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SEMINÁRIO INTERNACIONAL

"O Desafio da Gestão das Regiões Metropolitanas em Países


Federativos"
Data: 30 - 31 de Março 2004 - Auditório Nereu Ramos da Câmara de Deputados

Atualizado em 16/04/2004

Apresentação

Programação

Trabalhos dos Expositores

Relatório da Consultoria Legislativa

Apresentação
A busca de um arranjo institucional adequado para lidar com a
gestão das regiões metropolitanas constitui hoje um desafio posto,
com maior ou menor intensidade, a países com diversos graus de
desenvolvimento. O crescimento e a complexidade das
aglomerações urbanas metropolitanas têm tornado cada vez mais
necessário integrar regionalmente o planejamento urbano, a
provisão de serviços públicos e a promoção do desenvolvimento
territorial, de forma a lidar com o aprofundamento de problemas de
exclusão social, reestruturação produtiva, degradação do meio
ambiente e mobilidade urbana.

A Subchefia de Assuntos Federativos da Secretaria de Coordenação


Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República está
organizando em parceria com a Comissão de Desenvolvimento
Urbano e Interior da Câmara dos Deputados, o Ministério das
Cidades, o IPEA e o Fórum das Federações, o Seminário
Internacional "O Desafio das Regiões Metropolitanas em Países
Federados".

Este seminário tem por objetivo discutir o desafio da gestão das


regiões metropolitanas no Brasil, por meio de uma análise das
experiências inovadoras em curso no país e no exterior, dos
entraves legais, institucionais e políticos atuais, além de apresentar
novas políticas governamentais e propostas legislativas de apoio e
fortalecimento da gestão metropolitana .

Para a ampliação deste debate, é importante a participação de


representantes dos poderes executivo e legislativo federal, gestores
estaduais e municipais das cidades e regiões metropolitanas,
associações nacionais de municípios, especialistas acadêmicos, e
organizações da sociedade civil voltadas para a questão urbana.

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PROGRAMAÇÃO

Dia 30 de março de 2004

9:00h às 10h - Abertura do evento

 Deputado Luiz Piauhylino - 2º Vice-Presidente da Câmara


dos Deputados
 Deputado Silas Câmara - Presidente da Comissão de
Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados
 Ministro Olívio Dutra - Ministério das Cidades
 Ministro Aldo Rebelo - Secretaria de Coordenação Política e
Assuntos Institucionais da Presidência da República
 Ana Fonseca - Secretaria-Executiva do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
 Jorge Mattoso - Presidente Caixa Econômica Federal - CEF
 Edmilson Rodrigues - prefeito do município Belém e
Coordenador da Região Norte da Frente Nacional de Prefeitos
- FNP
 Vicente Trevas - Subchefe de Assuntos Federativos da
Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais
da Presidência da República
 Glauco Antônio Truzzi Arbix - Presidente do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA
 David Mac Donald - Diretor de Relações e Parcerias
Internacionais do Fórum das Federações

10h - Sessão da Manhã

PANORAMA DAS REGIÕES METROPOLITANAS NA EUROPA E


AMERICA LATINA

Presidente: Deputada Maria do Carmo Lara - PT/ MG

Facilitador: Jeroen Klink, Secretário de Desenvolvimento e Ação


Regional da prefeitura de Santo André/SP

10:15h - Políticas urbanas regionais da União Européia: Relações


intergovernamentais entre a Comissão Européia, os Estados
Nacionais e as regiões.

