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Segundo o dr.

Paul Pearsall, as células têm memória e o coração carrega um código energético especial, que nos conecta
com os demais seres humanos e com o mundo à nossa volta. De certa maneira, sua teoria explica por que muitos
transplantados – como ele mesmo pode comprovar – passam a manifestar traços da personalidade do doador.

Por Fátima Afonso

PLANETA – Pesquisas científicas recentes sugerem que o coração pensa e que as cél ulas têm memória, havendo uma
relação entre esses dois processos. Explique -nos, em linhas gerais, de que forma isso se dá.
Paul Pearsall – O fato de que as células têm memória é uma lei básica da natureza. Mesmo os mais simples organismos
unicel ulares lembram como se movi mentar, encontrar alimento, fazer sexo e evitar os predadores. Os cientistas c hamam isso
de “memória da função”, mas, se uma cél ula pode lembrar, é bem provável que muitas células j untas poderiam ter “memórias”
mais complexas e elaboradas. As células do coração são as úni cas células rítmicas. Elas pulsam mesmo quando estão fora
do corpo. Não é i nsensato sugerir que milhares de cél ulas do coração ressoando j untas e expostas a bilhões de células do
sangue que passam pelo coração, a cada segundo, podem conter memórias.

Divulgação

Um dos hormônios do corpo associado com a memória é a sub stância chamada acetilcolina. A falta das moléculas dessa
substância é verificada na doença de Alzheimer, na qual a função de memória se encontra gravemente diminuída. Na
memória existe também uma “eletricidade”. O DNA do nosso corpo que contém o nosso cód igo genético age como uma
espiral de cobre, permitindo que os nossos genes transmitam códigos elétricos entre si. O coração gera um campo
eletromagnético de ci nco mil milivolts. O coração é capaz de emitir freqüências de onda de rádio, e ele fala com o cér ebro
através de uma substância chamada ANP, Peptídeo Naturético Atrial (Atrial Naturetic Peptide), descoberta no coração. A
força eletromagnética do cérebro é cerca de 140 milivolts, portanto, a energia codificadora elétrica do coração é forte. As
nossas cél ulas, os nossos genes, as substâncias no coração e a eletricidade do nosso corpo gerada primariamente pelo
coração se combinam para ajudar a fabricar e armazenar as memórias.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, transferiram as me mórias de vermes. Pesquisadores do


Instituto de Tecnologia da Califórnia mostraram que um único elétron podia alterar as memórias de nossos genes. As células
do coração, colocadas próximas a outras cél ulas do coração, se comuni cam entre si e entram juntas numa batida rítmica. As
células do coração retiradas por biópsia de um paciente e colocadas num prato de laboratório vibraram mais rápido quando
seu doador estava sendo testado numa esteira ergométrica, num aposento no fim do corredor, bem distante do l uga r onde
suas células estavam sendo observadas. Existem dezenas de fascinantes descobertas em pesquisas que i ndicam o princípio
de que estamos ligados de uma maneira que ainda não entendemos. As questões da memória cel ular e dos transplantados
que recebem as memórias e as características de seus doadores são exemplos da emergência de ciência mais integrativa
que esteja disposta a estudar questões que antes ridicularizava.

PLANETA – Além de memórias dos nossos ancestrais, as cél ulas poderiam carregar também “l embranças” de vidas
passadas?
Paul Pearsall – A questão das memórias de vidas passadas é muito i nteressante. Se por um lado tem havido muita
publicidade sobre reivindicações de pessoas de que elas foram um rei ou uma rai nha ou outra figura histórica bem co nhecida
na sua “vida passada”, tem havido também pesquisas muito cuidadosas, que levantam muitas questões sérias e i nteressantes
sobre essa possibilidade. O dr. Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia, viajou pelo mundo por quase 40 anos para
documentar mais de dois mil casos de crianças pequenas que afirmam recordar -se de vidas passadas. No Havaí, onde nasci,
acredita-se que nossos ancestrais estão sempre conosco e dentro de nós. Acreditamos, e a ciência o demonstra, que nossas
células carregam os códigos daqueles que vieram antes de nós.

