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Raúl Prebisch e o estruturalismo da CEPAL

1. Centro / periferia - desenvolvimento / subdesenvolvimento

1.1. O conceito de ‘desenvolvimento’


- acumulação sustentada de capital → industrialização
- progresso técnico relativamente constante
- elevação sustentada dos padrões de consumo e de bem estar social
- distribuição crescemente equitativa da renda e da riqueza

1.2. O conceito de ‘subdesenvolvimento’ ou ‘dependência’


- baixas taxas de acumulação de capital e de investimento
- atraso tecnológico persistente
- desigualdades sociais historicamente reproduzidas
- pobreza endêmica

1.3. Causas ESTRUTURAIS da dependência econômica


- desequilíbrio histórico persistente da balança de pagamento
- deterioração crescente dos termos de troca no comércio internacional;
- dívidas públicas externas;
- presença massiva de capital externo nos setores-chave das economias nacionais.
- externalização dos fatores externos
- elevados níveis de consumo da classe média e da elite, em oposição a taxas insuficientes de
poupança/investimento
- mercados internos caracterizados por pouca elasticidade
- patrimonialismo oligárquico
- regimes fiscais regressivos;
- prevalência dos financiamentos públicos para iniciativa privada e investimento externo; -
inexistência de setores dedicados ao desenvolvimento técnico-científico – prevalência da
formação de quadros público-burocráticos (advogados, médicos, militares...)
- baixa produtividade
- reduzida escala de produção
- qualificação técnica para o mercado de trabalho inexistente

2. Estratégias para o desenvolvimento

2.1. A elevação da poupança interna e da taxa de investimento


- a necessária presença do Estado nacional soberano
- mudança no regime fiscal (tributação progressiva) e ampliação dos fundos públicos
- proteção ao trabalho e políticas de bem-estar social

2.2. Impulso à industrialização


- investimentos estatais em infraestrutura (energia, transportes e comunicações) e setor de
bens intermediários (siderurgia, química, combustíveis…);
- indução fiscal: estímulo e proteção à indústria nacional
2.3. Ampliação da oferta de bens primários para redução dos custos do trabalho:
- reforma agrária
- modernização da produção agrícola;
- melhoramento da logística de distribuição de bens primários.

2.4. Enfrentar a dependência externa:


- aumentar a produtividade e a competitividade nacional
- sistemas de pesquisa & desenolvimento financiados publicamente
- ampliar a cooperação regional (América Latina) e “sul-sul”
- reduzir o peso da dívida externa sobre as contas nacionais

3. Impacto histórico das teorias cepalinas


(1a. Fase – “Implantação”, 1950-60)
3.1. Formação de uma intelectualidade nacionalista e desenvolvimentista
3.2. Empoderamento teórico-político de movimentos sociais ‘de base’ (trabalhadores urbanos,
camponeses, estudantes...)
3.3. Crescimento de correntes políticas nacional-desenvolvimentistas (‘getulismo’ no Brasil,
‘peronismo’ na Argentina, ‘aprismo’ no Peru etc.)
3.4. Aproximação política entre setores nacional-desenvolvimentistas e correntes socialistas
‘etapistas’.
3.5. Formação de governos desenvolvimentistas (‘populistas’) e confrontação com setores
vinculados a interesses externos

(2a. Fase, ‘Adaptação’ – 1960-70)


3.6. O desenvolvimentismo articulado aos capitais externos: endividamento externo e
expansão do IED, com industrialização acelerada.

(3a. Fase, ‘crise / abandono’ – 1990)


3.7. Ampla hegemonia do pensamento neoliberal e papel marginal das teorias
desenvolvimentistas no cenário político.

(4a. Fase, ‘síntese neodesenvolvimentista’ – 2000...)


3.8. Reestruturação teórica: o ‘neoestruturalismo cepalino’ - livre mercado e atuação
estratégica do Estado
3.9. Articulação entre o pensamento liberal sistêmico e as propostas de ‘desenvolvimento
econômico’
3.10. Governos ‘neodesenvolvimentistas’ na América Latina: Lula (Brasil), Kirschner
(Argentina), Tabaré/Mujica (Uruguay), Correa (Ecuador).

II – A teoria da dependência – o viés ‘sociológico-estruturalista’


(weberiano)- FHC e Faletto

1. O problema do método de análise sobre o subdesenvolvimento / dependência

1.1. Superar as visões economicistas


- os limites da visão estrutural-economicista da CEPAL
- necessidade de incorporação de uma análise “dinâmica” do processo de desenvolvimento:
a história da ação dos grupos sociais no interior das sociedades nacionais
- sociedades nacionais na América Latina: resultantes do processo histórico de colonização e
de expansão do capitalismo, com o viés específico de cada caso
- distribuição crescemente equitativa da renda e da riqueza

1.2. O caráter histórico do subdesenvolvimento


- as raízes coloniais da dependência latino-americana
- os processos de mudança (independência, industrialização etc.) como processos
vinculados às transformações gerais do sistema capitalista.
- a crítica da “mimese histórica”: a história dos países latino- americanos não obedece às
mesmas etapas dos países do “centro”

