Ž dif’cil, complexa ou controvertida. Nesse sentido, disp›e a
Sœmula 625 do STF que ÒcontrovŽrsia sobre matŽria de direito n‹o
impede concess‹o de mandado de seguran•aÓ. O que se exige Ž que o07396517737

fato esteja claro, pois o direito ser‡ certo se o fato a ele correspondente
tambŽm o for.

ƒ importante frisar que o mandado de seguran•a Ž cab’vel contra atos


discricion‡rios ou contra atos vinculados. Reza a Constitui•‹o que os
indiv’duos utilizam o mandado de seguran•a para se defenderem tanto da
ilegalidade quanto do abuso de poder. Por ilegalidade, entende-se a
situa•‹o em que a autoridade coatora n‹o age em conformidade com a lei.
Trata-se de v’cio pr—prio dos atos vinculados. Por abuso de poder, por outro
lado, entende-se a situa•‹o em que a autoridade age fora dos limites de sua
compet•ncia. Trata-se de v’cio pr—prio dos atos discricion‡rios. Assim, a
Constitui•‹o, de acordo com a doutrina, ao se referir ˆ ilegalidade como

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hip—tese de cabimento de mandado de seguran•a, reporta-se aos atos


vinculados, e ao se referir ao abuso de poder, reporta-se aos discricion‡rios.

No que diz respeito ˆ legitimidade ativa, podem impetrar mandado de


seguran•a:

a) Todas as pessoas f’sicas ou jur’dicas, nacionais ou


estrangeiras, domiciliadas ou n‹o no Brasil;

b) As universalidades (que n‹o chegam a ser pessoas jur’dicas)


reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual para a
defesa de seus direitos, como a massa falida e o esp—lio, por exemplo;

c) Alguns —rg‹os pœblicos (—rg‹os de grau superior), na defesa de


suas prerrogativas e atribui•›es;

d) O MinistŽrio Pœblico.

H‡ um prazo para a impetra•‹o do mandado de seguran•a: 120 (cento e


vinte) dias a partir da data em que o interessado tiver conhecimento oficial
do ato a ser impugnado (publica•‹o desse ato na imprensa oficial, por
exemplo). Segundo o STF, esse prazo Ž decadencial (perde-se o direito ao
mandado de seguran•a depois desse tempo), n‹o pass’vel de suspens‹o ou
interrup•‹o. TambŽm segundo a Corte Suprema, Ž constitucional lei que fixe
o prazo de decad•ncia para a impetra•‹o de mandado de seguran•a (Sœmula
632 do STF).

E se eu perder o prazo, N‡dia? Bem, nesse caso, voc• atŽ poder‡ proteger seu
direito, mas com outra a•‹o, de rito ordin‡rio, normal. Jamais por mandado de
seguran•a!

Uma vez concedida a seguran•a (deferido, ÒaceitoÓ o pedido), a senten•a


estar‡ sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdi•‹o (reexame
necess‡rio). Significa dizer que, uma vez tendo sido concedida a seguran•a
07396517737

pelo juiz de primeira inst‰ncia, ela necessariamente dever‡ ser reexaminada


pela inst‰ncia superior. Destaque-se, todavia, que a senten•a de primeiro
grau (primeira inst‰ncia) pode ser executada provisoriamente, n‹o
havendo necessidade de se aguardar o reexame necess‡rio.

Pode haver liminar em mandado de seguran•a?

Presentes os requisitos (fumus boni iuris e periculum in mora), Ž poss’vel


liminar em mandado de seguran•a. Entretanto, h‡ exce•›es, para as
quais mesmo existindo esses requisitos, a lei n‹o admite liminar em mandado
de seguran•a:

a) A compensa•‹o de crŽditos tribut‡rios;


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b) A entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;

c) A reclassifica•‹o ou equipara•‹o de servidores pœblicos e a


concess‹o de aumento ou a extens‹o de vantagens ou pagamento de
qualquer natureza.

ÒPor que a lei faz isso, N‡diaÓ?

Ora, trata-se de matŽrias muito importantes, que n‹o podem ser decididas
precariamente por medida liminar. Na compensa•‹o de crŽditos
tribut‡rios, por exemplo, a Uni‹o (ou outro ente federado) ÒperdoaÓ um dŽbito
do contribuinte utilizando um crŽdito que ele tenha com ela. Exemplo: um
contribuinte deve imposto de renda, mas tem um crŽdito de COFINS. Ele usa,
ent‹o, esse crŽdito para ÒquitarÓ a d’vida, o famoso Òelas por elasÓ.

Pense bem, caro (a) aluno (a). Voc• acha que perd‹o de dŽbito tribut‡rio Ž
matŽria a ser discutida precariamente? ƒ claro que n‹o! Por isso a lei protege
essa matŽria ao impedir que seja tratada por medida liminar em mandado de
seguran•a.

O mesmo ocorre com a entrega de mercadorias ou bens provenientes do


exterior. Eles s‹o a maior garantia que a Receita Federal tem de que o
contribuinte pagar‡ seus tributos aduaneiros. Por isso, n‹o podem ser
entregues precariamente, por medida liminar. AlŽm do mais, o risco de se
entregar uma mercadoria que cause preju’zo ˆ sociedade Ž muito maior que o
de se prejudicar alguma empresa pela reten•‹o indevida de seus bens
importados. Essas s‹o as raz›es pelas quais a lei resguarda decis‹o t‹o
importante contra medida liminar em mandado de seguran•a: h‡
interesses muito grandes envolvidos.

ÒN‡dia, Ž poss’vel que o impetrante desista do mandado de seguran•a?Ó

De acordo com o STF, a resposta Ž sim. O impetrante do mandado de


seguran•a pode desistir dessa a•‹o constitucional a qualquer tempo, 07396517737

ainda que proferida decis‹o de mŽrito a ele favor‡vel, e sem anu•ncia da


parte contr‡ria. Entende a Corte que o mandado de seguran•a, enquanto a•‹o
constitucional, com base em alegado direito l’quido e certo frente a ato ilegal
ou abusivo de autoridade, n‹o se revestiria de lide, em sentido material.
Eventual m‡-fŽ do impetrante que desistisse seria coibida com instrumental
pr—prio76.

Vejamos, agora, as situa•›es em que Ž incab’vel o mandado de seguran•a.

a) N‹o cabe mandado de seguran•a contra decis‹o judicial da qual


caiba recurso com efeito suspensivo;
                                                        
76
RE 669367, Rel. Min. Luiz Fux, p. 13.05.2013.
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b) N‹o cabe mandado de seguran•a contra ato administrativo do


qual caiba recurso com efeito suspensivo.

Nessas duas hip—teses, havendo possibilidade de recurso suspensivo (ou seja,


recurso que garante que nenhuma situa•‹o jur’dica poder‡ ser modificada atŽ
a decis‹o) descabe o uso de mandado de seguran•a, uma vez que o direito j‡
est‡ protegido pela pr—pria suspens‹o.

Cabe destacar, porŽm, que a Sœmula n¼ 429/STF disp›e que Òa exist•ncia de


recurso administrativo com efeito suspensivo n‹o impede o uso do mandado
de seguran•a contra omiss‹o de autoridadeÓ. Dessa forma, mesmo existindo
recurso administrativo com efeito suspensivo, se houver omiss‹o ilegal ou
abusiva da administra•‹o, ser‡ cab’vel mandado de seguran•a.

c) N‹o cabe mandado de seguran•a contra decis‹o judicial


transitada em julgado;

Contra esse tipo de decis‹o n‹o cabe mais recurso, por isso Ž descabido o uso
de mandado de seguran•a.

d) N‹o cabe mandado de seguran•a contra lei em tese, exceto se


produtora de efeitos concretos;

O que Ž lei em tese? ƒ aquela de efeitos gerais e abstratos, ou seja, que


apresenta generalidade e abstra•‹o.

A generalidade est‡ presente quando a lei possui destinat‡rios indeterminados


e indetermin‡veis (uma lei que proteja o meio ambiente, por exemplo). J‡ a
abstra•‹o ocorre quando a lei disciplina abstratamente (e n‹o concretamente)
as situa•›es que est‹o sujeitas ao seu comando normativo.

Somente leis de efeitos concretos (semelhantes a atos administrativos,


como uma lei que modifica o nome de uma rua, por exemplo) podem ser
atacadas por mandado de seguran•a. Isso porque as demais leis em tese 07396517737

n‹o resultariam numa situa•‹o de fato, com viola•‹o ao direito l’quido e certo
do impetrante.

e) N‹o cabe mandado de seguran•a contra ato de natureza


jurisdicional, salvo situa•‹o de absoluta excepcionalidade, quando a
decis‹o for equivocada, seja por manifesta ilegalidade, seja por abuso
de poder77;

Caso haja essa excepcionalidade, deve o impetrante demonstrar, alŽm da


viola•‹o de direito l’quido e certo, a inexist•ncia de recurso com efeito
suspensivo e que o provimento do recurso cab’vel n‹o seria suficiente ˆ
                                                        
77
AgRg no MS 14561 DF 2009/0155213-1, 29/06/2010.
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repara•‹o do dano. Isso porque n‹o pode o mandado de seguran•a, de


acordo com o STF, ser utilizado como suced‰neo recursal, sob pena de
se desnaturar a sua ess•ncia constitucional.

O que Ž um suced‰neo recursal? ƒ todo meio de impugna•‹o78 de decis‹o


judicial que n‹o seja recurso nem a•‹o, como Ž o caso, por exemplo, do
pedido de reconsidera•‹o. No pedido de reconsidera•‹o, que n‹o deriva de lei,
mas apenas do bom senso, diante de uma decis‹o visivelmente equivocada do
juiz, a parte pede para que este reconsidere a decis‹o.

Voltando ˆ an‡lise da jurisprud•ncia do STF, vimos que o mandado de


seguran•a n‹o pode ser usado como suced‰neo recursal. Isso porque, havendo
possibilidade de recurso ou correi•‹o, a a•‹o n‹o pode ser cab’vel, por ter
car‡ter residual.

f) N‹o cabe mandado de seguran•a contra decis›es jurisdicionais do


STF, inclusive as proferidas por qualquer de seus Ministros, salvo
situa•›es excepcionais;

Esses decis›es, entende a Corte, t•m a possibilidade de ser reformadas por


via dos recursos admiss’veis, ou, em se tratando de julgamento de mŽrito
com tr‰nsito em julgado, por meio de a•‹o rescis—ria79 (MS 30836 RJ,
06/10/2011). Novamente, a impossibilidade de emprego do mandado de
seguran•a se d‡ pelo fato de que ele n‹o t•m car‡ter recursal.

g) N‹o cabe mandado de seguran•a para assegurar direito l’quido e


certo ˆ insubmiss‹o a certa modalidade de tributa•‹o, na
hip—tese de o ato coator apontado se confundir com a pr—pria ado•‹o
de Medida Provis—ria editada pelo Chefe do Poder Executivo;

Trata-se de situa•‹o an‡loga ˆ impetra•‹o contra lei em tese (Sœmula


266/STF), situa•‹o em que Ž incab’vel o mandado de seguran•a. Em matŽria
tribut‡ria, segundo o Supremo, a cobran•a das obriga•›es fiscais ganha
concre•‹o com o lan•amento ou com os atos de constitui•‹o desempenhados 07396517737

pelo pr—prio contribuinte, quando a legisla•‹o de reg•ncia assim determinar80.


A mera edi•‹o de medida provis—ria pelo Chefe do Executivo n‹o resulta numa
situa•‹o de fato em que haja viola•‹o ao direito l’quido e certo do impetrante
da a•‹o.

Por fim, vale destacar que, no processo de mandado de seguran•a, n‹o h‡


condena•‹o ao pagamento dos honor‡rios advocat’cios (™nus de

                                                        
78
Impugna•‹o Ž quando, no Direito, n‹o se concorda com algum ato.
79
A•‹o rescis—ria Ž aquela que visa a desconstituir, com base em v’cios que as tornem
anul‡veis, efeitos de senten•as transitadas em julgado, contra as quais n‹o caiba mais
recursos. Em outras palavras, aquelas senten•as que seriam Òa œltima palavraÓ do Judici‡rio.
80
STF, MS-ED 25265 / DF - DISTRITO FEDERAL, Julg. 28/03/2007, DJ 08/06/2007.
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sucumb•ncia). Isso quer dizer que se o impetrante (o requerente) for


derrotado, n‹o ser‡ condenado a pagar as despesas com advogado da outra
parte.

MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL 
Caráter 
preventivo ou  Sim 
repressivo 
Proteger direito líquído e certo, não amparado por “habeas corpus” ou 
Finalidade 
“habeas data” 
Todas as pessoas físicas ou jurídicas, as universalidades reconhecidas 
Legitimados 
por lei como detentoras de capacidade processual, alguns órgãos 
ativos 
públicos e o Ministério Público 
Legitimados 
Poder público e particulares no exercício da função pública 
passivos 
Natureza  Civil 
Isento de custas  Não 
Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora”, 
Medida liminar 
mas há exceções 

(DPE / MG Ð 2014) A controvŽrsia sobre matŽria de


direito impede a concess‹o de mandado de seguran•a,
instituto de defesa de direito certo e incontest‡vel.

Coment‡rios:

Segundo a Sœmula n¼ 625 / STF, ÒcontrovŽrsia sobre


matŽria de direito n‹o impede concess‹o de mandado de
seguran•aÓ. Quest‹o errada. 07396517737

(DPE / MG Ð 2014) ƒ inconstitucional a estipula•‹o de


prazo decadencial para a impetra•‹o de mandado de
seguran•a.

Coment‡rios:

O STF considera constitucional lei que estipule prazo


decadencial para a impetra•‹o de mandado de seguran•a.
O prazo decadencial do mandado de seguran•a Ž de 120
dias. Quest‹o errada.

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LXX - o mandado de seguran•a coletivo pode ser impetrado por:

a) partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional;

b) organiza•‹o sindical, entidade de classe ou associa•‹o legalmente


constitu’da e em funcionamento h‡ pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados;

O mandado de seguran•a coletivo serve para proteger direitos coletivos e


individuais homog•neos contra ato, omiss‹o ou abuso de poder por parte
de autoridade. S— quem pode impetr‡-lo (legitimados ativos) s‹o essas
pessoas previstas nas al’neas ÒaÓ e bÓ. Destaca-se que a exig•ncia de um
ano de constitui•‹o e funcionamento da al’nea ÒbÓ aplica-se apenas ˆs
associa•›es, jamais ˆs entidades sindicais e de classe.

Nesse sentido, entende o STF que nem mesmo os entes da federa•‹o


podem impetrar mandado de seguran•a coletivo, em favor dos interesses
de sua popula•‹o. Para a Corte, Òao Estado-membro n‹o se outorgou
legitima•‹o extraordin‡ria para a defesa, contra ato de autoridade federal no
exerc’cio de compet•ncia privativa da Uni‹o, seja para a tutela de interesses
difusos de sua popula•‹o Ð que Ž restrito aos enumerados na lei da a•‹o civil
pœblica (Lei 7.347/1985) Ð, seja para a impetra•‹o de mandado de seguran•a
coletivo, que Ž objeto da enumera•‹o taxativa do art. 5¼, LXX, da Constitui•‹o.
AlŽm de n‹o se poder extrair mediante constru•‹o ou racioc’nio anal—gicos, a
alegada legitima•‹o extraordin‡ria n‹o se explicaria no caso, porque, na
estrutura do federalismo, o Estado-membro n‹o Ž —rg‹o de gest‹o, nem de
representa•‹o dos interesses de sua popula•‹o, na —rbita da compet•ncia
privativa da Uni‹oÓ.

N‹o cabe mandado de seguran•a coletivo para proteger direitos


difusos. Isso porque essa a•‹o tem car‡ter residual, e os direitos difusos j‡
s‹o amparados por outros instrumentos processuais, como, por exemplo,
a a•‹o civil pœblica. AlŽm disso, seu car‡ter sum‡rio exige prova documental,
algo que os direitos difusos n‹o apresentam de forma incontroversa. Com isso,
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encontram-se obst‡culos para comprovar sua fluidez e certeza.

Lembra-se quando falamos de substitui•‹o processual? No mandado de


seguran•a coletivo, aplica-se esse instituto. O interesse invocado pertence a
uma categoria, mas quem Ž parte do processo Ž o impetrante (partido pol’tico,
por exemplo), que n‹o precisa de autoriza•‹o expressa dos titulares do
direito para agir.

ƒ importante destacar que o STF entende que os direitos defendidos pelas


entidades da al’nea ÒbÓ n‹o precisam se referir a TODOS os seus membros.
Podem ser o direito de apenas parte deles (exemplo, quando o sindicato

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defende direito referente ˆ aposentadoria, que beneficia apenas seus filiados


inativos).

Outro importante entendimento da Corte Suprema Ž o de que o partido


pol’tico n‹o est‡ autorizado a valer-se do mandado de seguran•a coletivo
para, substituindo todos os cidad‹os na defesa de interesses individuais,
impugnar majora•‹o de tributo. Isso porque, para o STF, uma exig•ncia
tribut‡ria configura interesse de grupo ou classe de pessoas, s— podendo ser
impugnada por eles pr—prios, de forma individual ou coletiva.

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
Caráter 
preventivo ou  Sim 
repressivo 
Finalidade  Proteger direitos líquídos e certos coletivos ou individuais 
homogêneos, não amparados por HC ou HD (caráter residual) 
Legitimados  ¥ Partido político com representação no Congresso Nacional; 
ativos  ¥ Organização sindical e entidade de classe; 
¥ Associação  legalmente  constituída  e  em  funcionamento  há 
pelo menos 01 ano. 
Legitimados  Autoridade pública ou agente de  pessoa jurídica no exercício de 
passivos  atribuições do poder público 
Natureza  Civil 
Isento de custas  Não 
Medida liminar  Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in 
mora” 
Observações  Substituição processual 

(FUB Ð 2015) O mandado de seguran•a coletivo


impetrado por sindicato dispensa autoriza•‹o prŽvia de
sindicalizados.
07396517737

Coment‡rios:

N‹o h‡ necessidade de autoriza•‹o expressa dos


sindicalizados para que o sindicato impetre mandado de
seguran•a coletivo. Aplica-se, aqui, o instituto da
substitui•‹o processual. Quest‹o correta.

(FUB Ð 2015) Uma entidade de classe que estiver em


funcionamento h‡ apenas seis meses n‹o possui, por essa
raz‹o, legitimidade para impetra•‹o de mandado de
seguran•a coletivo em defesa de interesse de seus
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membros.

Coment‡rios:

A exig•ncia de um ano de funcionamento aplica-se


apenas ˆs associa•›es, jamais ˆs organiza•›es sindicais
e entidades de classe. Portanto, uma entidade de classe
que tenha apenas 6 meses de funcionamento poder‡
impetrar mandado de seguran•a coletivo. Quest‹o errada.

