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AS REDES DE RELACIONAMENTO DIGITAL E A INTERAÇÃO SOCIAL

ENTRE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DA CIDADE DE LONDRINA

Maria Amélia Miranda PIROLO[1]


Waldyr Gutierrez FORTES[2]
José Carlos DALMAS[3]
Aline Duarte PIRES[4]
Amanda Meyer GUARIBA[5]
Andréa da SILVA[6]
Brunno Henrique Miranda PIROLO[7]
`Giorge Alexandre SANTOS[8]
Lohanna ALVARENGA[9]
Nayara Pereira DUARTE[10]
Otávio ÁVILA[11]
Patrícia Aparecida COSTA[1]

[1]Orientadora do trabalho. Profa. Dra. do curso de Relações Públicas e-mail:mapirolo@uol.com.br.

[2]Orientador do trabalho. Prof. Dr. curso de Relações Públicas, e-mail: wgfortes@bol.com.br.

[3]Orientador do trabalho. Prof. Dr. do curso de Relações Públicas, e-mail: dalmas@uel.br.

[4]Aluna do 4º. ano do curso de Relações Públicas, e-mail: alinepinhal@gmail.com.

[5]Aluna do 2º. ano do curso de Relações Públicas, e-mail: amandinhameyer@hotmail.com.

[6]Aluna do 4º. ano do curso de Relações Públicas, e-mail: andreasilva@sercomtel.com.br.

[7]Aluno do 1º. ano do curso de Relações Públicas, e-mail: brunnoheriquem@gmail.com.

[8]Aluno do 3º. ano do curso de Relações Públicas, e-mail: giorge.alexandre@gmail.com.

[9]Aluna do 3º. ano do curso de Relações Públicas, e-mail: lohanna29@hotmail.com.

[10]Aluna do 4º. ano do curso de Relações Públicas, e-mail: nayarapduarte@gmail.com.

[11]Aluno do 3º. ano do curso de Relações Públicas, e-mail: ota_cez@hotmail.com.


RESUMO:

Entre maio e junho de 2008, alunos integrantes do Projeto de Extensão “Implantação de um


laboratório de pesquisa sócio-política, de mercado e de opinião pública na Universidade Estadual de
Londrina”, aplicaram em 1429 alunos de 31 escolas de ensino médio da cidade de Londrina um
questionário, elaborado ao longo dos meses anteriores, após uma solicitação do Centro de
Valorização da Vida (CVV) para entender como a internet transforma as relações pessoais do jovens
da cidade. Constantou-se que a a maior parte desses jovens passa até três horas diárias em frente ao
computador, mas cerca de dez por cento costumam passar mais de sete horas. Oito em cada dez
afirmaram usar a internet para acessar redes sociais e programas de chat como MSN, enquanto
apenas dois afirmaram usá-la para obter informações. O artigo expõe esses e outros dados,
apresentando como essa nova dinâmica social no mundo virtual afeta a realidade.

INTRODUÇÃO

A necessidade gerada pelas facilidades disponibilizadas na internet, já não é mais


