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Recife
2015
2
Orientadora:
Profª. Drª. Maria Ângela de Faria Grillo.
Recife
2015
3
Ficha Catalográfica
CDD 372.89
5
AGRADECIMENTOS
a carreira acadêmica. Seu zelo, fraternidade e amizade quero comigo para muito
além desse trabalho.
A minha amiga Magda, a quem digo “Deus está convosco”, dedico um
pequeno texto que resume bem nossa relação. Você é alguém que eu direi
amém até ficarmos bem velhinhas.
Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises
de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos. Um amigo
não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o
ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta. Um
amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela,
recomenda um emprego, recomenda um país. Um amigo não dá
carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer
o teu. Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um
aperto, passa junto o reveillon. Um amigo não caminha apenas no
shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai
do fracasso ao teu lado. Um amigo não segura a barra, apenas.
Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o
tranco, o palavrão, segura o elevador. Duas dúzias de amigos
assim ninguém tem. Se tiver um, amém. (Martha Medeiros)
RESUMO
Esse trabalho teve por objetivo geral analisar as formas como os livros didáticos
de História de Pernambuco organizam e interpretam, histórica e
pedagogicamente, os conteúdos referentes ao Patrimônio Cultural do estado.
Para alcançar o objetivo proposto seguimos alguns questionamentos: (i) Quais
os aspectos que devemos levar em conta para conjecturar o perfil de fonte
histórica que possuem os livros didáticos de História, neste caso, os livros
didáticos regionais? (ii) Qual o lugar ocupado pelo Patrimônio Cultural nas obras
didáticas regionais?; (iii) Como o livro didático regional organiza suas estratégias
didáticas e as perspectivas históricas para subsidiar o trabalho docente com o
Patrimônio Cultural nas aulas de História?; (iv) A abordagem pedagógica das
obras contribui para o desenvolvimento do saber histórico relacionado ao
Patrimônio Cultural como espaço vivido e apreendido cotidianamente?; (v) Como
as obras fomentam noções de identidade e memória no trabalho com o
Patrimônio Cultural do estado?. Para responder a tais questões analisamos 7
obras didáticas referentes a todas as publicações presentes nos Guias do Livro
Didático desde a inserção desse tipo de obra na publicação (2004, 2007, 2010,
2012). Sistematizamos as contribuições de CHOPPIN (2004) e FREITAS (2009)
para pensar o livro didático e o livro didático regional, CHOAY (2004),
CHARTIER (1991) e FONSECA (2009) na construção das noções de Patrimônio
Cultural e Representação, e COOPER (2012), CAINELLI (2006), OLIVEIRA e
CAIMI (2014;2013) e CAIMI (2010) para discutir as demandas do ensino de
História Regional/Local. Diante dos empreendimentos investigativos aqui
realizados, foi possível compreender que as obras didáticas regionais, em sua
maioria, apresentam o Patrimônio Cultural do estado de Pernambuco como
criação simbólica, inerente a produção histórica humana, estando ele presente
em momentos distintos da narrativa didática. Analisamos também que
abordagem pedagógica preconiza o caráter informativo do conteúdo sobre os
patrimônios, ao passo em que desprestigia o caráter de problematização
ofertado pelo objeto em estudo.
9
ABSTRACT
This work was generally analyze the ways in which history books, Pernambuco
organize and interpret, historical and pedagogical, content regarding the status
of Cultural Heritage. To achieve the proposed objective follow some questions:
(i) What are the aspects that we take into account the historical source for
conjecture profile that have the history books, in this case, regional textbooks?
(ii) What is the role played by cultural heritage in regional textbooks?; (iii) As the
regional textbook organizes their teaching strategies and historical perspectives
to support the teaching work with the Cultural Heritage in history classes?; (iv)
the pedagogical approach of the work contributes to the development of historical
knowledge related to cultural heritage as living space and seized daily?; (v) As
the works foster notions of identity and memory in working with the Cultural
Heritage status?. To answer these questions we analyzed seven textbooks on all
the publications present in Guides Textbook since the inclusion of this type of
work in the publication (2004, 2007, 2010, 2012). Systematize the contributions
of CHOPPIN (2004) and FREITAS (2009) to think the textbook and the regional
textbook, CHOAY (2004), CHARTIER (1991) and FONSECA (2009) in the
construction of Cultural Heritage notions of representation, and COOPER (2012),
CAINELLI (2006), and CAIMI and OLIVEIRA (2014; 2013) and CAIMI (2010) to
discuss the demands of teaching regional history/location. Before the
investigative projects carried out here, it was possible to understand that regional
textbooks, mostly present the Pernambuco State Cultural Heritage as a symbolic
creation, inherent human historical production, while it was present at different
times of the didactic narrative. We also analyzed that pedagogical approach calls
for the informative content about the heritage, while that discredits the character
of questioning offered by the object under study.
10
LISTA DE SIGLAS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
Introdução ...................................................................................................12
1. Historicizando o livro didático.............................................................29
1.1. Livros didáticos: uma caracterização geral ......................................31
1.2. Imersões no livro didático regional de História.................................42
1.3. Regional ou Local?: uma questão de (in) definição) ........................49
2. Patrimônio Cultural e Ensino de História nos anos iniciais: para que
te quero?................................................................................................54
2.1. Sobre a trajetória de construção sócio histórica do Patrimônio........57
2.2. Premissas para o Ensino de História nos anos iniciais e o tratamento
pedagógico do Patrimônio Cultural....................................................69
3. O Patrimônio Cultural nos livros didáticos Regionais de
Pernambuco .........................................................................................82
3.1 Livro “História de Pernambuco”........................................................84
3.2. Livro “História – Interagindo e Percebendo Pernambuco” e
“Pernambuco: interagindo com a história”..............................................95
3.3. Livro “História – Pernambuco” .......................................................115
3.4. Livro “Pernambuco de muitas histórias – História do estado de
Pernambuco” ........................................................................................134
Considerações Finais...................................................................................163
Referências ..................................................................................................170
Apêndices ....................................................................................................182
Anexos..........................................................................................................197
13
INTRODUÇÃO
14
1
MENEZES, José Luis Mota. Ainda chegaremos lá. História da FUNDARPE. Recife:
FUNDARPE, 2008, p. 16.
19
2
HALL, Stuart. A identidade cultura na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p, 13
3
GABRIEL, Carmen Teresa. Memória e Ensino de História. In. Ministério da Educação. Espaços
educativos e ensino de História. Boletim 02, abril. Secretaria de Educação a Distância, Brasília:
2006.
4
http://bdtd.ibict.br/
5
http://www.capes.gov.br/servicos/banco-de-teses
6
É importante destacar que as bases de dados têm autonomia para inserir novas obras que vão
sendo disponibilizadas na medida em que seus autores autorizam. Portanto, os números da
quantidade de pesquisas apresentadas podem variar de acordo com a data de sua realização.
Os números a partir de agora apresentados comportam as pesquisas publicadas até os meses
em que foi realizado o levantamento, março e abril de 2014. Lembramos que os resultados das
pesquisas também podem variar de acordo com os termos pesquisados.