(IF / RS Ð 2015) O mandado de seguran•a coletivo pode


ser impetrado por quaisquer partidos pol’ticos e pelas
organiza•›es sindicais, entidade de classe ou associa•‹o
legalmente constitu’da e em funcionamento h‡, pelo
menos, um ano.

Coment‡rios:

Pegadinha! N‹o Ž qualquer partido pol’tico que pode


impetrar mandado de seguran•a coletiva. Apenas poder‹o
faz•-lo partidos pol’ticos com representa•‹o no
Congresso Nacional. Quest‹o errada.

LXXI - conceder-se-‡ mandado de injun•‹o sempre que a falta de norma


regulamentadora torne invi‡vel o exerc’cio dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ
cidadania;

O mandado de injun•‹o foi disciplinado pela Lei n¼ 13.300/2016. Trata-se de


um remŽdio constitucional dispon’vel para qualquer pessoa prejudicada pela
falta de norma regulamentadora que inviabilize o exerc’cio dos direitos
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e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ


nacionalidade, soberania e cidadania. Isso visa garantir que a Constitui•‹o
n‹o se tornar‡ Òletra mortaÓ, evitando a omiss‹o do legislador
infraconstitucional.

O mandado de injun•‹o Ž aplic‡vel diante da falta de regulamenta•‹o de


normas constitucional de efic‡cia limitada. A t’tulo de recorda•‹o, normas de
efic‡cia limitada s‹o aquelas que dependem de regulamenta•‹o para
produzirem todos os seus efeitos. Segundo o STF, Òo direito individual ˆ
atividade legislativa do Estado apenas se evidenciar‡ naquelas estritas
hip—teses em que o desempenho da fun•‹o de legislar refletir, por efeito de
exclusiva determina•‹o constitucional, uma obriga•‹o jur’dica indeclin‡vel

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imposta ao Poder PœblicoÓ. 81 Em outras palavras, o direito ˆ legisla•‹o (que


Ž um direito individual a ser resguardado por mandado de injun•‹o) somente
ser‡ cab’vel diante de normas de efic‡cia limitada de car‡ter impositivo.

O mandado de injun•‹o Ž cab’vel n‹o s— para omiss›es de car‡ter absoluto ou


total como tambŽm para as omiss›es de car‡ter parcial. Isso porque a
omiss‹o inconstitucional, ainda que parcial, ou seja, derivada da insuficiente
concretiza•‹o, pelo Poder Pœblico, do conteœdo material da norma
constitucional, deve ser repelida, pois a inŽrcia do Estado Ž um processo
informal de mudan•a da Constitui•‹o. Mesmo n‹o alterando a letra da
Constitui•‹o, o legislador infraconstitucional modifica-lhe o alcance, ao
paralisar sua aplica•‹o. Essa paralisa•‹o, n‹o desejada nem prevista pelo
constituinte, Ž inconstitucional.

Qualquer pessoa, f’sica ou jur’dica, que se veja impossibilitada de exercer


direito constitucional por falta de norma regulamentadora Ž legitimada a
impetrar mandado de injun•‹o. Essa Ž, afinal, uma das diferen•as entre o
mandado de injun•‹o e a a•‹o direta de inconstitucionalidade por omiss‹o.

O STF j‡ reconhecia, mesmo diante do sil•ncio da Constitui•‹o, a possibilidade


de impetra•‹o de mandado de injun•‹o coletivo. Com a edi•‹o da Lei n¼
13.300/2016, passou a existir previs‹o expressa para esse instrumento.
Cabe ressaltar que os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por
mandado de injun•‹o coletivo s‹o os pertencentes, indistintamente, a uma
coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo,
classe ou categoria.

S‹o legitimados a impetrar mandado de injun•‹o coletivo:

a) Partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional: para


assegurar o exerc’cio de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
integrantes ou relacionados com a finalidade partid‡ria.

b) Organiza•‹o sindical, entidade de classe ou associa•‹o 07396517737

legalmente constitu’da e em funcionamento h‡ pelo menos um


ano: para assegurar o exerc’cio de direitos, liberdades e prerrogativas
em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na
forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
dispensada, para tanto, autoriza•‹o especial.

d) MinistŽrio Pœblico: quando a tutela requerida for especialmente


relevante para a defesa da ordem jur’dica, do regime democr‡tico ou
dos interesses sociais ou individuais indispon’veis.

                                                        
81
 MI 3316 / DF, Rel. Min. Celso de Mello. Julg. 09.04.2014.
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e) Defensoria Pœblica: quando a tutela requerida for especialmente


relevante para a promo•‹o dos direitos humanos e a defesa dos direitos
individuais e coletivos dos necessitados.

Uma novidade importante trazida pela Lei n¼


13.300/2016 foi a previs‹o que o MinistŽrio Pœblico e a
Defensoria Pœblica sejam legitimados a impetrar
mandado de injun•‹o coletivo.

Um t—pico muito importante: o mandado de injun•‹o n‹o Ž gratuito, sendo


necess‡ria a assist•ncia de advogado para sua impetra•‹o.

O mandado de injun•‹o visa solucionar um caso concreto. S‹o, portanto,


tr•s pressupostos para o seu cabimento:

a) Falta de norma que regulamente uma norma constitucional


program‡tica propriamente dita ou que defina princ’pios institutivos ou
organizativos de natureza impositiva;

b) Nexo de causalidade entre a omiss‹o do legislador e a


impossibilidade de exerc’cio de um direito ou liberdade constitucional ou
prerrogativa inerente ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania;

c) O decurso de prazo razo‡vel para elabora•‹o da norma


regulamentadora (retardamento abusivo na regulamenta•‹o
legislativa).

E quando Ž que descabe mandado de injun•‹o? Segundo a jurisprud•ncia


do STF, nas seguintes situa•›es:

a) N‹o cabe mandado de injun•‹o se j‡ houver norma


regulamentadora do direito constitucional, mesmo que esta seja
defeituosa.
07396517737

Ora, se j‡ existe norma regulamentadora, n‹o faz sentido falar-se em


mandado de injun•‹o, que tem como pressuposto a aus•ncia de
regulamenta•‹o de norma constitucional.

b) N‹o cabe mandado de injun•‹o se faltar norma regulamentadora


de direito infraconstitucional.

O mandado de injun•‹o somente repara falta de regulamenta•‹o de direito


previsto na Constitui•‹o Federal. A aus•ncia de regulamenta•‹o de uma lei
n‹o d‡ ensejo ˆ utiliza•‹o do mandado de injun•‹o.

                                                               www.estrategiaconcursos.com.br                                     64 de 
 
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c) N‹o cabe mandado de injun•‹o diante da falta de regulamenta•‹o


de medida provis—ria ainda n‹o convertida em lei pelo Congresso
Nacional.

O mandado de injun•‹o tem como um de seus pressupostos a aus•ncia de


regulamenta•‹o de direito constitucional.

d) N‹o cabe mandado de injun•‹o se n‹o houver obrigatoriedade


de regulamenta•‹o do direito constitucional, mas mera faculdade.

Nesse caso, o legislador tem liberdade para regulamentar ou n‹o a norma


constitucional.

N‹o cabe mandado de injun•‹o: 

a) Se j‡ houver norma regulamentadora 

b) Se faltar norma regulamentadora de direito


infraconstitucional 

c) Se faltar regulamenta•‹o de medida provis—ria ainda


n‹o convertida em lei pelo Congresso Nacionalidade 

d) Se n‹o houver obrigatoriedade de regulamenta•‹o 

Segundo o STF, n‹o Ž cab’vel medida liminar em mandado de injun•‹o. Isso


porque o Poder Judici‡rio jamais poderia resolver liminarmente o caso
concreto, agindo como poder legislativo, a fim de evitar o preju’zo oriundo da
demora da decis‹o (Òpericulum in moraÓ), um dos pressupostos da liminar. O
mandado de injun•‹o se destina ao reconhecimento, ou n‹o, pelo Poder
Judici‡rio, da demora da elabora•‹o da norma regulamentadora do direito
constitucional.

Um dos aspectos mais relevantes sobre o mandado de injun•‹o Ž entender qual


07396517737

a efic‡cia da decis‹o. No que se refere ao tema, duas teses jur’dicas


relevantes foram constru’das pela doutrina: a n‹o concretista e a
concretista.

A corrente n‹o concretista entende que cabe ao Poder Judici‡rio apenas


reconhecer a inŽrcia do Poder Pœblico e dar ci•ncia de sua decis‹o ao
—rg‹o competente para que este edite a norma regulamentadora. N‹o pode
o Judici‡rio suprir a lacuna, assegurar ao lesado o exerc’cio de seu direito e
tampouco obrigar o Poder Legislativo a legislar. Essa posi•‹o era a seguida
pelo STF atŽ poucos anos atr‡s. Hoje, essa Corte adota a corrente concretista,
que estudaremos a seguir.

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A corrente concretista determina que sempre que estiverem presentes os


requisitos exigidos constitucionalmente para o mandado de injun•‹o, o
Judici‡rio dever‡ n‹o s— reconhecer a omiss‹o legislativa, mas tambŽm
possibilitar a efetiva concretiza•‹o do direito. Essa posi•‹o se subdivide
em duas: i) concretista geral e ii) concretista individual.

a) Na concretista geral, a decis‹o do Judici‡rio deveria ter efeito


sobre todos os titulares do direito lesado (efeito Òerga omnesÓ), atŽ ser
expedida a norma regulamentadora daquele.

b) Na concretista individual, a decis‹o produziria efeitos somente


sobre o autor do mandado de injun•‹o (efic‡cia Òinter partesÓ, ou entre
as partes do processo). A posi•‹o concretista individual tambŽm se
subdivide: pode ser direta ou intermedi‡ria. Aquela determina que o
Judici‡rio, ao julgar procedente o mandado de injun•‹o, concretiza
direta e imediatamente a efic‡cia da norma constitucional para o autor
da a•‹o. J‡ esta (a intermedi‡ria) determina que o Judici‡rio, ap—s
julgar o mandado de injun•‹o procedente, n‹o concretiza
imediatamente a efic‡cia da norma constitucional para o autor da a•‹o.
Este Poder apenas d‡ ci•ncia ao —rg‹o omisso, dando-lhe um prazo
para regulamentar aquela norma. S— em caso de perman•ncia da
omiss‹o Ž que o Judici‡rio fixar‡ as condi•›es necess‡rias para o
exerc’cio do direito pelo autor do mandado de injun•‹o.

O STF tem, atualmente, adotado a posi•‹o concretista, cumprindo,


muitas vezes, o papel do legislador omisso, com o objetivo de dar
exequibilidade ˆs normas constitucionais. Exemplo disso Ž que, ao analisar
mandados de injun•‹o referentes ˆ falta de norma regulamentadora do direito
de greve dos servidores pœblicos civis (art. 37, VII, CF), a Corte n‹o s—
declarou a omiss‹o do legislador, mas tambŽm determinou a aplica•‹o
tempor‡ria ao servidor pœblico, no que couber, da lei de greve aplic‡vel ao
setor privado (Lei no 7.783/1989), atŽ que aquela norma seja editada (MI
712/PA).
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O STF j‡ chegou atŽ mesmo a editar Sœmula Vinculante para combater


omiss‹o legislativa. Foi o que ocorreu em rela•‹o ˆ concess‹o de
aposentadoria especial para servidores pœblicos. A CF/88 exige lei
complementar para a defini•‹o de regras para a concess‹o de aposentadoria
aos servidores Òcujas atividades sejam exercidas sob condi•›es especiais que
prejudiquem a saœde ou a integridade f’sicaÓ (art. 40, ¤ 4¼, III). Como essa lei
complementar ainda n‹o foi editada, ÒpipocaramÓ mandados de injun•‹o
no STF. Para resolver o problema, o STF editou a Sœmula Vinculante n¼ 33,
determinando o seguinte:

Sœmula Vinculante n¼ 33 - Aplicam-se ao servidor pœblico, no que


couber, as regras do regime geral da previd•ncia social sobre

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aposentadoria especial de que trata o artigo 40, ¤ 4¼, inciso III da


Constitui•‹o Federal, atŽ a edi•‹o de lei complementar espec’fica.

A Lei n¼ 13.300/2016 adotou, explicitamente, a teoria concretista


individual, ao dispor que, em mandado de injun•‹o, Òa decis‹o ter‡ efic‡cia
subjetiva limitada ˆs partes e produzir‡ efeitos atŽ o advento da norma
regulamentadoraÓ (art. 9¼, caput). ƒ poss’vel, entretanto, que seja conferida
efic‡cia ultra partes ou erga omnes ˆ decis‹o, quando isso for inerente ou
indispens‡vel ao exerc’cio do direito, liberdade ou da prerrogativa objeto da
impetra•‹o (art. 9¼, ¤ 1¼).

Observe que a lei regulamentadora do mandado de injun•‹o reafirmou a


jurisprud•ncia do STF, dando maior seguran•a jur’dica ao processo e
julgamento desse remŽdio constitucional. Agora, fica claro que o —rg‹o
julgador n‹o ir‡ se limitar a declarar a mora legislativa.

Ao contr‡rio, uma vez reconhecida a mora legislativa, o mandado de


injun•‹o ser‡ deferido para:

a) determinar prazo razo‡vel para que o impetrado promova a edi•‹o


da norma regulamentadora;

b) estabelecer as condi•›es em que se dar‡ o exerc’cio dos


direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for
o caso, as condi•›es em que poder‡ o interessado promover a•‹o
pr—pria visando a exerc•-los, caso n‹o seja suprida a mora legislativa
no prazo determinado.

Por fim, resta uma pergunta: a quem cabe julgar o mandado de injun•‹o?
Depende de qual autoridade se omitiu quanto ˆ proposi•‹o da lei.
Assim, a compet•ncia Ž determinada em raz‹o dessa pessoa (Òratione
personaeÓ).

A compet•ncia para julgar mandado de injun•‹o depender‡ de quem for


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a autoridade inerte. Ser‡ o STF caso a elabora•‹o da norma


regulamentadora seja atribui•‹o do Presidente da Repœblica, do Congresso
Nacional, da C‰mara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de
qualquer das Casas Legislativas, do TCU, de qualquer dos Tribunais Superiores
ou do pr—prio STF. Por outro lado, ser‡ o STJ se a elabora•‹o da norma
regulamentadora for atribui•‹o de —rg‹o, entidade ou autoridade federal, da
administra•‹o direta ou indireta, excetuados os casos de compet•ncia do STF e
dos —rg‹os da Justi•a Militar, Eleitoral, do Trabalho ou Federal.

MANDADO DE INJUNÇÃO 
Finalidade  Suprir a falta de norma regulamentadora, que torne inviável o 

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exercício de direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.  
Legitimados ativos   Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. 
Legitimados  Autoridade que se omitiu quanto à proposição da lei 
passivos  
Natureza  Civil 
Isento de custas  Não 
Medida liminar  Não 
Observações  Pressupostos para cabimento: a) falta de regulamentação de norma 
constitucional programática propriamente dita ou que defina 
princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva; b) 
nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a 
impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade 
constitucional ou prerrogativa inerente à nacionalidade, à 
soberania e à cidadania e c) o decurso de prazo razoável para 
elaboração da norma regulamentadora. 

(TCM / GO Ð 2015) O direito a ser resguardado por


mandado de injun•‹o somente se evidencia nos casos em
que a fun•‹o de legislar refletir uma obriga•‹o jur’dica
indeclin‡vel imposta ao poder pœblico.

Coment‡rios:

O mandado de injun•‹o Ž cab’vel diante de omiss‹o do


Estado naqueles casos em que a fun•‹o de legislar for
uma obriga•‹o jur’dica indeclin‡vel. ƒ o que ocorre no
caso das normas de efic‡cia limitada de car‡ter
impositivo. Quest‹o correta.

(DPE / PE Ð 2015) A jurisprud•ncia do STF acerca do


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mandado de injun•‹o evoluiu para admitir que, alŽm de


declarar omisso o Poder Legislativo, o pr—prio tribunal
edite a norma geral de que depende o exerc’cio do direito
invocado pelo impetrante.

Coment‡rios:

Em v‡rias de suas decis›es, o STF vem adotando, para o


mandado de injun•‹o, a posi•‹o concretista geral.
Assim, o Tribunal n‹o se limita apenas a declarar a
omiss‹o legislativa, mas busca concretizar o direito
para todos os seus titulares. H‡ certa pol•mica em dizer
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que o STF Òedita norma geralÓ. PorŽm, analisando-se o


caso da aposentadoria especial de servidores pœblicos, Ž
poss’vel perceber que mandados de injun•‹o impetrados
no STF resultaram na edi•‹o de verdadeira ÒnormaÓ pela
Corte: a Sœmula Vinculante n¼ 33. Por isso, a quest‹o foi
considerada correta.

(MPE / RJ Ð 2014) O mandado de injun•‹o Ž uma a•‹o


constitucional, tida como garantia fundamental, opon’vel
diante de omiss›es de Poder Pœblico respectivo em
regulamentar matŽrias que viabilizem o exerc’cio de
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
concernentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania.

Coment‡rios:

O mandado de injun•‹o Ž remŽdio constitucional que pode


ser utilizado sempre que a falta de norma
regulamentadora torne invi‡vel o exerc’cio dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ
nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania. Quest‹o correta.

LXXII - conceder-se-‡ "habeas-data":

a) para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico;

b) para a retifica•‹o de dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo;

O habeas data Ž remŽdio constitucional de natureza civil e rito sum‡rio,


possuindo duas finalidades principais:
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a) garantir acesso a informa•›es relativas ˆ pessoa do


impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico;

b) retifica•‹o de dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo. Essa Ž uma segunda finalidade do
Òhabeas dataÓ, que muita gente esquece em prova. O Òhabeas dataÓ
tambŽm pode ser usado para retificar dados do impetrante, constantes
de banco de dados de car‡ter pœblico.

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O habeas data poder‡ ser ajuizado por qualquer pessoa, f’sica ou jur’dica,
brasileira ou estrangeira. Trata-se de a•‹o personal’ssima, que jamais
poder‡ ser usada para garantir acesso a informa•›es de terceiros.

No p—lo passivo do Òhabeas dataÓ, podem estar pessoas de direito pœblico


ou privado. Quanto ˆs œltimas, a condi•‹o Ž que sejam detentoras de banco
de dados de car‡ter pœblico. Isso se deve ao fato de que as informa•›es
pessoais do impetrante ˆs quais se busca ter acesso constam de registro ou
banco de dados de car‡ter pœblico. O Òhabeas dataÓ n‹o pode ser usado para
que se tenha acesso a banco de dados de car‡ter privado.

O Òhabeas dataÓ, para que seja impetrado, exige a comprova•‹o da


negativa da autoridade administrativa de garantir o acesso aos dados
relativos ao impetrante. Trata-se de uma hip—tese de Òjurisdi•‹o
condicionadaÓ, prevista no ordenamento jur’dico nacional.

