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Deuses na Teologia Wicana


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Por Arida Diana e Baco Líber

Um compêndio sobre as Divindades da religião Wicana


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Tradição Gardneriana do Brasil

Beson Blessed Coven - Coventículo da Vassoura Sagrada


Sabará – 2007
Os Deuses na Teologia Wicana

"Eu acho que existem Pagãos e pagãos, e você pode adotar


quaisquer deuses que quiser. Mas a Wicca é específica."
Rick Johnson

Assim como quaisquer outros povos religiosos crêem na existência de Deus. Nós
também cremos. Porém como um povo pagão nós não cremos apenas na existência de
um único Deus, e sim em dois, uma Deusa e um Deus. A Grande Deusa da Lua e das
Estrelas, e o Deus de Chifres da fertilidade e do submundo.
De acordo com os Dogmas Wicanos, a Deusa é a Mãe de tudo o que existe, criadora
de todas as coisas, identificada com a Lua e por isso chamada de Rainha do Céu. O Deus
é um deus chifrudo, o senhor da fertilidade, associado ao Sol, à natureza e a terra.
Ambas as divindades são possuidoras de uma representação Tríplice. Porém essas não
se tratam de divindades locais, ou divindades menores, específicas para uma
determinada ‘função’ e sim, de deuses superiores, divindades cósmicas, ou primais que
se manifestam através da dança cósmica de suas polaridades, atraindo-se mutuamente,
criando e expandindo o universo, e tudo que nele existe, a todo o momento.
Nossa religião é uma religião duoteísta. Ela está centrada no culto da Deusa da Lua e
do Deus de Chifres. Isso quer dizer que na Wica existem duas divindades supremas,
acima de todas as outras, e se por acaso alguém vir essas divindades como iguais a
todos os outros deuses, isso deixará de ser duoteísmo e conseqüentemente não será
mais Wica. O que torna a Wica uma religião é o seu duoteísmo centrado nos gêneros das
polaridades. Na verdade, se um sacerdote tomar a Deusa da Lua e o Deus de Chifres da
religião celta e elevá-los ao lugar de divindades supremas, teremos o duoteísmo wicano.
Não estamos querendo dizer que a Wica é celta. Ela não é. E também não estamos
dizendo que como wicanos não podemos cultuar outras divindades ou trabalhar
magicamente com elas. Só estamos afirmando que nossos deuses têm que ocupar o
lugar supremo em nossa teologia, metafísica, ritualística, e dentro de cada um de nós.
Outras divindades são vistas apenas como aspectos de nossa Senhora e de nosso
Senhor. É isso que duoteísmo significa. Que cultuamos na Wica a Deusa da Lua e o Deus
de Chifres acima de todas as outras divindades, e que nenhuma outra divindade pode ser
cultuada como igual, no mesmo patamar.
Nossos Deuses são divindades específicas, não qualquer divindade que pode ser
acessada a ‘qualquer momento’. Nossos deuses são remanescentes de antigas
egrégoras, estes possuem nomes específicos, assim como específicas formas para
serem invocados.

O único lugar na Wica aonde nós temos uma divisão total de gênero, é sobre a Lua que
é vista totalmente como feminina e sobre o Sol que é totalmente masculino. Esta divisão
explica o motivo pelo qual a chamada de nossos Deuses, e ou suas invocações são
nomeadas de “Drawing Down the Moon” (Puxar a Lua para Baixo) e “Drawing Down the
Sun” (Puxar o Sol para Baixo) (“Drawing Up The Sun” - Puxar o Sol para Cima -, se o
ritual for à noite, quando o sol está oculto sob a terra). A Lua e o Sol são os dois “pilares”
opostos sob uma classificação sexual em nossa Teologia; enquanto que a Terra, o Céu e
o Submundo estão todos entre ambos.
Sobre as Outras Divindades

