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penas"
De Cesare Beccaria
APRESENTAÇÃO.
I. Introdução.
VI. Da prisão.
XVIII. Da infâmia.
XXX. Do roubo.
XXXI. Do contrabando.
XXXIV. Da ociosidade.
XXXV. Do suicídio.
XLII. Conclusão.
APRESENTAÇÃO
O livro Dos Delitos e das Penas é, nada mais nada menos, que o
manifesto do autor contra o sistema criminal de sua época (século XVIII
- viveu o movimento filosófico e humanitário ao qual pertencem os tão
conhecidos autores: Voltaire, Rousseau, Montesquieu e outros) a fim de
que a sociedade, através de mudanças, contasse com instituições
melhores e que fossem criadas novas leis. Estas deveriam visar somente
uma finalidade: “promover todo o bem-estar possível para a maioria.”
I. INTRODUÇÃO
Beccaria inicia seu livro propondo uma divisão igualitária das vantagens
entre todos os membros da sociedade, tendo em vista que o que
realmente ocorre é o oposto. Esclarece a importância da elaboração de
boas leis e afirma que a a função destas e da ordem é a de evitar
injustiças e abusos dentro da sociedade, visando “proporcionar todo o
bem-estar possível para a maioria.”
Ressalta que o legítimo intérprete das leis é o soberano e não o juiz, cujo
dever consiste em somente examinar o caso e decidir se o julgado
praticou o delito ou não. Portanto, os magistrados não devem interpretar
as leis penais, tendo em vista que este cargo cabe aos legisladores e ao
soberano, garantindo assim, a correta aplicação da justiça e a pequena
probabilidade de arbitrariedade por parte do juiz.
VI. DA PRISÃO
“quanto mais numerosos forem esses indícios, tanto mais provável será o
delito.”
Existe uma divisão entre as provas, sendo elas: perfeitas, quando são
necessárias somente estas para autorizar a condenação e imperfeitas,
quando existe a possibilidade da inocência do acusado (portanto, em
caso de prova imperfeita, é necessário obter outras provas para que
ocorra a condenação).
O autor faz uma crítica as acusações secretas, alegando que esta faz os
homens “falsos e pérfidos” e é fruto de uma fraca constituição. Alega,
ainda, que não há possibilidade de defesa da calúnia quando se trata de
uma acusação sigilosa. Qual sua finalidade? Em que se apoiam as penas
secretas? Qual seu papel perante a segurança? Como um governo
autoriza calúnias secretas e pune calúnias públicas?
Muitas vezes, pode o inocente alegar que é culpado somente para que
cessem tais tormentos, e em outras vezes, poderá o culpado aguentar tais
dores pra ser inocentado. Mas será isto justo? O que esta em questão é a
bravura do ser humano ou seu mérito?
Quando uma sentença define que o delito foi cometido e as provas são
concretas, o acusado deve obter um tempo para justificar-se e/ou
defender-se. Cabe somente as leis fixar o espaço de tempo conferido
para o julgado apresentar sua defesa e para que o delito seja investigado.
Para que as penas inspirem medo e sejam eficazes para o fim ao qual se
destinam, é necessário que sejam proporcionais aos delitos e também
que o rigor das penas deve ser relativo ao estado atual da sociedade na
qual o culpado reside.
A confiscação de bens, por ser uma pena pior que somente o banimento,
deve ocorrer em casos previstos em leis, nos quais o culpado deve ser
desligado da sociedade da qual fazia parte anteriormente e assim,
ocorrerá sua “morte natural e política.".
XVIII. DA INFÂMIA
Uma pena será útil e justa quanto mais pronta for esta e mais de perto
seguir o delito, isto é, poupará o acusado da tortura e da incerteza. A
presteza do julgamento é essencial, pois, Beccaria afirma que o cidadão
detido deve ficar detido somente o tempo necessário para que ocorra o
processo, vez que, a partir do momento que o homem decidiu se sujeitar
a um Estado (Pacto Social) era para que sofresse os menores males
possíveis.
Faz, ainda, uma distinção entre os delitos grandes e menores, sendo este
as pequenas ofensas a particulares e aquele os crimes contra o bem
público que acarretem a destruição da sociedade.
Qualquer crime que atentar contra a sociedade ou aos que ela representa
será considerado ato criminoso. Os delitos podem, ainda, atentarem
contra os cidadãos e outros atentarem contra o que a lei prescreve.
Todos os atos que não se encaixarem nessas classes não devem ser
considerados como delitos.
É de extrema importância que para que haja uma convivência
harmônica entre o direito e a moral, os cidadãos estejam cientes de que
podem fazer tudo aquilo que não está proibido em lei.
Tais crimes podem ser classificados como grandes crimes pois atentam
contra a sociedade; mas o que são tais crimes? São os crimes de traição
contra a sua majestade, Estado ou representante. Em muitos dos casos,
os culpados eram punidos com execução pública por meio de tortura,
seus bens se tornariam propriedade da Coroa e sua família condenada à
infâmia.
Estes crimes não são considerados como crimes menores, mas também
não são considerados como os crimes grandes, pois atentam contra a
segurança dos particulares e envolvem crimes como: atentados contra a
vida, contra os bens, contra a honra, entre outros.
XXX. DO ROUBO
Beccaria defende a ideia de que só deve ser punido com uma pena
pecuniária o roubo realizado sem uso de qualquer violência. Por que as
penas pecuniárias não podem ser utilizadas para os outros roubos? Pois
elas somente serviriam para multiplicar o número de roubos.
A pena mais “justa” para o roubo será a escravidão temporária para que
fique bem claro para o culpado o dano que causou a sociedade e o
transtorno que a violação do pacto social pode causar.
XXI. DO CONTRABANDO
XXXIV. DA OCIOSIDADE
Ressalta-se que cabe exclusivamente e somente às leis definirem quais
tipos de delitos baseados na ociosidade devem ser punidos (de acordo
com a finalidade pública do Estado e sem ferir a liberdade individual de
cada indivíduo).
XXXV. DO SUICÍDIO
É mister considerar que não existe penalidade para o suicídio vez que ele
recairá sobre um corpo não mais vivo e não seria nada justo a penalidade
recair sob os ombros da família do suicida (tal ato seria odioso e
tirânico). [10]
Deve-se encontrar alguma maneira de" deter a mão "do suicida, porém
não é através das penalidades que se alcançará tal objetivo. A este delito,
cabe somente a Deus julgá-lo e puni-lo.
O autor afirma que, mesmo que o cidadão se mate, ele faz menos mal a
sociedade que o cidadão que renuncia a sua pátria para viver em outra.
Discute, ainda, se é útil ou perigoso deixar a livre arbítrio do cidadão se
quer ou não abandonar a sua nação.
O autor deixa bem explícito que não pode analisar a natureza do delito
de liberdade religiosa, pois a época e o lugar onde vivera não o
permitiram. Assim, afirma que só trata dos delitos relacionados ao
homem natural e os que violam o contrato social.
Diz que, além das falsas ideias de utilidade, o espírito de família também
é considerado outra fonte de injustiça na legislação.
XLII. CONCLUSÃO