Sobre isso, destaca-se a posi•‹o do STF de que o acesso ao Òhabeas dataÓ


pressup›e, dentre outras condi•›es de admissibilidade, a exist•ncia do
interesse de agir. Ausente o interesse de agir, torna-se invi‡vel o exerc’cio
desse remŽdio constitucional. A prova do anterior indeferimento do pedido
de informa•›es de dados pessoais, ou da omiss‹o em atend•-lo, constitui
requisito indispens‡vel ˆ concretiza•‹o do interesse de agir em sede de
Òhabeas dataÓ. Sem que se configure situa•‹o prŽvia de pretens‹o resistida, h‡
car•ncia da a•‹o constitucional do Òhabeas dataÓ (STF, HD 75; DF, DJU de
19.10.2006).

O Òhabeas dataÓ Ž, assim como o Òhabeas corpusÓ, a•‹o gratuita. No entanto,


Ž imprescind’vel a assist•ncia advocat’cia para que essa a•‹o seja
impetrada (ao contr‡rio do Òhabeas corpusÓ, que dispensa advogado). A
impetra•‹o de habeas data n‹o se sujeita a decad•ncia ou prescri•‹o.
Ademais, os processos de Òhabeas dataÓ ter‹o prioridade sobre todos os atos
judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de seguran•a. Guarde bem essa
informa•‹o!
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No RE 673.707/MG, de 17 de junho de 2015, o STF decidiu que Òo habeas data


Ž a garantia constitucional adequada para a obten•‹o, pelo pr—prio
contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos
constantes de sistemas informatizados de apoio ˆ arrecada•‹o dos —rg‹os
administra•‹o fazend‡ria dos entes estataisÓ.

A Corte entendeu que os contribuintes t•m o direito de conhecer


informa•›es que lhe digam respeito e que constem de bancos de dados
pœblico ou de car‡ter pœblico, em raz‹o do direito de preservar o status do
seu nome, seu planejamento empresarial, sua estratŽgia de investimento e

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principalmente a recupera•‹o de tributos pagos indevidamente, entre outras


finalidades. 82

(DPE / RO Ð 2015) Dentre as garantias fundamentais, a


Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil previu a
exist•ncia do habeas data. Esse instrumento pode ser
utilizado para retificar dados.

Coment‡rios:

O habeas data pode ser utilizado para a retifica•‹o de


dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo. Quest‹o correta.

(TCM / GO Ð 2015) Segundo o regime jur’dico das a•›es


constitucionais, Ž correto afirmar que permite que se utilize
o habeas data para obten•‹o de vista de processos
administrativos.

Coment‡rios:

A obten•‹o de vista de processos administrativos pode ser


garantida mediante mandado de seguran•a (e n‹o habeas
data). O habeas data ser‡ concedido para Òassegurar o
conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de car‡ter pœblicoÓ.
Quest‹o errada.

HABEAS DATA 
Finalidade  Proteger direito relativo à informação e retificação sobre a pessoa do 
impetrante constante de registros ou bancos de dados  
Legitimados  Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira 
07396517737

ativos 
Legitimados  Entidades governamentais ou pessoas jurídicas de caráter público 
passivos  que tenham registros ou bancos de dados, ou, ainda, pessoas 
jurídicas de direito privado detentoras de banco de dados de caráter 
público 
Natureza  Civil 
Isento de custas  Sim 
Medida liminar  Não 

                                                        
82
 RE 673.707/MG. Rel. Min. Luiz Fux. 17.06.2015.
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Observações  Destina‑se a garantir o acesso a informações relativas à pessoa do 
impetrante, ou seja, do requerente, solicitante. Jamais para garantir 
acesso a informações de terceiros! Só pode ser impetrado diante da 
negativa da autoridade administrativa de garantir o acesso aos 
dados relativos ao impetrante. Sua impetração não se sujeita a 
decadência ou prescrição. 

LXXIII - qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a•‹o popular que
vise a anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de entidade de que o Estado
participe, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio
hist—rico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ, isento de
custas judiciais e do ™nus da sucumb•ncia;

O inciso LXXIII do art. 5¼ da Constitui•‹o traz mais um remŽdio constitucional:


a a•‹o popular. Trata-se uma a•‹o de natureza coletiva, que visa anular
ato lesivo ao patrim™nio pœblico, ˆ moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrim™nio hist—rico e cultural. ƒ, portanto, uma forma de
controle, pelos cidad‹os, dos atos do Poder Pœblico, por meio do Judici‡rio.

ÒQuem pode impetrar essa a•‹o, N‡dia?Ó

Boa pergunta! Este Ž o ÒpeguinhaÓ mais famoso nos concursos, envolvendo a


a•‹o popular: s— pode impetrar a a•‹o o cidad‹o, pessoa f’sica no gozo de
seus direitos civis e pol’ticos. E a a•‹o pode ser usada de maneira
preventiva (quando impetrada antes da pr‡tica do ato lesivo ao patrim™nio
pœblico) ou repressiva (quando o dano j‡ foi causado).

E quais os sujeitos passivos da a•‹o popular, ou seja, quem pode sofrer a


a•‹o?

a) Todas as pessoas jur’dicas em nome das quais o ato ou


contrato lesivo foi (ou seria) praticado; 07396517737

b) Todas as autoridades, os administradores e os servidores e


empregados pœblicos que participaram do ato ou contrato lesivo,
ou que se omitiram, permitindo a les‹o;

c) Todos os benefici‡rios diretos do ato ou contrato lesivo.

ƒ importante destacarmos, tambŽm, o papel do MinistŽrio Pœblico (MP) na


a•‹o popular. O MP pode atuar das seguintes formas:

a) Como parte pœblica aut™noma, velando pela regularidade do


processo e pela correta aplica•‹o da lei, podendo opinar pela

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proced•ncia ou improced•ncia da a•‹o. Nesse caso, exerce o papel de


fiscal da lei, ou Òcustos legisÓ.

b) Como —rg‹o ativador da produ•‹o de prova e auxiliar do autor


popular. Todavia, a fun•‹o de auxiliar do autor da a•‹o popular n‹o
implica em uma atividade secund‡ria do Parquet. Ele n‹o Ž um mero
ajudante do autor da a•‹o; ao contr‡rio, possui uma atividade
aut™noma.

Uma observa•‹o. Voc• percebeu que ÒParquetÓ e MinistŽrio Pœblico s‹o


sin™nimos? Parquet Ž uma express‹o francesa que designa o MP, em aten•‹o
ao pequeno estrado (parquet) onde ficam os agentes do MP quando de suas
manifesta•›es processuais.

c) Como substituto do autor. Aqui, tem-se a palavra substituto


empregada em sentido vulgar, como alguŽm que age no caso da
omiss‹o de outrem. Ocorre quando o autor da a•‹o popular (cidad‹o)
ainda Ž parte no processo, mas Ž uma parte omissa. O MinistŽrio
Pœblico, ent‹o, age em seu lugar, cumprindo ™nus processuais
imputados ao autor, que n‹o os realizou.

d) Como sucessor do autor. Ocorre, em regra, quando o autor da


a•‹o desiste desta, quando, ent‹o, o MinistŽrio Pœblico tem a
faculdade de prosseguir com a a•‹o popular, quando houver interesse
pœblico. Nesse caso, Ž vedado ao MinistŽrio Pœblico desistir da a•‹o
popular. Seu poder de escolha refere-se ao impulso inicial (suceder ou
n‹o o autor). Depois disso, n‹o pode mais voltar atr‡s.

ÒNossa, N‡dia! E se o cidad‹o nunca impetrar a a•‹o popular? O MinistŽrio


Pœblico pode impetr‡-la originariamente?Ó

NÌO! O MinistŽrio Pœblico n‹o possui legitimidade para intentar a a•‹o


popular. S— o cidad‹o possui tal prerrogativa.
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Outro t—pico importante. N‹o se exige, para o cabimento da a•‹o popular, a


comprova•‹o de efetivo dano material, pecuni‡rio. O STF entende que a
lesividade decorre da ilegalidade: basta esta para que se configure o dano.

TambŽm Ž bastante cobrado em prova o entendimento do STF de que n‹o


cabe a•‹o popular contra ato de conteœdo jurisdicional, praticado por
membro do Poder Judici‡rio no desempenho de sua fun•‹o t’pica (decis›es
judiciais). Isso porque a a•‹o popular s— incide sobre a atua•‹o administrativa
do Poder Pœblico83. Assim, imagine que uma decis‹o judicial seja lesiva ao

                                                        
83
STF, Peti•‹o n¼ 2.018-9/SP, Rel. Ministro Celso de Mello, de 29/06/2000.  
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patrim™nio pœblico. Cabe a•‹o popular contra esse ato? N‹o!!! Essa decis‹o
dever‡ ser atacada por meio de outro tipo de a•‹o.

N‹o h‡ foro por prerrogativa de fun•‹o em a•‹o popular. Dessa forma,


uma a•‹o popular contra o Presidente da Repœblica ou contra um parlamentar
(deputado ou senador) ser‡ julgada na primeira inst‰ncia (e n‹o perante o
STF!).

Quando uma senten•a julgar improcedente a•‹o popular, ela estar‡


sujeita, obrigatoriamente, ao duplo grau de jurisdi•‹o (reexame
necess‡rio). Em outras palavras, uma decis‹o judicial que nega provimento a
a•‹o popular dever‡ ser reexaminada pela inst‰ncia superior.

A improced•ncia de a•‹o popular n‹o gera para o autor, salvo comprovada


m‡ fŽ, a obriga•‹o de pagar custas judiciais e o ™nus da sucumb•ncia
(pagamento dos honor‡rios advocat’cios da outra parte).

(DPE / PA Ð 2015) A a•‹o popular poder‡ ser intentada por


cidad‹o e por partido pol’tico com representa•‹o no Congresso
Nacional.

Coment‡rios:

Os partidos pol’ticos n‹o t•m legitimidade para ajuizar a•‹o


popular. Quest‹o errada.

LXXIV - o Estado prestar‡ assist•ncia jur’dica integral e gratuita aos que


comprovarem insufici•ncia de recursos;

Essa previs‹o constitucional visa garantir a todos o acesso ˆ Justi•a. Em


concursos, voc• deve ficar atento ao fato de que a assist•ncia jur’dica integral
e gratuita s— Ž devida aos pobres, aos que comprovarem insufici•ncia de
07396517737

recursos.

LXXV - o Estado indenizar‡ o condenado por erro judici‡rio, assim como o


que ficar preso alŽm do tempo fixado na senten•a;

Tem-se, nesse inciso, a previs‹o da responsabilidade civil do Estado


quanto ˆ condena•‹o por erro judici‡rio ou ˆ manuten•‹o de uma
pessoa presa por mais tempo que o fixado na senten•a judicial.

Tudo bem, aluno (a)... J‡ vou dizer o que Ž responsabilidade civil. Trata-se de
uma obriga•‹o de indenizar que surge a partir de um dano.. No caso, a
responsabilidade do Estado Ž do tipo objetiva, pois independe de ter havido

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dolo ou culpa por parte dos agentes pœblicos, cuja a•‹o foi imputada ao
Estado.

Assim, quem sofreu condena•‹o penal indevida (por erro judici‡rio) ou ficou
preso alŽm do tempo determinado pelo juiz (erro da Administra•‹o) tem
direito a indeniza•‹o. ƒ o que prev• o inciso acima.

LXXVI - s‹o gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certid‹o de —bito;

Quais os poss’veis ÒpeguinhasÓ relativos a esse inciso?

Primeiramente, s— os reconhecidamente pobres, na forma da lei, t•m


direito ˆ gratuidade de que trata a norma constitucional. Entretanto, o STF
julgou constitucional lei que prev• gratuidade do registro da nascimento,
do assento de —bito, bem como da primeira certid‹o respectiva a todos os
cidad‹os (e n‹o s— para os pobres). Entendeu-se inexistir conflito da lei
impugnada com a Constitui•‹o, a qual, em seu inciso LXXVI do art. 5¼ apenas
estabelece o m’nimo a ser observado pela lei, n‹o impedindo que esta
gratuidade seja estendida a outros cidad‹os. Considerou-se, tambŽm, que os
atos relativos ao nascimento e ao —bito s‹o a base para o exerc’cio da
cidadania, sendo assegurada a gratuidade de todos os atos necess‡rios ao seu
exerc’cio (CF, art. 5¼, LXXVII).

Finalmente, a gratuidade s— diz respeito ao registro de nascimento e ˆ


certid‹o de —bito. Nada de cair em ÒpeguinhasÓ que estendam esse direito ˆ
certid‹o de casamento, por exemplo.

LXXVII - s‹o gratuitas as a•›es de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na


forma da lei, os atos necess‡rios ao exerc’cio da cidadania.
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J‡ falamos do Òhabeas corpusÓ e do Òhabeas dataÓ, acima. N‹o vale a pena


repetir. Pe•o apenas que se lembre de que tambŽm s‹o gratuitos os atos
necess‡rios ao exerc’cio da cidadania, na forma da lei. S— a lei formal,
portanto, poder‡ determinar quais atos s‹o esses. ƒ um caso de reserva legal.

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HABEAS CORPUS E HABEAS DATA

REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO
AOS 
RECONHECIDAMENTE 
POBRES
GRATUITOS
CERTIDÃO DE ÓBITO

AÇÕES NECESSÁRIAS AO EXERCÍCIO DA CIDADANIA

AOS QUE 
COMPROVAREM 
INSUFICIÊNCIA DE  ASSISTÊNCIA JURÍDICA GRATUITA
RECURSOS

LXXVIII - a todos, no ‰mbito judicial e administrativo, s‹o assegurados a


razo‡vel dura•‹o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramita•‹o.

Esse dispositivo constitucional traduz o princ’pio da celeridade processual.


Foi incorporado ˆ Carta Magna com o objetivo de garantir aos cidad‹os o
direito de verem julgados seus processos em um prazo razo‡vel, sendo
aplic‡vel tanto aos processos administrativos quanto aos judiciais.

Analisemos, agora, os par‡grafos do art. 5o da Constitui•‹o Federal...

¤ 1¼ - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais t•m


aplica•‹o imediata.
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Desse comando constitucional, depreende-se que as normas que definem


direitos e garantias fundamentais (n‹o s— aquelas do art. 5¼ da CF, mas
tambŽm as constantes de outros artigos da Constitui•‹o) devem ser
interpretadas de modo a terem a maior efic‡cia poss’vel, mesmo quando
ainda n‹o regulamentadas pelo legislador ordin‡rio. Isso porque, como voc•
percebeu, v‡rios direitos e garantias fundamentais est‹o previstos em
normas de efic‡cia limitada, dependendo de regulamenta•‹o para a
produ•‹o de todos os seus efeitos.

¤ 2¼ - Os direitos e garantias expressos nesta Constitui•‹o n‹o excluem


outros decorrentes do regime e dos princ’pios por ela adotados, ou dos
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tratados internacionais em que a Repœblica Federativa do Brasil seja parte.

Como se deduz do par‡grafo acima, os direitos e garantias fundamentais


previstos na Constitui•‹o t•m enumera•‹o aberta (rol exemplificativo).
Podem, portanto, haver outros, decorrentes dos princ’pios constitucionais ou
da assinatura de tratados internacionais pela Repœblica Federativa do Brasil.
Consagrou-se, no Brasil, um sistema aberto de direitos fundamentais.

Desse modo, para que um direito seja considerado como fundamental, n‹o Ž
necess‡rio que ele seja constitucionalizado (incorporado formalmente ao
texto constitucional). Os direitos ser‹o fundamentais em raz‹o da sua
ess•ncia, do seu conteœdo normativo. Surge, assim, a ideia de
Òfundamentalidade materialÓ dos direitos fundamentais, que permite a
abertura do sistema constitucional a outros direitos fundamentais n‹o
previstos no texto da Constitui•‹o.

H‡ que se ressaltar que a fundamentalidade material Ž uma no•‹o que


depende da exist•ncia de cl‡usula de abertura material inserida no texto
da Constitui•‹o, o que no caso brasileiro foi feito pelo art. 5¼, ¤ 2¼, CF/88. Em
outras palavras, Ž a Constitui•‹o formal que abre a possibilidade para o
fen™meno da Òfundamentalidade materialÓ.

¤ 3¼ Os tratados e conven•›es internacionais sobre direitos humanos que


forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
tr•s quintos dos votos dos respectivos membros, ser‹o equivalentes ˆs
emendas constitucionais.

Por meio desse par‡grafo, a Constitui•‹o determina que alguns tratados e


conven•›es internacionais t•m for•a de emenda constitucional, atendidos
os requisitos:

a) Devem tratar de direitos humanos;

b) Devem ter sido aprovados de acordo com o rito pr—prio das emendas
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constitucionais: tr•s quintos dos membros de cada Casa do Congresso


Nacional, em dois turnos de vota•‹o.

E os tratados sobre direitos humanos que n‹o s‹o aprovados por esse rito
especial?

Como dissemos anteriormente, caro (a) aluno (a), o Supremo Tribunal Federal
(STF), em decis‹o recente (2008), firmou entendimento de que esses
tratados t•m hierarquia supralegal, situando-se abaixo da Constitui•‹o e
acima da legisla•‹o interna.

¤ 4¼ O Brasil se submete ˆ jurisdi•‹o de Tribunal Penal Internacional a cuja


cria•‹o tenha manifestado ades‹o.
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O Tribunal Penal Internacional constitui-se no primeiro tribunal de natureza


permanente destinado a apurar a responsabilidade de indiv’duos por
crimes perpetrados contra os direitos humanos, concretizando grande avan•o
do processo de internacionaliza•‹o dos direitos humanos e de humaniza•‹o do
direito internacional.

(MPU Ð 2015) A CF traz uma enumera•‹o taxativa dos direitos


fundamentais.

Coment‡rios:

O rol de direitos fundamentais previsto na CF/88 Ž meramente


exemplificativo. Podem existir outros direitos fundamentais
previstos em tratados internacionais ou decorrentes do regime e
dos princ’pios adotados pela CF/88. Quest‹o errada.

(MPE Ð GO Ð 2014) A fundamentalidade material Ž uma no•‹o


que permite a abertura a outros direitos fundamentais n‹o
previstos expressamente no texto constitucional, e essa mesma
no•‹o se d‡ por meios que prescindem da Constitui•‹o formal.

Coment‡rios:

O erro est‡ na parte final da assertiva. A abertura do sistema


constitucional a outros direitos fundamentais depende de
expressa previs‹o na Constitui•‹o formal. Quest‹o errada.

Quest›es Comentadas

1. (FGV / COMPESA Ð 2016) Consoante o Art. 5¼, inciso XLV, da


Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil, Ònenhuma pena
passar‡ da pessoa do condenado, podendo a obriga•‹o de reparar o
dano e a decreta•‹o do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, atŽ o limite do
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valor do patrim™nio transferidoÓ.

