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APOSTILA

PREPARATÓRIA

ANATEL
AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES
TÉCNICO ADMINISTRATIVO
- LÍNGUA PORTUGUESA
- DIREITO ADMINISTRATIVO
- DIREITO CONSTITUCIONAL
- NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
- ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
- NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
AGÊNCIA NACIONAL DE
TELECOMUNICAÇÕES

Língua Portuguesa
Direito Administrativo
Direito Constitucional
Noções de Administração
Administração de Recursos Materiais
Noções de Arquivologia
2016 FOCUS CONCURSOS
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. Proibida a reprodução
de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer
meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos, microfílmicos, fotográfi-
cos, gráficos e outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às características gráficas.

APOSTILA PREPARATÓRIA PARA TÉCNICO ADMINISTRATIVO DA AGÊNCIA


NACIONAL TELECOMUNICAÇÕES
Organizadores:

Vitor Matheus Krewer , Marcelo Adriano Ferreira

DIRETORIA EXECUTIVA
Evaldo Roberto da Silva
Ruy Wagner Astrath

PRODUÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
05
DIAGRAMAÇÃO
Liora Vanessa Coutinho
Willian Brognoli

CAPA/ILUSTRAÇÃO
Rafael Lutinski

DIREÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Vítor Matheus Krewer
Marcelo Adriano Ferreira

REVISÃO
Vítor Matheus Krewer

TÉCNICO ADMINISTRATIVO DA AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES

NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos Gerais e Específicos

Publicado em Julho/2016
APRESENTAÇÃO
Prezado aluno, dar tudo que verá aqui e compreender bem.
Desejamos que todo esse esforço se transforme em
Este material foi concebido para que você tivesse questões corretas e aprovações em concursos.
a oportunidade de entrar em contato com os conteú-
dos necessários para realizar a prova do seu concurso. Bons estudos!
Muito esforço foi empregado para que fosse possível
chegar à síntese de conteúdos que aqui está proposta.
Na verdade, esse material é o resultado do trabalho
dos escritores que se dedicam – há bastante tempo – à
preparação de candidatos para a realização de concur-
sos públicos.
A sugestão é que você faça um estudo sistemáti-
co com o que está neste livro. Dito de outra maneira:
você não deve pular partes deste material, pois há uma
ideia de unicidade entre tudo que está aqui publicado.
Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada li-
nha dos textos será fundamental (serão fundamentais
em sua coletividade) para que sua preparação seja ple-
na.
Caso o seu objetivo seja a aprovação em um con-
curso público, saiba que partilhamos desse mesmo ob-
jetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu
sucesso! Por isso, desejamos muita força, concentração
e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos
aqui apresentados, ou seja, para que você possa estu-

PROFESSOR
Pablo Jamilk
PROPOSTA DA APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O CONCURSO DE
TÉCNICO ADMINISTRATIVO DA ANATEL
O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame da Agência Nacional de Telecomu-
nicações.
Com a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos recursos
didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos assuntos lecio-
nados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação rápida, prática
e objetiva.

Conhecimentos Básicos e Específicos NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO


1 Gestão de pessoas. 1.1 Equilíbrio organizacional. 1.2
LÍNGUA PORTUGUESA Objetivos, desafios ecaracterísticas da gestão de pessoas.
1 Compreensão e interpretação de textos. 2 Tipolo- 1.3 Comportamento organizacional: relações indivíduo/
gia textual. 3 Ortografia oficial. 4 Acentuação gráfica. organização,motivação, liderança, desempenho. 2 Ges-
5 Emprego das classes de palavras. 6 Emprego/corre- tão da qualidade e modelo de excelência gerencial. 2.1
lação de tempos e modos verbais 7 Emprego do sinal Principaisteóricos e suas contribuições para a gestão
indicativo de crase. 8 Sintaxe da oração e do período. da qualidade. 2.2 Ciclo PDCA. 2.3 Ferramentas de ges-
9 Pontuação. 10 Concordância nominal e verbal. 11 Re- tão daqualidade. 2.4 Modelo do gespública. 3 Noções de
gência nominal e verbal. 12 Significação das palavras. gestão de processos: técnicas de mapeamento, análise
13 Redação de Correspondências oficiais (Manual de emelhoria de processos.. 6 Qualidade no atendimento ao
Redação da Presidência da República). 13.1 Adequação público: comunicabilidade, apresentação, atenção, cor-
da linguagem ao tipo de documento. 13.2 Adequação tesia,interesse, presteza, eficiência, tolerância, discrição,
do formato do texto ao gênero. conduta, objetividade. 7 Trabalho em equipe:personali-
dade e relacionamento, eficácia no comportamento in-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO terpessoal, fatores positivos dorelacionamento, compor-
1 Noções de organização administrativa. 2 Adminis- tamento receptivo e defensivo, empatia, compreensão 09
tração direta e indireta, centralizada e descentralizada. mútua, relação entreservidor e opinião pública, relação
3 Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, clas- entre órgão e opinião pública.
sificação e espécies. 4 Agentes públicos. 4.1 Espécies e
classificação. 4.2 Cargo, emprego e função públicos. 5 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS
Poderes administrativos. 5.1 Hierárquico, disciplinar, 4 Noções de administração de recursos materiais.
regulamentar e de polícia. 5.2 Uso e abuso do poder. 6 4.1 Classificação de materiais.4.1.1 Atributos para clas-
Licitação. 6.1 Princípios, dispensa e inexigibilidade. 6.2 sificação de materiais. 4.1.2 Tipos de classificação. 4.1.3
Modalidades. 7 Controle e responsabilização da adminis- Metodologia de cálculo dacurva ABC. 4.2 Gestão de es-
tração. 7.1 Controles administrativo, judicial e legislati- toques. 4.3 Compras. 4.3.1 Organização do setor de com-
vo. 7.2 Responsabilidade civil do Estado. Lei 8112/90. Lei pras. 4.3.2 Etapas doprocesso. 4.3.3 Perfil do comprador.
8666/93. 4.3.4 Modalidades de compra. 4.3.5 Cadastro de fornece-
dores. 4.4Compras no setor público. 4.4.1 Objeto de lici-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL tação. 4.4.2 Edital de licitação. 4.5 Recebimento earma-
1 Constituição. 1.1 Conceito, classificações, princípios zenagem. 4.5.1 Entrada. 4.5.2 Conferência. 4.5.3 Objetivos
fundamentais. 2 Direitos e garantias fundamentais. 2.1 da armazenagem. 4.5.4 Critérios e técnicasde armaze-
Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos so- nagem. 4.5.5 Arranjo físico (leiaute). 4.6 Distribuição de
ciais, nacionalidade, cidadania, direitos políticos, parti- materiais. 4.6.1 Características dasmodalidades de trans-
dos políticos. 3 Organização político-administrativa. 3.1 porte. 4.6.2 Estrutura para distribuição. 4.7 Gestão patri-
União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios. monial. 4.7.1 Tombamento debens. 4.7.2 Controle de bens.
4 Administração pública. 4.1 Disposições gerais, servido- 4.7.3 Inventário. 4.7.4 Alienação de bens. 4.7.5 Alterações
res públicos. 5 Poder legislativo. 5.1 Congresso nacional, e baixa de bens.
câmara dos deputados, senado federal, deputados e se-
nadores. 6 Poder executivo. 6.1 atribuições do presidente NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
da República e dos ministros de Estado. 7 Poder judici- 5Noções de arquivologia. 5.1 Arquivística: princípios
ário. 7.1 Disposições gerais. 7.2 Órgãos do poder judici- e conceitos. 5.2 Legislação arquivística. 5.3 Gestão de-
ário. 7.2.1 Competências. 7.3 Conselho Nacional de Jus- documentos. 5.3.1 Protocolo: recebimento, registro, dis-
tiça (CNJ). 7.3.1 Composição e competências. 8 Funções tribuição, tramitação e expedição de documentos.5.3.2
essenciais à justiça. 8.1 Ministério público, advocacia e Classificação de documentos de arquivo. 5.3.3 Arquiva-
defensoria públicas. mento e ordenação de documentos de arquivo.5.3.4 Ta-
bela de temporalidade de documentos de arquivo. 5.4
Acondicionamento e armazenamento dedocumentos de
arquivo. 5.5 Preservação e conservação de documentos
de arquivo. 5.6 Triagem eeliminação de documentos e
processos, 5.7 Digitalização de documentos. 5.8 Controle
de qualidade dadigitalização

10
LÍNGUA
PORTUGUESA
PROFESSOR
Pablo Jamilk
Professor de Língua Portuguesa, Redação e Redação
Oficial. Formado em Letras pela Universidade Estadual
do Oeste do Paraná. Mestre em Letras pela Universida-
de Estadual do Oeste do Paraná. Doutorando em Letras
pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Espe-
cialista em concursos públicos, é professor em diversos
estados do Brasil.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA................................................................................................................................... 15
Introdução.......................................................................................................................................................................................................................................................15
Morfologia: classes de palavras.............................................................................................................................................................................................................15
Artigo................................................................................................................................................................................................................................................................15

2. MORFOLOGIA.......................................................................................................................................................................................... 16
Adjetivo............................................................................................................................................................................................................................................................16
Classificação Quanto ao Sentido............................................................................................................................................................................................................16
Classificação Quanto à Expressão.........................................................................................................................................................................................................16
Adjetivo x Locução Adjetiva....................................................................................................................................................................................................................16
Advérbio..........................................................................................................................................................................................................................................................19
Conjunção........................................................................................................................................................................................................................................................19
Preposição......................................................................................................................................................................................................................................................20
Pronome..........................................................................................................................................................................................................................................................20
Substantivo.................................................................................................................................................................................................................................................... 23

3. SINTAXE.....................................................................................................................................................................................................25
Sujeito.............................................................................................................................................................................................................................................................. 25
Predicado........................................................................................................................................................................................................................................................ 26
Termos Integrantes.................................................................................................................................................................................................................................... 26
Vozes Verbais................................................................................................................................................................................................................................................ 27
Tempos e Modos verbais.......................................................................................................................................................................................................................... 27
Formas Nominais do Verbo..................................................................................................................................................................................................................... 28
Complementos Verbais............................................................................................................................................................................................................................. 28

4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA....................................................................................................................................................................29
Antecedentes................................................................................................................................................................................................................................................. 29
Encontros vocálicos....................................................................................................................................................................................................................................30
Regras de Acentuação...............................................................................................................................................................................................................................30
Alterações do Novo Acordo Ortográfico.............................................................................................................................................................................................31
Questões Gabaritadas................................................................................................................................................................................................................................31

5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ..................................................................................................................................... 31


13
Conceituação..................................................................................................................................................................................................................................................31
Concordância Verbal..................................................................................................................................................................................................................................31
Regras com Verbos Impessoais............................................................................................................................................................................................................. 32
Concordância Nominal............................................................................................................................................................................................................................. 33

6. CRASE.........................................................................................................................................................................................................34
Casos Proibitivos......................................................................................................................................................................................................................................... 34
Casos Obrigatórios..................................................................................................................................................................................................................................... 35
Casos Facultativos....................................................................................................................................................................................................................................... 35
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 36

7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL..............................................................................................................................................................36
Posições dos Pronomes – Casos de Colocação ............................................................................................................................................................................... 36
Colocação Facultativa................................................................................................................................................................................................................................ 37
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 38

8. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ..................................................................................................................................................38


Principais Casos de Regência Verbal: ............................................................................................................................................................................................... 38
Regência Nominal.......................................................................................................................................................................................................................................40

9. PONTUAÇÃO .......................................................................................................................................................................................... 40
Questões Gabaritadas................................................................................................................................................................................................................................41
Ponto Final – Pausa Total..........................................................................................................................................................................................................................41
Ponto-e-Vírgula – Pausa Maior do que uma Vírgula e Menor do que um Ponto Final.................................................................................................. 42
Dois-Pontos – Indicam Algum Tipo de Apresentação ................................................................................................................................................................. 42
Aspas – Indicativo de Destaque. .......................................................................................................................................................................................................... 42
Reticências (...).............................................................................................................................................................................................................................................. 43
Parênteses...................................................................................................................................................................................................................................................... 43
Travessão........................................................................................................................................................................................................................................................ 43

10. ORTOGRAFIA.........................................................................................................................................................................................43
Definição......................................................................................................................................................................................................................................................... 43
Emprego de “E” e “I”................................................................................................................................................................................................................................... 43
Empregaremos o “I”................................................................................................................................................................................................................................... 43
Orientações sobre a Grafia do Fonema /S/......................................................................................................................................................................................44
SUMÁRIO

Emprego do SC.............................................................................................................................................................................................................................................44
Grafia da Letra “S” com Som de “Z”..................................................................................................................................................................................................... 45

11. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS........................................................................................................................................................45


Tipologia Textual.........................................................................................................................................................................................................................................46
Texto Narrativo............................................................................................................................................................................................................................................46
Texto Descritivo:..........................................................................................................................................................................................................................................46
Texto Dissertativo.......................................................................................................................................................................................................................................46
Leitura e Interpretação de Textos........................................................................................................................................................................................................46
Vícios de Leitura..........................................................................................................................................................................................................................................46
Organização Leitora...................................................................................................................................................................................................................................46

12. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM..................................................................................................................................47


Figuras de Linguagem.............................................................................................................................................................................................................................. 47

13. REESCRITURA DE SENTENÇAS ...................................................................................................................................................48


Substituição................................................................................................................................................................................................................................................... 48
Deslocamento................................................................................................................................................................................................................................................ 49
Paralelismo.................................................................................................................................................................................................................................................... 49
Variação Linguística.................................................................................................................................................................................................................................. 50

14. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS....................................................................................................................................................50


Campo Semântico....................................................................................................................................................................................................................................... 50
Sinonímia e Antonímia............................................................................................................................................................................................................................. 50
Hiperonímia e Hiponímia.........................................................................................................................................................................................................................51
Homonímia e Paronímia...........................................................................................................................................................................................................................51

15. REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS......................................................................................................................58


Aspectos da Correspondência Oficial................................................................................................................................................................................................. 58
Documentos Norteadores da Comunicação Oficial....................................................................................................................................................................... 58
Os Vocativos e Pronomes de Tratamento Mais Utilizados......................................................................................................................................................... 59
Concordância dos Termos Relacionados aos Pronomes de Tratamento..............................................................................................................................60
Os Fechos Adequados para Cada Correspondência......................................................................................................................................................................61
Identificação do Signatário......................................................................................................................................................................................................................61
Normas Gerais para Elaboração para Documentos Oficiais......................................................................................................................................................61
14 Destaques....................................................................................................................................................................................................................................................... 62
Documentos .................................................................................................................................................................................................................................................. 65
Aviso................................................................................................................................................................................................................................................................. 65
Ofício................................................................................................................................................................................................................................................................ 65
Memorando................................................................................................................................................................................................................................................... 66
Requerimento............................................................................................................................................................................................................................................... 66
Ata..................................................................................................................................................................................................................................................................... 67
Parecer............................................................................................................................................................................................................................................................ 67
Atestado.......................................................................................................................................................................................................................................................... 67
Certidão........................................................................................................................................................................................................................................................... 68
Apostila........................................................................................................................................................................................................................................................... 68
Declaração...................................................................................................................................................................................................................................................... 68
Portaria .......................................................................................................................................................................................................................................................... 69
Telegrama....................................................................................................................................................................................................................................................... 69
Exposição de Motivos................................................................................................................................................................................................................................ 69
Mensagem.......................................................................................................................................................................................................................................................71
Fax..................................................................................................................................................................................................................................................................... 72
Correio Eletrônico....................................................................................................................................................................................................................................... 72
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 73
CAPÍTULO 01 - Como Estudar Língua Portuguesa

1. COMO ESTUDAR LÍNGUA mais simples para construir uma base sólida para a re-
flexão sobre a Língua Portuguesa.
PORTUGUESA
Artigo: termo que particulariza um substantivo.
Introdução Ex.: o, a, um, uma.

A parte inicial desse material se volta para a orienta- Adjetivo: termo que qualifica, caracteriza ou indica
ção a respeito de como estudar os conteúdos dessa dis- a origem de outro.
ciplina. É preciso que você faça todos os apontamentos Ex.: interessante, quadrado, alemão.
necessários, a fim de que sua estratégia de estudo seja
produtiva. Vamos ao trabalho! Advérbio: termo que imprime uma circunstância
Teoria: recomendo que você estude teoria em 30 % sobre verbo, adjetivo ou advérbio.
do seu tempo de estudo. Quer dizer: leia e decore as re- Ex.: mal, bem, velozmente.
gras gramaticais.
Prática: recomendo que você faça exercícios em Conjunção: termo de função conectiva que pode
40% do seu tempo de estudo. Quem quer passar tem que criar relações de sentido.
conhecer o inimigo, ou seja, a prova. Ex.: mas, que, embora.
Leitura: recomendo que você use os outros 30% para
a leitura de textos de natureza variada. Assim, não terá Interjeição: termo que indica um estado emotivo
problemas com interpretação na prova. momentâneo.
Ex.: Ai! Ufa! Eita!
Níveis de Análise da Língua:
Numeral: termo que indica quantidade, posição,
Fonético / Fonológico: parte da análise que estuda multiplicação ou fração.
os sons, sua emissão e articulação. Ex.: sete, quarto, décuplo, terço.
Morfológico: parte da análise que estuda a estrutu-
ra e a classificação das palavras. Preposição: termo de natureza conectiva que im-
Sintático: parte da análise que estuda a função das prime uma relação de regência.
palavras em uma sentença. Ex.: a, de, em, para.
Semântico: parte da análise que investiga o signifi-
cado dos termos. Pronome: termo que retoma ou substitui outro no 15
Pragmático: parte da análise que estuda o sentido texto.
que a expressões assumem em um contexto. Ex.: cujo, lhe, me, ele.

