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ESTUDO NO LIVRO DE APOCALIPSE nos constituiu reino, sacerdotes para o seu

1 Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos
deu para mostrar aos seus servos as coisas séculos dos séculos. Amém! 7 Eis que vem
que em breve devem acontecer e que ele, en- com as nuvens, e todo olho o verá, até quan-
viando por intermédio do seu anjo, notificou tos o traspassaram. E todas as tribos da terra
ao seu servo João, 2 o qual atestou a palavra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!
de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, 8 Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus,
quanto a tudo o que viu. 3 Bem-aventurados aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-
aqueles que lêem e aqueles que ouvem as pa- Poderoso.
lavras da profecia e guardam as coisas nela O título grego deste livro é Apokalypsis
escritas, pois o tempo está próximo. 4 João, (aquilo que está sendo descoberto); os leito-
às sete igrejas que se encontram na Ásia, res, porém, podem sentir que não há muito
graça e paz a vós outros, da parte daquele que revelado.
é, que era e que há de vir, da parte dos sete O Livro do Apocalipse não parece concretizar
Espíritos que se acham diante do seu trono 5 o que seu título promete, confundindo seus
e da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, leitores com todas as imagens, figuras e nú-
o Primogênito dos mortos e o Soberano dos meros que ali se encontram.
reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu Os pastores geralmente só pregam a série
sangue, nos libertou dos nossos pecados, 6 e de cartas escritas às sete igrejas existentes na

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Ásia Menor, registradas nos capítulos dois e Isso se faz evidente nas palavras introdutó-
três. rias: "Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe
As pessoas consideram o livro como sendo deu" (1.1), e nas cartas às sete igrejas.
Escritura, porém deixam de fazer uso dele Ali ouvimos a voz de Jesus, que conclui cada
como tal. Para muitos leitores, Apocalipse não carta com as palavras: "o Espírito diz às igre-
é revelação, mas, antes, um mistério profético jas" (2.7, lI, 17,29; 3.6, 13,22). O último capí-
que excede o entendimento humano. tulo registra a voz de Jesus (22.7, 1220), a voz
Apesar disso, neste último livro da Bíblia do Espírito (22.17) e a advertência divina para
Deus nos permite ver algo de Cristo e da que não se acrescente ou subtraia nada deste
Igreja no céu e na terra - e o que vemos é livro (22.18-19).
assustador. Negligenciar esta mensagem seria o mesmo
Quando examinamos cuidadosamente este que tirar parte das Escrituras. Deus nos
livro, começamos a compreender que ele não manda respeitar Apocalipse como sua santa
é uma mera composição humana. No Apoca- Palavra, e nos instrui a lê-lo com reverência.
lipse, o Deus Triúno está revelando sua Pala- A advertência que Jesus pronuncia em
vra ao leitor, isto é, Deus mesmo está falando 22.18, 19 pode ser comparada a uma nota de
ao seu povo. propriedade intelectual na página de expedi-
ente em um livro moderno.

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Testifico a todos quantos ouvem essas pala- Assegura-lhes que Deus vê suas lágrimas
vras da profecia deste livro. Se alguém acres- (7.17;21.4); suas orações exercem grande in-
centar-lhe algo, Deus lhe acrescentará as pra- fluência no mundo (8.3,4); e sua morte é pre-
gas escritas neste livro. E se alguém tirar algo ciosa aos olhos de Deus.
das palavras da profecia deste livro, Deus ti- A sua vitória final lhes é garantida (15.2); o
rará sua participação na árvore da vida e na seu sangue será vingado (19.2); o seu Cristo
cidade santa, que se acham descritas neste li- vive e reina pelos séculos dos séculos. Ele go-
vro. verna o mundo em função de Sua Igreja
Todo O Livro do Apocalipse chama a atenção (5.7,8).
para seu compositor primário, Deus. Ele é o Ele virá pela segunda vez e levará Sua Igreja
artista divino, o principal arquiteto. Este é um para Si mesmo, para "a ceia das bodas do Cor-
volume divinamente construído no qual Deus deiro", e habitará com ela para sempre, num
exibe a obra de sua mão. universo totalmente novo (21.22).
I. O PROPÓSITO DO LIVRO Ao meditarmos na gloriosa esperança da se-
Em termos gerais, o propósito do livro do gunda vinda, nossos corações se enchem de
Apocalipse é transmitir conforto à Igreja em alegria, nossas almas se enchem de desejo
seu conflito contra as forças do mal. pela volta gloriosa de Jesus esperando que a
É um livro rico de auxilio e encorajamento volta do Filho do Homem surja como um re-
para os crentes perseguidos e em sofrimento. lâmpago diante de nós.

