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Informações básicas
Encontros: 2 (D. I. Pub. e D. I. Priv.)
Bibliografia:
Valério Mazzuoli. Curso de Direito Internacional Público.
Paulo H. Gonçalves Portela. Direito Internacional Público e Privado.
1 Aspectos conceituais
Todo o sistema de regras, costumes e princípios internacionais que regem as relações entre os sujeitos de Direito
Internacional dentro da sociedade internacional.
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2 Fundamentos do Direito Internacional
I Teoria voluntarista
II Teoria objetivista
O Direito Internacional tem suas próprias regras, princípios e costumes que são independentes da vontade dos
Estados.
Descentralização:
Na ordem jurídica internacional , não existe um órgão central que concentre todas as normas e poderes decisó-
rios.
Horizontalidade:
Coordenação:
Deve haver uma cooperação entre os Estados para cuidar dos problemas internacionais.
É usado como último recurso. Quando todos os métodos se esgotam, o uso da força entra em ação.
A legítima defesa, como meio lícito de uso da força (Art. 51 da Carta da ONU) - efetivo ataque armado.
Coloca o ser humano como figura central de proteção nos compromissos internacionais.
Diversidade de atores:
Não é só o Estado o único ator do Direito Internacional Público. Ex. Organizações Internacionais.
4 Fontes do Direito Internacional Público (Estatuto da Corte Internacional de Justiça de 1945 – Art. 38)
I Primárias
• Tratados internacionais
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• Costumes
• Princípios gerais de direito
II Auxiliares
• Doutrina e Jurisprudência
• Equidade
• Resoluções de Organizações Internacionais*
• Atos jurídicos Unilaterais*
O Artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça de 1945 foi criado para servir de roteiro dos seus traba-
lhos. Um artigo de conteúdo exemplificado e não exaustivo.
O Artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça de 1945 não estabelece nenhum tipo de hierarquia. Ou
seja, não existe uma hierarquia entre tratados internacionais, costumes internacionais ou pricípios internacionais
do direito.
Tratados internacionais
Convenção Pacto
Carta Tratado
Protocolo Acordo...
Ata
Ato
Princípios norteadores
- Livre consentimento;
- Boa-fé;
- Pacta sunt servanda.
Convenção de Viena de 1969 sobre o Direito dos Tratados: Art. 26 – todo tratado em vigor obriga as partes e
deve ser cumprido por elas de boa-fé.
a) Título
b) Preâmbulo ou exórdio
c) Considerandos
d) Articulado
e) Fecho
f) Assinatura
g) Anexos ou apêndices
a) Título: indica a matéria tratada pelo acordo ou, mais amplamente, o assunto nele versado;
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b) Preâmbulo ou exórdio: indica as partes contratantes, é dizer, os sujeitos de Direito Internacional Público que
concluem o tratado;
c) Considerandos: indicam as intenções, vinculações e motivos das Partes em relação a celebração do acordo.
d) Articulado: principal elemento do instrumento convencional, composto por uma sequência de numerados, onde
se estabelecem todas as cláusulas de operatividade do acordo.
e) Fecho: especifica o local e a data da celebração do tratado, o idioma em que o mesmo será redigido e o núme-
ro de exemplares originais.
f) Assinatura: Chefe de Estado, Ministro das Relações Exteriores, ou de outra autoridade que represente o Presi-
dente da República na celebração do instrumento.
g) Anexos ou apêndices: instrumentos com natureza de norma jurídica convencional.
Requisitos de validade
A Parte que quer celebrar o tratado deve ser capaz – Sujeito de Direito Internacional Público
Exemplos :
Consentimento mútuo:
As partes devem concordar sobre a celebração do acordo, não pode haver coação.
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2 Quanto ao tipo de procedimento utilizado para a sua conclusão
Única fase que consiste na assinatura do acordo, momento em que as Partes já se obrigam definitivamente.
ficação.
a) Transitórios
Perduram no tempo, porém tem sua execução exaurida de forma imediata no instante exato da sua conclusão
(estabelecimento de fronteiras, transmissão definitiva de bens).
b) Permanentes
Tratados cuja execução se prolongam por prazo indeterminado no tempo (Comércio, aliança, extradição, coope-
ração).
a) Mutalizáveis
O descumprimento parcial de alguma ou algumas das Partes não tem o condão de comprometer a execução do
acordo como um todo.
b) Não-mutalizáveis
Geralmente celebrado por grande número de Estados e têm por objetivo fixar normas gerais e abstratas de Direito
Internacional. Regras válidas para as Partes contratantes, podendo ser comparadas a verdadeiras leis.
b) Tratados-contrato
Busca estabelecer uma prestação e contraprestação individual com fim comum (igualam-se aos contratos de direi-
to interno). O tratado se exaure com o cumprimento da obrigação.
a) Abertos: permite a adesão posterior de Sujeitos que não figuraram como signatários originais.
b) Fechados: não permite a adesão posterior de Sujeitos que não figuraram como signatários originais.