Existem muitas divindades nos diversos panteões que não são divindades da lua e por
isso nem todas as deusas desses panteões são deusas wicanas. A Senhora Deusa na
Wica de Gardner, é considerada uma Deusa da Lua, das Estrelas, e das águas. A teoria
de que a o aspecto principal da Deusa é o de “Mãe-Terra”, de que o planeta Terra é uma
divindade feminina, afeta totalmente a questão dos gêneros na Wica, ou, o pilar
fundamental da nossa Teologia, já que o nosso selvagem e bruto Deus de Chifres, é o
Deus da Terra.
Qualquer ritual de Wica deve cultuar nossas duas deidades, mesmo que sejam honradas
com diferentes aspectos, tais como o Rei do Carvalho e o Rei do Azevinho, por exemplo,
ou a Deusa no seu aspecto triplo.
Atualmente muitas pessoas quebraram o fundamento duoteísta wicano, ao colocar uma
divindade feminina numa posição superior, rompendo com este todo o equilíbrio
previamente mantido. Assim como também o seria manter apenas o Deus Chifrudo na
mesma posição. Logo como as correntes bipolares, cada qual em seus gêneros, ambos
Senhora, e Senhor, Deusa, e Deus, devem se manter em igual equilíbrio, para aturem
como divindades complementares. Tendo através deste equilíbrio a condição necessária à
criação.
De qualquer modo, se alguém tomar as divindades do panteão grego, por exemplo,
eles deverão ocupar o lugar principal nesse panteão, e não serem divindades menores.
Um bom exemplo, é Pã e Selene. Pã é um deus de chifres e Selene uma deusa da lua,
mas não ocupam o lugar principal no panteão grego. Assim, cultuá-los não poderia ser
visto como Wica. Será algum tipo de paganismo helênico tradicional. Mas não Wica! E
isso se dá com qualquer outro panteão, seja celta, romano ou etrusco. Se uma pessoa
realiza um ritual para Morrigham, Athena, Auar Mazda, Yemanjá, etc; isso será uma
espécie de monismo. E portanto não será tratado como Wica.

Sobre os Nomes Secretos

Nossas divindades mantiveram-se secretas no interior de nossa tradição com o decorrer


dos tempos, através dos sigilosos ritos de elevação. Seus nomes tornaram-se secretos
devido à perda de poder que por ventura seria causada caso estes estivessem nas
nomeações comuns do mundo. Assim os anciões de nossa tradição se empenharam para
manter as integridades de nossas divindades e suas forças intactas.
Uma das maneiras que podemos reconhecer um dos nossos, um Gardneriano, é
através destes verdadeiros e sacros nomes, os de nossa Senhora e de nosso
Senhor. Em nossa elevação de 2º Grau (ou no segundo degrau) os nomes das
divindades por nós cultuadas, nos é passado em somatório às egrégoras de nosso
clã, sendo estes as únicas chaves através do qual podemos diretamente acessa-
los.
A Grande Mãe

“Sou aquela que antes da formação da Terra, era Ea, Binah, G.


Sou esse mar silencioso, ilimitado e amargo
De cujas profundezas a vida brota eternamente...”
Dion Fortune

O culto a Deusa foi a primeira manifestação religiosa da história da Humanidade.


Datando aproximadamente 40000 anos a.C , o culto tinha por ênfase a Mãe que dá a vida
e a amamenta a tribo. Neste período, talvez a sociedade era vista matrifocalmente,
porque a liderança era da mulher, e todas as coisas referentes a ela (parto,
amamentação, gravidez, alimento, sexo, etc.) eram vistas em igual e maior importância.
A Deusa é a Criadora de todas as coisas, e ao mesmo tempo a Destruidora. Tudo vem
Dela e tudo a Ela deve retornar. Ela Foi vista como aquela que Protegia, assim como
também aquela que Punia. Nesta época várias estátuas e pinturas foram feitas
representando a Grande Mãe. Os ídolos de pedra, osso e barro foram descobertos nas
cavernas da Espanha, França, Áustria, Alemanha, Tchecoslováquia, Rússia... Essas
esculturas eram objetos profundamente sagrados e em sua maior parte ritualísticos. A
Sabedoria era passada de geração a geração, de maneira a assegurar a continuação dos
costumes. O parto, a maternidade e a sexualidade feminina eram considerados sagrados.
Não havia o conhecimento do papel do homem na reprodução. Para todos, a mulher
concebia o bebê por ela mesma. Não havia o conceito de paternidade, as crianças só
pertenciam às mães e à comunidade. Crianças ilegítimas não existiam. Elas levavam o
nome de suas mães e a família descendia pela linhagem materna. O marido ao se casar
ia morar com a família da esposa. Esta estrutura social ainda existe em algumas culturas
da África, Índia, Melanésia e Micronésia. Talvez, seja por isto que a Alta Sacerdotisa na
Wica escolhe o seu parceiro e Consorte.
Do envolvimento das mulheres com a religião e com o poder, vieram muitos avanços
como o conhecimento de cura pelas ervas, o parto natural, o primeiro calendário (o
calendário lunar) e a sintonização com os ciclos lunares, o que ajudou na agricultura e na
criação de animais.

