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O que é desenvolvimento?

Medidas utilizadas para desenvolvimento: PIB per capita, IDH... o desenvolvimento


nasce com uma perspectiva otimista.
Confucionismo é o pensamento chinês, fazendo parte de uma tríade de crenças com o
budismo e taoísmo.
Substituiu completamente o papel das leis e da religião em comparação ao ordenamento
social do Ocidente.
Exames para ingresso na burocracia – ser burocrata era ter alto status
Ideal social – sociedade harmoniosa (apaziguamento social sem referência a luta de
classes). Para o atual presidente, o sonho chinês é se tornar uma nação mais forte com
metas muito específicas.
Dinastia Qin: Legalismo: homens são intrinsicamente ruins e inclinados para o crime:
pessoas precisam de um governo forte e leis pesadas e claras que punam com força as
menores infrações. Melhorar a conduta humana pelo bom exemplo seria inútil.
Dinastia Han: O excesso de autoridade deu vida curta à dinastia Qin.
Premissas Básicas
Visa a uma organização nacionalista da sociedade (baseada na família e no Estado).
Sistema moral, político e social com forte senso prático, sem nenhum sinal metafísico.
Sociedade altamente hierarquizada com papéis de reciprocidade.
Piedade filial: filhos devem ter absoluto respeito para com os pais, até na velhice.
Meritocracia: educação baseada na memorização, não na criatividade e no
questionamento.
O Estado serve para conduzir os homens no caminho reto à perfeição moral.
Papel do confucionismo para ordenamento social e político
Pilares: Família: ordenamento que transborda para o Estado (hierarquizado e assume o
papel de pai da população, com mesmo conceito da piedade filial)
Estabilização do ordenamento social, meritocracia, com piedade filial que faz a com que
a hierarquia esteja ligada a um laço afetivo, subjetivo. Presença do guanxi: networking,
relação de reciprocidade e codependência. A legitimidade do partido se dá com a entrega
de resultados.
Taoísmo: conjunto de preceitos filosóficos
Há algumas contradições com o confucionismo. Este é uma resposta direta para o bem
estar, enquanto aquele é altamente místico. Prega a existência do Qi, um fluxo de energia
vital. Na China não há tanto problema com a contradição. Elas existem e é natural.
As dinastias foram geralmente marcadas por um império centralizador, burocracia forte,
estruturais legais, tributárias, filosóficas artísticas e linguísticas avançadas. Era a maior
economia mundial até o século XVIII. Totalmente diferente da Europa, que era muito
menos militarizada (e tinha menor relevância para a acumulação de capitais). A base
tributária eram os camponeses e não tinham elite agrária e religiosa pois havia baixa
concentração de terras. Possuía forte burocracia de Estado. Comerciais não tinham
prestígio social.
A base produtiva era formada por pequenas unidades agrícolas especializadas. Todo
monopólio era evitado pelo poder imperial, com garantia de um bem-estar mínimo. Isso
faz com que o império não tinha uma posição expansionista radical.
A economia política de um império agrário
• Império do meio
• Dinastia Qin: dinastia legalista
• Dinastia Han: confucionismo de Estado
• Dinastia Yuan: mongóis
• Dinastia Ming: grandes navegações
• Dinastia Qing: expansão para o oeste, última dinastia
Até República Popular da China: 1949
China Imperial
• Base de sustentação camponesa e descentralizada
• Burocracia era eleita pela meritocracia
• Ausência de elite religiosa
• Elite militar fraca e subordinada à burocracia civil
• Comerciantes sem prestígio social e potencialmente desestabilizantes para o
sistema político. Evitam monopólio.
• Agricultura: principal atividade econômica
• População crescia pouco abaixo da produção
• Intensa atividade das indústrias agrícolas, melhora nas tecnologias agrícolas e
comércio de longa distância doméstico.
• Forte sentimento de “império do meio” em relação ao que se passava no redor.
• Sociedade minimamente próspera e estável.
Por que há a total inversão da posição chinesa em relação à Europa a partir do século XV?
(Dinastias Ming/Qing)
Não há condições para concentração de capital e acumulação primitiva. Concentração é
vista com desconfiança.
Dinastia Ming (cidade proibida, conclusão da muralha, expansão ultramarina)
Sistema sinocêntrico vai moldar as relações externas.
Missões tributárias de homenagem ao imperador através de presentes. Reconhecia o
imperador como representante do céu na terra. Em troca podiam realizar comércio com a
China.
As explorações ultramarinas
Motivo político reestabelecer a grandeza do império depois da ocupação mongol. Não
vida criar um império colonial nem abrir portos. Aumentar o número de países no sistema
tributário. Comércio não tinha objetivo econômico. Reconhecimento da superioridade
chinesa.
- Banimento das atividades marítimas em 1433.
- Comerciantes vistos como força desestabilizadora.
- Construção da cidade proibida e gastos com viagens – ajuste fiscal.
- Imperador ausenta-se das atividades administrativas e poder dos burocratas cresce. São
criados pequenos feudos.
Período de distúrbios econômicos
- Guerra com o Japão em 1590 – invade a península coreana e inaugura o flanco do
imperialismo nipônico – aumento dos impostos.
- Choques com o comércio exterior (1500 – 1600): Macau e entrada de nações
protestantes no comércio mundial.
- Grande insatisfação popular
- Aumento das incursões dos manchus
- 1644: grupos rebeldes invadem Pequim.
Dinastia Ming chega ao fim.
Dinastia Qing – manchus
Tibet: maior fonte de instabilidade interna (1720).
Não terminavam política de migração ou controle. Criam uma garra de proteção mas não
criam uma política definitiva.
O choque com o imperialismo
Primeiros contatos: comércio restrito ao porto de Cantão e estrangeiros probidos de fixar
residências.