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Ao mesmo tempo em que consideramos as A besta que sobe do abismo parece ser vi-
verdades acima expostas, devemos, contudo, toriosa. Ela "faz guerra contra os santos, os
lembrar que Ele já se acha presente conosco vence e os mata.
- presente no Espírito, andando no meio dos As profecias deste livro descreve Cristo, do
sete castiçais de ouro (1.12-20). começo ao fim, como o Vitorioso, o Conquis-
"Porém ele pôs sobre mim a sua mão direita, tador (1.18; 5.9ss; 14.1,14; 15.2ss; 19.16;
dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o úl- 20.4; 22.3).
timo, e aquele que vive; estive morto, mas eis Ele vence a morte, o hades, o dragão, a
que estou vivo pelos séculos dos séculos, e besta, o falso profeta e a todos os adoradores
tenho as chaves da morte e do inferno." da besta. Ele é o soberano invicto. E por isso
Somos, na verdade, mais que vencedores nós também o somos, mesmo quando parece-
por meio dAquele que nos amou! mos estar irremediavelmente destruídos!
II. O TEMA DO LIVRO Resumindo, o tema do Apocalipse está de
A vitória de Cristo e de Sua Igreja sobre o um modo glorioso e completo expresso nes-
dragão (Satanás) e seus agentes é o tema do tas palavras: "Pelejarão eles contra o Cor-
Apocalipse. Este é o livro que nos revela que deiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Se-
as coisas não são o que parecem ser. nhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão
também os chamados, eleitos e fiéis que se
acham com ele" (17.14).
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III. A QUEM O LIVRO É DIRIGIDO Em primeiro lugar, a aflição a que a Igreja
Para haver uma interpretação do Apoca- estava sujeita nos dias do Apóstolo João é tí-
lipse, é preciso que se tome como ponto de pica da perseguição que verdadeiros crentes
partida a posição de que o livro foi intencio- devem sofrer ao longo da presente época (2
nalmente dirigido aos crentes vivos da época Tm 3.12), mormente antes da segunda vinda
de João. de Cristo (Mt 24.29,30).
O livro deve sua origem, ao menos em Segundo, muitas das predições que abun-
parte, as condições contemporâneas. Ele é a dam o livro (e.g. os "selos", as "trombetas" e
resposta de Deus às orações e lágrimas dos. as "taças") dizem respeito a princípios e acon-
crentes severamente perseguidos, espalha- tecimentos que são tão amplos em seu es-
dos pelas cidades da Ásia Menor. copo que não podem ser restringidos a um
Mas, mesmo que devamos tomar como ano definido ou a um período de anos, mas
ponto de partida a época em que João viveu, extensão de séculos, estendendo-se até à
e devamos também dar igual importância ao grande consumação.
fato de que este livro foi dirigido não somente Terceiro, as cartas registradas nos capítulos
aos seus primeiros leitores, mas ainda a todos 2 e 3 são endereçadas às sete igrejas. Sete é
os crentes de todas as épocas. o número que simboliza "inteireza" ("integri-
Em defesa desta posição submetemos os se- dade", "perfeição"). O seu uso aqui indica que
guintes argumentos: a Igreja como um todo está em pauta, e que

