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Identidade Visual de uma TV Universitária

Visual Identity for a University TV

DAMACENO, Bruno
Bacharel em Design, Departamento de Design da UFPR
BATTAIOLA, André Luiz
Doutor, Professor do Departamento de Design da UFPR

Palavras-Chave: Identidade Visual, TV Universitária, Logo, Vinheta.

Resumo: Com base no impacto social das TVs universitárias e em suas características, este artigo discute a identidade visual
deste tipo de televisão e discute uma alternativa para o projeto de identidade visual da televisão universitária da
Universidade Federal do Paraná.

Key-Words: Visual Identity, University TV, Logo, Inter Programs.

Abstract: Based on the social impact of a University TV and in its characteristics, this paper analyzes the visual identity of
this kind of television and discusses an alternative for the Paraná Federal University TV visual identity project.

Reflexões sobre a Televisão Universitária


No início da década de 60 educadores brasileiros começaram a conscientizar-se do valor da tv para a educação e
iniciaram a criação de uma televisão educativa brasileira. Em 1961, sob a direção da Professora Alfredina de
Paiva e Souza, a TV Rio produziu um curso destinado à alfabetização de adultos, esse curso permaneceu no ar
até 1965 (TVEBRASIL). Em 1962, o Dr. Gilson Amado lançou, através da TV Continental (canal 9) a idéia da
“Universidade de Cultura Popular”, uma universidade sem paredes, capaz de atender aos milhões de brasileiros
maiores de 16 anos que perderam, na época própria a oportunidade de acesso à escola.
A primeira emissora educativa a entrar em operação no país, em 1967, foi a TV Universitária do Recife,
vinculada à Universidade Federal de Pernambuco. Mas ela só viria a surgir, de fato, com a promulgação da lei
federal 8977, de 5 de janeiro de 1995, conhecida como Lei da TV a Cabo. Esse instrumento, em seu artigo 23,
institui os chamados “Canais Básicos de Utilização Gratuita”, que as operadoras são obrigadas a disponibilizar,
sem custos para os assinantes ou para os provedores de conteúdo dos canais. Entre eles, especifica “um canal
universitário, reservado para o uso compartilhado entre as universidades localizadas no município ou municípios
da área de prestação do serviço”.
A partir deste ponto, será utilizada a abreviação de TVU para TV Universitária.
A TVU é, portanto, o segmento mais novo da televisão brasileira e também o de mais rápido crescimento. Desde
1995, quando a lei referida anteriormente impulsionou as iniciativas das instituições de ensino superior (IES) de
se organizarem para a produção e veiculação regular de conteúdos educativos e culturais por televisão, nada
menos que 34 canais surgiram no país, em diversas operadoras de TV a cabo – uma média impressionante de
quase três canais por ano. Somando-se a eles as emissoras educativas tradicionais de sinal aberto que são
controladas por IES, o número de canais em operação sobe para 49. Atualmente, cerca de 100 IES têm alguma
atividade de produção de vídeo no Brasil e 87 delas utilizam canais universitários (PRIOLLI).
Apesar deste grande crescimento apresentado nos últimos anos, a televisão Universitária apresenta ainda muitos
problemas que a impedem de se consolidar como uma televisão de qualidade. Um grande problema ligado à
televisão universitária e de grande importância para traçar os elementos chaves para a construção desse projeto
de criação de uma linguagem visual representativa reside no campo conceitual; visto, pois tenso sido difícil
definir como é esse modelo de televisão e para quem está direcionado. Para alguns, a TVU é apenas uma TV
Laboratorial, onde estudantes produzem programas orientados por professores, visando tão somente a
capacitação profissional desses alunos para o mercado de trabalho. Outros defendem a idéia de uma TVU feita
para os estudantes e voltada exclusivamente para suprir os interesses desse público. Esse modelo é o seguido por
quase todas emissoras universitárias estrangeiras, como a CTN-College Television Network e a CSTV-College
Sports Television, norte-americanas; a Nexus TV e a Campus Television, inglesas, ou suas similares francesas,
escocesas, alemãs e suecas (PRIOLLI).
Esse foco no próprio umbigo da universidade, mesmo quando esta ligada aos professores e funcionários além
dos alunos limita a abrangência que a TVU poderia e deveria alcançar. É de se esperar que o comprometimento
da TVU seja com a sociedade como um todo e não apenas com a comunidade interna da universidade.
Na carta de Ouro Preto (COP, 1998), documento final do I Seminário Nacional de TVs Educativas e
Universitárias, realizado em abril de 1998 está descrito: “A televisão educativa, cultural e universitária tem um
caráter eminentemente público, sem finalidades comerciais ou lucrativas, visando a formação de cidadãos
críticos e conscientes de sua participação na construção de uma sociedade mais justa e solidária. Sua
programação está comprometida com a educação, a cultura e a informação, respeitando a pluralidade das
manifestações culturais e estimulando a produção local e regional”.
Seguindo a mesma corrente de pensamento Gabriel Priolli (PRIOLLI) diz: “A Televisão Universitária é aquela
produzida no âmbito das IES ou por sua orientação, em qualquer sistema técnico ou em qualquer canal de
difusão, independente da natureza de sua propriedade. Uma televisão feita com a participação de estudantes,
professores e funcionários; com programação eclética e diversificada, sem restrições ao entretenimento, salvo
aquelas impostas pela qualidade estética e a boa ética. Uma televisão voltada para todo o público interessado
em cultura, informação e vida universitária, no qual prioritariamente se inclui, é certo, o próprio público
acadêmico e aquele que gravita no seu entorno: familiares, fornecedores, vestibulandos, gestores públicos da
educação, etc.”
Cláudio Magalhães (MAGALHÃES, 2003) também defende maior amplitude da TVU: “Não importa se é
produzido pelos alunos, professores, funcionários, pesquisadores ou todos eles em conjunto, mas sim que seja
pautada estritamente à promoção da educação, cultura e cidadania e que tenha o desejo de ser visto pelo maior
número possível de pessoas”.
Nota-se, portanto, que existe uma noção bastante difundida de que a TVU é muito mais que uma televisão
estudantil e que deve extrapolar os limites da universidade ou das IES que as gera, criando um engajamento com
a sua comunidade e aceitando o papel de gerador e difusor dos conhecimentos que as universidades detêm.
A TVU ideal deve: 1) ser uma televisão voltada para a comunidade; 2) apresentar uma programação atraente,
consistente e relevante; 3) ser um espaço aberto à experimentação e a criação de formatos e padrões; 4) não estar
presa a padrões estabelecidos pelas TVs Comerciais; e 5) ter um compromisso com a geração e difusão de
conhecimentos (BURKER, 1971). Neste contexto, o desenvolvimento da linguagem gráfica e audiovisual de
uma TVU deve estar embasado nos seguintes pontos: 1) ser uma TV atraente esteticamente; 2) estar voltada para
um público amplo e interessado em cultura, educação e assuntos acadêmicos; 3) possibilitar o uso de vários tipos
de linguagem atrelados a sua própria linguagem; 4) representar a comunidade acadêmica local sem,
necessariamente, ter a identidade visual da mesma (PENA, 2001), (MACHADO, 2000).