novidade, o que acontece é justamente o contrário. A sociedade global se entregou e se adaptou
completamente à utilização de tal ferramenta, fato que criou dependência e se transformou em
temática para diversos estudos que circulam o mundo.
No Brasil, inúmeros artigos decorrentes desses estudos apontam que o famoso
“www” (world wide web) é parte integrante da vida de milhões de brasileiros, independentemente
das diferenças de classes sociais ou idade. Episódio reforçado com os incentivos do governo, que a
partir de 2007 lançou o programa Computador para Todos e, também, pelo forte crescimento das
lan houses no mercado brasileiro, fatores que disseminaram a internet aos integrantes das classes
mais baixas em todo o território nacional. Além disso, o país é o que mais tempo gasta com
Bauerlein, autor do livro “The Dumbest Generation" (“A Geração mais Estúpida”), diz que a
internet é responsável por jovens superficiais, pois praticamente não lêem mesmo tendo todas
informações disponíveis on-line, de forma nunca vista na história, a preferência é dedicar grande
parte do tempo a vasculhar vidas alheias e expor as suas próprias em redes de relacionamento como
o Orkut, Facebook e MySpace.
Um exemplo dessa dedicação aos sites de relacionamento pode ser visto no estudo
da comScore - pesquisa comportamental e insights1 -, que confirma a popularidade das redes
sociais, em especial o Orkut, dentre os internautas brasileiros. O estudo afirma que 85% desses,
com idade superior a 15 anos em setembro de 2008, navegaram por alguma das redes sociais, dados
que indicam aumento de 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. A mesma investigação
relata que entre os países que contêm mais de 10 milhões de pessoas ligadas à rede, o Brasil ocupa
o segundo lugar em utilização de redes sociais, só fica atrás do Canadá, que teve 87% de acessos
aos sites de relacionamento.
O grupo de pesquisa da Universidade Estadual de Londrina, do projeto de
extensão: Implantação de um Laboratório de Pesquisas Sócio- Política, de Mercado e Opinião
Pública na Universidade Estadual de Londrina foi procurado pelo CVV – Centro de Valorização da
Vida, entidade filantrópica de apoio psicológico e prevenção ao suicídio -, pois conta com um
aumento significativo de procura da demanda jovem pela utilização de seus serviços, fato que
causou preocupação e incentivou a busca pelo laboratório de pesquisa da UEL, do qual alunos e
professores do curso de Relações Públicas são os responsáveis pela prestação de serviços.
O presente artigo destaca alguns dos dados obtidos por meio da pesquisa realizada
na cidade de Londrina. A ênfase do trabalho aponta fatores que evidenciam a influência da internet
na vida social real dos jovens estudantes do ensino médio, que foi o público alvo da pesquisa por se
enquadrar perfeitamente na faixa etária, adequada aos objetivos da pesquisa.
sites de relacionamento pode-se destacar o Orkut, que conta com uma imensa popularidade no
Brasil. Os brasileiros são 55,29% do total de cadastrados.

A relação entre a internet e aspectos culturais na sociedade atual levanta questões


que vão desde a composição familiar, valores em franca mutação e o modo de como os jovens e
adolescentes se enquadram neste contexto. O meio social contemporanêo gera adolescentes cada
vez mais conhecedores das questões macro sociais e menos ativos em questões micro sociais como
relacionamento familiar e amizades. A sociedade e a cultura estão num estado de mudança que
passa pela globalização dos costumes e dos relacionamentos por meio da internet. Estas mudanças
exigem novas respostas que interpretem a atual situação social e elucide problemas, conflitos,
desafios e relacionamentos. A medida que o virtual cria oportunidades, interfere em nossas relações
sociais promovendo novas formas de interação e orienta o individuo para uma nova apresentação e
modos de se relacionar com os outros, bem como na definição de novos valores e objetivos .

O desenvolvimento da internet e com ela das redes de relacionamento gerou um


mundo em que os campos de interação se tornaram globais numa escala até então inimaginável,
originando perfis e comportamentos novos em um mesmo sujeito. Tal mudança de comportamento
deve-se ao aumento da interatividade na rede, por meio da criação das salas de bate papo, que
proporcionou conhecer pessoas de diferentes lugares, gerando uma ampliação na rede de contatos
dos usuários. Neste contexto,como um facilitador da comunicação, surgem e se aperfeiçoam a todo
instante as ferramentas e sites de relacionamento da internet, que além de permitir o relacionamento
pela rede entre amigos do mundo real, possibilita a criação de amizades virtuais.

“As redes de relacionamento, em principio, afastam a possibilidade


de solidão. Mas quanto mais intensamente os jovens se relacionam
dessa maneira, mais sós se sentem e mais receiam ficar sós, o que os
leva a aumentar ainda mais a dose de mensagens compulsivamente
trocadas pelos computadores, celulares, smartphones e congêneres”
(Silva in:Matos,pag.17)
Já a definição de amigo, adotada neste estudo, foi “pessoa com quem há liberdade
de expressar-se e desabafar” e os adolescentes entrevistados acreditam que é na escola, ou seja por
meio do convívio diário que essa relação se forma indo contra a afirmação citada por 55% que não
é necessário contato físico para haver sentimento. Numa análise simplista podemos observar as
incoerências típicas dessa fase de desenvolvimento, porém adensada e comprometida pelos meios
virtuais que promove relacionamentos na maioria das vezes inconsistentes como mostram os dados
apresentados.