Substantivo: termo que nomeia seres, ações ou


Exemplo: anote os termos da conceitos da língua.
análise. Ex.: pedra, Jonas, fé, humanidade.
O aluno fez a prova.
Verbo: termo que indica ação, estado, mudança de
estado ou fenômeno natural e pode ser conjugado.
Morfologicamente falando, temos a se- Ex.: ler, parecer, ficar, esquentar.
guinte análise:
O = artigo. A partir de agora, estudaremos esses termos mais
pontualmente. Apesar disso, já posso antecipar que os
Aluno = substantivo.
conteúdos mais importantes e mais cobrados em concur-
Fez = verbo. sos são: advérbios, conjunções, preposições, pronomes e
A = artigo. verbos.
Prova = substantivo.
Artigo
Sintaticamente falando, temos a se-
Termo que define ou indefine um substantivo, par-
guinte análise: ticularizando-o de alguma forma. Trata-se da partícula
O aluno = sujeito. gramatical que precede um substantivo.
Fez a prova = predicado verbal.
A prova = objeto direto. Classificação:
• Definidos: o, a, os, as.
• Indefinidos: um, uma, uns, umas.

Morfologia: classes de palavras


Iniciemos o nosso estudo pela Morfologia. Assim, é
LÍNGUA PORTUGUESA

Emprego do Artigo: mortal.

1 – Definição ou indefinição de termo.


Ex.: Ontem, eu vi o aluno da Sandra.
Ex.: Ontem, eu vi um aluno da Sandra.
Classificação Quanto à Expressão
Objetivo: indica caraterística, não depende da sub-
2 – Substantivação de termo:
jetividade.
Ex.: O falar de Juliana é algo que me encanta.

3 – Generalização de termo (ausência do arti- Exemplo: Roupa verde.


go)
Ex.: O aluno gosta de estudar.
Ex.: Aluno gosta de estudar. Subjetivo: indica qualidade, depende de uma aná-
lise subjetiva.
4 – Emprego com “todo”:
Ex.: O evento ocorreu em toda cidade.
Ex.: O evento ocorreu em toda a cidade. Exemplo: Menina interessante.

5 – Como termo de realce: Gentílico: indica origem


Ex.: Aquela menina é “a” dentista.
Exemplo: Comida francesa.
Observação: mudança de sentido pela flexão:
Ex.: O caixa / A caixa.
Ex.: O cobra / A cobra.
Adjetivo x Locução Adjetiva
Essencialmente, a distinção entre um adjetivo e uma
2. MORFOLOGIA locução adjetiva está na formação desses elementos. Um
adjetivo possui apenas um termo, ao passo que a locução
Adjetivo adjetiva possui mais de um termo. Veja a diferença:
16
Podemos tomar como definição de adjetivo a seguinte Ela fez a sua leitura do dia.
sentença “termo que qualifica, caracteriza ou in- Ela fez a sua leitura diária.
dica a origem de outro”. Vejamos os exemplos: ADJETIVO LOCUÇÃO ADJETIVA
• Casa vermelha. A
• Pessoa eficiente.
abdômen abdominal
• Caneta alemã.
abelha apícola
Veja que “vermelha” indica a característica da casa; abutre vulturino
“eficiente” indica uma qualidade da pessoa; e “alemã”
indica a origem da caneta. No estudo dos adjetivos, o açúcar sacarino
mais importante é identificar seu sentido e sua classi- águia aquilino
ficação.
alma anímico

Classificação Quanto ao Sentido aluno discente

anjo angelical
Restritivo: adjetivo que exprime característica que
não faz parte do substantivo, portanto restringe o seu ano anual
sentido. arcebispo arquiepiscopal

aranha aracnídeo
Exemplo: cachorro inteligente,
asno asinino
menina dedicada.
audição ótico, auditivo

Explicativo: adjetivo que exprime característica B


que já faz parte do substantivo, portanto explica o seu
baço esplênico
sentido.
bispo episcopal

Exemplo: treva escura, animal boca bucal, oral


CAPÍTULO 02 - Morfologia

bode hircino filho filial

boi bovino fogo ígneo

bronze brônzeo, êneo frente frontal

C G
cabeça cefálico gado pecuário

cabelo capilar gafanhoto acrídeo

cabra caprino garganta gutural

campo campestre, bucólico ou rural gato felino

cão canino gelo glacial

carneiro arietino gesso típseo

Carlos Magno carolíngio guerra bélico

cavalo cavalar, equino, equídeo ou hí- H


pico
homem viril, humano
chumbo plúmbeo
I
chuva pluvial
idade etário
cidade citadino, urbano
ilha insular
cinza cinéreo
irmão fraternal
coelho cunicular
intestino celíaco, entérico
cobra viperino, ofídico
inverno hibernal, invernal
cobre cúprico
irmão fraternal, fraterno
coração cardíaco, cordial
J 17
crânio craniano
junho junino
criança pueril, infantil
L
D
laringe laríngeo
dedo digital
leão leonino
diamante diamantino, adamantino
lebre leporino
dinheiro pecuniário
leite lácteo, láctico
E
lobo lupino
elefante elefantino
lua lunar, selênico
enxofre sulfúrico
M
esmeralda esmeraldino
macaco simiesco, símio, macacal
esposos esponsal
madeira lígneo
estômago estomacal, gástrico
mãe maternal, materno
estrela estelar
manhã matutino, matinal
F
mar marítimo
fábrica fabril
marfim ebúrneo, ebóreo
face facial
mármore marmóreo
falcão falconídeo
memória mnemônico
farinha farináceo
mestre magistral
fera ferino
moeda monetário, numismático
ferro férreo
monge monacal, monástico
fígado figadal, hepático
LÍNGUA PORTUGUESA

morte mortífero, mortal, letal rio fluvial

N rato murino

nádegas glúteo rim renal

nariz nasal rio fluvial

neve níveo, nival rocha rupestre

noite noturno S
norte setentrional, boreal selo filatélico

nuca occipital serpente viperino, ofídico

núcleo nucleico selva silvestre

O sintaxe sintático

olho ocular, óptico, oftálmico sonho onírico

orelha auricular sul meridional, austral

osso ósseo T
ouro áureo tarde vesperal, vespertino

outono outonal terra telúrico, terrestre ou terreno

ouvido ótico terremotos sísmico

ovelha ovino tecido têxtil

P tórax torácico

paixão passional touro taurino

pai paternal, paterno trigo tritício

18 paixão passional U
pâncreas pancreático umbigo umbilical

pântano palustre urso ursino

pato anserino V
pedra pétreo vaca vacum
peixe písceo ou ictíaco veia venoso
pele epidérmico, cutâneo velho senil
pescoço cervical vento eóleo, eólico
pombo colombino verão estival
porco suíno, porcino víbora viperino
prata argênteo ou argentino vidro vítreo ou hialino
predador predatório virgem virginal
professor docente virilha inguinal
prosa prosaico visão óptico ou ótico
proteína protéico vontade volitivo
pulmão pulmonar voz vocal
pus purulento
Cuidados importantes ao analisar um adjetivo:
Q • Pode haver mudança de sentido:
quadris ciático • Homem pobre X Pobre homem.

R Na primeira expressão, a noção é de ser desprovido


raposa vulpino de condições financeiras; na segunda, a ideia e de indiví-
duo de pouca sorte ou de destino ruim.
CAPÍTULO 02 - Morfologia

Advérbio dizer que não desempenham função sintática uns em


relação aos outros.
Trata-se de palavra invariável, que imprime uma cir-
cunstância sobre verbo, adjetivo ou advérbio. É impor- Exemplo: Machado escreveu con-
tante saber reconhecer os advérbios em uma sentença,
portanto anote esses exemplos e acompanhe a análise. tos e poemas.
Drummond escreveu poemas e entrou
• Verbo. para a história.
• Adjetivo.
• Advérbio.

Categorias adverbiais: essas categorias resumem Categoria Conjunção Exemplo


os tipos de advérbio, mas não essencialmente todos os Aditiva E, nem, não só... mas Pedro assistiu ao fil-
sentidos adverbiais. também, bem como, me e fez um comen-
como também. tário logo após.

• Afirmação: sim, certamente, claramente Adversativa Mas, porém, contu- A criança caiu no
etc. do, entretanto, toda- chão, todavia não
• Negação: não, nunca, jamais, absolutamen- via, no entanto. chorou.
te. Alternativa Ou, ora...ora, quer... Ora Márcio estu-
• Dúvida: quiçá, talvez, será, tomara. quer, seja...seja. dava, ora escrevia
• Tempo: agora, antes, depois, já, hoje, ontem. seus textos.
• Lugar: aqui, ali, lá, acolá, aquém, longe. Conclusiva Logo, portanto, as- Mariana estava do-
• Modo: bem, mal, depressa, debalde, rapida- sim, então, pois ente; não poderia
mente. (após o verbo). vir, pois, ao baile.
• Intensidade: muito, pouco, demais, menos, Explicativa Que, porque, pois Traga o detergente,
mais. (antes do verbo), porque preciso la-
• Interrogação: por que, como, quando, porquanto. var essa louça.
onde, aonde, donde.
• Designação: eis. Subordinativas

Ligam termos com dependência sintática: 19


Advérbio x Locução Adverbial
Integrantes: Introduzem uma ORAÇÃO SUBOR-
A distinção entre um advérbio e uma locução adver- DINADA SUBSTANTIVA.
bial é igual à distinção entre um adjetivo e uma locução
adjetiva, ou seja, repousa sobre a quantidade de termos.
Exemplo: É fundamental que o
Enquanto só há um elemento em um advérbio; em uma
locução adverbial, há mais de um elemento. Veja os país mude sua política.
exemplos:
Maria não disse se faria a questão.
• Aqui, deixaremos a mala. (Advérbio)
• Naquele lugar, deixaremos a mala. (Locução
adverbial) Adverbiais: Introduzem ORAÇÃO SUBORDINA-
• Sobre o móvel da mesa, deixaremos a mala. DA ADVERBIAL.
(Locução adverbial) São 9 tipos de conjunção:

Conjunção • Causal: já que, uma vez que, como, porque.


• Comparativa: como, tal qual, mais (do)
Pode-se definir a conjunção como um termo invari- que.
ável, de natureza conectiva que pode criar relações de • Condicional: caso, se, desde que, contanto
sentido (nexos) entre palavras ou orações. Usualmente, que.
as provas costumam cobrar as relações de sentido ex- • Conformativa: conforme, segundo, conso-
pressas pelas conjunções, desse modo, o recomendável ante.
é empreender uma boa classificação e memorizar algu- • Consecutiva: tanto que, de modo que, de
mas tabelas de conjunção. sorte que.
• Concessiva: embora, ainda que, mesmo
Classificação das Conjunções que, apesar de que, conquanto.
• Final: para que, a fim de que, porque.
Coordenativas • Proporcional: à medida que, à proporção
que, ao passo que.
Ligam termos sem dependência sintática. Isso quer • Temporal: quando, sempre que, mal, logo
LÍNGUA PORTUGUESA

que. Pronome
O conteúdo sobre pronomes é um dos mais impor-
Exemplo: Já que tinha dinheiro, tantes (senão o mais) dentro da parte relacionada à Mor-
fologia. É muito comum haver questões que exijam sua
resolveu comprar a motocicleta. identificação, sua interpretação e sua análise funcional.
Além disso, muitos examinadores gostam de cobrar as
noções de “referenciação”, que – basicamente – significa
Preposição perceber a que elemento o pronome faz alusão.
Por definição, pode-se dizer que o pronome é um ter-
Trata-se de palavra invariável, com natureza tam- mo que substitui ou retoma algo na sentença.
bém conectiva, que exprime uma relação de sentido. A
preposição possui uma característica interessante que é
a de “ser convidada” para povoar a sentença, ou seja, ela Exemplo: Comprei um carro e ele
surge em uma relação de regência (exigência sintática). estragou logo depois.
A regência pode ser de duas naturezas:
• Verbal (quando a preposição é “convidada”
pelo verbo) Vamos iniciar uma classificação dos pronomes, a fim
• Nominal (quando a preposição é “convida- de facilitar nosso estudo.
da” por substantivo, adjetivo ou advérbio)
Classificação

• Pessoais;
Exemplo: O cidadão obedeceu ao • De tratamento;
comando. (Regência verbal) • Demonstrativo;
• Relativos;
A necessidade de vitória o animava. • Interrogativos;
• Indefinidos;
(Regência nominal) • Possessivos.

20 Pessoais
Classificação
São os pronomes relacionados às pessoas do discurso:
As preposições podem ser classificadas em:
1ª pessoa = Quem fala.
Essenciais 2ª pessoa = Para quem se fala.
3ª pessoa = Sobre quem se fala.
A, ante, até, após,

Com, contra, Caso Reto Caso Oblíquo


De, desde,
Átonos Tônicos
Em, entre,
Eu Me Mim, comigo
Para, per, por, perante,
Tu Te Ti, contigo
Sem, sob, sobre,
Ele, ela O, a, lhe, se Si, consigo
Trás.
Nós Nos Nós, conosco

Acidentais Vós Vos Vós, convosco

Eles, elas Os, as, lhes, se Si, consigo


Salvo.

Exceto.

Mediante. Funções Pronominais


Tirante.
A depender de como são empregados, os pronome
Segundo. podem possuir diferentes funções sintáticas. Veja:
Consoante.
01. Função de sujeito:
DIREITO
ADMINISTRATIVO
PROFESSOR
Robson Fachini
Experiência em concursos públicos desde 1999, ten-
do sido aprovado nos cargos de agente administrativo
da prefeitura de Rancharia – SP, recenciador do IBGE,
agente de escolta e vigilância penitenciária – SP, agen-
te de segurança penitenciária – SP, agente penitenciá-
rio – PR, agente penitenciário federal – MJ, analista do
tribunal de contas do DF e atualmente aprovado para
o cargo de auditor de controle externo do tribunal de
contas dos municípios do estado de Goiás. Formado em
tecnologia em gestão pública pelo instituto tecnológico
da Universidade Federal do Paraná e pós graduando
em MBA em gestão pública. Professor de direito ad-
ministrativo em cursos preparatórios para concursos
desde 2010.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO, ESTADO E GOVERNO.....................................................................................79
Conceito de Direito..................................................................................................................................................................................................................................... 79
Ramos do Direito......................................................................................................................................................................................................................................... 79
Conceito de Direito Administrativo.................................................................................................................................................................................................... 79
Objeto do Direito Administrativo......................................................................................................................................................................................................... 79
Fontes do Direito Administrativo.........................................................................................................................................................................................................80
Sistemas Administrativos.......................................................................................................................................................................................................................80
Noções de Estado.........................................................................................................................................................................................................................................81
Formas de Estado.........................................................................................................................................................................................................................................81
Poderes do Estado....................................................................................................................................................................................................................................... 82
Noções de Governo..................................................................................................................................................................................................................................... 82
Sistemas de Governo................................................................................................................................................................................................................................. 83
Formas de Governo.................................................................................................................................................................................................................................... 83
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 84

2. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS..............................................................84


Conceito de Administração Pública.................................................................................................................................................................................................... 85
Classificação da Administração Pública........................................................................................................................................................................................... 85
Comparação entre Governo e Administração Pública................................................................................................................................................................ 85
Administração Pública Direta............................................................................................................................................................................................................... 86
Administração Pública Indireta........................................................................................................................................................................................................... 86
Organização Administrativa da União............................................................................................................................................................................................... 87
Técnicas Administrativas........................................................................................................................................................................................................................ 88
Criação dos Entes da Administração Indireta................................................................................................................................................................................90
Autarquia.......................................................................................................................................................................................................................................................90
Fundação Pública.........................................................................................................................................................................................................................................91
Empresas Estatais (Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista).............................................................................................................................. 92
Empresa Pública......................................................................................................................................................................................................................................... 92
Sociedade de Economia Mista............................................................................................................................................................................................................... 93
Entidades Paraestatais.............................................................................................................................................................................................................................. 94
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 96

3. ÓRGÃOS PÚBLICOS E AGENTES PÚBLICOS..............................................................................................................................97


Órgão Público............................................................................................................................................................................................................................................... 97
77
Agentes Públicos......................................................................................................................................................................................................................................... 99
Questões Gabaritadas..............................................................................................................................................................................................................................101

4. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.102


Regime Jurídico Administrativo.........................................................................................................................................................................................................102
Princípios Fundamentais da Administração Pública................................................................................................................................................................102

5. PODERES ADMINISTRATIVOS.......................................................................................................................................................106
Poder Hierárquico.................................................................................................................................................................................................................................... 107
Poder Disciplinar...................................................................................................................................................................................................................................... 108
Poder de Polícia......................................................................................................................................................................................................................................... 108
Poder Regulamentar.................................................................................................................................................................................................................................110
Abuso de Poder........................................................................................................................................................................................................................................... 111
Questões Gabaritadas..............................................................................................................................................................................................................................112

6. ATOS ADMINISTRATIVOS................................................................................................................................................................ 112


Conceito de Atos Administrativos......................................................................................................................................................................................................113
Características de Atos Administrativos.........................................................................................................................................................................................113
Outros Conceitos Pertinentes ao Tema.............................................................................................................................................................................................113
Elementos ou Requisitos de Validade dos Atos Administrativo.............................................................................................................................................114
Atributos dos Atos Administrativos...................................................................................................................................................................................................116
Classificações de Atos Administrativos............................................................................................................................................................................................117
Espécies de Atos Administrativos.......................................................................................................................................................................................................119
Extinção dos Atos Administrativos / Desfazimento do Ato Administrativo.....................................................................................................................121
Convalidação............................................................................................................................................................................................................................................... 122

7. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA...........................................................................................................................123


Classificação do Controle da Administração Pública................................................................................................................................................................ 123
Espécies de Controle da Administração Pública......................................................................................................................................................................... 125

8. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO..................................................................................................................................129


Responsabilidade Civil (Direito Civil)..............................................................................................................................................................................................130
Classificação da Responsabilidade Civil.........................................................................................................................................................................................130
Responsabilidade Civil do Estado em Decorrência da Atuação da Administração Pública......................................................................................131
Responsabilidade Civil do Estado em Decorrência de Atos Legislativos.......................................................................................................................... 133
SUMÁRIO

Responsabilidade Civil do Estado em Decorrência de Atos Judiciais................................................................................................................................ 134


Ação de Reparação de Danos............................................................................................................................................................................................................... 134
Ação Regressiva......................................................................................................................................................................................................................................... 135

9. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA..............................................................................................................................................135
Competência Para Legislar Sobre Improbidade Administrativa.......................................................................................................................................... 135
Sujeito Ativo (Art. 1º)................................................................................................................................................................................................................................ 135
Sujeito Passivo (Arts. 2º e 3º)................................................................................................................................................................................................................ 136
Tipologia (Arts. 9º a 11)............................................................................................................................................................................................................................ 136
Penalidades (art. 12)................................................................................................................................................................................................................................. 138
Declaração de Bens (art. 13).................................................................................................................................................................................................................. 139
Procedimento Administrativo e Processo Judicial (arts. 14 a 23).........................................................................................................................................140
Medidas Cautelares..................................................................................................................................................................................................................................140
Disposições Penais (Arts. 19 a 22).......................................................................................................................................................................................................141

10. LICITAÇÃO............................................................................................................................................................................................142
Base Constitucional................................................................................................................................................................................................................................. 142
Competência Legislativa........................................................................................................................................................................................................................ 142
LEI 8.666/93................................................................................................................................................................................................................................................ 143
Contratação Direta.................................................................................................................................................................................................................................... 145
Questões Comentadas............................................................................................................................................................................................................................. 148
Lei 10.520/02 - Pregão............................................................................................................................................................................................................................ 149
Regime Diferenciado de Contratações..............................................................................................................................................................................................151
Objetivos do RDC........................................................................................................................................................................................................................................151
Procedimento Licitatório........................................................................................................................................................................................................................151
Comissão de Licitação..............................................................................................................................................................................................................................151
Critérios de Julgamento..........................................................................................................................................................................................................................151
Encerramento da Licitação................................................................................................................................................................................................................... 152
Contratos Administrativos.................................................................................................................................................................................................................... 152
Contratos Administrativos e Contratos da Administração...................................................................................................................................................... 152
Características dos Contratos Administrativos............................................................................................................................................................................ 152
Restrições a Oposição da Exceção do Contrato Não Cumprido............................................................................................................................................. 156
Exigência de Garantia..............................................................................................................................................................................................................................157
Prazo de Duração dos Contratos Administrativos.......................................................................................................................................................................157
Prorrogação do Prazo de Início de Etapas de Execução, de Conclusão e de Entrega do Objeto Contratado...................................................... 158
Recebimento do Objeto do Contrato.................................................................................................................................................................................................. 158
Extinção do Contrato Administrativo............................................................................................................................................................................................... 159
78 Convênios, Contratos de Repasse e Termos de Execução Descentralizada......................................................................................................................160
Decreto 6.170/2007....................................................................................................................................................................................................................................161
Celebração de Convênios e Contratos de Repasse...................................................................................................................................................................... 162
Celebração de Termo de Execução Descentralizada.................................................................................................................................................................. 165
Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse – Siconv e Portal dos Convênios...................................................................................... 165
Padronização dos Objetos...................................................................................................................................................................................................................... 166

11. LEI 8.112/90 – ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO..............................................................166


Título I – Das Disposições Preliminares.......................................................................................................................................................................................... 166
Título II - Do Provimento, Vacância, Remoção, Reditribuição e Substituição................................................................................................................ 168
Título III – Dos Direitos e Vantagens................................................................................................................................................................................................. 174
Título IV – Do Regime Disciplinar..................................................................................................................................................................................................... 183
Processo Administrativo Disciplinar................................................................................................................................................................................................ 187
Da Seguridade Social do Servidor...................................................................................................................................................................................................... 193
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 197
CAPÍTULO 01 - Noções de Direito Administrativo, Estado e Governo

1. NOÇÕES DE DIREITO de conflitos que envolvam tais interesses contra os inte-


resses dos particulares. Nestes casos, em um dos lados
ADMINISTRATIVO, ESTADO E do conflito está o Estado, representante dos interesses da
GOVERNO coletividade, e do outro lado da disputa tem-se o particu-
lar (tanto faz esse particular ser pessoa física ou pessoa
O direito administrativo é o conjunto de regras que jurídica), representando os seus próprios interesses.
orientam a atuação da administração pública e o exercí- No direito público, o Estado tem um tratamento pri-
cio das atividades administrativas do Estado. vilegiado diante do particular, ou seja, as normas que
Sendo assim, o direito administrativo é a espécie de regulam o direito público conferem prerrogativas espe-
direito que tem por objetivo definir as regras que orien- ciais ao Estado diante do particular, o que impede um
tam a atuação do Estado como administrador da coisa tratamento igualitário entre as partes.
pública. A característica marcante do direito público é a
Sendo o direito administrativo uma espécie de direi- relação jurídica de desigualdade estabelecida entre
to, para o bom entendimento da matéria, neste bloco ire- os polos. Assim sendo, no direito público as partes são
mos conhecer o conceito de direito, os ramos do direito, tratadas com distinção de direitos, obrigações e respon-
o conceito e objetos do direito administrativo, as fontes sabilidades. Essa relação jurídica de desigualdade tam-
do direito administrativo e os sistemas administrativos. bém é chamada de relação jurídica vertical.
O fundamento dessa relação jurídica vertical entre
o Estado e o particular, arbitrada pelo direito público é
Conceito de Direito encontrado no princípio da supremacia do interesse
público, tal princípio preconiza que os interesses pú-
Para uma boa compreensão do conceito de direito blicos (da coletividade) se sobrepõem aos interesses pri-
administrativo, ou seja, do que é o direito administrativo, vados, e sendo o Estado o procurador dos interesses da
e também qual a finalidade do direito administrativo, é sociedade, a ele são conferidos poderes especiais para
importante, em primeiro, plano compreender de forma conseguir defender o interesse da coletividade.
objetiva o que é o direito. O direito administrativo faz parte do ramo do direi-
Direito é um conjunto de normas impostas coativa- to público, e como outros exemplos do direito público
mente pelo Estado, que vão regular a vida em sociedade, temos o direito constitucional, penal, processual penal,
possibilitando a coexistência pacífica das pessoas. tributário, dentre outras searas do direito.

Ramos do Direito Conceito de Direito Administrativo 79

O direito é dividido em dois ramos distintos, são eles: O professor Hely Lopes Meirelles conceitua o direi-
o direito privado e o direito público. to administrativo como sendo “o conjunto harmônico de
princípios jurídicos que regem órgãos, agentes e ativi-
Direito Privado dades públicas que tendem a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado”.
O direito privado é caracterizado pela regulamen- A professora Maria Sylvia Di Pietro define o Direi-
tação de interesses PRIVADOS. Neste ramo do direito, to Administrativo como “o ramo do direito público que
existe um conflito entre particulares, ou seja, em um dos tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas ad-
lados da disputa tem um particular, seja este uma pessoa ministrativas que integram a Administração Pública, a
física, ou uma pessoa jurídica, e do outro lado tem-se ou- atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens
tro particular, tanto faz se ele é pessoa física ou pessoa de que se utiliza para a consecução de seus fins, de na-
jurídica. tureza política.”
Em regra, o direito privado não regula relações entre
particulares e o Estado. Eventualmente o Estado pode
integrar um dos polos regulados pelo direito privado, Objeto do Direito Administrativo
conforme veremos logo adiante.
Característica marcante do direito privado é a O direito administrativo tem dois objetos, a adminis-
relação jurídica de igualdade estabelecida entre tração pública e o exercício das atividades administra-
as partes. Essa relação jurídica de igualdade também é tivas do Estado.
chamada de relação jurídica horizontal. O direito administrativo tem por objetivo regular as
O direito administrativo não faz parte do ramo do di- relações da administração pública, sejam estas relações
reito privado, e como exemplos desse ramo do direito de natureza interna entre as entidades que a compõe,
tem-se o direito civil o direito empresarial, dente outros. seus órgãos e agentes; ou relações de natureza externa
entre a administração e os administrados.
Além de ter por objeto a administração pública, tam-
Direito Público
bém é foco do direito administrativo o desempenho das
atividades públicas, tanto exercidas pelo próprio estado,
O direito público é caracterizado pela regulamenta-
por meio da administração pública, ou exercidas por al-
ção dos interesses públicos e o seu objetivo é a resolução
gum particular, como no caso das concessões, permis-
DIREITO ADMINISTRATIVO

sões e autorizações de serviços públicos. deral (STF) depois de reiteradas decisões num mesmo
Resumidamente, pode-se dizer que o direito adminis- sentido e seu conteúdo vincula a administração pública
trativo tem por objeto a administração pública e também dos poderes legislativo, executivo e judiciário da União,
as atividades administrativas, independente de quem as Estados, DF e municípios.
exerça.
Doutrina
Fontes do Direito Administrativo
A doutrina é o resultado do trabalho dos estudiosos
O termo fonte dá ideia do lugar onde algo começa a do direito administrativo. São livros que têm a finalida-
surgir. Sendo assim, por fontes do direito administrativo, de de tentar sistematizar e melhor explicar o conteúdo
deve-se entender os lugares onde encontramos as suas das normas de direito administrativo, os quais podem
regras. ser utilizados como critério de interpretação de normas,
Todavia o direito administrativo não é codificado, bem como auxiliar a produção normativa.
dessa forma, não é possível encontrarmos um código A doutrina não vincula a atuação da administração
que contemple as normas de direito administrativo como pública, ela é só uma fonte de orientação.
acontece com o direito penal, civil, processual penal, Devido ao fato de a doutrina representar o entendi-
dentre outros. Para encontrarmos as normas de direito mento do seu autor sobre as regras do direito adminis-
administrativo temos que recorrer a diversas fontes. trativo, essa fonte do direito apresenta várias contradi-
São fontes do direito administrativo a lei, a jurispru- ções, pois é comum que em alguns pontos os autores
dência, a doutrina e os costumes (praxe administrativa). tenham entendimentos distintos de um ou outro instituto
Veja a seguir as características de cada uma das fontes. jurídico.

Lei Costumes Administrativos (Praxe


Administrativa)
Em decorrência do princípio fundamental da legali-
dade, que orienta todo o direito administrativo, a lei é a Os costumes são práticas reiteradas observadas pelos
fonte primária e principal do direito administrativo. A agentes administrativos diante de determinada situação
lei vincula a atuação da administração pública dos três quando há lacuna da norma.
poderes e de todas as esferas da federação. Os costumes somente podem ser utilizados para
No entanto, para entendermos melhor o significado orientar a atuação da administração pública na falta de
80
do termo lei e da sua finalidade, é importante classificá- lei determinando o que deve ser feito. Sendo assim, o
-la em dois tipos: Lei em sentido estrito e Lei em sentido costume não pode substituir a lei, mas somente pode ser
amplo. utilizado para tampar uma lacuna deixada na lei pelo
Lei em sentido estrito são os atos legislativos que ino- legislador.
vam o ordenamento jurídico, tais como as leis comple-
mentares, ordinárias e delegadas. Sistemas Administrativos
Lei em sentido amplo é um termo mais amplo que
inclui qualquer tipo de norma aplicada à administração São os regimes que dispõe o Estado para realizar o
pública, independente do órgão estatal que a produziu. controle de legalidade dos seus atos administrativos. E
Neste caso, entende-se por lei a própria Constituição estes podem ser classificados em sistema francês ou in-
Federal, as leis ordinárias, complementares, delegadas, glês. Veja a seguir.
medidas provisórias, decretos, resoluções, portarias e
qualquer outro ato que seja de obediência obrigatória Sistema Francês / Dualidade da Jurisdição /
pela administração pública. Contencioso Administrativo
O direito administrativo adota como fonte principal a
lei em seu sentido amplo. Pelo sistema francês, o poder judiciário não tem com-
petência para fazer controle de legalidade dos atos da
Jurisprudência administração pública.
Neste caso existe duas justiças, uma justiça comum
A jurisprudência é o resultado de vários julgados para julgar os particulares e uma justiça administrativa
realizados pelo poder judiciário sobre determinada ma- que tem a competência de julgar os atos da administra-
téria que caminham num mesmo sentido, serve como ção pública.
paradigma para o julgamento de novas ações judiciais Neste sistema, os atos praticados pela administração
referentes aos mesmos temas. pública não podem ser anulados pelo poder judiciário.
Em regra, a jurisprudência não vincula a atuação da Existem tribunais de natureza administrativa que têm
administração pública, somente serve como ponto de a competência de realizar o controle de legalidade dos
orientação, mas como exceção tem-se as súmulas vincu- atos administrativos e caso seja necessário, anulá-los.
lantes que foram introduzidas no ordenamento jurídico As decisões desses tribunais administrativos têm
brasileiro pela emenda constitucional nº 45. As súmulas efeito de coisa julgada, pois não podem ser revistas pelo
vinculantes são publicadas pelo Supremo Tribunal Fe- poder judiciário, haja vista o fato de o poder judiciário
CAPÍTULO 01 - Noções de Direito Administrativo, Estado e Governo

não realizar controle de legalidade dos atos da adminis- guir:


tração pública.
O sistema administrativo francês não é o sistema • Pessoa: capacidade para contrair direitos e
administrativo para controle de legalidade dos atos da obrigações.
administração pública. • Jurídica: É a pessoa constituída através de
uma formalidade documental (de uma convenção
Sistema Inglês / Jurisdição Única / Sistema não entre pessoas físicas), seu contraponto é a pessoa
Contencioso física ou humana.
• Territorial soberana: quer dizer que
Pelo sistema inglês, o poder judiciário tem competên- dentro do território do Estado, este detém a so-
cia para fazer controle de legalidade dos atos da admi- berania, ou seja, sua vontade prevalece ante a das
nistração pública. demais pessoas (sejam elas físicas ou jurídicas).
Neste caso, existe uma única justiça, representada Podemos definir soberania da seguinte forma, sobe-
pelo poder judiciário e este tem competência para julgar rania representa independência na ordem internacional
tanto processos que envolvam particulares como tam- (lá fora ninguém manda no Estado) e supremacia na or-
bém processos que envolvam a administração pública. dem interna (aqui dentro quem manda é o Estado).
Todos os conflitos entre a administração e o adminis-
trado e ainda entre a administração e os seus agentes, Elementos do Estado
podem ser levados até o poder judiciário, e só este tem
o poder de decidir com força de coisa julgada. É impor- Os elementos que compõe o Estado são três: o territó-
tante observar que neste sistema, a administração pode rio, o povo e o governo soberano.
julgar conflitos, todavia mesmo que ela já tenha julgado
ou esteja julgando um conflito, o particular pode acionar • Território: é a base fixa do Estado (solo,
o poder judiciário e este poderá desfazer o resultado do subsolo, mar, espaço aéreo).
julgamento feito pela administração pública, pois as de- • Povo: é o componente humano do Estado.
cisões da administração pública não tem força de coisa • Governo Soberano: é o responsável pela
julgada. condução política do Estado, por ser tal governo
Esse é o modelo de sistema administrativo adotado soberano, temos que este não se submete a ne-
pelo Brasil. nhuma vontade externa, pois, relembrando, lá
Ainda que as decisões da administração pública não fora o Estado é independente e aqui dentro sua
tenham força de coisa julgada, isso não impede que a vontade é suprema. 81
administração pública julgue conflitos. Todavia, estes
conflitos podem ser levados para solução perante o po-
Observação: A palavra povo não
der judiciário e é este quem tem o poder de dizer qual é
o direito aplicável ao caso. pode ser substituída por população, cida-
Para entender melhor o assunto, basta comparar dão, nem por nenhuma outra similar.
o sistema inglês com o francês, enquanto no primeiro
existe uma justiça com competência para julgar poder
público e particulares, no sistema francês existe uma Formas de Estado
justiça para julgar o poder público e outra para julgar
o particular. Existem duas formas de Estado: Estado unitário e Es-
tado federado.
Noções de Estado
Estado Unitário
Neste tópico nós iremos estudar o Estado. Abordare-
mos o conceito de Estado, os elementos que o integram, Estado unitário é o termo utilizado para se referir
seus poderes e suas funções. aos países caracterizados pela centralização política.
Neste tipo de país existe um poder político central que
Conceito de Estado emana sua vontade por todo o território nacional.
Em um Estado unitário, existe relação de hierarquia
O termo Estado pode ter várias interpretações, por e subordinação entre o poder político central e os po-
exemplo, tal termo é geralmente utilizado para nos re- deres políticos regionais e locais, ou seja, Estados-mem-
ferirmos aos Estados-membros, entes que compõe a bros e municípios em regra não existem e quando exis-
República Federativa do Brasil (ex. São Paulo, Paraná, tem não são dotados de competências políticas, pois as
Santa Catarina, Mato Grosso, Sergipe etc.). No entanto, competências políticas são exclusivas do poder político
neste tópico, devemos associar a palavra Estado à ideia central. Neste caso, Estados-membros e municípios são
de país. Neste sentido, podemos conceituar Estado como subordinados a vontade do poder político central.
sendo a pessoa jurídica territorial soberana. O Brasil não é um Estado unitário.
Analisando o conceito de Estado, encontramos alguns Um exemplo de Estado unitário é o Uruguai.
elementos que devem ser bem compreendidos, veja a se-
DIREITO ADMINISTRATIVO

Estado Federado Poder Função Típica Função Atípi-


ou Principal ca ou
Estado federado é termo utilizado para se referir aos
Acessória
países caracterizados pela descentralização política,
ou seja, existem diferentes entidades políticas autôno- Poder Executivo Inovar o ordena-
mas que são distribuídas regionalmente e cada uma Administrar mento jurídico e
julgar conflitos
exerce o poder político dentro de sua área de compe-
tência. Poder Judiciário Inovar o ordena-
Em um Estado federado não existe relação de hie- Julgar conflitos mento jurídico e
administrar
rarquia e subordinação entre o poder político central e
os poderes políticos regionais e locais, ou seja, Estados- Poder Legislativo Inovar o ordena-
-membros e municípios são dotados de competências mento jurídico e Administrar e jul-
fiscalizar a admi- gar conflitos
políticas, dessa forma, as competências políticas não são nistração pública
exclusivas do poder político central. Neste caso, Estados-
-membros e municípios não são subordinados à vontade
Relacionando a análise feita sobre os poderes e suas
do poder político central e também não são subordina-
funções com os entes que compõe a República Federati-
dos uns aos outros.
va do Brasil, verifica-se que não existe poder judiciário
O Brasil é um Estado federado.
municipal.