A Logomarca de uma TV
A função primordial de uma logomarca de uma TV é tentar sintetizar em poucos elementos características que
reflitam a filosofia da emissora, transpassando para o receptor final um resumo de suas intenções. Conceber a
logomarca para uma emissora de televisão significa estar atento à evolução tecnológica que este meio tem
passado e tentar compreender como cada passo dessa evolução irá alterar as características da logomarca, afim
de torná-la mais integrada ao meio por um prazo de tempo maior (CARTER, 2001), (PIGNATARI,1984).
No decorrer da história da televisão, os avanços na tecnologia e nos processos de comunicação levaram muitas
emissoras a remodelarem ou até mesmo mudarem completamente suas logomarcas, conforme pode ser
observado nas figuras 1, 2, e 3. Analisando a evolução das logomarcas de três das principais emissoras
comerciais do país pode se notar que passaram por processos semelhantes de adaptação. Por estarem
direcionadas para o mesmo público, essas emissoras acabaram por seguir tendências estéticas muito parecidas,
ditando por vezes a linguagem visual utilizada durante anos pela maioria das emissoras. A mudança na
linguagem gráfica da TV Bandeirantes em 2003, com a utilização de cores fortes e chapadas, indica uma
tentativa de fugir dessa linguagem estratificada e definir melhor seu público alvo.
Ao contrário das televisões comerciais, as TVs Universitárias e Educativas não apresentam uma concordância
gráfica visível. Este fato se deve essencialmente a forma improvisada como a maioria destas TVs nasceu e
também pela dificuldade, já comentada, de se definir conceitualmente esse tipo de televisão. A figura 4 apresenta
algumas logomarcas de TVs Educativas e Universitárias.