“Alguns fatores mostram-se preocupantes na relação dos jovens com os


meios virtuais, tais como: o uso de informações falsas (idade), troca de
informações pessoais com desconhecidos, uso da internet por tempo
demasiado e até mesmo a exposição da imagem, acarretando em um
ambiente onde ninguém pode ter confiança na pessoa com que se relaciona
e que toda informação deve ser verificada.” ( Pirolo at all, 2009, pag7 )

O que pode significar para esses adolescentes o sentimento que se relaciona com a
palavra amizade? que valores estão embutidos aí? Em que o modo de vida contemporâneo tem sido
determinante nos relacionamentos?, É assustador quando não se tem parâmetros e se considera
amigos um grupo de quinhentas pessoas ou mais com quem nunca se teve contato físico ou
pessoal. É difícil de entender que para esses adolescentes privacidade não existe e a exposição é
rotineira e calcada na maioria das vezes na mentira oriunda da criatividade na elaboração de um
perfil para o Orkut ou MSN. O estudo mostra que dentre os jovens que afirmaram possuir uma
conta de acesso, 13% têm até 50 contatos, 32% de 51 a 200, 35% de 201 a 500 e 20% mais de 500.
Ou seja, 55% declaram ter mais de 200 amigos adicionados no orkut, o que possibilita popularidade
dentre os demais participantes da rede.
Devido a necessidade em se avaliar a importância das relações reais e virtuais na
vida dos jovens, os alunos foram indagados sobre o seu entendimento em relação ao conceito de
relacionamento, sendo possível a escolha múltipla de alternativas, 70% dos respondentes relataram
a importância de laços afetivos e afinidade entre as pessoas, enquanto 51% ressaltaram a troca de
experiências e informações, 24% acreditaram ser essencial para um relacionamento o contato face-
a-face e, por fim, 17% levantaram outras formas de interação inerentes ao conceito, como o
relacionamento se definir por contato virtual e depender de vínculos duradouros. Logo, comprovou-
se que os elos que constroem a definição de relacionamento acontecem, segundo os entrevistados,
ainda que não exista o contato físico.

O fato dos entrevistados, pela amostragem, conhecer mais pessoas virtualmente do


que pessoalmente revela também a falta da condição de suprir as necessidades afetivas mais
profundas dos indivíduos, pois trás uma relação exatamente como devia ser, mas com o diferencial
de que há ausência do contato físico. O excesso dos usos de redes sociais e do aumento de amigos
virtuais nos proporciona um efeito negativo: “as pessoas se isolam e tornam dependentes de um
mundo de faz de conta, em que só se sentem a vontade para interagir com outros protegidos pelo
véu da impessoalidade”. ( Revista Veja ed. 2120 – ano 42 – nº 27 pág. 96).

Corroborando com a definição da existência de uma solidão emocional (conceito


de solidão emocional por Robert Weiss – sociólogo Americano) causado pela falta de
relacionamentos profundos. Ou seja, há uma sensação de que esses amigos virtuais que não são
conhecidos face-a-face trazem alivio, mas quando é necessário não se pode contar com elas para
uma relação mais próxima.
“Além disso, as ações humanas são calcadas nos significados, e esses
são provocados pela interação, a compreensão dos fenomenos
comunicativos que envolvem os meios de comunicação de massa
deve ser buscada também fora deles, ou seja na vida social e nos
Com 45% dos entrevistados tendo até 200 contatos, nos leva a concluir que a
necessidade de buscar ser mais conhecido, como a mídia impõe, está presente de uma maneira
muito forte, provando que os participantes da pesquisa se enquadram em um número que não possui
uma relação estável para o ser humano tornando assim a quantidade de contatos uma maneira de
se auto-afirmar.

3 Considerações Finais

O uso das ferramentas do mundo digital é trivial no mundo contemporanêo, o que


não podemos perder de vista é que a internet é um meio, uma ferramenta a disposição do homem,
em especial do homem em formação – os adolescentes e, como tal deve servir para busca de
informação e aumentar e ou intensificar contatos já adquiridos sem contudo, pecar pelo excesso ou
exposição do sujeito.

