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UNIDADE 1

MECÂNICA DOS MEIOS CONTÍNUOS - ELASTICIDADE

Quando desejamos descrever o movimento de um corpo sólido, é muito


útil supormos que ele é rígido, isto é, que ele não se deforma. Na realidade,
esta é uma aproximação que se aplica à maioria das situações que
encontramos, visto que não existe nenhum corpo absolutamente rígido.
Entretanto, há casos em que as deformações sofridas por um corpo, quando
sujeito a determinadas forças, têm que ser estudadas com muito cuidado.
Existem muitos exemplos no dia-a-dia onde é necessário o conhecimento da
deformação de um corpo, seja para evitá-la, seja para aproveitar a
deformação para uma dada aplicação. Por exemplo, na engenharia, as
possíveis deformações de estruturas de aço, concreto ou vidro devem ser
levadas em conta para evitar que elas venham a ruir ou se fraturar. Estas
deformações, em geral, são provocadas por movimentação e assentamento do
solo após a obra/instalação, dilatações e contrações térmicas devido à
variações de temperatura ou desastres naturais como deslizamentos de terra,
terremotos e maremotos. Máquinas, por exemplo, podem vir a sofrer flexões
mecânicas que inviabilizem o seu correto funcionamento. Ou então, no caso de
carros a deformação é bem-vinda em choques com outros veículos ou
obstáculos, exatamente para absorver os momentos linear e angular e a
energia, evitando que os mesmos sejam transferidos para as pessoas dentro
do carro diminuindo o grau de danos físicos às mesmas.

1
OBJETIVOS (AO FINAL DESTA AULA VOCÊ DEVE SER CAPAZ DE...)

• DEFINIR TENSÃO DE TRAÇÃO E DE COMPRESSÃO


• DEFINIR DEFORMAÇÃO E MÓDULO DE YOUNG
• DEFINIR TENSÃO DE CISALHAMENTO E MÓDULO DE CISALHAMENTO
• APLICAR O CONCEITO DE RAZÃO DE POISSON
• DISCUTIR OS EFEITOS DA ELASTICIDADE EM SITUAÇÕES COTIDIANAS

1.1 TENSÃO E DEFORMAÇÃO

Quando um corpo sólido fica sujeito a forças que tendem a esticá-lo, ou


comprimí-lo, sua forma pode se alterar. Se, após a remoção dessas forças, o
corpo retornar à forma original, dizemos que ele é elástico; se isso não
acontecer, dizemos que ele é inelástico. Na maioria dos casos, os corpos são
elásticos se as forças aplicadas estiverem abaixo de um valor máximo,
chamado de limite elástico; quando as forças aplicadas excederem este
limite, o corpo não irá retomar a forma original e ficará permanentemente
deformado depois da ação das forças.

A Fig. 1.1a mostra uma barra sólida, maciça, ainda no comprimento


original L , inicialmente em equilíbrio e sem deformação. Quando ela é sujeita
a uma força de tensão de tração F , seu comprimento tende a aumentar (Fig.
1.1b). A tensão se distribui por igual sobre sua área de seção transversal,
tanto à sua esquerda quanto à sua direita.

Fig. 1.1a: Barra sólida Fig. 1.1b: Barra sujeita à uma


em equilíbrio e sem tensão de tração.
deformação.

Se ΔL é a variação do seu comprimento, a variação fracional desse


comprimento, sob ação da força, é a deformação da barra, dada por:

ΔL
Deformação = (1.1)
L

Se a multiplicarmos por 100, obteremos a porcentagem de aumento de


comprimento da barra em relação a seu comprimento original.

A razão entre o módulo da força F e a área da seção reta da barra ( A ) é


a tensão de tração, ou simplesmente tração, dada por:

F
Tensão = (1.2)
A

2
Se a mesma força é aplicada segundo a normal à todas as superfícies, a
chamamos de pressão:

(1.3)

Quando uma barra sólida é sujeita a forças que tendem a comprimí-la, a


tensão é chamada de tensão de compressão. O gráfico da tensão versus a
deformação para uma barra sólida é mostrado na Fig. 1.2. O gráfico é linear
até o ponto A; no intervalo de zero ao ponto A, a deformação é proporcional à
tensão. O ponto B define o limite do regime elástico do material de que a barra
é constituída. Para valores da deformação maiores que o deste ponto, a barra
ficará permanentemente deformada; o intervalo entre os pontos B e C é
chamado de regime plástico do material. Se a tensão for ainda maior que o
seu valor no ponto C, a barra irá se fraturar. Esse é o ponto de fratura, ou
ruptura.