As Vinhetas
A vinheta surge nos livros manuscritos do século XV, origina-se da palavra vinha que faz referência às folhas e
aos cachos de uvas que lustravam os livros daquela época. Mais tarde, essa designação foi generalizada para o
grafismo utilizado no design gráfico da publicidade, da imprensa, da tv e das mídias interativas, que o chamam
de splash, um efeito criado para determinada função e que busca fazer com que o telespectador memorize uma
mensagem rapidamente (AZNAR, 1997).
Mesmo nos primórdios da televisão, quando os recursos tecnológicos e audiovisuais eram bastante limitados, as
vinhetas já tinham um papel importante dentro da programação da TV. Naquele tempo não se contava com a
tecnologia do video-tape (gravação de cenas para posterior apresentação), sendo toda a transmissão feita ao vivo.
Assim, era grande o tempo dos intervalos para mudanças no cenário, manutenção de equipamentos e outros
problemas que não podiam ser resolvidos em frente às câmeras. Isto ocasionava longos intervalos sem a
apresentação de nada significativo ao telespectador.
No caso da primeira emissora de TV brasileira, a TV TUPI (canal 13), aparecia o logotipo da emissora, um índio
com expressão severa, segurando uma pala e um arco, no início da programação e nos intervalos. A demora que
cada intervalo levava e a monotonia de assistir uma imagem estática por tanto tempo fizeram com que as pessoas
na época passassem a usar a expressão “mais chato que o índio da tv” ao se referirem a algo extremamente
chato. Mario Fanucchi (FANUCCHI, M. 1996) expõe bem este problema: “O longo intervalo entre os
programas era, naturalmente, necessário para permitir mudanças no estúdio, tais como fixar novos elementos
cenográficos, reformular a iluminação, remajar as câmeras e o boom - enfim, efetuar todas as manobras
exigidas para entrar com outro programa. Esse, porém, era um problema interno da televisão, com muita
justiça ignorado pelo telespectador. Suas queixas contra esse primeiro “grande defeito” da televisão pediam
uma solução urgente. Pensando nisso, no momento em que o Gray-Tellop ficou pronto para ser usado, de modo
que já não era preciso utilizar as câmeras para transmitir letreiros e vinhetas, passou-se a dinamizar, na
medida do possível, o interprograma, com introdução de novos elementos visuais e sonoros”. A figura 5
apresenta algumas das vinhetas criadas por Mario Fanucchi para a TV TUPI na década de 50.
Nos primórdios da televisão, a vinheta tinha um papel mais de entreter e de quebrar a monotonia do que
comunicar algo. Hoje em dia as vinhetas ocupam papel de destaque dentro da programação de uma TV. Além de
entreter, elas, em vários momentos, cumprem a função de informar e tornar o processo de comunicação mais
ágil. As vinhetas incorporaram ao longo dos anos os avanços tecnológicos a sua estética. Atualmente, variadas
técnicas de edição de vídeo, de áudio e de modelagem 3D são utilizados em sua produção.
Alguns tipos de vinhetas encontradas atualmente (ARTENATV): Abertura de Programação, Resumo da
Programação, Destaques da Programação, Top de Cinco Segundos, de Inter-programa, de Identificação da
Emissora, de Domínio Web, de Contagem Regressiva, de Abertura de Programa, de Ida e Volta para o Intervalo,
de Estamos Apresentando, de Você está Assistindo, de Vai Assistir Depois, de Oferecimento e Patrocínio,
Comemorativa, de Utilidade Pública e Serviços, de Plantão e de Encerramento da Programação. As figuras 6, 7,
8 e 9 apresentam alguns exemplos das vinhetas mencionadas.
No contexto deste trabalho serão consideradas apenas as seguintes vinhetas:
Vinheta de Identificação da Emissora: tem a finalidade de fazer uma conexão entre um programa e outro ou
entre momentos dentro da programação. Apresenta duração bastante curta, entre 2 e 5 segundos, e costuma ser
inserida várias vezes durante a programação.
Vinheta de Destaque da Programação: serve para informar o telespectador sobre o assunto que determinado
programa irá tratar, além de mostrar a data e o horário que será vinculado. Geralmente, a essa vinheta é acoplado
um resumo narrado do programa para expor uma melhor idéia do seu conteúdo. A narração é um fator de grande
importância nesse tipo de vinheta, principalmente quando se está atrelado a uma televisão de âmbito
educacional, pois é suposto que uma parcela dos telespectadores pode apresentar algum tipo de problema visual
ou ser analfabeta.
Vinheta Conceitual: geralmente é criada baseada em um tema ou mensagem que se pretende atrelar a imagem da
emissora. Sua vinculação ocorre no decorrer da programação sem estar atrelada a nenhum programa ou
momento específico.

