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PRELIMINARMENTE:
1 – DA JUSTIÇA GRATUITA
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2. Esse entendimento, embora não tenha a adesão uniforme da doutrina e nem de
todos os juízes, é o que legitimamente define o conteúdo e o sentido das normas
que disciplinam a matéria, já que se trata do entendimento emanado do órgão do
Poder Judiciário que tem a atribuição constitucional de interpretá-las.
3. O art. 3º da LC 118/2005, a pretexto de interpretar esses mesmos enunciados,
conferiu-lhes, na verdade, um sentido e um alcance diferente daquele dado pelo
Judiciário. Ainda que defensável a 'interpretação' dada, não há como negar que a Lei
inovou no plano normativo, pois retirou das disposições interpretadas um dos seus
sentidos possíveis, justamente aquele tido como correto pelo STJ, intérprete e
guardião da legislação federal.
4. Assim, tratando-se de preceito normativo modificativo, e não simplesmente
interpretativo, o art. 3º da LC 118/2005 só pode ter eficácia prospectiva, incidindo
apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência.
5. O artigo 4º, segunda parte, da LC 118/2005, que determina a aplicação retroativa
do seu art. 3º, para alcançar inclusive fatos passados, ofende o princípio
constitucional da autonomia e independência dos poderes (CF, art. 2º) e o da
garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5º,
XXXVI).
6. Arguição de inconstitucionalidade acolhida.
(AI nos EREsp 644736/PE, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL,
julgado em 06.06.2007, DJ 27.08.2007 p. 170).GRIFO NOSSO.
MERITORIAMENTE:
3 – DOS FATOS
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Mato Grosso – UFMT, momento em que junto com outros litisconsortes ajuizou ação
para reaver valores que lhe eram devidos, nos autos da Ação Originária nº 96.000.082-
48 (Assunto: Índice de 28,86% Lei 8.622/93 e 8.627/93 – Reajuste de Vencimentos –
Servidor público Civil – Administrativo; Data do ajuizamento: 07/03/1996; Data do
transito em julgado: 01/09/1997; Local: 1ª Vara Federal da Seção Judiciária de Mato
Grosso – TRF 1ª REGIÃO). Posteriormente a ação entrou em fase de execução, onde os
autos receberam nova numeração, Ação nº 1997.360.000.541-66, com transito em
julgado em 16/06/2008.
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quando da escolha da opção de tributação acabou escolhendo, por desconhecimento
da norma, equivocadamente a opção de “Tributação com Ajuste Anual”, sendo que a
opção de Tributação correta seria a “Tributação com Ajuste Anual Exclusivo na Fonte”,
conforme cópias de declaração de Imposto de Renda anexas (uma cópia de como foi
informada - declaração informada -, e outra de como deveria ter sido informada -
declaração retificadora). Portanto, a renda recebida pela Autora não deveria ter sido
posta como tributável, pois os valores recebidos a título de decisão judicial não é
tributável.
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Ocorre que a promovente é servidora pública federal e mensalmente é
deduzido de seus rendimentos a importância relativa ao IRPF. Neste particular, após a
demandante preencher a declaração retificadora no ano-calendário 2010, constatou
que, além do pagamento indevido de R$ 25.163,42 (vinte e cinco mil, cento e sessenta
e três reais e quarenta e dois centavos), também possuía direito a ser restituída da
importância de R$ 4.435,07 (quatro mil, quatrocentos e trinta e cinco reais e sete
centavos).
4 – DO DIREITO
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Autora o valor de R$ 4.435,07 (QUATRO MIL, QUATROCENTOS E TRINTA E CINCO REAIS E
SETE CENTAVOS) que não foi restituído pelo erro de preenchimento da declaração.
Vejamos:
EMENTA
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE.
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO ATRASADO. JUROS MORATÓRIOS INDENIZATÓRIOS.
NÃO-INCIDÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 535, CPC. OMISSÃO QUANTO A DISPOSITIVO
CONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 356 DO STF1. O
STF, no RE 219.934⁄SP, prestigiando a Súmula 356 daquela Corte, sedimentou
posicionamento no sentido de considerar prequestionada a matéria constitucional
pela simples interposição dos embargos declaratórios. Adoção pela Suprema Corte
do prequestionamento ficto. 2. O STJ, diferentemente, entende que o requisito do
prequestionamento é satisfeito quando o Tribunal a quoemite juízo de valor a
respeito da tese defendida no especial. 3. Não há interesse jurídico em interpor
recurso especial fundado em violação ao art. 535 do CPC, visando anular acórdão
proferido pelo Tribunal de origem, por omissão em torno de matéria constitucional.