Palestrante: José Palma Andres - Diretor de Políticas Regionais


para a Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Suécia e Reino
Unido/ European Comission - Regional Policy Directorate-General

10:45h - Avanços e limites do processo de reestruturação das


regiões metropolitanas na América Latina

Palestrante: Alberto Paranhos, Coordenador Geral da Oficina


Regional dos Assentamentos Humanos/ Habitat para América Latina
e Caribe

11h15 às 11h30 - Pausa Café

11:30h - O Desafio da repactuação federativa na gestão das regiões


metropolitanas brasileiras
Palestrante: Vicente Trevas, Subchefe de Assuntos Federativos da
Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da
Presidência da República

12:00h - Debate

13:00h - 14:30h: Almoço

14:30h - Sessão da Tarde

OS DESAFIOS DA GESTAO METROPOLITANA NO BRASIL

Presidente: Deputado Cláudio Cajado - PFL/BA

Facilitador: Marcelo Piancastelli - Diretor de Estudos Regionais e


Urbanos - DIRUR/IPEA

14:45h - A situação sócio-econômica das regiões metropolitanas:


desigualdade e diversidade regional

Palestrante: Rosa Moura - Diretora de Pesquisa do IPARDES

15:15h - A situação sócio-econômica das regiões metropolitanas:


desigualdade e segregação espacial intra-metropolitana

Palestrante: Luiz César de Queiroz Ribeiro, Coordenador Geral do


Observatório das Metrópoles- IPPUR/ UFRJ

15:45h - Desafios políticos, institucionais e legais no financiamento


das Regiões Metropolitanas

Palestrante: Fernando Rezende - Fundação Getúlio Vargas/ RJ


Pausa Café - 16:15h - 16:30h

16:30h - As estruturas e os impasses da gestão metropolitana: a


perspectiva do município núcleo

Palestrante: Luiz Alexandre Lara - Coordenador da Assessoria para


Assuntos Metropolitanos da Prefeitura de São Paulo

17:00h - Novas perspectivas para a gestão metropolitana: o papel do


Governo Federal

Palestrante: Raquel Rolnik - Secretária Nacional de Programas


Urbanos do Ministério das Cidades

17:30h - Debate

Dia 31 de março de 2004

9:00h - Sessão da Manhã

EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS INOVADORAS


NA GESTÃO DAS REGIÕES METROPOLITANAS

Presidente: Deputado Walter Feldman - PSDB/SP

Facilitador: Marcus Melo (UFPE)

9:15h - A recente reforma municipal do Canadá com atenção


particular ao caso de Toronto
Palestrante: Daniel Burns - Exerceu várias funções executivas no
âmbito da província de Ontário e do Município de Toronto na área de
planejamento urbano

9:40h - África do Sul: Estrutura de gestão metropolitana e


implementação de políticas integradas territoriais

Palestrante: Nico Steyler, University of the Western Cape, City of


Cape Town, South Africa

10:05h - Índia: Arranjos Financeiros e estruturas de gestão da região


metropolitana de Nova Delhi

Palestrante: Om Prakash Marthur, professor do Instituto Nacional


de Finanças e Políticas Públicas e membro da Comissão de
Finanças dos estados de Delhi e Punjab

Pausa Café - 10:30h - 10:45h

10:45h - Grande ABC - SP, Brasil: O sistema de governança regional


e o planejamento estratégico participativo

Palestrante: Maria Inês Soares Freire - Prefeita do município de


Ribeirão Pires/SP, Presidente do Consórcio Intermunicipal e
Coordenadora Executiva da Câmara do Grande ABC.

11:10h: Região Metropolitana de Recife - PE, Brasil: Cooperação


inter-governamental e planejamento metropolitano

Palestrantes:

José Arlindo Soares - Secretário Estadual de Cidadania e Políticas


Sociais

Ricardo Lima - Diretor Adjunto de Estudos Regionais e Urbanos do


IPEA
11:35h - Agencia Metropolitana da Baixada Santista (AGEM):

