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EMPREITADA

(arts. 610-625)
Conceito
É o contrato em que uma das partes (o
empreiteiro), mediante remuneração a ser paga
pelo outro contraente (o dono da obra), obriga-
se a realizar determinada obra, pessoalmente
ou por meio de terceiros, de acordo com as
instruções deste e sem relação de
subordinação.

Obs.:
1) Não se restringe à ideia de obra na
construção civil;
2) Possibilidade de caracterização da
empreitada como relação consumerista.
Prestação de serviço Empreitada
• O objeto do contrato é  O objeto da prestação
apenas a atividade do NÃO é a atividade do
prestador, sendo a prestador, mas a obra em si,
remuneração proporcional ao permanecendo inalterada a
remuneração qualquer que
tempo dedicado ao trabalho; seja o tempo de trabalho
é um contrato de meio. dispendido; é um contrato
• A execução do serviço é de resultado.
dirigida e fiscalizada por  A direção compete ao
quem contratou o prestador, próprio empreiteiro;
a quem este fica diretamente  É o empreiteiro que assume
subordinado; os riscos do
• O dono do serviço assume empreendimento, sem estar
os riscos do negócio. subordinado ao dono da
obra.
Classificação do contrato de
empreitada
 Bilateral (remuneração x entrega do produto)
 Oneroso
 Comutativo
 Consensual (possível convencionar
aleatoriedade)
 Informal
 Trato sucessivo (execução diferida ou
continuada)
 Poderá ter caráter personalíssimo ou não, a
depender da convenção das partes ou da
natureza da obra (247 e 626, CC)
 Indivisível
 Obs.:
1) A subempreitada só será proibida se houver
disposição expressa no contrato ou,
independente de proibição expressa, se esta
fizer menção às qualidades pessoais do
empreiteiro.
2) A subempreitada não obriga o dono da obra
perante terceiros, mas, tão somente, o
empreiteiro – não induz solidariedade.
3) Apesar de não haver relação material entre
o dono da obra e o subempreiteiro, este
poderá ser responsabilizado pelo primeiro
pelos danos causados em sede de
responsabilidade extracontratual.
Fundamento: função social (proteção do
terceiro ofendido)
3) Em se tratando de relação de
consumo, o subempreiteiro e o
empreiteiro respondem solidariamente
perante o consumidor (dono da obra),
em razão de defeitos do produto ou
serviço que lhe acarretem prejuízos (art.
7º, parágrafo único, CDC)
Cessão de contrato de
Subempreitada (622) empreitada
O terceiro apenas assume Cedente transfere a sua
obrigações que, a priori, posição contratual
tocavam ao empreiteiro, ou
seja, o empreiteiro contrata completa (ativa e passiva)
com outra pessoa (terceiro) a para o cessionário
execução da obra de que se (terceiro), com o
encarregara, no todo ou em consentimento do cedido
parte. Os direitos e (dono da obra); o cedente
obrigações decorrentes do
contrato de empreitada não se retira por completo da
se transferem ao relação jurídica a partir
subempreiteiro, por isso, não desse momento, não mais
obriga o dono da obra diante respondendo ao dono da
deste e subsistem por inteiro
as responsabilidades do
obra.
empreiteiro, salvo 618, p.u, e
622.
ESPÉCIES DE EMPREITADA
(ART. 610/CC)
Empreitada de lavor ou Empreitada mista ou de
mão de obra materiais
 É a regra geral;  Não se presume, exige
 O empreiteiro apenas executa a convenção das partes ou
obra (mera obrigação de fazer), imposição legal;
administrando e fiscalizando o
trabalho, utilizando materiais  O empreiteiro realiza a obra
fornecidos pelo dono da obra, contratada com material
que responde por eventual próprio, conjugando
perecimento ou deterioração obrigações de dar (materiais)
destes – obrigação de meio; e fazer (a obra);
 Todos os riscos
perecimento/deterioração da  O empreiteiro assume os
obra que não puderem ser riscos até a entrega da obra
imputados ao empreiteiro (611 - obrigação de resultado
(culpa – RESPONSABILIDADE – RESPONSABILIDADE
SUBJETIVA), correrão por conta OBJETIVA);
do dono da obra (612)
 O empreiteiro restringe os seus  A mora do dono da obra no
riscos à mão de obra recebimento de obra já
contratada e à inutilização dos executada transfere-lhe os
materiais por culpa (612 e riscos automaticamente –
617) cabe consignação.
PREÇO
1) Remuneração global: abrange, de uma só
vez, toda a atividade desenvolvida;

2) Proporcional ao trabalho executado:

Art. 614. Se a obra constar de partes


distintas, ou for de natureza das que se
determinam por medida, o empreiteiro
terá direito a que também se verifique por
medida, ou segundo as partes em que se
dividir, podendo exigir o pagamento na
proporção da obra executada.
 Obs.:
1ª) Em regra o preço da empreitada é fixo, salvo o
disposto no art. 619:
Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o
empreiteiro que se incumbir de executar uma obra,
segundo plano aceito por quem a encomendou, não
terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que
sejam introduzidas modificações no projeto, a não
ser que estas resultem de instruções escritas do
dono da obra.
Parágrafo único. Ainda que não tenha havido
autorização escrita, o dono da obra é obrigado a
pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos,
segundo o que for arbitrado, se, sempre presente à
obra, por continuadas visitas, não podia ignorar o
que se estava passando e nunca protestou.
2ª) Revisão do preço (vide slide 24):