Para os cientistas, uma das coisas mais difíceis de aceitar é a idéia de que a separação e os limites são ilusões. Todos nós
somos de fato Um e conectados em muitos níveis. Não importa se nosso cérebro presta atenção ou não, nossas células
lembram de onde viemos. Cabe a nós prestar atenção a isso.
PLANETA – Diante das descobertas da cardioenergética, podemos dizer que o coração é o maior responsável pela nossa
saúde, e não o cérebro, como propõe a psiconeuroimunologia?
Paul Pearsall – Como o psicólogo Abraham Maslow afirmou, a saúde é uma questão de ser, não de fazer. “Quem” somos é
primordial para o nosso bem-estar. A medicina moderna tem uma orientação muito mecânica. Ela busca explicações
concretas e si ngulares. Não há dúvida de que o cérebro não está realmente na nossa cabeça, mas no corpo todo. As cél ulas
do estômago e do coração falam com o cérebro tanto quanto o cérebro fala com o nosso corpo. O coração é muito mais do
que um mecanismo bombeador. Ele não está a serv iço do cérebro, mas é um parceiro para formar com ele nossa organi zação
interna de manutenção da saúde. O coração secreta hormônios, como o ANF, que ajuda a regular todo o sistema do nosso
corpo. O coração bem como o cérebro é um órgão hormonal. A questão em saúde não é “a mente sobre a matéria”, mas “a
mente é matéria”. Nosso corpo inteiro e todos os seus sete bilhões de células podem pensar, sentir e conectar -se com outras
células. Por causa de sua imensa energia eletromagnética e de outras energias, o co ração particularmente se conecta com
outros corações. A saúde e a cura são questões de compai xão, de ligação e de estar consciente de que nós não “temos” um
corpo, mas somos o nosso corpo.

PLANETA – Sendo assim, que conselhos o senhor daria para quem desej a se curar de um mal qualquer ou evitar doenças?
Paul Pearsall – Escrevi um livro, publicado agora em agosto, intitulado Miracle in Maui: Letti ng Miracles Happen i n Your Life
(“Milagres em Maui: Deixando os Mi lagres Acontecerem em sua Vida”). Ele documenta mi nha cura milagrosa, o câncer em
estágio IV e a recuperação de um transplante de medula, quatro quimioterapias radicais e radiação no corpo todo. Meu
consel ho é lembrar que não é possível praticar a “autocura”. Toda cura é uma questão de reconexão – seja a reconexão com
o nosso próprio corpo, com os nossos sistemas corpóreos e células se conectando umas com as outras, ou a conexão com os
nossos ancestrais e a terra. Cura é conexão. Quando nos tornamos “cardiossensíveis” e ouvimos o nosso coração,
encontramos ali mensagens de cura que todos nós compartilhamos – um tipo de sabedoria espiritual em comum de paciência,
unidade, agradabilidade, humildade e ternura, a qual é a linguagem do coração, que permite que os milagres aconteçam.

PLANETA – De certa maneira, a exi stência de um código do coração parece ter sido confirmada ao senhor por dezenas de
histórias de transplantados cardíacos que, depois de receber o órgão, passaram a manifestar traços da personalidade do
doador. Dos casos que estudou, quais os que ma is o impressionaram?
Paul Pearsall – Publiquei vários casos de transplantados de coração que receberam as memórias de seus doadores. Estes
aparecem em revistas profissionais. Descrevo muitos casos no meu livro Memória das Cél ulas (Editora Mercuryo). Lament o
ter publicado os casos “dramáticos” porque eles parecem evocar grande resistência e tornam sensacionalismo aquilo que
deveria ser seriamente científico, médico e espiritual. Na verdade, os casos que me impres -sionam mais são os casos
calmos, sutis, que e nvolvem o “sentir-se profundamente conectado com o meu doador”, e “amar meu doador agora e para
sempre”.

Todos nós somos receptores de transplante de coração. Se você quiser ler sobre casos notáveis, leia o meu livro. Se você
quiser aprender realmente sobr e o código do coração, sente-se, fique de mãos dadas com alguém que você ama, e si nta a
energia da conexão coração com coração. A energia do coração está à nossa volta. Cabe a nós querermos ser receptores.

Arnaldo Bento

Se quiser aprender realmente sobre o código do coração, sente-se e fique de mãos dadas com alguém que ama.