Com os olhos voltados ˆ classifica•‹o das normas constitucionais, Ž


correto afirmar que a interpreta•‹o desse comando normativo d‡
origem a uma norma constitucional:

a) de efic‡cia plena e aplicabilidade integral.

b) de efic‡cia indireta e aplicabilidade contida.

c) de efic‡cia plena e aplicabilidade limitada.

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d) de efic‡cia limitada e aplicabilidade mediata.

e) de efic‡cia contida e aplicabilidade direta.

Coment‡rios:

O art. 5¼, XLV, Ž uma norma constitucional de efic‡cia contida. Sua


aplicabilidade Ž direta, imediata e possivelmente n‹o integral.

Trata-se de norma autoaplic‡vel, que independe de regulamenta•‹o para


produzir todos os seus efeitos. Desde a promulga•‹o da CF/88, nenhuma
pena passar‡ da pessoa do condenado, sendo a obriga•‹o de repara•‹o do
dano e a decreta•‹o do perdimento de bens estendida aos sucessores e contra
eles executadas.

ƒ poss’vel, todavia, que haja restri•‹o a esse comando constitucional,


uma vez que a lei pode definir requisitos para que a obriga•‹o de repara•‹o
do dano e a decreta•‹o do perdimento de bens seja estendida aos sucessores
e contra eles executadas

O gabarito Ž a letra E.

2. (FGV / COMPESA Ð 2016) Ednaldo soube por um amigo que


determinada empresa pœblica estadual mantinha em seu poder
diversas informa•›es, relativas ˆ sua pessoa, que seriam incorretas.
Ato cont’nuo procurou um advogado e solicitou esclarecimentos de
como deveria proceder para retificar os dados incorretos.

Ë luz da sistem‡tica constitucional brasileira, assinale a afirmativa


correta.

a) Ednaldo deve impetrar um mandado de seguran•a, quer tenha solicitado a


retifica•‹o dos dados ˆ autoridade administrativa, quer n‹o.
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b) Ednaldo deve impetrar um mandado de seguran•a, desde que tenha


solicitado a retifica•‹o dos dados ˆ autoridade administrativa e tal tenha sido
negado.

c) Ednaldo deve impetrar um mandado de injun•‹o, de modo que o tribunal


competente fixe os balizamentos a serem observados na corre•‹o dos dados.

d) Ednaldo deve impetrar um habeas data, que pressup›e a apresenta•‹o de


prova do indeferimento administrativo do pedido de retifica•‹o.

e) Ednaldo deve impetrar um habeas data, que independe da formula•‹o de


prŽvio requerimento de retifica•‹o na esfera administrativa.

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Coment‡rios:

Segundo o art. 5¼, LXXII, ser‡ concedido habeas data em 2 (duas)


hip—teses: i) para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de car‡ter pœblico e; ii) para a retifica•‹o de dados,
quando n‹o se prefira faz•-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

A impetra•‹o de habeas data depende da prŽvia negativa da


Administra•‹o, ou seja, pressup›e a apresenta•‹o de prova do indeferimento
administrativo do pedido de retifica•‹o.

O gabarito Ž a letra D.

3. (FGV / IBGE Ð 2016) De acordo com o texto da Constitui•‹o da


Repœblica de 1988 e com a doutrina de Direito Administrativo, o
mandado de seguran•a Ž:

a) a•‹o de fundamento constitucional pela qual se torna poss’vel proteger o


direito l’quido e certo do interessado contra ato do Poder Pœblico ou de agente
de pessoa privada no exerc’cio de fun•‹o delegada;

b) remŽdio constitucional cab’vel quando houver falta de norma


regulamentadora que torne invi‡vel o exerc’cio dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ
cidadania;

c) meio processual previsto na Constitui•‹o para assegurar o conhecimento de


informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de car‡ter pœblico;

d) instrumento constitucional ˆ disposi•‹o de qualquer cidad‹o que visa a


anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de entidade de que o Estado
participe, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio
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hist—rico e cultural;

e) demanda de ordem constitucional ˆ disposi•‹o de qualquer cidad‹o para a


restitui•‹o da verdade sobre fato juridicamente relevante com a retifica•‹o de
dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.

Coment‡rios:

Letra A: correta. O mandado de seguran•a Ž remŽdio constitucional que


tem como objetivo proteger direito l’quido e certo n‹o amparado por
habeas corpus ou habeas data.

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Letra B: errada. O remŽdio constitucional utilizado para combater as


omiss›es inconstitucionais Ž o mandado de injun•‹o.

Letra C: errada. O remŽdio constitucional que busca assegurar o


conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante Ž o habeas
data.

Letra D: errada. A a•‹o popular pode ser proposta por qualquer cidad‹o,
buscando anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico, ˆ moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico-cultural.

Letra E: errada. A retifica•‹o de dados relativos ˆ pessoa do impetrante


pode ser feita por habeas data.

O gabarito Ž a letra A.

4. (FGV / TJ-PI Ð 2015) O art. 5¼, LXI, da Constitui•‹o da Repœblica


Federativa do Brasil, disp›e que ÒninguŽm ser‡ preso sen‹o em
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judici‡ria competente, salvo nos casos de transgress‹o militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei". Ë luz dos referenciais de
aplicabilidade e efic‡cia, Ž correto afirmar que, a partir desse
enunciado lingu’stico, se obtŽm uma norma constitucional:

a) program‡tica;

b) de efic‡cia plena e aplicabilidade imediata;

c) de efic‡cia contida e aplicabilidade imediata;

d) preceptiva;

e) de efic‡cia limitada e aplicabilidade imediata.


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Coment‡rios:

Essa Ž uma quest‹o que gera bastante pol•mica. Deixe-me explicar melhor
o porqu•...

No art. 5¼, LXI, CF/88, tem-se uma regra constitucional importante: a de


que a pris‹o somente pode ser determinada por decis‹o judicial. Tal
regra constitucional poder‡ ser flexibilizada, entretanto, nas seguintes
hip—teses: i) flagrante delito e; ii) crimes propriamente militares definidos
em lei.

Analisando-se, por essa —tica, Ž poss’vel concluir que, quando a lei definir
um crime propriamente militar, ela estar‡ abrindo a possibilidade para que,
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diante da pr‡tica daquele tipo penal, seja restringida a regra de que a


pris‹o dever‡ ser determinada por decis‹o judicial. Logo, trata-se de
norma de efic‡cia contida.

Mas tambŽm Ž poss’vel uma outra interpreta•‹o... Poder’amos afirmar que


a defini•‹o de crimes propriamente militares depende da edi•‹o de lei. A’,
ter’amos uma norma de efic‡cia limitada.

A FGV adotou a primeira interpreta•‹o, considerando o gabarito como a


letra C.

5. (FGV / DPE-RO Ð Analista Ð 2015) Pedro e Ernesto, renomados


advogados, travaram um intenso debate a respeito das garantias
constitucionais do direito adquirido e do ato jur’dico perfeito. Por fim,
convergiram a respeito da constitucionalidade de uma œnica tese,
dentre as inœmeras que haviam sido debatidas, qual seja:

a) no momento em que o servidor pœblico toma posse no cargo, surge o direito


adquirido ao regime jur’dico ent‹o vigente, de modo que as altera•›es
posteriores n‹o podem alcan•‡-lo;

b) a ordem de voca•‹o heredit‡ria deve observar as normas vigentes ˆ Žpoca


da abertura do invent‡rio, n‹o podendo ser invocada a lei anterior, vigente ˆ
Žpoca do —bito;

c) a garantia do direito adquirido, enquanto proje•‹o direta da dignidade


humana, Ž opon’vel ao pr—prio Constituinte origin‡rio;

d) o preenchimento dos requisitos para a aposentadoria faz surgir o direito


adquirido, ainda que o requerimento seja formulado ap—s a vig•ncia da lei que
os modificou;

e) os efeitos futuros de contrato celebrado sob a Žgide da lei anterior devem


ser regidos pela lei vigente ˆ Žpoca em que se projetem na realidade.
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Coment‡rios:

Letra A: errada. Segundo a jurisprud•ncia do STF, n‹o h‡ direito adquirido do


servidor pœblico ao regime jur’dico.

Letra B: errada. A sucess‹o Ž regulada pela lei vigente ao tempo da sua


abertura, que Ž o momento do —bito. Isso Ž o que prev• o art. 1787, do
C—digo Civil.

Letra C: errada. N‹o h‡ direito adquirido diante de normas constitucionais


origin‡rias, ou seja, diante de uma nova Constitui•‹o.

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Letra D: correta. De fato, Ž o preenchimento dos requisitos que faz nascer


o direito adquirido ˆ aposentadoria.

Letra E: errada. A lei nova n‹o alcan•a os efeitos futuros de contratos


celebrados antes da sua vig•ncia, sob pena de viola•‹o ao ato jur’dico perfeito.
O STF adotou esse entendimento no ‰mbito do RE n¼ 205.999, no qual
considerou que as normas do C—digo de Defesa do Consumidor n‹o seriam
aplicadas aos contratos que tivessem sido celebrados antes da sua entrada em
vigor.

O gabarito Ž a letra D.

6. (FGV / DPE-RO Ð Oficial de Dilig•ncia Ð 2015) Dentre as


garantias fundamentais, a Constitui•‹o da Repœblica Federativa do
Brasil previu a exist•ncia do habeas data. Esse instrumento pode ser
utilizado para:

a) proteger direito l’quido e certo;

b) retificar dados;

c) proteger a liberdade de locomo•‹o;

d) permitir o exerc’cio de direitos ainda n‹o regulamentados;

e) assegurar o direito ˆ liberdade de express‹o.

Coment‡rios:

Segundo o art. 5¼, LXXII, CF/88, o habeas data ser‡ concedido:

a) para assegurar o conhecimento de informa•›es relativas ˆ


pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
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entidades governamentais ou de car‡ter pœblico;

b) para a retifica•‹o de dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por


processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Portanto, o gabarito Ž a letra B.

7. (FGV / DPE-RO Ð Oficial de Dilig•ncia Ð 2015) Ao enunciar os


direitos e deveres individuais e coletivos, a Constitui•‹o da Repœblica
Federativa do Brasil assegurou uma sŽrie de direitos relacionados ˆ
apura•‹o da responsabilidade penal das pessoas em geral. Nesse
particular, Ž correto afirmar que a lei penal:

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a) somente poder‡ retroagir para beneficiar o rŽu;

b) sempre poder‡ retroagir caso disponha dessa maneira;

c) prejudicial ou benŽfica ao rŽu, jamais poder‡ retroagir;

d) somente poder‡ retroagir quando o interesse pœblico justificar essa medida;

e) somente poder‡ retroagir para aumentar a pena, n‹o para criar um novo
crime.

Coment‡rios:

Segundo o art. 5¼, XL, CF/88, Òa lei penal n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar
o rŽuÓ. O gabarito Ž a letra A.

8. (FGV / TCM-SP Ð Ci•ncias Jur’dicas Ð 2015) Reginaldo e Ednaldo,


irm‹os e estudantes de direito, travaram intenso debate a respeito da
possibilidade, ou n‹o, de retroatividade das leis. Considerando a
sistem‡tica constitucional a respeito dessa matŽria, Ž correto afirmar
que:

a) enquanto n‹o requerido o benef’cio previdenci‡rio, ainda que preenchidos


os requisitos previstos em lei, h‡ mera expectativa de direito, n‹o verdadeiro
direito adquirido;

b) na medida em que n‹o ostenta natureza contratual, n‹o h‡ direito adquirido


ao regime jur’dico do Fundo de Garantia por Tempo de Servi•o;

c) a lei nova alcan•a os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente


ˆ sua vig•ncia, n‹o havendo que se falar em afronta ao ato jur’dico perfeito;
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d) a garantia da coisa julgada a que se refere a Constitui•‹o da Repœblica


alcan•a tanto aquela formada no processo judicial como no administrativo;

e) o Tribunal de Contas, no exerc’cio de suas compet•ncias, pode determinar a


exclus‹o de vantagens ilegais, ainda que reconhecidas em senten•a judicial
transitada em julgado.

Coment‡rios:

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Letra A: errada. Haver‡ direito adquirido ao benef’cio previdenci‡rio quando


forem preenchidos os requisitos previstos em lei, ainda que n‹o feita a
sua requisi•‹o.

Letra B: correta. No Recurso Extraordin‡rio n¼ 226.855, o STF decidiu o


seguinte:

"O FGTS, ao contr‡rio do que sucede com as cadernetas de poupan•a,


n‹o tem natureza contratual, mas, sim, estatut‡ria, por decorrer da
lei e por ela ser disciplinado. Assim, Ž de aplicar-se a ele a firme
jurisprud•ncia desta Corte no sentido de que n‹o h‡ direito adquirido
a regime jur’dicoÓ.

Letra C: errada. A lei nova n‹o alcan•a os efeitos futuros de contratos


celebrados antes da sua vig•ncia, sob pena de viola•‹o ao ato jur’dico perfeito.
O STF adotou esse entendimento no ‰mbito do RE n¼ 205.999, no qual
considerou que as normas do C—digo de Defesa do Consumidor n‹o seriam
aplicadas aos contratos que tivessem sido celebrados antes da sua entrada em
vigor.

Letra D: errada. A garantia da Òcoisa julgadaÓ a que se refere a CF/88 alcan•a


apenas aquela formada no processo judicial.

Letra E: errada. No MS 30.312 AgR/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, o STF apreciou
caso concreto em que o TCU havia considerado ilegal o pagamento de pens‹o
oriunda de decis‹o judicial transitada em julgada. A Corte entendeu que o TCU
n‹o poderia determinar a exclus‹o do benef’cio ÒilegalÓ, sob pena de viola•‹o ˆ
coisa julgada.

O gabarito Ž a letra B.
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9. (FGV / TCE-RJ Ð 2015) Considerando a sistem‡tica de


incorpora•‹o, na ordem jur’dica interna, dos tratados internacionais de
prote•‹o dos direitos humanos, bem como a posi•‹o que podem
ocupar no escalonamento das normas, Ž correto afirmar, de acordo
com o entendimento prevalecente no ‰mbito do Supremo Tribunal
Federal, que:

a) sempre ter‹o natureza supralegal, mas infraconstitucional;

b) podem ter natureza infralegal ou constitucional;

c) sempre ter‹o natureza legal e infraconstitucional;


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d) podem ter natureza supralegal ou constitucional;

e) sempre ter‹o natureza constitucional.

Coment‡rios:

Os tratados internacionais de direitos humanos ter‹o natureza supralegal ou


constitucional. Quando forem aprovados pelo rito pr—prio das emendas
constitucionais, ser‹o a elas equivalentes. Quando forem aprovados pelo rito
ordin‡rio, ter‹o natureza supralegal. A resposta Ž a letra D.

10. (FGV / DPE-RJ Ð 2014) A Constitui•‹o da Repœblica, em seu Art.


5¼, XXXV prev• que Òa lei n‹o excluir‡ da aprecia•‹o do Poder
Judici‡rio les‹o ou amea•a a direitoÓ, consagrando o princ’pio da
inafastabilidade do controle jurisdicional. Nesse contexto, Ž correto
afirmar que o Poder Judici‡rio

a) s— admite a•›es relativas ˆ disciplina e ˆs competi•›es desportivas ap—s se


esgotarem as inst‰ncias da justi•a desportiva, regulada em lei.

b) s— admite a•›es relativas a direitos autorais ap—s esgotarem-se as


inst‰ncias conciliat—rias, reguladas em lei.

c) n‹o pode extinguir um processo, sem resolu•‹o de mŽrito pela conven•‹o


de arbitragem, por viola•‹o ao princ’pio da inafastabilidade da jurisdi•‹o.

d) exige o prŽvio esgotamento da via militar, nos casos disciplinares, para


admissibilidade da demanda perante a Justi•a Comum.

e) exige o prŽvio esgotamento da via eleitoral, nos casos excepcionais 


previstos em lei, para admissibilidade da demanda perante a Justi•a Comum.

Coment‡rios:

O ordenamento jur’dico brasileiro exige o esgotamento da via


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administrativa como requisito para acesso ao Poder Judici‡rio em tr•s


situa•›es: i) habeas data; ii) controvŽrsias desportivas e; iii) reclama•‹o
contra o descumprimento de Sœmula Vinculante pela Administra•‹o Pœblica. A
resposta, portanto, Ž a letra A.

11. (FGV/TJ-AM Ð 2013) No tocante aos direitos e garantias


individuais, Ž correto afirmar que a lei regular‡ a individualiza•‹o da
pena e adotar‡, entre outras, as seguintes:

a) priva•‹o ou restri•‹o de liberdade, perda de bens e banimento.

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b) multa, presta•‹o social alternativa e interdi•‹o de direitos.

c) multa, interdi•‹o de direitos e trabalhos for•ados.

d) suspens‹o de direitos, banimento e priva•‹o de liberdade.

e) priva•‹o de liberdade, trabalhos for•ados e presta•‹o social alternativa.

Coment‡rios:

O inciso XLVI do art. 5¼ da Carta Magna prev• que a lei regular‡ a


individualiza•‹o da pena e adotar‡, entre outras, as seguintes: a) priva•‹o ou
restri•‹o da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) presta•‹o social
alternativa; e) suspens‹o ou interdi•‹o de direitos.

As letras A, C, D e E preveem penas proibidas pela Constitui•‹o em seu art.


5¼, inciso XLVII. Essas penas s‹o as seguintes: a) de morte, salvo em caso de
guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de car‡ter perpŽtuo; c) de
trabalhos for•ados; d) de banimento; e) cruŽis.

A letra B Ž o gabarito.

12. (FGV/Funda•‹o Pr— Sangue Ð 2013) Maria, em tempos de paz,


ingressa nos quadros do ExŽrcito brasileiro, onde galga os postos
adequados ˆ sua carreira. Em determinado momento, o Brasil declara
guerra ao Estado W, ocorrendo a obedi•ncia dos tr‰mites
constitucionais necess‡rios ao ato. Por for•a de infring•ncia da
legisla•‹o militar, Maria vem a ser condenada ˆ morte, por trai•‹o ˆ
p‡tria. Nos termos da Constitui•‹o Federal de 1988, a pena de morte
foi:

a) banida do direito brasileiro.

b) admitida na situa•‹o de guerra externa. 07396517737

c) autorizada em crimes hediondos.

d) proibida salvo crime de terrorismo.

e) permitida em caso de guerra interna.

Coment‡rios:

O ordenamento jur’dico brasileiro admite, excepcionalmente, a pena de morte


nos casos de guerra declarada (art. 5¼, XLVII, ÒaÓ, CF). O gabarito Ž a letra B.