Missão McCartney 1793: considerado pelos chineses como emissário em homenagem.
Queria fim do sistema restrito a Cantão e abertura de novos portos, fixação de tarifas
justas e estabelecer residência política. Nenhum termo foi aceito. Ingleses então tomam
portos e chegam a Nanquim com barcos a vapor. Chineses se rendem.
Tratado de Nanquim (1º tratado vergonhoso)
• 4 novos portos (Xangai, Cantão, Xiamen, Fuzhou e Ningbo)
• Ilha de Hongkong passa para a rainha.
• Tarifas de importação justas.
• Libertação de prisioneiros e anistia para os chineses
• Pagamento de 6 milhões de dólares como indenização pelo ópio e 12 milhões
pelas despesas de guerra.
• Extraterritorialidade.
Grande hostilidade. Chineses tem restrições em negociar com ocidentais.
Segunda Guerra do Ópio (1854 – 60)
Ingleses pressionam para abertura do comércio e avançam pela costa do sul a norte até
chegar a Tianjin.
Tratato de Tianjin
- Embaixador instalado em Pequim
- Cristianismo protegido
- Viagem pela China liberadas
- Outros 10 portos abertos
- Taxas para produtos estrangeiros abolidas
- Termo “bárbaro” abolido dos documentos oficiais
- Navios ingleses em busca de piratas poderiam entrar em qualquer porto
- Ópio com taxas definidas e tratado como qualquer mercadoria
Acordo negado pelos chineses. Por isso, os ingleses e norte-americanos queimam o
palácio de verão do Imperador.
Convenção de Pequim
Indenização de 8 mil taéis
Migração de chineses com barcos ingleses
Domínios: alemães com Qingdao, russos e japoneses com cidades na Manchúria,
franceses com cidades ao sul e inglesas com a costa central.
China no fim do século XIX
Forte sentimento de humilhação, redefine como burocracia chinesa pensa a relação com
o exterior, desorganização produtiva, degradação nacional (ópio), guerra sino-japonesa
com fácil derrota chinesa para Japão enquanto tem sua fragilidade evidenciada, Nasce o
nacionalismo chinês moderno. A ideologia de uma China moderna nasce em conjunto
com a ideologia nacionalista e de oposição ao imperialismo. Necessidade de ser moderno
para manter o nacionalismo existindo.
Tratado de Shimonoseki
- Reconhecer a independência da Coréia (Japão)
- Taiwan -> Japão
- Indenização de 200 milhões de taéis pro Japão
- Abertura de mais 4 portos
- Japão ganha licença para construir fábricas
- Consolida a fase de tratados humilhantes
Fim do império
Império Qing cai de maduro em 1911. “Uma múmia em contato com o ar.”
1908 – A corte anuncia fundação de um regime constitucional e parlamentar. Tentativa
desesperada de se manter no poder. Novo imperador, Puyi, assume aos 3 anos de idade.
O último imperador.
Forças políticas da China Republicana
Kuomintang/Partido Comunista
Fundação do PCC em 1919 – com o apoio marxista da França e da União Soviética,
começam programas de estudos no exterior. Zhou Enlai e Deng Xiaoping (16 anos) vão
à França.
• Mao Tsé-Tsung desenvolve grupo de trabalho-estudo no interior da China
• Forte participação de mulheres
• 1992 – força política mínima – 200 membros
A fundação da RPC (1949)
Do ponto de vista político: as instituições e ideologias continuam praticamente as
mesmas, com Mao Tsé-Tung sendo o fundador. O nascimento da China vem junto com
uma postura de aprendizado.
O governo dos nacionalistas
Chiang Kai-Shek (militar) firma-se como líder do KMT. Havia caos econômico, político
e militar. Nacionalistas mais preocupados com os comunistas do que com os japoneses:
acumulam forte antipatia militar. 1931: Guerra no Pacífico: em 4 meses fundam
Manchúria independente da China (Japão)
Segunda Guerra Sino-Japonesa
Invasão da China pelo Japão com 15 milhões de mortos no total em 1937.
Primeira fase foi marcada pela tomada rápida de Nanking. Episódio mais cruel da guerra
foi com 12 mil civis mortos e m12 dias. Disseminação do assassinato por meio da tortura
e entre 20 a 80 mil vítimas de estupro.
Guerra Civil (45 – 49)
Cartier-Bresson
Julho de 1948 – saco de arroz custava 6,7 milhões de yuans. Dois meses depois, 63. IPA
na cada de 11mil% aa. Escassez desesperadora de alimentos.
Os combates na Manchúria
Vantagem expressiva dos comunistas.
Número crescente de soldados (regras de disciplina maoísta geram simpatia)
Moral baixa com enriquecimento ilícito com oficiais do KMT + corretores de penetração
Bons estrategistas (Lin Biao e Mao)
1948 – Abono de Guerrilha e avanço comunista a céu aberto.
A Tomada Comunista
Xiaoping mobiliza 2 milhões de camponeses para apoio político
- Mantém negócios, escolas e fábricas funcionando
- Fábricas são patrulhadas para evitar saques
- Criação do renminbi (moeda do povo)
- Refugiados são alimentados e enviados para casa
- Oficiais do KMT enviados para casa ou incorporados ao exército vermelho após
reeducação
- Formação de estoques de alimentos e poupança
A Tomada Comunista II
- Nanquim – abril (sem luta)
- Xangai – maio (pouca resistência)
- Xiamen e Cantão – outubro
1º de outubro de 1949 – Fundação formal da RPC
Comunistas: sucessores das dinastias imperiais após 150 anos de caos
Forjam organização disciplinada capaz de levar a política de governo central até as mais
remotas aldeias
Para os chineses, tratava-se de uma revolução de restauração da ordem e da paz, bem
estar, sistema de governo central e grandeza de uma civilização, além de representar o
fim do século da humilhação.
