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RESUMO
ABSTRACT
Bid is an administrative procedure for choosing the best proposal among those outlined
by stakeholders wishing to contract with Public Administration. This procedure aims to
ensure compliance with the constitutional principles of isonomy and impersonality,
among others, and obedience to the claims of administrative probity, targeting Public
Administration to provide further opportunities to make a business more advantageous,
and ensures the administered reason for contesting in participation in business that
people contemplating government with private individuals.
INTRODUÇÃO
Pós-Graduanda em Direito Processual pela FEIT-UEMG, Ituiutaba-MG
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Segundo o entendimento de Hely Lopes Meirelles1: “Licitação é o
procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a
proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse.”
A licitação é regulamentada pela Lei 8.666 de 21/06/93, tem como
principal exigência a satisfação do interesse público e respeito aos princípios da
isonomia e impessoalidade. A Administração Pública, ora licitante, parte do pressuposto
da competição por ansiar pela proposta mais vantajosa, observa, além do critério de
menor preço, também o de melhor técnica ou de o maior lance. Logo, envolve o maior
número de ofertas e qualidade na prestação de serviços e oferece oportunidades para
todos que desejem firma contrato com a Administração.
Os princípios da licitação orientam os fundamentos de seu procedimento,
e vale citar o princípio da publicidade, não somente para divulgar o procedimento da
licitação aos interessados, mas para assegurar a todos a fiscalização da probidade
administrativa.
Existem seis modalidades licitatórias, que são: concorrência, tomada de
preços, convite, concurso, leilão e pregão, cada uma com sua característica específica,
valendo-se do valor do contrato ou do objeto, não importando tanto o seu valor. O
pregão é a mais recente modalidade de licitação, veio proporcionar maior
competitividade e oportunidade de competição, por disponibilizar o uso da tecnologia
eletrônica (internet) garantindo maior agilidade e redução de custos, dentre outros.
Por fim, todo este procedimento administrativo deve ser formalizado,
instaura-se o processo da licitação em fases, denominados atos tendentes a alcançar os
resultados estabelecidos pela Administração. A modalidade concorrência, por ser a mais
complexa, participa de todas as fases, como: abertura/publicação, habilitação,
julgamento e classificação, homologação e adjudicação. Nem todos os procedimentos
farão parte das modalidades de licitação, por questões de simplicidade.
1 A LICITAÇÃO
Do latim, licitor, -ari, ou licitar, denota o ato de oferecer maior lanço, dar
preço.
A licitação trata-se de um procedimento administrativo formal vinculado
a Administração Pública direita ou indireta, onde esta convida empresas interessadas
(licitantes) a apresentarem propostas a fim de oferecerem bens e serviços, todos
colaborando para formar a vontade contratual. De um lado a Administração institui as
condições da licitação (edital ou convite), de outro, os particulares retiram o edital e
apresentam propostas e até mesmo garantias. A Constituição Federal de 1988 em seu
art. 37, inciso XXI, determinou a obrigatoriedade da licitação para aquisição e alienação
de bens e contratações de serviços, todos realizados pela Administração no exercício de
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Direito Administrativo Brasileiro. 23ª Ed. São Paulo: Malheiros Editores, 1998. p. 237
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suas funções no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, logo a Lei nº 8.666 de 1993, ao regulamentar o referido artigo, estabeleceu
normas gerais sobre licitações e contratos administrativos.
Necessariamente, licitação é um procedimento anterior a celebração de
um contrato, permitindo que várias pessoas ofereçam propostas e em conseqüência
permite também a escolha mais vantajosa para a Administração, resguardando assim, o
interesse público. Para a realização tal procedimento exige-se a presença de três
pressupostos: o lógico (exige a pluralidade de objetos e ofertantes), jurídico (meio
suscetível para a Administração buscar o interesse público) e fático (exige a presença de
interessados no objeto da licitação). Vale lembrar que a licitação é regra para a
Administração Pública, no entanto existem hipóteses de dispensa e de inexigibilidade de
licitação. As hipóteses de dispensa ocorrem em razão de pequeno valor, custo
econômico e temporal, objeto, pessoa e situações excepcionais, como por exemplo,
quando a demora do procedimento é incompatível com a urgência, descritas na Lei nº
8.666/93, em seus artigos 17, incisos I e II e 24. Já a inexigibilidade está claramente
descrita no artigo 25 da Lei de Licitações, resultado da inviabilidade de competição, o
que emana da carência dos pressupostos que justifiquem a sua realização.
2 PRINCÍPIOS
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Dever de transparência, diz respeito não apenas a divulgação do
procedimento, como também aos atos praticados pelos administradores em todas as
fases da licitação.
3 MODALIDADES
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características próprias para determinados tipos de contratação, sendo vedada a criação
de outra modalidade pela Administração de acordo com o seu § 8º. Ademais a Lei
10.520/02 instituiu mais uma modalidade de licitação denominada pregão.
