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Tópico 3 – Elasticidades

Introdução

No tópico anterior vimos que a demanda de um bem ou mercadoria depende de seu preço, da
renda do consumidor, dos preços dos bens relacionados e de outras variáveis. De modo
semelhante, a oferta de um bem depende do seu preço, dos custos de produção, da tecnologia,
bem como de outras variáveis. Por exemplo, se o preço dos celulares aumentarem, a
quantidade demandada cairá e a quantidade ofertada aumentará. Contudo, muitas vezes
desejamos saber o quanto vai aumentar ou cair a oferta ou a demanda. Até que ponto a
demanda de celulares poderá ser afetada com a queda nos seus preços em termos percentuais?
Se o preço aumentar em 10%, qual deverá ser a variação da demanda? Qual seria a variação
da demanda se o nível de renda aumentasse em 5%?

Mas será que a quantidade demandada de assinaturas no Netflix e a de computadores, por


exemplo, sofrem a mesma queda quando seus preços sobem? Se o preço da assinatura
aumentar 20% e o preço dos computadores também aumentar em 20% será que ambos
sofrerão uma queda na demanda na mesma proporção?

É provável que não! Sabemos apenas que ambos os produtos serão menos procurados, mas
não sabemos automaticamente em quanto essa procura cairá em cada caso. Para responder a
essas perguntas com maior precisão, utilizamos as ELASTICIDADES, que é uma medida de
como compradores e vendedores reagem a uma mudança nos preços. Nos permite analisar
oferta e demanda com maior precisão.

Chamamos de ELASTICIDADE a medida da magnitude (ou intensidade) da resposta dos


consumidores e dos produtores às mudanças nos fatores da Oferta e da Demanda. Assim,
nesta aula trabalharemos as habilidades necessárias para compreendermos as elasticidades da
Oferta e da Demanda.

ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA


Definições

A elasticidade é uma medida de quão sensível é uma variável em relação à outra, ou seja, a
elasticidade mede o quanto uma variável pode ser afetada por outra, e esse cálculo informa a
variação percentual que ocorrerá em uma variável dado à variação percentual de outra
variável.

Portanto, Elasticidade-preço da demanda (𝑬𝑷𝑫 ) é a variação percentual na quantidade


demandada dada uma variação de 1% no preço. Em valor absoluto, a elasticidade varia entre
zero e infinito1. Assim, podemos classificar as elasticidades-preço da demanda em:

1) Demanda ELÁSTICA, quando EP > 1 – Isto ocorre quando a variação no preço de


1%, por exemplo, provoca uma variação na quantidade demandada maior que 1%
(gráfico à esquerda).
2) Demanda de elasticidade UNITÁRIA, quando EP = 1 – Isto ocorre quando a variação
no preço de 1%, por exemplo, provoca uma variação na quantidade demandada
também de 1% (gráfico à direita).
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No entanto, o valor da elasticidade preço da demanda é dado em módulo, ou seja, quando se tem uma
elasticidade de magnitude 2, na verdade é -2.
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3) Demanda INELÁSTICA quando EP < 1 – Isto ocorre quando a variação no preço de


1%, por exemplo, provoca uma variação na quantidade demandada menor que 1%
(gráfico do meio).

Graficamente, temos:

P P P

P1 1 P1 1 P1 1

0 0 0
P0 P0 P0

D
D D

QD1 QD0 QD QD1 QD0 QD QD1 QD0 QD

Casos Extremos:

1) Quando a EP = 0, significa que a demanda é totalmente inelástica, isto é, qualquer


variação nos preços não provocará variação na quantidade demandada. Os
consumidores adquirirão uma quantidade fixa (QD0) qualquer que seja o preço.
Graficamente:

P D

P1 1

P0 0

P2 2

QD0 QD

2) Quando EP = , significa que a demanda é totalmente elástica, isto é, os consumidores


vão adquirir a quantidade que puderem a determinado preço (P0). No caso de qualquer
aumento de preços acima desse nível, mesmo que ínfimo, a quantidade demanda cai a
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zero; da mesma forma, para quaisquer reduções no preço, a quantidade demanda


aumenta de forma ilimitada (elasticidade-preço da demanda é infinita).