20
14 13
12
10 9
8 7
6 5
4 2 2
2 2 2
2 1 1
0
2008 2009 2010 2011 2012 2013
Teses Dissertações
7
CAIMI, Flávia. O que sabemos (e o que não sabemos) sobre o livro didático de história: estado
do conhecimento, tendências e perspectivas. In: GALZERANI, Maria Carolina Bovério; BUENO,
João Batista Gonçalves; PINTO JR, Arnaldo. Paisagens da Pesquisa Contemporânea sobre
Livro Didático de História. Campinas: UNICAMP, 2013.
21
20
15 12
10
10
5
1
0
Mestrado Doutorado
Educação História
13 14
10
Não encontramos produções da região Norte.
11
No apêndice consta o nome do trabalho, autor, universidade de defesa e ano, assim como
estão listadas todas as teses e dissertações pesquisadas.
12
O projeto do Memorial do Programa Nacional do Livro Didático foi implementado pelo Ministério
da Educação em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte entre os anos de
2009 e 2011. Seu objetivo é catalogar, higienizar e digitalizar todas as obras avaliadas pelo
Programa Nacional do Livro Didático de 1997 a 2010 dos componentes curriculares de
Português, Matemática, Ciências, Estudos Sociais, Geografia e História do Ensino Fundamental.
Também fazem parte do acervo os Guias publicados pelo MEC desde 1997 e os Editais que
regeram as avaliações a partir de 2004. Fonte: SOARES, Jandson Bernardo; SOUZA, Wendell
de Oliveira. Memorial do PNLD: Elaboração, Natureza e Funcionalidade. In: Anais eletrônicos
da XIX Semana de Humanidades. Natal, 2011.
23
Mestrado Doutorado
15
OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. O direito ao passado: Uma discussão necessária à
formação do profissional de História. Recife: UFPE, 2003. Tese de Doutorado em História, 325
f.
16
OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Op. cit. p. 129.
25
17
BRASIL. Guia de livros didáticos: PNLD 2003: história. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2002.
18
Informações retiradas do site do MEC. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
index.php?option=com_%20content%20&view-article&id=12637%3Aguias-do-programa-
nacional-do-livro-did%20. Acesso em: 20 mai. 2012.
27
19
CHOPPIN, Alain. História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte. Educ.
Pesqui. [online]. 2004, vol.30, n.3, pp. 549-566
20
FREITAS, Itamar. História regional para a escolarização básica no Brasil: o livro didático em
questão (2006/2009). São Cristóvão: Editora da UFS, 2009.
21
CHOAY, Françoise. Alegoria do Patrimônio. São Paulo: UNESP, 2003.
22
FONSECA, Maria Cecília Londres. O Patrimônio em processo: trajetória da política federal
de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.
23
CHARTIER, Roger. O mundo como representação. In: Estudos Avançados. São Paulo: USP,
vol. 5, nº 11, 1991. pp. 173 – 191.
24
COOPER, Hillary. Ensino de História na Educação Infantil e Anos Iniciais: Um guia para
professores. Curitiba: Base Editorial, 2012.
25
CAINELLI, Marlene. Educação Histórica: perspectivas de aprendizagem da história no ensino
fundamental. Ver. Educar, Especial. Curitiba: UFPR, p. 57-72, 2006.
26
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira. CAIMI, Flávia Eloisa. A História ensinada na escola: É
possível pensar/agir a partir do todo? Campo Grande: Revista Interações, v15, n.1, p. 89-99,
jan/jun. 2014.
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira. CAIMI, Flávia. Entre Paulas, Martas, Pedros, Anas... para
entender as complexas relações sujeitos/saberes no contexto da aprendizagem histórica.
Antíteses, v. 6, n. 12, p. 148-167, jul./dez. 2013.
27
CAIMI, Flávia Eloisa. Meu lugar na história: de onde eu vejo o mundo? In. OLIVEIRA, Margaria
Maria Dias. História: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Básica, 2010, p. 71 (Coleção Explorando o Ensino v. 21)
29
28
MONTEIRO, Ana Maria. Ensino de História: entre História e Memória. In: Gilvan Ventura da
Silva; Regina Helena Silva e Simões; Sebastião Pimentel Franco. (Org.). História e Educação:
territórios em convergência. 1ed.Vitória(ES): GM/ PPGHIS/UFES, 2007, v. 1.
29
NORA, Pierre. Op. cit.
30
Monteiro, Op. cit.
30
31
CHOPPIN, Alain. O manual escolar: Uma falsa evidência histórica. História da Educação,
ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 27 p. 20 Jan/Abr 2009. Disponível em: http//fae.ufpel.
edu.br/asphe.
32
32
Idem.
33
CHOPPIN, Alain. Op. cit., 2009 e CHOPPIN, Alain. História dos livros e das edições
didáticas: sobre o estado da arte. Educ. Pesqui. [Online]. 2004, vol.30, n.3, pp. 549-566
34
FREITAS, Itamar. História regional para a escolarização básica no Brasil: o livro didático
em questão (2006/2009). São Cristóvão: Editora da UFS, 2009. (A)
35
CHOPPIN, Alain. Op. cit., 2004.
33
E complementa:
36
CHOPPIN, Alain. Op. cit., 2009.
37
Idem.
38
FREITAS, Itamar. Livro didático de história: definições, representações e prescrições de uso.
In: OLIVEIRA, Margarida Dias de; OLIVEIRA, Almir Félix de. Livros didáticos de História:
escolhas e utilizações. Natal: Editora da UFRN, 2009, p. 14.
34
39
FREITAS, Itamar. História regional para a escolarização básica no Brasil: o livro didático
em questão (2006/2009). São Cristóvão: Editora da UFS, 2009, p. 26.
40
GUIMARÃES, Manoel. Escrita da história e ensino de história: tensões e paradoxos. In:
ROCHA, Helenice; MAGALHÃES, Marcelo; GONTIJO, Rebeca. A escrita da história escolar:
memória e historiografia. Rio de janeiro: FGV, 2009, p. 38.
35
41
OLIVEIRA, Margarida. O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e a construção do saber
histórico escolar. In: GALZERANI, Maria Carolina Bovério; BUENO, João Batista Gonçalves;
PINTO JR, Arnaldo. Paisagens da Pesquisa Contemporânea sobre Livro Didático de
História. Campinas: UNICAMP, 2013.p 357-74.
42
BANDEIRA, Isaíde Timbó. O livro didático de história: um caleidoscópio de escolas e usos
no cotidiano escolar. 2009, 271f. Tese (Doutorado em Educação) Programa de Pós-graduação
em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2009.
36
43
Defendidas por Chartier em “A história cultural: entre práticas e representações” e por Certeau
em “A invenção do cotidiano”.
44
FRANCO, Aléxia Pádua. Apropriação docente dos livros didáticos de história das séries
iniciais do ensino fundamental. 2009, 281f. Tese (Doutorado em Educação) Programa de Pós-
Graduação em Educação, Universidade Estadual de Campinas, 2009.