Poderes do Estado Noções de Governo


Os poderes do Estado são três: o Poder Legislativo,
Neste tópico nós iremos estudar o governo. Aborda-
Poder Executivo e Poder Judiciário.
remos o conceito de governo, suas classificações, seus
Art. 2º da CF: São Poderes da União, independentes e sistemas e suas formas.
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Conceito de Governo
Observe que a Constituição Federal trata os poderes
como independentes e harmônicos, isso significa que en- Governar está relacionado com a função política do
tre os poderes não existe relação de subordinação e nem Estado, a função de comando, de coordenar, de direcio-
82 de hierarquia, nenhum poder é mais importante do que nar e fixar planos e diretrizes de atuação do Estado. O
o outro. governo é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais
Cada poder tem a sua função principal e eles devem responsáveis pela função política do Estado.
exercer essas funções de forma harmônica. O governo está diretamente ligado às decisões toma-
das pelo Estado e exerce a direção suprema e geral do
Funções dos Poderes Estado. Considerando o Estado uma pessoa e fazendo
uma analogia com o corpo humano, podemos dizer que
As funções dos poderes, em regra, são a de criar leis o governo é o cérebro do Estado.
(inovar o ordenamento jurídico), de administrar e de jul- A doutrina classifica o governo como uma ativida-
gar conflitos. Cada poder é responsável pelo exercício de política, discricionária e independente, sendo assim,
de uma dessas funções, mas é errado pensar que cada governar é uma atividade política, pois é exercida por
poder somente desempenha uma dessas funções. políticos e tem o poder de inovar o ordenamento jurídi-
Cada poder desempenha uma das funções do Estado co, além de ser, também, uma atividade discricionária e
de forma principal e também desempenha as outras fun- independente porque se subordina somente aos manda-
ções do Estado de forma acessória. Em razão do fato de mentos da Constituição Federal, não havendo hierarquia
cada poder desempenhar, além da sua função principal, e subordinação entre os responsáveis pelo exercício do
algumas funções acessórias, a doutrina classifica a sepa- governo.
ração dos poderes como flexível.
Sendo assim, como a classificação da separação dos Classificação de Governo
poderes é flexível, ela não é absoluta ou rígida. A se-
paração seria absoluta caso cada poder desempenhasse A doutrina classifica o conceito de governo em um
somente a sua função principal, não podendo desempe- sentido formal/subjetivo e em um sentido material/ob-
nhar funções acessórias, o que não é o caso do Brasil. jetivo.
A função principal de cada poder é aquela função
que realmente justifica sua existência. Governo em Sentido Formal ou Subjetivo

Em sentido formal ou subjetivo, governo é o conjun-


to de poderes e órgãos responsáveis pela atividade de
governar. Neste caso, associa-se a palavra governo com
as instituições públicas responsáveis pelo comando, co-
NOÇÕES DE
DIREITO CONSTITUCIONAL
PROFESSOR
Willian Prates
Professor de Direito Constitucional, Administrativo,
Tributário e Processo Civil em diversos preparatórios
para concursos públicos. Foi coordenador pedagógico
de diversos preparatórios para concursos. Palestrante
sobre planejamento e técnicas de estudos. Palestran-
te motivacional. Foi Cadete do Curso de Formação de
Oficiais da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais
– aprovado no concurso aos 17 anos de idade. Apro-
vado em mais de 13 concursos públicos e vestibulares
de universidades públicas, entre os quais: Ministério
Público da União, Banco Central do Brasil, Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais e Polícia
Civil do Estado de Minas Gerais.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
Apresentação do Material.................................................................................................................................................................................................................... 203

1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS.......................................................................................................................................................203
Análise dos Artigos 1º-4º....................................................................................................................................................................................................................... 203
Formas de Governo................................................................................................................................................................................................................................. 203
Formas de Estado..................................................................................................................................................................................................................................... 204
Regime Político..........................................................................................................................................................................................................................................205
Regime ou Sistema de Governo..........................................................................................................................................................................................................205
Fundamentos da República Federativa Brasil............................................................................................................................................................................. 206
Tripartição dos Poderes......................................................................................................................................................................................................................... 206
Objetivos Fundamentais........................................................................................................................................................................................................................207
Princípios das Relações Internacionais...........................................................................................................................................................................................207
Objetivos Internacionais........................................................................................................................................................................................................................207
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................208

2. EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS....................................................................................................................... 209


Tipos de Eficácia....................................................................................................................................................................................................................................... 209
Espécies de Normas de Eficácia Limitada......................................................................................................................................................................................210
Definidoras de Princípios Programáticos.......................................................................................................................................................................................210
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................210

3. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS................................................................................................................... 211


Diferença entre Direitos e Garantias.................................................................................................................................................................................................211
Titularidade dos Direitos e Garantias Fundamentais.................................................................................................................................................................211
Gerações ou Dimensões de Direitos Fundamentais....................................................................................................................................................................211
Características dos Direitos Fundamentais................................................................................................................................................................................... 212
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos............................................................................................................................................................................ 213
Direito à Igualdade................................................................................................................................................................................................................................... 213
Origem...........................................................................................................................................................................................................................................................229
Possíveis Nomes........................................................................................................................................................................................................................................229
Remédios Constitucionais.....................................................................................................................................................................................................................233
Questão Gabaritada.................................................................................................................................................................................................................................238

4. DIREITOS SOCIAIS............................................................................................................................................................................. 239 201


Direitos Sociais em Espécie..................................................................................................................................................................................................................239
Direito Individual do Trabalho........................................................................................................................................................................................................... 240
Direitos Coletivo do Trabalho – Direito Sindical..........................................................................................................................................................................244

5. DIREITOS DA NACIONALIDADE.................................................................................................................................................. 246


Nacionalidade Primária ou Originária............................................................................................................................................................................................247
Nacionalidade Secundária ou Adquirida........................................................................................................................................................................................247
Distinções entre Brasileiro Nato e Naturalizado.........................................................................................................................................................................248
Hipóteses de Perda da Nacionalidade..............................................................................................................................................................................................248
Idioma e Símbolos Nacionais...............................................................................................................................................................................................................249
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................249

6. DIREITOS POLÍTICOS........................................................................................................................................................................ 250


O Voto Como Forma de Democracia Indireta................................................................................................................................................................................250
Instrumentos de Democracia Direta................................................................................................................................................................................................. 251
Capacidade Eleitoral Ativa.................................................................................................................................................................................................................... 251
Capacidade Eleitoral Passiva............................................................................................................................................................................................................... 251
Direitos Políticos Negativos..................................................................................................................................................................................................................252
Princípio da Anualidade da Lei Eleitoral........................................................................................................................................................................................255
Partidos Políticos.......................................................................................................................................................................................................................................255
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................256

7. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO.............................................................................................257


Reorganização dos Limites Territoriais...........................................................................................................................................................................................257
Autonomia x Soberania..........................................................................................................................................................................................................................258
Principais Garantias da Federação....................................................................................................................................................................................................259
Repartição de Competências e Cláusula Pétrea...........................................................................................................................................................................259
Diferença entre Competências Administrativas e Legislativas.............................................................................................................................................259
Competências da União......................................................................................................................................................................................................................... 260
Competência dos Estados-Membros................................................................................................................................................................................................. 261
Competência do Distrito Federal........................................................................................................................................................................................................262
Competência dos Municípios...............................................................................................................................................................................................................262
Competência Administrativa Comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios..........................................................................................262
Competência Legislativa Concorrente da União, Estados e Distrito Federal...................................................................................................................262
SUMÁRIO

8. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA........................................................................................................................................................... 264


Princípios Admistrativos.......................................................................................................................................................................................................................264
Administração Pública...........................................................................................................................................................................................................................267
Autarquias...................................................................................................................................................................................................................................................269
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................272

9. AGENTES PÚBLICOS......................................................................................................................................................................... 273


Classificação................................................................................................................................................................................................................................................273
Normas Constitucionais.........................................................................................................................................................................................................................274
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................276

10. PODER LEGISLATIVO.......................................................................................................................................................................277


Considerações Gerais..............................................................................................................................................................................................................................277
Estrutura e Funcionamento do Poder Legislativo.......................................................................................................................................................................277
Atribuições do Poder Legislativo........................................................................................................................................................................................................280
Estatuto dos Congressistas...................................................................................................................................................................................................................280
Incompatibilidades dos Parlamentares........................................................................................................................................................................................... 281
Perda do Mandato..................................................................................................................................................................................................................................... 281

11. PODER EXECUTIVO.......................................................................................................................................................................... 282


Atribuições do Presidente da República.........................................................................................................................................................................................282
Responsabilidade do Presidente da República.............................................................................................................................................................................283
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................285

12. PODER JUDICIÁRIO......................................................................................................................................................................... 286


Generalidades.............................................................................................................................................................................................................................................286
As Garantias do Poder Judiciário.......................................................................................................................................................................................................287
Garantias dos Magistrados...................................................................................................................................................................................................................288
Vedações aos Magistrados....................................................................................................................................................................................................................288
Estrutura do Poder Judiciário..............................................................................................................................................................................................................288
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................292

13. DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA................................................................................................................................. 293


Ministério Público....................................................................................................................................................................................................................................293
Advocacia Pública.....................................................................................................................................................................................................................................295
202 Defensoria Pública...................................................................................................................................................................................................................................296
Advocacia Privada....................................................................................................................................................................................................................................296
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................296
CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais

Apresentação do Material Republicana

A presente obras foi elaborada na medida certa para República vem do latim “res”, que significa coisa, e
aqueles que estão se preparando para concursos públi- pública, que significa algo que é público, do povo.
cos (nível médio ou superior) – tribunais, carreiras admi- Desse modo, a coisa, que é o poder, é do povo, que o
nistrativas, carreira policial, carreira fiscal etc. exerce diretamente ou por meio de representantes elei-
Os temas são abordados na profundidade necessária, tos (art. 1º, parágrafo único, CF/88).
em sintonia com o entendimento doutrinário majoritário Na república, os governantes chegam ao poder atra-
e jurisprudência dos tribunais superiores (notadamente vés das eleições, cujo mandato é exercido por prazo de-
o Supremo Tribunal Federal), bem como o entendimento terminado, e, ainda, devem prestar contas aos governa-
das principais bancas organizadoras de concursos públi- dos, de modo que na república há a responsabilidade do
cos do Brasil. governante.
Obra indicada para aqueles que estão no início dos Na Forma de Governo Republicana os governantes
estudos, bem como para aqueles que desejam aprofun- chegam ao Poder através de eleições, exercem manda-
dar os conhecimentos em alguns temas do Direito Cons- to por prazo determinado, devendo ainda prestar contas
titucional. aos governados, ou seja, na República temos a responsa-
bilidade do Governante.

1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Exemplo: Brasil – O Presidente
Os princípios fundamentais são tratados na Consti- da República chega ao poder através de
tuição Federal de 1988 (CF/88) entre os artigos 1º e 4º.
eleição, para exercer mandato por 4 anos,
É tema que se relaciona com a parte estrutural do Es-
tado, onde são abordados fundamentos, objetivos, prin- representando os anseios do povo. Caso co-
cípios que regerem as relações internacionais do Brasil, menta algum crime de responsabilidade,
bem como os objetivos internacionais. será processado e julgado por tal crime,
cuja condenação gera a perda do cargo,
Análise dos Artigos 1º-4º suspensão de direitos políticos etc.
203
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe- A forma de governo republicano possui as seguintes
deral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem características:
como fundamentos: [...].
• Eletividade;
Do dispositivo acima é possível extrair: • Temporalidade;
• Representatividade popular, pois os gover-
• Forma de governo (república); nantes são eleitos para representar o povo;
• Forma de Estado (federado); • Responsabilidade do governante.
• Regime político (democrático).
Monarquia
Implicitamente também é possível extrair o regime
ou sistema de governo adotado pelo Brasil, que é o pre- Na monarquia, o poder é exercido por uma única
sidencialismo. pessoa – o rei e sua família real. O povo não é titular do
poder.
Formas de Governo Na forma de governo monárquico, o governante che-
ga ao poder pelo fato de pertencer à família real, e o
A forma de governo trata da relação governante-go- exercício do poder se dá de forma vitalícia (não há elei-
vernado, notadamente no que se relaciona ao exercício ções “reais”), de modo que não há representatividade po-
do poder. no que tange ao exercício do poder. Analisar pular. O governante é irresponsável, pois não há presta-
forma de governo é analisar fonte do poder. ção de contas de seus atos.
A monarquia possui as seguintes características:
Como os governantes adquirem o poder?
O exercício do poder é de forma temporária ou • Hereditariedade;
vitalícia? • Vitaliciedade;
Há responsabilidade dos governantes perante • Não representatividade popular, pois o rei
os governados? não é eleito pelo povo (cidadãos);
• Irresponsabilidade do governante, pois este
não presta conta dos seus atos.
DIREITO CONSTITUCIONAL

vimento centrífugo), pois inicialmente o Brasil era um


Estado unitário (Brasil Império), e, posteriormente, sur-
República Monarquia
giram entes dotados de autonomia (Estados-membros,
Eletividade Hereditariedade Distrito Federal e Municípios).
Temporalidade Vitaliciedade
Estado Federado: é formado por vários entes po-
líticos dotados de autonomia. Porém, tais entes, não são
Representatividade popular Não-representatividade dotados de poder de secessão (separação). Em regra, são
popular
organizados por uma Constituição Federal.
Responsabilidade do Governan- Irresponsabilidade do gover-
te – deve prestar contas nante – Não prestação de contas

Prosseguindo com os desdobramentos do caput do Exemplo: Brasil – É formado pela


art. 1º, temos que o Brasil é uma República Federativa, União, Estados, Distrito Federal e Municí-
e isso diz respeito à Forma de Estado adotada pelo Brasil. pios, que são entes dotados de capacidade
política, ou seja, podem legislar, se organi-
Formas de Estado zarem administrativamente etc.

A forma de estado diz respeito à distribuição espacial


do poder, ou seja, como o poder é geograficamente distri- Estado Confederado: é formado por vários entes
buído dentro do território. soberanos, e, geralmente, são organizados por meio de
tratados e acordos internacionais.
Estado Unitário

No Estado unitário existe apenas um ente com


capacidade política no território, o que não impede Exemplo: União Europeia – é for-
a realização de descentralizações administrativas. mada por vários países que se juntaram
Assim, é possível a existência de governos regionais, para constituir um Estado Confederado,
frutos de descentralização administrativa. No entanto,
um bloco econômico. A organização é fei-
estes governos não possuem poderes políticos (mas sim,
administrativos), de modo que não são dotados de auto- ta por meio de um tratado internacional,
204
nomia. e cada ente (país) que compõe o Estado
confederado pode deixá-lo quando bem
entenderem.
Exemplo: Portugal é um Estado
unitário, pois o país não é dividido em en-
Quadro Comparativo
tes federados. O que existe é descentrali-
zação administrativa, onde são formadas
Estado Composto Estado Composto
as províncias, mas qualquer obra, por me- Federado Confederado
nor que seja, é feita pelo governo central,
Organizado por uma consti- Organizados através de um tra-
pois os administradores das províncias tuição. tado internacional
não possuem nenhuma capacidade políti- Não possuem poder de seces- Possuem poder de secessão.
ca, não possuem autonomia. A divisão em são.

províncias é simplesmente para facilitar Os entes são dotados de Auto- Os entes são dotados de Sobe-
nomia. rania.
a constatação e solução de problemas. As
decisões nacionais, regionais e locais
partem de um único centro de poder. Prosseguindo com os desdobramento do caput do art.
1º da CF/88, constata-se que a República Federativa do
Brasil é formada pela união indissolúvel dos Esta-
Estado Composto dos, Municípios e DF.
A referida indissolubilidade é consequência do mo-
Já no Estado composto há a presença de vários delo federado de Estado adotado pelo Brasil, pois os en-
entes políticos, ou seja, vários são os entes dotados de tes federados não possuem poder de secessão.
capacidade política (descentralização). Assim, os Estados-membros, Municípios e DF que
Dependendo da composição do Estado, este poderá compõem a República Federativa do Brasil não podem
ser federado (entes autônomos) ou confederado (entes abandonar a mesma para formar um novo Estado fede-
soberanos). Importante ressaltar que o modelo de Esta- rado, ou seja, um novo país.
do federal brasileiro é do tipo segregador (fruto de mo-
CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais

Presidencialismo
Exemplo: O Estado de Minas
Gerais não pode se separar da República No presidencialismo os Poderes Executivo e Legisla-
Federativa do Brasil para formar um novo tivo são independentes, de modo que cada um deles
exerce a sua competência sem que a vontade de um es-
país, pois uma das características do Esta-
teja vinculada à vontade do outro.
do federado é a indissolubilidade.

Não confunda indissolubilidade (não secessão), Exemplo: No Brasil, uma vez elei-
com reorganização de limites territoriais internos, to o presidente, o mesmo cumprirá o seu
pois estes últimos são permitidos pela CF/88, aten- mandato por prazo certo, independente-
didos os requisitos. Por exemplo, é possível a fusão
de dois ou mais municípios para a formação de um mente da vontade do legislativo. Mesmo
novo município, o mesmo ocorrendo em relação aos que o legislativo não apoie o seu plano de
Estados, mas todos continuam pertencendo à Repú- governo, o presidente cumprirá todo o seu
blica Federativa do Brasil. mandato. O mesmo acontece com o legis-
Importante frisar que a República Federativa consti- lativo que, independentemente da vontade
tui um Estado democrático de Direito, que corresponde do executivo, os mesmos cumprirão seu
ao regime político adotado pelo Brasil. mandato por prazo certo.

Regime Político
No presidencialismo, a chefia do Poder Executivo
O regime político diz respeito à participação do povo é monocrática, de modo que o Presidente é, ao mesmo
(cidadãos) na tomada decisões do Estado. São basica- tempo, Chefe de Estado e Chefe de Governo.
mente 2 regimes: o autocrático e o democrático. Chefia de Estado: está relacionada com a repre-
No regime autocrático, os cidadãos não participam sentação do país como Estado soberano perante outros
da tomada de decisões, ou seja, a vontade dos cidadãos Estados soberanos.
é desconsiderada.
Já no regime democrático, os cidadãos participam da 205
tomada de decisões, de modo que a sua vontade é de Exemplo: quando o Presidente da
suma importância no processo estatal decisório.
Na democracia, todo o poder emana do povo, e o República viaja para firmar um acordo co-
exercício pode ser direto ou indireto. mercial com outro país, está atuando como
Assim, a democracia direta é aquela exercida atra- chefe de Estado, ou mesmo quando recebe
vés do voto, onde são eleitos representantes. uma representação diplomática de outro
Já na democracia indireta, os cidadãos participam
da tomada de decisões através de instrumentos consti- país, por exemplo, a visita de uma Presi-
tucionalmente previstos, que podem ser memorizados dente.
através do seguinte macete (rol exemplificativo):

PRIDA Chefia de Governo: está relacionada com a gestão


Plebiscito / Referendo / Iniciativa Popular de Lei da coisa pública, da máquina administrativa. Cuida de
/ Denúncia ao Tribunal de Contas / Ação Popular. assuntos de interesse predominantemente interno.