Estrutura do governo: Partido Comunista acima de Governo Central e Exército, lado a
lado. Partido acima do Estado.
Legado maoísta às reformas
O Grande Salto Adiante
1957 – enorme onda de entusiasmo iria industrializar a China imediatamente e fazê-la
ultrapassar a produção industrial dos EUA e Inglaterra em 15 anos. Seus pilares seriam a
consolidação das comunas populares de metas irreais para produção de aço.
Voluntaristas (Mao) vs. NEP (Deng)
Comunas populares: entre 10 mil e 20 mil famílias. Tudo coletivo. Serviços públicos
gratuitos eliminam a necessidade de remuneração.
Embriaguez numérica: metas irreais de produção que ninguém tinha coragem de dizer
que não foram cumpridos.
Auto-fornos domésticos: todos envolvidos na produção de aço. Objetivo era dobrar a
produção todo ano. Produção de péssima qualidade que desviava trabalhadores de sua
função principal.
Grande Salto Adiante -> Grande Fome
60-62: Entre 20 e 30 milhões de mortos, especialmente no campo
Racha sino-soviético, poucos camponeses dedicados à produção de alimentos, medo de
informar falta de alimentos nas comunas afetadas, metade da área agriculturável
inundada. China e URSS se tornam inimigas.
É um período de forte industrialização.
NEP no Comando do PCC (62-65)
Concluem que modelo das comunas era ineficiente. Má administração rural levava à
tragédia no campo. 25 mil empresas ineficientes fechadas.
Tecnocratas e planejadores do Estado tomam as rédeas da condução do país: Xiaoping e
Enlai. Veteranos da vitória comunista.
Abertura econômica sem nenhuma contrapartida em termos de liberdades civis e
políticas.
Só nos anos 90: “não importa a cor do gato, desde que ele cace bem os ratos.” “Enriquecer
é glorioso.”
Acumulação de capital pós-reformas
Deng Xiaoping 80’s – 4 modernizações (Muda tudo no campo)
Reforma rural
Regime propriedade campo – regime de responsabilidade familiar
TUE’s – coletivas (intensivas em mão de obra)
Redução da pobreza 0 história mundial
Iang Zining 90’s – capitalismo (3 representações) (Muda tudo na cidade)
Pequena burguesia e proprietários são bem vindos.
Abertura para o investimento externo direto em 1992.
Privatizações em 1997
Vários tipos de propriedade (burguesia chinesa)
Sem proteção social
Aumento da desigualdade, crescimento privado pelas exportações.
Hu Jintao 00’s – sociedade harmonista
Proto – Estado de Bem Estar Social
- Seguro Social
- Saúde/educação básicos
Aumento dos salários de 2005 a 2008 para aumentar o consumo, dando novo padrão de
crescimento empurrado pelo consumo.
Políticas de desenvolvimento regional (West Policy/North/East Policy)
Xi Jinping 10’s – sonho chinês
- Crescimento puxado pelo consumo
Aumento das cadeias globais de valor
Rota da seca
- Amarra uma estratégia para solucionar a contradição da acumulação interna
- Problema de internacionalização da moeda
- Contornos desafios geopolíticos
- Tentativa de subida nas cadeias globais de valores
Aumento da repressão política
- Campanha anti-corrupção
Do capitalismo selvagem ao crescimento puxado pelo investimento
Capacidade da China de disciplinar o IED
Parceiro local – transferência de tecnologia
Nas primeiras ZEE’s o governo garante uma boa estrutura (permitem uma
experimentação)
Indústria e Estatais
Privatização das Estatais (SOE’s) e das empresas coletivas.
Do danwei à privatização: agarrar as grandes e deixar as pequenas irem. Aumento brutal
da informalidade. Criação de uma burguesia chinesa. Insider privatization. (transferência
de ativos)
Estado concentrado em setores considerados estratégicos: energia, siderurgia, finanças,
aeroespacial, infraestrutura (transporte e telecomunicações), militar.
Balanço das privatizações (e da década de 90)
Criação dos primeiros capitalistas chineses com estrita relação com o PCC (relação de
guanxi).
Setor estatal mais estrategicamente posicionado e competitivo
Vácuo de seguridade social
Demissões em massa – consolidação de um mercado de trabalho com oferta ilimitada de
mão de obra
Cresce o mercado informal
As privatizações não são abertas ao capital externo
Relação estratética com o IED
2001: OMC
Padrão de acumulação chinês pós-2000 (texto Medeiros) Investment-led growth
Na década de 2000, intensivamente puxado pelos investimentos
- Principal indutor de componente do ciclo econômico
- Públicos – infraestrutura (portos, rodovia, energia, ferrovias, urbanização, construção
civil)
- Empresas públicos/privados – ativos fixos (máquinas e equipamentos). Amplo
investimento das firmas
- Exportações garantem alívio de contas e aprendizado produtivo mas não é o caso do
clássico de export-led! (exporta muito mas também importa muito – multiplicador vaza).
O conteúdo doméstico das exportações não constitui parcela significativa da renda
nacional.
Centro de ____ do padrão é endógeno!
Classes sociais da China imperial
• Camponeses livres dispersos geograficamente e relativa baixa concentração de
terra
• Comerciantes relativamente pequenos sem prestígio social. Impedem a
acumulação de capital através de regulações estatais, evitam o monopólio deles.
Potenciais desestabilizadores do sistema.
• Burocracia com bastante prestígio. Selecionada por exames do Estado e educada
por Confúcio. Possuíam relações amistosas com o imperador.
• Corte enxuta.
• Não existe clero nem classe religiosa ligada ao Estado. Elite militar subordinada
à burocracia.
• Imperador com o mandato dos céus.