45
SALLES, André Mendes. A guerra do Paraguai na literatura didática: Um estudo
comparativo. 2011, 168f. Dissertação (Mestrado em História) Programa de Pós-graduação em
História, Universidade Federal da Paraíba, 2011.
37
46
FILGUEIRAS, Juliana Miranda. Os processos de avaliação de livros didáticos no Brasil
(1938-1984). 2011, 263f. Tese (Doutorado em Educação) Programa de Pós-Graduação em
Educação, Universidade de São Paulo, 2011.
38
47
Há em anexo uma lista com o título das teses e dissertações defendidas nos últimos anos, que
também ilustram essa diversidade.
48
CHOPPIN, Alain. O manual escolar: Uma falsa evidência histórica. História da Educação,
ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 27 p. 9-75, Jan/Abr 2009. Disponível em:
http://www.fae.ufpel.edu.br/asphe
49
CAIMI, Flávia. O que sabemos (e o que não sabemos) sobre o livro didático de história: estado
do conhecimento, tendências e perspectivas. In: GALZERANI, Maria Carolina Bovério; BUENO,
João Batista Gonçalves; PINTO JR, Arnaldo. Paisagens da Pesquisa Contemporânea sobre
Livro Didático de História. Campinas: UNICAMP, 2013.
39
Desde o início do seu fomento até hoje o PNLD passou por diversos
nuances e momentos históricos diferentes. O Decreto nº 91.542, de 19 de agosto
de 1985, regulamenta de maneira inicial o Programa como hoje o conhecemos,
mas ao longo do tempo ele foi sendo reavaliado e atualizado para suprir as
exigências didáticas e históricas bem como as demandas de escolha e
distribuição dos livros pelo país. Hoje ele representa uma ação do Estado,
constituindo-se em uma política pública que consome e controla a produção e o
conteúdo do livro didático e de certa forma induz a produção do conhecimento
escolar empreendido nos livros, atrelado às orientações dos instrumentos
curriculares.
A ação de prescrição balizada pelo PNLD visa atender muito aos ecos de
políticas públicas de universalização da cidadania e da educação, em
atendimento ao que dizem documentos como a Constituição Federal de 1988, o
Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), a Lei de diretrizes e Bases da
Educação Nacional (1994) e as diretrizes e documentos curriculares para os
diversos níveis de escolarização51.
50
Idem p.36.
51
GATTI JR, Décio. A escrita escolar da história, livro didático e ensino no Brasil (1970-
1990). Uberlândia: Edusc, 2004.
52
TIMBÓ, Isaíde Bandeira. Op. cit. p. 79.
40
53
OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Livros Didáticos de História: pesquisa, ensino e novas
utilizações deste objeto cultural. 2006. P. 42 (Desenvolvimento de material didático ou
instrucional - Texto sobre o uso do Livro Didático para professores do ensino básico).
41
54
O Guia de 2007 não diz quantas obras foram inscritas para avaliação, aponta apenas a
quantidade de obras que tiveram suas resenhas publicadas.
55
As cidades de São Paulo e Belo Horizonte foram contempladas com livros próprios.
42
80
Gráfico 5 - Livros Regionais Aprovados
60 58
36
40
27
20 14
0
2004 2007 2010 2013
56
Considerações feitas a partir dos apontamentos dos Guias.
57
BRASIL. Guia de livros didáticos: PNLD 2013. Op. cit.
43
58
Grifo nosso
44
59
OLIVEIRA, Margarida. Op. cit., 2013.
60
BATISTA, Antônio Augusto Gomes. Recomendações para uma política pública de livros
didáticos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Fundamental, 2001.
61
A discussão sobre regional/local será realizada adiante.
62
BRASIL. Guia de livros didáticos: PNLD 2013: história. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2012.
BRASIL. Guia de livros didáticos: PNLD 2007: história. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2006.
45
BRASIL. Guia de livros didáticos: PNLD 2010: história. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2009.
63
NIKITUIK, Sonia Maria Leite. Por que Livros Regionais de História? In: OLIVEIRA, Margarida
Dias de. STAMATTO, Maria Inês Sucupira (Org). O livro didático de história: políticas
educacionais, pesquisas e ensino. Natal: EDUFRN, 2007, p. 202.
46
64
LIMA, Marta Margarida de Andrade. A cultura local e a formação para a cidadania nos livros
didáticos regionais de história. In. OLIVEIRA, Margarida Dias de. STAMATTO, Maria Inês
Sucupira (Org). O livro didático de história: políticas educacionais, pesquisas e ensino. Natal:
EDUFRN, 2007, p. 182.
47
65
Idem p .185.
66
CAIMI, Flávia. Op. cit., 2013.
48
E complementa:
67
CERTEAU, Michel de. A Escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.
p.81.
68
BLOCH, Marc. Op. cit., 2001.
69
Idem, p.77.
70
Idem, p 81.
71
CERTEAU, Michel de. Op. cit.
49
72
Idem, p.79.
73
Idem.
74
LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da UNICAMP. 2003. p. 548-49.
50
75
CERTEAU, Michel. Op. cit.,1982.
51
76
Idem, p 179.
52
77
IBGE. Divisão Territorial Brasileira. s/l 2002.
78
Durval Muniz faz uma discussão em seu livro “A Invenção do Nordeste” sobre a construção e
a desconstrução simbólica da ideia de Nordeste. Muniz faz uma importante narrativa sobre a
importância das elites políticas do Brasil na construção de um perfil sobre esta região na primeira
metade do século XX, a citando como uma região carente economicamente, que sofria com
intensas reviravoltas climáticas, dentre outras características problemáticas relativas ao NE.
Muniz discute os mecanismos simbólicos usados para a fixação da ideia de Nordeste como uma
terra miserável e como isso ainda reverbera na produção midiática hoje. Ver mais em:
ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo:
Cortez, 2001.
79
FREITAS, Itamar. História regional para a escolarização básica no Brasil: o livro didático
em questão (2006/2009). São Cristóvão: Editora da UFS, 2009. p. 7.
53
histórica da época no qual o livro foi concebido, o que se entende por regional
na obra, como são mobilizados os saberes locais para constituir o ver e o dizer
sobre aquele lugar, temáticas específicas que supostamente possuem um lugar
privilegiado nas obras regionais, como é o caso das noções de Patrimônio
Cultural que analisamos no próximo capítulo.
Embora o livro didático seja pontuado como alvo de pesquisas históricas
e educacionais há pelo menos 30 anos, no caso do livro didático regional
podemos afirmar com tranquilidade que se faz urgente e necessário ampliar o
leque de investigações que se refiram ao tratamento deste objeto, inclusive
pensando sobre seus usos e permanência no cotidiano das aulas de História,
nos anos iniciais.
Com base nessa constatação devemos promover ainda mais o
alargamento dos campos de diálogo da História que desde os Annales preza,
dentre outras questões, por uma interdisciplinaridade e pela ampliação do
conceito de fonte. É nessa perspectiva que esta pesquisa se insere. .
