EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL
DA COMARCA DE SANTAREM/PA.
Manga Longa, Brasileiro, solteiro, professor, portador da cédula de
identidade RG 2955741, e CPF 02001452832, residente na Avenida Rui Barbosa, 5541, Fatima, 68040020, em Santarém Pará, vem à presença de vossa excelência, por seu procurador, propor a presente
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM INDENIZAÇÃO POR PERDAS
MATERIAIS
Em face de MARIA CURTA, Brasileira, casada, agrônoma, portadora da cédula
de identidade RG 3254872, e CPF 01524896572, residente naavenida sobral, 351, Ipanema, 0201754522, em Santarém Pará.
Pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
1. DOS FATOS
Conforme se denota dos documentos juntados aos autos (em
anexo), o imóvel, localizado na área urbana, próximo à pista da rodovia Santarém Cuiabá, no Ramal dos Ratos, numero 18, com terreno de área 20 X 30, foi ocupado indevidamente pela senhora Maria, que demoliu o muro que havia sido construído pelo requerente e tomou posse de 10 metros da área que pertencia ao mesmo.
Ressalta-se que o requerente não estava no Imóvel no momento do
esbulho, pois estava resolvendo questões legais do imóvel, haja vista que possuía somente recibo de compra e venda, mas os trâmites já tinham sido iniciados junto aos órgãos públicos municipais, para que a propriedade fosse legalizada, posto que pretendia construir sua residência neste espaço.
2. DO DIREITO
Em prima facie, Reza o artigo 1.210 do CC que o “Possuidor tem
direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no caso de esbulho e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado”. Nesse sentido, o CPC previu, para salvaguardar o direito legítimo do possuidor, as ações possessórias, quais sejam: interdito proibitório, reintegração na posse e Manutenção na posse. Assim, como se denota através da narrativa, Maria Curta esbulhou o imóvel do requerente - legítimo dono do imóvel - que teve seus direitos de propriedade lesados por ocasião daquela ter indevidamente usurpado a extensão de seu terreno em 10m(dez metros). Nesse sentir, faz-se necessário a reintegração da posse da referida propriedade, qual deve ser colocada à disposição do requerente.
Sobre isto, a própria dicção do art.560 do CPC Traz em seu bojo,
senão vejamos: “o possuidor tem direito de ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho". Ademais, em verdade, houve a efetiva perda da posse por parte do Requerente do perímetro acima referenciado com a construção do muro para além do espaço territorial que lhe é legítimo. Lado outro, Manga Longa ,diante da situação, tentou retomar amigavelmente a posse do perímetro usurpado, entretanto, foi repelido sob o argumento de que aquela terra não pertencia a ninguém e estava desocupada. Sendo assim, tem-se como medida imperativa a deflagração da ação de reintegração de posse como meio de reaver o que legalmente lhe pertence.
No mesmo sentido ainda, os tribunais pátrios já se pronunciaram.
Vejamos: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO REINTEGRAÇÃO DA POSSE.ESBULHOCARACTERIZADO.PROTEÇÃO.EMERGENCI AL POSSESSÓRIA CONCEDIDA.RECURSO DESPROVIDO.I. preenchidos os requisitos encartados no art.927 do CPC, deve ser outorgada a liminar de reintegração de posse.II. A invocação do descumprimento da função social da propriedade, além de completamente desprovida de embasamento probatório, de modo algum pode dar respaldo à tomada arbitrária da posse alheia.III. O esbulho possessório, qualquer que seja a sua motivação, exprime ato ilícito que tem no interdito reintegratório o instrumento processual para seu combate.IV. Recurso conhecido e desprovido. (Relator James Eduardo Oliveira.03.06.2015. AGI 20150020084762, 4º turma cível, TRF1)
Ainda nesta toada, o entendimento acima estampado encontra
guarida nas doutrinas vanguardistas. Leia-se:
“A ação de reintegração de posse é a via adequada para a
obtenção da tutela da posse quando esta sofreu um esbulho. Isto é quando o possuidor tem sua posse ofendida por alguém que cometeu esbulho, pode recorrer a essa ação especifica para reaver a pacificação de sua posse”.
De mais a mais, é sabido que para declaração da presente ação
tem-se como imprescindível os requisitos elencados no artigo 561 do CPC. Vejamos: Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
Certo é Excelência, que o primeiro requisito para aforamento da
ação de reintegração é a prova da posse e, neste quantum, resta cabalmente comprovada através dos documentos da propriedade juntados aos autos (em anexo). Os demais requisitos são o esbulho pelo requerido e sua data para que fixe o prazo de ano e dia a ensejar o rito especial dos artigos 560 a 568 do NCPC. Com efeito, ficou evidenciado o requerido como autor do esbulho, que fora realizado no dia 20 de setembro. Como visto restou demonstrado os requisitos, estando a presente exordial devidamente instruída, o autor faz jus à concessão liminar inaudita altera parte, da reintegração de posse do perímetro do imóvel supracitado, conforme prevê o artigo 562 do CPC.
3. DOS PEDIDOS
Frente aos fatos e fundamentos, requer-se:
a) Deferida a liminar, determinando, seja expandido mandado concedido
liminarmente, inaudita altera parte, a reintegração de posse dos 10m do imóvel situado no Ramal dos Ratos, numero 18. b) Subsidiariamente, caso vossa excelência entenda, necessária audiência de justificação nos termos da segunda parte do artigo 562 no NCPC, requer que o autor digne-se a vossa excelência de considerar suficiente. c) O pagamento pela ré, a titulo de indenização por danos materiais, no valor de R$ 15.000,00. d) Pagamento de indenização material pelo muro que fora demolido, no valor de R$ 4.000,00.
4. DO VALOR DA CAUSA
Da- se a causa no valor de R$ 19.000,00(Dezenove mil reais).