Figura 1.2: Gráfico de Tensão em função da


Deformação

A razão entre a tensão e a deformação, no intervalo linear do gráfico, é uma


constante que define o módulo de elasticidade do material, conhecida como
Módulo de Young Y :

Tensão F/A
Y= = (1.4a)
deformação ΔL / L

ou:

F .L
Y= (1.4b)
A ΔL

No SI, a unidade do módulo de Young é Newtons por metro quadrado N/m2. O


módulo de Young para muitos materiais tem o mesmo valor tanto para a
tensão de compressão quanto para a tração. Há outros materiais que possuem
estes valores bem diferentes um do outro; por exemplo, o concreto, que tem o
valor da tensão de compressão muito alto, não suporta tensões de tração.

3
A equação 1.4b nos mostra que o módulo de Young dá uma medida da
capacidade do material resistir à deformação. Quanto maior o módulo de
Young, menor a deformação que o material sofre sob ação de uma tensão. A
tabela 1.1 mostra os valores aproximados do módulo de Young para diversos
materiais. Obviamente o aço, o vidro, o concreto, a madeira e o osso podem
ter valores diferentes dos indicados devido a variações em sua composição
química e estrutural.

Tabela 1.1

MATERIAL DENSIDADE MÓDULO DE LIMITE CARGA DE


(kg/m3) YOUNG ELÁSTICO RUPTURA
(109 N/m2) (106 N/m2) (106 N/m2)
Aço 7860 200 250 400
Alumínio 2710 70 95 110
Cobre 8890 110 28 -
Bronze 8740 90 - -
Vidro 2190 65 - 50
Concreto 2320 30 - 40
Madeira 525 13 - 50
Osso 1900 9 - 170
Poliestireno 1050 3 - 48
Nylon 1050-1010 2-4 - 45
Borracha 1600-400 0,001-0,1 2 -

Exemplo 1.1: Aplicamos a mesma força uniformemente sobre as quatro tiras,


de mesmo comprimento Lo e área de seção reta A:

(a) (b) (c) (d)

Figura 13: Teste seus conceitos sobre elasticidade em diferentes materiais

(a) Qual a relação entre as tensões para as quatro tiras?

(b) Em sua opinião qual das tiras terá maior deformação? Qual terá menor?

(c) Compare qualitativamente as relações de ΔL/Lo para as quatro tiras, sendo


ΔL a dilatação da tira e Lo seu comprimento inicial. Que grandeza física
distingue as diferentes deformações das tiras? Consulte a tabela 1.1, se julgar
necessário.

(d) Se as forças nas tiras tivessem o sentido contrário ao mostrado na figura, o


módulo de Young seria o mesmo? Explique.

Resposta:

4
(a) Como é aplicada a mesma força F sobre a mesma seção reta de área A das
tiras, a tensão é igual para as quatro tiras.

(b) Podemos presumir que a borracha terá a maior deformação e o aço terá a
menor.

(c) Qualitativamente podemos dizer que ΔL/Lo é maior na seguinte ordem


decrescente: borracha, nylon, concreto, aço.

Sendo a tensão a mesma para as quatro tiras e tendo, no entanto,


deformações diferentes, deve existir uma grandeza, característica do material
de qual são feitas as tiras, relacionada à elasticidade. Essa grandeza é
denominada módulo de elasticidade, quando a tensão aplicada é
diretamente proporcional à deformação.

Isso pode ser verificado de maneira semi-quantitativa analisando-se os valores


do Módulo de Young listados na tabela do 1.1. Como se pode ver, a
deformação é maior para os materiais que possuem Módulo de Young menor.
Esta tendência é expressa pela equação abaixo:

!! #
"
!" $

uma vez que as tensões e deformações são as mesmas.

(d) Existem materiais que possuem o mesmo valor do módulo de Young Y para
a compressão e dilatação. No entanto, existem alguns materiais como o
concreto (material compósito) que são exceções, ou seja, possuem diferentes
valores de Y para a compressão e dilatação.

Exemplo 1.2: Um trampolim é formado por uma prancha de madeira que tem
uma extremidade fixa e a outra livre. Um atleta se prepara para saltar da
ponta livre do trampolim. Nesse instante, que parte da prancha que está sob
tensão? E sob compressão? Alguma parte da prancha não sofre nem distensão
nem compressão? Sugestão: Faça um esboço da situação e observe o que
acontece.