Por isso, precisamos direcionar nosso olhar enquanto investigadores do
tempo e do espaço para o livro didático regional, considerando-o lugar para o
pesquisador cuidadoso fazer boas perguntas. Os livros didáticos regionais são
marcas da produção criativa da humanidade, objeto que produz uma visibilidade
e uma dizibilidade sobre algo de forma localizada. Artefato histórico, este livro
está pronto para ser indagado, cabe a nós atribuir-lhe o posto, que há muito já
deveria ter sido, de evidência histórica.
55
especificidades de quem usa os livros, dos objetivos desse uso, da leitura que
se faz e da forma como se lê.
80
Idem.178-79.
81
Idem.
58
82
FONSECA, Maria Cecília Londres. O Patrimônio em processo: trajetória da política federal
de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.p .61.
83
Idem.
60
84
Hoje, Patrimônio Cultural é o termo adotado nos estudos culturais, em essência por classificar
os objetos e problematizações históricas que podem ser inseridas no âmbito das expressões dos
saberes vivos, manifestações culturais, artefatos materiais, monumentos, modos de fazer
específicos, religiões entre outras expressões, o que não fora contemplado em interpretações
pretéritas. Portanto, para não incorremos em anacronismos, deixamos claro que ao cunhar
“Patrimônio” ou “Patrimônio Cultural”, neste texto, nos referimos a uma concepção
contemporânea. Seguimos essa tendência também a partir do que determina a Constituição
Federal de 1988 quando assume a prerrogativa de incluir no conjunto classificado como
“Patrimônio Cultural”, no artigo 216, as formas de expressão, os modos de criar, fazer e viver, as
criações científicas, artísticas e tecnológicas, as obras, objetos, documentos, edificações e
demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais, os conjuntos urbanos e sítios
de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
85
CHOAY, Françoise. Alegoria do Patrimônio. São Paulo: UNESP, 2003.
61
A ideia era fomentar uma prática que fizesse dos museus lugares
sacralizados, capazes de transmitir valores e símbolos representantes de
épocas passadas, que despertassem nos grupos sociais sentimento de pertença
e identidade em relação às nações “recém-nascidas”, dessa forma já era nutrida
uma noção de representação87. Na França, o Antigo Regime já concebia essa
ideia, associando-a ao patrimônio através de práticas memorialísticas, fazendo
da imagem do objeto, do lugar ou do monumento uma memória e uma figuração
de algo que tentava ser tal qual como foi concebido, como sem clivagens.
Dessa forma, forjou-se o patrimônio edificado e o museu como espaço de
cristalização e simbologia atemporal, num caráter de representação, idealizando
artefatos capazes de simbolizar glórias e vitórias a fim de oxigenar e fortalecer o
sentimento de respeito e submissão ao Estado. O processo de ostentação dos
signos da arte e da história gloriosa, portanto, aparece permeado de intenções
que nos levam a elaborar determinadas representações. A idealização dos
museus, a proteção dos monumentos históricos e a formatação do pensamento
86
SEABRA, Elizabeth. Visitas de estudantes a museus: formação histórica, patrimônio e
memória. 2012. 215f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em
Educação, Universidade Estadual de Campinas, 2012. p.45.
87
Para não sermos anacrônicos, essa é uma interpretação contemporânea da prática exercida
na época.
62
88
CHOAY, Françoise. Op. cit.
89
FONSECA, Maria Cecília Londres. O Patrimônio em processo: trajetória da política federal
de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009. p.61.
63
90
Idem, p. 72.
91
Idem.
92
Idem p. 75.
64
93
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & história cultural. 2ª Edição. Belo Horizonte:
Autêntica, 2005. p.15.
65
94
ABREU, Regina. A patriamonialização das diferentes: usos da categoria “conhecimento
tradicional” no contexto de uma nova ordem discursiva. In. BARRIO, Ángel Espina; MOTTA,
Antônio; GOMES, Mário Hélio. Inovação Cultural, Patrimônio e Educação. Recife:
Massangana, 2010, p. 65-6.
95
Idem, p. 183.
66
96
Idem, p. 185.
67
97
http://www.dicionariodoaurelio.com/represetacao
98
CHARTIER, Roger. Op.Cit. 2002.
99
Idem, p. 17.
68
100
Idem, p. 14-5.
101
HORTA, Maria de Lourdes Parreirais. PRIORE, Mary Del. Memoria, Patrimônio e Identidade.
In. BRASIL Memoria, Patrimônio e Identidade. Brasília: Ministério da Educação, Boletim 04,
2005.
102
NORA, Pierre. Op. cit.
103
Idem.
69
104
HALL, Stuart. A identidade cultura na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
105
NORA, Pierre. Op. cit. p. 19.
70
106
NORA, Pierre. Op. cit. p.23
107
POLAK, Michael. Memória e Identidade. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n. 10,
1992, p. 200-212.
71
108
SCHIMIDT, Maria Auxiliadora. O ensino de História Local e os desafios da consciência
histórica. In. MONTEIRO, Ana Maria, GASPARELLO, Arlette Medeiros, MAGALHÃES, Marcelo
de Souza. (Org) Ensino de História: Sujeitos, saberes e práticas. Rio de Janeiro: Mauad x
FAPERJ, 2007.
109
COOPER, Hillary. Ensino de História na Educação Infantil e Anos Iniciais: Um guia para
professores. Curitiba: Base Editorial, 2012.
110
CAINELLI, Marlene. Educação Histórica: perspectivas de aprendizagem da história no
ensino fundamental. Ver. Educar, Especial. Curitiba: UFPR, p. 57-72, 2006.
72
111
Idem, 70-71.
112
Idem.
113
Idem.
73
114
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira. CAIMI, Flávia Eloisa. A História ensinada na escola:
É possível pensar/agir a partir do todo? Campo Grande: Revista Interações, v15, n.1, p. 89-
99, jan/jun. 2014.
115
Idem.
116
COOPER, Hillary. Aprendendo e Ensinando sobre passado de três a oito anos. Educar,
Especial, UFPR p 171-190, 2006.
74
117
Idem.
118
CAIMI, Flávia Eloisa. Meu lugar na história: de onde eu vejo o mundo? In. OLIVEIRA, Margaria
Maria Dias. História: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de
Educação Básica, 2010, p. 71 (Coleção Explorando o Ensino v. 21)
75
119
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira. CAIMI, Flávia Eloisa. 2014. Op. Cit.
120
Idem, 93.
77
121
O Santuário de Santa Quitéria em Frexeiras surgiu como canto de refúgio espiritual, para
escravos e camponeses, que buscavam na fé o remédio para suas dores físicas e morais. Sua
história gira em tono de relatos populares, que pregam seu surgimento por volta do ano de 1695.