Base produtiva
• Agricultura
• Aumento de produtividade proporcional ao aumento populacional
• Intensivo em trabalho e não terra
• Agricultura especializada com formação de excedente
• Início de uma proto-indústria: manufatura doméstica rural com produção de seda,
porcelana, chá etc.
Feudalismo chinês termina já em 221 a.C com o fim da Era dos Estados Guerreiros.
Unificação sob égide imperial possui uma ordem imperial muito menor militarizada do
que a Europa, protegida pelos Himalaias, deserto de Gobi e Pacífico. Invasores
geralmente militarmente inferiores.
Imperador como representante do céu na terra. Mandato celeste para manter a ordem
doméstica. Autoridade sem rivais.
Base tributária são os camponeses de base familiar.
Agricultura é a principal atividade econômico. Produção crescia pouco acima do
crescimento populacional, mas nunca rompe com o teto pré-capitalista, ou seja, não há
um descolamento considerável para um nível produtivo em massa.
Comércio de longa distância (sobretudo grãos), intensa atividade nas indústrias rurais,
abertura de novas áreas para a agricultura, melhora na tecnologia agrícola. Gastos de
produtividade em função da especialização: chá, vegetais, frutos, algodão, seda, têxteis,
porcelana.
Sociedade minimamente próspera era a base de uma ordem social estável e que busca a
manutenção do sistema político. Possuía estabilidade política e social.
Estado administra esse amplo território visando a estabilidade social.
Relação do império com os mercadores vai ser contraditória. Hierarquia de poder,
monopólio e concentração são potencialmente desestabilizadores, mas são supostamente
para troca de recursos de regiões abundantes para regiões com escassez.
Instituições sociais
• Família: unidade elementar e cujas relações se estendem ao Estado. Perda de face
se aplica a todos os membros da família.
• Guanxi: relações humanas de confiança, respeito, face
• Hierarquia: lealdade aos superiores e benevolência para com os inferiores
• Meritocracia: legitimidade política deriva da entrega de bons resultados
Essas instituições éticas minimizam o papel que a lei e a religião exercem no Ocidente.
Não há condições para concentração de capital nem acumulação primitiva. Unidades
relativamente igualitárias e dispersas. Concentração é vista com desconfiança pelo
império e pela burocracia.
Expansão de território também feita de forma lenta e totalmente pacífica.
Relações externas do império
• Sistema sinocêntrico: relações comerciais com um verniz político muito grande.
Oferta de tributos, reconhecimento do imperador como representante do céu na
terra em troca de comércio numa região específica.
Sudeste asiático com Coréia e Japão são subordinados tributários.
Latifundiários também faziam parte de uma minoria social.
Utilizavam-se do poder brando para convencer o resto da Ásia de sua superioridade
militar, cultural, econômica e política. Ganhavam periodicamente a benesse de realizar
comércio com o país.
Estrutura produtiva
• Agrária
• Protoindústria: participação fortemente feminina
• Intenso comércio interno
Matriz confucionista de boa conduta é o ordenamento moral e social que embasa as ações
do Partido Comunista Chinês.
Ocidente x Oriente
• Ocidente: physis, logos, substância, razão, conhecimento teórico, lógica. Valor
social consequente é a liberdade/cidadania.
• A reação aristotélica à impermanência: há uma alma que permanece depois da
morte.
• Oriente: ying/yang, Tao, Wu Wei (não ação), vazio, intuição, conhecimento
prático. Valor social consequente é a harmonia.
• Não tem essência. Tem relacionalidade. A essência do corpo é o vazio e a
possibilidade relacional da prática.
• Subjetividades diferentes: ego inflado e livre do Ocidente vs. Ego relacional do
Oriente.
• Chega na China o “eu do marxismo.” O “eu liberal” só com as reformas.
O confucionismo surge em resposta ao legalismo da dinastia Qin.
• Legalismo: homens são intrinsicamente ruins e inclinados para o crime. Pessoas
precisam de um governo forte e leis privadas e claras que pensam com força as
menores infrações.
• Tentativas de melhorar a conduta humana pelo bom exemplo, educação,
humanismo, preceitos normais etc são inúteis.
• Percepção de que excesso de autoritarismo deu vida curta à dinastia Qin.
Institucionalização do confucionismo na dinastia Han.
• Sistema moral, político e social com forte senso prático, sem nenhuma base
metafísica ou sobrenatural que se propõe a definir a conduta do bom governante,
bom cidadão, bom marido, boa mulher, bom filho.
• Respeito ao Confúcio. primeiro homem que não recebeu inspiração divina.
• Visa a uma organização nacionalista da sociedade estendendo-se do indivíduo à
família e desta ao Estado, a grande família.
• Qual a melhor forma de ordenar uma sociedade
• Sociedade altamente hierarquizada e com profundo respeito à autoridade. O
espírito paternal conduz essa relação.
• Piedade filial: requer uma vida nobre par a manter a honra e o bom nome da
família. Os filhos têm de ter absoluto respeito pelos pais e cuidar deles na velhice.
• Meritocracia: educação baseada na memorização, não na criatividade ou no
questionamento
• Autocrítica no lugar do pensamento social
O Choque com o Imperialismo
Império do meio, dominação por soft power, problemas com a dinastia Qing (Machu),
processo expansionista.
O choque com o Ocidente: primeiros contatos
• Comércio restrito ao porto de Cantão e estrangeiros proibidos de fixar residência
• Inglaterra com déficit comercial com relação à China
• 1793: missão McCartney. Considerado “emissário em homenagem” pelos
chineses. Os pedidos eram o fim do sistema restrito a Cantão e abertura de novos
pontos, fixação de tarifas justas e estabelecimento de residências diplomáticas.
Porém, nenhum dos pedidos foi aceito.