Resposta:

Figura 1.4

Acima da linha central da viga (linha tracejada onde não existe compressão ou
dilatação), podemos perceber que houve um aumento no comprimento da

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prancha e, portanto, existe distensão (tensão de dilatação). Abaixo dessa linha
houve uma diminuição, ou seja, nessa região há compressão. A linha central
(pontilhada na figura) da prancha não sobre tensão de dilatação e nem de
compressão

Atividade 1.1: O gráfico na figura 1.5 ilustra um diagrama de tensão-


deformação de um metal dúctil.

Figura 1.5

(a) Defina os regimes linear, elástico e plástico, identificando-os no gráfico.

(b) Determine a que material corresponde o gráfico de acordo com os dados


da tabela 1.1.

Exemplo 1.3: As cordas usadas por alpinistas em escaladas são geralmente


de nylon, cujo módulo de Young é 2 x 109 Pa.

(a) Estime a dilatação e a deformação na corda utilizada por um alpinista.


Suponha valores razoáveis para as grandezas necessárias à resolução do
problema.

(b) Poderia um cabo de aço, que tenha mesma deformação quando submetido
à mesma tensão da corda de nylon, servir para a mesma finalidade? Explique.

(c) Você acha que poderia ser utilizada, para o alpinismo, uma “corda de
borracha” que tenha mesma deformação quando submetido à mesma tensão
da corda de nylon. Por quê?

6
Resposta:

(a) Supondo que um alpinista tenha 7 0 Kg e utilize uma corda de 50 m de


comprimento e 1 cm de diâmetro, temos:
!
(!"  !")×(!,! ! )
!
! !" !
∆! ! ! !   !,!  ×  !"!!  !
= = = ~0,02    
! ! ! !,!  ×  !"!      !"

A elongação então será de aproximadamente 2% de 50m, o que equivale a


aproximadamente 1,0 m.

(b) Provavelmente seria inviável utilizar um cabo de aço na prática de


alpinismo. Para que ambos os cabos, o de aço e o de nylon, tenham a mesma
deformação quando submetidos à mesma tensão, o cabo de aço deverá ter
uma área de seção reta menor que a do cabo de nylon, pois o seu módulo de
Young (200 x 109 Pa) é muito maior que o do nylon (2 x 109 Pa). Neste caso,
como as tensões e as deformações são as mesmas para os dois cabos, temos
que:

1
A∝
Y

Com uma área de seção reta menor, será maior a tensão sobre a mão do
alpinista que utiliza um cabo de aço, e, por exemplo, ao cair, ele poderia ter
sua mão cortada.

(c) Também seria inviável utilizar uma corda de borracha para a prática de
alpinismo. Ao contrário do cabo de aço, o “cabo de borracha” deverá ter uma
seção reta de área muito maior, (para que esse cabo tenha mesma
deformação quando submetido à mesma tensão da corda de nylon), pois o
módulo de Young da borracha é menor. Isso significa que o alpinista deverá
carregar uma corda muito mais “pesada”, o que inviabiliza sua utilização.

Exemplo 1.4: Postes que sustentam semáforos, placas de trânsito e de


energia elétrica, possuem seção reta circular para serem resistentes ao
encurvamento em qualquer direção, causado por terremotos ou pelo vento.

Dois postes de mesma massa e material possuem seções retas diferentes,


como mostra a figura 1.6. Qual é mais resistente ao encurvamento? Explique.

Figura 1.6: a) Poste maciço. b) Poste oco.

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Se calcularmos o torque (M) que um barra
envergada sofre em torno da linha neutra
(região da barra que não se distende e nem se
contrai) encontraremos:

M=YI/R,

onde ! ! dA , y é a distância do elemento de


massa à linha neutra ; Y é o módulo de Young
da barra e R é o raio de curvatura da barra (ver Feyman, Lectures on Physycs.
Vol II, pag 38-9).

Ou seja, a resistência da barra é proporcional ao momento de inércia. Se


quisermos maximizar a resistência da barra com uma dada massa de
material, devemos concentrar esta massa o mais longe possível da superfície
neutra para que possamos então maximizar o momento de inércia.

Atividade 1.2: Um fio metálico de 3,50 m de comprimento e 0,70 mm de


diâmetro foi submetido ao seguinte teste. Uma carga pesando 20 N foi
inicialmente presa ao fio para mantê-lo esticado. A posição da extremidade
inferior do fio foi medida com uma régua enquanto a carga aumentava.