As Faces da Senhora da Lua

É fácil entender porque a mulher era identificada com a Deusa, ou, melhor dizendo,
porque a primeira divindade conhecida possuía caracteres femininos... Ainda mais quando
as pessoas descobriram que a gravidez durava 10 lunações e a colheita, e o suceder das
estações seguia um ciclo de 13 meses lunares. O primeiro calendário do homem pré-
histórico foi mostrado nas mãos da famosa estatueta da Vênus de Laussel, que segura
em sua mão um chifre em forma de crescente, com 13 talhos que representam as
lunações. Por sua conexão com a Lua e a mulher, a Deusa é cultuada em 3 aspectos: a
Donzela, que corresponde à Lua Crescente, a Mãe representada na Lua Cheia e a Anciã,
simbolizada na Lua Decrescente, ou seja, Minguante e “Nova”.
Na tradição, a Donzela é representada pela cor branca e significa os inícios, tudo o que
vai crescer, o apogeu da juventude, as sementes plantadas que começam a germinar, a
Primavera, os animais no cio e seu acasalamento. Ela é a Virgem, não só aquela que é
fisicamente virgem, mas a mulher que se basta, independente, auto-suficiente, e a mulher
que ainda não tem filhos. Ela é a Noiva Sagrada...
Como Mãe, a Deusa está em sua plenitude. Sua cor é o vermelho, sua época o verão.
Significa abundância, proteção, procriação, nutrição, os animais parindo e amamentando,
as espigas maduras, a prosperidade, a idade adulta. Ela é a Senhora da Vida, a face mais
acolhedora da Deusa. Ela é Esposa Amante. Ela é Senhora da Terra, e a Grande Rainha.
Por fim, a Deusa é a Anciã, que é a Mulher Sábia, aquela que atingiu a menopausa e
não mais verte seu sangue, tornando-se assim mais poderosa por isso. Simboliza a
paciência, a sabedoria, a velhice, o anoitecer, a cor preta. A Anciã também é a Deusa em
sua face Negra da Ceifeira, a Senhora da Morte. Aquela que precisa agir para que o
eterno ciclo dos renascimentos seja perpetuado. Este é o aspecto com que mais
dificilmente nos conectamos, porém, a Senhora das Sombras, a Guardiã das Trevas, a
Condutora das Almas, é essencial em nossos processos vitais. Que seria de nós se não
existisse a morte? Não poderíamos renascer, recomeçar... Desta forma, é fácil
compreendermos porque a Wica postula a reencarnação. Se fazemos parte de um
universo em constante mutação, que sentido haveria em crermos que somos os únicos a
não participar do processo interminável da vida-morte-renascimento? Essa realidade
existe no microcosmo do ciclo das estações, da colheita que tem que ser feita para que se
reúnam as sementes e haja novo plantio.

A Deusa da Lua e das Estrelas na Teologia Wicana

A Deusa Wicana é uma Deusa Cósmica, Universal, que abrange os maiores atributos
que ocultos que são a vida e a morte. Ela é a luz que emerge das sombras. É a força por
traz das marés. É o encanto da magia e possivelmente aquilo que desejamos encontrar
no final de nossa jornada.

Conceitos menores, deusa disso ou daquilo, jamais são expressados na Wica. A Deusa
é a plenitude e o nada. Ela tem que ser inteira em si. Ela tem que conter a fonte de toda a
existência.
Talvez o conceito que mais se assemelha a Deusa é Dela ser a Senhora das Estrelas e
da Lua.
A Lua representa a força vital da mulher, do Princípio Feminino que rege o Universo, o
Feminino Sagrado. Ela também representa a Magia por trás da noite, que as bruxas
cultuam em sua maior essência. Ela é Diana, Ísis, Arádia, Hécate, Cerridwen. E como a
Deusa das Estrelas, ela representa a chama, a esperança e a integridade com o Todo, o
nosso retorno e o principalmente o Grande Mistério. Ishtar, Astarte, Arianrodh, Inana.

Os mistérios do sangue pelos quais a mulher passa, são uma das chaves ao
entendimento da Wica. E todos os outros mistérios femininos são formas de adentrar no
reino da Senhora. Não temos como explicar o que não é racionalmente explicado. Mas
podemos compreender a plenitude da Deusa no seio do círculo ritual, em uma vivência
pessoal e intransferível. A força imanente da Deusa é como a pulsação da vida em nosso
ser no mais íntimo e profundo espaço de nossa alma. Talvez por isso seja mais difícil
acessá-la.