[...] Ao longo de três séculos de peregrinação, foi reunido um rico arquivo de ex-votos, formado
por artes plásticas primitivas, esculturas de pedras, cerâmicas e madeira além de pinturas,
retratos e mamulengos, com obras de grandes nomes da Cultura Popular Nordestina como:
Mestre Vitalino, Zé Caboclo, Antônio Francelino, Zezinho de Tracunhaem. As esculturas ou
pinturas simbolizam uma cura ou graça alcançada, representando um inevitável apelo artístico,
[...] fazendo de Frexeiras um ponto de diversidade étnica, artística religiosa, expressando a
inventividade da mão humana... DIAS, Juliana Karlla Paes. Frexeiras: um retrato de fé. Vídeo-
documentário sobre o santuário de Santa Quitéria em Frexeiras. Caruaru: Faculdade do Vale do
Ipojuca. Monografia de graduação. Jornalismo. 2011, 11-12. Acesso 22 set 2014. Disponível em:
http://repositorio.favip.edu.br:8080/bitstream/123456789 /1443/1/relatorio+correto.pdf
122
Mestre Noza tornou-se conhecido como artista popular, imaginário (escultor de imagens) e
xilogravurista. [...] O tamanho de suas esculturas varia de 15cm até 70cm. Usava
preferencialmente a madeira da imburana (árvore comum na região de caatinga) e seus
instrumentos de trabalho resumiam-se em canivetes, serras, machadinhas, formões, limas e
duas furadeiras. GASPAR, Lucia. Mestre Noza. Recife: Fundação Joaquim Nabuco. 05 ago
2010. Site institucional. Acesso em 22 set 2014. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/
pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=728%3Amestre-
noza&catid=48%3Aletra-m&Itemid=1
78
123
GONÇALVES, Márcia de Almeida. História Local: o reconhecimento da identidade pelo
caminho da insignificância. In: MONTEIRO, Ana Maria; GASPARELLO, Arlette Medeiros;
MAGALHÃES, Marcelo de Souza. Ensino de História: Sujeitos, saberes e práticas. Rio de
Janeiro: Mauad X FAPERJ, 2007, p.178
124
ORIÁ, José Ricardo. Ensino de História e Diversidade cultural: Desafios e possibilidades.
Cad. Cedes, Campinas, vol.25, n. 67, p. 378-388, set./dez, 2005.
80
125
HALL, Stuart. Op cit.
126
ORIÁ, José Ricardo. Op. cit, p 386.
127
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira. CAIMI, Flávia. Entre Paulas, Martas, Pedros, Anas... para
entender as complexas relações sujeitos/saberes no contexto da aprendizagem histórica.
Antíteses, v. 6, n. 12, p. 148-167, jul./dez. 2013.
81
128
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2001.
129
A tribo Fulni-ô é um grupo indígena muito antigo, localizado na cidade de Águas Belas, a 313
km de Recife. Para mais informações consultar GASPAR, Lúcia. Índios Fulni-ô. Pesquisa
Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: www.http://basilio.fundaj
.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=674&Itemid=188
Acesso em: 15 dez. 2014.
87
130
MOTA apud SILBERT, 2001, p. 22.
131
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: DIFEL,
2002.
88
132
OLIVEIRA, Sandra. Os tempos que a História tem. OLIVEIRA, Margarida Maria Dias.
História: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Básica, 2010, p. 40 (Coleção Explorando o Ensino v. 21)
133
Idem.
89
134
MONTEIRO, Ana Maria. 2007, Op. cit.
92
135
GUILLEN, Isabel Cristina Martins. GRILLO, Maria Ângela de Faria. FARIAS, Rosilene Gomes.
Mercado de São José: Memória e História. Recife: IPHAN/FADURPE, 2010.
93
136
SIELBERT, Célia. Op. Cit. p. 103.
94
137
AVILA, Rosa Maria; MATTOZZI, Ivo. La didáctica del patrimônio y la educación para la
ciudadanía. In: __La educación de la cuidadanía y la formación del professorado. Um
proyecto educativo para la “estrategia de Lisboa. Bologna: Pátron Editore, 2009, p. 331.
96
138
“Interagindo B” no primeiro capítulo menciona, embora não amplie a discussão, uma “Pré-
História” brasileira, ao se referir ao Patrimônio Arqueológico. Discutiremos esse assunto adiante.
98
139
OLSZEWSKI, Katia. SOURIENT, Lilian. RAMOS, Lielba. Interagindo e Percebendo
Pernambuco: Historia. São Paulo: Editora do Brasil, 2001, p. 12
140
OLSZEWSKI, Katia. SOURIENT, Lilian. RAMOS, Lielba. Interagindo e Percebendo
Pernambuco: Historia. São Paulo: Editora do Brasil, 2001, p. 13.
141
CAIMI, Flávia Eloisa. Meu lugar na história: de onde eu vejo o mundo? In. OLIVEIRA,
Margarida Maria Dias. História: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2010, p. 71 (Coleção Explorando o Ensino v. 21)
99
142
O Parque Nacional do Vale do Catimbau abrange os municípios de Buíque, Ibimirim, Sertânia
e Tupanatinga. Lá existem inscrições rupestres e um ecossistema de grande relevância
ambiental. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/ucs-abertas-
a-visitacao /732-parque-nacional-do-catimbau.html Acesso em 02 dez 2014.
100
143
SOURIENT, Lilian. RUDEK, Roseni. CAMARGO, Rosiane. Pernambuco: Interagindo com a
Historia. São Paulo: Editora do Brasil, 2005, p.12.
144
SOURIENT, Lilian. RUDEK, Roseni. CAMARGO, Rosiane. Op. cit. 45
145
OLSZEWSKI, Katia. SOURIENT, Lilian. RAMOS, Lielba. Op. cit, p. 15.
101
146
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira de. Saberes indisciplinados. Revista História Hoje, v.2,
nº 3, p 201-216, 2013. p. 215.
102
147
OLSZEWSKI, Katia. SOURIENT, Lilian. RAMOS, Lielba. Op. cit, p. 35
SOURIENT, Lilian. RUDEK, Roseni. CAMARGO, Rosiane. Pernambuco: Interagindo com a
História. São Paulo: Editora do Brasil, 2005, p.32
103
148
CAIMI, Flávia Op. cit. p. 60.
149
LIMA, Marta Margarida de Andrade. A cultura local e a formação para a cidadania nos livros
didáticos regionais de história. In. OLIVEIRA, Margarida Dias de. STAMATTO, Maria Inês
Sucupira (Org). O livro didático de história: políticas educacionais, pesquisas e ensino. Natal:
EDUFRN, 2007, p. 186.
104
150
FREITAS, Itamar. História regional para a escolarização básica no Brasil: o livro didático
em questão (2006/2009). São Cristóvão: Editora da UFS, 2009.
151
Embora esta é uma característica observada por nós que aparece em menor medida nos
livros regionais de História de Pernambuco mais recentes
152
Perspectiva também defendida por CAIMI, Flávia. Op. Cit.
105
153
SOURIENT, Lilian. RUDEK, Roseni. CAMARGO, Rosiane. Op. Cit. p. 88.
106
usa a sinagoga como objeto para situar deslocamentos e rupturas na vida social
na época da exploração holandesa em Pernambuco, dizer sobre experiências
religiosas como a função do mikve no processo de ritualização empreendido no
lugar em tempos passados e a reconstrução do templo hoje.