Tabela 1.2

Carga Leitura
Adicionada(N) (cm)
0 3,02
10 3,07
20 3,12
30 3,17
40 3,22
50 3,27
60 3,32
70 4,27

(a) Faça um gráfico com os valores de aumento da carga por aumento do


comprimento.

(b) Calcule o valor do módulo de Young.

(c) O limite de proporcionalidade é atingido quando a leitura da régua atinge


3,34 cm. Qual a tensão neste ponto?

(d) Pode ser usada a relação (F/A)/(ΔL/L) para uma carga de 70N?

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Atividade 1.3: Explique como é possível minimizar o encurvamento
substituindo uma viga horizontal por uma viga em forma de I.

Figura 1.7: a) Viga horizontal. b) Viga em forma de I.

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1.2 Tensão e Deformação de Cisalhamento

O cisalhamento é uma deformação em que uma parte do corpo se


desloca sobre outra ao longo da direção de aplicação da força deformadora. A
figura 1.8 mostra um livro sendo empurrado por uma força Fs aplicada em sua
parte superior e tangencialmente a ela. A capa superior se desloca
relativamente à inferior; com isso, cada página do livro também tem um
pequeno deslocamento em relação à página imediatamente inferior.

Figura 1.8

A força Fs é chamada de força de cisalhamento. A razão entre o


módulo da força de cisalhamento Fs e a área A é a tensão de cisalhamento:

Fs
Tensão de cisalhamento = (1.5)
A

A deformação criada no livro da figura é chamada de deformação de


cisalhamento, sendo medida pela seguinte relação:

ΔX
Deformação de cisalhamento = = tan θ (1.6)
L

em que θ, mostrado na figura, é o ângulo de cisalhamento.

Define-se também o módulo de cisalhamento Ms como a razão entre a


tensão de cisalhamento e a deformação de cisalhamento:

Fs / A Fs / A
Ms = = (1.7)
ΔX / L tan θ

O módulo de cisalhamento também é conhecido como módulo de


torção. Para pequenas tensões, ele é aproximadamente constante e, dessa
forma, a deformação de cisalhamento é função linear da tensão de
cisalhamento. A tabela 1.3 mostra valores aproximados do módulo de
cisalhamento de vários materiais.

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Tabela 1.3

Material Ms (109 N/m2)


Aço 84
Alumínio 30
Bronze 36
Chumbo 5,6
Cobre 42
Ferro 70
Tungstênio 150

Exemplo 1.5: Uma força de módulo F é aplicada uniformemente sobre uma


aresta de um bloco causando-lhe uma deformação conforme mostra a figura
abaixo.

Figura 1.9a 1.9b 1.9c

(a) Verifique o que ocorre com as dimensões paralelas às diagonais D1 e D2


após a deformação.

(b) Qual a diferença entre tensão de compressão e tensão de cisalhamento?

(c) Determine a tensão, a deformação e o Módulo de Cisalhamento do bloco.

Resposta:

(a) As dimensões paralelas a D1 são maiores que as dimensões paralelas a D2,


ou seja, as diagonais sofrem deformações.

(b) Na compressão, a força é aplicada perpendicularmente à área da seção


reta e no cisalhamento a força é aplicada paralelamente, provocando uma
torção do objeto.

(c) Temos

Fs
Tensão =
L2

x
Deformação = tgθ = ≈θ
L
11
Tensão F L F
Ms = = 2s ≈ s2
Deformação L x θL

Onde MS é o Módulo de Cisalhamento.

Atividade 1.4 Identifique nas figuras abaixo as tensões a que estão


submetidos os objetos. Faça um diagrama de forças para justificar suas
respostas.

Ponte Pênsil Ponte em forma de Bloco deformado Viga horizontal


abóbada

Figura 1.10a 1.10b 1.10c 1.10d

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1.3 Razão de Poisson

Consideremos um objeto com comprimento L e espessuras E e H. Se


esse objeto é submetido a uma tensão (de tração ou de compressão) na
direção do comprimento L, suas dimensões variam, respectivamente, dos
valores: Δ L, Δ E e Δ H (Figura 1.11).

Figura 1.11

Para valores pequenos da tensão aplicada, as variações relativas das


dimensões da barra, perpendicularmente à da aplicação da força, são
proporcionais à variação relativa da dimensão de mesma direção da força
aplicada, ou seja:

ΔH ΔL
= −σ H (1.8)
H L

ΔE ΔL
= −σ E (1.9)
E L

em que é denominado coeficiente de Poisson. O sinal negativo nas


relações acima indica que um aumento na dimensão L acarreta uma
diminuição nas dimensões E e H. Para materiais homogêneos: σ E = σ H.

