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Cosit

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Coordenação-Geral de Tributação

Solução de Consulta nº 206 - Cosit


Data 11 de julho de 2014
Processo
Interessado
CNPJ/CPF

ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF


REFORMA A SOLUÇÃO DE CONSULTA SRRF/8ªRF/DISIT Nº 162, DE
15/04/2010.

RETENÇÃO. PAGAMENTO DE PESSOA JURÍDICA A PESSOA FÍSICA


POR REALIZAÇÃO DE COMPRA EM REDE CONVENIADA.
O pagamento por pessoa jurídica de “benefícios e bônus”, em espécie ou na forma
de bens ou direitos, a clientes (pessoas físicas) por efetuarem compras junto a
empresas conveniadas à pessoa jurídica pagadora está sujeito à retenção e ao
recolhimento de IRRF, calculado na forma do art. 620 do RIR/1999, com
utilização da tabela progressiva mensal.

RETENÇÃO. PAGAMENTO DE PESSOA JURÍDICA A OUTRA PESSOA


JURÍDICA A TÍTULO DE COMISSÕES RELATIVAS À ADMINISTRAÇÃO
DE CONVÊNIOS.
Estão sujeitas à incidência do imposto na fonte, à alíquota de um e meio por
cento, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas
jurídicas a título de comissões, corretagens ou qualquer outra remuneração pela
representação comercial ou pela mediação na realização de negócios civis e
comerciais. Deve a pessoa jurídica que efetuar o pagamento realizar a retenção.
RETENÇÃO INVERTIDA. PESSOA JURÍDICA ADMINISTRADORA DE
CONVÊNIOS QUE RECEBE O VALOR DAS TRANSAÇÕES E O REPASSA
ÀS EMPRESAS CONVENIADAS.
Caso o valor das transações realizadas junto às empresas conveniadas seja
entregue pelos clientes à pessoa jurídica administradora do convênio, que
desconta sua comissão antes de entregar o valor das transações às empresas
conveniadas que as realizaram, o recolhimento do IRRF sobre as importâncias
pagas a título de comissão pelas empresas conveniadas à pessoa jurídica
prestadora dos serviços de administração de convênios deve ser efetuado, com
aplicação de alíquota de um e meio por cento, pela própria pessoa jurídica
prestadora. Isto é, neste caso a pessoa jurídica que recebe a comissão deve
realizar a retenção.
Dispositivos Legais: Arts. 37, 38, 620, 639, 651 e 994 do Decreto n° 3.000, de
26/03/1999; itens 1, caput e ‘h’, 2 e 2.1 da Instrução Normativa SRF nº 153, de
05/11/1987, com redação da Instrução Normativa SRF n° 107, de 26/11/1991.

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Relatório

(...)

Fundamentos

5. A consulente protocolou consulta em 25/09/2009 limitando-se a indagar quais os


códigos de receita a serem indicados em Documento de Arrecadação de Receitas Federais
(Darf) nas situações que descrevia. A consulta foi declarada ineficaz, por se tratar de matéria
não alcançada pelo instituto da consulta sobre a interpretação da legislação tributária.
6. Em 11/12/2009, a consulente apresentou, nos termos regulamentares, nova
consulta. Ainda que com nítidos reflexos operacionais, a nova consulta apresenta fundamentos
normativos e, assim, foi solucionada pela Solução de Consulta SRRF08/Disit n° 162, de
15/04/2010.
6.1 Porém, a Solução de Consulta SRRF08/Disit n° 162, de 2010, de sua
interpretação da legislação pertinente conclui, equivocadamente, ser o código 9385 o correto
para a execução da retenção relativa ao pagamento a título de “benefícios e bônus”
(denominação utilizada pela petição) que a pessoa jurídica consulente efetua a pessoas físicas
(seus clientes) quando estas, de livre e espontânea vontade, efetuam compras nas empresas a
ela conveniadas.

6.2 Quanto à retenção de imposto de renda retido na fonte (IRRF) tocante ao valor
de pagamento realizado à consulente por pessoa jurídica a título de comissão relativa à
administração de convênio, a Solução de Consulta SRRF08/Disit n° 162, de 2010, deixou de
esclarecer que, caso o valor das compras realizadas junto às empresas conveniadas seja
entregue pelas pessoas físicas à consulente (pessoa jurídica administradora do convênio), que
desconta suas comissões antes de entregar o valor da compra à empresa conveniada que
efetivou a venda, tal retenção deve ser efetuada pela pessoa jurídica que recebe tais comissões,
ou seja, pela própria consulente.