Analisamos que as informações históricas sobre a sinagoga são
apresentadas em um passado distante, sendo abordadas no sentido de
contribuir para o entendimento da “construção social, as tendências de cada
época, os costumes e os hábitos culturais construídos...” 154 em um determinado
tempo. Saber sobre esse passado de Pernambuco significa construir
possibilidades para que os alunos interpretem formas de vivências, sujeitos,
tempos e espaços distintos no estado em que vivem.
Entretanto, “ao voltarmos os olhos para o passado, precisamos fazê-lo na
perspectiva dialógica, buscando a multiplicidade de falas, gestos, rituais, e
sentidos, potencializando a construção de identidades múltiplas e plurais 155”. O
texto aborda a sinagoga no passado, mas não podemos esquecer que a História
é o estudo da humanidade no tempo e não somente no passado e a construção
do saber histórico escolar depende da articulação entre uma narrativa que diga
sobre experiências vividas no passado e a ideia de que esse passado possui
dimensões materiais e simbólicas no presente.
No caso da sinagoga poderíamos questionar a sua representatividade no
passado, considerando seus contrapontos contemporâneos enquanto um
espaço de visitação e, além de espaço religioso, lugar de memória reconstruída
para simbolizar uma narrativa e uma reminiscência específica. Segundo
Oliveira156 esses questionamentos sobre o passado no presente contribuem para
que o conhecimento histórico escolar faça sentido para a vida, assim como ele
próprio estar vivo.
O trabalho com a memória faz parte da dimensão cultural que nos constitui
enquanto seres humanos. Abordar lugares de memória, como a sinagoga, abre
a possibilidade de promover entrecruzamentos entre presente e passado,
154
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira. O ensino de História para crianças e a formação do
professor para os anos iniciais do ensino fundamental. Educativa, Goiania, v. 15, n. 2, jul/dez,
2012,p. 235.
155
CAIMI, Flávia Caimi. Cultura, Memória e Identidade: o ensino de história e a construção de
discursos identitários. In. ZAMBONI, Ernesta. SILVA, Cristiani Bereta. Ensino de História,
memórias e culturas. Curitiba: CRV, 2013, p. 31.
156
1998; 2010; 2012; 2013.
107
157
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira de. Saberes indisciplinados: os conteúdos da história na
escola e as aprendizagens para a vida. Revista História Hoje, v. 2, nº 3, p. 201-216, 2013.
158
OLSZEWSKI, Katia. SOURIENT, Lilian RAMOS, Lielba. Op. cit, p. 87
159
LIMA, Marta Margarida de Andrade. A cultura local e a formação para a cidadania nos livros
didáticos regionais de história. In. OLIVEIRA, Margarida Dias de. STAMATTO, Maria Inês
Sucupira (Org). O livro didático de história: políticas educacionais, pesquisas e ensino. Natal:
EDUFRN, 2007, p. 186.
108
160
A análise dessa manifestação não encontra-se nesse texto, pois o texto desenvolvido pelas
obras para mostrar a manifestação cultual “Ciranda” compartilha das mesmas escolhas
epistemológicas históricas e pedagógicas que as outras manifestações. Por isso, entendemos
ser desnecessário colocá-las aqui, haja vista a menção às demais manifestações ser suficiente
para mostrar o perfil das obras em análise.
161
Idem.
109
O texto acima está em uma seção chamada “Trabalhando com textos” 162
que aparece em geral no livro para tratar de temáticas semelhantes. No caso, o
Carnaval está apresentado no texto 2 da seção, que trabalha ainda com os textos
sobre Frevo, Maracatu, Cordel, Festas Juninas e alimentação analisados
adiante.
Sobre o carnaval, o texto dá indícios que pode trabalhar com a
historicidade dessa manifestação quando indica que ela tem origem portuguesa,
que passou por modificações de práticas e significados ao longo do tempo, mas
os indícios não são ampliados. O enfoque informativo se sobrepõe na narrativa,
sem situar o tempo das práticas do carnaval em discussão. O espaço das
práticas no estado é situado nas cidades de Recife e Olinda, com ênfase nos
blocos carnavalescos mais famosos da cidade e no uso dos bonecos gigantes.
É importante destacar que outras expressões dessa mesma festividade não
entram nas informações apresentadas no livro, tampouco são aludidas ao
caráter de diversidade que o estado possui em suas manifestações, terminando
por apresentar uma ideia de homogeneidade da região.
Percebemos que as experiências carnavalescas que o livro menciona são
em essência dos arredores da capital, a abordagem histórica e pedagógica se
distancia das manifestações carnavalescas presentes no interior do estado. As
obras ratificam essa inferência ao apresentar o Maracatu como sendo uma
manifestação cultural de origem africana presente em Recife e sem mencionar
outros lugares do estado.
Maracatu
Uma das danças mais populares de Recife tem como
característica um cortejo real. Sua origem é africana e
representa uma nação, ou grupo de pessoas, composto de um
rei e uma rainha com príncipes, damas e também embaixadores.
Tudo seguido de bumbas, gonguês e bombos. Numa percussão
em batuque, como a população costuma chamar o ritmo, num
“batuque virado”163.
162
Esta seção consiste na reunião de textos sobre temas que sigam questões semelhantes,
como no caso do Carnaval e outros temas que são elementos de formação cultural do estado.
Esta seção aparece de maneira aleatória no livro, em alguns capítulos ela está presente, em
outros não. Não foi possível identificar quais os critérios usados pelos autores para ora trabalhar
as temáticas em seções, ora trabalhar com o texto corrido no corpo da narrativa.
163
OLSZEWSKI, Katia. SOURIENT, Lilian Op. cit,89. SOURIENT, Lilian. RUDEK, Roseni.
CAMARGO, Rosiane. Op. cit, p. 102.
110
Frevo
Tocar, cantar e dançar frevo é coisa de pernambucano. São
cerca de 120 passos diferentes.
Publicada pela primeira vez no Jornal Pequeno, de Recife, em
1908. A palavra frevo pegou logo. Trocando o “r” de lugar, o povo
dizia que as ruas “freviam” durante o Carnaval. Só mais tarde o
termo passou a designar a música, cujo o ritmo surgiu no final
do século XIX, quando os músicos das bandas reformularam-no,
para acompanhar a coreografia dos capoeiristas que saíam à
frente das bandas.
No Recife, os capoeiristas tinham o hábito de carregar, como
arma, um pedaço de pau. Com a repressão, trocaram-no por um
guarda-chuva. Ele era carregado fechado e quase nunca estava
em bom estado. Aí está a origem da sombrinha do frevo, que
serve também para dar equilíbrio ao passista 164.
164
OLSZEWSKI, Katia. SOURIENT, Lilian Op. cit, 89. SOURIENT, Lilian. RUDEK, Roseni.
CAMARGO, Rosiane. Op. cit., p 102.
111
165
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira de. Ensino de história para crianças e a formação do
professor para os anos iniciais. Revista Educativa, Gôiania, v. 15, n. 2, jul/dez, 2012, p 239.