Palestrante: Koyu Iha - Presidente da Agência Metropolitana da


Baixada Santista

12:00h - Debate

14:00h - Sessão da Tarde

VISÕES E PROPOSTAS DOS ATORES INSTITUCIONAIS,


POLÍTICOS E SOCIAIS SOBRE A GESTÃO DAS REGIÕES
METROPOLITANAS BRASILEIRAS

Presidente: Deputado Zezéu Ribeiro PT/BA

Facilitador: Fernando Abrucio - PUC SP/FGV SP

14:15h - Representante das Entidades Metropolitanas Estaduais

Palestrante: Marcos Campagnone - Presidente do Fórum Nacional


das Entidades Metropolitanas - FNEM e Presidente da EMPLASA/
SP

14:35h - Representante da Frente Nacional de Prefeitos- FNP

Palestrante: Edmilson Rodrigues - Prefeito de Belém e


Coordenador da Região Norte da FNP

14:55h - Representante da sociedade civil

Palestrante: Leonardo Pessina - Membro da Coordenação Nacional


do Fórum Nacional da Reforma Urbana
Pausa Café - 15:15h- 15:30h

15:30h - Regiões Metropolitanas: o financiamento da gestão


municipal

Palestrante: Aser Cortinez - Vice-Presidente Caixa Econômica


Federal

16:00h - A política nacional de desenvolvimento regional e as


regiões metropolitanas

Palestrante: Antônio Carlos Filgueira Galvão - Diretor do


Departamento de Planejamento de Desenvolvimento Regional do
Ministério da Integração Nacional

16:30h - A política nacional de desenvolvimento urbano e as regiões


metropolitanas

Palestrante: Ermínia Maricato - Secretária-Executiva do Ministério


das Cidades

17:00h - Debate

Equipe da Relatoria Especial do evento

 Sergio Azevedo - Professor Doutor e Vice-Reitor da UENF/RJ


 Virginia Renno de Mares Guia - Pesquisadora da Fundação
João Pinheiro/MG
 Eduardo Holtz - Diretor presidente do Instituto Metrópolis/SP
 Sueli Araújo - Consultora da Câmara dos Deputados/DF
 Cláudio Moura - Consultor da Câmara dos Deputados/DF
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TRABALHOS DOS EXPOSITORES


Alberto Paranhos - Coordenador Geral da Oficina Regional dos Assentamentos Humanos/Habitat para América Latina e Caribe

Antonio Galvão - Diretor do Departamento de Planej. de Desenv. Regional do Min. da Integração Nacional

Aser Cortines - Vice-Presidente de Desenvolvimento Urbano e Governo - CEF

Ermínia Maricato - Secretária-Executiva do Ministério das Cidades

Fernando Rezende - Professor da Fundação Getúlio Vargas

José Arlindo Soares - Secretário Estadual de Cidadania e Políticas Sociais

José Palma Andres - Diretor para Políticas Regionais para a Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Suécia e Reino Unido

Luiz Ribeiro - Coordenador Geral do Observatório das Metrópoles - IPPUR/UFRJ

Marcos Campagnone - Presidente do Fórum Nacional das Entidades Metropolitanas e Presidente da EMPLASA/SP

Maria Inês Freire - Prefeita do Município de Ribeirão Pires/SP

Nico Steytler - da University of the Western Cape, City of Cape Town, South Africa

Raquel Rolnik - Secretária Nacional de Programas Urbanos do Minnistério das Cidades

Ricardo Lima - Diretor Adjunto de Estudos Regionais e Urbanos do IPEA

Rosa Moura - Diretora de Pesquisa do IPARDES

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DIRETORIA LEGISLATIVA
CONSULTORIA LEGISLATIVA
Seminário Internacional

O Desafio da Gestão das Regiões Metropolitanas em Países


Federados

Temas:

 Desafio da Gestão Metropolitana no Brasil


 Visões e Propostas dos Atores Institucionais, Políticos e
Sociais sobre a Gestão das Regiões Metropolitanas

Sessões realizadas em 30 e 31 de março de 2004 – à tarde

Sub-relatório das palestras proferidas por:

 Sr. Luiz Alexandre Lara, Coordenador da Assessoria para


Assuntos Metropolitanos da Prefeitura de São Paulo;
 Sra. Raquel Rolnik, Secretária Nacional de Programas
Urbanos do Ministério das Cidades;
 Sr. Marcos Campagnone, Presidente da Empresa Paulista de
Planejamento Metropolitano – EMPLASA;
 Edmilson Rodrigues, Prefeito de Belém e representante da
Frente Nacional de Prefeitos;
 Leonardo Pessina, Representante do Fórum Nacional da
Reforma Urbana;
 Aser Cortines, Vice-presidente de Desenvolvimento Urbano e
Governo da Caixa Econômica Federal;
 Antonio Carlos F. Galvão, Diretor do Departamento de
Planejamento de Desenvolvimento Regional do Ministério da
Integração Nacional; e
 Ermínia Maricato, Secretária Executiva do Ministério das
Cidades.