A Constituição Federal Brasileira adota os dois mo-


delos de democracia – direita e indireta – o que recebe
Exemplo: Quando o Presidente da
o nome de democracia semidireta ou plebiscitária.
República convoca uma reunião de minis-
Regime ou Sistema de Governo tros para cuidar dos rumos da economia.

Diz respeito ao modo como os Poderes Executivo


e Legislativo se relacionam. A depender do tipo de O chefe do poder executivo responde pelo seu go-
relação entre tais poderes, a vontade de um pode ou não verno diretamente perante o povo, e não perante o po-
interferir na vontade do outro. der legislativo. No Brasil, por mais que os parlamentares
Importante ressaltar que o art. 1º da Constituição Fe- (deputados federais e senadores) não apoiem o plano de
deral não diz nada sobre o regime ou sistema de gover- governo do Presidente da República, o mesmo não é des-
no, de modo que o assunto será abordado simplesmente tituído do cargo por tal motivo.
para finalizar o raciocínio até então desenvolvido.
DIREITO CONSTITUCIONAL

Parlamentarismo fundir pluralismo político com pluriparti-


darismo. O pluralismo político se relaciona
No parlamentarismo existe interdependência en-
com a pluralidade de ideias, de pensamen-
tre os Poderes Executivo e Legislativo. As vontades do
Executivo e do Legislativo estão diretamente vinculadas. tos, e se revela um importante pilar do Es-
Utilizando de uma metáfora é possível dizer que se tado democrático. Já o pluripartidarismo
trata de uma relação “simbiótico-predadora”, pois diz respeito à multiplicidade de partidos
um precisa do outro para se manter no poder (simbiose),
políticos.
mas um pode devorar o outro (predadora).
No parlamentarismo, o chefe do Poder Executivo
(rei), exerce a Chefia de Estado, e, além disso, escolher o Tripartição dos Poderes
Primeiro-Ministro, que irá exercer a Chefia do Governo.
Veja que a chefia do Poder Executivo é dual. O art. 2º da Constituição Federal diz que os poderes
Escolhido e nomeado o Primeiro-Ministro, este deve- da União – Legislativo, Executivo e Judiciário – são inde-
rá elaborar um plano de governo e submetê-lo à apre- pendentes e harmônicos entre si
ciação do parlamento. A partir de então, o chefe de go- O mais correto seria “poder” no singular, pois, de
verno somente permanecerá no poder enquanto acordo com Montesquieu, o poder é uno (indivisível), de
mantiver maioria do parlamento apoiando o seu modo que a sua divisão é apenas para fins funcionais.
plano. No entanto, o chefe de Estado tem o poder de Assim, o correto é falar em funções do poder.
dissolver o parlamento e convocar novas eleições, como Os poderes da União são independentes entre si, na
forma de renovar a sua composição e, consequentemen- medida em que não está atrelado à figura de uma pes-
te, aumentar o apoio a seu plano de governo. soa, a exemplo do que ocorria nos Estados absolutistas,
onde o monarca centralizava todas as funções do poder
Quadro Comparativo em suas mãos.
Desse modo, pelo fato dos poderes da União serem
independentes entre si, um não pode interferir no fun-
Presidencialismo Parlamentarismo cionamento do outro, porém, o funcionamento deve se
Independência entre os pode- Interdependência dos poderes. dar de forma harmônica, buscando a satisfação dos inte-
res. resses coletivos.
Chefia Monocrática. Chefia Dual
O exercício de uma função não é atribuído exclusi-
206 vamente a um único poder e, portanto, existem funções
Responsabilidade do Governo Responsabilidade do governo típicas e atípicas.
perante o povo. perante o parlamento.

• Funções típicas: são aquelas funções que


Importante salientar que, de acordo com a Consti- atribuídas originariamente ao respectivo poder. É
tuição Federal, somente a forma federada de Estado a sua função própria, primária.
constitui cláusula pétrea, ou seja, não pode ser obje- • Funções atípicas: são aquelas funções
to de EC tendente à abolição. desempenhadas de maneira excepcional pelo
respectivo poder, que não lhe pertencem origina-
Fundamentos da República Federativa riamente.
Brasil
De forma bem sucinta, a função de cada um dos po-
Os incisos do art. 1º da Constituição Federal tratam deres são as seguintes:
dos fundamentos da República Federativa do Brasil, ou Poder Executivo: possui a função típica de admi-
seja, quais são os pilares do Estado brasileiro. nistrar, de executar as leis produzidas pelo Poder Le-
Aqui, é importante memorizar quais são os funda- gislativo. No entanto, atipicamente, pode p. ex., legislar,
mentos, que podem ser sintetizados no seguinte macete: quando edita um decreto ou uma medida provisória.
Poder Legislativo: tem a função típica elaborar as
SO-CI-DI-VA-PLU leis, segundo o processo legislativo definido na consti-
tuição (art. 59 e seguintes). Porém, atipicamente, pode
exercer a função de julgar, p. ex., julgamento dos crimes
• SOberania; de responsabilidade do Presidente da República.
• CIdadania; Poder Judiciário: tem a função típica de aplicar a
• DIgnidade da pessoa humana; lei ao caso concreto, solucionando os conflitos que lhes
• VAlores sociais do trabalho e da livre ini- são apresentados. Porém, atipicamente, pode, p. ex.,
ciativa; exercer a função executiva quando realiza uma licitação
• PLUralismo político. ou quando realiza concurso público para preenchimento
e seus quadros de pessoal.
Para garantir a harmonia dos poderes, instituiu-se
um sistema de freios e contrapesos (check and balances),
Dica Focus: Importante não con- que garante o equilíbrio de forças entre os poderes (ou
CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais

funções dos poderes). Quando o legislador define, para nalização e reduzir as desigualdades sociais.
cada poder, funções típicas e atípicas, privativas e ex-
clusivas, o que se busca é a harmonia e o equilíbrio dos Gabarito: Certo
poderes.
Comentário: Nos termos do art.
Exemplo: a denúncia acerca dos 3º, III, da Constituição, um dos objetivos
crimes de responsabilidade cometidos pelo fundamentais da República Federativa do
Presidente da República é apreciada pela Brasil é justamente erradicar a pobreza
Câmara dos Deputados; uma vez aprova- e a marginalização, bem como reduzir as
da, o Presidente da República será julgado desigualdades sociais e regionais. Observe
pelo Senado Federal, cuja sessão de julga- que presença do verbo erradicar, no infini-
mento será presidida pelo Presidente do tivo, que é um indicativo de que se trata de
Supremo Tribunal Federal (STF). Observe um objetivo fundamental.
que a função de julgar está sendo atipi-
camente exercida pelo Poder Legislativo,
mas está sendo assegurada a participação Princípios das Relações Internacionais
do Poder Judiciário (Presidente do STF).
O art. 4º da CF/88 elenca quais são os princípios que
Essa dinâmica visa manter a harmonia en- regem o Brasil em suas relações internacionais. Quais
tre os poderes. sejam:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas


suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
Objetivos Fundamentais I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
Os objetivos traduzem aquilo que a República Fede- III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
rativa do Brasil deseja alcançar (art. 3º da Constituição V - igualdade entre os Estados;
Federal). VI - defesa da paz;
Para melhor memorizar os objetivos fundamentais, VII - solução pacífica dos conflitos; 207
observe que cada objetivo é iniciado por um verbo no VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da hu-
infinitivo: construir, garantir, erradicar e promover. manidade;
X - concessão de asilo político.
I. Construir uma sociedade livre, justa e
solidária;
II. Garantir o desenvolvimento nacional;
Objetivos Internacionais
III. Erradicar a pobreza e a marginalização, e
reduzir as desigualdades sociais e regionais;
Os objetivos internacionais estão elencados no art. 4º,
IV. Promover o bem de todos, sem discrimi-
parágrafo único da Constituição Federal.
nação de qualquer natureza (raça, religião, orien-
São objetivos direcionados ao Mercosul, onde o Brasil
tação sexual etc.).
buscará a formação de uma comunidade latino-america-
na de nações, com integração política, econômica, social
O art. 3º da CF/88 consagra os deveres máximos do
e cultural.
Estado. Estes objetivos vinculam o Estado, e devem ser
Para se recordar dos tipos de integração, lembre o
perseguidos pelos governantes, cujo cumprimento pode
macete: PESC
ser exigido e fiscalizado pelos cidadãos.

P Política

Dica Focus: Observe que todos os E Econômica

objetivos fundamentais começam com um S Social


verbo no infinitivo.
C Cultural

Questão Comentada
Questões Gabaritadas
(CESPE/MPOG/2015) - De acordo com a CF, os
objetivos fundamentais da República Federativa 1 - (CESPE/DPU/2016) A prevalência dos di-
do Brasil incluem erradicar a pobreza e a margi- reitos humanos, a concessão de asilo político e a
NOÇÕES DE
ADMINISTRAÇÃO
PROFESSOR PROFESSOR
Adriel Sá Tiago Zanolla
Professor multidisciplinar, de Direito Administrati- Professor de Ética no Serviço Público, Conhecimen-
vo, Administração Pública e Administração Geral em tos Bancários e Direito Regimental. Formado em Enge-
cursos preparatórios presenciais e à distância. Servi- nharia de Produção pela Universidade Pan-Americana
dor do Ministério Público da União - área administra- de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados
tiva. Formado em Administração pela Universidade no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido
Federal de Santa Catarina, possuo especialização em com concursos públicos desde 2009 é professor em di-
Gestão Pública. Fui militar das Forças Armadas por 11 versos estados do Brasil.
anos, atuando em diversas áreas, tais como, Recursos
Humanos, Comunicação Social e Licitações e Contra-
tos. Orientador de grupos focais de estudos. Coautor do
livro “Direito Administrativo Facilitado” para concur-
sos, pelo Grupo Editorial Gen/Método.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
Considerações sobre o Estudo de Gestão de Pessoas nas Organizações.......................................................................................................................... 303

1. CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, RELAÇÃO COM OS OUTROS SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO.............................. 303


Conceitos de Gestão de Pessoas ....................................................................................................................................................................................................... 303
Relação com os Outros Sistemas de Organização.......................................................................................................................................................................305

2. A FUNÇÃO DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE PESSOAS: ATRIBUIÇÕES BÁSICAS E OBJETIVOS, POLÍTICAS E


SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS..............................................................................................................................306
Objetivos da Gestão de Pessoas......................................................................................................................................................................................................... 306
Atribuições Básicas da Gestão de Pessoas ....................................................................................................................................................................................307
Políticas de Gestão de Pessoas............................................................................................................................................................................................................308
Sistemas de Informações Gerenciais (Sig) em RH..................................................................................................................................................................... 309

3. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: RELAÇÕES INDIVÍDUO/ORGANIZAÇÃO, MOTIVAÇÃO, LIDERANÇA,


DESEMPENHO............................................................................................................................................................................................310
Relações Indivíduo/Organização........................................................................................................................................................................................................311
Motivação..................................................................................................................................................................................................................................................... 313
Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow................................................................................................................................................................... 314
Teoria dos Dois Fatores de Herzberg................................................................................................................................................................................................ 314
Teoria X e Y de McGregor..................................................................................................................................................................................................................... 315
Teoria Motivacional de McClelland................................................................................................................................................................................................... 315
Teoria da Expectativa (ou Expectância) de Victor Vroom....................................................................................................................................................... 316
Teoria da Equidade.................................................................................................................................................................................................................................. 316
A Teoria ERC de Alderfer...................................................................................................................................................................................................................... 316
Liderança...................................................................................................................................................................................................................................................... 317
Classes de Maturidade dos Trabalhadores................................................................................................................................................................................... 320
Desempenho................................................................................................................................................................................................................................................322

4. QUALIDADE: PDCA. BRAINSTORMING. FLUXOGRAMA. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO (ISHIKAWA).


DIAGRAMA DE PARETO. PLANO DE AÇÃO. MATRIZ GUT. 5S. BENCHMARKING. ................................................... 324
PDCA..............................................................................................................................................................................................................................................................324
Brainstorming............................................................................................................................................................................................................................................327
Fluxograma..................................................................................................................................................................................................................................................327
301
Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa)...........................................................................................................................................................................................327
Diagrama de Pareto..................................................................................................................................................................................................................................327
Plano de Ação.............................................................................................................................................................................................................................................327
5S.....................................................................................................................................................................................................................................................................329
Benchmarking............................................................................................................................................................................................................................................329

5. GESTÃO DE PROCESSOS: CONCEITOS DE PROCESSO E GESTÃO DE PROCESSOS. DIFERENÇA COM GESTÃO


POR PROCESSOS. MAPEAMENTO. MODELAGEM DE PROCESSOS................................................................................... 330
Conceitos de Processo e Gestão de Processos............................................................................................................................................................................. 330
Diferença com Gestão por Processos...............................................................................................................................................................................................332
Mapeamento e Modelagem de Processos.......................................................................................................................................................................................332

6. QUALIDADE NO ATENDIMENTO................................................................................................................................................. 335


Qualidade de Atendimento à Clientes..............................................................................................................................................................................................336
Etiqueta Empresarial..............................................................................................................................................................................................................................338
Comunicação.............................................................................................................................................................................................................................................. 340
Compromisso.............................................................................................................................................................................................................................................. 341
Cooperação.................................................................................................................................................................................................................................................. 341
Valores Partilhados.................................................................................................................................................................................................................................. 341
Conflito..........................................................................................................................................................................................................................................................342
Poder..............................................................................................................................................................................................................................................................342
Comportamento sem Oportunismo...................................................................................................................................................................................................342
Interdependência......................................................................................................................................................................................................................................342

7. COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA; RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E TRABALHO EM EQUIPE.343


Comunicação Interna e Externa; Relacionamento Interpessoal...........................................................................................................................................343
Trabalho em Equipe................................................................................................................................................................................................................................349
CAPÍTULO 01 - Conceitos, Importância, Relação com os Outros Sistemas de Organização

Considerações sobre o Estudo de Gestão sentido, gerentes de pessoas, porque todos estão
envolvidos em atividades como recrutamento, en-
de Pessoas nas Organizações trevistas, seleção e treinamento.
• ARH é o conjunto de decisões integradas so-
O presente material une, de forma sistemática, No-
bre relações de emprego que influenciam a eficá-
ções de Gestão de Pessoas nas Organizações. O nosso
cia dos funcionários e das organizações.
objetivo é proporcionar um estudo de fácil compreensão
• ARH é a função na organização que está re-
que lhe possibilite um bom desempenho em provas.
lacionada com provisão, treinamento, desenvolvi-
A área de gestão de recursos humanos das organiza-
mento, motivação e manutenção dos empregados,
ções é a que mais tem sofrido mudanças e transforma-
incluindo recrutamento, seleção, treinamento, re-
ções nos últimos anos, principalmente no nome. Desde
compensas e avaliação de desempenho.
o antigo nome “Administração de Recursos Humanos”
(ARH), até as funções desempenhadas por esta área nas
organizações, passaram por profundas transformações. A ARH exerce função de apoio, dando suporte a todas
A globalização dos negócios e o grande desenvolvi- as outras áreas da empresa porém não tem autoridade
mento tecnológico fez com as empresas se adaptassem para impor regras e exigir resultados. Isso significa que
para sobreviver neste ambiente extremamente competi- quem administra o pessoal é cada gestor dentro de sua
tivo. As empresas já perceberam que somente as pessoas
área de atuação.
tem o poder de promover mudanças nas organizações,
de forma à mantê-las competitivas no mercado, pois as Para que os gestores administrem seus profissionais
organizações são conjuntos de pessoas. São as pessoas de maneira satisfatória é necessário um órgão de as-
que mantêm e promovem mudanças no status quo já sessoria e consultoria que forneça todas as orientações,
existente e são elas que produzem, vendem, servem ao é ai que entra o RH como função de staff procurando
cliente, tomam decisões, lideram, motivam, comunicam, alinhar de forma eficiente os objetivos organizacionais
supervisionam, gerenciam e dirigem os negócios das
com o desenvolvimento de seus profissionais. As funções
empresas.
Em muitas organizações, fala-se agora em adminis- de staff, isto é, das equipes dos departamentos de RH,
tração com as pessoas. Administrar com as pessoas sig- se resumem objetivamente a prestação de assessoria. A
nifica tocar a organização juntamente com os colabora- função de Staff e a Responsabilidade de Linha na Gestão
dores e parceiros internos que mais entendem dela, dos de Pessoas são apresentadas na TAB.1.
seus negócios e do seu futuro.
303

1 Conceitos, importância, relação com os outros Função de Staff - Responsabilidades de


sistemas de organização. Órgão de ARH Linha - Gestor de
2 A função do órgão de Gestão de Pessoas: atri- pessoas
buições básicas e objetivos, políticas e sistemas de Cuidar das políticas de RH Cuidar de sua equipe de pes-
informações gerenciais. soas
3 Comportamento organizacional: relações indi-
Prestar assessoria e suporte Tomar decisões sobre subordi-
víduo/organização, motivação, liderança, desempe- nados
nho.
Dar consultoria interna de RH Executar as ações de RH
Bons estudos! Proporcionar serviços de RH Cumprir metas de RH