Art. 620. Se ocorrer diminuição no preço


do material ou da mão de obra superior
a um décimo do preço global
convencionado, poderá este ser revisto, a
pedido do dono da obra, pra que se lhe
assegure a diferença apurada.
Verificação e recebimento da
obra
1) Responsabilidade do empreiteiro pela
perfeição da obra: pode ser
convencionada a entrega da obra por
partes ou só depois de concluída. Se o
dono recebe e paga o que lhe foi
entregue, presume-se (relativamente)
verificado e em ordem (art. 614, §1º),
salvo as exceções adiante.
2) Justo motivo para o dono negar-se a receber a obra
(inadimplemento do empreiteiro - 615):

 Se o empreiteiro se afastou do plano ou das instruções


ministradas – esta hipótese exige análise criteriosa, pq a
obra pode ter ficado melhor;
 Se, na falta de plano ou de instruções específicas,
arredou-se das regras da arte ou do costume do lugar,
apresentando obra defeituosa e impeditiva de uso regular;
 Se empregou materiais de segunda ou de má qualidade –
o que se aplica tanto na empreitada mista quanto na de
lavor, pois nesta o empreiteiro tem o dever de denunciar a
má qualidade dos materiais recebidos (613);
 Se não entregou a obra no tempo acordado.
 OBS.: O DONO DA OBRA PODE OPTAR POR RECEBÊ-LA COM
ABATIMENTO DO PREÇO. NESTE CASO, OS PROBLEMAS E
EVENTUAIS VÍCIOS MATERIAIS VERIFICADOS NA OBRA
PODERÃO SER DESCONTADOS E COMPENSADOS COM A
REMUNERAÇAO QUE O DONO DEVERÁ PAGAR AO
EMPREITEIRO
Obs.: se, concluída a obra, constata-se
que o empreiteiro a realizou a contento e
o resultado foi alcançado, o dono da obra
não poderá se negar a recebê-la e a
pagar o preço ajustado.

Recusa sem justo motivo MORA

Consignação judicial
+
Cobrança contraprestação
ajustada
Vícios redibitórios
Art. 614, §2º. O que se mediu presume-se
verificado se, em trinta dias, a contar da
medição, não forem denunciados os vícios ou
defeitos pelo dono da coisa ou por quem estiver
incumbido da sua fiscalização.
É irrelevante se houve pagamento ou não ao
empreiteiro. A lei confere ao dono da obra o
prazo de 30 dias para impugnar a obra a partir
da medição. Se não houver impugnação,
presume-se que a obra foi aceita. A VERIFICAÇÃO
é presumida se houver pagamento ou no caso de
medição, se o dono da obra não fez qualquer
denúncia de vícios ou defeitos no prazo de 30
dias
Responsabilidade do empreiteiro
1) Quanto aos riscos da obra (res perit
domino):
a) Empreitada de lavor: o dono da obra
sofre o prejuízo pelo seu perecimento.
O empreiteiro perderá a retribuição, a
não ser que prove que a perda resultou
de defeito dos materiais e que em
tempo reclamou quanto à
quantidade/qualidade – art. 613;
b) Empreitada de lavor e materiais: os
prejuízos são sofridos pelo empreiteiro,
exceto em caso de mora do dono da
obra – art. 611.
2) Quanto à estrutura do prédio ou da obra considerável,
bem como a solidez e segurança das construções de
grande envergadura (edifícios ou construções
consideráveis) – compreendem riscos para a coletividade
e para o dono da obra:
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras
construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e
execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco
anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão
dos materiais, como do solo.
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o
dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro,
nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício
ou defeito.
 Estende a responsabilidade do empreiteiro para
além do contrato. REGRA: quando o dono da obra a
recebe, cessa a responsabilidade do empreiteiro.
EXCEÇÃO: empreitada de grande porte – o
construtor/empreiteiro continuará responsável
pelo prazo de 5 anos após a conclusão da obra.
 REsp 1172331 / RJ (Dje 01/10/2013): “O prazo de
garantia de 5 (cinco) anos estabelecido no art. 1.245 do
CC de 1916 (art. 618 do CC em vigor) somente se
aplica aos casos de efetiva ameaça à "solidez e segurança
do imóvel", conceito que abrange as condições de
habitabilidade da edificação”.
 Controvérsia: natureza jurídica deste prazo
 AgRg no Resp 1.344.043/DF: trata-se de prazo de
garantia (nem decadencial, nem prescricional), é
prazo de responsabilidade objetiva, natureza
material
 Parágrafo único: prazo de decadência, exclusivo para o
exercício do direito de ação em relação aos vícios e
defeitos que a obra apresentar no período de 5 anos.
OBS.: somente se aplica ao dono da obra em relação ao
empreiteiro e, por isso, não afeta o direito de terceiros
contra o construtor, sujeito aos prazos regulares de
prescrição que tratam da responsabilidade civil.
 Desta forma, o dono da obra, a contar do aparecimento do
vício ou defeito de concepção observado no prazo de 5
anos, tem o prazo de 180 dias para propor ação contra o
empreiteiro
 OBS:
- Se se tratar de relação de consumo aplica-se o art. 27 do
CDC: Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos
danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na
Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a
partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
- No caso de pequenos defeitos, o art. 445, §1º, CC.
- Em relação a terceiros:
1. A responsabilidade civil do construtor/empreiteiro pela
ruína do prédio construído em decorrência de vícios
pela ausência de solidez/segurança da obra, é baseada
nos arts. 618 e 937;
2. A responsabilidade do construtor/empreiteiro e do dono
da obra é solidária (942, p.u) no tocante aos danos
causados às propriedades vizinhas, reduzindo-se a
indenização quando a obra prejudicada concorreu
efetivamente para o dano por insegurança ou
ancianidade. Ao dono da obra é assegurado o regresso;
3. Em relação ao terceiro não vizinho a responsabilidade é
do construtor, salvo se pessoa inabilitada, hipótese que
atrai a responsabilidade solidária do proprietário.
4. Com fundamento na eficácia externa do contrato (função
social), qualquer terceiro que tiver interesse ou direito
violado pelo contrato será tutelado – responsabilidade
objetiva
Questão:
Haverá responsabilidade do empreiteiro por
vícios/defeitos que aparecerem após o prazo de 5
anos de garantia?
SIM. Se houver conduta culposa – responsabilidade
subjetiva. Neste caso, o prazo para o exercício da
pretensão indenizatória será de 3 anos, se o negócio
estiver submetido ao CC, ou de 5 anos, quando
caracterizado como relação de consumo. Em
qualquer hipótese o TERMO INICIAL será o
conhecimento do fato