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as admoestações e consolações deste livro ti- A Igreja Primitiva é quase unânime em atri-
nham em vista os cristãos de todos os sécu- buir a autoria do Apocalipse ao Apóstolo João.
los. Esta foi a opinião de Justino Mártir (c. de 140
Finalmente, todos os leitores e estudiosos AD); de Irineu (c. de 180 AD), que por sua vez
deste livro, em qualquer época, são qualifica- foi discípulo de um discípulo do Apóstolo João;
dos de bem-aventurados (1.3). Tanto no co- do Cânon Muratoriano (c. de 200 AD); de Cle-
meço como no fim do livro o autor refere-se mente de Alexandria (c. de 200 AD); de Ter-
não mera mente a um grupo de homens vi- tuliano de Cartago (c. de 200 AD); de Oríge-
vendo numa determinada época, mas a "todo nes de Alexandria (c. de 223 AD) e de Hipólito
homem que ouve as palavras da profecia (c. 240 AD).
deste livro" (22.18). O Apóstolo João foi banido para a Ilha de
IV. O AUTOR DO LIVRO Patmos e passou os últimos anos de sua vida
O autor nos diz que seu nome é João em Éfeso, a cuja Igreja a primeira das sete
(1.1.4,9; 22.8). Estamos plenamente con- cartas do Apocalipse foi endereçada (2.1), a
vencidos de que naqueles dias havia so- conclusão é que o último livro da Bíblia foi es-
mente um João que não necessitava acres- crito pelo "discípulo a quem Jesus amava".
centar "o Apóstolo" ao seu nome, pela sim- MÉTODO DE ESTUDO
ples razão de que ele era conhecido como A. PADRÃO
Apóstolo! 1. OS NÚMEROS
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Uma das características do Apocalipse que os tempos e todos os lugares. O número sete
salta à vista do leitor é o uso de números e simboliza completude.
seu significado. O número sete antecede muitos substanti-
De forma surpreendente, o número sete é vos, inclusive espíritos (1.4; 3.1; 4.5; 5.6),
predominante, tanto explícita quanto implici- castiçais de ouro (1.12; 2.1), estrelas
tamente. Este número não deve ser tomado (1.16,20; 2.1; 3.1), castiçais (1.13, 20; 2.5;
literalmente, mas deve ser entendido como 11.4), selos (5.1; 6.1), chifres (5.6), olhos
uma idéia que expressa totalidade ou comple- (5.6), anjos (8.2, 6; 15.1,6-8; 16.1; 17.1;
tude. 21.9), trombetas (8.2, 6), trovões (10.3), co-
Por exemplo, Jesus manda João escrever roas (12.3), cabeças (12.3; 13.1; 17.3, 7, 9),
cartas a sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pér- pragas (15.1, 6), taças (15.7; 16.1), montes
gamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia (17.9) e reis (17.10).
(1.11). Essas igrejas estavam situadas se- Além disso, há sete mil pessoas mortas por
guindo uma rota de forma oval, no sentido causa de um terremoto (11.13). Em todos es-
oeste para o norte, e então do leste para o ses exemplos, o número sete aparece explici-
sul. tamente.
Apocalipse é dirigido somente às sete igrejas Mas o uso implícito deste número é ainda
da província da Ásia (1.4)? A resposta é não, mais notável. Há duas passagens que regis-
porquanto Jesus se dirige às igrejas de todos tram cânticos de louvor entoados por uma

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hoste celestial. A primeira está em 5.12, com "Benditos os que são chamados" (19.9)
sete atributos que grafamos em itálico: "Bendito e santo é aquele que tem parte"
Digno é o Cordeiro que foi morto (20.6)
de receber poder e riqueza "Bendito é aquele que guarda as palavras"
e sabedoria e força (22.7)
e honra e glória e ações de graças! "Benditos os que lavam suas vestiduras"
A segunda passagem (7.12) também contém (22.14)
sete atributos: Igualmente nesta série, gafanhotos, descri-
Amém! Louvor e glória e sabedoria e ações tos como cavalos em 9.7-10, exibem sete
de graças e honra e poder e força marcas distintas: (1) coroas de ouro em suas
sejam ao nosso Deus para todo o sempre. cabeças; (2) rostos de homens; (3) cabelos
Amém! de mulheres; (4) dentes de leões; (5) coura-
ças de ferro; (6) asas que emitem som de ca-
Ainda mais, há sete beatitudes no Apoca-
valos atroando e carros em batalha; (7) caldas
lipse, grafadas aqui na forma abreviada:
e ferrões de escorpiões.
"Bendito é aquele que lê" (1.3)
A palavra cordeiro, referindo-se a Cristo,
"Benditos são os mortos que morrem no
ocorre vinte e oito vezes - Sete vezes quatro.
Senhor" (14.13) .
A expressão logo ou depressa, com referên-
"Bendito é aquele que vigia" (16.15)
cia ao cumprimento da profecia e do regresso
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de Jesus, aparece sete vezes (1.1; 2.16; 3.11; "homicídios, feitiçarias, prostituição e fur-
22.6, 7, 12, 20). tos" (9.21)
E, por fim, o termo a(s) palavra(s) de Deus "muitos povos e nações e línguas e reis"
aparece exatamente sete vezes (1.2,9; 6.9; (10.11)
17.17; 19.9, 13; 20.4).5 "harpistas, músicos, flautistas, trombetei-
Enquanto o número sete significa comple- ros" (18.22)
tude, o número quatro é o símbolo numé- O número quatro descreve a criação divina:
rico do mundo criado. O número quatro repre- os quatro cantos da terra, isto é, as quatro di-
senta as quatro criaturas viventes, quatro an- reções do vento (7.1; 20.8). Deus é o gover-
jos, quatro cantos da terra, quatro ventos e nante de e em sua criação, o que é evidente
quatro anjos atados junto ao Eufrates. Cate- à luz do uso da expressão relevante "aquele
gorias de quatro permeiam todo o Apocalipse. que vive para todo o sempre", que ocorre qua-
"tribo e língua e povos e nação" (5.9) tro vezes (4.9,10; 10.6; 15.7).
"louvor e honra e glória e poder" (5.13) O número três aparece com freqüência:
"pela espada, pela fome, pela doença e pe- três quartos de cevada (6.6); três anjos
los animais selvagens" (6.8) (8.13); três pragas de fogo, fumaça, e enxofre
"vozes, e trovões, e relâmpagos, e terre- (9.18); três espíritos imundos (16.13); a
motos" (5.8; 16.18) grande cidade foi divida em três partes