Dar orientação de RH Alcançar resultados de RH


1. CONCEITOS, IMPORTÂNCIA, Cuidar da estratégia de RH Cuidar da tática e operações
RELAÇÃO COM OS OUTROS TABELA 1 - função de Staff e a Responsabilidade de Linha na Gestão de Pessoas
SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO
Conceitos de Gestão de Pessoas
Segundo Chiavenato (1999) a Administração de Re- Segundo Chiavenato (1999), a Gestão de Pessoas é
cursos Humanos (ARH) é o conjunto de políticas e prá- uma área muito sensível à mentalidade que predomina
ticas necessárias para conduzir os aspectos da posição nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois
gerencial relacionados com as “pessoas” ou recursos depende de vários aspectos como a cultura que existe
humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, em cada organização, a estrutura organizacional adota-
recompensas e avaliação de desempenho. da, as características do contexto ambiental, o negócio
da organização, a tecnologia utilizada, os processos in-
• ARH é a função administrativa devotada à
ternos e uma infinidade de outras variáveis importantes.
aquisição, treinamento, avaliação e remuneração
dos empregados. Todos os gerentes são, em certo Nos tempos atuais, as organizações estão ampliando
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

a sua visão e atuação estratégica. Todo processo produ- As organizações bem-sucedidas se deram conta disso e
tivo somente se realiza com a participação conjunta de tratam seus funcionários como parceiros do negócio e
diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum não mais como simples empregados contratados.
recurso. Os fornecedores contribuem com matérias-pri- Segundo Chiavenato (1999), se a organizacâo quer
mas, serviços e tecnologias. Os acionistas e investidores alcançar os seus objetivos da melhor maneira possível,
contribuem com capital e investimentos que permitem o ela precisa saber canalizar os esforços das pessoas para
aporte financeiro para a aquisição de recursos. que também estas atinjam os seus objetivos individuais
Os empregados contribuem com seus conhecimen- e que ambas as partes saiam ganhando. Modernamen-
tos, capacidades e habilidades, proporcionando decisões te, a solução do tipo ganha-ganha no jogo de interesses
e ações que dinamizam a organização. Os clientes e con- envolvidos é a preferida. Trata-se de uma solução que
sumidores contribuem para a organização adquirindo requer negociação, participação e sinergia de esforços.
seus bens ou serviços colocados no mercado. Cada um Assim, o contexto em que se situa a Gestão de Pessoas é
dos parceiros da organização contribui com algo na ex- representado pelas organizações e pelas pessoas.
pectativa de obter um retorno pela sua contribuição. As Em resumo, as organizações são constituídas de
alianças estratégicas constituem meios através dos quais pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e
a organização obtém a inclusão de novos e diferentes cumprir suas missões. E para as pessoas, as organiza-
parceiros para consolidar e fortificar seu negócios e ex- ções constituem o meio pelo qual elas podem alcancar
pandir suas fronteiras. objetivos pessoais com um minimo de tempo, esforço e
Cada parceiro está disposto a continuar investindo conflito (TAB.1).
seus recursos na medida em que tem retornos e resulta- Muitos dos objetivos pessoais jamais poderiam ser
dos satisfatórios de seus investimentos. Através dos seus alcançados apenas por meio do esforço pessoal isolado.
resultados, a organização pode proporcionar um retorno As organizações surgem para aproveitar a sinergia dos
maior às contribuições efetuadas e manter a continuida- esforços de várias pessoas que trabalham em conjunto.
de do negócio. Geralmente, as organizações procuram Sem organizações e sem pessoas certamente não have-
privilegiar os parceiros mais importantes. Os acionistas ria a Gestão de Pessoas. Termos como empregabilidade
e investidores eram, até há pouco tempo, os mais pri- e empresabilidade são usados para mostrar, de um lado,
304
vilegiados na distribuição e apropriação dos resultados a capacidade das pessoas de conquistar e manter seus
organizacionais. Essa assimetria está sendo substituída empregos e, de outro, a capacidade das empresas para
por uma visão sistêmica e integrada de todos os parcei- desenvolver e utilizar as habilidades intelectuais e com-
ros do negócio, já que todos são indispensáveis para o petitivas de seus membros.
sucesso da empresa. Acontece que o parceiro mais ínti-
mo da organização é o empregado: aquele que está den-
tro dela e que lhe dá vida e dinamismo.
Dentro desse contexto, a questão básica é escolher
entre tratar as pessoas como recursos organizacionais ou
como parceiros da organização. Os empregados podem
ser tratados como recursos produtivos das organizações:
os chamados recursos humanos. Como recursos, eles
precisam ser administrados, o que envolve planejamen-
to, organização, direção e controle de suas atividades, (já
que são) considerados sujeitos passivos da organização.
Daí a necessidade de administrar os recursos humanos TABELA 2 – Objetivos Organizacionais e individuais
para obter deles o máximo rendimento possível. Neste
sentido, as pessoas constituem parte do patrimônio físico Para Chiavenato: “um dos aspecto mais importante
na contabilidade da organização. do planejamento estratégico de gestão de pessoas é o
Mas as pessoas podem ser visualizadas como parcei- alinhamento da função de Gestão de Pessoas (GP)com a
ros das organizações. Como tais, elas são fornecedoras de estratégia organizacional. É necessário traduzir os obje-
conhecimentos, habilidades, capacidades e, sobretudo, o tivos e estratégias organizacinais em objetivos e estraté-
mais importante aporte para as organizações — a inteli- gias de Gestão de Pessoas. Isto é feito através do Plane-
gência, que proporciona decisões racionais e imprime o jamento estratégico de GP. O planejamento estratégico
significado e rumo aos objetivos globais. Desse modo, as de GP refere-se à maneira como a função de GP pode
pessoas constituem o capital intelectual da organização. contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais
CAPÍTULO 01 - Conceitos, Importância, Relação com os Outros Sistemas de Organização

e, simultaneamente, favorecer e incentivar o alcance dos Relação com os Outros Sistemas de


objetivos individuais dos funcionários. Trata-se de ali- Organização
nhar talentos e competências com as necessidades or-
ganzacionais”. A relação entre especialistas de RH e gerentes fun-
Assim, a Gestão de Pessoas se baseia em três aspec- cionais mudou muito. Na Gestão de Pessoas, esta rela-
tos fundamentais, conforme apresentado na FIG.1 e des- ção é vistas como parceira. A Gestão de Pessoas atua na
área do subsistema social, e há na organização também
critos a seguir:
o subsistema técnico. A interação da gestão de pessoas
com outros subsistemas, especialmente o técnico, envol-
01. As pessoas como seres humanos: do- ve alinhar objetivos organizacionais e individuais.
tados de personalidade própria, profundamente As pessoas precisam ter competência para realizar
diferentes entre si, com uma história particular e as atividades e entregas que possam contribuir com a
diferenciada, possuidores de conhecimentos, ha- organização, do contrário poderia haver inúmeras con-
bilidades, destrezas e capacidades indispensáveis sequências negativas nas mais diferentes áreas (finan-
à adequada gestão dos recursos organizacionais. ceira, por exemplo). É também por isso que a área de
Pessoas como pessoas e não como meros recursos gestão de pessoas sempre atua em parceria com outras
da organização. áreas. As competências técnicas são desenvolvidas pe-
02. As pessoas como ativadores inteli- las áreas funcionais da organização e as competências
gentes de recursos organizacionais: como interpessoais são desenvolvidas pela Gestão de Pessoas.
elementos impulsionadores da organização e ca- As competências técnicas e interpessoais formam
pazes de dotá-la de inteligência, talento e apren- o Capital Intelectual de uma organização e é a princi-
dizados indispensáveis à sua constante renovação pal fonte de intangíveis nas Empresas, bem como um
e competitividade em um mundo de mudanças diferencial competitivo em relação aos concorrentes. O
e desafios. As pessoas como fonte de impulso termo capital intelectual teve sua origem na proprieda-
próprio que dinamiza a organização e não como de intelectual, nos componentes de conhecimentos de
agentes passivos, inertes e estáticos. uma empresa, reunidos e legalmente protegidos. É um
03. As pessoas como parceiros da orga- conjunto de benefícios intangíveis que agregam valor às
nização: capazes de conduzi-la à excelência e empresas.
ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem Segundo Brooking, apud Antunes & Martins (2002),
investimentos na organização — como esforço, o capital intelectual pode ser dividido em quatro cate-
dedicação, responsabilidade, comprometimento, 305
gorias:
riscos etc. — na expectativa de colher retornos
desses investimentos — como salários, incentivos
Potencial que a empresa possui em de-
financeiros, crescimento profissional, carreira etc.
corrência dos intangíveis que estão rela-
Qualquer investimento somente se justifica quan- cionados ao mercado, tais como: marca,
do traz um retorno razoável. Na medida em que o Ativos de
clientes, lealdade dos clientes, negócios
retorno é bem sustentado, a tendência certamente Mercado recorrentes, negócios em andamento (ba-
cklog), canais de distribuição, franquias
será a manutenção ou aumento do investimento.
etc.
Daí o caráter de reciprocidade na interação entre
pessoas e organizações. E também o caráter de Compreendem os benefícios que o indi-
atividade e autonomia e não mais de passivida- víduo pode proporcionar para as organi-
Ativos zações por meio da sua expertise, cria-
de e inércia das pessoas. Pessoas como parceiros
Humanos tividade, conhecimento, habilidade para
ativos da organização e não como meros sujeitos resolver problemas, tudo visto de forma
passivos. coletiva e dinâmica.

Incluem os ativos que necessitam de pro-


Ativos de teção legal para proporcionar às organi-
Propriedade zações benefícios tais como: know-how,
Intelectual segredos industriais, copyright, patentes,
designs etc.

Compreendem as tecnologias, as metodo-


logias e os processos empregados, como
Ativos de
cultura, sistema de informação, métodos
Infraestrutura gerenciais, aceitação de risco, banco de
dados de clientes etc.

Sendo assim, a Gestão de Pessoas interagindo com os


outros sistema da organização é determinante para as
empresas atingirem os seus objetivos estratégicos e se
FIGURA 1 Três aspectos fundamentais os quais se baseia a Gestão de Pessoas
tornarem altamente competitivas no mercado.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

2. A FUNÇÃO DO ÓRGÃO 01. Ajudar a organização a alcançar seus


objetivos e realizar sua missão: A função de
DE GESTÃO DE PESSOAS: RH é um componente fundamental da organiza-
ATRIBUIÇÕES BÁSICAS E ção de hoje. Antigamente, a ênfase era colocada
no fazer corretamente as coisas através dos mé-
OBJETIVOS, POLÍTICAS E todos e regras impostos aos funcionários e, assim,
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES obter eficiência. O salto para a eficácia veio com
a preocupação em atingir objetivos e resultados.
GERENCIAIS Não se pode imaginar a função de RH sem se
conhecer os negócios de uma organização. Cada
Objetivos da Gestão de Pessoas negócio tem diferentes implicações na ARH. O
principal objetivo desta é ajudar a organização a
As pessoas constituem o principal ativo da organiza- atingir suas metas, objetivos e realizar sua mis-
ção. Daí a necessidade de tornar as organizações mais são.
conscientes e atentas a seus funcionários. 02. Proporcionar competitividade à or-
As organizações bem-sucedidas estão percebendo ganização: Isto significa saber empregar as ha-
que somente podem crescer prosperar e manter sua con- bilidades e capacidades da força de trabalho. A
tinuidade se forem capazes de otimizar o retorno sobre função da ARH e fazer com que as forças das pes-
os investimentos de todos os parceiros, principalmente o soas sejam mais produtivas para beneficiar clien-
dos empregados. tes, parceiros e empregados. Esta foi a crença que
Quando uma organização está realmente voltada levou Walt Disney a construir a Disney a partir de
para as pessoas, a sua filosofia global e sua cultura or- suas próprias pessoas. No nível macroeconômico,
ganizacional passam a refletir essa crença. A Gestão de a competitividade e o grau em que uma nação
Pessoas nas organizações é a função que permite a co- pode, em condições livres e justas de mercado,
laboração eficaz das pessoas — empregado, funcionários, produzir bens e serviços que sejam bem aceitos
recursos humanos ou qualquer denominação utilizada — nos mercados internacionais, enquanto simulta-
para alcançar os objetivos organizacionais e individuais. neamente mantém ou expande os ganhos reais de
As pessoas podem ampliar ou limitar as forças e fra- seus cidadãos. Nesta definição, a palavra nação
quezas de uma organização, dependendo da maneira pode ser substituída pela palavra organização e a
como elas são tratadas. Para que os objetivos da Gestão palavra cidadãos por empregados.
306 de Pessoas sejam alcançados, é necessário que os ge- 03. Proporcionar à organização empre-
rentes tratem as pessoas como elementos básicos para a gados bem treinados e bem motivados:
eficácia organizacional. Quando um executivo diz que o propósito da ARH
Os objetivos da Gestão de Pessoas é contribuir para é “construir e proteger o mais valioso patrimô-
a eficácia organizacional através dos meios descritos na nio da empresa: as pessoas”, ele esta se referindo
Figura 2. a este objetivo da ARH. Dar reconhecimento às
pessoas e não apenas dar dinheiro o que consti-
tui o elemento básico da motivação humana. Para
melhorar o seu desempenho, as pessoas devem
perceber justiça nas recompensas que recebem.
Recompensar bons resultados e não recompensar
pessoas que não tenham um bom desempenho.
Tornar claros os objetivos e o modo como eles são
medidos. As medidas de eficácia da ARH — e não
apenas a medida do chefe — é que devem propor-
cionar as pessoas certas na fase certa do desem-
penho de um trabalho e no tempo certo para a
organização.
04. Aumentar a auto atualização e a sa-
tisfação dos empregados no trabalho: Anti-
gamente, a ênfase era colocada nas necessidades
da organização. Hoje, apesar dos computadores e
dos balanços contábeis, os empregados precisam
FIGURA 2-Meios pelos quais a Gestão de Pessoas contribui para a eficácia da
Organização.
ser felizes. Para que sejam produtivos, os empre-
gados devem sentir que o trabalho é adequado
A Gestão de Pessoas visa a valorização dos profissio- às suas capacidades e que estão sendo tratados
nais e do ser humano, diferentemente do setor de Recur- equitativamente. Para os empregados, o trabalho
sos Humanos que visava as atividades administrativas é a maior fonte de identidade pessoal. As pessoas
da gestão dos recursos humanos da organização. despendem a maior parte de suas vidas no traba-
lho e isto requer uma estreita identidade com o
trabalho que fazem. Empregados satisfeitos não
CAPÍTULO 02 - A Função do Órgão de Gestão de Pessoas

são necessariamente os mais produtivos, mas


empregados insatisfeitos tendem a se desligar da
empresa, se ausentar frequentemente e produzir
pior qualidade do que empregados satisfeitos. A
felicidade na organização e a satisfação no tra-
balho são fortes determinantes do sucesso orga-
nizacional.
05. Desenvolver e manter qualidade de
vida no trabalho: Qualidade de vida no traba-
lho (QVT) é um conceito que se refere aos aspec-
tos da experiência do trabalho, como estilo de
gerência, liberdade e autonomia para tomar deci-
sões, ambiente de trabalho agradável, segurança
no emprego, horas adequadas de trabalho e tare-
fas significativas. Um programa de QVT procura
estruturar o trabalho e o ambiente de trabalho no
sentido de satisfazer a maioria das necessidades
individuais do empregado e tornar a organização
um local desejável e atraente. A confiança do em- FIGURA 3 – Processos Básicos da Gestão de Pessoas
pregado na organização também é fundamental
para a retenção e fixação do pessoal. 01. Processos de Agregar Pessoas: são os
06. Administrar a mudança: Nas últimas processos utilizados para incluir novas pessoas na
décadas, houve um período turbulento de mu- empresa. Podem ser denominados processos de
danças sociais, tecnológicas, econômicas, cul- provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem
turais e políticas. Essas mudanças e tendências recrutamento e seleção de pessoas.
trazem novas abordagens, mais flexíveis e ágeis, 02. Processos de Aplicar Pessoas: são os
que devem ser utilizadas para garantir a sobrevi- processos utilizados para desenhar as atividades
vência das organizações. Os profissionais de ARH que as pessoas irão realizar na empresa, orien-
devem saber lidar com as mudanças, se querem tar e acompanhar seu desempenho. Inclui dese-
realmente contribuir para sua organização. São nho organizacional e desenho de cargos, análise
mudanças que se multiplicam exponencialmente e descrição de cargos, orientação das pessoas e 307
e cujas soluções impõem novas estratégias, pro- avaliação do desempenho.
gramas, procedimentos e soluções. 03. Processos de Recompensar Pessoas:
07. Manter políticas e comportamento são os processos utilizados para incentivar as
socialmente responsável: Toda atividade de pessoas e satisfazer suas necessidades individu-
ARH deve ser aberta e confiável. As pessoas não ais mais elevadas. Incluem recompensas, remu-
devem ser discriminadas e seus direitos básicos neração, benefícios e serviços sociais.
devem ser garantidos. Os princípios éticos devem 04. Processos de Desenvolver Pessoas:
ser aplicados a todas as atividades da ARH. Tan- são os processos utilizados para capacitar e incre-
to as pessoas como a organizações devem seguir mentar o desenvolvimento profissional e pessoal.
padrões éticos e de responsabilidade social. A Incluem treinamento e desenvolvimento das pes-
responsabilidade social é uma exigência feita não soas, programas de mudanças e desenvolvimento
somente às organizações, mas também, principal- de carreiras e programas de comunicação e cons-
mente, às pessoas que nelas trabalham. cientização.
05. Processos de Manter Pessoas: são os
Atribuições Básicas da Gestão de processos utilizados para criar condições ambien-
Pessoas tais e psicológicas satisfatórias para as atividades
das pessoas. Incluem administração da disciplina,
Os seis processos básicos da Gestão de Pessoas, con- higiene, segurança e qualidade de vida e manu-
forme apresentados na figura abaixo. tenção de relações sindicais.
06. Processos de Monitorar Pessoas: são
os processos utilizados para acompanhar e con-
trolar as atividades das pessoas e verificar resul-
tados. Incluem banco de dados e sistemas de in-
formações gerenciais.