Exemplo 1.6: Uma corda, usada em alpinismo, de 9,0 mm de diâmetro e 50


m de comprimento, é feita de nylon, cujo módulo de Young vale 8,0 x N/
e o coeficiente de Poisson vale 0,2. Um alpinista de 80 kg está
dependurado nessa corda. Determine a elongação e o diâmetro dessa corda na
situação descrita.

Resposta:

mgL (80kg )(9,78 m s 2 ) (50m)


ΔL = = = 0,769m
AY 8 N 81,0π −6 2
(8,0 × 10 m2 )( × 10 m )
4

A variação no diâmetro D será

13
ΔL 0,769m
ΔD = −σ D = −0,2 9,0 × 10 −3 m = −2,8 × 10 −4 m
L 50m

O diâmetro da corda quando esta estiver sob tensão será:

D f = ( D + ΔD) = (90,0 − 2,8) ×10 −4 m = 87,2 ×10 −4 m

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

EF 1.1: Um bíceps relaxado necessita de uma força de 25,0 N para uma


dilatação de 3,0 cm; o mesmo músculo, sob tensão máxima, necessita de uma
força de 500 N para produzir a mesma dilatação. Calcule e compare os
módulos de Young do tecido muscular em cada um destes casos supondo que
o músculo seja um cilindro uniforme com uma área de seção reta igual a 50,0
cm2 e comprimento igual a 0,200 m. Qual a relação entre os dois valores?

EF 1.2: Um fio de alumínio (YAl = 7,0 x 1010 N/m2) tem sua extremidade
soldada na extremidade de outro fio de aço (Yaço = 2,0 x 1011 N/m2). Os dois
fios têm as mesmas dimensões: 1,0 m de comprimento e diâmetro de 1,0 mm.

(a) Se um bloco de 10 kg é suspenso por esse conjunto, qual será o aumento


total no comprimento?

(b) Qual é o módulo de Young efetivo desse conjunto?

EF 1.3: Dê exemplos de objetos submetidos a uma força de cisalhamento.

EF 1.4: A carga de ruptura de cisalhamento de um certo tipo de aço é de


3,5x108 N/m2. Deseja-se abrir um buraco de 1,5 cm de diâmetro em uma
chapa desse aço com 1,0 cm de espessura, como mostra a figura 1.12. Calcule
a força necessária para abrir esse buraco.

Figura 1.12

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PROBLEMAS DA UNIDADE 1

P 1.1: Os módulos de Young dos ossos são de 9,0 x 109 N/m2, para
compressão, e de 1,6 x 1010 N/m2, para tração (tensão de dilatação), e as
cargas de ruptura são de 1,7 x 108 N/m2 e de 2,0 x 108 N/m2,
respectivamente. O fêmur, o osso principal da coxa, em um homem adulto tem
um diâmetro aproximado de 2,8 cm.

a) Faça uma estimativa da deformação de seu fêmur quando você está em pé.

b) Qual a força necessária para quebrar o fêmur por compressão?

c) Você acha possível alguém quebrá-lo quando cai de certa altura? Estime
essa altura sabendo que o tempo de colisão de uma queda geralmente não
ultrapassa 0,005 s.

d) O que se pode fazer para diminuir o “impacto da queda”?

P 1.2: A figura mostra o gráfico da tensão versus deformação para um certo


tipo de aço, que tem as seguintes características:

Módulo de Young = 2,00 x 1011 N/m2

Limite elástico = 2,50 x 108 N/m2

Tensão de ruptura = 3,80 x 108 N/m2

Um fio desse aço tem comprimento de 5,0 m e seção transversal de 5,0 mm2.
O fio está preso por uma de suas extremidades. Com base nessas informações,
responda se as afirmativas são falsas ou verdadeiras e justifique sua resposta:

(a) Se um bloco de 150 kg for dependurado na outra extremidade, o fio


sofrerá uma deformação permanente.

(b) O maior alongamento que o fio pode ter antes de adquirir uma deformação
permanente é de 0,50 cm.

(c) O maior alongamento que o fio pode ter antes de se romper é de 1,0 cm.

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P 1.3: Uma mesa de quatro pernas está desnivelada. Três pernas têm 1,0 m
de comprimento e a outra é 0,50 mm maior. Cada perna é um cilindro de
madeira (Ymadeira = 1,5 x 1010 N/m2) com 1,0 cm2 de área. Um bloco de 400 kg
é colocado sobre a mesa de forma que ela fique nivelada.

