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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

Brincar vai muito além da simples fantasia. Enquanto um adulto vê apenas uma criança empilhando
bloquinhos, para o pequeno aquilo significa experimentar as possibilidades de construir e conhecer novas cores,
formatos e texturas. "Para a criança, brincar é um processo permanente de descoberta. É um investimento", explica
Tião Rocha, antropólogo, educador popular e folclorista, fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento,
em Minas Gerais.
“A criança que brinca vai ser mais esperta, mais interessada e terá mais facilidade de aprender - tudo isso de
forma natural", diz Ruth Elisabeth de Martin, pedagoga e educadora do Labrimp (Laboratório de Brinquedos e
Materiais Pedagógicos da Universidade de São Paulo).

Desenvolvimento
A literatura e as pesquisas demonstram que brincar tem três grandes objetivos para as crianças: o prazer, a
expressão dos sentimentos e a aprendizagem. "Brincando, a criança passa o tempo, mostra aos pais e professores
sua personalidade e descobre informações", resume Áderson Costa, professor do Instituto de Psicologia da
Universidade de Brasília.
Crianças menores, mesmo na companhia de outras, costumam brincar sozinhas. Para elas, o ideal são
brincadeiras que estimulem os sentidos. Através deles, elas exploram e descobrem cores, texturas, sons, cheiros e
gostos.
Por volta dos 3 anos elas desenvolvem outro tipo de brincadeira: o faz de conta. Imitar situações cotidianas -
como brincar de casinha ou fingir que é o motorista de um ônibus - permite que as crianças se relacionem com
problemas e soluções que passam do fazer imaginário para o aprender real.
A partir dos 5 anos, os pequenos estão aptos para incluir o outro nas brincadeiras. "É a fase em que elas
deixam de brincar ao lado de outras crianças e passam a brincar com outras crianças", explica Maria Angela Barbato
Carneiro, coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da Pontifícia Universidade de São Paulo. Vale
lembrar que o desenvolvimento infantil é individual. Algumas crianças começam a brincar com outras mais cedo,
outras mais tarde - não há motivo para preocupação.

Como incentivar seu filho a brincar


Estabelecer um horário diário ou semanal para brincar com seu filho é o primeiro passo para garantir que ele
faça esta atividade com frequência. Muitos pais lotam a agenda dos filhos com afazeres extracurriculares, o que
extingue o momento da brincadeira. "Toda agenda de criança deve ter um espaço diário para não fazer nada - é aí
que surge o espaço para brincar", orienta Áderson.
Participar da brincadeira dos filhos também dá uma vantagem aos pais: conhecê-los melhor. Como a criança
se expressa brincando, os pais observadores descobriram as vulnerabilidades e os pontos fortes de seus filhos.
"Brincar juntos aumenta o grau de confiança e o vínculo entre pais e filhos", diz.
Dar brinquedos de diferentes materiais e tipos também é recomendável. Por isso, nada de entupir a menina
só com bonecas e chegar com um carrinho debaixo do braço a todos os aniversários do menino. As crianças
precisam experimentar de tudo. "Cada brinquedo traz uma mensagem e vai despertar o interesse e a curiosidade de
alguma forma", ressalta Ruth.
O importante é o brincar, e não o brinquedo. É possível improvisar brinquedos com uma fruta, uma caixa de
papelão vazia ou o que quer que esteja à mão. E não se preocupe se não puder dar a seu filho aquele carrinho
movido a pilhas de última geração. "Só na visão do adulto um brinquedo eletrônico é divertido. Para a criança,
brinquedo que brinca sozinho é enfadonho", completa Tião.
QUARTO DE BRINCAR E DE ORGANIZAR
Criar um espaço específico para a brincadeira reforça senso de independência e de organização das crianças

Ter um lugar próprio para as brincadeiras e ser responsável por ele ajuda a criança a se organizar
Será que existe algum ambiente onde a criança brinque melhor? De acordo com especialistas, sim. Fora de
casa, os espaços das brinquedotecas são especialmente desenhados para que elas aproveitem o ato de brincar de
Maneira plena. E dentro de casa isso também pode acontecer
De acordo com Walderey Marques, coordenadora da brinquedoteca do Clube Pinheiros, os pais podem
preparar o quarto de seus filhos para que ele possa ser mais convidativo às brincadeiras. “O ideal é dividir o quarto
em cantinhos. Um lugar com uma casinha se for um quarto de meninas. Um com estante de jogos”, sugere Walderey.
E assim por diante.
Além disso, o quarto da criança ainda pode ter tapetes de montar (como aqueles de EVA) e uma mesinha do
tamanho dela, explica a designer de quartos infantis Valéria Bartholi. “Uma cadeira muito grande pode causar algum
acidente. Uma mesa com cadeiras do tamanho da criança é mais segura”, afirma a designer. Valéria afirma que a
segurança é um ponto importante na hora de planejar o quarto.

Hora de brincar e de guardar


De acordo com Walderey, o resto da casa normalmente é restrito para a criança, por isso é importante que
ela tenha um lugar só dela para brincar. “O que vale mesmo nesse lugar é a liberdade, ela ter um local para brincar
do que quiser”, diz. Maria Ângela Carneiro, coordenadora da brinquedoteca da PUC-SP e autora do livro “A
descoberta do brincar” (Editora Melhoramentos), completa que esse sentimento é bom para que a criança desenvolva
a independência e a criatividade.
“A criança tem que entender que a protagonista deste lugar é ela. E os adultos só podem entrar na
brincadeira se forem convidados”, aponta Maria Ângela. “Mas isso não significa que ela pode fazer tudo. Brincar não
significa ausência de limites”, avisa a pedagoga.
É nesse ponto que outro aspecto do quarto aparece: a organização. “Tão importante quanto brincar é
aprender a guardar os brinquedos”, sentencia Walderey. Ela e Maria Ângela indicam que os pais devem incentivar
seus filhos a guardarem os brinquedos através de acordos e até mesmo brincadeiras. “Se é um espaço só da criança,
é bom que ela aprenda a guardar seus objetos, aprendendo a desenvolver a organização pessoal”, diz Maria Ângela.
Valéria afirma que a organização só funciona quando o espaço é planejado para isso. “Todos os lugares de
guardar precisam ser predeterminados. É importante que todos os brinquedos caibam nos seus devidos lugares”, diz
a designer. Para isso, baús, gaveteiros e grandes organizadores de plástico ajudam.
Tudo pode ser brinquedo
Valéria Bartholi opina que o espaço precisa ser pensado como um local em que as crianças possam sentar e
montar um brinquedo. “Se tudo for colocado em prateleiras, fica parecendo uma loja de brinquedos”, comenta. Os
brinquedos e jogos devem ser colocados de forma que as crianças tenham fácil acesso a eles.
E não pense que, depois de criado o espaço de brincar, você deve correr a uma loja de brinquedos e ‘encher’
o lugar. “O espaço não deve demandar muitos brinquedos. As crianças podem transformar os objetos de acordo com
a imaginação”, fala.
Se o seu filho tem muitos brinquedos, acumulados entre presentes de Natal e aniversário, Valéria sugere
fazer um rodízio dos que serão colocados ao alcance das crianças. “Caso contrário, eles se cansam rápido. Muitas
crianças nem fazem ideia de quais são os seus brinquedos”, diz.
No mais, os pais ainda podem usar outros objetos como brinquedos, como indica Walderey Marques “Aqui na
brinquedoteca, um dos objetos que faz mais sucesso com as crianças menores são as vassourinhas e rodinhos”,
conta. “A ação de brincar se sobrepõe ao uso dos brinquedos”, completa Maria Ângela.

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