Todos esses processos estão intimamente relaciona-


dos entre si, de tal maneira que se interpenetram e se
influenciam reciprocamente. Cada processo tende a fa-
vorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal
FUNDAMENTOS
DE GESTÃO DE
MATERIAIS
PROFESSOR
Everson Brugnolo
Administrador de Empresas, professor universitá-
rio, consultor empresarial e palestrante. Especialista
em Marketing e especializando em Gestão de Pessoas.
Ministra as seguintes disciplinas para concursos pú-
blicos: Administração Geral, Pública, Materiais, Gestão
de Pessoas e Atendimento. Possui quase 10 anos de ex-
periência com concursos públicos.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
1. RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS............................................................................................................................... 363
As Empresas e Seus Recursos.............................................................................................................................................................................................................363
Adminstração de Materiais..................................................................................................................................................................................................................366
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................367

2. NÍVEL DE SERVIÇO............................................................................................................................................................................ 367


Atendimento, Pontualidade e Flexibilidade...................................................................................................................................................................................367
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................368

3. ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ....................................................................................................................... 368


O que é Ética?.............................................................................................................................................................................................................................................368
Como a Ética se Aplica a Gestão de Recursos Materiais?........................................................................................................................................................369
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................369

4. FUNÇÃO SUPRIMENTO.................................................................................................................................................................... 370


Estoque..........................................................................................................................................................................................................................................................372
Classificação dos Estoques....................................................................................................................................................................................................................374
Modelo Básico de Gestão de Estoques.............................................................................................................................................................................................376
Estoques em Demanda Dependente e Demanda Independente............................................................................................................................................377
Compras no Setor Público.....................................................................................................................................................................................................................378
Sistemas Registro de Preços................................................................................................................................................................................................................379
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................380

5. FUNÇÃO ARMAZENAGEM.............................................................................................................................................................. 380


Classificação e Codificação de Materiais........................................................................................................................................................................................380
Planejamento e Controle de Estoque, Classificação ABC, Estoque de Segurança e Métodos de Controle de Estoques...............................382
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................388

6. FUNÇÃO ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIAL............................................................................................................................ 389


Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 391

7. FUNÇÃO DOCUMENTAÇÃO.............................................................................................................................................................391
361
Agentes Exteriores que Danificam os Documentos....................................................................................................................................................................393
Cuidados Gerais na Conservação dos Documentos....................................................................................................................................................................393
Restauração De Documentos...............................................................................................................................................................................................................394
Tabela de Temporalidade.......................................................................................................................................................................................................................395
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................396
CAPÍTULO 01 - Recursos Materiais e Patrimoniais

1. RECURSOS MATERIAIS E sumos diretamente relacionados com a atividade


empresarial.
PATRIMONIAIS 2. Recursos financeiros: constituem todos
os aspectos relacionados com o dinheiro utiliza-
Introdução do pela empresa para financiar suas operações.
É mais amplo do que o fator denominado capital,
A produção é fundamental para toda e qualquer or- pois, além do capital próprio, engloba toda for-
ganização, pois não existe organização que nada produ- ma de dinheiro (próprio ou de terceiros) crédito,
za. financiamento, para garantir as operações da em-
As empresas constituem um tipo de organização, são presa.
organizações sociais compostas de pessoas que traba- 3. Recursos humanos: constituem toda
lham em conjunto para atingir determinados objetivos. forma de atividade humana dentro da empresa.
Tal objetivo, pode ser o lucro ou simplesmente o aten- Ultrapassa o conceito fator de produção denomi-
dimento de determinadas necessidades da sociedade, nado trabalho, pois enquanto este se refere espe-
como nas empresas não-lucrativas. cificamente à mão-de-obra ( a atividade manual
Independentemente de seu objetivo, as organizações ou braçal exercida pelo homem no processo pro-
precisam administrar seus recursos da melhor forma, dutivo), os recursos humanos se referem a toda
sejam eles materiais ou patrimoniais. e qualquer atividade humana, seja ela mental,
Neste capítulo compreenderemos o que são estes conceitual, verbal, decisória, social, como também
recursos, como e quando eles são utilizados. Destaque manual e braçal.
especial para os subsistemas típicos e específicos, bem 4. Recursos mercadológicos: constituem
como para os objetivos da administração de materiais, toda atividade voltada para o atendimento do
conteúdos recorrentes em provas de nossa banca. mercado de clientes e consumidores da empresa.
Os recursos mercadológicos compreendem todo
As Empresas e Seus Recursos o esquema de marketing ou de comercialização
da empresa, como produção, propaganda, vendas,
Durante a chamada Era Industrial, existiam alguns assistência técnica.
componentes que eram tradicionalmente denominados 5. Recursos administrativos: constituem o
fatores de produção: natureza, capital e trabalho, inte- esquema administrativo e gerencial da empresa,
grados por um quarto fator denominado empresa. indo desde o nível de diretoria até a gerência das
Modernamente, esses fatores de produção costumam atividades empresariais. 363
ser denominados recursos empresariais. Um recurso é
um meio por meio do qual a empresa realiza as suas Cada um desses recursos empresariais é adminis-
operações. Na realidade, a empresa aplica recursos para trado por uma especialidade da administração: admi-
produzir bens ou serviços e obter lucro, por meio do efei- nistração de produção, administração financeira, admi-
to multiplicador de sinergia. nistração de pessoal, administração mercadológica ou
comercial de administração geral, respectivamente.
De acordo com essa colocação, existem cinco áreas
Dica Focus: Recursos são conjun- principais dentro da empresa, a saber:
tos de riquezas que podem ser exploradas
economicamente pela empresa. São ativos 1. Produção de operações: é a área que
processa os materiais e matérias-primas e os
de propriedade da empresa ou alugados
transforma em produtos acabados ou em serviços
por ela. prestados. Nas empresas industriais a produção
Os recursos constituem a plataforma ocorre dentro da fábrica ou da oficina, enquanto
que a empresa utiliza para produzir algo nas empresas prestadoras de serviços, a produção
(também denominadas operações) é realizada nos
ou prestar um serviço ao cliente.
escritórios, nos balcões das lojas ou das agências
bancárias, na área dos supermercados ou em sho-
pping centers.
Os principais recursos empresariais são:
2. Finanças: é a área que administra o di-
nheiro da empresa, seja na forma de caixa, mo-
1. Recursos materiais: são também deno-
vimentação bancária, créditos, financiamentos,
minados recursos físicos e englobam todos os as-
investimentos.
pectos materiais e físicos que a empresa utiliza
3. Pessoas: é a área que cuida dos recursos
para produzir, como: prédios, edifícios, fábricas,
humanos empregados na empresa.
instalações, máquinas, equipamentos, ferramen-
4. Mercado: é a área que geralmente rece-
tas, utensílios, matérias-primas, materiais Cons-
be o nome de Marketing ou de Comercialização
tituem um recurso empresarial que ultrapassa o
e cuida da colocação dos produtos ou serviços
conceito do fator produção denominado natureza,
produzidos pela empresa no mercado de clientes
pelo fato de ser muito mais amplo e envolver in-
consumidores.
FUNDAMENTOS DE GESTÃO DE MATERIAIS

5. Empresa: é a chamada administração ge- O tempo oportuno e quantidade necessária,


ral, que constitui alta direção da empresa, tendo acarretam, se mal planejados, além de custos financeiros
seu presidente na cúpula. indesejáveis, lucros cessantes, fatores esses decorrentes
A área de administração de materiais é a de quaisquer das situações assinaladas. Da mesma for-
parte integrante da administração da produção. ma, a obtenção de material sem os atributos da qualida-
Assim, a administração de materiais costuma ser de requerida para o uso a que se destina acarreta custos
colocada como uma especialidade da administra- financeiros maiores, retenções ociosas de capital e opor-
ção da produção, uma vez que os materiais e ma- tunidades de lucro não realizadas. Isto porque materiais,
térias-primas também são incluídos nos recursos nestas condições podem implicar em paradas de máqui-
materiais. nas, defeitos na fabricação ou no serviço, inutilização de
material, compras adicionais, etc.
Enfoque Logístico Os subsistemas da Administração de Materiais, inte-
grados de forma sistêmica, fornecem, portanto, os meios
A Logística Empresarial compõe-se de dois subsiste- necessários à consecução das quatro condições básicas
mas de atividades: alinhadas acima, para uma boa Administração de ma-
Administração de Materiais e Distribuição física, terial.
cada qual envolvendo o controle da movimentação e a Decompondo esta atividade através da separação e
coordenação demanda-suprimento. A Administração de identificação dos seus elementos componentes, encon-
Materiais compreende o agrupamento de materiais de tramos as seguintes subfunções típicas da Administra-
várias origens e a coordenação dessa atividade com a ção de Materiais, além de outras mais específicas de or-
demanda de produtos ou serviços da empresa. ganizações mais complexas:
A Distribuição Física trata da movimentação dos pro-
dutos acabados ou semiacabados de uma unidade fabril Subsistemas Típicos:
para outra, ou da empresa para seu cliente, ao qual cons-
titui o transporte eficiente e eficaz, englobando a arma- a) Controle de Estoque - subsistema responsável
zenagem, gestão de estoques, processamento de pedidos pela gestão econômica dos estoques, através do plane-
dentre outros. jamento e da programação de material, compreendendo
A Administração de Materiais é definida como a análise, a previsão, o controle e o ressuprimento de
sendo um conjunto de atividades desenvolvidas dentro material. O estoque é necessário para que o processo de
de uma empresa, de forma centralizada ou não, desti- produção-venda da empresa opere com um número mí-
364 nadas a suprir as diversas unidades, com os materiais nimo de preocupações e desníveis. Os estoques podem
necessários ao desempenho normal das respectivas atri- ser de: matéria-prima, produtos em fabricação e produ-
buições. Tais atividades abrangem desde o circuito de tos acabados. O setor de controle de estoque acompanha
reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, e controla o nível de estoque e o investimento financeiro
a armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mes- envolvido.
mos aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de b) Classificação de Material - subsistema respon-
controle de estoques etc. sável pela identificação (especificação), classificação, co-
Em outras palavras: “A Administração de Materiais dificação, cadastramento e catalogação de material.
visa à garantia de existência contínua de um estoque or- c) Aquisição / Compra de Material - subsiste-
ganizado de modo a nunca faltar nenhum dos itens que ma responsável pela gestão, negociação e contratação
o compõem, sem tornar excessivo o investimento total”. de compras de material através do processo de licita-
A Administração de Materiais moderna é conceitu- ção. O setor de Compras preocupa-se sobremaneira com
ada e estudada como um Sistema Integrado em que di- o estoque de matéria-prima. É da responsabilidade de
versos subsistemas próprios interagem para constituir Compras assegurar que as matérias-primas exigida pela
um todo organizado. Destina-se a dotar a administra- Produção estejam à disposição nas quantidades certas,
ção dos meios necessários ao suprimento de materiais nos períodos desejados.
imprescindíveis ao funcionamento da organização, no Compras não é somente responsável pela quantidade
tempo oportuno, na quantidade necessária, na e pelo prazo, mas precisa também realizar a compra em
qualidade requerida e pelo menor custo. preço mais favorável possível, já que o custo da maté-
ria-prima é um componente fundamental no custo do
- Antes do tempo correto, ocasiona estoques produto.
altos, acima da necessidade da empresa. d) Armazenagem / Almoxarifado - subsistema
- Após o tempo correto, ocasiona falta de ma- responsável pela gestão física dos estoques, compreen-
terial para o atendimento das necessidades. dendo as atividades de guarda, preservação, embalagem,
- Além da quantidade necessária, represen- recepção e expedição de material, segundo determina-
tam imobilizações em estoque ocioso. das normas e métodos de armazenamento. O Almoxa-
- Sem atributos de qualidade, acarreta custos rifado é o responsável pela guarda física dos materiais
maiores e oportunidades de lucros não realizados. em estoque, com exceção dos produtos em processo. É o
- Aquém da quantidade necessária, podem le- local onde ficam armazenados os produtos, para atender
var a insuficiência de estoque. a produção e os materiais entregues pelos fornecedores
e) Movimentação de Material - subsistema encar-
CAPÍTULO 01 - Recursos Materiais e Patrimoniais

regado do controle e normalização das transações de re- ramento do processo de compra e processar, no cadastro
cebimento, fornecimento, devoluções, transferências de de fornecedores, os registros pertinentes.
materiais e quaisquer outros tipos de movimentações de Quando o material é requisitado dos estoques, este
entrada e de saída de material. evento é comunicado ao subsistema de Controle de Es-
f) Inspeção de Recebimento - subsistema respon- toque pelo subsistema de Armazenagem. Este procede
sável pela verificação física e documental do recebimen- à baixa física e contábil, podendo, gerar com isso, uma
to de material, podendo ainda encarregar-se da verifica- ação de ressuprimento. Neste caso, é emitida pelo sub-
ção dos atributos qualitativos pelas normas de controle sistema de Controle de Estoques uma ordem ao subsis-
de qualidade. tema de Compras, para que o material seja comprado
g) Cadastro - subsistema encarregado do cadastra- de um dos fornecedores cadastrados e habilitados junto
mento de fornecedores, pesquisa de mercado e compras. à organização pelo subsistema de Cadastro. Após a con-
cretização da compra, o subsistema de Cadastro também
Subsistemas Específicos: fica responsável para providenciar, junto aos fornecedo-
res, o cumprimento do prazo de entrega contratual, ini-
a) Inspeção de Suprimentos - subsistema de apoio ciando o ciclo, novamente, por ocasião do recebimento
responsável pela verificação da aplicação das normas e de material.
dos procedimentos estabelecidos para o funcionamento Todos esses subsistemas não aparecem configurados
da Administração de Materiais em toda a organização, na Administração de Materiais de qualquer organização.
analisando os desvios da política de suprimento traçada As partes componentes desta função dependem do ta-
pela administração e proporcionando soluções. manho, do tipo e da complexidade da organização, da
b) Padronização e Normalização - subsistema de natureza e de sua atividade-fim, e do número de itens
apoio ao qual cabe a obtenção de menor número de va- do inventário.
riedades existentes de determinado tipo de material, por
meio de unificação e especificação dos mesmos, propon- Responsabilidade e atribuições da Adminis-
do medidas de redução de estoques. tração de Materiais
c) Transporte de Material - subsistema de apoio
que se responsabiliza pela política e pela execução do a) suprir, através de Compras, a empresa, de todos os
transporte, movimentação e distribuição de material. A materiais necessários ao seu funcionamento;
colocação do produto acabado nos clientes e as entregas b) avaliar outras empresas como possíveis fornece-
das matérias-primas na fábrica é de responsabilidade do dores;
setor de Transportes e Distribuição. É nesse setor que se c) supervisionar os almoxarifados da empresa; 365
executa a administração da frota de veículos da empre- d) controlar os estoques;
sa, e/ou onde também são contratadas as transportado- e) aplicar um sistema de reaprovisionamento ade-
ras que prestam serviços de entrega e coleta. quado, fixando Estoques
Mínimos, Lotes Econômicos e outros índices neces-
A integração destas subfunções funciona como um sários ao gerenciamento dos estoques, segundo critérios
sistema de engrenagens que aciona a Administração aprovados pela direção da empresa;
de Material e permite a interface com outros sistemas f) manter contato com as Gerências de Produção,
da organização. Assim, quando um item de material é Controle de Qualidade,
recebido do fornecedor, houve, antes, todo um conjunto Engenharia de Produto, Financeira etc.
de ações inter-relacionadas para esse fim: o subsistema g) estabelecer sistema de estocagem adequado;
de Controle de Estoque aciona o subsistema de Compras h) coordenar os inventários rotativos.
que recorre ao subsistema de Cadastro.
Quando do recebimento, do material pelo almoxari- Objetivos principais da administração de ma-
fado, o subsistema de teriais e recursos patrimoniais
Inspeção é acionado, de modo que os itens aceitos A Administração de Materiais tem por finalidade
pela inspeção física e documental são encaminhados ao principal assegurar o contínuo abastecimento de arti-
subsistema de Armazenagem para guarda nas unidades gos necessários para comercialização direta ou capaz de
de estocagem próprias e demais providências, ao mesmo atender aos serviços executados pela empresa.
tempo que o subsistema de As empresas objetivam diminuir os custos operacio-
Controle de Estoque é informado para proceder aos nais para que elas e seus produtos possam ser competi-
registros físicos e contábeis da movimentação de entra- tivos no mercado.
da. O subsistema de Cadastro também é informado, para Mais especificamente, os materiais precisam ser de
encerrar o dossiê de compras e processar as anotações qualidade produtiva para assegurar a aceitação do pro-
cadastrais pertinentes ao fornecimento. Os materiais duto final. Precisam estar na empresa prontos para o
recusados pelo subsistema de Inspeção são devolvidos consumo na data desejada e com um preço de aquisição
ao fornecedor. A devolução é providenciada pelo subsis- acessível, a fim de que o produto possa ser competitivo e
tema de Aquisição que aciona o fornecedor para essa assim, dar à empresa um retorno satisfatório do capital
providência após ser informado, pela Inspeção, que o investido.
material não foi aceito. Igualmente, o subsistema de Ca- Segue os principais objetivos da área de Administra-
dastro é informado do evento para providenciar o encer- ção de Recursos Materiais e Patrimoniais:
FUNDAMENTOS DE GESTÃO DE MATERIAIS

a) Preço Baixo - este é o objetivo mais óbvio e, cer- ou informações que ingressam no processo produtivo
tamente um dos mais importantes. Reduzir o preço de para serem gradativamente transformados até resulta-
compra implica em aumentar os lucros, se mantida a rem em produtos finais ou em serviços prestados.
mesma qualidade; Na longa jornada que atravessam dentro das empre-
b) Alto Giro de Estoques - implica em melhor uti- sas, os materiais passam por uma seqüência de etapas
lização do capital, aumentando o retorno sobre os inves- por meio de uma série de máquinas e equipamentos ao
timentos e reduzindo o valor do capital de giro; longo das seções produtivas, até que finalmente chegam
c) Baixo Custo de Aquisição e Posse - dependem ao seu resultado final como produtos ou serviços.
fundamentalmente da eficácia das áreas de Controle de
Estoques, Armazenamento e Compras;
d) Continuidade de Fornecimento - é resultado Dica Focus: Na realidade, toda
de uma análise criteriosa quando da escolha dos forne- indústria é um fluxo contínuo de materiais
cedores. Os custos de produção, expedição e transportes que são processados ao longo de várias ati-
são afetados diretamente por este item; vidades no sistema produtivo. Essa dinâ-
e) Consistência de Qualidade - a área de mate-
riais é responsável apenas pela qualidade de materiais mica requer todo cuidado para manter seu
e serviços provenientes de fornecedores externos. Em ritmo, fluência e cadência de tal maneira
algumas empresas a qualidade dos produtos e/ou ser- que não hajam paralisações ou esperas. A
viços constituem-se no único objetivo da Gerência de busca de maior produtividade está na base
Materiais;
f) Despesas com Pessoal - obtenção de melhores desse cuidado. A preocupação com máqui-
resultados com a mesma despesa ou, mesmo resultado nas, equipamentos e tecnologia deve antes
com menor despesa - em ambos os casos o objetivo é passar pela preocupação com os materiais
obter maior lucro final. “ As vezes compensa investir que passam por eles.
mais em pessoal porque pode-se alcançar com isto ou-
tros objetivos, propiciando maior benefício com relação
aos custos “;
Produtos e Serviços
g) Relações Favoráveis com Fornecedores - a
posição de uma empresa no mundo dos negócios é, em
O produto produzido ou o serviço prestado constitui
alto grau determinada pela maneira como negocia com
o resultado final de todas as operações da empresa, ou
366 seus fornecedores;
seja, a principal saída do sistema.
h) Aperfeiçoamento de Pessoal - toda unidade
deve estar interessada em aumentar a aptidão de seu
pessoal;
i) Bons Registros - são considerados como o obje-
tivo primário, pois contribuem para o papel da Admi-
nistração de Material, na sobrevivência e nos lucros da
empresa, de forma indireta.