A venda do ópio
• Grande déficit comercial do ocidente com a China
• Inglaterra intensifica e tráfico de ópio na costa chinesa. Plantio na Índia,
processamento e aprimoramento e escambo com chineses. Transformação com
pedra queimável. Alto grau de dependência química e redução da vida útil do
usuário. Penetração generalizada atingindo grande parte da população viciada.
A Primeira Guerra do Ópio (1839 – 1842)
• 1838: imperador lança plano de ação: estrangeiros detidos e ópio jogado no rio.
• 1840: parlamento autoriza 16 belonaves, 4 mil homens e 540 canhões em busca
de reparações. Ópio na época não era tratado como droga.
• Acordo: Hong Kong, pagamentos de US$6 milhões, contato direto com governo
Qing e reabertura de Cantão. Acordo negado.
• Ingleses avancam até Nanquim com barcos a vapor. Chineses declaram rendição.
Tratado de Nanquim
• Abertura de 4 novos portos (Shangai, Cantão, Xiamen, Fozhou e Ningbo)
• Ilha de Hong Kong passa para a rainha
• Pagamento de US$6 milhões como indenização para o ópio e mais US$12 milhões
pelas perdas em combate
• Tarifas de importação “justas”
• Libertação de prisioneiros e anistia para chineses envolvidos no tráfico de ópio
• Extraterritorialidade: julgamento de ingleses na Inglaterra.
Segunda Guerra do Ópio (1854 – 1860)
• Ingleses pressionam por mais abertura e repetem estratégia anterior. Avanço pela
costa sul a norte até chegar a Tianjin.
Tratado de Tianjin
• Embaixador instalado em Pequim
• Cristianismo protegido
• Viagens pela China liberadas
• Outros 10 portos abertos
• Taxas para circulação de produtos estrangeiros abolidas
• Termo “bárbaro” abolido dos documentos oficiais
• Navios ingleses em busca de piratas poderiam entrar em qualquer porto
• Ópio tem taxa de importação definida. Institucionalização completa, vira produto
qualquer.
China tenta resistir às exigências. Com isso, ingleses e norte-americanos entram em
Pequim e queimam o palácio de verão do imperador.
Convenção de Pequim
• Indenização de 8 mil taéis
• Migração de chineses com barcos ingleses
• Domínio indireto ocidental: alemães com Qingdao, russos e japoneses com
Manchúria, franceses com cidades ao sul e ingleses com costa central.
China no fim do século XIX
• O grande império do meio – forte sentimento de humilhação nacional e perda de
face total
• Domínios ocidentais, degradação nacional, desorganização produtiva e revoltas
internas
• Guerra sino-japonesa (1894 - 1895), fácil derrota chinesa para o Japão emergente,
evidente fragilidade
• Redefine profundamente a forma como a burocracia chinesa pensa a relação com
o exterior
• Nasce o nacionalismo chinês moderno. A ideologia de uma China moderna nasce
em conjunto com a ideologia nacionalista e de oposição ao imperialismo.
Tratado de Shimonoseki
• China tem que reconhecer a independência completa da Coréia: penínsola torna-
se um protetorado japonês
• Perde Taiwan para o Japão
• Indenização de 200 milhões de taéis
• Liberação de mais 4 portos
• Japão ganha licença para construir fábricas em qualquer um dos portos
• Consolida a fase dos tratados humilhantes.
Fim do Império
• Novo imperador, Puyi, assume aos 3 anos de idade
• Império Qing termina em 1911. “Uma múmia em contato com o ar.”
A Fundação da República Popular da China e o Legado Maoísta
República da China (1911 – 1949), caos econômico, político e militar. Governo do
Kuonmitang/KMT e nascimento do PCC.
Segunda Guerra no Pacífico: 15 milhões de mortos com estupros em massa. Guerra Civil
(1945 – 1949), caos e hiperinflação. China totalmente cercada no período da Guerra Fria
por EUA no Sudeste, URSS no norte e Índia no Sudoeste.
República Popular da China I
• Comunistas: sucessores das dinastias imperiais após 150 anos de caos.
• Forjam organização disciplinada capaz de levar a política do governo central até
as mais remotas aldeias.
• Para os chineses, tratava-se de uma restauração da ordem e da paz, bem-estar,
sistema de governo central e grandeza de uma civilização.
• O Partido Comunista está acima do governo central, do lado do exército.
Mao Tsé Tung (1949 – 1976)
Deng Xiaoping (1978 – 1992)
Jiang Zemin (1992 – 2003)
Hu Jintao (2002 – 2013)
Xi Jinping (2013 – ???)
Maoísmo – Paradoxos
• Transformação econômica estrutural (industrialização) sem urbanização.
• Sucesso na elevação dos indicadores básicos de saúde e educação com
produtividade agrícola per capita estagnada. Pobreza não cai apesar da melhora
dos indicadores de saúde.
• Brutal enfrentamento da autoridade partidária dando lugar a arranjos políticos
ainda mais autoritários (o partido comunista inteiro é colocado abaixo)
Mudanças sem urbanização
• Crescimento do PIB de 4,4% ao ano na média entre 1952 e 1978 ou 6% segundo
dados oficiais.
• Mudanças estruturais com 85% da população mantida no campo por conta do
hukou.
• Ênfase na indústria pesada e na descentralização geográfica. Objetivos
estratégicos (tirar a indústria da costa para evitar destruição em massa em caso de
invasões)
Bem-estar
• Importante desempenho em educação e saúde: herança bendita do maoísmo para
o período da reforma.
• Mortalidade infantil cai de 370 para 18,2 de 1952 a 1978.
• Expectativa de vida aumenta de 38 para 64 anos.
• Educação primária para pessoas acima de 15 anos: 1,7 anos para 5,3 anos.
Mal-estar na agricultura
• Estagnação da produtividade agrícola. Produção de grãos cresce 2,1% ao ano,
praticamente igual ao crescimento populacional, de 2%. Como nas dinastias.
