Sie sind auf Seite 1von 3

Seu e o conceito yorùbá

A ordem surge do caos e a justiça, muitas vezes, é conquistada através de lutas contra
a injustiça. Èṣù, detentor dos princípios básicos da paz e da harmonia, regula a ordem,
a disciplina e a organização, opostos da desarmonia, da desordem e da confusão. Ọ̀ rìṣà
Os orixás, criados por Elédùnmarè, receberam cada qual uma determinada qualidade
de àṣẹ, sendo que cada uma dessas qualidades cumpre função específica. Compete aos
homens solicitarem aos orixás e as forças especificas necessárias para a solução de
problemas igualmente específicos. Essas forças da natureza não são boas e nem más,
em si mesmas: são forças neutras que podem sujeitar-se à vontade humana, de modo
que os homens podem servir-se delas para atingir seus objetivos, sejam eles benéficos
ou não. Este é o contexto a ser considerado quando nos propomos a debater a
questão de ser Èṣù um ser de natureza benevolente ou malévola. Ọ̀rìṣà
Assim sendo, não é adequado nos referirmos aos Òrìsà como malévolos ou
destrutivos, pois malévolos não são eles, e sim as pessoas que utilizam o ase dessas
divindades para atingir objetivos mesquinhos ou escusos. Buscando isentar-se da culpa
mobilizada por seus pensamentos e sentimentos destrutivos, algumas pessoas
atribuem aos orixás a responsabilidade pelo mal realizado. O Àṣẹ dos Ọ̀rìṣà é uma
força neutra que opera de acordo com a vontade humana.
Èṣù, òrìṣà capaz de manifestar-se sob milhares de formas, é dotado de potencial para a
realização de atos maléficos. Algumas pessoas servem-se desse potencial para
causarem mal a outras e, ao atribuírem a responsabilidade pelos próprios atos a Èṣù,
isentam-se desta responsabilidade.
Èṣù é personagem controversa, talvez a mais controversa de todas as divindades do
panteão yorùbá. Alguns o consideram exclusivamente mau, outros o consideram capaz
de atos benéficos e maléficos e outros, ainda, enfatizam seus traços de benevolência.
Em grande parte da literatura disponível Èṣù é apresentado como um ser ambíguo,
entidade neutra entre o bem e o mal ou, ainda, como simultaneamente bom e mau.
Há quem se refira a ele como inimigo do homem. Não é esta a posição adotada por
nós. Um provérbio yorùbá elucida a respeito dessa atribuição feita ao orixá èṣù:
Olóòótọ ni ọtà àiyé - quem diz a verdade é inimigo dos seres.
As muitas faces da natureza de Exu acham-se apresentadas nos odú e com outras
formas de narrativa oral yorùbá: sua competência como estrategista, sua inclinação
para o lúdico, sua fidelidade à palavra e à verdade, seu bom senso e ponderação, que
propiciam sensatez e discernimento para julgar com justiça e sabedoria. Estas
qualidades o tornam interessante e atraente para alguns e indesejável para outros. Por
quê?
Porque, de um lado, é sempre interessante para os indivíduos e os grupos a
possibilidade de ter com quem confiar, de poder contar com quem cumpra fielmente
os seus compromissos. Quem não deseja estabelecer par-ceria com aqueles nos quais
se possa confiar em qualquer circunstância? Quem não quer ser parceiro daqueles que
não faltam nem falham, silenciam sobre segredos que lhes são confiados, zelam por
bens materiais entregues a seus cuidados e os restituem quando solicitados?
Por outro lado, porém, tais parceiros são necessariamente criteriosos, exigentes,
disciplinadores, o que pode ser bastante incômodo para aqueles que não optam pelo
próprio desenvolvimento. Eṣu, disciplinador, exige ordem e organização.
Exu o inspetor dos rituais, quando manifesta a verdade, nem sem-pre agradável de ser
ouvida, pode ser considerado um inimigo. Segundo entendemos, Exu é um grande
amigo e essa compreensão a respeito de sua natureza encontra fundamento em
muitos odú de Ifá, alguns dos quais serão apresentados adiante.
Entretanto, um primeiro contato com o corpus da tradição yorùbá, em vista o objetivo
de compartilhar conhecimentos sobre sua natureza e responsabilidades no equilíbrio
pessoal e cósmico, pode ser favore-cido pela apresentação de alguns de seus epítetos
e orikis. Cabe observar que os iniciados e os devotos de Eṣu usufruem do privilégio de
poder com-partilhar com esse orixá os seus inúmeros atributos: cada epíteto refere-se
a um ase específico. Iniciados e devotos podem compartilhar com Èṣù cada unia dessas
qualidades de seu aṣẹ.
epítetos e orikis do òrìsà primordial Èṣù
Agúnbíadé: Esbelto, forte e firme como uma coroa real. Nome que faz
referência a sua realeza. Seus devotos, quando iniciados, passam a integrar sua
linhagem real.
Àjígidiín-irin: Resistente e indestrutível. Nome que faz referência à invencibilidade de
Èṣù, que não perde uma única disputa.
Alágógo-ijà: literalmente, Senhor do sino da discórdia. Remete à ideia de que a
ausência de seu axé favorece a ocorrência de desordem no âmbito individual ou no
coletivo. Quando uma pessoa está agressiva, fora de controle, causando confusão, ou
quando há pessoas brigan-do, se diz que Èṣù está tocando seu sino da discórdia nas
proximi-dades. Nas orações a ele dirigidas pede-se que não toque seu sino no lar dos
que oram. A ausência de disciplina e de responsabilidade cria condições desfavoráveis.
Exu é promotor da disciplina e da organização, associadas, evidentemente, a
compromisso e responsabilida-de. Quando esses elementos estão ausentes, as
condições se tornam desfavoráveis e propícias à confusão e aos mal-entendidos. Como
as pessoas preferem atribuir a outros a responsabilidade pelos próprios fracassos e
sofrimentos, muitas vezes, e impropriamente, atribuem a causa das discórdias a essa
divindade e não às próprias omissões e falhas. Este equívoco a respeito das causas do
sofrimento e da infelicidade favorece a interpretação de Exu como divindade ambígua.
Na realidade a desordem ocorre na ausência do àṣẹ de Èṣù.
Alágbára: Forte, Poderoso, Incansável; Aquele que influencia a vida das pessoas para
que sejam mais fortes.
Alákétu: Rei da cidade de Ketu. Refere-se à sua realeza.
Àlámúlámú-bàtá; nome que denota o bom humor, de Èṣù e a alegria que ele traz
para a vida das pessoas. Durante suas festas, ao som do tambor bàtá, é
insistentemente evocado através desse nome, o que conduz seus iniciados ao transe.