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13. (FGV/Funda•‹o Pr— Sangue Ð 2013) Pedro e Matheus s‹o


acusados da pr‡tica de crimes hediondos, tendo confessado os delitos.
Ap—s apura•‹o imparcial verifica-se que a confiss‹o foi obtida
mediante a utiliza•‹o de meios considerados abusivos, classificados
como tortura pelos investigadores. Nos termos da Constitui•‹o de
1988, a tortura Ž considerada uma viola•‹o ao direito ˆ:

a) privacidade.

b) integridade f’sica.

c) igualdade.

d) liberdade.

e) seguran•a.

Coment‡rios:

A tortura Ž uma viola•‹o ao direito ˆ integridade f’sica. Portanto, o gabarito Ž a


letra B.

14. (FGV/FIOCRUZ Ð 2010) Com rela•‹o aos direitos e garantias


constitucionais, analise as afirmativas a seguir:

I. A promo•‹o da defesa do consumidor n‹o est‡ expressa no art. 5¼ da


Constitui•‹o Federal/88; portanto, uma vez que sua efic‡cia dependa de lei
infraconstitucional, n‹o se pode afirmar que tenha adquirido status
constitucional.

II. A obten•‹o de certid›es em reparti•›es pœblicas, para esclarecimento de


situa•›es de interesse pessoa, independente de pagamento de taxa.

III. Todos t•m direito a receber dos —rg‹os pœblicos informa•›es de seus
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interesses particulares, porŽm os de interesse coletivo ou geral n‹o poder‹o


ser prestados a particulares, sob pena de responsabilidade, uma vez que
devem sempre estar resguardados sob a prote•‹o do Estado.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.


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e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Coment‡rios:

O item I est‡ incorreto. O art. 5¼, inciso XXXII, da Constitui•‹o, prev• que Òo
Estado promover‡, na forma da lei, a defesa do consumidorÓ.

O item II est‡ correto. ƒ o que prev• o inciso XXXIV do art. 5¼ da Constitui•‹o,


segundo o qual Òs‹o a todos assegurados, independentemente do pagamento
de taxas: a) o direito de peti•‹o aos Poderes Pœblicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obten•‹o de certid›es em
reparti•›es pœblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situa•›es de
interesse pessoal.

O item III est‡ incorreto. Segundo o inciso XXXIII do art. 5¼ da CF/88 Ò todos
t•m direito a receber dos —rg‹os pœblicos informa•›es de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que ser‹o prestadas no prazo da
lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do EstadoÓ.

A letra B Ž o gabarito.

15. (FGV/Senado Federal Ð 2008) Todos t•m direito a receber dos


—rg‹os pœblicos informa•›es de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que ser‹o prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do Estado.

Coment‡rios:

ƒ o que prev• o inciso XXXIII do art. 5¼ da Constitui•‹o, que trata do direito ˆ


informa•‹o. Quest‹o correta.

16. (FGV/Senado Federal Ð 2008) A aprecia•‹o pelo Poder Judici‡rio


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de les‹o ou amea•a a direito ser‡ assegurada na forma e observados


os limites previstos em lei complementar.

Coment‡rios:

A Constitui•‹o, no inciso XXXV do seu art. 5¼, determina que a a lei (ordin‡ria,
e n‹o complementar!) n‹o excluir‡ da aprecia•‹o do Poder Judici‡rio les‹o ou
amea•a a direito. Quest‹o incorreta.

17. (FGV / Senado Federal Ð 2012) Constitui crime inafian•‡vel e


imprescrit’vel a a•‹o de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democr‡tico.

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Coment‡rios:

ƒ o que prev• o inciso XLIV do art. 5¼ da Carta Magna. A a•‹o de grupos


armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
democr‡tico Ž crime inafian•‡vel e imprescrit’vel. Quest‹o correta.

18. (FGV/Senado Federal Ð 2008) ƒ vedada a comina•‹o de pena de


car‡ter perpŽtuo, salvo no caso de condena•‹o por crimes
considerados hediondos, na forma da lei.

Coment‡rios:

N‹o h‡ tal exce•‹o: a veda•‹o ˆ pena de car‡ter perpŽtuo Ž absoluta (art. 5¼,
XLVII, ÒbÓ, CF). Quest‹o incorreta.

19. (FGV/FUNARTE Ð 2014) N‹o h‡ pris‹o civil por d’vida, salvo a do


respons‡vel pelo inadimplemento volunt‡rio e inescus‡vel de
obriga•‹o aliment’cia, de dano ao patrim™nio hist—rico-cultural, e a do
deposit‡rio infiel.

Coment‡rios:

A Constitui•‹o prev• apenas duas possibilidades de pris‹o civil por d’vida: a do


respons‡vel pelo inadimplemento volunt‡rio e inescus‡vel de obriga•‹o
aliment’cia e a do deposit‡rio infiel (art. 5¼, LXVII, CF). Quest‹o incorreta.

20. (FGV / SEGEP-MA Ð 2013) O uso de algemas s— Ž l’cito nos casos


de pris‹o em flagrante.

Coment‡rios:

N‹o h‡ rela•‹o entre pris‹o em flagrante e o uso de algemas. A utiliza•‹o de


algemas Ž regulada pela Sœmula Vinculante n¼ 11, que assim disp›e:
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ÒS— Ž l’cito o uso de algemas em caso de resist•ncia e de fundado receio


de fuga ou de perigo ˆ integridade f’sica pr—pria ou alheia, por parte do
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob
pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da pris‹o ou do ato processual a que se refere
sem preju’zo da responsabilidade civil do Estado.Ó

Portanto, a quest‹o est‡ incorreta.

21. (FGV / SEGEP-MA Ð 2013) A publica•‹o n‹o consentida da


imagem de um indiv’duo, utilizada com fins comerciais, gera dano
moral repar‡vel, ainda que n‹o reste configurada situa•‹o vexat—ria.

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Coment‡rios:

Imagine que uma empresa fa•a um anœncio utilizando a imagem de uma


pessoa sem o seu consentimento. Ela estar‡, por —bvio, violando o direito ˆ
imagem da pessoa. Surge, ent‹o, a possibilidade de indeniza•‹o por dano
moral, mesmo que n‹o fique caracterizada situa•‹o vexat—ria. Quest‹o
correta.

22. (FGV/TJ-AM Ð 2013) Sobre o sigilo de correspond•ncia e das


comunica•›es telegr‡ficas, de dados e das comunica•›es telef™nicas,
assinale a afirmativa correta.

a) A quebra de sigilo telef™nico, em qualquer hip—tese, somente pode ser


deferida por ordem judicial, n‹o se admitindo que seja feita pela Administra•‹o
Pœblica ou por comiss‹o parlamentar de inquŽrito.

b) A jurisprud•ncia pac’fica das Cortes Superiores admite a utiliza•‹o da


grava•‹o clandestina como prova da quita•‹o de d’vidas.

c) A grava•‹o ambiental realizada por circuito interno de TV pode ser utilizada,


no processo penal, como prova da pr‡tica de crime.

d) A correspond•ncia do preso Ž inviol‡vel, somente sendo poss’vel ˆ


Administra•‹o penitenci‡ria a quebra do sigilo mediante autoriza•‹o judicial.

e) A abertura de carta, que apresente ind’cios de conter subst‰ncia de


circula•‹o proibida como entorpecentes, constitui viola•‹o do sigilo de
correspond•ncia, admitindo-se, todavia, que o servi•o postal recuse a entrega.

Coment‡rios:

Letra A: errada. A quebra de sigilo telef™nico pode ser determinada por ordem
judicial ou por Comiss‹o Parlamentar de InquŽrito. A intercepta•‹o
telef™nica, por sua vez, pode ser determinada apenas pelo Poder Judici‡rio.
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Letra B: errada. A grava•‹o clandestina Ž considerada prova il’cita e,


portanto, n‹o pode ser utilizada em um processo.

Letra C: correta. A grava•‹o ambiental realizada por circuito interno de TV n‹o


Ž considerada prova il’cita. Portanto, pode ser utilizada em processo penal.

Letra D: errada. A Administra•‹o penitenci‡ria poder‡, com fundamento em


raz›es de seguran•a pœblica, disciplina prisional ou de preserva•‹o da ordem
jur’dica, realizar a intercepta•‹o da correspond•ncia dos presos. N‹o h‡
necessidade de ordem judicial para isso.

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Letra E: errada. N‹o h‡ viola•‹o do sigilo de correspond•ncia na abertura de


carta que apresente ind’cios de conter subst‰ncia de circula•‹o proibida.

23. (FGV/Senado Federal Ð 2012) Com base no art. 5¼ da


Constitui•‹o da Repœblica, assinale a afirmativa INCORRETA.

a) Ser‡ admitida a•‹o privada nos crimes de a•‹o pœblica, se esta n‹o for
intentada no prazo legal.

b) A lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos processuais quando se


tratar de crimes contra a fam’lia.

c) NinguŽm ser‡ preso sen‹o em flagrante delito ou por ordem escrita e


fundamentada de autoridade judici‡ria competente, salvo nos casos de
transgress‹o militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

d) A pris‹o de qualquer pessoa e o local onde se encontre ser‹o comunicados


imediatamente ao juiz competente e ˆ fam’lia do preso ou ˆ pessoa por ele
indicada.

e) O preso ser‡ informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer


calado, sendo-lhe assegurada a assist•ncia da fam’lia e de advogado.

Coment‡rios:

A letra A est‡ correta. Trata-se da literalidade do inciso LIX do art. 5¼ da


Constitui•‹o.

A letra B est‡ incorreta. De acordo com o inciso LX do art. 5¼ da CF/88. a lei s—


poder‡ restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem.

A letra C est‡ correta. O inciso LXI do art. 5¼ da Constitui•‹o traz as hip—teses


em que Ž poss’vel a pris‹o: i) em flagrante delito; ii) em caso de transgress‹o
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militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; iii) por ordem de juiz,
escrita e fundamentada (ou seja, com base legal).

A letra D est‡ correta. Tem-se a literalidade do inciso LXII do art. 5¼ da


Constitui•‹o.

A letra E est‡ correta. Trata-se da literalidade do art. 5¼, inciso LXIII, da


CF/88.

O gabarito Ž a letra B.

24. (FGV/SEFAZ-RJ Ð 2011) Abelhudo, cidad‹o brasileiro, contrai


casamento com Abelhudinha, tendo o casal tr•s filhos. Infelizmente, o
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casal resolve divorciar-se, e o var‹o assume o dever de prestar


alimentos ˆ sua ex-esposa e aos seus filhos. Apesar de contar com boa
remunera•‹o, abelhudo deixa de pagar v‡rias presta•›es dos
alimentos acordados judicialmente, vindo a sofrer processo de
cobran•a, tendo sua ex-mulher requerido sua pris‹o caso n‹o solvesse
a d’vida. O var‹o, apesar de regularmente comunicado do processo,
n‹o pagou a d’vida nem justificou o n‹o pagamento, vindo sua pris‹o a
ser declarada pelo magistrado presidente do processo. A respeito da
pris‹o civil, Ž correto afirmar que:

a) ƒ admiss’vel quando o devedor contrai d’vidas com fornecedores.

b) Est‡ restrita ˆ d’vida quando ela tem natureza de alimentos.

c) Foi extinta ap—s a edi•‹o da constitui•‹o federal de 1988.

d) ƒ constitucionalmente prevista para homens inadimplentes de alimentos.

e) Est‡ preservada somente para militares em tempo de guerra

Coment‡rios:

A quest‹o cobra o conhecimento do inciso LXVII do art. 5¼ da CF/88, que


prev• que Òn‹o haver‡ pris‹o civil por d’vida, salvo a do respons‡vel pelo
inadimplemento volunt‡rio e inescus‡vel de obriga•‹o aliment’cia e a
do deposit‡rio infielÓ. A pris‹o do deposit‡rio infiel, todavia, est‡ suspensa,
devido ˆ ratifica•‹o, pelo Brasil, do Pacto de San Jose. Esse tratado
internacional tem status supralegal, por tratar de direitos humanos, e
suspendeu toda a legisla•‹o a ele contr‡ria. Desse modo, ao permitir apenas a
pris‹o civil por n‹o pagamento de obriga•‹o aliment’cia, suspendeu toda
legisla•‹o infraconstitucional que regia a pris‹o do deposit‡rio infiel. N‹o h‡,
portanto, pris‹o civil nessa hip—tese84.

A letra A est‡ incorreta. N‹o h‡ tal previs‹o na Constitui•‹o. 07396517737

A letra C est‡ incorreta. A CF/88 prev• a possibilidade de pris‹o civil por


d’vida, em seu art. 5¼, LXVII.

A letra D est‡ incorreta. H‡ previs‹o de pris‹o civil por d’vida tambŽm no caso
de deposit‡rio infiel. AlŽm disso, a previs‹o constitucional vale tanto para
homens quanto para mulheres.

A letra E est‡ incorreta. A pris‹o civil por d’vidas est‡ prevista nas hip—teses
de inadimplemento volunt‡rio e inescus‡vel de pens‹o aliment’cia e de
deposit‡rio infiel.
                                                        
84
Sœmula vinculante n. 25, STF. 
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O gabarito Ž a letra B. No Brasil, a œnica hip—tese de pris‹o civil por d’vida


admitida Ž a do devedor de alimentos.

25. (FGV/PC-AP Ð 2010) Nenhum brasileiro ser‡ extraditado, salvo o


naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturaliza•‹o, ou de comprovado envolvimento em tr‡fico il’cito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

Coment‡rios:

ƒ o que disp›e o art. 5¼, LI, CF/88. Os brasileiros natos jamais ser‹o
extraditados. Os brasileiros naturalizados, por sua vez, ser‹o extraditados no
caso de crime comum, praticado antes da naturaliza•‹o, ou de comprovado
envolvimento em tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins. Quest‹o
correta.

26. (FGV/Senado Federal Ð 2008) A respeito do cat‡logo de direitos


fundamentais da Constitui•‹o Federal de 1988, assinale a afirmativa
correta.

a) A Constitui•‹o assegura o direito de permanecer calado apenas ao preso,


quando interrogado por autoridade policial.

b) As provas obtidas por meios il’citos s‹o inadmiss’veis apenas nos processos
criminais, podendo ser utilizadas sem restri•›es nos processos judiciais c’veis e
administrativos.

c) Por for•a do princ’pio da presun•‹o da inoc•ncia, a pris‹o do rŽu decretada


por juiz anteriormente ˆ condena•‹o transitada em julgado ter‡ sempre
natureza cautelar.

d) ƒ poss’vel a cria•‹o de tribunal de exce•‹o para julgar crimes de terrorismo,


na forma da lei.
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e) O contradit—rio e a ampla defesa n‹o s‹o assegurados em procedimentos


administrativos disciplinares se o servidor permanecer revel.

Coment‡rios:

A letra A est‡ incorreta. O direito de permanecer calado, n‹o fornecendo


provas contra si mesmo, estende-se a todos, n‹o s— ao preso. AlŽm disso, o
preso poder‡ usufruir desse direito em qualquer fase do processo, n‹o s—
quando interrogado por autoridade policial. Nesse sentido, disp›e o art. 5¼,
LXIII, da CF/88, que o preso ser‡ informado de seus direitos, entre os quais
o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assist•ncia da fam’lia e de
advogado.

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A letra B est‡ incorreta. As provas il’citas tambŽm n‹o s‹o admitidas nos
processos c’veis e administrativos (art. 5¼, LVI, CF).

A letra C est‡ correta. De fato, pelo princ’pio da presun•‹o de inoc•ncia, todos


s‹o considerados inocentes atŽ o tr‰nsito em julgado da senten•a penal
condenat—ria (art. 5¼, LVII, CF). Todavia, Ž poss’vel a pris‹o cautelar por
ordem judicial em casos previstos no C—digo de Processo Penal. N‹o
entraremos em mais detalhes sobre essas hip—teses, por fugir ao interesse do
Direito Constitucional, combinado? 

A letra D est‡ incorreta. A Constitui•‹o veda a cria•‹o de tribunais de


exce•‹o (art. 5¼, XXXVII, CF).

A letra E est‡ incorreta. A Constitui•‹o garante (art. 5¼, LV) que Òaos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral s‹o
assegurados o contradit—rio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentesÓ. O servidor revel, que n‹o apresentou sua defesa no prazo legal,
n‹o perde o direito de faz•-lo em momento posterior.

O gabarito Ž a letra C.

27. (FGV/Senado Federal Ð 2012) O preso tem direito ˆ identifica•‹o


dos respons‡veis por sua pris‹o ou por seu interrogat—rio policial.

Coment‡rios:

ƒ exatamente o que disp›e o art. 5¼, LXIV. O preso tem o direito ˆ


identifica•‹o dos respons‡veis por sua pris‹o ou por seu interrogat—rio policial.
Quest‹o correta.

28. (FGV/Senado Federal Ð 2008) Nenhum brasileiro ser‡


extraditado, exceto no caso de comprovado envolvimento em tr‡fico
il’cito de entorpecentes e drogas afins e em crime de terrorismo, na
forma da lei. 07396517737

Coment‡rios:

O art. 5¼, LI, CF/88, prev• que Ònenhum brasileiro ser‡ extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturaliza•‹o, ou de comprovado envolvimento em tr‡fico il’cito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da leiÓ. Quest‹o incorreta.

29. (FGV/FUNARTE Ð 2014) O cidad‹o Jo‹o da Silva verificou que


seu vizinho, propriet‡rio de im—vel tombado como patrim™nio hist—rico
e cultural, pela Uni‹o, iniciou ilegalmente a realiza•‹o de obras que
descaracterizavam o bem, com licen•a emitida pelo Munic’pio.
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Valendo-se do instrumento constitucional adequado, Jo‹o pode propor


medida judicial que vise anular tal ato, lesivo ao patrim™nio hist—rico e
cultural, por meio de:

a) mandado de seguran•a;

b) mandado de injun•‹o;

c) a•‹o direta de inconstitucionalidade;

d) a•‹o popular;

e) a•‹o civil pœblica.

Coment‡rios:

O instrumento adequado para a anula•‹o de ato lesivo ao patrim™nio hist—rico


e cultural Ž a a•‹o popular, prevista no art. 5¼, LXXIII, da Constitui•‹o:

LXXIII - qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a•‹o popular que
vise a anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de entidade de que o
Estado participe, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrim™nio hist—rico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ,
isento de custas judiciais e do ™nus da sucumb•ncia.

Note que o enunciado deixa claro que Jo‹o Ž cidad‹o, estando apto a impetrar
a a•‹o popular. O gabarito Ž a letra D.