• Período de incremento técnico e investimento. Qual seria a origem dos
problemas? As comunas?
• Arranjo produtivo: coleção de economias regionais em baixo grau de
especialização. Comunas têm de produzir de tudo.
• Camponês perde autonomia e obedece a plano centralizado.
Caráter paradoxal do maoísmo é enorme. China depende muito pouco de capital
estrangeiro e tinha controle social forte com o hukou.
Pilares ideológicos do maoísmo
• Revolução deve basear-se na força das massas e no voluntarismo heroico.
“Homens podem mover montanhas.” Só o fervor revolucionário poderia superar
os obstáculos materiais. Como motivar a criação do novo homem sem o cunho do
indivíduo? Qual o estímulo? Por que estímulos essencialmente capitalistas?
• Revolução permanente: excitação revolucionária contínua. Ruptura ideológica
com os soviéticos.

Racha sino-soviético
Relação sempre de desconfiança deteriora-se ainda mais com a morte de Stalin. Ataques
de Kruschev à memória de Stalin. Estaria Mao sujeito ao mesmo? Kruschev disposto a
evitar uma guerra nuclear. Faz visitas a Einsenhower, porém total falta de apoio à questão
de Taiwan, anúncio de que não daria segredos da bomba para chineses. Critica China em
guerra com a Índia em 1960. Kruschev chama de uma luta triste estúpida. URSS retira
1930 especialistas da China, cancelam 343 grandes contratos e 257 projetos técnicos.
O Grande Salto Adiante I
1957 – Obras gigantescas de irrigação feitas exclusivamente com mão de obra
camponesa. Enorme onda de entusiasmo irá industrializar a China imediatamente e fazê-
la ultrapassar a produção industrial dos US e UK em 15 anos.
Vai considerar a siderurgia pela primeira vez. Todos os trabalhadores deveriam produzir
aço todo dia com a presença de autofornos para produção em larga escala. A presença era
tanto em casas quanto em escolas, feitas tanto por adultos quanto crianças. É importante
para expansão das indústrias militar e pesada e criar a nova consciência às pessoas para
criação do novo homem.
O Grande Salto Adiante II
Comunas populares, entre 10 a 20 mil pessoas, com objetivo de focar unicamente no
trabalho.
A Grande Fome
1960 – 1962: por volta de 20 milhões de mortos. Especialmente no campo. Saída
soviética, poucos camponeses dedicados exclusivamente à produção de alimentos, medo
de informar falta de alimento nas comunas mais afetadas, metade da área agriculturável
inundada.
Revolução Cultural
Tendo em vista a queda na popularidade e caos dos últimos anos, Mao lança a revolução
cultural, para sair do campo econômico e entrar no campo espiritual. Diferentemente dos
outros anos, a figura de Mao seria espalhada através de bugigangas e quinquilharias,
aumentando seu carisma. O período seria marcado por intensos episódios de terror, medo
e sanguinolência. Aqueles que fossem contra o regime seriam delatados e levados pelos
guardas vermelhos.
Tecnocratas no comando do PCC
Investigação in loco concluem que o modelo das comunas era ineficiente. Má
administração rural levará à tragédia no campo. Reformas são levadas a cabo pelo NEP.
25 mil empresas são fechadas, permissões para camponeses comercializarem em
pequenos mercados locais são dadas, retomada dos campos individuais de produção são
feitas. Tecnocratas e planejados do Estado tomam as rédeas da condução do país. Deng
Xiaoping e Zhou Enlai, veteranos da vitória comunista.

Anos 80 – Reformas sem Perdedores


Deng Xiaoping, com reformas no campo através das TVEs, industrialização rural,
Sistema de Responsabilidade Familiar, políticas de compras públicas. A luta era contra o
descontrole inflacionário e liberdades civis. Havia pequenos lotes de terra.
80% a 85% das pessoas morando nas zonas rurais e influxo de IED é absolutamente
irrelevante. Uma parte da economia começa a funcionar com o sistema de mercado e há
um descontrole muito grande da inflação. Nos anos 80, a reforma estrutural está
concentrada nas zonas rurais. Evita-se a criação de uma economia de enclave, com massas
grandes de pauperização e grande oferta de serviços nas grandes cidades.
• Sistema de responsabilidade familiar, com dissolução das comunas e distribuição
de pequenos lotes familiares para todas as famílias camponesas.
• Industrialização rural, pois universo rural não é 100% agrícola.
Início em 1972 do discurso das 4 modernizações: agricultura, indústria, ciência e
tecnologia e militar. Lançamento de fato em 1978. O objetivo era fazer frente aos variados
enfrentamentos exteriores. No período, há luta política sobre a estabilização e uma
transformação para um socialismo de mercado com características chinesas.
Empresas estatais estratégicas nos nódulos da formação de capital. O que não era tão
diferente da Golden Age do capitalismo europeu nos anos 1950 e 1960. Existem fortes
padrões ao longo dos anos que aparecem na China apesar de possuírem facetas diferentes.
Os anos 80 tiveram muitas características do socialismo.
• TVEs – Town-Village Enterprises, vão oferecer muito emprego industrial não-
agrícola. Concentrado e focado em bens de consumo não-duráveis intensivos em
mão de obra.
Anos 90 – Capitalismo Selvagem
Jiang Zemin, com abertura de ZEEs, entrada de IED e ingresso na OMC. Aqui tem a
presença da China chão de fábrica. Privatização em larga escala de SOEs. Há vácuo de
proteção social e aumento da desigualdade.
Anos 00 – Sociedade Harmoniosa
Hu Jintao, com regime de crescimento puxado pelos investimentos, que acabam sendo
48% do PIB. São feitas expropriações de terras e há criação endêmica de um sistema de
estado de bem estar social chinês.