2. A tipologia dos processos históricos

2.1. Três tipos de colonização


- colonização de população
- colonização de exploração
- reservas inexploradas

2.2. Estados nacionais derivados da colonização de exploração (o caso latino-americano)

(a) dois problemas a serem enfrentados na transição


- manter sob controle o sistema produtivo exportador
- garantir um sistema de alianças para dar estabilidade à continuidade das relações
econômicas com a(s) metrópole(s)

(b) dois tipos, fundamentalmente:


- controle nacional do sistema de produtivo
- economia de enclave (agropastoril ou mineradora)

2.3. Estados nacionais com controle nacional do sistema de produtivo


2.3. Estados nacionais com controle nacional do sistema de produtivo
2.3. Estados nacionais com economias de enclave
3. O período de “transição”: das economias primário-exportadoras às economias urbanas-em-
processo-de-industrialização

3.1. Transição nas sociedades com controle nacional do sistema produtivo (Argentina, Brasil,
Uruguai, Colômbia...)
Desenvolvimento econômico diante das condições políticas de transição onde havia controle
nacional:

3.2. Transição nas sociedades com economias de enclave (México, Bolívia, Venezuela, Chile,
Perú...)
3.3. Os efeitos da crise de 1929 sobre os diferentes tipos de economias nacionais

3.3.a. Controle nacional do sistema produtivo


3.3.b. Economias de enclave

4. Nacionalismo e populismo: duas vertentes do desenvolvimentismo


4.1. Três modelos de desenvolvimentismo:

4.1.a. Populismo com economia de mercado


(burguesia + classe média + sindicatos)

4.1.b. Populismo e desenvolvimento nacional


(burguesia + oligarquia + setores médios)

4.1.c. Desenvolvimentismo [“puro”]


(pacto social amplo)
Conclusões:

III – A teoria da dependência – o viés da ‘economia crítica (marxista) – André Frank

1. Questões de método

1.1. Determinação “interna” x “externa” - uma falsa dicotomia


- o capitalismo como “sistema”: estruturas desiguais e combinadas
- periodização: diferentes etapas do desenvolvimento sistêmico e o papel das economias
periféricas
* o “desenvolvimento do subdesenvolvimento”

- questões de produção e intercâmbio:


* intercâmbio igual de valores equivalentes
* interâmbio desigual de valores esquivalentes
* intercâmbio desigual de valores desiguais
3. Colonização e mercantilismo na América: acumulação de capital na Inglaterra e no Norte da
Nova Inglaterra (EUA) -

- economias de mineração no México e no Peru


- agricultura de pequenos proprietários nas possessões espanholas
- economias de plantation no Brasil e no Caribe
- o Sul da Nova Inglaterra: plantations e agricultura de subsistência
- o Norte da Nova Inglaterra: economia autárquica e acumulação de capital mercantil

4. Expansão industrial e neocolonialismo – revolução industrial e Pax Britannica [1820-1930]

- Índia e China: guerras e destruição produtiva *


- Oriente Médio: a replicação da política para o extremo oriente
- Colônias inglesas na África: economias de plantation com subsalários
[África do Sul: a derrota dos holandeses]
- Canadá, Austrália e Nova Zelândia: colonizações de povoação

5. Expansão industrial e neocolonialismo na América Latina: conflitos e ‘alianças internacionais’


- o fim dos impérios ibéricos
- as ‘alianças econômicas’ da Inglaterra
- os conflitos oligárquicos nos jovens Estados latino-americanos
- a consolidação do modelo neocolonial
- especialização internacional durante o período neocolonialista
- exportação de capitais x exportação de mercadorias
- financiamentos públicos para infraestrutura produtiva

6. Capital dependente associado, industrialização da periferia e desigualdades sociais


- Mecanismos de acumulação sob o capitalismo “tardio”
- IED (investimento externo direto)
- royalties tecnológicos, inovação e propriedade intelectual
- endividamento público e privado
- Presistência da desigualdade nos intercâmbios
- Assimetrias salariais
- Controles de câmbio, arbitragem monetária e de fluxos de capital
- Dependência, investimentos cruzados e interassociação
- Empresas rede e estratégias globais de investimento
- Oligopolização internacional e barreiras de entrada

IV – A teoria neoinstitucionalista – Espino

1. Economia e instituições

1.1. O neoinstitucionalismo de Douglass C. North e a influência de Joseph Schumpeter


- o que são instituições e como elas se desenvolvem?
- mercado, Estado e instituições: o poder dos agentes históricos
- instituições e economia na perspectiva de DC North: as diferenças entre economia
neoclássica e economia neoinstitucional
2. Instituições e (sub)desenvolvimento econômico

2.1. As elites e as instituições subdesenvolvidas


- o imediatismo das elites dominantes (acadêmicos, políticos e burocratas)
- as potencialidades das reformas institucionais para o desenvolvimento econômico
- sete exemplos exitosos de reformas institucionais

2.3. Como as instituições podem levar ao desenvolvimento?


- Direitos individuais claramente assegurados são grandes estímulos ao investimento e à
produtividade, pois asseguram que os indivíduos mais hábeis e competitivos sejam
recompensados de forma justo na proporção de seus esforços e resultados.
- O fundamental é que as instituições assegurem o bom funcionamento do mercado,
garantindo estabilidade e imparcialidade para as ‘regras do jogo econômico’.