Conquanto a Deusa presida a pulsação vital constante do Universo, é imprescindível


que entendamos o papel do Deus. Ela é a Senhora da Vida, mas Ele é o Portador da Luz;
Ela é o ventre, Ele o falo ereto; Ela gera a vida, Ele é a faísca que inicia o processo, em
plena harmonia, sem predomínios nem competições, mas pela completa união... Ambos
parceiros no desenrolar da música e dança que criam e recriam o universo ainda hoje...
Na Primavera Ela é a Donzela, Ele o Deus Azul do Amor... No verão ela é a Mãe, grávida,
ele o Galhudo, o Deus da Vegetação e dos Animais, Cernnunos... No outono ele desce
para o Mundo Subterrâneo, como o Deus Negro do Mundo Inferior, do sacrifício e da
Morte e Ela a Anciã que abre os portais e o acolhe durante sua transmutação. No inverno
ele renasce do próprio ventre escuro da Deusa, que quase torna, assim, a um só tempo,
sua consorte e sua mãe...

A maior expressão da divindade na Wica Gardneriana, é a Invocação Ritual. Nela tanto


o Deus, o nosso Senhor, quanto a Deusa, a nossa Senhora, passam a ser vistos no casal
divino que é representado pelos Altos Sacerdotes.

O Deus de Chifres

“O fato de nosso Deus possuir chifres é na


verdade um dos pontos essenciais da teologia wiccana.”
Lady Delia, HP Gard 3*

Os mais antigos ícones entalhados de figuras divinas neolíticas foram encontrados na


área outrora ocupada pela Antiga Europa (por volta de 4300 a.C. ). Há pinturas e
esculturas paleolíticas muito anteriores nas regiões sul e oeste da Europa, mas estamos
preocupados apenas com itens rituais práticos, pois estão associados a cultos
formalizados.
A mais antiga imagem do Deus Cornífero na Wicca apresenta-o como um deus com os
chifres de um alce. Nessa forma, ele representava o Senhor da Floresta, abastecendo as
necessidades da vida humana bem como da animal. O alce foi escolhido como símbolo.
Iniciaremos nossa busca pelo antigo deus da Wicca por onde seus primeiros ícones
surgiram, no sul dos Alpes na Antiga Europa. Essa forma de deus continuou a ser
cultuada até a transição para a agricultura.
A medida que os humanos se estabeleciam em um determinado local para cultivar
plantações, eles também desenvolviam sua habilidade em domesticar animais. Bodes
assumiram maior importância e acabaram por substituir o símbolo do alce na cultura
humana. Assim, o deus com cornos de alce da sociedade dos caçadores-coletores foi
transformado no deus com chifres de bode da comunidade agrícola. Nesse estágio de
desenvolvimento ele assumiu outros aspectos, refletindo o desenvolvimento da
compreensão humana, pois tais humanos não mais eram aqueles primitivos habitantes
das florestas; eram agora construtores de civilizações. É interessante notar, contudo, que
o deus com chifres de bode ainda retinha a natureza selvagem do alce em seu interior,
como atesta a natureza do deus Pã.
O Deus Wiccano era conhecido por muitos nomes em tempos antigos. Originalmente,
era conhecido como “O Chifrudo”. Em latim, algo como Cornuno: cornu significa “chifre” e
uno, “um”. Essa é a base para o nome do deus alce celta Cernunnos, o qual foi
reconhecido e nomeado pelos romanos em seus contatos com o povo celta. Era também
conhecido pelo nome de Dianus (do latim divianus, “o divino”), e como Dionísio (ou
Dionysus, “o divino de Nicéa”). Nas regiões celtas era chamado de Myrddin, Suibhe Geilt,
Cernowen ou Hu Gadarn, bem como muitos outros nomes além de Cernunnos. (...) Os
Druidas foram também associados ao deus cornífero celta Cernunnos (se bem que mais
comumente como Hu Gardan), o qual surgiu das crenças locais dos celtas e,
posteriormente, absorveu as Doutrinas Misteriosas importadas pelos romanos.
(...) Imagens de seres com chifres aparentemente são as mais primordiais
representações da divindade masculina. Surgiram pela primeira vez em pinturas e
entalhes nas paredes de cavernas no período paleolítico e posteriormente em estátuas e
ícones na era neolítica da Antiga Europa. A mais famosa pintura de uma figura masculina
com chifres é o que os arqueologistas alcunharam de “O Sacerdote” de Trois Freres (no
sul da França). Essa imagem segundo consta, retrata um homem trajando peles e chifres
de animais, talvez um xamã, aparentemente associado à magia de caça ou a uma
cerimônia envolvendo a presa.
O mais antigo entalhe em cavernas de um deus com chifres de alce encontra-se numa
caverna em Camonica, no norte da Itália, e data de cerca de 400 aC. Muitos acreditam
que a figura de Camonica é na verdade o deus celta Cernunnos e que o símbolo em seus
braços é o torque celta.
(...) Quando do os romanos ocuparam as terras celtas a norte e oeste, depararam-se
com uma deidade com chifres de alce de aparência semelhante à do antigo deus itálico.
Os romanos identificaram as semelhanças e lhe atribuíram o nome latino Cernunnos, o
chifrudo. A influencia da ocupação romana modificou a crença celta de muitas maneiras.
A importância do deus cornífero era seu poder sobre o reino animal, bem como sobre a
vida silvestre em geral.