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(16.19); três portões de cada lado: leste, Como dez é o número que se relaciona com
norte, sul, oeste (21.13). os servos e atividades de Satanás, o número
A série de três se refere à Deidade com o doze descreve os eleitos das doze tribos (7.5-
tríplice clamor das criaturas viventes, dizendo: 8); a mulher, simbolizando a Igreja, com doze
"Santo, santo, santo" (4.8); e uma descrição estrelas em sua cabeça (12.1);
do poder de Deus que era, que é e que há de E a nova Jerusalém com doze portões, doze
vir (4.8; ver 1.4, 8). anjos, doze tribos de Israel (21.12). Esta ci-
Note também a série de Jesus Cristo, de dade tem doze fundamentos sobre os quais os
Deus e de seus servos (1.1); Jesus Cristo é a doze nomes dos apóstolos estão escritos
fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o (21.14); ela mede em comprimento, largura e
soberano dos reis da terra (1.5). Aliás, a série altura doze mil estádios (21.16); e de ambos
de três ocorre por todo o livro. os lados do rio, fluindo do trono de Deus, está
Dez Este número no Apocalipse se refere a a árvore da vida que produz doze colheitas de
dez dias de perseguição (2.10); uma descrição fruto (22.2).
do dragão com dez chifres (12.3); a besta que Da mesma forma, o termo anciãos (grego
sai do mar com dez chifres e dez coroas presbyteroi) aparece doze vezes. No Apoca-
(13.1); e a besta escarlate que tinha dez chi- lipse, o contraste entre dez e doze é de fato
fres (17.3, 7,12,16). notável. O número doze descreve o povo de

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Deus; o número dez está associado a Satanás, O bem e o mal são contrastados em Deus o
seus seguidores e suas ações. Pai versus Satanás o dragão (1.4 e 12.3, 9); o
2. CONTRASTE Filho de Deus versus o Anticristo (1.5 e 13.1-
Apocalipse é um livro cheio de polaridades: 14); o Espírito Santo versus o falso profeta
Cristo versus Satanás; luz versus trevas; vida (1.4 e 13.11-17; 19.20); a noiva de Cristo ver-
versus morte; amor versus ódio; céu versus sus a prostituta (19.7, 8; 21.9 e 17.1-18); e
inferno. Jerusalém versus Babilônia (21.9-27 e
Por todo o livro, este contraste aparece em 16.19).7
todos os detalhes. João retrata a Trindade Deus reveste seu Filho com autoridade para
como Pai, Filho e Espírito Santo por compara- fazer sua vontade (1.1), enquanto Satanás dá
ção, a trindade de Satanás é o diabo, a besta poder e autoridade à besta (13.2). Jesus as-
e o falso profeta (capítulos 12 e 13). senta-se em seu trono (3.21), e igualmente
As palavras "que é, que era e que há de vir" Satanás tem seu trono (2.13; 16.10). O Filho
(1.4, 8; 4.8) são uma paráfrase do nome di- aparece como o Cordeiro que foi morto (5.6);
vino (Êx 3.14,15). A besta, porém, é aquela por contraste, a besta com sete cabeças tem
que "uma vez era, e não é, e que está para uma cabeça com uma ferida mortal que foi cu-
emergir do abismo e caminha para a destrui- rada (13.3).
ção", ou "a besta que era e não é e aparecerá" O Cordeiro tem sete chifres e sete olhos
(17.8). (5.6), enquanto a besta que emerge da terra