4. No caso de rendimentos pagos acumuladamente, devem ser observados para a
incidência de imposto de renda, os valores mensais e não o montante global
auferido.5. Os valores recebidos pelo contribuinte a título de juros de mora, na
vigência do Código Civil de 2002, têm natureza jurídica indenizatória. Nessa condição,
portanto, sobre eles não incide imposto de renda, consoante a jurisprudência
sedimentada no STJ.5. Recurso especial não provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça “A Turma,
por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a).
Ministro(a)-Relator(a).” Os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto Martins, Herman
Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Brasília-DF, 05 de novembro de 2008(Data do Julgamento)
MINISTRA ELIANA CALMON Relatora
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recebidos de forma acumulada, os Tribunais Superiores vêm reiteradamente decidindo
pela não tributação sobre a totalidade dos rendimentos recebidos, o chamado regime de
caixa.
Por meio da Medida Provisória n.° 497/2010, convertida na Lei n.° 12.350
de 2010, foi reconhecido este tratamento para todos os rendimentos recebidos
acumuladamente referentes aos anos anteriores, cuja aplicação veio a ser
regulamentada pela Receita Federal por meio da Instrução Normativa RFB n.° 1.127, de
07/02/2011, publicada no DOU de 08/02/2011.
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O que deu ensejo ao pagamento englobado dos valores foi o fato de as
parcelas não terem sido pagas na ocasião em que eram devidas. O adimplemento
ocorreu de uma só vez por determinação judicial, conforme pode ser observado no
comprovante de levantamento judicial anexo, onde fora deduzido na fonte o valor
referente ao IR.
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TRIBUTÁRIO. AÇÃO REVISIONAL DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. VALOR MENSAL DO
BENEFÍCIO ISENTO DE IMPOSTO DE RENDA. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS
ACUMULADAMENTE. NÃO-TRIBUTAÇÃO.
1. O pagamento decorrente de ato ilegal da Administração não constitui fato
gerador de tributo.
2. O imposto de renda não incide sobre os valores pagos de uma só vez pela
autarquia previdenciária, quando o reajuste do benefício determinado na sentença
condenatória não resultar em valor mensal maior que o limite legal fixado para
isenção do referido imposto.
3. A hipótese in foco versa proventos de aposentadoria recebidos incorretamente e
não rendimentos acumulados, por isso que, à luz da tipicidade estrita, inerente ao
direito tributário, impõe-se o acolhimento da pretensão autoral.
4. O Direito Tributário admite, na aplicação da lei, o recurso à eqüidade, que é a
justiça no caso concreto. Ora, se os proventos, mesmos revistos, não são tributáveis
no mês em que implementados, também não devem sê-lo quando acumulados pelo
pagamento a menor pela entidade pública. Ocorrendo o equívoco da Administração,
o resultado judicial da ação não pode servir de base à incidência, sob pena de
sancionar-se o contribuinte por ato do fisco, violando os princípios da Legalidade e da
Isonomia, mercê de chancelar o enriquecimento sem causa da Administração.
5. O aposentado não pode ser apenado pela desídia da autarquia, que negligenciou-
se em aplicar os índices legais de reajuste do benefício. Nessas hipóteses, a revisão
judicial tem natureza de indenização pelo que o aposentado isento, deixou de
receber mês a mês.
6. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1069718/MG, Rel. Ministro LUIZ
FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/04/2009, DJe 25/05/2009)
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acumuladamente decorrentes de remuneração, vantagem pecuniária ou provento
recebidos a menor pelo contribuinte em cada mês-competência, cujo pagamento se dê
mês a mês ou em menor período, devendo ser aplicada mês a mês, para o cálculo do
imposto de renda devido, a alíquota correspondente à tabela progressiva vigente no
período mensal em que apurado o rendimento percebido a menor após somado este
com o valor já pago". (Arguição de Inconstitucionalidade nº 2002.72.05.000434-0, Rel.
Des. Federal Álvaro Eduardo Junqueira).
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5 – DOS PEDIDOS
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e) A produção de todos os tipos de provas em direito admitidas;
Nestes Termos.
Pede Deferimento.
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