Consultores: Suely Araújo, Cláudio Moura e Maria Sílvia B.


Lorenzetti

Data: Abril de 2004


Tema: O DESAFIO DA GESTÃO METROPOLITANA NO BRASIL

Sessão realizada em 30 de março de 2004 – à tarde

 PALESTRA: As estruturas e os impasses da gestão


metropolitana: a perspectiva do município núcleo

Proferida pelo Sr. Luiz Alexandre Lara, Coordenador da


Assessoria para Assuntos Metropolitanos da Prefeitura de São
Paulo (30.mar.04 – 16:30h)

Procurou mostrar, em sua apresentação, como a Prefeitura


Municipal de São Paulo tem enfrentado a questão metropolitana, no
atual governo. A primeira iniciativa foi a fixação de uma agenda
setorial, em 2001, englobando os temas habitação, saneamento
ambiental e transportes, em conjunto com outros 24 municípios da
Região Metropolitana. Essa iniciativa, embora tenha tido um começo
vigoroso, esmaeceu aos poucos. Em grande parte, isso se deu, na
opinião do palestrante, em função da situação de vazio institucional,
que coloca muitas expectativas sobre a atuação do município
núcleo. Diante desse impasse, optou-se por "estabelecer a política
acima, ou à frente, da institucionalidade", por meio da pactuação.

A Prefeitura Municipal de São Paulo criou 31 sub-prefeituras, das


quais 24 fazem "fronteira" com 20 municípios integrantes da RM.
Como é exatamente nessas franjas que ocorre a ocupação mais
deteriorada do espaço urbano, a atuação dessas sub-prefeituras tem
sido importante como uma forma de descentralizar o poder dentro da
cidade, colocando o Poder Público mais próximo dos conflitos. O
palestrante citou, como um problema agudo a ser enfrentado, a
questão dos transportes, objeto do Plano de Mobilidade de Bens e
Serviços da PMSP, em elaboração. Mencionou, ainda, o Plano de
Desenvolvimento da Zona Leste, também em elaboração, que
congrega São Paulo, o chamado ABC paulista e Guarulhos. O
objetivo dessas iniciativas é o de alcançar desenvolvimento humano,
não apenas econômico. Finalmente, apontou a criação de um grupo
de trabalho, congregando os 39 municípios da RM e o Governo do
Estado de São Paulo, para estudar e propor um novo modelo de
gestão metropolitana. Na opinião do palestrante, a participação do
Estado é fundamental, tendo em vista ser ele o responsável, do
ponto de vista da Carta Magna, pelas regiões metropolitanas.

De sua apresentação depreende-se que é necessária a formulação


de soluções compartilhadas para os problemas metropolitanos. Há
dois caminhos possíveis para o encaminhamento a ser adotado: de
um lado, a edição de norma legal federal estabelecendo parâmetros
para a atuação dos vários entes federados envolvidos na gestão
metropolitana; de outro, a pactuação política voluntária entre esses
vários entes. No primeiro caso, consegue-se uma certa
padronização, no nível nacional, dos arranjos institucionais de
gestão metropolitana, mas, por outro lado, há que ter em mente que
a institucionalização de mecanismos de gestão deve ser feita de
forma a não criar obstáculos ao atendimento das peculiaridades de
cada RM.