6.3 Portanto, procede-se aqui à reforma da Solução de Consulta SRRF08/Disit n°


162, de 15/04/2010.

6.4 Deve a consulente atentar, pois, às disposições do art. 17 da Instrução Normativa


RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013, diploma ora vigente que consolida as normas
aplicáveis para a formulação e solução de consultas, que assim coloca:“Na hipótese de
alteração de entendimento expresso em Solução de Consulta, a nova orientação alcança
apenas os fatos geradores que ocorrerem após a sua publicação na Imprensa Oficial ou após
a ciência do consulente, exceto se a nova orientação lhe for mais favorável, caso em que esta
atingirá, também, o período abrangido pela solução anteriormente dada.”(grifou-se).

7. Cumpre observar que a consulente não anexou e não detalhou as disposições do


contrato que firma com outras pessoas jurídicas nas operações que descreve, tampouco
apresenta ou descreve detalhadamente o contrato que firma com pessoas físicas. Esta solução

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de consulta, portanto, funda-se unicamente nas informações que a consulente fez constar da
petição inicial.
8. Os arts. 37 e 38 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 - Regulamento do
Imposto de Renda (RIR/1999)- assim dispõem:

“Art. 37. Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou


da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, os
proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos
patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados (Lei nº 5.172, de
1966, art. 43, incisos I e II, e Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º § 1º).

(...)

Art. 38. A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou


direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem
dos bens produtores da renda e da forma de percepção das rendas ou proventos,
bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por
qualquer forma e a qualquer título (Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º).

Parágrafo único. Os rendimentos serão tributados no mês em que forem


recebidos, considerado como tal o da entrega de recursos pela fonte pagadora,
mesmo mediante depósito em instituição financeira em favor do beneficiário.”
(grifou-se)

9. Desta maneira, os chamados “benefícios e bônus” em porcentagem do valor das


compras, pagos pela consulente a seus clientes pessoas físicas por efetuarem compras nas
empresas com ela conveniadas, uma vez que constituem rendimentos dessas pessoas físicas,
estão sujeitos à incidência do imposto sobre a renda na fonte (IRRF) de que trata o art. 639 do
Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/1999), o qual, com base nos arts.3º, §4º, e 7º, inciso II, da Lei
nº 7.713, de 1988, prevê que: “Estão sujeitos à incidência do imposto na fonte, calculado na
forma do art. 620, quaisquer outros rendimentos pagos por pessoa jurídica a pessoa física,
para os quais não haja incidência específica e não estejam incluídos entre aqueles tributados
exclusivamente na fonte” (grifou-se).

9.1 Ressalte-se que os referidos rendimentos das pessoas físicas, clientes da


consulente, não se encontram relacionados entre os rendimentos sujeitos à tributação exclusiva
na fonte, tampouco entre os rendimentos sujeitos à tributação definitiva de que tratam,
respectivamente, os arts. 6º e 8º da IN SRF nº 15, de 6 de fevereiro de 2001.

10. Portanto, cabe à consulente efetuar a retenção e o recolhimento do IRRF,


calculado na forma do art. 620 do RIR/1999, mediante a utilização da tabela progressiva
mensal, sobre os valores de “benefícios e bônus” que entregar a seus clientes (pessoas físicas)
por efetuarem suas compras nas empresas a ela conveniadas.

10.1 Tendo em vista que tais “benefícios e bônus” são pagos pela consulente em
cumprimento a disposições do contrato por ela firmado com seu cliente, o qual prevê
contrapartida a este cliente por efetuar compras junto aos integrantes da rede conveniada
da consulente, ou seja, prevê remuneração da pessoa física por efetuar compra nessa rede
de empresas, as retenções sobre tais pagamentos devem ser realizadas sob indicação do código
0588 no Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), dado inexistente código
específico.

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11. Deve-se ter claro, ainda, que, conhecidas as disposições do art.994 do RIR/99,
bem como do art.3º, §4º da Lei nº 7.713, de 1988, o pagamento dos referidos “benefícios e
bônus” está sujeito à retenção de imposto de renda na fonte não apenas se efetuado em espécie,
mas igualmente se efetuado por meio da entrega de bens ou de direitos, caso em que o cálculo
da retenção, a ser realizado também na forma do art.620 do RIR/1999, mediante a utilização da
tabela progressiva mensal, e sob código 0588, deve ter por base o valor que esses bens ou
direitos tiverem na data da entrega.