(a) Determine a tração em cada perna.

(b) Se o tampo da mesa é um quadrado de 1,0 m de lado, calcule a posição


onde o bloco deve ser colocado.

P 1.4: Andar significa empurrar o chão para trás e ser por este empurrado
para frente. Quando estamos calçados, nós empurramos o solado do sapato,
cisalhando-o. Assumindo que o módulo de cisalhamento de um solado é de 2,0
x 105 N/m2, estime o ângulo de cisalhamento do solado de um calçado.

17
GABARITO COMENTADO

ATIVIDADES

Atividade 1.1:

(a)

Regime Linear: o regime linear é observado quando a tensão é diretamente


proporcional à deformação. Quando a tensão é interrompida, o objeto volta ao
seu tamanho original, isto é, a deformação é reversível. No gráfico,
corresponde ao trecho Oa.

Regime Elástico: quando aumentamos a tensão aplicada a um corpo além do


limite do regime linear, a deformação não será mais diretamente proporcional
à tensão; mas, mesmo quando essa tensão é interrompida, o objeto retorna ao
seu tamanho original, isto é, a deformação ainda é reversível e é denominada
deformação elástica. No gráfico, corresponde ao trecho ab.

Regime Plástico: quando aumentamos a tensão aplicada a um corpo além do


limite do regime elástico, o objeto não retorna ao seu comprimento original e a
deformação é dita permanente ou irreversível (deformação plástica). No
gráfico, corresponde ao trecho bd.

(b) Calculando o módulo de Young pelos dados do gráfico na região linear tem-
se Y = 111 x 1010 Pa. Portanto ele deve ser o cobre.

Atividade 1.2:

80

70

60
Aumento da Carga (N)

50

40

30

20

10

-10
3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4
Aumento do comprimento (cm)

(a)

(b) Pela inclinação do gráfico pode-se calcular o módulo de Young.

Força (20 − 10)


Tensão Área = π (0,35 x10 −3 ) 2
Y= = = 1,82 x1011 N 2
Deformação Deformação (3,12 − 3,07) m
350

18
(c) Como no regime linear a tensão e a deformação são proporcionais, temos
que a deformação é 1,43 x . Então:

Ou Y = 1,82x N/

(d) Não, porque está fora do regime linear e, portanto, não vale a equação
1.3.

Atividade 1.3:

Sobre a linha central da viga não há compressão ou distensão. Acima


dessa linha há compressão e abaixo distensão. Como a deformação é
inversamente proporcional à área da seção reta, as partes superior e inferior
devem ter maior área, enquanto que a região central pode ter área pequena
(diminuindo assim o peso da viga). O resultado é uma viga em forma de I.

Atividade 1.4:

Podemos verificar se as estruturas estão sobre tração (tensão de


dilatação), compressão ou torção (tensão de cisalhamento) identificando, por
exemplo, as forças aplicadas sobre as áreas de seção reta das estruturas.
Nesse tipo de situação é mais fácil verificar a dilatação delas, ou seja:

Ponte Pênsil: Se as forças tendem a aumentar o comprimento da estrutura, a


tensão será de dilatação, como é o caso da ponte pênsil. Os cabos estão
submetidos a tensões de dilatação e as torres, a tensões de compressão.

Ponte em forma de abóbada: Se as forças tendem a diminuir o comprimento


da estrutura, a tensão será de compressão; a ponte em forma de abóbada é
um exemplo. Toda a estrutura está submetida a tensões de compressão.

Bloco deformado: Se as forças tendem a torcer a estrutura, a tensão será de


cisalhamento; como o bloco cisalhado na figura 1.10c. Como o bloco está fixo,
é necessário representar a reação da força F, que tem mesma intensidade e
direção, mas sentido contrário.

Viga horizontal: na linha central da viga (linha tracejada), não existe nem
compressão nem dilatação. Acima dessa linha, pode-se perceber que houve
uma diminuição no comprimento da viga e portanto existe compressão. Abaixo
dessa linha houve um aumento, ou seja, nessa região há distenção ou tensão
de dilatação. Observe a parte escura que se estende além das linhas verticais
na borda da viga.