 PALESTRA: Novas perspectivas para a gestão


metropolitana: o papel do Governo Federal

Proferida pela Sra. Raquel Rolnik, Secretária Nacional de


Programas Urbanos do Ministério das Cidades (30.mar.04 –
17:00h)

Iniciou sua apresentação analisando a questão do aumento do


número de municípios (na sua maioria com menos de 20 mil
habitantes) após a Constituição Federal de 1988, a consolidação das
aglomerações urbanas e o aumento do número de municípios nas
Regiões Metropolitanas. Destacou, especificamente, a diversidade
de situações e os critérios questionáveis para inserção dos
Municípios nas RMs. Atualmente, são 26 RMs instituídas e 3
Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDEs), que abrangem
361 municípios (incluindo as chamadas áreas de expansão e colares
metropolitanos). Essas RMs e RIDEs estão fortemente concentradas
numa faixa litorânea e não fazem parte de uma rede articulada de
cidades.

Colocou a seguinte questão-chave: como resolver a gestão de uma


cidade que abarca mais de um Município? Na opinião da
palestrante, o modelo metropolitano (centro/núcleo x periferia) reflete
o próprio modelo de desenvolvimento urbano do País, no entanto, os
efeitos da segregação são mais contundentes nas metrópoles, que
concentram a pobreza e a riqueza. Destacou que as periferias das
metrópoles estão crescendo mais que o centro, o qual, em alguns
casos, está sofrendo um esvaziamento populacional. Isso aponta
para a necessidade urgente de uma política de reocupação das
áreas centrais, como forma de evitar a explosão das periferias, alvo
que o Ministério das Cidades tem perseguido, particularmente no
desenvolvimento de sua política habitacional.

Destacou que, com a Carta Política de 1988, marcada pela


descentralização, houve uma flexibilização dos modelos
metropolitanos, mas os recursos são escassos e, mais grave,
empregados de forma desarticulada. Afirmou que o obstáculo maior
à gestão metropolitana é de natureza política e não institucional,
citando o consórcio do Grande ABC como um exemplo de que a falta
de mecanismos de gestão institucionalizados não constitui obstáculo
a um arranjo político exitoso. Como tendência de gestão
metropolitana, apontou a participação dos Estados e a
proporcionalidade no peso de cada município em função de sua
população, além da participação da sociedade civil.

Sua apresentação aponta como caminho necessário e urgente a


inclusão da questão metropolitana na agenda prioritária do País e a
retomada das metrópoles como elementos estratégicos para o
desenvolvimento nacional. Mostra que, mais do que a edição de
parâmetros legais relativos à gestão metropolitana, é preciso um
pacto social e territorial nas RMs. Em outras palavras, é possível
manter a flexibilidade dos arranjos institucionais, desde que seja feito
um pacto político, com a participação da União, dos Estados e dos
Municípios, bem como da sociedade civil.

Tema: VISÕES E PROPOSTAS DOS ATORES INSTITUCIONAIS,


POLÍTICOS E SOCIAIS SOBRE A GESTÃO DAS REGIÕES
METROPOLITANAS

Sessão realizada em 31 de março de 2004 – à tarde

 Palestra proferida pelo Sr. Marcos Campagnone, Presidente


do Fórum Nacional de Entidades Metropolitanas e da
EMPLASA (31.mar.04 – 14:15h)

Marcos Campagnone entende que se faz necessário conceituar as


unidades regionais de planejamento e gestão (regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas, microrregiões e regiões
integradas de desenvolvimento), a partir de parâmetros e critérios
objetivos, como densidade populacional, taxa de urbanização, grau
de conurbação e influência socioeconômica. Acatada essa proposta,
que apareceu em outros momentos do seminário, mas não chegou a
se apresentar como um consenso, fica lançada a questão se esse
trabalho de conceituação deve, ou não, gerar reflexos em termos de
produção legislativa do Congresso Nacional.

Entende, ainda, que se colocam três dimensões no desafio da


gestão metropolitana - a dimensão democrática, a dimensão
gerencial e a dimensão estratégica. Destaca que se impõe a atuação
a partir de três variáveis interdependentes - plano metropolitano,
governança metropolitana e governabilidade metropolitana.