30. (FGV / DPE-RJ Ð 2014) Sobre a disciplina do remŽdio


constitucional do mandado de seguran•a, o ordenamento jur’dico, em
especial o Art. 5¼ LXIX da Constitui•‹o da Repœblica e a Lei 12.016/09,
prev• que se concede o mandamus contra ato:

a) de autoridade pœblica, para proteger pessoa f’sica ou jur’dica detentora de


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direito l’quido e certo, independentemente de estar tambŽm amparado por


habeas corpus ou habeas data, quando houver risco ou viola•‹o de seu direito
por ilegalidade ou abuso de poder por parte.

b) de representantes ou —rg‹os de partidos pol’ticos e dos administradores de


entidades aut‡rquicas, bem como dos dirigentes de pessoas jur’dicas ou das
pessoas naturais no exerc’cio de atribui•›es do poder pœblico, somente no que
disser respeito a essas atribui•›es.

c) de gest‹o comercial praticada pelos administradores de empresas pœblicas,


de sociedade de economia mista e de concession‡rias e permission‡rias de
servi•o pœblico, na forma da lei.
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d) do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,


independentemente de cau•‹o, em raz‹o dos princ’pios constitucionais do
amplo acesso ˆ justi•a e da inafastabilidade do controle jurisdicional.

e) consistente em decis‹o judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo,


como corol‡rio dos princ’pios constitucionais do acesso ˆ justi•a e do duplo
grau obrigat—rio de jurisdi•‹o.

Coment‡rios:

Letra A: errada. O mandado de seguran•a Ž a•‹o de natureza residual. Ele Ž


utilizado para proteger direito l’quido e certo n‹o amparado por habeas
corpus ou habeas data.

Letra B: correta. Todas essas pessoas elencadas poder‹o impetrar mandado de


seguran•a.

Letra C: errada. N‹o poder‹o ser questionados por meio de mandado de


seguran•a os atos de gest‹o comercial dos administradores de empresas
pœblicas, sociedade de economia mista e de concession‡rias e permission‡rias
de servi•o pœblicos.

Letra D: errada. N‹o cabe mandado de seguran•a contra ato administrativo do


qual caiba recurso com efeito suspensivo.

Letra E: errada. N‹o cabe mandado de seguran•a contra decis‹o judicial da


qual caiba recurso com efeito suspensivo. m

31. (FGV/DPE-RJ Ð 2014) O remŽdio constitucional previsto na


Constitui•‹o da Repœblica para assegurar o conhecimento de
informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante, constantes de registros
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de car‡ter
pœblico, chama-se: 07396517737

a) mandado de seguran•a.

b) mandado de injun•‹o.

c) habeas corpus.

d) habeas data.

e) a•‹o popular.

Coment‡rios:

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Esse remŽdio Ž o habeas data. De acordo com o art. 5¼, LXXII, da Carta
Magna, conceder-se-‡ "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de
informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de car‡ter pœblico; b) para a
retifica•‹o de dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo. O gabarito Ž a letra D.

32. (FGV/SEFAZ-RJ Ð 2011) Lupus, aposentado pelo regime geral da


previd•ncia social, Ž comunicado, por amigos tambŽm aposentados, da
possibilidade de reconhecimento, pelo —rg‹o previdenci‡rio, de valores
atrasados. Seu requerimento administrativo veio a ser indeferido, o
que gerou a propositura de a•‹o perante o judici‡rio. Ap—s dez anos, o
seu processo continuava sem solu•‹o definitiva. Ë luz da principiologia
constitucional, pode-se afirmar que restou violado o(s) princ’pio(s)
do(a):

a) Contradit—rio e publicidade.

b) Ampla defesa e prova il’cita.

c) Publicidade e isonomia.

d) Dura•‹o razo‡vel do processo.

e) Juiz e promotor natural.

Coment‡rios:

Dez anos sem que o processo tenha uma solu•‹o definitiva Ž, de fato, algo
bem complicado. Foi prejudicado o direito ˆ razo‡vel dura•‹o do processo,
o qual est‡ previsto no art. 5¼, LXXVIII. Segundo esse dispositivo, Òa todos, no
‰mbito judicial e administrativo, s‹o assegurados a razo‡vel dura•‹o do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita•‹oÓ. O gabarito
Ž a letra D. 07396517737

33. (FGV/OAB Ð 2013) Em rela•‹o aos remŽdios constitucionais,


assinale a afirmativa correta.

a) O habeas data pode ser impetrado ainda que n‹o haja negativa
administrativa em rela•‹o ao acesso a informa•›es pessoais.

b) A a•‹o popular pode ser impetrada por pessoa jur’dica.

c) O particular pode figurar no polo passivo da a•‹o de habeas corpus.

d) O mandado de seguran•a somente pode ser impetrado quando as quest›es


jur’dicas forem incontroversas.
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Coment‡rios:

A letra A est‡ incorreta. ƒ requisito para a impetra•‹o de habeas data que


tenha havido a negativa administrativa em rela•‹o ao acesso ˆs informa•›es
pessoais.

A letra B est‡ incorreta. Somente o cidad‹o pode impetrar a•‹o popular.

A letra C est‡ correta. Tanto pessoas f’sicas quanto pessoas jur’dicas podem
figurar no polo passivo de habeas corpus.

A letra D est‡ incorreta. Segundo a Sœmula 625 do STF, ÒcontrovŽrsia sobre


matŽria de direito n‹o impede concess‹o de mandado de seguran•aÓ.

O gabarito Ž a letra C.

34. (FGV/TJ-AM Ð 2013) Fulano de Tal, cidad‹o brasileiro, integrante


de uma Associa•‹o de Moradores de Bairro, tomou conhecimento de
que o Prefeito de sua cidade fraudou documentos e, dessa forma,
permitiu a constru•‹o de edif’cios comerciais em um parque estadual.
Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.

a) Fulano de Tal deve impetrar mandado de seguran•a individual para


anula•‹o do ato lesivo.

b) A Associa•‹o de Moradores deve impetrar mandado de seguran•a coletivo


para anula•‹o do ato lesivo.

c) Fulano de Tal deve ajuizar a•‹o popular para anula•‹o do ato lesivo.

d) Como as obras ainda n‹o foram iniciadas, n‹o existe les‹o ao patrim™nio
pœblico, a ser amparada por a•‹o individual ou coletiva.

e) A Associa•‹o de Moradores deve ajuizar a•‹o popular coletiva para anula•‹o


07396517737

do ato lesivo.

Coment‡rios:

A constru•‹o de edif’cios comerciais em parque estadual de forma fraudulenta


Ž ato lesivo tanto ao patrim™nio pœblico quanto ao meio ambiente. Esse ato Ž
pass’vel de anula•‹o por meio de a•‹o popular, conforme previs‹o do art. 5¼,
LXXIII, da Constitui•‹o:

LXXIII - qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a•‹o


popular que vise a anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou
de entidade de que o Estado participe, ˆ moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico e
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cultural, ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ, isento de


custas judiciais e do ™nus da sucumb•ncia.

Observe que o enunciado deixa claro que Fulano de Tal Ž cidad‹o, estando
apto a impetrar a a•‹o popular. O gabarito Ž a letra C.

35. (FGV/TJ-AM Ð 2013) A Constitui•‹o da Repœblica Federativa do


Brasil assegura, em seu artigo 5¼, o exerc’cio e a prote•‹o de diversos
direitos pelo Estado e, inclusive, garante a gratuidade para o exerc’cio
de diversos dos direitos ali previstos. Desta forma, assinale a
alternativa que n‹o representa expressa disposi•‹o constitucional de
aus•ncia de recolhimento de custas, taxas ou emolumentos.

a) A•‹o Popular.

b) Habeas Corpus.

c) Habeas Data.

d) Direito de Peti•‹o.

e) Mandado de Seguran•a.

Coment‡rios:

A letra A est‡ incorreta. A CF/88, em seu art. 5¼, inciso LXXII, prev• a isen•‹o
de custas da a•‹o popular, exceto comprovada a m‡-fŽ.

As letras B e C est‹o incorretas. O habeas corpus e o habeas data s‹o


gratuitos, por determina•‹o do art. 5¼, inciso LXXVII, da Constitui•‹o.

A letra D est‡ incorreta. A Constitui•‹o (art. 5¼, XXXIV) assegura a todos,


independentemente do pagamento de taxas, o direito de peti•‹o aos Poderes
Pœblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
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A letra E Ž o gabarito da quest‹o.

36. (FGV / TJ-AM Ð 2013) Sobre o mandado de seguran•a, assinale a


afirmativa correta.

a) N‹o pode ser impetrado preventivamente, uma vez que n‹o se admite
impetra•‹o contra lei em tese, devendo haver a efetiva viola•‹o do direito.

b) N‹o pode ter por objeto o pagamento de remunera•›es atrasadas a servidor


pœblico.

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c) Deve ter por fundamento direito elencado na Constitui•‹o, n‹o se admitindo


viola•‹o reflexa a direito constitucional.

d) Por ser garantia constitucional, dispensa formalidades na sua impetra•‹o.

e) Admite a produ•‹o de prova testemunhal, mas n‹o pericial.

Coment‡rios:

Letra A: errada. O mandado de seguran•a pode ser preventivo, quando visa


proteger amea•a de les‹o a um direito l’quido e certo.

Letra B: correta. O pagamento de vencimentos e vantagens pecuni‡rias


assegurados em senten•a concessiva de mandado de seguran•a a servidor
pœblico da administra•‹o direta ou aut‡rquica federal, estadual e municipal
somente ser‡ efetuado relativamente ˆs presta•›es que se vencerem a
contar da data do ajuizamento da inicial (art. 14, ¤ 4o, da Lei n¼
12.016/2009). Assim, o mandado de seguran•a n‹o pode ter por objeto o
pagamento de remunera•›es atrasadas a servidor pœblico.

Letra C: errada. O direito a ser protegido por mandado de seguran•a n‹o


precisa, necessariamente, estar no texto constitucional.

Letra D: errada. O habeas corpus Ž que dispensa formalidades para sua


impetra•‹o.

Letra E: errada. N‹o h‡ dila•‹o probat—ria no mandado de seguran•a. No


mandado de seguran•a, as provas s‹o prŽ-constitu’das.

37. (FGV/SEGEP-MA Ð 2013) A respeito do mandado de seguran•a


coletivo, assinale a afirmativa correta.
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a) O mandado de seguran•a coletivo, por ser instrumento jur’dico de defesa de


direitos transindividuais, pode ser utilizado para questionar a validade de lei
em tese.

b) As associa•›es, quando impetram mandado de seguran•a coletivo em favor


de seus filiados, dependem, para legitimar sua atua•‹o em ju’zo, de
autoriza•‹o expressa de seus associados.

c) A peti•‹o inicial do mandado de seguran•a deve ser instru’da com a rela•‹o


nominal dos associados da impetrante, mas n‹o Ž necess‡ria a autoriza•‹o dos
associados para a impetra•‹o.

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d) O partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional tem


legitimidade para a propositura de mandado de seguran•a coletivo.

e) A entidade de classe n‹o tem legitima•‹o para o mandado de seguran•a


quando a pretens‹o veiculada interessa apenas a uma parte da respectiva
categoria.

Coment‡rios:

A letra A est‡ incorreta. Em regra, n‹o cabe mandado de seguran•a contra lei
em tese. Isso s— Ž poss’vel quando a referida lei produzir efeitos concretos.

A letra B est‡ incorreta. N‹o h‡ necessidade de autoriza•‹o expressa dos


associados, uma vez que as associa•›es atuar‹o como substitutos processuais.

A letra C est‡ incorreta. No mandado de seguran•a coletivo, o impetrante atua


como substituto processual. Por esse motivo, o STF entende desnecess‡ria a
autoriza•‹o expressa ou mesmo a apresenta•‹o da rela•‹o nominal dos
associados.

A letra D est‡ correta. De acordo com o inciso LXX do art. 5¼ da Constitui•‹o,


o mandado de seguran•a coletivo pode ser impetrado por: a) partido pol’tico
com representa•‹o no Congresso Nacional; b) organiza•‹o sindical, entidade
de classe ou associa•‹o legalmente constitu’da e em funcionamento h‡ pelo
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.

A letra E est‡ incorreta. O STF entende que os direitos defendidos pelas


entidades de classe n‹o precisam se referir a todos os seus membros. Podem
ser o direito de apenas parte deles.

O gabarito Ž a letra D.

38. (FGV/TJ-AM Ð 2013) O mandado de seguran•a, institu’do no


ordenamento brasileiro pela Constitui•‹o de 1934 e hoje previsto no
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artigo 5¼, LXIX, da Constitui•‹o da Repœblica, Ž importante garantia


dos direitos fundamentais. Sobre essa figura, assinale a afirmativa
correta.

a) N‹o ser‡ concedido mandado de seguran•a para proteger direito l’quido e


certo amparado por habeas corpus, habeas data ou a•‹o para a qual se
preveja a possibilidade de concess‹o de medida liminar.

b) Cabe mandado de seguran•a contra atos de gest‹o comercial praticados


pelos administradores de empresas pœblicas e sociedades de economia mista
quando tais atos violarem direito subjetivo.

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c) ƒ sempre cab’vel a impetra•‹o de mandado de seguran•a ainda que haja


recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de cau•‹o,
uma vez que n‹o se exige o esgotamento das inst‰ncias administrativas.

d) Se o exerc’cio do direito alegadamente violado depender do esclarecimento


de fatos ou situa•›es n‹o comprovados nos autos j‡ no momento da
impetra•‹o, n‹o se conceder‡ a seguran•a.

e) ƒ inconstitucional a fixa•‹o, por lei ordin‡ria, de prazo decadencial para a


impetra•‹o de mandado de seguran•a, uma vez que a Lei Maior n‹o condiciona
esta garantia ao seu exerc’cio em determinado prazo.

Coment‡rios:

Letra A: errada. O mandado de seguran•a Ž concedido justamente para


proteger direito l’quido e certo n‹o amparado por habeas corpus e habeas
data.

Letra B: errada. N‹o cabe mandado de seguran•a contra atos de gest‹o


comercial praticados pelos administradores de empresas pœblicas e
sociedades de economia mista (art. 1¼, ¤ 2¼, da Lei n¼ 12.016/2009).

Letra C: errada. N‹o se conceder‡ mandado de seguran•a quando se tratar de


ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo.

Letra D: correta. Exatamente isso! N‹o h‡ dila•‹o probat—ria no mandado de


seguran•a: as provas s‹o prŽ-constitu’das. Isso est‡ diretamente ligado ao
conceito de Òdireito l’quido e certoÓ. Se o exerc’cio do direito depender do
esclarecimento de fatos ou situa•›es n‹o comprovados nos autos j‡ no
momento da impetra•‹o, n‹o ser‡ concedido o mandado de seguran•a.

Letra E: errada. A fixa•‹o de prazo decadencial pode ser feita por lei
ordin‡ria.
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39. (FGV / TJ-AM Ð 2013) Sobre a disciplina do habeas corpus,


assinale a afirmativa correta.

a) Admite-se o manejo do habeas corpus para defesa das liberdades


constitucionais em geral, como a liberdade de religi‹o, n‹o se restringindo o
instrumento ˆ defesa da liberdade de locomo•‹o.

b) o paciente do habeas corpus deve ser brasileiro no gozo dos direitos


pol’ticos.

c) O registro como advogado Ž exigido para a impetra•‹o do habeas corpus,


admitindo-se, todavia, o seu manejo por estudantes de direito inscritos como
estagi‡rios na Ordem dos Advogados do Brasil.
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d) N‹o Ž poss’vel a impetra•‹o de habeas corpus como substitutivo de recurso


com efeito suspensivo em matŽria penal.

e) ƒ cab’vel habeas corpus em rela•‹o a puni•›es disciplinares militares.

Coment‡rios:

Letra A: errada. O habeas corpus Ž o remŽdio constitucional destinado a


proteger a liberdade de locomo•‹o.

Letra B: errada. Qualquer pessoa f’sica, nacional ou estrangeira, poder‡ ser


paciente de habeas corpus.

Letra C: errada. Qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus, n‹o havendo
necessidade de representa•‹o por advogado.

Letra D: correta. Quest‹o bem dif’cil! De fato, o habeas corpus n‹o pode ser
utilizado como substitutivo de um recurso com efeito suspensivo em matŽria
penal.

Letra E: errada. N‹o Ž cab’vel habeas corpus em rela•›es a puni•›es


disciplinas militares.

40. (FGV / SUDENE Ð 2013) Everaldo pretende obter o acesso de


dados pessoais que est‹o sob a guarda do MinistŽrio da Justi•a. N‹o
possuindo haveres apresenta o seu requerimento perante a
representa•‹o do referido —rg‹o que Ž localizada no Estado onde Ž
domiciliado. Ap—s os tr‰mites burocr‡ticos recebe, por carta subscrita
pelo pr—prio Ministro da Justi•a, resposta ao seu requerimento, tendo
a Administra•‹o indeferido o acesso aos dados postulados. Observada
tal narrativa, cabe a Everaldo impetrar

a) Mandado de Seguran•a de compet•ncia do Supremo Tribunal Federal.


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b) Habeas Data de compet•ncia do Superior Tribunal de Justi•a.

c) Mandado de Injun•‹o de compet•ncia do Supremo Tribunal Federal.

d) A•‹o Popular de compet•ncia do Superior Tribunal de Justi•a.

e) Habeas Corpus de compet•ncia do Supremo Tribunal Federal.

Coment‡rios:

Segundo o art. 5¼, LXXII, ÒaÓ, conceder-se-‡ habeas data para assegurar o
conhecimento de informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou
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de car‡ter pœblico. Cabe destacar que, para que seja impetrado o habeas data,
dever‡ haver o prŽvio esgotamento da via administrativa.

Assim, na situa•‹o apresentada, Everaldo dever‡ impetrar habeas data


perante o STJ. A compet•ncia ser‡ do STJ porque o habeas data est‡ sendo
impetrado contra ato de Ministro de Estado (art. 105, I, ÒbÓ). A resposta Ž a
letra B.

41. (FGV / TJ-AM Ð 2013) Admite-se a impetra•‹o de mandado de


seguran•a coletivo para a salvaguarda de direitos, ante a previs‹o
expressa do Art. 5", inciso LXX, da Constitui•‹o Federal de 1988, mas
n‹o a de mandado de injun•‹o coletivo, haja vista a inexist•ncia de
id•ntica previs‹o constitucional.

Coment‡rios:

A Lei n¼ 13.300/2016 previu expressamente a exist•ncia do mandado de


injun•‹o coletivo. Mesmo antes dessa lei, o STF j‡ entendia que seria cab’vel
mandado de injun•‹o coletivo. Quest‹o incorreta.

42. (FGV / TJ-AM Ð 2013) O habeas data pode ser empregado por
qualquer cidad‹o para a obten•‹o de dados relativos ˆ remunera•‹o
de servidores pœblicos, consoante admite a Lei n. 12.527/11, que
regula o acesso a informa•›es.

Coment‡rios:

O habeas data pode ser impetrado para garantir o conhecimento de


informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante (e n‹o informa•›es de
terceiros!). Quest‹o incorreta.

43. (FGV / TJ-AM Ð 2013) O mandado de injun•‹o viabiliza o


exerc’cio de direito ou liberdade constitucional ou prerrogativas
alusivas ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania, quando h‡ 07396517737

omiss‹o legislativa ou concretiza•‹o deficiente pelo legislador.

