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AMPARO-ALVES, Jaime.

Inimigo Público: a imaginação branca, o terror racial e a construção da


masculinidade negra em “Cidade de Deus”.

- Tais políticas operam sob um registo racial que associa os corpos que associa os corpos das
mulheres negras como geradores de violência e a favela como uma topografia do mal (p.60);

- “governança necropolítica”;

- Neste sentido, as operações nas favelas realizadas pela polícia devem ser compreendidas no
contexto das estratégias de criação de uma “imagem controladora” (COLLINS, 2005), de corpos
e geografias vistos como ameaça a ordem branca. Helicópteros, armas sofisticadas, policiais,
câmeras, repórteres... são dispositivos que produzem não apenas as narrativas de soberania do
Estado, mas também os corpos e as geografias puníveis (p.60);

- Apesar de perturbadores, os números de assassinatos de negros nas favelas pela polícia são
“apenas” um aspecto da reiteração mundana da descartabilidade do corpo negro na sociedade
brasileira. Corpos negros explorados no emprego doméstico, enjaulado nas prisões, segregados
e mortos nas periferias brasileiras são expressões do estado racial e da relação antitética entre
negritude e nação brasileira (p.61);

- “do ponto de vista dos afrodescendentes a nação brasileira é uma fraude” citando J. H. Vargas;

- mais que criminosos, os homens negros são considerados inimigos do Estado. A distinção entre
criminoso e inimigo, como aponta Paul Kahn, tem importantes implicações políticas e teóricas.
Os inimigos pertencem ao campo do poder soberano. A eles a morte. Os criminosos pertencem
ao campo político da cidadania. A eles, a lei. (inclusão patológica do negro como inimigo da
Nação) (p.62);

- As estratégias de governamentalidade espacial como a polícia comunitária, a pacificação de


favelas, os workshops em direitos humanos... todos colapsam frente ao corpo
indisciplinável/ingovernável do inimigo negro. Ao corpo ingovernável, “a economia máxima do
crime” (p.62);

- o terror policial é funcional. Ele não produz apenas cadáveres, mas também a própria soberania
do Estado; Estado que se preze necessita de um inimigo para se constituir enquanto estado e o
estado brasileiro encontra no inimigo negro a razão da sua soberania (p. 63);

- o exercício doloroso de tentar ser incorporado está sempre fadado ao fracasso porque, como
sustenta Frantz Fanon, mesmo que tente se desvincular do seu pertencimento racial, seu corpo
é aprisionado em um “esquema histórico-racial” que lhe confere o lugar do “Outro” (p. 65);

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