Anos 10 – Sonho Chinês
Xi Jinping, com crescimento de inovações e aumento do consumo doméstico. Criação da
rota da seda e fortalecimento da moeda nacional, renminbi e aplicação de políticas
ambientais.
Anos 80 – Agricultura e industrialização rural
O processo de modernização é visto como fortalecimento da nação (em comum entre os
4 períodos). Totalmente necessário.
Durante o marxismo, indústria se torna a maior parcela do PIB a partir de 1978, dando
um boost de produtividade à agricultura.
Pauta exportadora da China nos 80 começa com carvão e petróleo. É essencialmente
precária com déficit no balanço de pagamentos compensado com a tomada de
empréstimos japoneses.
Estrutura da propriedade agrícola
• 1979 – descoletivização do campo. Sistema de responsabilidade familiar. Em
média, 1 hectare por família. Terra é propriedade do Estado e família tem direito
ao uso. Alocação é provincial.
• Permissão para que agricultores voltassem a comercializar seus excedentes a
preço de mercado. Produção agrícola cresce, em média, 18% ao ano nos próximos
cinco anos.
• Alargado, ramificado e fibroso processo de desenvolvimento nacional.
Capacidade de encadeamento com o resto do país.
O problema do gargalo do maoísmo só é derrubado na década de 90.
Preços
Grande impulso de preços – governo comprava toda produção e oferecia 50% de bônus
para quem vendesse acima da cota. Essa cota é determinada pelo governo. O determinante
aqui não é o mercado, apesar de haver um processo de reabertura. Termina em 1985.
Desde então, a política de preços é errática.
Entre 1978 e 1983, os preços agrícolas subiram 47,7% contra um índice de preços no
varejo de 16,7%. O importante incremento na renda real rural é um enorme sucesso em
termos de garantir a segurança alimentar. Agricultura chinesa altamente quimicalizada.
Industrialização rural
• Via TVes (Town-Village Enterprises)
• Concentrada em bens de produção. Manufaturas intensivas em trabalho voltadas
para o mercado interno. Protegido da concorrência estrangeira via
condicionalidades para IED.
• Propriedade coletiva.
• Principais responsáveis pelo crescimento industrial nos anos 80 (de 28 milhões
em 78 para 135 milhões em 96). Passam de 6% do PIB para 26% em 96.
• Intensivas em trabalho e de baixo capital. Têxteis, manufaturas simples, insumos
para construção civil, móveis.
• Enorme indefinição dos direitos de propriedade. Propriedade coletiva.
• Um quarto das exportações chinesas era via TVEs.
• Apenas os direitos de gerenciamento dia-a-dia eram dos gerentes. Grandes líderes
locais tinham influência e capacidade de interferir diretamente nos assuntos
internos das empresas (na alocação dos lucros, número de empregados,
investimento e concessão ou alargamento de empréstimos).
• Oferta abundante de crédito. Governo local como grande promotora das TVEs.
Agricultura hoje
Com 10% da terra agriculturável do mundo, alimenta 20% da população global.
Autossuficiente em milho, arroz e trigo. Aumento do consumo de proteína animal,
sobretudo bovinos (soja). Atualmente penetração do agribusiness por meio de
arrendamento ou produção sob contrato. Propriedade segue coletiva.
Anos 90 – Abertura e capital estrangeiro e a formação de um capitalismo de Estado
1992 – Deng Xiaoping e seu “Southern Tour.” No 14º Congresso, deixa de ser uma
economia planejada para se tornar um “sistema socialista de economia de mercado.”
Diversas formas de propriedade estimuladas: estatais, individuais, privadas e capital
estrangeiro.
• 1997 – privatizações
• 2001 – 3 representações de empresários privados bem-vindos no partido
• 2004 – propriedade privada garantida constitucionalmente, 25 anos depois do
início das reformas
Diversidade de propriedades industriais e de propriedade com SOEs, TVEs, JVs,
empresas 100% estrangeiras e privadas chinesas. Investimentos principalmente em todas
as partes de energia, petroquímica, siderurgia e trens de alta velocidade.
O papel do IED
Só começa a partir da década de 90 com diversas condicionalidades: obrigatoriedade para
formação de JVs, cotas de exportações 90%, cotas de geração de emprego, acordos de
transferência de tecnologia. Foi crucial para a geração de know-how e alta de moeda forte,
porém era uma fatia pequena em relação ao investimento total. Possuía enorme uso
estratégico, pois IED era subordinado a um projeto de fortalecimento nacional. A partir
de 2001, há um cronograma de liberalização.
ZEEs – câmbio desvalorizado, vantagens fiscais, infraestrutura, escala e controle com
Shenzhen, Zhuhai, Shantou e Xiamen como cidades iniciais. Servem de locais de
experimentação com relação ao IED, comércio exterior, macroeconomia e preços.
Possuíam escala produtiva monumental e eram voltadas para a exportação. Aqui começa
a piora distributiva.
Autonomia e uso estratégico do IED
Empresas estatais eram as SOEs e coletivas com TVEs
• Do danwei à privatização: agarrar as grandes e deixar as pequenas irem. Aumento
brutal da informalidade.
• Insider privatization: gerentes das fábricas ficam com as pequenas e médias. Base
para grandes fortunas.
• Estado concentrado em setores considerados estratégicos: energia (SinoPec,
Petrochina, CNOOC), siderurgia (Baosteel), finanças, aeroespacial,
infraestrutura, militar. Aqui há a internacionalização do capital chinês.
• SASAC (State-Owned Assets Supervision and Administration Comission)
responsável pela supervisão de 117 grandes SOEs. É um super ministério abaixo
do qual estão todas as estatais.
Insider privatization
• Várias condicionalidades: transferência de tecnologia, cotas de emprego etc.