Coment‡rios:

De fato, o mandado de injun•‹o Ž concedido sempre que a falta de norma


regulamentadora torne invi‡vel o exerc’cio dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ
cidadania. Dessa forma, o mandado de injun•‹o Ž concedido diante de
omiss‹o legislativa, n‹o sendo cab’vel quando h‡ concretiza•‹o deficiente
pelo legislativa. Quest‹o incorreta.

44. (FGV / TJ-AM Ð 2013) A legitima•‹o passiva do mandado de


injun•‹o Ž da pessoa estatal ˆ qual incumba o dever jur’dico de editar
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o ato normativo, ainda que terceiras pessoas sofram os efeitos da


decis‹o, segundo s—lida jurisprud•ncia nesse sentido.

Coment‡rios:

ƒ isso mesmo! A legitima•‹o passiva do mandado de injun•‹o Ž da pessoa


estatal que tem o dever jur’dico de editar o ato normativo. Quest‹o correta.

45. (FGV / TJ-AM Ð 2013) O Supremo Tribunal Federal n‹o admite


atribuir efeitos outros ao mandado de injun•‹o que n‹o o
reconhecimento formal da inŽrcia legislativa e notifica•‹o ao —rg‹o
legislativo competente para a edi•‹o da norma.

Coment‡rios:

Em rela•‹o aos efeitos da decis‹o em mandado de injun•‹o, o STF tem


adotado, muitas vezes, a corrente concretista. Assim, a Corte n‹o tem se
limitado a reconhecer a omiss‹o legislativa; alŽm disso, tem atuado no
sentido de possibilitar a efetiva concretiza•‹o do direito.

Cita-se como exemplo a decis‹o do STF acerca da falta de regulamenta•‹o


sobre o direito de greve dos servidores pœblicos. Decidiu o STF que enquanto
regulamenta•‹o desse direito n‹o for editada, ser‡ aplicada ˆ greve dos
servidores pœblicos a lei que trata da greve na iniciativa privada.

Assim, a quest‹o est‡ incorreta.

46. (FGV / Senado Federal Ð 2012) Qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima


para propor a•‹o popular que vise a anular ato lesivo ao patrim™nio
pœblico ou de entidade de que o Estado participe, ˆ moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada m‡ fŽ, isento de custas judiciais e
do ™nus da sucumb•ncia.
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Coment‡rios:

ƒ o que estabelece o art. 5¼, LXXIII, da Constitui•‹o, referente ˆ a•‹o popular.


Trata-se uma a•‹o de natureza coletiva, que visa a anular ato lesivo ao
patrim™nio pœblico, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrim™nio hist—rico e cultural. Quest‹o correta.

47. (FGV/PC-AP Ð 2010) ƒ livre a locomo•‹o no territ—rio nacional


em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.

Coment‡rios:

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A liberdade de locomo•‹o Ž direito garantido pelo art. 5¼, XV, CF/88. Quest‹o
correta.

48. (FGV/Senado Federal Ð 2008) Qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima


para propor a•‹o popular que vise a anular ato lesivo ao patrim™nio
pœblico ou de entidade de que o Estado participe, ˆ moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ, isento de custas judiciais e
do ™nus de sucumb•ncia.

Coment‡rios:

Quest‹o id•ntica ˆ anterior! Novamente, cobrou-se a literalidade do art. 5¼,


LXXIII, que trata da a•‹o popular. Quest‹o correta.

49. (FGV/MPE-MS Ð 2013) Os direitos fundamentais encontram!se


taxativamente previstos na Constitui•‹o da Repœblica Federativa do
Brasil.

Coment‡rios:

Os direitos fundamentais previstos na Carta Magna comp›em um rol


exemplificativo, n‹o se trata de uma lista taxativa. Nesse sentido, determina
o ¤ 2¼ do inciso 5¼ da CF/88 que Òos direitos e garantias expressos nesta
Constitui•‹o n‹o excluem outros decorrentes do regime e dos princ’pios por
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Repœblica Federativa do
Brasil seja parteÓ. Quest‹o incorreta.

50. (FGV / Senado Federal Ð 2012) Os tratados e conven•›es


internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por tr•s quintos dos
votos dos respectivos membros, ser‹o equivalentes ˆs emendas
constitucionais.
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Coment‡rios:

ƒ o que prev• o art. 5¼, ¤ 3¼, da Constitui•‹o Federal. ƒ bom lembrar que,
segundo o STF, os tratados sobre direitos humanos que n‹o s‹o aprovados por
esse rito especial possuem status supralegal, situando-se abaixo da
Constitui•‹o e acima da legisla•‹o interna. Assim, as normas legais com eles
conflitantes sofrem um efeito paralisante quando de sua entrada em vigor.
Quest‹o correta.

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Lista de Quest›es

1. (FGV / COMPESA Ð 2016) Consoante o Art. 5¼, inciso XLV, da


Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil, Ònenhuma pena
passar‡ da pessoa do condenado, podendo a obriga•‹o de reparar o
dano e a decreta•‹o do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, atŽ o limite do
valor do patrim™nio transferidoÓ.

Com os olhos voltados ˆ classifica•‹o das normas constitucionais, Ž


correto afirmar que a interpreta•‹o desse comando normativo d‡
origem a uma norma constitucional:

a) de efic‡cia plena e aplicabilidade integral.

b) de efic‡cia indireta e aplicabilidade contida.

c) de efic‡cia plena e aplicabilidade limitada.

d) de efic‡cia limitada e aplicabilidade mediata.

e) de efic‡cia contida e aplicabilidade direta.

2. (FGV / COMPESA Ð 2016) Ednaldo soube por um amigo que


determinada empresa pœblica estadual mantinha em seu poder
diversas informa•›es, relativas ˆ sua pessoa, que seriam incorretas.
Ato cont’nuo procurou um advogado e solicitou esclarecimentos de
como deveria proceder para retificar os dados incorretos.

Ë luz da sistem‡tica constitucional brasileira, assinale a afirmativa


correta.

a) Ednaldo deve impetrar um mandado de seguran•a, quer tenha solicitado a


retifica•‹o dos dados ˆ autoridade administrativa, quer n‹o. 07396517737

b) Ednaldo deve impetrar um mandado de seguran•a, desde que tenha


solicitado a retifica•‹o dos dados ˆ autoridade administrativa e tal tenha sido
negado.

c) Ednaldo deve impetrar um mandado de injun•‹o, de modo que o tribunal


competente fixe os balizamentos a serem observados na corre•‹o dos dados.

d) Ednaldo deve impetrar um habeas data, que pressup›e a apresenta•‹o de


prova do indeferimento administrativo do pedido de retifica•‹o.

e) Ednaldo deve impetrar um habeas data, que independe da formula•‹o de


prŽvio requerimento de retifica•‹o na esfera administrativa.
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3. (FGV / IBGE Ð 2016) De acordo com o texto da Constitui•‹o da


Repœblica de 1988 e com a doutrina de Direito Administrativo, o
mandado de seguran•a Ž:

a) a•‹o de fundamento constitucional pela qual se torna poss’vel proteger o


direito l’quido e certo do interessado contra ato do Poder Pœblico ou de agente
de pessoa privada no exerc’cio de fun•‹o delegada;

b) remŽdio constitucional cab’vel quando houver falta de norma


regulamentadora que torne invi‡vel o exerc’cio dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ
cidadania;

c) meio processual previsto na Constitui•‹o para assegurar o conhecimento de


informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de car‡ter pœblico;

d) instrumento constitucional ˆ disposi•‹o de qualquer cidad‹o que visa a


anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de entidade de que o Estado
participe, ˆ moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio
hist—rico e cultural;

e) demanda de ordem constitucional ˆ disposi•‹o de qualquer cidad‹o para a


restitui•‹o da verdade sobre fato juridicamente relevante com a retifica•‹o de
dados, quando n‹o se prefira faz•-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.

4. (FGV / TJ-PI Ð 2015) O art. 5¼, LXI, da Constitui•‹o da Repœblica


Federativa do Brasil, disp›e que ÒninguŽm ser‡ preso sen‹o em
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judici‡ria competente, salvo nos casos de transgress‹o militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei". Ë luz dos referenciais de
aplicabilidade e efic‡cia, Ž correto afirmar que, a partir desse
enunciado lingu’stico, se obtŽm uma norma constitucional: 07396517737

a) program‡tica;

b) de efic‡cia plena e aplicabilidade imediata;

c) de efic‡cia contida e aplicabilidade imediata;

d) preceptiva;

e) de efic‡cia limitada e aplicabilidade imediata.

5. (FGV / DPE-RO Ð Analista Ð 2015) Pedro e Ernesto, renomados


advogados, travaram um intenso debate a respeito das garantias
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constitucionais do direito adquirido e do ato jur’dico perfeito. Por fim,


convergiram a respeito da constitucionalidade de uma œnica tese,
dentre as inœmeras que haviam sido debatidas, qual seja:

a) no momento em que o servidor pœblico toma posse no cargo, surge o direito


adquirido ao regime jur’dico ent‹o vigente, de modo que as altera•›es
posteriores n‹o podem alcan•‡-lo;

b) a ordem de voca•‹o heredit‡ria deve observar as normas vigentes ˆ Žpoca


da abertura do invent‡rio, n‹o podendo ser invocada a lei anterior, vigente ˆ
Žpoca do —bito;

c) a garantia do direito adquirido, enquanto proje•‹o direta da dignidade


humana, Ž opon’vel ao pr—prio Constituinte origin‡rio;

d) o preenchimento dos requisitos para a aposentadoria faz surgir o direito


adquirido, ainda que o requerimento seja formulado ap—s a vig•ncia da lei que
os modificou;

e) os efeitos futuros de contrato celebrado sob a Žgide da lei anterior devem


ser regidos pela lei vigente ˆ Žpoca em que se projetem na realidade.

6. (FGV / DPE-RO Ð Oficial de Dilig•ncia Ð 2015) Dentre as


garantias fundamentais, a Constitui•‹o da Repœblica Federativa do
Brasil previu a exist•ncia do habeas data. Esse instrumento pode ser
utilizado para:

a) proteger direito l’quido e certo;

b) retificar dados;

c) proteger a liberdade de locomo•‹o;

d) permitir o exerc’cio de direitos ainda n‹o regulamentados; 07396517737

e) assegurar o direito ˆ liberdade de express‹o.

7. (FGV / DPE-RO Ð Oficial de Dilig•ncia Ð 2015) Ao enunciar os


direitos e deveres individuais e coletivos, a Constitui•‹o da Repœblica
Federativa do Brasil assegurou uma sŽrie de direitos relacionados ˆ
apura•‹o da responsabilidade penal das pessoas em geral. Nesse
particular, Ž correto afirmar que a lei penal:

a) somente poder‡ retroagir para beneficiar o rŽu;

b) sempre poder‡ retroagir caso disponha dessa maneira;


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c) prejudicial ou benŽfica ao rŽu, jamais poder‡ retroagir;

d) somente poder‡ retroagir quando o interesse pœblico justificar essa medida;

e) somente poder‡ retroagir para aumentar a pena, n‹o para criar um novo
crime.

8. (FGV / TCM-SP Ð Ci•ncias Jur’dicas Ð 2015) Reginaldo e Ednaldo,


irm‹os e estudantes de direito, travaram intenso debate a respeito da
possibilidade, ou n‹o, de retroatividade das leis. Considerando a
sistem‡tica constitucional a respeito dessa matŽria, Ž correto afirmar
que:

a) enquanto n‹o requerido o benef’cio previdenci‡rio, ainda que preenchidos


os requisitos previstos em lei, h‡ mera expectativa de direito, n‹o verdadeiro
direito adquirido;

b) na medida em que n‹o ostenta natureza contratual, n‹o h‡ direito adquirido


ao regime jur’dico do Fundo de Garantia por Tempo de Servi•o;

c) a lei nova alcan•a os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente


ˆ sua vig•ncia, n‹o havendo que se falar em afronta ao ato jur’dico perfeito;

d) a garantia da coisa julgada a que se refere a Constitui•‹o da Repœblica


alcan•a tanto aquela formada no processo judicial como no administrativo;

e) o Tribunal de Contas, no exerc’cio de suas compet•ncias, pode determinar a


exclus‹o de vantagens ilegais, ainda que reconhecidas em senten•a judicial
transitada em julgado.

9. (FGV / TCE-RJ Ð 2015) Considerando a sistem‡tica de


incorpora•‹o, na ordem jur’dica interna, dos tratados internacionais de
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prote•‹o dos direitos humanos, bem como a posi•‹o que podem


ocupar no escalonamento das normas, Ž correto afirmar, de acordo
com o entendimento prevalecente no ‰mbito do Supremo Tribunal
Federal, que:

a) sempre ter‹o natureza supralegal, mas infraconstitucional;

b) podem ter natureza infralegal ou constitucional;

c) sempre ter‹o natureza legal e infraconstitucional;

d) podem ter natureza supralegal ou constitucional;

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e) sempre ter‹o natureza constitucional.

10. (FGV / DPE-RJ Ð 2014) A Constitui•‹o da Repœblica, em seu Art.


5¼, XXXV prev• que Òa lei n‹o excluir‡ da aprecia•‹o do Poder
Judici‡rio les‹o ou amea•a a direitoÓ, consagrando o princ’pio da
inafastabilidade do controle jurisdicional. Nesse contexto, Ž correto
afirmar que o Poder Judici‡rio

a) s— admite a•›es relativas ˆ disciplina e ˆs competi•›es desportivas ap—s se


esgotarem as inst‰ncias da justi•a desportiva, regulada em lei.

b) s— admite a•›es relativas a direitos autorais ap—s esgotarem-se as


inst‰ncias conciliat—rias, reguladas em lei.

c) n‹o pode extinguir um processo, sem resolu•‹o de mŽrito pela conven•‹o


de arbitragem, por viola•‹o ao princ’pio da inafastabilidade da jurisdi•‹o.

d) exige o prŽvio esgotamento da via militar, nos casos disciplinares, para


admissibilidade da demanda perante a Justi•a Comum.

e) exige o prŽvio esgotamento da via eleitoral, nos casos excepcionais 


previstos em lei, para admissibilidade da demanda perante a Justi•a Comum.

11. (FGV/TJ-AM Ð 2013) No tocante aos direitos e garantias


individuais, Ž correto afirmar que a lei regular‡ a individualiza•‹o da
pena e adotar‡, entre outras, as seguintes:

a) priva•‹o ou restri•‹o de liberdade, perda de bens e banimento.

b) multa, presta•‹o social alternativa e interdi•‹o de direitos.

c) multa, interdi•‹o de direitos e trabalhos for•ados.

d) suspens‹o de direitos, banimento e priva•‹o de liberdade.

e) priva•‹o de liberdade, trabalhos for•ados e presta•‹o social alternativa.


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12. (FGV/Funda•‹o Pr— Sangue Ð 2013) Maria, em tempos de paz,


ingressa nos quadros do ExŽrcito brasileiro, onde galga os postos
adequados ˆ sua carreira. Em determinado momento, o Brasil declara
guerra ao Estado W, ocorrendo a obedi•ncia dos tr‰mites
constitucionais necess‡rios ao ato. Por for•a de infring•ncia da
legisla•‹o militar, Maria vem a ser condenada ˆ morte, por trai•‹o ˆ
p‡tria. Nos termos da Constitui•‹o Federal de 1988, a pena de morte
foi:

a) banida do direito brasileiro.

b) admitida na situa•‹o de guerra externa.


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c) autorizada em crimes hediondos.

d) proibida salvo crime de terrorismo.

e) permitida em caso de guerra interna.

13. (FGV/Funda•‹o Pr— Sangue Ð 2013) Pedro e Matheus s‹o


acusados da pr‡tica de crimes hediondos, tendo confessado os delitos.
Ap—s apura•‹o imparcial verifica-se que a confiss‹o foi obtida
mediante a utiliza•‹o de meios considerados abusivos, classificados
como tortura pelos investigadores. Nos termos da Constitui•‹o de
1988, a tortura Ž considerada uma viola•‹o ao direito ˆ:

a) privacidade.

b) integridade f’sica.

c) igualdade.

d) liberdade.

e) seguran•a.

14. (FGV/FIOCRUZ Ð 2010) Com rela•‹o aos direitos e garantias


constitucionais, analise as afirmativas a seguir:

I. A promo•‹o da defesa do consumidor n‹o est‡ expressa no art. 5¼ da


Constitui•‹o Federal/88; portanto, uma vez que sua efic‡cia dependa de lei
infraconstitucional, n‹o se pode afirmar que tenha adquirido status
constitucional.

II. A obten•‹o de certid›es em reparti•›es pœblicas, para esclarecimento de


situa•›es de interesse pessoa, independente de pagamento de taxa.

III. Todos t•m direito a receber dos —rg‹os pœblicos informa•›es de seus
interesses particulares, porŽm os de interesse coletivo ou geral n‹o poder‹o
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ser prestados a particulares, sob pena de responsabilidade, uma vez que


devem sempre estar resguardados sob a prote•‹o do Estado.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

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e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

15. (FGV/Senado Federal Ð 2008) Todos t•m direito a receber dos


—rg‹os pœblicos informa•›es de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que ser‹o prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescind’vel ˆ seguran•a da sociedade e do Estado.

16. (FGV/Senado Federal Ð 2008) A aprecia•‹o pelo Poder Judici‡rio


de les‹o ou amea•a a direito ser‡ assegurada na forma e observados
os limites previstos em lei complementar.

17. (FGV / Senado Federal Ð 2012) Constitui crime inafian•‡vel e


imprescrit’vel a a•‹o de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democr‡tico.

18. (FGV/Senado Federal Ð 2008) ƒ vedada a comina•‹o de pena de


car‡ter perpŽtuo, salvo no caso de condena•‹o por crimes
considerados hediondos, na forma da lei.

19. (FGV/FUNARTE Ð 2014) N‹o h‡ pris‹o civil por d’vida, salvo a do


respons‡vel pelo inadimplemento volunt‡rio e inescus‡vel de
obriga•‹o aliment’cia, de dano ao patrim™nio hist—rico-cultural, e a do
deposit‡rio infiel.

20. (FGV / SEGEP-MA Ð 2013) O uso de algemas s— Ž l’cito nos casos


de pris‹o em flagrante.

21. (FGV / SEGEP-MA Ð 2013) A publica•‹o n‹o consentida da


imagem de um indiv’duo, utilizada com fins comerciais, gera dano
moral repar‡vel, ainda que n‹o reste configurada situa•‹o vexat—ria.