Na variável plano metropolitano, ele enfatiza a necessidade de


serem ultrapassadas concepções tradicionais, concebendo-se o
plano metropolitano como um processo permanente de
planejamento, que se estruture a partir de dois eixos, uma agenda
de ações estratégicas que supere a ótica setorial, e um sistema de
acompanhamento e análise. Trata-se de posição que, parece, se
apresentou como um consenso entre os participantes do seminário.
Na mesma linha de reversão de concepções tradicionais, cita
tentativa que está sendo feita pela EMPLASA de trabalhar com
índices metropolitanos de oportunidade, e não apenas com a análise
de patologias urbanas.

Na variável governança metropolitana, ou capacidade executiva, ele


destaca a importância dos arranjos institucionais para a execução e
o financiamento das políticas metropolitanas serem construídos a
partir da princípio da inter-setorialidade, bem como de ser otimizada
a aplicação dos recursos investidos pelas diferentes esferas
governamentais.

Por fim, na variável governabilidade metropolitana, relativo às


condições políticas para implementação do plano metropolitano, ele
coloca como maior desafio a construção das instâncias de
deliberação coletiva, e lança a idéia da constituição de parlamentos
metropolitanos.

No que se refere ao papel da União, Campagnone traz como


demanda do Fórum Nacional de Entidades Metropolitanas a
concepção e implementação de uma política nacional de
desenvolvimento para as regiões metropolitanas e a instituição de
um fundo nacional de desenvolvimento para as regiões
metropolitanas. Nesse sentido, cabe comparar essas propostas com
as posições externadas pelos representantes do Poder Executivo
federal no seminário. Se pode ser percebida vontade política no
sentido de uma atuação mais vigorosa da esfera federal na questão
metropolitana, o mesmo não pode ser dito a respeito da criação do
fundo nacional.

Campagnone propõe, também, a regulamentação do art. 23 da


Constituição Federal, no que se refere aos arranjos cooperativos
para viabilizar ações de competência comum, a exemplo dos
consórcios (ver arts. 23, parágrafo único, e 241 da Constituição
Federal), proposta que, vale dizer, tem aparecido com alguma
freqüência em fóruns como esse seminário e em audiências públicas
promovidas pela Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara
dos Deputados. Situa na esfera da União, ainda, a já comentada
conceituação das unidades regionais de planejamento e gestão, e
ações com vistas à integração em rede das regiões metropolitanas.

 Palestra proferida pelo Sr. Edmilson Rodrigues, Prefeito de


Belém e representante da Frente Nacional de Prefeitos
(31.mar.04 – 14:35h)

Edmilson Rodrigues entende que nos encontramos em um momento


político positivo de construção da Política Nacional de
Desenvolvimento Urbano. Destaca a variedade e complexidade dos
problemas e conflitos envolvidos na gestão metropolitana. Traz para
consideração temas de debate não muito freqüente no âmbito da
gestão metropolitana, como os terrenos de marinha e a questão
portuária.

Rodrigues considera que se faz necessário redefinir o pacto


federativo, com um novo formato jurídico, político e administrativo
para as regiões metropolitanas. Esse pacto pressupõe, para ele, o
respeito à autonomia dos Entes Federados, com realce para a
autonomia municipal. Coloca como proposta a concepção de um
modelo de gestão descentralizada para as regiões metropolitanas,
com atribuições compartilhadas, sob inspiração metodológica do
modelo do Sistema Único de Saúde (SUS). Na análise dessa
proposta colocada pelo representante da Frente Nacional de
Prefeitos, percebe-se que deve ser obrigatoriamente compreendida
a situação peculiar do SUS em termos de geração de recursos
financeiros a partir da União.

