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ISSN: 23170336
APROVEITAMENTO DA PALHA DA CANA-DE-AÇÚCAR PÓS-
COLHEITA MECANIZADA
SILVA 1 , A.P., MEERT2 , D., FINAMORE3 , W.L. de M..1
RESUME: The cane straw, at present, is not used for industrial or energy purposes, and
their fate is burning in own field. Previous studies indicate that approximately 50% of
the generated straw may be removed from the field, with gains for the agricultural and
environmental area. The use of straw as a source of energy will result in significant
efficiency gains for the sector and increase the amount of electric power generation in
the drive add a straw to bagasse (higher pressure boiler), remove excess straw in the
cane fields and bringing agronomic benefits.
Keyword: renewable energy, sustainability, energy microgeneration.
INTRODUÇÃO
As recentes transformações estruturais do setor elétrico brasileiro vêm seguindo as
tendências mundiais, cujo caráter é eminentemente descentralizador, com maior espaço
para a produção de eletricidade em geradores independentes das concessionárias; uso
mais intensivo de fontes energéticas renováveis; auto-produção energética e a geração
distribuída, contexto dentro do qual se destaca a cogeração no setor sucroalcooleiro.
A partir da biomassa produzida pelo seu processo produtivo, o potencial de
geração de energia elétrica excedente possui como principais determinantes a alternativa
tecnológica adotada para o ciclo termoelétrico de cogeração: dados do IBGE sobre a
1
Acadêmico do curso de Tecnologia em Produção Agrícola (UNIGRAN). E-mail:
alberyssilva@yahoo.com.br
2
Acadêmico do curso de Tecnologia em Produção A grícola (UNIGRAN)
3
Msc. Docente do Curso de Tecnologia em Produção Agrícola (UNIGRAN).
MATERIAIS E MÉTODOS
A produção de cana-de-açúcar gera uma grande quantidade de biomassa residual
que pode ser utilizada na geração termoelétrica. Dados do CTC indicaram que para
cada tonelada de colmo de cana-de-açúcar gera aproximadamente 140 kg de fibra
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(bagaço) e 140 kg de folhas (palha) em base seca (Hassuani, 2005) em virtude de suas
características químicas ambas possuem um poder calorífico muito parecido e nas
condições atuais das caldeiras existentes do setor, foi possível gerar 0,4 MWh por
tonelada de bagaço a 50% de umidade e 0,7 MWh por tonelada de palha de cana com
umidade em torno de 15% Com base nestes números e tomando-se apenas a utilização
parcial da palha disponível no campo no pós-colheita (50% do total para evitar
problemas agronômicos na lavou seria possível gerar aproximadamente 27.5 TWh
anuais, cerca de 5% do total da energia consumida no Brasil em 2013 (600 TWh) e duas
vezes e meia a geração da Belo Monte (11,2 TWh).
Entretanto, diferentemente do bagaço que foi disponibilizado como resíduo ao
final do processo de extração do caldo de cana, a palha de cana-de-açúcar requer uma
série de operações agrícolas para o seu recolhimento e transporte até a usina onde foi
utilizada.
Esta logística agrícola ainda é muito recente, e como toda operação existente na
lavoura canavieira, demanda analise para de terminação da melhor rota de recolhimento
de palha para cada local.
As duas rotas de recolhimento atualmente em uso são o transporte da palha junto
com a cana picada colhida mecanicamente e o enfardamento da palha mais seca em
fardos retangulares, realizado em operação posterior á colheita mecanizada da cana.
Ambos os sistemas teve suas vantagens e desvantagens tanto do ponto de vista de
viabilidade técnica quanto econômica.
Durante a colheita de cana, grande parte da palha é separada dos colmos através
de um sistema de ventilação composto por dois extratores localizados na colhedora de
cana picada e os valores usuais de impurezas vegetais (palha) encontrados atualmente
situam-se entre 5 e 6%, deixando grande parte da palha no solo. Inicialmente o setor
optou pelo sistema de transporte de maiores quantidades de palha junto com a cana
picada e posterior separado. Isso é possível através da diminuição da rotação dos
ventiladores e consequentemente menor eficiência de separação da palha dos colmos,
fazendo com que seja possível levar maiores quantidades de palha (10 a 15% de
impureza vegetal) que foi separada em uma unidade industrial chamada Estação de
Limpeza a Seco, onde a palha foi separada dos colmos logo na a colheita parcial da
palha realizada desta maneira possibilita uma maior facilidade operacional visto que
impacta pouco na operação cotidiana na usina, porém a densidade de carga é impactada
1° Etapa
Acúmulo da palha no campo após a colheita mecaniza e recolhimento do
mesmo após 7 dias a 10 a 15% de umidade.
2° Etapa
O aleiramento da palha pós-colheita consiste no agrupamento da palha em leiras
e o modo como é realizado impacta na quantidade de impurezas minerais adicionada ao
fardo e no desempenho operacional da enfardadora, operação subsequente. A
enfardadora recolheu a palha contida na leira, compactando a em fardos retangulares
amarrados com barbantes longitudinais.