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

EF 1.1:

tensão F L
O módulo de Young é dado por Y = =
deformação A ΔL

Quando o músculo estiver relaxado teremos:

25 N 0,200m
Y= −4 2
× −2
⇒ Y = 3,3 × 10 4 N m2
50,0 × 10 m 3,0 × 10 m

Quando o músculo estiver sob tensão máxima:

500 N 0,200m
Y= −4 2
× −2
⇒ Y = 6,7 × 10 5 N m2
50,0 × 10 m 3,0 × 10 m

Como era de se esperar, o Módulo de Young para o músculo relaxado é muito


menor. Logo, para se provocar a mesma deformação quando ele está sob
tensão máxima, é necessário se fazer uma força muito menor, na verdade 20
vezes menor.

EF 1.2:

F L mgL
(a) O módulo de Young é dado por: Y = ⇒ ΔL = ; a elongação devido
A ΔL AY
ao alumínio será:

mgL Al (10 kg )(9,78 m s 2 ) 1,0m


ΔL Al = = 10 N
×π −6 2
= 17,8 × 10 − 4 m
AY Al 7,0 × 10 m 2 4 × 10 m

E devido ao aço será:

mgLaço (10 kg )(9,78 m s 2 ) 1,0m


ΔLaço = = 11 N
×π −6 2
= 6,2 × 10 − 4 m
AYaço 2,0 × 10 m2 4 × 10 m

(b) A deformação efetiva será igual à elongação do fio de alumínio mais a


(ΔL Al + ΔLaço )
elongação do fio de aço dividido pelo comprimento total do fio , o
L Al + Laço
módulo de Young efetivo do conjunto será dado por:

20
mg ( L Al + Laço )
Yef =
A (ΔL Al + ΔLaço )

(10 kg )(9,78 m s 2 ) 2,0m


Yef = −6 2
× = 1,0 × 1011 N m 2
π
4 × 10 m (6,2 + 17,8) × 10 − 4 m

EF 1.3:

Eixos que giram submetidos a cargas, ossos fraturados, vigas de concreto, os


líquidos escoam por não suportarem tensões de cisalhamento, etc.

EF 1.4:

FS = A . (Carga de ruptura de cisalhamento).

Onde A é área lateral do buraco. A área da base do buraco não entra no


cálculo, porque ela não está sob a ação da Força de cisalhamento. A base é
perpendicular a ação dessa força e não paralela

FS = πDh . (Carga de ruptura de cisalhamento).

D=diâmetro, h=altura do chapa de aço,

!" = #$!%&'(" = $!)&'(" = $*+,-&$,+.",/## &$,+/ ",/## &*+.",/0


!" = ,+1.",/. 2

PROBLEMAS DA UNIDADE 1

P 1.1:

(a) Supondo que o peso de uma pessoa é 700N então quando esta estiver de
pé, cada perna sustentará 350N logo a deformação no fêmur será

FL (350N )(0,5m)
ΔL = = −2 2 9 N
= 3,2 × 10 −5 m
AYc ( 4 )(2,8 × 10 m) (9 × 10 m2 )
π

(b) A tensão de ruptura para compressão é 1,7x108N/m2 a área do fêmur é


6,2x10-4m2 logo a força mínima necessária para quebrar um fêmur é:

F = TA = (1,7 × 10 8 N m2 )(6,2 × 10 −4 m 2 ) = 1,1× 10 5 N

(c) É possível, que o fêmur de uma pessoa que cai de certa altura se quebre.
Quando uma pessoa cai de certa altura o fêmur será comprimido. Se a tensão

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de compressão da queda ultrapassar a tensão de ruptura de compressão
1,7x108N/m2, este osso será quebrado.

Podemos estimar a altura h para uma pessoa de massa m = 70 Kg, utilizando


a Conservação da Energia e o teorema do Impulso – Momento Linear:

1 p2 p2
mgh = mv 2 = ⇒h=
2 2m 2m 2 g

∫ Fdt = Δp
Δp
F=
Δt
Logo
2

h = ⎜
2
( 5
)
⎛ FΔt ⎞ 1 ⎛⎜ 1,1x10 N x(0,005 s ) ⎞⎟ 1
⎟ = ⎜
⎝ m ⎠ 2 g ⎝ 70 Kg ⎟ 2 x9,8m / s 2 ≈ 3m
⎠

Onde foi utilizada a força necessária para se quebrar o fêmur F = 1,1 × 105 N .

(d) Quando pulamos ou caímos de certa altura (em pé) instintivamente


dobramos o joelho para “amortecermos” a queda, ou seja, para aumentar o
tempo de colisão Δ t; fazendo isso, a força F diminui, pois o impulso é o
mesmo.