12. Não é excessivo destacar, do mesmo modo, que os “benefícios e bônus”


descritos pela consulente não constituem descontos concedidos na operação de compra e venda
pela pessoa jurídica vendedora à pessoa física compradora, mas de prestação paga por terceira
pessoa (a aqui consulente) à pessoa física compradora em razão da realização de aquisição
junto a uma empresa de sua rede credenciada.

13. Quanto aos pagamentos que pessoa jurídica efetua a outra pessoa jurídica, a
título de prestação de serviços, transcreve-se o art. 651 do RIR/99, que dispõe sobre a
tributação na fonte das comissões pagas ou creditadas:
“Art. 651. Estão sujeitas à incidência do imposto na fonte, à alíquota de um e
meio por cento, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a
outras pessoas jurídicas (Lei nº 7.450, de 1985, art. 53, Decreto- Lei nº 2.287,
de 23 de julho de 1986, art. 8º, e Lei nº 9.064, de 1995, art. 6º)
I - a título de comissões, corretagens ou qualquer outra remuneração pela
representação comercial ou pela mediação na realização de negócios civis e
comerciais;
(...)
§ 2º O imposto descontado na forma desta Seção será considerado
antecipação do devido pela pessoa jurídica.” (grifou-se)

13.1 Portanto, como já bem destacou a Solução de Consulta SRRF08/Disit n° 162, de


2010, o recolhimento do IRRF sobre o valor das comissões pagas pelas empresas
conveniadas à consulente deve, em regra, ser efetuado pelas próprias fontes pagadoras, ou
seja, pelas empresas conveniadas. Esta retenção deve se dar com indicação do código 8045 no
respectivo Darf (ADE Corat nº 09/02).

14. Entretanto, a Solução de Consulta SRRF08/Disit n° 162, de 2010, não


contemplou a hipótese de o valor das compras realizadas junto às empresas conveniadas ser
entregue pelas pessoas físicas à consulente (pessoa jurídica administradora do convênio).

14.1 Para analisar essa hipótese, cabe observar as previsões da Instrução Normativa
SRF nº 153, de 05/11/1987, com redação trazida pela IN SRF nº 107, de 26.11.1991, em seus
itens 1, ‘h’, 2 e 2.1:

“1. O recolhimento do imposto de renda previsto no inciso I do art. 53 da Lei nº


7.450, de 23 de dezembro de 1985, será efetuado pela pessoa jurídica que
receber de outras pessoas jurídicas importâncias a título de comissões e
corretagens relativas a:
a) colocação ou negociação de títulos de renda fixa;
b) operações realizadas em Bolsas de valores e em Bolsas de Mercadorias;
c) distribuição de emissão de valores mobiliários, quando a pessoa jurídica atuar
como agente da companhia emissora;
d) operações de câmbio;
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e) vendas de passagens, excursões ou viagens.


f) administração de cartão de crédito;
g) prestação de serviços de distribuição de refeições pelo sistema de refeições-
convênio.
h) prestação de serviços de administração de convênios. (acrescentado pela
Instrução Normativa nº 107 de 26.11.1991.

2. As pessoas jurídicas que pagarem ou creditarem as comissões e corretagens


referidas no item 1 ficam desobrigadas de efetuar a retenção do imposto.

2.1 - Neste caso, a beneficiária da comissão ou corretagem deverá fazer constar


de documento comprobatório o valor do imposto que assume a responsabilidade
de recolher.

(...)” (grifou-se)