Levando em consideração a apreciação do valor, são cabíveis as
modalidades: concorrência, tomada de preços e convite, por outro lado, analisando a
natureza do objeto, estão presentes as modalidades, consideradas específicas, pois se faz
necessário o trabalho técnico e científico, qual seja, o concurso, o leilão e o pregão.
3.1 Concorrência
Modalidade adequada para contratos de grande valor, tendo como
requisito essencial a ampla divulgação, relacionado ao princípio da publicidade e
universabilidade, podendo participar quaisquer interessados, cadastrados ou não.2 Será
obrigatória, observada a natureza e o valor do objeto; quando se tratar de obras e
serviços de engenharia nos valores superiores a um milhão e quinhentos mil reais,
outros serviços que não sejam de engenharia, superiores a seiscentos e cinqüenta mil
reais, compra de bens imóveis, alienações (quando não aderir o leilão), concessões de
direito real de uso e de serviços públicos, licitações internacionais e contratos de
empreitada integral.
Os prazos observados entre a publicação do edital e entrega dos
envelopes deve ser no mínimo de 45 dias corridos para os critérios de melhor técnica e
técnica de preço e 30 dias corridos para menor preço.
Importante ressaltar a possibilidade da concorrência internacional,
dedica-se o mesmo procedimento com algumas regras expedidas pelo Ministério da
Fazenda e Banco Central do Brasil.
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Lei 8.666/93, art. 22, § 1º “Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que,
na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação
exigidos no edital para execução de seu objeto”.
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3.3 Convite
Trata-se da modalidade mais simples, pois envolve os menores valores. É
a única modalidade que se dispensa a publicação de edital. Utiliza-se a carta-convite,
sendo encaminhada aos convidados. A Administração Pública convoca pelo menos três
interessados no ramo a que pertence o objeto, entre cadastrados ou não. Havendo algum
interessado (cadastrado) que não tenha sido convidado, este poderá no prazo de 24 horas
manifestar seu interesse, antes da apresentação das propostas.3 A fase da habilitação
ocorre antes da abertura da licitação, da mesma forma ocorre na modalidade tomada de
preços em decorrência do prévio cadastramento.
Não comparecendo o mínimo de três licitantes, segue-se o processo e
este deve ser justificado (desinteresse ou limitações de mercado), caso contrário o
convite será repetido. Por outro lado, havendo mais de três interessados, quando se
tratar de novo convite com o mesmo ou semelhante objeto, a Administração deverá
convidar mais um interessado.4
O prazo é de no mínimo 5 dias úteis contados do recebimento da carta-
convite e entrega das propostas.
3.4 Concurso
Previsto no art. 22, §4º da Lei de Licitações, onde quaisquer interessados
podem participar para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico (caráter
intelectual). Nesta modalidade ocorre a publicação de edital na imprensa oficial e não
deve ser confundido com concurso público, pois o selecionado não será efetivado em
cargo público, mas sim, executará o serviço mediante atribuição de prêmio ou
remuneração. A escolha do vencedor é determinada por comissão específica,
conhecedora da matéria, sempre observados os requisitos do ato convocatório.
O prazo contado a partir da publicação do edital até a realização do
evento corresponde a 45 dias corridos.
3.5 Leilão
Modalidade destinada para a venda de bens móveis, produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, e alienação de bens imóveis de acordo com o art. 19 da Lei
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Lei 8.666/93, art. 22, § 3o “Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao
seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos
demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de
até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas”.
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Lei 8.666/93, art. 22, § 6º “Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis
interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite
a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas
licitações”.
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8.666/935 (imóveis obtidos em procedimentos judiciais ou de dação em pagamento),
realizado por servidor designado ou leiloeiro oficial.
Não é necessário o cadastramento prévio do interessado, este acompanha
a publicação de edital, contendo o valor da avaliação do bem, tendo como critério de
seleção o maior lance, devendo ser igual ou superior ao valor estimado.
Segundo Hely Lopes Meirelles, existem dois tipos de leilão:
“[...] o comum, privativo de leiloeiro oficial, e o administrativo
propriamente dito. O leilão comum é regido pela legislação
federal pertinente, mas as condições de sua realização poderão
ser estabelecidas pela Administração interessada; o leilão
administrativo é o instituto para a venda de mercadorias
apreendidas como contrabando, ou abandonadas nas alfândegas,
nos armazéns ferroviários ou nas repartições públicas em geral,
observadas as normas regulamentares da Administração
interessada”. (Direito Administrativo Brasileiro. ob cit., p. 281).
3.6 Pregão
Modalidade instituída pela Lei 10.520/02, exclusivamente para aquisição
de bens e serviços comuns, definidos em edital, aplicado a qualquer valor estimado de
contratação, através de apresentação de propostas e lances, que podem ser de forma
verbal em sessão pública ou até mesmo de forma eletrônica. Sua finalidade é a busca
pelo menor preço e menor tempo na realização do procedimento licitatório.