PLANETA – As mudanças na personalidade do receptor são notadas também em casos de transplantes de outros órgãos,
como rins e pulmões, por exemplo?
Paul Pearsall – Casos de receptores que recebem memórias e características de seus doadores foram relatados em
transplantes de rim, fígado e até de córnea. Quanto mais estudo esse assunto, mais suspeito que o verdadeiro mistério
reside em por que algumas pessoas parecem sintonizar tão profunda mente com as memórias das células e com o seu código
do coração. Podemos aprender com essas pessoas corajosas e normal mente humildes. Elas são como astronautas
espirituais. Alguns zombam delas, mas se estivermos dispostos a ouvir amorosa e abertamente, pod emos ouvir o código do
coração. Se permanecermos com o coração duro, dei xamos de nos beneficiar com as lições do coração e com aqueles que as
aprenderam.
PLANETA – O senhor levantou, entre cientistas, médiuns e curandeiros, várias teorias que explicam por que os
transplantados manteriam uma conexão energética com o doador falecido. Alguma delas l he parece ser, particularmente,
mais correta que as demais?
Paul Pearsall – Eu adoro o ceticismo da ciência, mas abomino o seu cinismo. Infelizmente, a televisão e o encontro popular
apresentam distorções daquilo que são, na verdade, processos sutis, mas poderosos, da cardioconexão. Acontece muita
falsidade. Muitos dos chamados astros “paranormais” são presumivelmente bem -i ntencionados e podem, de fato, estar mais
dispostos a usar aquilo que alguns chamam de seu “sexto sentido”, mas eles não estão realmente fazendo nada que todos
nós não possamos fazer. O ponto simples, mas profundo, é que todos nós estamos conectados. Alguns de nós reconhecem
esse fato, dão profundo valor a isso e tentam sintoni zar -se com a energia sutil dessa conexão. Outros zombam dela ou ficam
ampliando as metas, de modo que nenhuma quantidade de pesquisa é suficiente para convencê -los sobre assuntos como
memória das células, o coração que pensa e sente, e a assim chamada sensibilidade “psi” ou paranormal. Como a maioria
dos pesquisadores dispostos a “sair da caixa” da “vida até a morte” e “um corpo governado por um cérebro”, descobri que o
que for que nos conecta é algo sutil. Olhando para as antig as ciências indígenas, como a cultura havaiana, antigos
ensinamentos chi neses e outras sabedorias “velhas”, descobri que elas contêm muitas chaves para maior entendimento de
nossa profunda conexão. Mas devemos estar dispostos a abraçar tanto as ciências an tigas quanto as novas e estudar tanto o
mito quanto a matéria. Pessoalmente, eu não acho que faremos muito progresso no entendimento desses assuntos das
memórias das células, corações que sentem e a conexão espiritual total antes que resolvamos o problema epistemológico.
Acho que não podemos aprender o que precisamos somente com o cérebro moderno. Precisamos também de uma mente de
nativo – i nocente, conectada com a natureza.

PLANETA – Como o senhor vê a hipótese de o espírito do doador, por falta de preparo , i nfl uenciar a pessoa que recebeu seu
órgão?
Paul Pearsall – Se por espírito você quer dizer “energia vital”, não há dúvida de que somos afetados pelo espírito de todos.
Não há nada amedrontador ou mau sobre o fato de a energia amorosa de um doador encont rar caminho para o receptor. Doar
um órgão é um dos mais poderosos atos de amor. Cabe a nós decidir beber dessa energia amorosa e do espírito de seu
doador.

PLANETA – Um problema cardíaco poderia afetar a energia V, a energia informativa do coração?


Paul Pearsall – A maioria dos doadores de órgãos sofre uma morte trágica e súbita. Se você pergunta se a natureza desse
acontecimento se dirige para as memórias dos receptores, a resposta é “sim e não”. A resposta é “sim” se o receptor escolhe
buscar isso e estar aberto para isso. A resposta é “não” se o receptor escolhe ver o coração doado como mera substituição
de bomba. Minhas entrevistas com os receptores e famílias dos doadores, porém, indicam que é primordialmente a essência
amorosa do doador que é transmit ida ao receptor. Se pensarmos no transplante somente como cél ulas se transferindo para
outro corpo, não entendemos o ponto. Há muito mais. Não é apenas memória das cél ulas. Parece haver algo sobre a
profunda natureza de salvar vidas na doação de órgãos que diminui a nossa percepção de que somos todos conectados.
Talvez o transplante de órgão seja uma questão de fornecer – como numa chamada telefônica – uma linha mais clara e direta
para essa conexão.

Sipa-Press

Um coração artificial também carregará a energ ia daqueles que o forneceram.

