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REALIDADE SOCIAL
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Os casos vão aumentado, sem no entanto serem dados conta, pois os
participantes em missões externas regressam, vão passando à reserva e à
situação de reforma, e é aí, com a falta de ocupação, que se iniciam a
manifestar, não só pelos traumas que possam vir a surgir, mas também pelos
índices de carência económica causada pela incerteza nas regalias, que
deixaram de ser certas, e lhes foram mesmo sendo retiradas. Neste rol
enquadram-se também os militares em regime de contrato que, após
terminarem o seu período máximo de permanência nas fileiras, passam à
disponibilidade, ficando exclusivamente a seu cargo a própria inserção, reforce-
se, desacompanhada, na vida civil, nem sempre conseguindo novo emprego, o
que conduz a situações de pobreza extrema, agravando ainda mais os
problemas psicológicos.
É aqui que intervêm as direções e voluntários dos vários núcleos da Liga dos
Combatentes, espalhados pelo território nacional, na identificação e
reencaminhamento dos casos para as suas valências, os Centros de Apoio
Médico, Psicológico e Social. Para além dos serviços específicos que
fornecem, os CAMPS, têm a oportunidade, deslocando-se também às sedes
dos núcleos, de instruir os mesmos, sobre como responder às necessidades
das populações militares e famílias. Com esta preciosa ajuda, direções e
voluntários, poderão intervir diretamente na reposição do normal percurso de
vida, tanto social como psicológico, de tão honrosos homens e mulheres que
um dia juraram defender a sua Pátria e os seus concidadãos, sem exceção,
com o sacrifício da própria vida.
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contribuições destes cidadãos refletem o seu especial "contrato de
responsabilidade ilimitada" com o estado: a obrigação de que, no decorrer das
operações, eles têm que arriscar as suas vidas, mesmo, impensável, durante o
treino militar, para estarem preparados para o que mais ninguém conseguirá
executar.
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políticas reais para a sua saúde e bem-estar psicossocial a incluir em
legislação futura.
As definições encontradas nada têm a ver com o sentido que lhes são dadas e
a sua utilização varia dependendo se se tratam de associações ou se pelo
contrário do governo em si. Em todos os casos, uma consideração importante é
a extensão em que essas definições são mais ou menos restritivas em termos
de critérios como a natureza, localização e duração do tempo em que serviram
a pátria como militares. Como se pode verificar na tabela, temos uma definição
que não adjetiva mulheres e outra não contempla as missões modernas, todas
generalistas, uma mais inclusiva por se basear no recebimento do salário
militar de um dia, outra mais exclusiva exigindo que o pessoal tenha passado
por algum tipo de risco ativamente. Na língua portuguesa não se define antigo
combatente!
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Uma enorme parte dos homens portugueses, com mais de 65 anos, tem
histórias de vida ligadas à Guerra Colonial, tendo vivido episódios em teatros
de guerra, na maior parte dos casos traumatizantes, sentidos e interpretados
das mais diferenciadas formas. A guerra muda de tal forma o individuo, que
nenhum voltou igual, e se a Nação pouco ou nada faz, no mínimo deveria
mostrar reconhecimento.
É na Liga dos Combatentes que muitos destes heróis tem vindo a desenvolver
atividades de cariz voluntário, no sentido de intervir no apoio aos seus
congéneres, antigos combatentes, em situação de vulnerabilidade. No que
respeita à intervenção Institucional, são parte integrante e fundamental da Liga
dos Combatentes no apoio à proteção dos seus camaradas de armas, através
da criação de respostas de ação concretas e adequadas a cada caso,
promovendo assim um maior bem-estar psicossocial, numa relação de
confiança, atenção e respeito pela pessoa.
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a ter à porta homens e mulheres, de uma geração completamente diferente,
que encara os problemas de forma diversa, e que certamente não se deixarão
ignorar comos os seus antecessores. Lembremos que muitos serão ex-
profissionais que juraram servir o país com o sacrifício da própria vida e, os que
a não perderam, apenas aceitarão que esse mesmo país lhes retribua do
mesmo modo.
Não fora a Liga dos Combatentes com os seus Núcleos e Centros de Apoio
Médico Psicológico e Social, e muitos dos homens e mulheres que serviram a
pátria, estariam ao abandono e sem apoio.
“Ser guerreiro não é vencer todas as guerras, mas sim nunca fugir de uma
Batalha”