P0 D

QD

As elasticidades-preço da demanda podem servir de orientação para determinadas políticas do


governo. Por exemplo, se o governo deseja estimular o consumo de determinado bem
reduzindo seu preço através de um subsídio, o governo deve observar a elasticidade-preço da
demanda desse bem. Se esta for elástica, os resultados efetivos serão parecidos ou idênticos
ao desejado. Por outro lado, se a demanda for muito inelástica, o resultado efetivo e o
desejado podem diferir e, a política ser ineficiente.

Algo semelhante ocorre com a imposição de um imposto com o objetivo de aumentar a


receita do governo. Se o governo deseja aumentar as receitas através de um aumento de
imposto, ele deve fazer isso sobre os bens que são inelásticos. Sendo assim, um aumento no
preço do bem devido ao aumento do imposto não vai reduzir o consumo de forma
significativa e, com isso, o governo consegue aumentar suas receitas. Bens que geram vícios,
como cigarros e bebidas, são bens inelásticos que geralmente são utilizados pelo governo para
aumentar suas receitas. No entanto, se o governo não conhecer as elasticidades dos bens e
aumentar a tributação sobre um bem elástico, o consumo desse bem será reduzido e,
consequentemente, o aumento da receita desejado pelo governo não será alcançado.

Porém, como calcular a elasticidade preço da demanda? Sendo a elasticidade-preço da


demanda a variação da quantidade demandada de um bem em decorrência da variação do seu
preço, podemos definir matematicamente como:

Q D P
EP =
P Q D

Ou seja, variação da quantidade dividida pela variação do preço, multiplicado pela razão entre
preço e quantidade. Mais detalhado:

 QtD − QtD−1  Pt −1
E P =   D
 tP − P t −1  Qt −1
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Onde QDt = quantidade demandada no período final; QDt-1 = quantidade demandada no


período inicial; Pt = preço no período final; Pt-1 = preço no período inicial. P/QD é o ponto
sobre a curva de demanda no qual desejo saber a elasticidade-preço da demanda.

Exemplo: O kg do tomate aumentou de R$ 5,00 para R$ 6,00. Com isso, os consumidores


diminuíram suas compras de 10 kg para 7 kg de tomates por semana (na média). Calculando
as variações percentuais, temos:

 QtD − QtD−1  Pt −1
EP =   D
 tP − P t −1  Qt −1

 7 − 10  5
EP = 
 6 − 5  10
 −3
EP = 0,5
 1 
EP = −1,5

Neste caso, a elasticidade-preço da Demanda de tomate é 1,5. Este é um número puro: nem
porcentagem, nem reais, nem toneladas.

Observe que a elasticidade preço da demanda é negativa porque um aumento do preço


provoca uma queda da quantidade demanda, isto é, QDt é menor que QDt-1.

Elasticidade-Renda da Demanda

Elasticidade-renda da demanda é a variação percentual da quantidade demandada de um bem


X, para cada unidade de variação percentual na renda do consumidor. Normalmente, quando
há um aumento na renda, espera-se que ocorra um aumento na quantidade demandada de
qualquer bem, como por exemplo, bens normais e superiores. No entanto, nem sempre isso
ocorre, como é o caso dos bens inferiores. Assim, diante de uma variação na renda, os
economistas costumam classificar os bens em três tipos: normal, superior e inferior.

Os bens normais são bens que quando a renda aumenta, a quantidade demandada (ou
consumo) desse bem também aumenta, porém em uma proporção menor. Isto é, os bens são
inelásticos a aumentos na renda, de modo que um aumento de 10% na renda gera um
aumento menor que 10% na quantidade demandada.

Os bens superiores são bens que quando a renda aumenta, a quantidade demandada (ou
consumo) desse bem também aumenta, mas em uma proporção maior. Isto é, os bens são
muito elásticos a aumentos na renda, de modo que um aumento de 10% na renda gera um
aumento maior que 10% na quantidade demandada.

Já bens inferiores são bens que quando a renda aumenta, sua quantidade demandada cai, ou
seja, a elasticidade desses bens será negativa (exemplo, carne de primeira e carne de
segunda).

Em resumo, a elasticidade renda da demanda (ER), em geral, é positiva exceto para bens
inferiores:
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1) Quando ER for positiva e menor que 1 (ER < 1 e +), o bem é normal.
2) Quando ER for positiva e maior que 1 (ER > 1 e +), o bem é superior.
3) Quando ER for negativa, o bem é inferior.