PLANETA – Supondo-se que a essência humana está no coração, o que pode acontecer, do ponto de vista espiritual, se a
ciência conseguir, no futuro, substituí -lo defi nitivamente por um órgão artificial ou até mesmo de um animal, como vem sendo
tentado?
Paul Pearsall – Mesmo se a medicina for capaz de fornecer um coração artificial confiável, ele também carregará a energia
daqueles que o forneceram. Novamente, estamos conectados com todos e com tudo. O mundo moderno pensa que os o bjetos
não têm energia, mas eles têm. Ei nstein mostrou que, se um simples grão de areia pudesse ser impulsionado rápido o
bastante, ele poderia conter energia suficiente para ilumi nar uma cidade. Se matéria e energia estão conectadas pela
velocidade da luz, parece possível que nossas mentes e corpos estejam conectados por significado. Os médicos, os
pesquisadores, as equipes clínicas, enfermeiras, família e todos os envolvidos no transplante de coração “artificial” sem
dúvida transplantariam sua energia jun to com essa “máqui na”. O trabal ho no programa de Pesquisa de Anomalias em
Engenharia de Pri nceton demonstrou que, quando as pessoas focalizam sua i ntenção nos objetos, acontecem neles
mudanças sutis, mas significantes. Novamente é importante lembrar o assu nto de conexão entre todos e tudo em todo lugar.
Para entender realmente o que escrevi sobre isso, meu leitor precisa parar de viver no SIN, self -interest norm (“norma de
auto-i nteresse”), e começar a pensar e sentir na direção mais coletivista de antigas culturas i ndígenas.

PLANETA – Qual a relevância da sua teoria para casos de rejeição de órgãos, já que, ao receber um novo coração, o
paciente pode estar ganhando valores morais e religiosos, por exemplo, completamente diferentes dos seus?
Paul Pearsall – A rejeição de órgão é um processo complicado. Há muitos fatores bioquímicos envolvidos, mas não há dúvida
de que a questão da “energia” é importante também. Uma boa combi nação depende não só do tamanho do órgão e da
compatibilidade bioquímica; até certo po nto depende também – os médi cos o reconheçam ou não – de uma compatibilidade
energética entre o doador e o receptor, e mesmo entre a família do doador e a família do receptor. Fala -se que, “se não
sabemos que não sabemos, então não sabemos”. Aqueles que pr eferem ignorar a importância da memória das cél ulas, o
coração como órgão sensório e as sutis conexões energéticas no mundo o fazem para o detrimento daqueles que eles
esperam aj udar.

PLANETA – Há alguns anos, o senhor próprio passou por um transplante de medula óssea. Esse fato infl uenciou de alguma
maneira as suas pesquisas?
Paul Pearsall – Meu transplante de medula foi um transplante autólogo, ou seja, os médicos retiraram mi nha própria medula,
trataram-na e colocaram-na de volta no meu corpo. Até hoje, tenho dentro de mim muitas associações que estão ligadas a
esse transplante, e sei que a energia amorosa de meus médicos e enfermeiras ressoa dentro de mim. Não tenho certeza se
minha medula também captou de al guma forma essa energia e a colocou dentro de mim. Sei, no entanto, que a energia
amorosa pode ser enviada e recebida.

PLANETA – A energia V parece ter correspondência em várias culturas e sistemas de cura antigos, caso da energia chi dos
chineses, por exemplo…
Paul Pearsall – Os havaianos referem-se à energia sutil de nossa conexão como mana. A maioria das culturas antigas tem
seus próprios nomes para essa energia, mas sem dúvida que milhares de anos de sabedoria antiga ensinam que, de fato, há
uma conexão energética “vital” entre tudo o que existe. O s cientistas falam somente de quatro tipos de energia
(elegromagnética, gravidade e energia nuclear fraca e forte). Mas, quando você fala a esses mesmos cientistas sobre mana
ou uma energia sutil, eles costumam responder que eles a têm sentido em suas próp rias vidas. Os cientistas gostam de dizer
que são totalmente objetivos, mas não são mais objetivos que a maioria de nós. Eles têm seus preconceitos também. Eu só
peço que eles ol hem para onde estou apontando, em vez de morder o meu dedo. A cultura havaiana ensi na que o primeiro
princípio da vida é aloha, que significa compartilhar (alo) o sopro sagrado (ha) da vida. Todos nós fazemos isso todo dia.
Cabe a nós escol her termos consciência disso, viver a nossa vida em plena consciência disso e de acordo com es se princípio
do paraíso.

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