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Fase Interna : Referendo Parlamentar e Ratificação do Executivo
a) Requisitos de validade do tratado (capacidade das Partes, habilitação dos agentes signatários; consentimento
mútuo e objeto lícito e possível).
b) Competência: privativa do Presidente da República (Art. 84, VIII da CR/88).
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Dica quente! As Convenções Internacionais do Trabalho, concluídas no âmbito da OIT, obrigam a sua submissão
à aprovação parlamentar.
Competência: Congresso Nacional (Art. 49, I, da CF/88). Decreto Legislativo (Art. 59, VI, CF/88).
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromis-
sos gravosos ao patrimônio nacional;
VI - decretos legislativos;
Dica quente! O Congresso não ratifica o tratado, ele o referenda (aprova) ou rejeita. Quem ratifica é o Presidente
da República.
a) Ratificação: Estado estabelece no plano internacional formalmente a sua anuência em relação ao acordo que
foi negociado.
b) Adesão: no caso de acordo já em vigor, os Estados realizarão a adesão.
Promulgação: o Presidente da República promulga por meio de um Decreto Presidencial (exigência do Supremo
Tribunal Federal).
Publicação: uma vez publicado o Tratado, a todos é dado conhecimento de seus termos e do início de sua vigên-
cia.
V Fase (âmbito internacional). Entrada em vigor (Convenção de Viena (1969), art. 24, § 1 e § 2).
VI Fase (âmbito internacional). Registro e Publicação (Carta das Nações Unidas, art. 102, §1).
Regra geral
Paridade normativa segundo o STF. Os Tratados internacionais tem status de lei ordinária federal.
Exceções
Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão obser-
vados pela que lhes sobrevenha.
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I Doutrina tributarista defende a aplicação moderada desse dispositivo legal.
II Doutrina internacionalista defende a aplicação na íntegra do presente dispositivo.
Segunda e terceira exceções – Direitos Humanos
II. Emenda Constitucional 45/2004 – Reforma do Judiciário (Art. 5, § 3, CF/88).
CR/88 – Art. 5º
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais. (Emenda Constitucional 45/2004).
1 e 2. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.
3. Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas para Pessoas Cegas de 2013.
III. Norma supralegal (abaixo da Constituição, porém acima de toda legislação infraconstitucional).
Pacto de São José da Costa Rica (Convenção Interamericana de Direitos Humanos, 1969). Trata da proibição da
prisão do depositário infiel (Art. 5, LXVII, CF/88).
Execução integral; Término do prazo de vigência; Consentimento mútuo; Denúncia; Inviabilidade de execução; ...
Denúncia :
Denúncia: ato unilateral pelo qual o Estado manifesta sua intenção de não mais fazer parte do compromisso.
Competência interna: Chefe do Estado e não precisa de autorização parlamentar (regra geral!)
Tratados de Direitos humanos com hierarquia de emenda constitucional = rol de direitos fundamentais = cláusulas
pétreas.
Doutrina: possibilidade de denunciar um tratado de Diretos humanos apenas para sua substituição por outro que
amplie (P.H.G. Portela).
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Jurisprudência: julgamento ADI 1625 (em curso), orientação para a impossibilidade do Presidente denunciar trata-
dos sem o consentimento do Congresso Nacional – voto Min. Joaquim Barbosa.
Costume
Ex. vedação ao uso da força no plano internacional. Os Estados em regra não recorrem ao uso da força armada
contra outros.
Elemento Objetivo:
Elemento Subjetivo:
Existe uma consciência prévia dos sujeitos sobre a obrigatoriedade daquele comportamento.
Quanto a extensão geográfica da prática costumeira, pode-se dar nos seguintes contextos:
Extinção do costume
Fontes secundárias
1 Atos Unilaterais
Manifestação volitiva unilateral do Estado capaz de produzir efeitos jurídicos de alcance internacional.
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2 Decisões das Organizações Internacionais
3 Jurisprudência e Doutrina
Divergência doutrinária;
4 Analogia e equidade
Meios para compensar, seja a inexistência de uma norma, seja sua evidente falta de préstimo para proporcionar
ao caso concreto um deslinde minimamente justo.
Analogia: fazer valer para determinada situação de fato, a norma jurídica concebida para aplicar-se a uma situa-
ção semelhante, na falta de regra que se ajuste ao exato contorno do caso posto ante o intérprete.
Equidade: Cuida-se de decidir à luz de normas outras – mais comumente princípios – que preencham o vazio
eventual.
I Estado
II Organizações Internacionais
III Beligerantes
IV Insurgentes
V Santa Sé
VI Palestina
VII Indivíduos: minoria da doutrina
Empresas Privadas e Organizações Não Governamentais, não são sujeitos do Direito Internacional.
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Indivíduos: minoria da doutrina*.