14.2 Das disposições do caput do item 1 da Instrução Normativa SRF nº 153, de


1987, bem como das hipóteses que este relaciona em seus incisos ‘a’ a ‘g’ (todas relativas a
situações em que todo o valor da transação transita pela pessoa jurídica que recebe a comissão),
conclui-se, em face das disposições do inciso ‘h’ acima transcrito, e conhecidas as expressas
disposições do art. 651, I, do RIR/99 relativas à obrigação da pessoa jurídica que realiza o
pagamento de comissão efetivar a retenção de IRRF, que apenas nos casos em que o valor
total das transações realizadas junto às empresas conveniadas seja entregue pelos clientes
à pessoa jurídica administradora do convênio (que, então, desconta suas comissões antes de
entregar o valor à empresa conveniada que efetivou a transação) o recolhimento do IRRF sobre
as importâncias pagas a título de comissão pelas empresas conveniadas à pessoa jurídica
prestadora dos serviços de administração de convênios deve ser efetuado pela própria pessoa
jurídica prestadora, à alíquota de 1,5%. Caso viva situação dessa natureza, a consulente deve
efetuar a retenção sobre o valor da comissão que recebe, indicando código 8045 no respectivo
Darf (ADE Corat nº 09/02).
14.2.1 Note-se que, por disposição do art.15 da IN RFB nº 1216, de 2011, mesmo neste
caso é às empresas conveniadas que, de posse do documento de que trata o acima transcrito
item 2.1 da IN SRF nº 153, de 1987, cabe informar em Declaração do Imposto sobre a Renda
Retido na Fonte (Dirf) a realização da retenção, embora não tenha cabido a elas, e sim à pessoa
jurídica prestadora de serviços de administração de convênios, efetuar o recolhimento do IRRF.
15. Por fim, cumpre observar que observação dos sistemas informatizados da RFB
indica que houve baixa do cadastro da pessoa jurídica consulente em 01/04/2013. Tal baixa, no
entanto, em nada toca à eficácia da consulta. Não obstante ora a sociedade se encontre com
cadastro baixado, deve ser efetivada a devida retificação de seus procedimentos tocantes ao
objeto da presente consulta que tenham se dado em desacordo com as orientações apresentadas
por esta solução, com observação das disposições do art.10, caput e parágrafo único, da IN
RFB nº 1.396, de 2013.

Conclusão

16. Diante do exposto, propõe-se que a consulta seja solucionada esclarecendo-se à


consulente que o pagamento, por previsão contratual, de “benefícios e bônus”, em espécie ou
na forma de bens ou direitos, a seus clientes (pessoas físicas) em contrapartida a efetuarem
compras nas empresas a ela conveniadas, está sujeito à retenção e ao recolhimento de IRRF,

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calculado na forma do art. 620 do RIR/1999, mediante a utilização da tabela progressiva


mensal. Dado inexistente código específico, tal retenção deve ser efetuada sob código 0588.

16.1 Por sua vez, os pagamentos a ela realizados por pessoa jurídica, a título de
prestação de serviços de administração de convênios (em porcentual do valor das vendas que
esta pessoa jurídica conveniada realizou a clientes da consulente), estão sujeitos à retenção de
IRRF à alíquota de 1,5% (um e meio por cento). Cabe à pessoa jurídica que realiza tal
pagamento efetuar essa retenção, utilizando código 8045.

16.1.1 No entanto, caso o valor das compras realizadas junto às empresas conveniadas
seja entregue pelas pessoas físicas à consulente (pessoa jurídica administradora do convênio), a
qual, então, desconta sua comissão antes de entregar o valor da compra à empresa conveniada
que efetivou a venda, deve a consulente ter claro que o recolhimento do IRRF sobre tais
importâncias que recebe das empresas conveniadas a título de comissão deve ser efetuado, sob
código 8045, por ela própria. Isto é, neste caso cabe à pessoa jurídica que recebe a comissão
realizar a retenção de IRRF, à alíquota de 1,5% (um e meio por cento).

16.2 Propõe-se, pois, que seja reformada a Solução de Consulta SRRF/8ª RF/Disit nº
162, de 15/04/2010.
À consideração do Chefe da Divisão de Tributação da 8ª Região Fiscal.
Assinado digitalmente
GASTÃO ALVES DE ALENCAR GIL
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (RFB)

De acordo. À consideração da Coordenadora da Cotir.

Assinado digitalmente
EDUARDO NEWMAN DE MATTERA GOMES
Auditor-Fiscal da RFB – Chefe da Disit08

De acordo. Ao Coordenador-Geral da Cosit para aprovação.

Assinado digitalmente
CLÁUDIA LUCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA
Auditora-Fiscal da RFB – Coordenadora da Cotir

Ordem de Intimação

Aprovo a Solução de Consulta. Divulgue-se e publique-se nos termos do art. 27


da Instrução Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dê-se ciência ao consulente.

Assinado digitalmente
FERNANDO MOMBELLI
Auditor-Fiscal da RFB – Coordenador-Geral da Cosit

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