22. (FGV/TJ-AM Ð 2013) Sobre o sigilo de correspond•ncia e das


comunica•›es telegr‡ficas, de dados e das comunica•›es telef™nicas,
assinale a afirmativa correta. 07396517737

a) A quebra de sigilo telef™nico, em qualquer hip—tese, somente pode ser


deferida por ordem judicial, n‹o se admitindo que seja feita pela Administra•‹o
Pœblica ou por comiss‹o parlamentar de inquŽrito.

b) A jurisprud•ncia pac’fica das Cortes Superiores admite a utiliza•‹o da


grava•‹o clandestina como prova da quita•‹o de d’vidas.

c) A grava•‹o ambiental realizada por circuito interno de TV pode ser utilizada,


no processo penal, como prova da pr‡tica de crime.

d) A correspond•ncia do preso Ž inviol‡vel, somente sendo poss’vel ˆ


Administra•‹o penitenci‡ria a quebra do sigilo mediante autoriza•‹o judicial.

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e) A abertura de carta, que apresente ind’cios de conter subst‰ncia de


circula•‹o proibida como entorpecentes, constitui viola•‹o do sigilo de
correspond•ncia, admitindo-se, todavia, que o servi•o postal recuse a entrega.

23. (FGV/Senado Federal Ð 2012) Com base no art. 5¼ da


Constitui•‹o da Repœblica, assinale a afirmativa INCORRETA.

a) Ser‡ admitida a•‹o privada nos crimes de a•‹o pœblica, se esta n‹o for
intentada no prazo legal.

b) A lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos processuais quando se


tratar de crimes contra a fam’lia.

c) NinguŽm ser‡ preso sen‹o em flagrante delito ou por ordem escrita e


fundamentada de autoridade judici‡ria competente, salvo nos casos de
transgress‹o militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

d) A pris‹o de qualquer pessoa e o local onde se encontre ser‹o comunicados


imediatamente ao juiz competente e ˆ fam’lia do preso ou ˆ pessoa por ele
indicada.

e) O preso ser‡ informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer


calado, sendo-lhe assegurada a assist•ncia da fam’lia e de advogado.

24. (FGV/SEFAZ-RJ Ð 2011) Abelhudo, cidad‹o brasileiro, contrai


casamento com Abelhudinha, tendo o casal tr•s filhos. Infelizmente, o
casal resolve divorciar-se, e o var‹o assume o dever de prestar
alimentos ˆ sua ex-esposa e aos seus filhos. Apesar de contar com boa
remunera•‹o, abelhudo deixa de pagar v‡rias presta•›es dos
alimentos acordados judicialmente, vindo a sofrer processo de
cobran•a, tendo sua ex-mulher requerido sua pris‹o caso n‹o solvesse
a d’vida. O var‹o, apesar de regularmente comunicado do processo,
n‹o pagou a d’vida nem justificou o n‹o pagamento, vindo sua pris‹o a
ser declarada pelo magistrado presidente do processo. A respeito da
pris‹o civil, Ž correto afirmar que: 07396517737

a) ƒ admiss’vel quando o devedor contrai d’vidas com fornecedores.

b) Est‡ restrita ˆ d’vida quando ela tem natureza de alimentos.

c) Foi extinta ap—s a edi•‹o da constitui•‹o federal de 1988.

d) ƒ constitucionalmente prevista para homens inadimplentes de alimentos.

e) Est‡ preservada somente para militares em tempo de guerra

25. (FGV/PC-AP Ð 2010) Nenhum brasileiro ser‡ extraditado, salvo o


naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da

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naturaliza•‹o, ou de comprovado envolvimento em tr‡fico il’cito de


entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.

26. (FGV/Senado Federal Ð 2008) A respeito do cat‡logo de direitos


fundamentais da Constitui•‹o Federal de 1988, assinale a afirmativa
correta.

a) A Constitui•‹o assegura o direito de permanecer calado apenas ao preso,


quando interrogado por autoridade policial.

b) As provas obtidas por meios il’citos s‹o inadmiss’veis apenas nos processos
criminais, podendo ser utilizadas sem restri•›es nos processos judiciais c’veis e
administrativos.

c) Por for•a do princ’pio da presun•‹o da inoc•ncia, a pris‹o do rŽu decretada


por juiz anteriormente ˆ condena•‹o transitada em julgado ter‡ sempre
natureza cautelar.

d) ƒ poss’vel a cria•‹o de tribunal de exce•‹o para julgar crimes de terrorismo,


na forma da lei.

e) O contradit—rio e a ampla defesa n‹o s‹o assegurados em procedimentos


administrativos disciplinares se o servidor permanecer revel.

27. (FGV/Senado Federal Ð 2012) O preso tem direito ˆ identifica•‹o


dos respons‡veis por sua pris‹o ou por seu interrogat—rio policial.

28. (FGV/Senado Federal Ð 2008) Nenhum brasileiro ser‡


extraditado, exceto no caso de comprovado envolvimento em tr‡fico
il’cito de entorpecentes e drogas afins e em crime de terrorismo, na
forma da lei.

29. (FGV/FUNARTE Ð 2014) O cidad‹o Jo‹o da Silva verificou que seu


vizinho, propriet‡rio de im—vel tombado como patrim™nio hist—rico e
cultural, pela Uni‹o, iniciou ilegalmente a realiza•‹o de obras que
descaracterizavam o bem, com licen•a emitida pelo Munic’pio.
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Valendo-se do instrumento constitucional adequado, Jo‹o pode propor


medida judicial que vise anular tal ato, lesivo ao patrim™nio hist—rico e
cultural, por meio de:

a) mandado de seguran•a;

b) mandado de injun•‹o;

c) a•‹o direta de inconstitucionalidade;

d) a•‹o popular;

e) a•‹o civil pœblica.


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30. (FGV / DPE-RJ Ð 2014) Sobre a disciplina do remŽdio


constitucional do mandado de seguran•a, o ordenamento jur’dico, em
especial o Art. 5¼ LXIX da Constitui•‹o da Repœblica e a Lei 12.016/09,
prev• que se concede o mandamus contra ato:

a) de autoridade pœblica, para proteger pessoa f’sica ou jur’dica detentora de


direito l’quido e certo, independentemente de estar tambŽm amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando houver risco ou viola•‹o de seu direito
por ilegalidade ou abuso de poder por parte.

b) de representantes ou —rg‹os de partidos pol’ticos e dos administradores de


entidades aut‡rquicas, bem como dos dirigentes de pessoas jur’dicas ou das
pessoas naturais no exerc’cio de atribui•›es do poder pœblico, somente no que
disser respeito a essas atribui•›es.

c) de gest‹o comercial praticada pelos administradores de empresas pœblicas,


de sociedade de economia mista e de concession‡rias e permission‡rias de
servi•o pœblico, na forma da lei.

d) do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,


independentemente de cau•‹o, em raz‹o dos princ’pios constitucionais do
amplo acesso ˆ justi•a e da inafastabilidade do controle jurisdicional.

e) consistente em decis‹o judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo,


como corol‡rio dos princ’pios constitucionais do acesso ˆ justi•a e do duplo
grau obrigat—rio de jurisdi•‹o.

31. (FGV/DPE-RJ Ð 2014) O remŽdio constitucional previsto na


Constitui•‹o da Repœblica para assegurar o conhecimento de
informa•›es relativas ˆ pessoa do impetrante, constantes de registros
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de car‡ter
pœblico, chama-se:

a) mandado de seguran•a.
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b) mandado de injun•‹o.

c) habeas corpus.

d) habeas data.

e) a•‹o popular.

32. (FGV/SEFAZ-RJ Ð 2011) Lupus, aposentado pelo regime geral da


previd•ncia social, Ž comunicado, por amigos tambŽm aposentados, da
possibilidade de reconhecimento, pelo —rg‹o previdenci‡rio, de valores
atrasados. Seu requerimento administrativo veio a ser indeferido, o
que gerou a propositura de a•‹o perante o judici‡rio. Ap—s dez anos, o

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seu processo continuava sem solu•‹o definitiva. Ë luz da principiologia


constitucional, pode-se afirmar que restou violado o(s) princ’pio(s)
do(a):

a) Contradit—rio e publicidade.

b) Ampla defesa e prova il’cita.

c) Publicidade e isonomia.

d) Dura•‹o razo‡vel do processo.

e) Juiz e promotor natural.

33. (FGV/OAB Ð 2013) Em rela•‹o aos remŽdios constitucionais,


assinale a afirmativa correta.

a) O habeas data pode ser impetrado ainda que n‹o haja negativa
administrativa em rela•‹o ao acesso a informa•›es pessoais.

b) A a•‹o popular pode ser impetrada por pessoa jur’dica.

c) O particular pode figurar no polo passivo da a•‹o de habeas corpus.

d) O mandado de seguran•a somente pode ser impetrado quando as quest›es


jur’dicas forem incontroversas.

34. (FGV/TJ-AM Ð 2013) Fulano de Tal, cidad‹o brasileiro, integrante


de uma Associa•‹o de Moradores de Bairro, tomou conhecimento de
que o Prefeito de sua cidade fraudou documentos e, dessa forma,
permitiu a constru•‹o de edif’cios comerciais em um parque estadual.
Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.

a) Fulano de Tal deve impetrar mandado de seguran•a individual para


anula•‹o do ato lesivo.
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b) A Associa•‹o de Moradores deve impetrar mandado de seguran•a coletivo


para anula•‹o do ato lesivo.

c) Fulano de Tal deve ajuizar a•‹o popular para anula•‹o do ato lesivo.

d) Como as obras ainda n‹o foram iniciadas, n‹o existe les‹o ao patrim™nio
pœblico, a ser amparada por a•‹o individual ou coletiva.

e) A Associa•‹o de Moradores deve ajuizar a•‹o popular coletiva para anula•‹o


do ato lesivo.

35. (FGV/TJ-AM Ð 2013) A Constitui•‹o da Repœblica Federativa do


Brasil assegura, em seu artigo 5¼, o exerc’cio e a prote•‹o de diversos
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direitos pelo Estado e, inclusive, garante a gratuidade para o exerc’cio


de diversos dos direitos ali previstos. Desta forma, assinale a
alternativa que n‹o representa expressa disposi•‹o constitucional de
aus•ncia de recolhimento de custas, taxas ou emolumentos.

a) A•‹o Popular.

b) Habeas Corpus.

c) Habeas Data.

d) Direito de Peti•‹o.

e) Mandado de Seguran•a.

36. (FGV / TJ-AM Ð 2013) Sobre o mandado de seguran•a, assinale a


afirmativa correta.

a) N‹o pode ser impetrado preventivamente, uma vez que n‹o se admite
impetra•‹o contra lei em tese, devendo haver a efetiva viola•‹o do direito.

b) N‹o pode ter por objeto o pagamento de remunera•›es atrasadas a servidor


pœblico.

c) Deve ter por fundamento direito elencado na Constitui•‹o, n‹o se admitindo


viola•‹o reflexa a direito constitucional.

d) Por ser garantia constitucional, dispensa formalidades na sua impetra•‹o.

e) Admite a produ•‹o de prova testemunhal, mas n‹o pericial.

37. (FGV/SEGEP-MA Ð 2013) A respeito do mandado de seguran•a


coletivo, assinale a afirmativa correta.

a) O mandado de seguran•a coletivo, por ser instrumento jur’dico de defesa de


direitos transindividuais, pode ser utilizado para questionar a validade de lei
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em tese.

b) As associa•›es, quando impetram mandado de seguran•a coletivo em favor


de seus filiados, dependem, para legitimar sua atua•‹o em ju’zo, de
autoriza•‹o expressa de seus associados.

c) A peti•‹o inicial do mandado de seguran•a deve ser instru’da com a rela•‹o


nominal dos associados da impetrante, mas n‹o Ž necess‡ria a autoriza•‹o dos
associados para a impetra•‹o.

d) O partido pol’tico com representa•‹o no Congresso Nacional tem


legitimidade para a propositura de mandado de seguran•a coletivo.

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e) A entidade de classe n‹o tem legitima•‹o para o mandado de seguran•a


quando a pretens‹o veiculada interessa apenas a uma parte da respectiva
categoria.

38. (FGV/TJ-AM Ð 2013) O mandado de seguran•a, institu’do no


ordenamento brasileiro pela Constitui•‹o de 1934 e hoje previsto no
artigo 5¼, LXIX, da Constitui•‹o da Repœblica, Ž importante garantia
dos direitos fundamentais. Sobre essa figura, assinale a afirmativa
correta.

a) N‹o ser‡ concedido mandado de seguran•a para proteger direito l’quido e


certo amparado por habeas corpus, habeas data ou a•‹o para a qual se
preveja a possibilidade de concess‹o de medida liminar.

b) Cabe mandado de seguran•a contra atos de gest‹o comercial praticados


pelos administradores de empresas pœblicas e sociedades de economia mista
quando tais atos violarem direito subjetivo.

c) ƒ sempre cab’vel a impetra•‹o de mandado de seguran•a ainda que haja


recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de cau•‹o,
uma vez que n‹o se exige o esgotamento das inst‰ncias administrativas.

d) Se o exerc’cio do direito alegadamente violado depender do esclarecimento


de fatos ou situa•›es n‹o comprovados nos autos j‡ no momento da
impetra•‹o, n‹o se conceder‡ a seguran•a.

e) ƒ inconstitucional a fixa•‹o, por lei ordin‡ria, de prazo decadencial para a


impetra•‹o de mandado de seguran•a, uma vez que a Lei Maior n‹o condiciona
esta garantia ao seu exerc’cio em determinado prazo.

39. (FGV / TJ-AM Ð 2013) Sobre a disciplina do habeas corpus,


assinale a afirmativa correta.

a) Admite-se o manejo do habeas corpus para defesa das liberdades


constitucionais em geral, como a liberdade de religi‹o, n‹o se restringindo o
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instrumento ˆ defesa da liberdade de locomo•‹o.

b) o paciente do habeas corpus deve ser brasileiro no gozo dos direitos


pol’ticos.

c) O registro como advogado Ž exigido para a impetra•‹o do habeas corpus,


admitindo-se, todavia, o seu manejo por estudantes de direito inscritos como
estagi‡rios na Ordem dos Advogados do Brasil.

d) N‹o Ž poss’vel a impetra•‹o de habeas corpus como substitutivo de recurso


com efeito suspensivo em matŽria penal.

e) ƒ cab’vel habeas corpus em rela•‹o a puni•›es disciplinares militares.

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40. (FGV / SUDENE Ð 2013) Everaldo pretende obter o acesso de


dados pessoais que est‹o sob a guarda do MinistŽrio da Justi•a. N‹o
possuindo haveres apresenta o seu requerimento perante a
representa•‹o do referido —rg‹o que Ž localizada no Estado onde Ž
domiciliado. Ap—s os tr‰mites burocr‡ticos recebe, por carta subscrita
pelo pr—prio Ministro da Justi•a, resposta ao seu requerimento, tendo
a Administra•‹o indeferido o acesso aos dados postulados. Observada
tal narrativa, cabe a Everaldo impetrar

a) Mandado de Seguran•a de compet•ncia do Supremo Tribunal Federal.

b) Habeas Data de compet•ncia do Superior Tribunal de Justi•a.

c) Mandado de Injun•‹o de compet•ncia do Supremo Tribunal Federal.

d) A•‹o Popular de compet•ncia do Superior Tribunal de Justi•a.

e) Habeas Corpus de compet•ncia do Supremo Tribunal Federal.

41. (FGV / TJ-AM Ð 2013) Admite-se a impetra•‹o de mandado de


seguran•a coletivo para a salvaguarda de direitos, ante a previs‹o
expressa do Art. 5", inciso LXX, da Constitui•‹o Federal de 1988, mas
n‹o a de mandado de injun•‹o coletivo, haja vista a inexist•ncia de
id•ntica previs‹o constitucional.

42. (FGV / TJ-AM Ð 2013) O habeas data pode ser empregado por
qualquer cidad‹o para a obten•‹o de dados relativos ˆ remunera•‹o
de servidores pœblicos, consoante admite a Lei n. 12.527/11, que
regula o acesso a informa•›es.

43. (FGV / TJ-AM Ð 2013) O mandado de injun•‹o viabiliza o


exerc’cio de direito ou liberdade constitucional ou prerrogativas
alusivas ˆ nacionalidade, ˆ soberania e ˆ cidadania, quando h‡
omiss‹o legislativa ou concretiza•‹o deficiente pelo legislador.

44. (FGV / TJ-AM Ð 2013) A legitima•‹o passiva do mandado de


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injun•‹o Ž da pessoa estatal ˆ qual incumba o dever jur’dico de editar


o ato normativo, ainda que terceiras pessoas sofram os efeitos da
decis‹o, segundo s—lida jurisprud•ncia nesse sentido.

45. (FGV / TJ-AM Ð 2013) O Supremo Tribunal Federal n‹o admite


atribuir efeitos outros ao mandado de injun•‹o que n‹o o
reconhecimento formal da inŽrcia legislativa e notifica•‹o ao —rg‹o
legislativo competente para a edi•‹o da norma.

46. (FGV / Senado Federal Ð 2012) Qualquer cidad‹o Ž parte


leg’tima para propor a•‹o popular que vise a anular ato lesivo ao
patrim™nio pœblico ou de entidade de que o Estado participe, ˆ
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moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico


e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m‡ fŽ, isento de custas
judiciais e do ™nus da sucumb•ncia.

47. (FGV/PC-AP Ð 2010) ƒ livre a locomo•‹o no territ—rio nacional


em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.

48. (FGV/Senado Federal Ð 2008) Qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima


para propor a•‹o popular que vise a anular ato lesivo ao patrim™nio
pœblico ou de entidade de que o Estado participe, ˆ moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ, isento de custas judiciais e
do ™nus de sucumb•ncia.

49. (FGV/MPE-MS Ð 2013) Os direitos fundamentais encontram!se


taxativamente previstos na Constitui•‹o da Repœblica Federativa do
Brasil.

50. (FGV / Senado Federal Ð 2012) Os tratados e conven•›es


internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por tr•s quintos dos
votos dos respectivos membros, ser‹o equivalentes ˆs emendas
constitucionais.

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Gabarito

1. LETRA E
2. LETRA D
3. LETRA A
4. LETRA C
5. LETRA D
6. LETRA B
7. LETRA A
8. LETRA B
9. LETRA D
10. LETRA A
11. LETRA B
12. LETRA B
13. LETRA B
14. LETRA B
15. CERTA
16. ERRADA
17. CERTA
18. ERRADA
19. ERRADA
20. ERRADA
21. CERTA
22. LETRA C
23. LETRA B
24. LETRA B
25. CERTA
26. LETRA C
27. CERTA
28. ERRADA
29. LETRA D
30. LETRA B
31. 07396517737

LETRA D
32. LETRA D
33. LETRA C
34. LETRA C
35. LETRA E
36. LETRA B
37. LETRA D
38. LETRA D
39. LETRA D
40. LETRA B
41. ERRADA
42. ERRADA

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43. ERRADA
44. CERTA
45. ERRADA
46. CERTA
47. CERTA
48. CERTA
49. ERRADA
50. CERTA
 

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