O Deus na Teologia Wicana

O Deus de Chifres na Wica, também é conhecido pelas nomenclaturas de o Antigo, o


Senhor da Vida e da Morte. Ele é uma de suas faces o Sol que, em seu curso, consagra-
se através das oito festas anuais, os Sabaths. Ele é ativo, penetrante, energético,
poderoso, desejoso e lascivo, com seus atributos representados pelos elementos ar e
fogo, os elementos masculinos.

Apesar dessa palavra serem igualmente usada pelos Judeus em seu descanso
semanal, sabath pode ter se originado de Sabazius, um deus pagão de origem das
culturas do Oriente Médio, de quem os Judeus fazem parte. Em textos medievais Ele
também é chamado de Janicot, na Grécia foi chamado de Pan e Herne. Ele é também o
Senhor dos Campos, responsável por abrir e preparar a terra para a sementeira e garantir
a colheita. No momento da colheita, ele é o Rei Sagrado Sacrificado, os grãos, frutos e
carnes produzidos pelos fazendeiros. Após seu sacrifício, ele se encaminha ao
Submundo, tornando-se o Senhor da Morte. Nesse momento, a terra começa a ser
coberta pelo frio, a escassez de alimentos aumenta e chega o Inverno. Seus sombrios
aspectos são algumas vezes ignorados nas formas contemporâneas de paganismo
porque a nossa sensibilidade moderna não está à vontade com elas.
As Faces do Senhor Chifrudo

Na Grécia, Dionísio possuía todos esses atributos, era visto como o consorte de
Ártemis, Deusa dos bosques e dos animais selvagens. Essas características silvestres
permaneceram como atributos das divindades na Wicca.
Com o surgimento da agricultura, o Deus torna-se associado às culturas agrícolas, e
Dionísio, por exemplo, é representado segurando um tirso e um cálice, símbolos do falo e
do útero.
O Deus é também o Senhor das Colheitas, que se oferece em sacrifício para que a
humanidade possa sobreviver. A origem dos ritos da comunhão é muito antiga, quando o
povo consumia a natureza divina transformada em pão e vinho, unindo-se ao seu espírito.
Esses ritos estavam intimamente ligados aos mistérios da transformação e
reencarnação, e eram retratados nos ciclos do reino vegetal e no mito da Roda do Ano.
O Deus é filho e amante da Deusa. Traz o equilíbrio das duas polaridades criadoras, e
um não existe sem o outro. Na observação do tempo e das estações, encontramos a
compreensão desse mito tão antigo.
O Deus, fecunda a Deusa no festival de Beltane. O Sol atinge seu ponto mais alto no
Solstício de Verão, que marca o apogeu, dando início ao declínio divino. Mas a semente
do Deus está viva no ventre da Deusa, do mesmo modo que as sementes crescem no
seio da terra, o Outono traz as colheitas e o Sol perde a sua força.
O amadurecimento traz o período da ceifa. O Deus, personificado no trigo, morre e
renasce como o pão (como no mito o Pai envelhece e renasce no Filho). Em Samhain, o
Deus morre, mas a semente esta viva no útero da Deusa. A Criança Divina nascerá da
Mãe. No Solstício de Inverno crescerá e se tornará cada vez mais forte. Na primavera, ele
está pleno de vida e começa a cortejar a Deusa, para no início do verão unir-se a ela e
engravidá-la.
O Deus nasce, cresce, envelhece e morre para renascer dele mesmo do ventre da Mãe.
A Deusa é eterna, apenas se modifica e se transforma para cumprir os ciclos vitais.