Referências Audiovisuais ao Trabalho


O universo audiovisual é muito rico em elementos. Estar atento às diversas possibilidades de explorar esse meio
buscando referências no que já foi elaborado é essencial para se familiarizar com a linguagem e primordial para
começar um bom projeto (ARISTARCO, 1985), (BELLANTONI, 1999), (GUILHERMO, 2002), (KANDISKY,
1997), (ECO, 1970). Além da pesquisa bibliográfica, referências visuais de cinema, mídias interativas e vídeo
arte foram pesquisadas em diversos sítios na Internet, com destaque para as informações obtidas do sítio
creative.gettyimages.com. Foram também consideradas vídeos de abertura dos filmes, tais como: Spider-
Man’2002 (Sony Pictures Home Entertainment), Clockstoppers´2002 (Paramount Pictures), Fight Club’1999
(Twentieth Century Fox), Sphere’1998 (Warner Bros), da empresa produtora de jogos Dynamix (Sierra Online)
e da distribuidora de jogos D3Publisher, dentre vários outros elementos de consulta.

Um projeto de Logomarca para TVU da UFPR - UFPRTV


No início da criação da logomarca da UFPRTV se cogitou fazer uma releitura da logo atual, mas esta apresenta
uma identidade muito pautada na marca da UFPR, com muitos detalhes e elementos rígidos demais para
representar o conceito de TVU que esse projeto defende, o que torna sua adaptação superficial demais (figura
10). O desenvolvimento dessa nova logomarca deve estar direcionado ao conceito de comunicação espontânea,
ser de fácil reconhecimento e aplicabilidade e ter uma leitura direta, o que não acontece com a atual, onde a
palavra “tv” está muito reduzida em relação à palavra “UFPR”.
O conceito que se buscou na nova logomarca foi o da capacidade de se comunicar através da televisão. A forma
de balão de diálogo, tão comum em estórias em quadrinhos funde-se com a tela da televisão expressando essa
característica, os cantos arredondados e sua inclinação sugerem um movimento, uma eminência de
transformação (figura 11). A cor amarela com tons de laranja predominante torna a logo mais vibrante e alegre, o
que, conseqüentemente, torna a aparência da emissora mais agradável. O uso da tipografia em caixa baixa
diminui o peso da palavra, tornando sua leitura mais direta. A fonte Mandinga Regular, por apresentar os cantos
ligeiramente abaloados e sem variação de espessura, adapta-se perfeitamente ao símbolo e cria um conjunto
harmonioso (FARIAS, 1998).