Alángájígá: Aquele que apoia, dá suporte, protege; Aquele · que traz vida; Aquele
que promove o crescimento humano.
Arábándé: Aquele que chega com todo o vigor de sua natureza. Refere-se ao vigor
trazido pelo orixá ao corpo das pessoas.

Atẹlé Ẹlẹ́dàá: Aquele que acompanha o homem e lhe concede sorte e prosperidade
Aquele que atrai condições para a realização de um destino feliz Aquele que não
abandona o homem nos momentos difíceis. Aquele que mostra ao homem o caminho
e protege o seu ori.

Atúká-màáṣeṣàá: Aquele que rompe em fragmentos que ninguém poderá reunir.


Refere-se a seu poder de destruição como parte do processo de mutações contínuas
do universo. É inimaginável um mundo sem mutações, e como toda mutação
pressupõe fases de rompimento, cisão e destruição, a Èṣù compete a tarefa de
promover metamorfoses.
Barà: Aquele que age rapidamente; Forte; Eternamente Vigoroso.

Elégbèé Àdó: Aquele que domina òògun, a arte mágia-medicinal, Possuidor de


inúmeros poderes de cura e de eliminação do sofrimento Feiticeiro; Dono de milhares
de àdó.

Èrú: O Grandioso
ọbaàsìn:

Das könnte Ihnen auch gefallen