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Resumo: A partir da proposta de uma estrutura conceitual sobre os serviços prestados pelos
PSLs, este estudo discute a literatura a respeito da indústria de prestação de serviços
logísticos à luz das necessidades surgidas com a construção das práticas colaborativas na
cadeia de suprimentos. O artigo explora os pressupostos conceituais a respeito dos PSLs,
fundamenta a proposta com base no relacionamento e na operação a ser desenvolvida por
eles, apoiados pelos serviços prestados na cadeia, pela necessidade de tecnologia de
informação e estrutura operacional.
Palavras-chave: Prestadores de Serviços Logísticos; Cadeia de Suprimentos;
Relacionamento Colaborativo.
1 Introdução
Os PSLs são uma realidade no mercado, ou pela participação nas atividades ou pelas
alianças na cadeia de suprimentos. A utilização destes serviços por muitas empresas evoluiu
ano a ano, e tem relação direta com a busca de vantagens competitivas (FLEURY, 2004;
LIEB et al, 2005; HALLDÓRSSON, et al, 2004; SEZEN, 2005; STEFANSSON, 2006;
HOEK, 2006; e ASHENBAUM et al 2005). Ultimamente, a consolidação e prática dos
conceitos relacionados à gestão da cadeia de suprimentos têm levado esta indústria a assumir
um papel mais abrangente e integrado com seus clientes. Nesta linha, vem surgindo novas
configurações do papel destes PSLs, como o de Integradores Logísticos ou 4 PLs, com um
papel combinando gestão e operação das necessidades logísticas da cadeia de suprimentos
(SAHAY, 2003).
O seguimento de prestadores de serviços vem passando por diversas transformações,
desde o surgimento dos primeiros PSLs originários de diferentes setores, principalmente dos
de transporte e armazenagem (NOVAES, 2002). Numa visão mais atrelada ao
desenvolvimento de práticas colaborativas na cadeia de suprimentos, em que processos de
integração entre os agentes são fundamentais para o sucesso da cadeia, os PSLs têm se
tornado um provedor de recursos para as empresas que estrategicamente buscam melhorias na
cadeia.
Considerando a pesquisa de Langley et al. (2005), sobre Prestadores de Serviços
Logísticos, nos próximos 3 a 5 anos haverá uma clara tendência de evolução dos serviços dos
PLSs, em função do avanço e dos conceitos colaborativos da cadeia de suprimentos e
exigências dos clientes. A razão está na adoção, por parte das organizações, dos conceitos de
maior integração nos processos da cadeia de suprimentos, o que deve exigir prestadores de
serviços mais focados no negócio de seus clientes. Portanto, estes provedores devem oferecer
múltiplos serviços de informação logística, conhecimento operacional e relacionamento, além
de atuação direta na integração dos processos da cadeia de suprimentos.
Neste cenário, a intenção deste artigo é estudar na literatura como atualmente estão
sendo caracterizado os Prestadores de Serviços Logísticos (PSLs), propondo, com base na
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teoria, uma estrutura funcional que caracterize o papel desta indústria e atenda aos novos
conceitos colaborativos da cadeia de suprimentos.
O artigo se caracteriza como pesquisa aplicada, por procurar gerar conhecimento para
aplicação prática, e solução de problemas específicos, por meio da discussão teórica da
capacidade de integração logística dos PSLs. Terá característica qualitativa por trabalhar na
interpretação de fenômenos, na atribuição de significados e na análise de dados, não fazendo
uso de métodos e técnicas estatísticas. O desenvolvimento do Trabalho adotará o
procedimento da pesquisa bibliográfica a respeito do tema, centrado especificamente nas
questões sobre o papel e o processo de desenvolvimento dos PSLs, para que, por intermédio
desse estudo, se fundamente os conceitos e se possa embasar a estrutura proposta para uma
nova indústria de Prestação de Serviços Logísticos.