 Palestra proferida pelo Sr. Leonardo Pessina, representante


do Fórum Nacional de Reforma Urbana (31.mar.04 – 14:55h)

Leonardo Pessina, em esforço de síntese, coloca que se evidencia


em relação à gestão metropolitana uma situação de vazio
institucional, conflitos de interesse e problemas financeiros e
gerenciais. Enfatiza a necessidade de participação ampla de todos
os atores urbanos na gestão metropolitana, com destaque para os
movimentos sociais. Queixa-se de que os movimentos sociais não
estariam tendo assegurada a devida participação em iniciativas
como os consórcios intermunicipais e os conselhos metropolitanos.

Ele destaca a importância dos planos diretores metropolitanos.


Nesse tema, vale o retorno às considerações sobre o plano
metropolitano externadas por Campagnone. Destaca, também, a
necessidade de inserção da dimensão metropolitana nas diferentes
políticas setoriais e de serem consideradas as peculiaridades de
cada região metropolitana na concepção de novos desenhos
institucionais.

Como proposta concreta, Pessina traz a criação de um grupo de


trabalho amplo, tendo como missão construir uma "agenda
metropolitana" para o País, proposta comum com outros expositores
do seminário.

 PALESTRA: O financiamento da gestão municipal

Proferida pelo Sr. Aser Cortines, Vice-presidente de


Desenvolvimento Urbano e Governo da Caixa Econômica
Federal (31.mar.04 – 15:30h)

Iniciou sua exposição noticiando que a Declaração do Milênio das


Nações Unidas determinou oito metas de desenvolvimento, com
vistas a melhorar o destino da humanidade neste século. A 7ª meta
é garantir a sustentabilidade ambiental e tem como objetivos:
integrar os princípios de desenvolvimento sustentável nas políticas
nacionais; reduzir pela metade, até 2015, a população mundial sem
acesso à água potável, e melhorar, até 2020, a vida de pelo menos
100 milhões de pessoas, dando-lhes saneamento e moradia.
Afirmou, ainda, que América Latina precisa crescer à uma taxa anual
de 2,7% ao ano para cumprir as metas do milênio.

No que se refere às Regiões Metropolitanas brasileiras, mostrou que


os melhores Índices de Desenvolvimento Humano – IDH, encontram-
se nas cidades sedes, tendo os municípios periféricos índices
bastante diversificados.

Quanto à atuação da CAIXA, disse que a instituição está presente


em todos os municípios brasileiros e que aplicou entre 1995 e 2004,
R$ 35,9 bilhões em habitação e R$ 10,3 bilhões em saneamento,
com disponibilidade orçamentária de R$ 2,4 bilhões para aplicar em
2004.

Aser entende que a questão metropolitana dever ser tratada como


um parlamento metropolitano, onde as decisões e ações sejam
pactuadas e conduzidas num processo democrático, que viabilizem
soluções integradas e integradoras. Entende, ainda, que é
imprescindível retomar o planejamento regional com resgate da
instância metropolitana de planejamento e estimular a formação de
associações e consórcios.

Alertou para o fato de que à margem do aparato institucional


metropolitano, alguns municípios localizados em áreas contíguas
estão se associando na forma de consórcios intermunicipais,
voltados para a gestão e prestação integrada de serviços públicos,
com vistas à otimização dos investimentos. Reforçou que a CAIXA
tem apoiado vários experiências no País, como: o Consórcio
Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba/Capivari/ Jundiaí, o
Comitê para Integração da Bacia do Rio Piracicaba, o Consórcio
Intermunicipal de Resíduos Sólidos Urbanos da Região Sul –
CIRSURES e o Projeto Managé – desenvolvimento regional e
sustentável da bacia hidrográfica do rio Itabapoana.

Apresentou, também, várias ações de parceria da CAIXA com o


municípios, com foco no desenvolvimento local sustentável, por
tratar-se de uma realidade adequada para o nosso país.