Os fardos então foram depositados automaticamente no solo conforme são
produzidos e o recolhimento foi realizado pela carreta recolhedora de fardos agrupando-
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3° Etapa
Enfardamento.
Teve rendimento operacional de 40 a 50 fardos de palha por/h com dimensão dos
fardos de 1,20(L) x 2,20(C) x 0,90(A), com média de 380 kg (máximo de 450 kg) de
200 a 300 fardos por/dia no turno de trabalho de 6 horas dia. Antes do enfardamento
ficava no campo de palha pós-colheita aproximadamente de 9 a 14 toneladas de palha.
ha-1 no campo.
Quantidade de palha retirada do campo após recolhimento com média de 6
toneladas de palha/há, após o enfardamento da palha de 4 a 8 toneladas de palha.ha -1 no
campo, com recolhimento de 50 a 70% da palha no campo. Após o recolhimento da
palha trás benefícios agronômicos de controle de plantas daninhas (supressão e
alelopatia), proteção contra erosão de solo, mantém a umidade do solo e contribui com
atividade microbiológica do solo e reciclagem de nutrientes.
Excesso de palha pode ser prejudiciais como falhas na brotação de socaria
atrapalham as atividades sequenciais a colheita (cultivo) e o ambiente são favoráveis ao
aparecimento de pragas (cigarrinha) e pode maximizar os efeitos de baixas
temperaturas.
4° Etapa
Recolheram os fardos no campo com carregamento sequencial automatizado com
capacidade de 12 fardos por viagem.
5° Etapa
Empilhamento e armazenamento dos fardos no campo.
6° Etapa
Carregamento do caminhão foi usado a plaina frontal com capacidade de 3 fardos
por vez com o mesmo trator do aleirador.
7° Etapa
Transporte dos fardos até a indústria.
Os fardos que chegaram à usina foram processados para serem usados como
combustível na caldeira, o processamento mais adequado consiste em descarregar os
fardos, remover as impurezas minerais e trituração até atingirmos a granulometria
adequada.
Soluções indústrias existente no mercado para diferentes escalas, os semi-reboque
tiveram a capacidade de transporte de 34 fardos.viagem-1 com caminhão prancha da
usina com capacidade de transporte de 28 fardos.viagem-1 com distância média de 5 km
do campo até a indústria.
8° Etapa
Descarregamento e armazenamentos dos fardos na indústria foram realizados com
a moto cana. Mais teve algumas desvantagens como fardos arrebentados e o processo é
lento um fardo por vez e assim a moto cana abastece o sistema industrial.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os principais pontos que foram considerados no enfardamento são: desempenho
da enfardadora, equipamento de menor produtividade e maior custo; custo do barbante
distancia da lavoura à usina devido ao custo de transporte, umidade da palha no
momento do enfardamento e desempenho na remoção de terra e trituração na instalação
industrial, pois o fardo possui alto teor de impurezas minerais que causaram danos às
caldeiras e o tamanho final da partícula influencia a eficiência da caldeira. Além disso, o
enfardamento introduz uma “nova colheita” na usina e precisa ser gerenciada de forma a
minimizar os impactos em outras operações subsequentes como tratos culturais e
aplicação de vinhaça.
Além das considerações citadas acima, todo estudo para o recolhimento de palha
foi considerar também a quantidade de palha que poderá ser removida dos canaviais
mantendo a sustentabilidade da produção canavieira, considerando-se solo e clima de
cada localidade.
As duas rotas de recolhimento descritas acima têm suas vantagens e
desvantagens e a definição de alternativa escolhida depende de estudos considerando-se
as condições locais de cada usina tanto agrícolas quanto de instalações industriais, e
quantidade de palha necessária e disponível. Pode ser também considerada a opção de
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Área Variedade Com Palha (t.ha-1 ) Sem Palha (t.ha-1 ) Diferença (t.ha-1 )
Área Variedade Com Palha (t.ha-1 ) Sem Palha (t.ha-1 ) Diferença (t.ha-1 )
Custo benefício.
Preço da tonelada da palha enfardada: R$ 75,00
Custo do enfardamento: R$ 30,00
Segundo (GOES, 2008) Esse é sem dúvida o fator mais importante para a
sustentabilidade interna da produção e expansão da cana.
CONCLUSÕES
Concluímos que a retirada da palha no campo pós-colheita da cana-de-açúcar
trás benefícios agronômicos e principalmente energéticos. No entanto essa técnica já é
uma realidade no setor sucroalcooleiro, a absorção de novas ideias sustentáveis e de
soluções cotidianas. Empresas que buscam uma fonte limpa de energia renovável estão
à frente das demais, e tem a oportunidade de serem pioneiras em um ramo emergente e
necessário para todos. Nesse sentido o uso de energia limpa apresenta um desafio e tem
como característica uma eficiência energética maior do que as disponíveis, mais
atualmente a ideia de sustentabilidade que tem se pregado como um sonho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RÍPOLI, T. C. C.; MOLINA JR.; W. F.; RÍPOLI, M. L. C.; Energy potential of sugar
cane biomass in Brazil. Scientia Agricola , October-December 2000, vl. 57, no. 4