A elasticidade-renda da demanda (ER) pode ser encontrada pela seguinte fórmula:

Q D R
ER =
R Q D

Ou seja,

 QtD − QtD−1  Rt −1
E R =  
 t
R − R t −1  Qt −1

Onde Qt = quantidade demandada no período final; Qt-1 = quantidade demandada no período


inicial; Rt = renda no período final; Rt-1 = renda no período inicial. R/Q é o ponto sobre a
curva de demanda no qual desejo saber a elasticidade-renda da demanda.

Exemplo: O segmento do mercado de automóveis teve uma queda de renda média no último
ano, de R$ 65 mil anuais para R$ 58,5 mil. Com isso, as vendas de automóveis caíram de
1.500 unidades para 1.400 unidades no mesmo período. Encontre a elasticidade-renda da
demanda para esse mercado:

 QtD − QtD−1  Rt −1
E R =   D
 Rt − Rt −1  Qt −1

 1400 − 1500  65.000


ER =  
 58.500 − 65.000  1500
 − 100 
ER =  43,33
 − 6.500 
ER = (0,01538)43,33
ER = 0,67

No caso, a demanda de automóveis mostrou-se relativamente inelástica em relação à renda,


uma vez que a queda na quantidade demandada foi menor que a queda de renda. Portanto,
trata-se de um bem normal. Isto indica que os consumidores destinaram uma parte maior de
sua renda para a compra deste bem, sacrificando parcialmente outros gastos. Embora trate-se
apenas de um exemplo hipotético, é possível que a ausência de alternativas viáveis de
transporte de massa (coletivo) nas grandes cidades brasileiras provoque um efeito desse tipo
no mercado automobilístico.

Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda

O conceito de elasticidade-preço cruzada compara variações percentuais de quantidade


demandada de um bem em relação a variações percentuais no preço de outro bem. A
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elasticidade-preço cruzada entre os bens X e Y é a variação percentual na quantidade


demandada do bem X, para cada unidade de variação percentual no preço do bem Y.

A partir da elasticidade cruzada da demanda é possível identificar se os bens em questão são


substitutos ou complementares. Por exemplo, considere que X e Y sejam bens substitutos, isto
significa que o aumento no preço do bem X vai provocar um aumento da quantidade
demandada do bem Y e vice-versa. Por outro lado, se X e Y são bens complementares, o
aumento no preço de do bem X vai provocar uma redução na quantidade demandada do bem
Y, e vice-versa.

Manteiga e margarina, gasolina e etanol são exemplos de bens substitutos. Impressora e


cartuchos, computador e programas de computador, café e açúcar são exemplos de bens
complementares. No caso de bens substitutos, um bem pode substituir o outro no consumo,
enquanto no caso de bens complementares, o consumo dos dois bens ocorre de forma
conjunta, isto é, o consumo de um depende da disponibilidade do outro.

Para calcular a elasticidade-cruzada da demanda, considere:

Q XD PY
E XY =
PY Q XD

 Q XtD − Q XtD −1  PYt−1


E XY =   D
P −
 Yt Yt−1  Q Xt −1
P

Onde QDXt = quantidade demandada do bem X no período final; QDXt-1 = quantidade


demandada do bem X no período inicial; PYt = preço do bem Y no período final; PYt-1 = preço
do bem Y no período inicial.

Assim, quando:

1) A elasticidade cruzada da demanda for positiva, os bens são substitutos.


2) A elasticidade cruzada da demanda for negativa, os bens são complementares.

Exemplo: O preço do Toddy caiu de R$ 5,50 para R$ 4,80 e a quantidade vendida de Nescau
reduziu-se de 600 mil latas para 500 mil latas na semana em que durou a promoção do Toddy.
Calculando as variações, fazemos:

 Q XtD − Q XtD −1  PYt−1


E XY =   D
P −
 Yt Yt−1  Q Xt −1
P

 500 − 600  5,50


E XY =  
 4,80 − 5,50  600
 − 100 
E XY =  0,009167
 − 0,70 
E XY = (142,86)0,009167
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E XY = 1,31

Este exemplo, se ocorresse na realidade, mostraria uma forte elasticidade cruzada entre o
Toddy e o Nescau (bens substitutos), já que a quantidade demandada de um cai com maior
intensidade que o preço do outro, causador daquela queda.

Fatores explicativos da elasticidade-preço da Demanda

Podemos listar algumas causas de um bem ou serviço apresentar elasticidade-preço da


Demanda alta ou baixa. As principais são:

• Essencialidade do bem/serviço (supérfluos são mais elásticos que os essenciais);


• Peso no orçamento do consumidor (quanto menor o peso, menor a elasticidade);
• Existência de substitutos no consumo (bens insubstituíveis são menos elásticos ou
mais inelásticos);

Assim, quanto maior a essencialidade do bem, menor o peso no orçamento e menor a


existência de bens substitutos, menor tende a ser a elasticidade desse bem. E vice-versa.