Conforme o art. 2, §1º da Lei 10.520/02, é possível utilização do recurso
de tecnologia de informação para a realização do pregão, explica Fernanda Marinela:
“O pregão na forma eletrônica como modalidade de licitação do
tipo menor preço realiza-se quando a disputa pelo fornecimento
de bens ou serviços comuns for feita à distância, em sessão
pública, por meio de sistema que promova a comunicação pela
internet”. (Direito Administrativo. 5ª Ed. Niterói: Impetus,
2011. p.377)
4 FASES DA LICITAÇÃO
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Lei 8.666/93, art. 19 “Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de
procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade
competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens alienáveis; II - comprovação da
necessidade ou utilidade da alienação; III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de
concorrência ou leilão”.
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As fases da licitação são duas, denominadas: interna e externa. A fase
interna inicia-se com a abertura do processo administrativo, antes mesmo de convocar
os interessados, determina-se o objeto, indica-se o recurso próprio para eventuais
despesas e determina-se a modalidade da licitação. Já a fase externa inicia-se com a
audiência pública, sendo decidida a modalidade concorrência, toda vez que o valor
estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou
sucessivas for superior a cem vezes limite previsto para a concorrência de obras e
serviços de engenharia6, seguido da publicação do edital ou envio de cartas-convite aos
interessados, recebimento das propostas, habilitação, julgamento, adjudicação e
homologação.
4.2 Habilitação
Nesta fase do procedimento licitatório é verificada a documentação
determinada e as propostas dos interessados, caracterizando a abertura dos envelopes,
realizada em sessão pública. No ato da apresentação, os envelopes devem estar lacrados
e rubricados, e a Administração Pública não poderá fazer outras exigências além das
que constarem no edital (princípio da vinculação ao instrumento convocatório).
Corresponde à licitante legalmente habilitado aquele que cumpriu com as
exigências mínimas previstas no art. 27 da Lei de Licitações, sendo estas: habilitação
jurídica, qualificação técnica e econômico-finaceira, regularidade fiscal e cumprimento
do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal7. Os documentos
6
Lei 8.666/93, art. 23, inc. I, alínea c “concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
mil reais”.
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Constituição Federal/88, art. 7º, inciso XXXIII “proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos;”
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podem ser apresentados em original ou cópia autenticada em cartório, e em caso de o
candidato possuir certificado de registro cadastral, será dispensado à documentação.
Se o candidato for habilitado, este não poderá desistir da proposta, salvo
motivo justificado e aceito pela comissão.
Há que se atentar para o fato de ser considerado algum licitante
inabilitado; é possível a interposição de recurso, garantindo o direito ao contraditório e a
ampla defesa. Se todos forem inabilitados a comissão pode abrir prazo de 8 dias úteis
para apresentação de novos documentos, exceto para a modalidade convite, onde o
prazo é reduzido para 3 dias úteis.
4.4 Homologação
Este procedimento confirma a regularidade do desenvolvimento do
procedimento anterior por autoridade competente, superior ao da comissão de licitação.
Na fase de homologação, caso seja apurado alguma irregularidade no procedimento será
este revogado, desde que justificado, anulado ou deliberado o seu saneamento.
No mesmo sentido afirma Maria Sylvia Zanela Di Pietro:
“A homologação equivale à aprovação do procedimento; ela é
precedida do exame de atos que o integraram pela autoridade
competente (indicada nas leis de cada unidade da federação), a
qual, se verificar algum vício de ilegalidade, anulará o
procedimento ou determinará seu saneamento, se cabível.”
(Direito Administrativo. ob cit., p.370)
4.5 Adjudicação
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Lei 8.666/93, art. 3º, § 2º e incisos “Em igualdade de condições, como critério de desempate, será
assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: II - produzidos no País; III - produzidos ou
prestados por empresas brasileiras; IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa
e no desenvolvimento de tecnologia no País.”
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Corresponde ao ato final do processo licitatório, o qual confere ao
vencedor sua efetiva contratação, resguardando-o desta prerrogativa, impede a
Administração de contratar terceiro para o mesmo objeto licitado. Ademais, visando
garantia à Administração, o adjudicatário será penalizado como previsto no edital se não
assinar o contrato no prazo e condições estabelecidas.
Havendo renúncia por parte do convocado na celebração do contrato, a
Administração poderá convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação a
fazê-lo, nas mesmas condições do vencedor desistente. Porém não ficam obrigados a
aceitarem as condições, nem a assinar o contrato, logo, não serão penalizados.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANGHER, Anne Joyce (Organização). Vade Mecum Acadêmico de Direito. 12 ed. São
Paulo: Rideel, 2011.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 20 ed. São Paulo: Editora
Atlas S.A.2007.
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http://www.prse.mpf.gov.br/arquivospdf/Licitacao.pdf>. Acesso em 04 de novembro de
2011.
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 15 ed. Rio de
Janeiro: Editora Lumen Juris. 2006.
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