• Transferência de ativos, porém não gera oligarquias. Beneficiados são pequenos,
médios e grandes em várias províncias. Transição não tem meia dúzia de poder e
usam para seu próprio proveito.
• Privatização para os de dentro: ativos entregue a baixos preços para gerentes e
lideranças do partido. Muitas vezes não desembolsavam nada.
• Burguesia nasce escolhida devido à associação ao guanxi. Há o governo
provincial/local, central e os capitalistas vermelhos.
Poder e estratégia econômica desde a abertura
OMC: depois de 14 anos de negociações, China torna-se membro em 2011 com duras
regras já que economia não era de mercado.
• Redução de barreiras tarifárias (antes de cronograma) e não tarifárias (?),
aceitação de regras de propriedade intelectual (?), abertura de serviços
(telecomunicações, bancos, seguros, distribuição (?!)
• Abertura do mercado doméstico para empresas instaladas no país
Vácuo de proteção social. Empresas não fornecem mais proteção social.
Educação e saúde são serviços penosos para famílias pobres devido às taxas altas. Muitas
famílias acabam indo à falência devido aos pesados custos. Presença de incidentes em
massa. A resposta vem em 2000 com a sociedade harmoniosa.
Anos 00 – Capitalismo Selvagem ao Crescimento Puxado pelos Investimentos
O sucesso da estratégia de desenvolvimento
• Não é export-led growth x investment-led growth
• Não é resultado da vontade das multinacionais de desenvolver o país ou de uma
abertura indiscriminada
• Não é resultado apenas da oferta abundante de mão de obra barata
Estratégia de desenvolvimento
Liderada pelo Estado: planejamento, alta falta de propriedade estatal, SOEs nos nódulos
de acumulação, sistema financeiro essencialmente estatal, controle de capitais, controle
estratégico e instrumentos de política macro, comercial, industrial/inovação e social
condizentes. Vai haver inúmeras contradições
Puxada pelos investimentos: investimento como principal indutor e componente do ciclo
econômico. Exporta muito, mas também importa muito – multiplicador vaza.
• Públicos: infraestrutura (trens de alta velocidade, portos, rodovias, ferrovias,
energia, urbanização, construção civil)
• Privados/Públicos: ativos fixos (máquinas e equipamentos). Amplo
reinvestimento das firmas.
Padrão de acumulação chinês pós-2000: investment-led growth
Na década de 2000, intensivamente puxado pelos investimentos.
• Principal indutor e componente do ciclo econômico
• Exportações garantem alívio das contas e aprendizado produtivo, mas não é o
clássico de export-led (exporta muito mas também importa muito). Conteúdo
doméstico das exportações não constitui parcela significativa da renda nacional.
• Centro de gravidade do padrão é endógeno.
• Papel das exportações tecnológico, divisas, demanda efetiva, mas não determina
o ciclo. Em casos clássicos de export-led growth, crescimento econômico se ajusta
ao crescimento das exportações.
Tensões e transições
• Crescimento acelerado na sua fase mais automática. Poder autônomo do
investimento para gerar impacto sobre o PIB. Feito às custas de descoordenação
e excessos.
• Grandes projetos em larga escala levados ao extremo.
• Urbanização com expropriação levou a bolha especulativa nas cidades.
• Excesso de capacidade instalada frente à quente na demanda dos países da OCDE.
• Endividamento nas sombras (shadow banking).
Rota da seda: exportação do mecanismo de acumulação (investment-led)
Política macro e sistema financeiro na China
O processo de financeirização é muito diferente dos EUA e da Europa. Nos EUA, a
financeirização existe para compensar quedas dos salários via crédito. Há o
endividamento das famílias para fazer frente à uma queda da renda.
Na China, há enorme coerência e convergência entre as políticas, que são subordinadas
ao processo de industrialização. Políticas totalmente atreladas à estratégia de mudança
estrutural.
• Preços fundamentais (câmbio e juros) obedecem à política nacional de
desenvolvimento – industrialização, investment-led growth e upgrade
tecnológico. Sistema financeiro submetido.
• Controle de capitais. Financeirização não está submetida ao dólar.
• Bancos estatais: instituições estratégias destinadas a fornecer capital necessário às
empresas estatais envolvidas: plano de desenvolvimento.
• Oferta ampla de crédito destinada e oferecer empréstimos às grandes empresas
públicas e semiprivadas que foram motor de crescimento: portos, aeroportos,
ferrovias, urbanização. Agora o foco é em inovação.
• Políticas monetária, creditícia, cambial e fiscal submetidas ao serviço do modelo
de crescimento.
• Boom de crédito (e de dívida)
Financeirização com objetivos estruturais distintos, levando a vulnerabilidade estrutural
menor. Endividamento público relativamente menor. Voltado para grandes corporações.
Hoje em dia, bancos chineses são os maiores em capitalização.
Política monetária e cambial
• Controle de capitais
• Câmbio desvalorizado, administrado, com banda de 2% ao dia e dirty floating,
pró-exportações. Câmbio separado para transações off-shore. CNH e CNY.
Agressiva política de formação de reservas.
• Juros previsíveis e baixos. Spread pequeno.
• Oferta de crédito abundante para SOEs e setores estratégicos. Shadow banking
para empresas privadas e governos locais.
• Internacionalização do RMB mesmo com controle de capitais.
Política Fiscal
• Receita pública é grande: impostos, lucros das estatais, receitas da terra. Agressiva
política anticíclica.
• Agricultores não pagam imposto. Para crescimento da indústria, 70 milhões de
camponeses foram expropriados.
• Tributação agressiva baseada no VAT (não tem imposto sobre herança e imposto
sobre propriedade é baixo). Transferência fiscal é grande geograficamente.
• Dívida total está entre 200% e 283% do PIB (governos, famílias e empresas)
Há muito instrumental fiscal para usar.

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