A Internet muda constantemente, é uma mídia que não para de crescer e se


reinventar. Apresenta-se, como um recurso tecnológico capaz de fornecer ao público jovem, de
todas as classes sociais, a possibilidade de interagir em diferentes vertentes. Neste meio, as redes de
relacionamento iniciadas na última década emergem como maiores fontes de utilização dos jovens.
Para os entrevistados, a internet é o meio mais veloz e é utilizado para manter
contato com as pessoas, mas não o mais propício ao compartilhamento de sentimentos. Mesmo
facilitando o relacionamentos, os estudantes ainda acreditam que o contato pessoal é mais eficiente
para a construção de amizades verdadeiras.
As porcentagens de usuários do Orkut e do MSN, 78% e 77% respectivamente,
que estão expressas no estudo, reforçam que apesar de parte dos contatos virtuais não serem
considerados amigos verdadeiros, há um gasto considerável do tempo dos jovens nessas redes.
Existe uma dedicação cada vez maior a esses amigos virtuais, superando a dedicação que dão para
as amizades do mundo real.
O meio virtual, assim como toda nova tecnologia que aparece na sociedade, tem
revolucionado as formas de relacionamento, informação e privacidade. No entanto, todos os
indivíduos estão sujeitos a estas mudanças se tiverem contato com tal tecnologia; mas por que é que
a internet e as mudanças que traz a sociedade têm maior expressão na juventude? A maior diferença
percebida no comportamento de jovens e adultos, não só relacionado ao ciberespaço, mas a tudo, é
a tendência do jovem em buscar o novo. O ímpeto que o jovem tem em acessar os links é o ímpeto
de conhecer algo diferente e esta constante atividade que caracteriza a internet como algo infinito,
um lugar onde o conhecimento não tem fim. Já a reação dos adultos frente a esta tecnologia é mais
reservada, pois o adulto tem por característica a tendência de conter-se, defender o já existente e
que, acima de tudo, garante estabilidade.
Porém, o uso indiscriminado e obcessivo da conexão virtual leva ao isolamento
virtual dificultando as trocas interpessoais por meio do contato face a face e gerando mundos onde
nem sempre as respostas garantem as necessidades afetivas e de relacionamento social. A
dificuldade de interação social pode acarretar muitos problemas, como o vício em Internet, que
causa sérias dependencias pscicológicas. A Internet, por ela mesma, não é boa nem má. O que
define este aspecto, o que faz a diferença, é a forma como o homem a utiliza, e até mesmo as coisas
muito boas, quando existe o exagero perdem em qualidade.
Na verdade, o que precisa acontecer é uma sensibilização que lembre aos jovens de
que a internet é um canal que vai além das salas de jogos, bate-papo e sites de relacionamento. E é
por isso, que cada vez mais, esses jovens devem estar cientes de como aproveitar, essas várias
possibilidades oferecidas pelo mundo virtual, como por exemplo, conhecer e buscar informações, a
fim de se distinguir o que realmente é importante para uma atuação social ativa, como sujeito crítico
e reflexivo da sociedade em que vive, atuando como formadores de opinião e não como meros
sujeitos passivos, submissos a regras e padrões impostos pela virtualização e pela alienação a que
estão vulneráveis, devido a quantidade exorbitante de informações disponibilizadas pelo mundo
virtual.
4 Referências

DEMO, Pedro. Metodologia cientifica em Ciências Sociais. São Paulo: Atlas. 1995

____________. Conhecimento Moderno. Petrópolis: Vozes, 1998.

FABBRI JÚNIOR, Duílio. Problemas e Desafios de um Portal Regional in: FADUL,


Anamaria; GOBBI, Maria Cristina. Mídia e Região na Era Digital: Diversidade Cultural,
Convergencia Midiatica. Arte & Ciencia: São Paulo, 2006.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

HAGUETTE, Teresa M.Frota. Metodologias Qualitativas na Sociologia. Petrópolis: Vozes, 1997.

LAKATOS, Eva, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica.


São Paulo: Atlas, 1995.

PIROLO, Maria Amélia M. Et All, As redes de relacionamento digital e seus reflexos na


interação social entre jovens do ensino médio da cidade de Londrina. Blumenau, Intercom Sul,
2009

REVISTA VEJA, ed.2120- ano 42- nº 27, 2009.

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa cientifica. Petrópolis, Vozes,


1993.

SILVA, Carlos E. L. In MATOS, Heloiza G. Capital Social e Comunicação. São Paulo:Ed.


Summus 2009.

SOUZA, Luiz G. Ética e Sociedade-- http://www.eumed.net/libros/2006a/lgs-etic/2b.ht

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