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é semelhante a um cordeiro com dois chifres o selo do Deus vivo em suas frontes (7.2, 3);
(13.11). os incrédulos têm a marca da besta em sua
Jesus se revela como aquele que foi morto, mão direita e na fronte (13.16). Os crentes
porém está vivo para todo o sempre (1.18), o portam o nome do Cordeiro e do Pai em suas
que é parodiado pela besta que emerge do frontes (14.1);
mar e que fora fatalmente ferida, porém viveu Os incrédulos têm o número 666, que é o
(13.3, 12, 14). nome e o número da besta (13.17, 18).
Inversamente, Satanás, a besta e o falso Note também os apóstolos do Senhor versus
profeta são lançados no lago de fogo. Este é os falsos apóstolos em Éfeso (18.20 e 2.2); e
o lugar de morte eterna, onde são atormenta- os anjos servindo a Deus versus os demônios
dos para todo o sempre (20.10, 14). controlados por Satanás (12.7-9); a vitória de
Jesus detém as chaves da Morte e do Hades Cristo e os santos versus a derrota do Anti-
(1.18); Satanás detém a chave do abismo cristo e seus seguidores (19.11-21).
(9.1). Jesus é vitorioso e "destinado ao triunfo 3. ÊNFASE
final"; Satanás, porém, que parece ser bem Quando realçamos algo em impresso, usa-
sucedido, "na verdade é condenado à derrota mos o ponto de exclamação ou escrevemos
ignominiosa e eterna". em itálico. Essas convenções, porém, não
O reino de Cristo e o reino de Satanás reve- eram disponíveis nos dias dos escritores bíbli-
lam contrastes adicionais: os crentes recebem cos.
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Empregavam a técnica de repetição para No Egito, José interpretou sonhos: um para
chamar a atenção do leitor. Uns poucos exem- o copeiro e outro para o padeiro (Gn 40.8-22);
plos das Escrituras deixam este ponto esclare- e dois sonhos para faraó (Gn 41.1-40).
cido. Moisés recebeu poder para realizar dois mi-
Deus chamou Moisés à sarça ardente no lagres na presença dos israelitas: converter
Monte Sinai, e disse: "Moisés, Moisés" (Êx seu cajado em serpente e fazer sua mão ficar
3.4); Jesus contou a Pedro sobre o pedido de leprosa (Êx 4.1-7).
Satanás para peneirar os discípulos como A literatura de natureza sapiencial, especial-
trigo, e pronunciou as palavras: "Simão, Si- mente Salmos e Provérbios, está saturada de
mão" (Lc 22.31); e o Senhor ressurreto cha- paralelismo que clarifica o ponto que o escritor
mou Paulo perto de Damasco, dizendo: intenta enfatizar. Aqui está um exemplo den-
"Saulo, Saulo"(At 9.4). O duplo uso de um tre muitos: "No caminho da justiça está a vida;
nome equivale à ênfase. nessa vereda está a imortalidade" (Pv 12.28).
O povo judeu recorria à repetição a fim de O mesmo princípio permeia a estrutura do
realçar o desígnio de um conceito. Agiam as- Apocalipse, onde encontramos repetição com
sim com freqüência com o intuito de comuni- o intuito de ênfase. João registra as palavras
car dois exemplos que transmitiam a mesma de um anjo que clama em alta voz: "Caída,
mensagem. caída está Babilônia, a grande" (18.2); e os
reis da terra, os mercadores e os marinheiros