2.4. Crescimento sem instituições adequadas é insustentável


- Pode haver crescimento sem democracia, sem direitos individuais robustos ou sem
controle do Estado pelos indivíduos (China, Coréia do Sul, Cingapura, Malásia etc.).
- Porém, as incertezas relacionada às possibilidades de ganhos dos agentes tenderá a inibir
as iniciativas, frustrando o impulso de crescimento, mais cedo ou mais tarde.

2.5. De que depende a criação e manutenção de boas instituições?


(a) De que os interesses particularistas sejam superados por uma visão do “todo” e do
“longo prazo”.
(b) Que os resultados econômicos da mudança possam ser pressentidos pelos atores que
eventualmente compreendam a positividade da mudança projetada.
(c) Que sejam superadas as incongruências entre os interesses ligados aos resultados de
“curto” e de “longo prazo”.

3. Instituições ineficientes é que explicam a pobreza

3.1. A democracia também pode gerar ineficiências


- o mal do populismo (“menos impostos, mais gastos públicos”)
- democracia como apropriação indevida do Estado
- democracia como sistema de incentivos para compartilhar o poder

3.2. Assim...
- a prosperidade só é possível com estabilidade e segurança:
- garantias dos direitos de propriedade;
- de cumprimento das obrigações e contratos;
- de transparência do setor público;
- de livre acesso às informações que permitem escolhas racionais.
- sem um governo comprometido com a estabilidade e segurança das instituições, elas não
existirão.
- e não existirão governos assim sem que os indivíduos percebam as vantagens que a
democracia traz quando lhes dá a possibilidade de elegerem governos comprometidos com a
estabilidade e a segurança.
V – A teoria neoestruturalista (a teoria da CEPAL revista pela CEPAL)- Fernando Fajnzilber

O ‘escaninho vazio’:
elevado crescimento elevado crescimento
(tecnologia avançada) (exportação commodities)
+ +
equidade desigualdade
baixo crescimento baixo crescimento
(economia autárquica) (tecnologia obsoleta)
+ +
equidade desigualdade

1. Lições do passado sobre o desenvolvimento econômico da América Latina

- No resto do mundo, a industrilização tem dois componentes: imitação + inovação. Mas na


América Latina há muita imitação e pouca inovação.

- O problema da América Latina não está na falta de industrialização, mas no padrão


industrial adotado.

2. O problema a ser enfrentado.


- Em geral, o processo de desenvolvimento LA esbarrou em quatro mudanças não
realizadas ou ainda inconclusas:
- transformação produtiva nula ou insuficiente
- inserção internacional subordinada
- liderança empresarial avessa à inovação
- inconsistência entre crescimento econômico e redução das desigualdades.
Fatores estruturantes
- equidade
- na distribuição da propriedade e das rendas da terra, pois constitui base fundamental
do sistema produtivo;
- em geral, que inibe padrões miméticos do consumo da elite econômica e promove
formas mais austeras de consumo em geral;
- padrões de consumo ‘austeros’ - em geral - inibem a relação capital-produto, isto é, não
contribuem para o avanço tecnológico – portanto, ‘democratizar o consumo’ de bens
duráveis é importante.
- o progresso técnico-tecnológico (inovação) é a chave para a competividade da indústria no
setor externo;
- para tudo isso, é necessário um empresariado disposto a assumir a liderança do processo
de modernização.
3. O que fazer...
- Garantir a estabilidade institucional e o equilíbrio macroeconômico são medidas
importantes, mas claramente insuficientes..

 En América Latina resulta impostergable una transformación productiva que permita


elevar la productividad de la mano de obra, sustentar la competitividad internacional
«auténtica» apoyada en la incorporación de progreso técnico, fortalecer y ampliar la
base empresarial latinoamericana, elevar masivamente el nivel de calificación de la
mano de obra y lograr el establecimento de relaciones de cooperación constructiva
entre el gobierno, sector empresarial y laboral basados en acuerdos estratégicos que
den permanencia a las políticas económicas.

1) transitar desde la «renta perecible» de los recursos naturales hacia la «renta no perecible»
de la incorporación de progreso técnico al sector productivo;
2) desplazar la prioridad desde el conjunto del sector manufacturero, hacia los subsectores
específicos que contribuyen a incorporar y difundir progreso técnico al conjunto del sector
productivo;
3) favorecer la inserción internacional sobre la base de impulsar elevación de productividad y
competitividad en sectores específicos;
4) introducir modificaciones en instituciones y políticas públicas con el objetivo de inducir en el
sector privado comportamientos coherentes con los criterios anteriores;
5) promover un contexto institucional proclive a la colaboración estratégica entre gobierno,
empresariado y sector laboral.

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