A Face Negra do Senhor da Morte

"No século XVI, durante o processo das bruxas de Aberdeen, Andro Man descreve uma reunião de
Sabá onde ele viu o Antigo sair da neve sob a aparência de um cervo".
Este era um encontro com uma das mais arcaicas e primais divindades da alma do povo europeu
– o ancestral Deus Cornudo da morte, da fertilidade e do êxtases profético, o sombrio Deus do
mundo subterrâneo.”

Nigel Jackson

Visto e identificado em antigos contos medievais como o corvo, o cavalo e o cão negro,
o bode, ou mesmo o ganso das neves, o Senhor da Caça Selvagem o Velho Cornudo é
o estranho que guia da caça invernal. Enquanto os meses de neve e frio assolam os
campados, quando a terra é frágil e suas sombras se tornam grandes. Este se mostra
presente. Durante este tempo o véu entre os mundos se torna frágil, e este sai com sua
matilha durantes essas noites gélidas.

“Um antigo nome do Furioso em dialeto inglês é "Owd Scrar" que vem de "Schrat" que
em antigo Hoch Deutch significa "demônio das florestas ramalhudas". Este termo é
utilizado para designar o Diabo na velha versão da Bíblia (ainda um outro exemplo de
uma interpretação errônea dos cristãos).”

“O Diabo aparecia assim algumas vezes no Sabá; em 1655 por ocasião de um


processo de bruxaria em Suffolk foi relatado que "o Antigo se manifestou sob a forma de
um cão ruivo e velho tocando a cornemusa", em 1617 em Guernesey, a bruxa Isabel
Becquet o viu sob a forma de um cão com grandes chifres". Em Guernesey a tradição
designa o Cão Negro sob o nome de Tchi-Co e o descreve com olhos luminosos e de
uma corrente barulhenta.O laço entre os cães e os poderes da morte é antigo porque aos
cães são atribuídos a percepção da presença da deusa Hela.”

Mencionado diversas vezes como o Diabo, o Senhor de Cornos assim como o seu
Sacerdote, o Homem de Negro, seu veículo humano, sempre foram confundidos pelos
olhares cristãos como a própria faceta do mal. Porém a Wica não possuindo os chamados
conceitos entre o bem e mal, nada pode fazer quanto a isso. Nossos conceitos são
baseados no equilíbrio, por tanto nossos deuses assim como nós, possuem estes ambas
facetas. Assim como tudo o vive sobre a terra. Uma leoa ao devorar um bisão pode ser
considerada malévola e fria, porém ao alimentar os seus filhotes com o mesmo, é então
considerada boa e protetora.

“Em algumas formas de Bruxaria Tradicional o Cão Negro é representado pelo bastão,
um forcado em madeira de freixo plantado ao Norte do Círculo assim como o Guardião
Cornudo do portal entre os mundos. Algumas vezes o bastão é formado por um par de
chifres de touros montado sobre um bastão com uma coroa de linho preso a duas flechas
cruzadas”

O Deus negro é aquele que concede a iniciação, que abre as portas para o que há
além, para as vias do Mundo Subterrâneo e inebriado onde residem as almas sem carne.
Seu reino é o reino dos mortos o mundo inferior onde nenhum pássaro canta, terrível é a
sua presença, a chegada da própria morte. Ele é o medo que nos testa e que nos ensina,
ele pode ser sentido pela brisa do inverno e pela pálida expressão da vida por sobre os
bosques desolados. Não devemos ignora-lo, pois fazendo isso manteremos-nos alheios
ao inevitável fim, a qual todos, um dia chegaremos.
Bibliografia

SUMMERS, Catherine, VAYNE Julian. Sementes da Magia. Lisboa, PO: Ed. Estampa, 1996. 176p.
ISBN: 972-33-1165-8.

GRIMASSI, Raven. Os Mistérios Wiccanos, antigas origens e ensinamentos. Tradução de Cláudio


Crow Quintino. São Paulo, SP: Gaia, 2001. 284p. ISBN: 85-85351-78-0.

MARTINEZ, Mário. Wicca Gardneriana. São Paulo, SP: Gaia, 2005. 185p. ISBN: 85-7555-068-3.

Dos textos de Mario Martinez e de Nigel Jackson.

HOLZER, Hans. A Verdade sobre a Bruxaria. Tradução de Nadile Werneck. Rio de Janeiro, RJ:
Distribuidora Record, 1969. 235p.

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