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clamam: "Ai, ai da grande cidade" (18.10, 16. igual modo, os nicolaítas tiveram acesso na
19). A carta à igreja de Pérgamo contém estas igreja com doutrina enganadora.
linhas: Os dois partidos revelam a mesma intenção:
No entanto, tenho contra você algumas coi- conquistar pessoas para Deus. Da mesma
sas: você tem aí pessoas que se apegam aos forma, os ensinos de Jezabel, que se deno-
ensinos de Balaão, que ensinou Balaque a ar- mina profetiza, não diferem dos ensinos de
mar ciladas contra os israelitas, induzindo-os Balaão e dos nicolaítas (2.20-23).
a comer alimentos sacrificados a ídolos e a O cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro
praticar imoralidade sexual. De igual modo não são dois hinos diferentes, mas um e o
você tem também os que se apegam aos en- mesmo, porque enaltecem os feitos do Senhor
sinos dos nicolaítas. (Ap 2.14,15) Deus Todo-Poderoso (15.3, 4). Tanto os reis
Jesus não está dizendo que sua menção é a do oriente quanto os reis do mundo inteiro de-
duas classes de pessoas a igreja de Pérgamo, flagram sua guerra contra Cristo e seus segui-
senão que está dizendo que os que têm se- dores (16.12,14).
guido os ensinos de Balaão e doutrinas errô- Quando João caiu aos pés do anjo para o
neas são as mesmas pessoas. adorar, o anjo lhe disse que não o adorasse,
Não há diferença entre o intuito de Balaão e mas a Deus (19.10). No último capítulo do
os nicolaítas. Balaão intentava derrotar os is- Apocalipse, João de novo relata que se pros-
raelitas através de profecia enganadora; de trou aos pés de um anjo para o adorar, e que

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lhe fora dito que adorasse a Deus (22.8, 9). A No entanto, há uma diferença: a do ideal e
repetição serve para enfatizar o mandamento a do real. Por exemplo, os primeiros poucos
de não adorar a criatura, mas o Criador. versículos do capítulo 12 pintam a cena da
4. REPETIÇÃO mulher gloriosa "vestida do sol e com a lua
O princípio de repetição visando à ênfase e debaixo de seus pés, e uma coroa de doze es-
clareza é também evidente na descrição da trelas em sua cabeça" (12.1).
fuga da mulher para o deserto durante 1260 Ela está grávida e dá à luz um filho que go-
dias, para um lugar que Deus lhe havia prepa- verna com vara de ferro e é arrebatado para
rado (Ap 12.1-6). o trono de Deus. Esta cena é um ideal que
Nos últimos oito versículos lemos novamente aponta para a realidade que está além do pró-
que ela fugiu para o deserto, em um lugar que prio quadro. Essa realidade assume a forma
lhe fora preparado por um tempo, tempos e do nascimento de Cristo e inclui sua ascensão
metade de tempo (12.14). ao trono de Deus.
João apresenta duas descrições do mesmo A realidade está expressa na cena de guerra
evento, pois o lugar que Deus lhe preparara é no céu, quando Satanás, então plenamente
o deserto, e a extensão de tempo é a mesma: identificado (v. 9), é arrojado para a terra com
1260 dias iguais a 42 meses (11.2, 3) ou 3 seus anjos. O diabo compreende que seu
anos e meio. tempo é breve; se enfurece e deflagra guerra
perseguindo a mulher. Esta mulher foge para

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um lugar preparado para ela, e ali recebe au- Ao colocar o relato desta batalha entre as
xílio vindo da terra (v. 16). duas cenas que retratam a mulher, o intuito é
O resto de sua descendência - os crentes - demonstrar que "o plano de redenção será
declara guerra espiritual contra Satanás, e in- concretizado" entre pessoas, não entre anjos.
dividualmente enfrenta a incandescência de
sua ira (v. 17). Assim, a primeira cena que re-
trata a mulher exaltada é idealista, enquanto
que a segunda cena que descreve a Igreja
perseguida é realista.
Entre a primeira e segunda cena, João inter-
pôs o relato sobre a guerra que Miguel e seus
anjos deflagraram contra o dragão e seus an-
jos.
Quando o dragão, isto é, Satanás, é arrojado
na terra juntamente com seus anjos, a Igreja
não só enfrenta sua ira, porém o vence por
intermédio do sangue do Cordeiro e do teste-
munho da Palavra de Deus (12.10, 11).

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