112
Cordel
Cordel é a expressão da sabedoria popular e do jeito nordestino
de contar histórias. É uma poesia folclórica e popular com raízes
no nordeste do Brasil. Tem esse nome porque os folhetos onde
é publicada ficam pendurados em cordões para serem vendidos
em barracas. São longos poemas narrativos que falam de
amores, sofrimentos, ou aventuras e retratam um pouco da
História do nosso estado e também do nosso país.166
166
OLSZEWSKI, Katia. SOURIENT, Lilian Op. cit,p. 90. SOURIENT, Lilian. RUDEK, Roseni.
CAMARGO, Rosiane. Op. cit, p 107.
167
GRILLO, Maria Ângela de Faria. A literatura de Cordel na sala de aula. In. ABREU, Martha;
SOIET, Raquel. Ensino de História: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa
da palavra, 2009 p. 117.
113
Alimentação
Entre os pratos típicos da culinária pernambucana destacam-se:
- A buchada, feita com o intestino de carneiro, ovelha ou cabrito;
- Sarapatel, feito com sangue e miúdos de porco ou de outro
animal, condimento que se come com farinha;
- A panelada com intestino, pés e certos miúdos de boi;
- A galinha a cabidela, preparada com molho do sangue da ave;
- A peixada;
- O feijão com farinha e charque;
- O feijão de corda com carne de sol168.
Festas juninas
Depois do Carnaval, o evento mais esperado do calendário
brasileiro são as festas juninas, que animam todo mês de junho
com muita música, quadrilhas, comidas e bebidas típicas em
homenagem a três santos católicos: Santo Antônio, São João e
São Pedro. As festas juninas fazem parte das manifestações
populares mais praticadas no Brasil169.
168
OLSZEWSKI, Katia. SOURIENT, Lilian Op. cit, p. 91. SOURIENT, Lilian. RUDEK, Roseni.
CAMARGO, Rosiane. Op. cit, p. 108.
169
SOURIENT, Lilian. RUDEK, Roseni. CAMARGO, Rosiane. Op. cit, p. 103
170
OLSZEWSKI, Katia. SOURIENT, Lilian Op. cit, p. 91. SOURIENT, Lilian. RUDEK, Roseni.
CAMARGO, Rosiane. Op. cit, p. 103
171
Para consultar mais informações sobre o São João de Caruaru: http://basilio.fundaj.gov.br/
pesquisaescolar./index.php?option=com_content&view=article&id=813&Itemid=1
114
lá existe uma das maiores festas no Nordeste as obras dão a entender que há
outras festas tão grandes quanto, sem especificar quais seriam.
Observamos então a fragilidade do que os livros dizem, ao passo em que
as informações apresentadas são insuficientes para uma problematização
histórica e contribuem para a naturalização das manifestações culturais. É
preciso dizer que estas manifestações enquanto Patrimônio Cultural, em
quaisquer época em que foram praticadas, possuem um sentido social e, “assim
como a informação extraída de qualquer outro tipo de fonte, é condicionado pelo
tempo, espaço e sociedade que o produziu” 172. Por isso as informações
desproblematizadas não podem substituir o conhecimento histórico.
Na tentativa de fazer uma retomada da discussão proposta no capítulo,
as obras apresentam um exercício que contempla as manifestações culturais
que havia mencionado antes173, trazendo os festejos juninos, o carnaval as
comidas típicas dentre outras que o livro apresenta.
172
OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Ensino de História: Uma questão estatal ou pública.
Diálogos, v. 15, n. 3, set.-dez./2011. p. 530.
173
Frevo, Carnaval, Festas Juninas, Cordel, Espetáculo da Paixão de Cristo de Nova
Jerusalém, Ciranda, Maracatu e Comidas Típicas.
115
174
LIMA, Marta Margarida de Andrade. Op. Cit. p. 186.
116
Optamos por reunir aqui as análises das três edições do livro “História –
Pernambuco175” de Francisco Teixeira, que foram publicados nos Guias do livro
didático de 2007, 2010 e 2013, e possuem em média 16 capítulos, divididos em
4 unidades. Lançamos mão dessa opção por tratar-se de obras reimpressas a
cada nova avaliação do PNLD, com início no livro publicado no Guia de 2007.
As obras possuem as mesmas escolhas teórico-metodológicas, sem alterações
conceituais ou textuais, salvo a opção de designer e layout que foi modificada na
última publicação e a supressão de um capítulo introdutório na “Unidade 2”
também na última publicação. Por isso, nossa referência é a obra de impressão
mais recente (2011) publicada no Guia de 2013.
Esses livros trabalham com uma narrativa ficcional, a partir da história de
dois garotos suas vivências em uma sala de aula imaginária numa escola na
cidade do Recife. A construção da formação histórica do estado é reconhecida
como um processo social legitimado ao longo do tempo, pela criação de agentes
que fazem parte de diversos espaços – políticos, culturais, econômicos.
Entretanto, percebe-se que o recorte local produzido com predominância a partir
da história da capital, é tratado como um desdobramento da história nacional.
175
TEIXEIRA, Francisco. História: Pernambuco. São Paulo: Ática, 2006.
TEIXEIRA, Francisco. História: Pernambuco. São Paulo: Ática, 2008. 2ª ed.
TEIXEIRA, Francisco. História: Pernambuco. São Paulo: Ática, 2011. 3ª ed.
117
176
Nesse momento a obra não faz menção sobre as fontes das informações sobre a História da
Educação em Pernambuco, salvo a exceção de um box intitulado “Educação e cultura: nas
escolas e fora delas”, cujas referências são retiradas do site da prefeitura do Recife
(www.recife.pe.gov.br).
177
Poeta recifense, João Cabral de Melo Neto de grande produção literata de cunho regionalista,
reconhecida em todo o país. Mais informações em http://www.releituras. com/joaocabral_bio.asp
Acesso em: 08 de jan 2015
118
178
Ascenso Carneiro Gonçalves Ferreira nasceu na cidade de Palmares - PE no ano de 1895.
Contemporâneo de Manuel Bandeira e de Mário de Andrade [...] achou um caminho que o
conduziria a uma situação de relevo nas letras pernambucanas e nacionais. Distingue-se não
pela quantidade, mas pela qualidade, atingindo não raro efeitos novos, originais, imprevistos, em
matéria de humorismo e sátira. O poeta faleceu na cidade do Recife (PE), em 1965. Disponível
em: http://www.releituras.com/ascensof_menu.asp Acesso em: 08 jan 2015.
179
Joaquim Cardozo. Poeta, dramaturgo, engenheiro calculista. Nasceu no Recife em 26 de
agosto de 1897. [...] inovou os métodos tradicionais do cálculo estrutural. Viabilizou, assim, a
execução de obras complexas da arquitetura moderna, como as de Oscar Niemeyer. Calculou,
para o arquiteto, as obras do Conjunto Pampulha, em Minas e, em Brasília, o Palácio da
Alvorada, a Catedral, a cúpula do Congresso Nacional e o Itamarati, entre outras. Disponível em:
http://www.jornaldepoesia.jor.br/jcardoso.html Acesso em: 08 de jan 2015
180
O paraibano Ariano Suassuna, nasceu em 1927 e faleceu em 2013. Idealizador do Movimento
Armorial, o escritor produziu várias obras literárias, dentre elas as mais famosas como “O Auto
da compadecida” e “O romance da pedra do reino”. Mais informações em:
http://www.releituras.com/asuassuna_menu.asp Acesso em: 08 jan. 2015.