Projetos de Vinhetas para a TVU da UFPR - UFPRTV


Para tornar visível a identidade audiovisual definida para a UFPRTV se planejou a criação de vinhetas de tipos
diferentes e que englobassem ao máximo os diversos momentos tratados dentro da programação de uma TV.
Como mencionado anteriormente, optou-se pelo desenvolvimento de três vinhetas citadas a seguir.
Vinheta de Identificação da Emissora: É difícil se atrelar muitos conceitos objetivos a esta vinheta por ela ser
muito curta, assim, a idéia foi representar um conceito de aglutinação de informações através de elementos
simples, os quais surgem de um ponto em comum no centro da tela e sofrem um processo simultâneo de rotação
e ampliação (figura 12). Inicialmente, a rotação dos elementos é lenta, depois ela fica mais rápida, até os
elementos serem atirados para diferentes partes da tela. A intenção é expor uma explosão de conhecimentos. Os
elementos são quadrados com cantos arredondados que fazem referência à tela do televisor, bem como à
linguagem adotada na logomarca. As cores utilizadas, amarelo e azul, buscam representar a abrangência e a
harmonia existente entre opostos, pois o amarelo é uma cor quente e o azul, complementar ao amarelo, é uma cor
fria (FARINA, 1997). Quase ao final da explosão surge o logo da UFPR, a partir de um efeito de Motion Blur
horizontal, o que compatibiliza o seu surgimento com o movimento dos outros elementos. Toda a animação dura
5 segundos.
Vinheta de Destaque da Programação: Como definido conceitualmente, a linguagem explorada na identidade
gráfica e audiovisual da UFPRTV deve ser abrangente o bastante para poder incorporar programas de diversas
linguagens sem que ocorra um conflito estético (VILLAS-BOAS, 1998), (DONDIS, 1997). Neste caso, por ser
esta vinheta dependente da programação, a qual varia constantemente, sua estética tem que se adaptar ou ao
menos não conflitar com a estética dos programas. Assim, a idéia para essa vinheta foi a de se criar algo simples
e direto, explorando elementos com caráter diferentes e até mesmo opostos, buscando criar um ambiente livre ao
experimentalismo (figura 13).
Da lateral esquerda da tela surge um quadrado azul de cantos arredondados. Praticamente ao mesmo tempo
começam a aparecer as barras superior e inferior. Na lateral direita da tela aparecem dois quadrados de cores
diferentes. A logo da UFPRTV surge sobre o primeiro retângulo na esquerda. A logo aparece sobre o quadrado
azul, realizando uma rotação horizontal em torno de si. Na barra superior e na inferior surgem palavras como
“programação” ou “programe-se”. Mais dois quadrados surgem na direita, os quais contêm imagens, a data e o
horário do programa. O nome do programa surge ao lado.
Por ser uma vinheta que precisa ter uma comunicação mais precisa e direta, seus elementos permanecem
estáticos por mais tempo. Para que ela não se torne monótona, movimentos foram associados a alguns de seus
elementos. Neste contexto, bem como para melhorar a ambientação da vinheta, foram utilizadas cenas reais do
programa Caldo de Cultura da UFPRTV. Para tornar a animação mais dinâmica e associar elementos da cultura
nacional (PEREIRA, 1983), a vinheta utiliza partes da música Caldo de Cultura do grupo Nação Zumbi e da
banda nordestina de Maracatu, fazendo uma conexão com a trilha já existente (WALTON, 1997). A vinheta dura
15 segundos.
O retângulo azul com aspecto orgânico sobre o qual surge a logo da UFPRTV faz contraste com os retângulos
rígidos sobre o qual aparecem as informações sobre o programa. O contraste também ocorre entre o recorte do
programa exibido em preto e branco ao fundo e as imagens coloridas inseridas nos quadrados. Esta configuração
dos elementos atribui um aspecto clássico para a vinheta, o qual contrasta com elementos com características
tecnológicas, ou seja, a linha pontilhada e a forma como surge a palavra programação.
Vinheta Conceitual: A idéia foi criar uma vinheta que fizesse referência ao processo de comunicação e suas
múltiplas facetas (figura 14). O conceito, entretanto, não é o de algo explícito e sim subjetivo, unindo elementos
e sons para criar uma comunicação sensorial e livre de interpretações. A vinheta começa com uma mancha de
tinta escura que cruza e cobre a tela. A silhueta de um instrumento musical sobrepõe a faixa escura e revela um
olhar. Um texto em alfabeto Braile, um ícone que representa um átomo e outros elementos com características
diferentes se movem sobre a faixa. Em seguida, silhuetas de borboleta percorrem a tela. A mancha desaparece
como se estivesse sendo limpa ou então sendo empurrada para fora da tela. Aparece a logo da UFPR na tela, com
marcas de tinta escura. A tinta some como poeira e revela a logo colorida.
A mancha de tinta indica o surgimento de um espaço (natural e espontâneo) onde começam a surgir
possibilidades e representações: a silhueta de um violino representa a musicalidade; as pétalas fazem referência
ao canal de TV, indicando seu nascimento e desenvolvimento; a escrita em Braile e em tipografia normal se
reporta a comunicação; a marcação da logo do canal com a tinta, a qual some ao vento posteriormente, indica
que esta TV é produto de toda esta multiplicidade de elementos. Efeitos sonoros sobre a música Gabriel do
grupo Viola Quebrada enriquecem ainda mais essa multiplicidade, adicionando vozes e sons da natureza a
acordes de uma viola caipira, um instrumento bem brasileiro (TRAGTENBERG, 1999).

Figura 1: Evolução da Logomarca da TV Globo. Figura 2: Evolução da Logomarca da TV SBT.


Figura 3: Evolução da Logomarca da TV Figura 4: Logomarcas da TV Cultura, da TV UCSAL,
Bandeirantes. da TV UFPE, da TV UFMG, da TV PUC, da TV
Futura, da TV Unicamp e da TV Senac.

Figura 5: Vinhetas criadas por Mario Fanucchi para a TV TUPI na década de 50.

Figura 6: Vinheta de Identificação de Emissora

Figura 7: Vinheta de Plantão

Figura 8: Vinheta de Contagem Regressiva


Figura 9: Vinheta de Abertura de Programação

Figura 10: Logo atual da UFPRTV. Figura 11: Logo Proposta para a UFPRTV.

Figura 12: Proposta de vinheta de identificação da emissora UFPRTV

Figura 13: Proposta de vinheta de destaque da programação.

Figura 14: Proposta de vinheta conceitual.


Bibliografia
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VILLAS-BOAS, A. O que é [e o que nunca foi] design gráfico. 2a ed. Série Design. 2AB, 1998. Rio de
Janeiro.

André Luiz Battaiola, {albattaiola@ufpr.br}


Bruno Damaceno, {brunodamaceno@hotmail.com}

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