 PALESTRA: A política nacional de desenvolvimento


regional e as regiões metropolitanas

Proferida pelo Sr. Antonio Carlos F. Galvão, Diretor do


Departamento de Planejamento de Desenvolvimento Regional
do Ministério da Integração Nacional (31.mar.04 – 16:00h)

Procurou mostrar que a globalização reanima forças centrípetas,


acirra desigualdades e promove fragmentação, mas revaloriza
especificidades regionais. Em países como o Brasil, as políticas de
desenvolvimento regional são muito importantes para a exploração
das oportunidades geradas pelas desigualdades regionais.

Apresentou como desafios da política regional a articulação de


ações voltadas para a exploração das desigualdades regionais, a
construção de referência territorial sólida que crie condições de
planejamento territorial e a integração de estratégias de ações
urbanas e regionais.
Como dimensão das desigualdades regionais, trouxe dados que
mostraram a relação entre o maior e menor PIB entre as unidades
da federação do Brasil e Estados Unidos e entre os Países da União
Européia. Enquanto no Brasil essa relação é 9,8 vezes, na União
Européia é de 2,7 e nos estados unidos é de apenas 1,6.

Colocou como premissas a implementação de uma política nacional


e não federal, e a abordagem em múltiplas escalas: nacional, macro-
regional, sub-regional e intra-urbana. Esta última com o objetivo de
apoiar os planos metropolitanos e as ações de fortalecimento da
rede urbana. Entende que abordagem usada para a questão
regional pode ser estendida para as Regiões Metropolitanas e
propõe uma política de desenvolvimento territorial, integrando o
urbano ao regional.

 PALESTRA: A política nacional de desenvolvimento


regional e as regiões metropolitanas

 Proferida pela Sr.ª. Ermínia Maricato, Secretária Executiva do


Ministério das Cidades (31.mar.04 – 16:30h)

Comentou o aumento dos investimentos do Governo Federal na área


de saneamento para baixa renda e disse que o Governo já tem
pronto um Projeto de sistema de saneamento para o Pais, que
obriga o planejamento e o controle social.

Disse que só o fato de não se saber ao certo a quantidade de


Regiões Metropolitanas existentes no Brasil não deixa dúvida de que
o Governo Federal tem um papel importante na questão
metropolitana, mas que é preciso definir qual é esse papel, bem
como o papel do Congresso Nacional. Disse ser importante reforçar
o papel do Fórum de Entidades de Regiões Metropolitanas, como
um braço da sociedade civil que ajudará os poderes Executivo e
Legislativo na formulação de um pacto para as questões
metropolitanas.

Afirmou que as discussões são importante, mas que esse é o


momento de agirmos de forma mais pragmática, e defendeu a idéia
de que é preciso trabalhar este ano na construção de um projeto de
regulamentação da questão metropolitana, para que os próximos
prefeitos, que irão tomar posse em 2005, já se sintam pressionados
pela sociedade para adesão a um pacto metropolitano, pois os
prefeito de uma maneira geral, numa visão paroquial, se interessam
mais pelos demandas locais, do que pelos problemas
metropolitanos.
Entende que algumas questões relacionadas à regulamentação
devem ser voluntários, mas vários pontos precisam ser compulsórios
para a gestão das Regiões Metropolitanas, como o planejamento.

Comentou a dificuldade de temos no País para definir até mesmo o


que é Região Metropolitana, uma vez que cada Estado tem usado
critérios diferenciados para a sua criação.

Propõe a criação de um grupo de trabalho, formado pela Comissão


de Desenvolvimento Urbano, pelo Ministério das Cidades e Pelo
Fórum de Entidades de Regiões Metropolitanas, visando o
encaminhamento das questões metropolitanas e a formulação de
propostas para o seu enfrentamento, até o final de 2004.

Noticiou que o Governo Federal escolheu 11 Regiões Metropolitanas


para iniciar um programa de intervenção integrada de programas
governamentais. As RMs selecionadas, denominadas metrópoles de
risco, concentram 20% da população brasileira e foram eleitas com
base em indicadores de população, desemprego e déficit
habitacional, entre outros. Após essa primeira fase, a estratégia será
estendida para as demais Regiões Metropolitanas.

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