En. 181/CJF: o prazo referido no art. 618, § único,


refere-se unicamente à garantia prevista no caput,
sem prejuízo de poder o dono da obra, com base no
mau cumprimento do contrato de empreitada,
demandar perdas e danos.
3) Quanto à perfeição da obra: arts.
615 e 616
4) Quanto ao custo dos materiais: art.
617
Responsabilidade do proprietário
1) Obrigação de efetuar o pagamento do preço. Obs.: arts.
619 (REGRA: proibido o reajuste no contrato de
empreitada a preço fixo; EXCEÇÃO: se as modificações
no projeto ou na obra resultarem de instruções escritas
do dono da obra ou, ainda que não escritas, este estava
presente durante a execução e não protestou quando o
empreiteiro/construtor aumentou ou realizou
acréscimos na obra – boa-fé objetiva – supressio e
surrectio) e 620 (revisão do preço em favor do dono
da obra se houver diminuição do preço do material ou
da mão de obra superior a 10% do preço
convencionado – aplica-se a qq modalidade de
empreitada e não precisa estar relacionada a fato
imprevisível.
OBS.: a regra da imutabilidade do preço não é absoluta,
assim, este também poderá ser revisto por ocorrências
fortuitas ou no caso de alteração substancial do equilíbrio
contratual, fora da hipótese do art. 620.
2) Obrigação de pagar indenização ao
empreiteiro em caso de rescisão do
contrato sem justa causa: art. 623

3) Obrigação de receber a coisa: art.


614-616
Extinção da empreitada
 Cumprimento ou execução da obra
 Morte do empreiteiro (626), se intuitu personae
 Resilição unilateral: vide obs. próximo slide
 Resilição bilateral
 Resolução por inexecução contratual
 Falência do empreiteiro ou insolvência do
proprietário
 Excessiva onerosidade superveniente da obra,
em virtude da ocorrência de fatos
extraordinários e imprevisíveis
 Perecimento a coisa por força maior ou caso
fortuito.
OBS1: suspensão da obra pelo dono
(623) – acarretará a extinção do contrato
de empreitada pelo exercício potestativo
de resilição, pois, segundo a lei, deverá
pagar ao empreiteiro as despesas e os
lucros relativos aos serviços já
concretizados, além de indenização, que
deve ter como parâmetro lucros
cessantes, se a obra fosse concluída.
OBS2: suspensão do contrato pelo empreiteiro sem justa
causa (624) – responderá por perdas e danos.

OBS3: suspensão do contrato pelo empreiteiro com justa


causa:
Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra:
I - por culpa do dono, ou por motivo de força maior;
II - quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem
dificuldades imprevisíveis de execução, resultantes de
causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes, de
modo que torne a empreitada excessivamente onerosa, e o
dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao
projeto por ele elaborado, observados os preços;
III - se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu
vulto e natureza, forem desproporcionais ao projeto
aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com o
acréscimo de preço.
NÃO HAVERÁ INDENIZAÇÃO
 Profa. Helen Karina Amador Campos –
helenk.campos@gmail.com
 Este material foi produzido com base em anotações
pessoais de aulas, referências e trechos de doutrinas,
informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas,
artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre
outros.
 Atualizado até 05/2018

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