O sal e as joias são exemplos muito utilizados. O sal, que possui característica essencial para
grande parte das pessoas, tem peso reduzido no orçamento familiar e não possui
praticamente substituto. Portanto, o sal é pouco elástico ou muito inelástico em relação ao
preço, pode dobrar ou triplicar de preço, mas o impacto imediato nas compras será muito
limitado. Quanto a joia, que é um produto de luxo, não é um bem essencial (embora para
algumas pessoas, de alto poder aquisitivo, representem um atributo indispensável de status),
tem um peso muito expressivo no orçamento dos consumidores (mesmo os de alta renda já
que milionários, para quem o custo de adquirir joias é indiferente, são minoria na própria
camada social que se costuma designar como de alta renda) e possui muitos bens substitutos,
como bijuterias. Assim, as joias são bens muito elásticos em relação ao preço, um leve
aumento pode provocar uma grande queda na quantidade demanda.

Elasticidade-Preço da Oferta

A elasticidade-preço da oferta é definida como a variação percentual na quantidade ofertada


do bem X, para cada unidade de variação percentual no preço do bem X.

Em valor absoluto, a elasticidade varia entre zero e infinito. Assim, podemos classificar as
elasticidades-preço da oferta em:

1) Oferta ELÁSTICA, quando ES > 1 – Isto ocorre quando a variação no preço de 1%,
por exemplo, provoca uma variação na quantidade ofertada maior que 1% (gráfico à
esquerda).
2) Oferta de elasticidade UNITÁRIA, quando ES = 1 – Isto ocorre quando a variação no
preço de 1%, por exemplo, provoca uma variação na quantidade ofertada também de
1% (gráfico à direita).
3) Oferta INELÁSTICA quando ES < 1 – Isto ocorre quando a variação no preço de 1%,
por exemplo, provoca uma variação na quantidade ofertada menor que 1% (gráfico do
meio).
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P P P
S
S S
P1 1 1 P1 1
P1

0 0 0
P0 P0 P0

Q0 Q1 Q Q0 Q1 Q Q0 Q1 Q

Os principais fatores que determinam a elasticidade-preço da oferta são essencialmente o


tempo (a defasagem de resposta da produção a variação no preço) e a disponibilidade de
fatores de produção.

i) Quanto menor o tempo de resposta da produção a variação de preço e maior a


disponibilidade de fatores de produção, a oferta tende a ser elástica;
ii) Quanto maior o tempo de resposta da produção a variação de preço e menor a
disponibilidade de fatores de produção, a oferta tende a ser inelástica;

Ao contrário da elasticidade da demanda, a elasticidade preço da oferta é positiva, uma vez


que as variações de preços e quantidades são no mesmo sentido. Isto é, ao aumentar o preço a
quantidade ofertada também aumenta.

Q S P
ES =
P Q S

 QtS − QtS−1  Pt −1
E S =   S
 Pt − Pt −1  Qt −1

Onde QDt = quantidade ofertada no período final; QDt-1 = quantidade ofertada no período
inicial; Pt = preço no período final; Pt-1 = preço no período inicial. P/QD é o ponto sobre a
curva de ofertada no qual desejo saber a elasticidade-preço da oferta.

Exemplo: Os produtores de café reagem ao aumento do preço de R$ 200,00 para R$ 250,00 a


saca de 60 kg, aumentando a produção de 100 kg para 130 kg. Calculamos as variações
percentuais:

 QtS − QtS−1  Pt −1
E S =   S
 tP − Pt −1  Qt −1
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 130 − 100  200


ES =  
 250 − 200  100
 30 
E S =  2
 50 
ES = (0,6)2
ES = 1,2

Neste exemplo, a produção de café em grão se mostra elástica em relação ao preço, com um
indicador pouco superior a 1,0.

Síntese

Nesta aula foi visto a importância das elasticidades para os consumidores, empresas e para o
governo. Vimos as elasticidades da demanda e da oferta e os principais fatores que
determinam o seu resultado. Além disso, definimos os diversos tipos de bens conforme sua
elasticidade. Na próxima aula serão expostas as estruturas de mercado.

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