Posição minoritária: quando existir, em território brasileiro, bens, que, embora pertencentes ao Estado estrangeiro,
sejam estranhos, quanto à sua destinação ou utilização.
A Organização das Nações Unidas - ONU e sua agência Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento -
PNUD possuem imunidade de jurisdição e de execução relativamente a causas trabalhistas (RE 597368 – Recur-
so Extraordinário. Min. Ellen Gracie - 05.2013).
Imunidade de jurisdição absoluta de ONU/PNUD e a incompetência da Justiça do Trabalho brasileira para a maté-
ria.
Em maio de 2015, a 8 Turma do TST – A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) tem imunidade absoluta de jurisdição, de acordo com a Convenção sobre Privilégios e Imunidades das
Nações Unidas (Convenção de Londres), ratificada no Brasil pelo Decreto 27.784/50.
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Competência nacional para o julgamento de pessoa jurídica de Direito Internacional Público
Organizações Internacionais
Associação voluntária de Estados e ou de outras entidades, constituída por meio de um tratado, com interesse de
perseguir uma mesma finalidade, por intermédio de uma permanente cooperação entre seus membros. (SEITEN-
FUS, Ricardo; VENTURA, Daisy. 1999).
Personalidade jurídica derivada da vontade dos Estados, independentemente da previsão no tratado constitutivo.
1 Características
a) Multilateralismo;
b) Permanência;
c) Institucionalização;
2 Classificação
Organização de âmbito universal, de caráter permanente, intergovernamental e com personalidade jurídica pró-
pria (antecedida pela Liga das Nações).
Órgãos
I Assembleia Geral
Principal órgão deliberativo da ONU. Cada Estado tem direito a um voto. Suas deliberações não têm caráter obri-
gatório.
II Conselho de Segurança
15 Estados membros: 5 permanentes (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia - CEFRR) e 10 rota-
tivos (2 anos).
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III Conselho Econômico e Social
IV Conselho de tutela
Utilizado para supervisionar os governos que administravam os territórios. O Conselho deixou de operar a partir
de 1994, com a independência do último território (Ilhas Palau no Pacífico).
Objetivo principal de resolver os litígios entre os Estados, funcionando também como órgão consultivo.
(Art. 35 ECIJ) A Corte estará aberta aos Estados que são partes do presente Estatuto. As condições pelas quais a
Corte estará aberta a outros Estados serão determinadas pelo Conselho de Segurança.
Competência consultiva: tarefa da emissão de parecer (art. 96 da Carta das Nações Unidas e do artigo 65 do Es-
tatuto da Corte Internacional de Justiça).
Capacidade para solicitar o parecer consultivo: Assembleia-Geral, Conselho de Segurança da ONU, bem como
por outros órgãos das Nações Unidas e entidades especializadas, que forem em qualquer época devidamente
autorizados pela Assembleia Geral da entidade. Tais pareceres, em princípio, não são vinculantes, embora pos-
sam vir a sê-lo, caso as partes que o solicitem o convencionem (Art. 65 CIJ).
VI Secretariado
a) Fundo Monetário Internacional (FMI): tem a finalidade básica de prestar auxílio emergencial a países em crise
econômico-financeira. Acordo de Bretton Woods, 1944.
b) Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD): tem a finalidade básica de prestar auxílio
financeiro para projetos de longo prazo. Acordo de Bretton Woods, 1944.
c) Organização Mundial do Comércio (OMC): tem a finalidade de estimular o comércio internacional como forma
de desenvolvimento econômico e combater suas práticas desleais.
Não há previsão expressa sobre a possibilidade de participação de amici curiae no procedimento de solução de
controvérsias da OMC. Mas, desde 1998, algumas ONGs têm apresentado, ou ao Painel ou ao Órgão de Apela-
ção, textos de posição sobre o tema em análise na controvérsia.
1 Marco jurídico
2 Conceitos
3 Imunidades de jurisdição no estado acreditado – Art. 31 da Convenção: Penal, Civil e administrativa, salvo nos
casos:
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a) uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditado, salvo se o agente diplomático o
possuir por conta do Estado acreditado para os fins da missão.
b) uma ação sucessória na qual o agente diplomático figure, a título privado e não em nome do Estado, como
executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário.
c) uma ação referente a qualquer profissão liberal ou atividade comercial exercida pelo agente diplomático no
Estado acreditado fora de suas funções oficiais.
O Estado acreditante deverá certificar-se de que a pessoa que pretende nomear como Chefe da Missão perante o
Estado acreditado obteve o Agrément do referido Estado (Art. 4, 1).
O Estado acreditado não está obrigado a dar ao Estado acreditante as razões da negação do " agrément ". (Art. 4.
2)
Em caso de falecimento de um membro da Missão os membros de sua família continuarão no gôzo dos privilégios
e imunidades a que tem direito até a expiração de um prazo razoável que lhes permita deixar o território do Estado
acreditado (Art. 39. 3).
A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção que os locais da missão
(Art. 30)
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