Outra maneira seria transformar a energia cinética de translação K em energia


cinética de rotação R, rolando na queda. Diminuindo K, diminui-se também o
momento linear p, fazendo com que o impulso neste caso seja menor.

Portanto quanto menor o tempo da colisão, maior é a força F aplicada sobre o


fêmur. Do mesmo modo,

quanto maior for a altura h, maior será F.

P 1.2:

(a) Quando o bloco estiver dependurado no fio, este sofrerá uma tensão igual
a:

mg (150kg )(9,78 m s 2 )
T= = −6 2
= 2,9 × 10 8 N m2
A 5,0 × 10 m

Como a tensão ultrapassou o limite elástico a deformação será permanente.

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(b) O maior alongamento que o fio pode ter antes de adquirir uma deformação
permanente acontecerá quando a tensão atingir o valor que corresponde ao
limite elástico.

Só podemos utilizar a equação 1.4 para o regime linear.

Calculamos então qual é a tensão necessária para provocar um alongamento


de 0,50 cm, supondo que essa tensão não ultrapassa o regime linear.

ΔL 0,500cm
Tensão = Y = 2,00 x1011 Pa
L 5,00
T = 2,00 x108 Pa

Como o valor da tensão está abaixo da tensão que corresponde ao regime


elástico, podemos dizer que a deformação não será permanente.

(c) Nada podemos dizer sobre o alongamento no ponto de ruptura com os


dados que foram dados.

É bom lembrar que a equação 1.4 só vale para o regime linear, portanto não
podemos utiliza-la para calcular o alongamento utilizando a tensão de ruptura
do material e o módulo de Young.

P 1.3:

(a) As três pernas de comprimentos iguais sofrerão a mesma compressão ΔL3


e estarão sob a mesma tensão T3 já a perna maior sofrerá uma compressão
ΔL1 = ΔL3 +d e estará sob uma tensão T1.

ΔL AY AY AY
Sabemos que: F = AY logo F1 = ΔL1 = (ΔL3 + d ) e F3 = ΔL3
L L L L

Como a mesa está em equilíbrio temos que: 3F3 + F1 = mg, ou seja;

AY AY
3 ΔL3 + (ΔL3 + d ) = mg
L L
4 AY AY
ΔL3 + d = mg
L L
AYd mgL − AYd
4 F3 = mg − ⇒ F3 =
L 4L
(400kg )(9,78 s 2 )(1,0m) − (1,0 × 10 − 4 m 2 )(1,5 × 1010 N m 2 )(0,5 × 10 −3 m)
m
F3 = ⇒ F3 = 790,5 N
4 × 1,0m
F1 = mg − 3F3
F1 = (400kg )(9,78 m s 2 ) − 3 × 790,5 N
F1 = 1540,5 N

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F1 1540 N
A tração na perna de maior comprimento será: T1 = = = 15,4 × 10 6 N m 2
A 1,0 × 10 − 4 m 2

A tração nas pernas de um metro de comprimento será:

F3 790,5 N
T3 = = = 7,9 × 10 6 N m2
A 1,0 × 10 −4 m 2

(b) Como a mesa está em equilíbrio estático, não há rotação e o torque


resultante em torno de um determinado eixo será nulo ∑τ = 0 . Tomando-se
um eixo perpendicular ao plano da mesa e que passe pela perna de maior
comprimento teremos:

F3 (1,0m) + F3 (1,0m) − mgx = 0 F3 (1,0m) + F3 (1,0m) − mgy = 0


2 F3 (1,0m) 2 F3 (1,0m)
x= = 0,4m y= = 0,4m
mg mg

Considerando a origem do sistema como sendo a perna de maior


comprimento, o bloco deve ser colocado no ponto (0,4m; 0,4m).

P 1.4:

Nesta situação a força que causa o cisalhamento é a força de atrito.

A deformação em um cisalhamento é igual à tangente do ângulo de


Δx F ΔL F ΔL
cisalhamento = tan θ , logo, tem-se que: = Ms ⇒ = = tan θ .
L A L AM s L

Supondo que uma pessoa de 70kg esteja calçando o tênis, que o coeficiente de
atrito entre o tênis e o solo seja de 0,5 e que a área do solado seja 0,01m2,
então, teremos:

Fat
= tan θ
AM s
θ = arctan( 0,171) = 9,7°
µmg 0,5(70 kg )(9,78 m s 2 )
tan θ = =
AM s (0,01m 2 )(2,0 × 10 5 N m 2 )

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