O segredo está em reunir aquelas competências dis-


tintivas que fazem da empresa um negócio melhor do
Empresa como sistema aberto
que os demais do mercado. Algumas empresas são ex-
Dentro dessa focalização, produto ou serviço repre-
celentes em produzir, outras, em vende. As competên-
sentam o que empresa sabe fazer e produzir.
cias dependem das pessoas que nelas trabalham, do seu
grau de profissionalização, conhecimento, habilidades e
atitudes. As competências decorrem daquilo que pode- Produtos
ria chamar de inteligência organizacional: a maneira de
gerir o negócio. Isso inclui necessariamente a adminis- Geralmente são denominados bens e mercadorias. O
tração de materiais. Um dos segredos que está por trás produto é algo visível e tangível, que pode ser tocado,
do sucesso empresarial. visto ouvido ou degustado, por ser composto de mate-
riais físicos e visíveis. Tem cores, tamanho e ocupa um
espaço, como os alimentos, eletrodomésticos, máquinas
Adminstração de Materiais e automóveis.
Existem dois tipos de empresas capazes de produzir
Qualquer que seja o sistema de produção utilizado um produto: as empresas primárias e as secundárias.
pela empresa, o processo produtivo é sempre uma com- As empresas primárias são também chamadas
plicada e contínua transformação de matérias-primas, extrativas pelo fato de obterem o produto ou material
materiais e informações em produtos acabados ou ser- por meio da ação direta sobre a natureza. O processa-
viços prestados. mento vem depois da extração. O produto oferecido pela
O interior de uma empresa é invariavelmente o cená- empresa primária é quase a matéria-prima inicial para
rio de uma série de ações aplicadas sobre os materiais as empresas secundárias, no entanto , alguns produtos
NOÇÕES DE
ARQUIVOLOGIA
PROFESSOR
Katia Quadros
Graduada em Processamento de Dados. Especialis-
ta em TI – Desenvolvimento Web – PUC-PR. Analista
de sistemas. Ex-examinadora para concursos públi-
cos. Professora de Informática desde 1998 em cursos
técnicos. Professora de Informática e Arquivologia
desde 2008 para Concursos Públicos presenciais e à
distância. Comentarista de questões e autora de ma-
teriais de concursos públicos.Orientadora de estudos
para concurso.
SUMÁRIO

SUMÁRIO
CAPÍTULO I..................................................................................................................................................................................................401
Conceitos Iniciais......................................................................................................................................................................................................................................401
Classificação dos Documentos............................................................................................................................................................................................................ 403
Classificação dos Arquivos................................................................................................................................................................................................................... 404
Teoria das 3 Idades...................................................................................................................................................................................................................................405
Instrumentos de Pesquisa.....................................................................................................................................................................................................................407
Tipos de Arquivos.....................................................................................................................................................................................................................................407
Organização de Arquivos..................................................................................................................................................................................................................... 409
Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................410

CAPÍTULO II................................................................................................................................................................................................410
Métodos de Arquivamento....................................................................................................................................................................................................................410
Microfilmagem........................................................................................................................................................................................................................................... 415
Documento Digital.................................................................................................................................................................................................................................... 417
E-ARQ Brasil............................................................................................................................................................................................................................................... 417
Gestão Arquivística de Documentos................................................................................................................................................................................................. 417
Gerenciamento da Informação Gestão de Documentos............................................................................................................................................................ 418
Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 419

CAPÍTULO III..............................................................................................................................................................................................419
Protocolo....................................................................................................................................................................................................................................................... 419
Classificação dos Documentos............................................................................................................................................................................................................ 420
Arquivamento............................................................................................................................................................................................................................................. 421
Avaliação......................................................................................................................................................................................................................................................422
Equipamentos e Acessórios do Arquivo..........................................................................................................................................................................................422
Princípios Teóricos...................................................................................................................................................................................................................................424
Questões Comentadas.............................................................................................................................................................................................................................425

CAPÍTULO IV............................................................................................................................................................................................. 426


Preservação, Conservação e Restauração de Documentos......................................................................................................................................................426
Acondicionamento....................................................................................................................................................................................................................................428
Higienização de Documentos...............................................................................................................................................................................................................428
Principais Operações de Conservação.............................................................................................................................................................................................429
Principais Operações de Restauração..............................................................................................................................................................................................429 399
Recomendações para a Produção e o Armazenamento de Documentos de Arquivo, Elaborado pelo Conselho Nacional de Arquivos
(CONARQ).................................................................................................................................................................................................................................................... 430
Questões Comentadas.............................................................................................................................................................................................................................432
CAPÍTULO I

CAPÍTULO I
O SINAR tem por finalidade implementar a polí-
tica nacional de arquivos públicos e privados, visan-
Conceitos Iniciais do à gestão, à preservação, e ao acesso aos documen-
tos de arquivo.
Introdução
Neste capítulo vamos conhecer os conceitos iniciais Integram o SINAR, que tem como órgão central o CO-
da Arquivologia. Aprender que estamos falando de uma NARQ:
ciência e que é regulamenta por leis e decretos.
Conhecer quais órgãos são responsáveis pela legisla- • o Arquivo Nacional;
ção e pela fiscalização do cumprimento destas. • os arquivos do Poder Executivo Federal;
Além da letra da lei, dê atenção aos conceitos de dis- • os arquivos do Poder Legislativo Federal;
tinção entre Arquivo, Biblioteca e Museu. • os arquivos do Poder Judiciário Federal;
A classificação dos documentos também é bastante • os arquivos estaduais dos Poderes Executivo, Legis-
cobrada em prova. lativo e Judiciário;
A Teoria das Três Idades é o coração da arquivologia. • os arquivos do Distrito Federal dos Poderes Execu-
São conceitos fundamentais para que você gabarite sua tivo, Legislativo e Judiciário; os arquivos municipais dos
prova. Poderes Executivo e Legislativo.
A Tabela da Temporalidade é de suma importância
para a Arquivologia, logo, neste momento, é importante CONARQ
para você também. O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ é
Arquivologia um órgão colegiado , vinculado ao Arquivo Nacional
É a ciência que se encarrega do estudo da organi- do Ministério da Justiça, que tem por finalidade de-
zação dos acervos documentais, desde a produção do finir a política nacional de arquivos públicos e priva-
documento, seu trâmite administrativo e sua posterior dos, como órgão central de um Sistema Nacional de
destinação, seja ela a eliminação ou recolhimento per- Arquivos, bem como exercer orientação normativa
manente por valor histórico. visando à gestão documental e à proteção especial
Seu objetivo é a organização e o acesso à informação. aos documentos de arquivo.
Conceitos fundamentais de arquivologia
O arquivo da instituição funcionará como o guardião Toda Legislação de Arquivologia pode ser encontrada
das informações ali existentes. Assim, para entendermos no site do CONARQ, além de muitas outras informações 401
o conceito de arquivo, devemos antes conhecer três con- sobre Arquivologia.
ceitos básicos que integram a área: informação, suporte http://www.conarq.arquivonacional.gov.br
e documento.
Informação: resultado do processamento, manipu- ARQUIVO
lação e organização de dados de tal forma que repre- Segundo Sólon Buck, arquivista dos EUA: Arquivo é o
sente um acréscimo ao conhecimento da pessoa que a conjunto de documentos oficialmente produzidos e rece-
recebe. bidos por um governo, organização ou firma, no decorrer
Suporte: meio no qual a informação é registrada. de suas atividades, arquivados e conservados por si e
seus sucessores para efeitos futuros.
Exemplo: pen drive, folha A4. Segundo Marilena Leite Paes: Arquivo é a acumula-
ção ordenada dos documentos, em sua maioria textuais,
Documento: Documento é toda informação registra- criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua
da em suporte material, que possa comprovar fatos e atividade, e preservados para a consecução de seus obje-
que possa ser utilizado para consulta. tivos, visando a utilidade que poderão oferecer no futuro.
Destacamos: Heloísa Almeida Prado define arquivo como sendo a
reunião de documentos conservados, visando à utilidade
que poderão oferecer futuramente, destacando que, para
ser funcional, um arquivo deve ser planejado, instalado,
organizado e mantido de acordo com as necessidades
inerentes aos setores e que para realizar o trabalho de
arquivamento o arquivista precisa conhecer a natureza
do arquivo que lhe será entregue.

Desse conceito é importante destacar:

01. Os documentos de arquivo, além de serem


SINAR: produzidos pela instituição, podem ser também
Em 25 de setembro de 1978, o Decreto nº 82.308, insti-
tuiu o Sistema Nacional de Arquivos - SINAR. ¹ Órgãos colegiados são aqueles em que há representações diversas e as de-
cisões são tomadas em grupo, com o aproveitamento de experiências dife-
renciadas.
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA

recebidos pela mesma e nunca comprados, tro- ralmente ao longo do tempo.


cados, etc. As técnicas arquivísticas auxiliam na gestão de um
02. Os documentos de arquivo podem estar re- arquivo, durante a produção, utilização e destinação dos
gistrados em variados suportes e serem de vários documentos.
tipos (sonoro, cartográfico, etc), e não somente na
forma textual e em suporte papel. Finalidade do arquivo
03. Ao se produzir documentos no decorrer
de suas atividades, podemos destacar que os do- 01. Guarda dos documentos que circulam na
cumentos de arquivo possuem uma caracterís- instituição, utilizando para isso técnicas que per-
tica chamada organicidade, que significa que o mitam um arquivamento ordenado e eficiente;
mesmo foi criado em função de uma atividade 02. Garantir a preservação dos documentos,
realizada pela instituição, de forma que o mesmo utilizando formas adequadas de acondicionamen-
servirá de prova das transações realizadas pela to, levando em consideração temperatura, umi-
organização. Assim, ao se estudar os documentos dade e demais aspectos que possam danificar os
de um arquivo, pode-se ter uma ideia clara das mesmos;
atividades realizadas por aquele órgão. 03. Atendimento aos pedidos de consulta e
desarquivamento de documentos pelos diversos
Organicidade: Fique de olho nesse conceito tão setores da instituição de maneira eficiente.
cobrado pelas bancas! Um documento será produzido
em razão da atividade da instituição, ou seja, um ban- Requisitos para garantir a Finalidade:
co não produz certidão de nascimento, mas documentos
pertinentes a uma instituição financeira. Dessa forma, 01. Pessoal qualificado e em número suficien-
se olharmos os documentos de um banco, logo veremos te;
que se trata de uma instituição financeira e não de uma 02. Instalações em local apropriado;
indústria, ou um colégio, por exemplo. 03. Materiais adequados;
04. Utilizar sistemas racionais de arquiva-
Segundo a LEI No 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE mento, fundamentados na teoria arquivística mo-
1991, consideram-se arquivos os conjuntos de docu- derna;
mentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, 05. Normas de funcionamento;
instituições de caráter público e entidades privadas, 06. Dirigente qualificado, preferencialmente
402 em decorrência do exercício de atividades específi- formado em arquivologia.
cas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o
suporte da informação ou a natureza dos documen- Para Marilena Leite Paes, “a principal finalidade dos
tos. arquivos é servir a administração, constituindo-se, com
o decorrer do tempo, em base do conhecimento da his-
tória”. Destaca ainda que a “função básica do arquivo
Decreto Nº 4.073, De 3 De Janeiro De 2002 é tornar disponíveis as informações contidas no acervo
Este Decreto Regulamenta a Lei no 8.159, de 8 de documental sob sua guarda”.
janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional
de arquivos públicos e privados. Distinção entre arquivo, biblioteca e museu
Embora os três tenham a mesma função de guardar
O arquivo também pode designar: e preservar possuem objetivos distintos.
Arquivo - Segundo a LEI No 8.159, DE 8 DE JA-
• Móvel destinado à guarda de documentos. NEIRO DE 1991, consideram-se arquivos os conjuntos
• Local (Prédio ou uma de suas partes) onde é de documentos produzidos e recebidos por órgãos públi-
guardado os conjuntos arquivísticos. cos, instituições de caráter público e entidades privadas,
• Órgão Governamental (Unidade Administra- em decorrência do exercício de atividades específicas,
tiva) cuja função é de reunir, ordenar, guardar e bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte
dispor para o uso, conjuntos de documentos, se- da informação ou a natureza dos documentos.
gundo os princípios e técnicas arquivísticas. Biblioteca - É o conjunto de material, em sua maio-
ria impresso e não produzido pela instituição em que
Razões da importância do arquivo está inserida, de forma ordenada para estudo, pesquisa e
consulta. Normalmente é constituída de coleções temáti-
01. Reconstituição e preservação da memória; cas e seus documentos são adquiridos através de compra
02. Apoio administrativo; ou doação, diferentemente dos arquivos, cujos documen-
03. Fonte de informação; tos são produzidos ou recebidos pela própria instituição.
04. Guardião de matéria prima para trabalho e Museu - É uma instituição de interesse público, cria-
pesquisa histórica. da com a finalidade de conservar, estudar e colocar à
disposição do público conjuntos de peças e objetos de
Um arquivo é importante para a instituição devido ao valor cultural.
grande número de documentos que se acumulam natu-
CAPÍTULO I

sados. Ex: documentos eletrônicos: word, excel.


Arquivo Museu Biblioteca
• Micrográficos: são os documentos em supor-
Documentos Coleções te fílmico resultante da microreprodução de ima-
Únicos gens, mediante utilização de técnicas específicas.
Valor Administra- Valor Cultural/ Valor Cultural Ex: Microficha, microfilme em rolo.
tivo/Funcional Histórico • Textuais: São os documentos manuscri-
tos, datilografados/digitados ou impressos. Ex:
Documentos pro- Compra/permuta/ Compra/permuta/
duzidos/recebidos doação doação Contratos, folha de pagamento, livros de contas,
requisições, atas, relatórios, regimentos, regula-
Resumo: mentos, editais, certidões, tabela, questionários,
Arquivologia - objetivo: organização e o acesso à in- correspondência e outros. Podem ser datilografa-
formação. dos, impressos ou manuscritos.
Suporte - meio no qual a informação é registrada. Ex. • Filmográficos: São os documentos em pelícu-
pen drive, folha A4. las cinematográficas e fitas magnéticas de ima-
Documento - informação registrada comprova fatos gem (tapes), conjugadas ou não a trilhas sonoras,
utilizado para consulta com bitolas e dimensões variáveis, contendo ima-
Organicidade - o documento foi criado em função de gens em movimento. Ex: Filmes e fitas videomag-
uma atividade realizada pela instituição, de forma que néticas.
o mesmo servirá de provas para transações realizadas • Sonoros: São os documentos com dimensões
pela organização. Assim, ao se estudar os documentos de e rotações variáveis, contendo registros fonográfi-
um arquivo, pode-se ter uma ideia clara das atividades cos. Ex: Discos e fitas audiomagnéticas.
realizadas por aquele órgão.
CONARQ - tem por finalidade definir a política nacio- Quanto à espécie, formato, forma, tipo e tipo-
nal de arquivos públicos e privados, bem como exercer logia
orientação normativa visando à gestão documental e à
proteção especial dos documentos de arquivo. • Espécie: é a configuração que assume um do-
SINAR - tem por finalidade implementar a política cumento de acordo com a disposição e a natureza
nacional de arquivos públicos e privados, visando à ges- das informações nesse contidas. Exemplos: ata,
tão, à preservação, e ao acesso aos documentos de ar- relatório, carta, ofício, proposta, diploma, atesta-
quivo. do, requerimento, organograma).
• Formato: é a configuração física de um su- 403
porte de acordo com a sua natureza e o modo
como foi confeccionado: Exemplos: formulários,
ficha, livro, caderno, planta, folha, cartaz, micro-
ficha, rolo, tira de microfilme, mapa.
• Forma: Estágio de preparação. Exemplos:
rascunho ou minuta, original ou cópia.
• Tipologia documental: É apenas a designação
da atividade que gerou o documento. Exemplo: de
serviço, de posse, de concurso.
• Tipo documental: é a configuração que as-
sume um documento de acordo com a atividade
que a gerou. Exemplos: Ata de Posse; Boletim de
Classificação dos Documentos Notas e Frequência de Alunos, Regimento de De-
partamento, Processo de Vida Funcional, Boletim
Quanto ao gênero de Atendimento de Urgência, Prontuário Médico,
Quanto ao gênero, os documentos são classificados Tabela Salarial.
segundo a forma em que a informação foi registrada no
mesmo. Você gosta de Matemática? Vamos misturar Arqui-
Podemos destacar: vologia com Matemática? Você vai gostar!

• Cartográficos: São os documentos em forma-


tos e dimensões variáveis, contendo representa-
ções geográficas, arquitetônicas ou de engenha-
ria. Ex: Mapas, plantas.
Veja no exemplo: Carta precatória. Carta é espécie;
• Iconográficos: São os documentos em supor-
Precatória é tipologia e Carta precatória é um tipo do-
tes sintéticos, em papel emulsionado ou não, con-
cumental.
tendo imagens estáticas. Ex: Fotografias.
E se fosse um Contrato de Prestação de Serviço?
• Informáticos ou digitais: São os documentos
produzidos, tratados e armazenados em computa-
dor. Necessitam de computador para serem aces-

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