2. Desenvolvimento Teórico
A intenção deste capítulo é discutir o entendimento sobre as diversas interpretações
dadas para o PSL, a partir da análise de estudos e pensamentos de diversos autores a respeito
desta indústria, com foco na (1) terceirização dos serviços logísticos, (2) importância dos
PSLs e visão sobre o mercado, e (3) tendência desta indústria.
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Quadro 1: Fatores que favorecem o Mercado para PSLs (adaptado pelos autores de Fleury et al., 2000 e
Langley et al., 2005)
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Para Figueiredo (2005), a sofisticação dos serviços e das tecnologias oferecidas pelos
PSLs está atraindo muitas empresas a incluírem mais e mais atividades nos seus escopos de
contratação, no intuito de aumentarem o raio de alcance dos potenciais benefícios.
Quadro 2: A relação de atributos com a evolução dos serviços de PSLs (LANGLEY et al., 2005)
De acordo com o conceito que um PSL é candidato natural a evoluir seus serviços para
4 PLs, Visser et al. (2004) e Hoek (2006) defendem que esta indústria necessita ter estratégias
bem definidas para iniciar o processo de transição. Além disso, eles fazem uma relação direta
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com a importância de investimentos em TIC, e que isto pode servir de explicação para o baixo
desenvolvimento dos 4 PLs.
P Operacional
S Tecnologia Serviço ao Cliente
L Abastecimento
Operação Transporte
Estrutura
Armazém
Operacional
Operações de apoio
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para os parceiros da cadeia, melhor retorno sobre os ativos, reduzir tempo de produção e de
desenvolvimento e custo por unidade vendida.
Empreendimento – Neste nível, a intenção é ter todas as cadeias integradas com o negócio de
seus parceiros, vendedores e clientes. Compartilhar riscos, resultados e informações.
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4 Considerações Finais
À medida que se consolida os conceitos de cadeias de suprimentos colaborativas, o
papel dos PSLs torna-se mais relevante. A literatura tem apresentado e discutido uma nova
configuração para as cadeias de suprimento em razão da competição entre empresas,
fundamentando a visão de trabalho colaborativo como forma de se diferenciar no mercado. Se
esta tendência torna-se realidade, o PSL precisa estar alinhado conceitualmente para
responder às exigências de seus clientes.
Apesar da forte exploração literária que tem surgido a respeito dos conceitos
colaborativos na cadeia de suprimentos, existe ainda muita discussão quanto ao idealismo
defendido nos conceitos, de pouca evidência prática e teoricamente muito discutido.
Entretanto, a prática dos conceitos colaborativos na cadeia de suprimentos apresentada
nos diversos estudos a respeito, demonstra que as empresas devem considerar alguns fatores
como: a intenção da empresa foco em coordenar um processo colaborativo de forma
transparente nas relações, o que exige dela mudança cultural ou histórico cultural que suporte
os conceitos na prática; incentivar uma gestão compartilhada entre os agentes da cadeia; e
saber administrar os conflitos e interesses divergentes nos diferentes agentes. Tais fatores
devem contribui para o alcance dos resultados.
A utilização dos PSLs na condução de tarefas operacionais na cadeia de suprimentos,
atrelado aos objetivos da empresa foco, e com um papel de coordenação e integração, pode
ajudar as empresas a reduzir parte dos conflitos, podendo também orientar os agentes para os
interesses comuns na cadeia. Neste sentido, a indústria de PSLs precisa estar atenta e
orientada para o mercado, sabendo como servir seus clientes.
A proposta deste estudo foi apresentar uma estrutura conceitual, formatada com o que
se discute na literatura atual a respeito, dando o entendimento de como os PSLs devem estar
preparados para atender o mercado.
Por se tratar de um ensaio teórico, comparações com o que os PSLs pensam a respeito
das tendências dos serviços ajudaria a melhor compreender e discutir o modelo. Também, à
medida que as empresas evoluem na adoção de novos conceitos colaborativos,
compartilhando com os PSLs as práticas discutidas neste estudo, novos conceitos tendem a
surgir, embasando idéias e melhor ajustando a prática com a teoria.
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