181
J. Borges é um dos mestres da literatura de cordel. Nascido em Bezerros, município de
Pernambuco, é o xilogravurista brasileiro mais conhecido no mundo. Borges já ilustrou capas de
cordéis, livros, discos e expôs na Venezuela, Alemanha, Suíça, México, e Estados Unidos, onde
foi tema de uma reportagem no “The New York Times”, que o apontou como um gênio da arte
popular. Disponível em: www.jborgesbrasil.blogspot.com.br. Acesso em: 08 jan. 2015.
182
O Pastoril integra o ciclo das festas natalinas do Nordeste, particularmente, em Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. É um dos quatro principais espetáculos populares
nordestinos [...] Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar./index.php?
option=com_content&view=article&id=608:pastoril&catid=50:letra-p&Itemid=1. Acesso em: 08
jan. 2015.
183
Ana das Carrancas, a “dama do barro pernambucano”, ceramista de Petrolina que produzia
carrancas de barro, inspirada nas carrancas de madeira que ela via passar na proa dos barcos
colocadas para espantar os maus espíritos do Rio São Francisco. A obra de Ana se destacou
por ter uma característica peculiar: as carrancas de barro possuem olhos vazados, em
homenagem ao seu esposo, cego de nascença. Mais informações em:
http://www.cultura.pe.gov.br/pagina/patrimonio-cultural/imaterial/%20patrimonios-vivos/ana-das-
carrancas-in-memorian/ Acesso em: 8 de jan. 2015
184
Lia de Itamaracá é cantora e compositora de cirandas que desde os anos de 1960 tem uma
produção musical no estado, cantando o cotidiano de quem vive a beira do mar, especialmente
a partir de influências de religiões afro-brasileiras. Radicada em Pernambuco, somente a partir
de 1998 a sua produção se consolidou e a cantora conseguiu projeção em nível nacional e
internacional. Em Itamaracá, Lia fundou o Centro Cultural Estrela de Lia onde desenvolve oficinas
de dança e música. Mais informações em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar
./index.php?option=com_content&view=article &id=3 17& Itemid=191 Acesso em: 08 jan. 2015.
185
Mestre Vitalino foi um dos maiores ceramistas do Brasil. Nascido na cidade de Caruaru em
1909, o artista se inspirava no folclore nordestino, universalizando o cotidiano do homem
sertanejo. Suas obras apresentavam diversos aspectos da vida simples do interior do estado
com um estilo que marca a obra de Vitalino. O artista faleceu em 1963, mas sua obra ficou
imortalizada e hoje está exposta, dentre outros lugares, na Casa Museu Mestre Vitalino na cidade
de Caruaru e no Museu do Homem do Nordeste. GASPAR, Lúcia. Vitalino. Pesquisa Escolar
Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br
/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=124:vitalino&catid=56:letra-
v&Itemid=1 Acesso em: 30 nov.2014.
119
186
TEIXEIRA, Francisco. Op cit, p.21.
187
A Catedral da Sé de Olinda é uma construção do século XVI, destruída e reconstruída várias
vezes. Sua restauração mais recente data de 1974. Presente desde as primeiras décadas da
ocupação portuguesa em Pernambuco, a Catedral foi testemunha de muitos momentos da
formação histórica pernambucana, sendo um importante Patrimônio Cultural do estado. Mais
informações em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content
&view=article&id=404&Itemid=1 Acesso em: 08 jan 2015
188
Os Bonecos Gigantes Foliões de Pernambuco, presentes no carnaval pernambucano desde
1919, tiveram uma “explosão demográfica” a partir da década de 1980. Uma grande quantidade
120
191
COOPER, Hillary. Ensino de História na Educação Infantil e Anos Iniciais: Um guia para
professores. Curitiba: Base Editorial, 2012.
192
Idem, p. 69.
193
A ocupação holandesa no Recife trouxe grande número de judeus portugueses de Amsterdã.
Com eles, inúmeros cristãos-novos e descendentes que já viviam no Recife retornaram ao
judaísmo, formando algumas congregações. Entre elas, Kahal Zur Israel, Primeira Sinagoga
das Américas. Disponível em: http://www.kahalzurisrael.com/ Acesso em: 06 jan. 2015
194
TEIXEIRA, Francisco. Op cit, p. 33.
195
TEIXEIRA, Francisco. Op cit, p. 27.
122
196
OLIVEIRA, Sandra. Os tempos que a História tem. OLIVEIRA, Margarida Maria Dias.
História: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Básica, 2010, p. 40 (Coleção Explorando o Ensino v. 21).
123
197
OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. A construção de referenciais para o ensino de História:
Limites e Avanços. História Revista (UFG), v. 14, p. 193-202, 2009.
124
198
Grifo nosso.
199
TEIXEIRA, Francisco. Op. cit. pp. 146, 147.
125
200
Grifo nosso.
201
TEIXEIRA, Francisco. Op. cit. p. 152.
202
CHARTIER, Roger. Cultura popular: revisitando um conceito historiográfico. In: Estudos
Históricos, Rio de Janeiro, vol. 8, n. 16, 1995.
203
Idem, p. 184.
126
204
Lula Cardoso Ayres (1910-1987) foi pintor brasileiro. Realizou exposições individuais no
Museu de Arte de São Paulo, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Museu de Arte
Moderna da Bahia e no Palácio de Itamarati, em comemoração ao sesquicentenário da
Independência do Brasil. Durante 25 anos foi professor da Escola de Belas Artes da Universidade
Federal de Pernambuco. Disponível em: http://www.e-biografias.net/lula_cardoso_ayres/.
Acesso em: 08 jan. 2015.
205
Cícero Dias(1907-2003) foi um pintor brasileiro, um dos grandes representantes do
modernismo no Brasil, nasceu em Recife e estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Cícero
dias é um dos poucos pintores brasileiros, cujos trabalhos, estão expostos no mundo inteiro,
tanto em galerias como em coleções. Morreu em 2003, em Paris. Disponível em: http://www.e-
biografias.net/cicero_dias/ Acesso em: 08 jan. 2015.
206
Vicente do Rego Monteiro (1899-1970) foi pintor brasileiro. Seus quadros foram expostos em
museus nacionais e internacionais. Foi professor do Ginásio Pernambucano e da Escola de
Belas Artes do Recife e do Instituto Central de Artes de Brasília. Foi também escultor e poeta.
Disponível em: http://www.e-biografias.net/Vicente_do_Rego_Monteiro/ Acesso em: 08 jan.
2015.
207
Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand nasceu em 1927, na cidade do Recife. Em
novembro de 1971, o artista começou a reconstruir a velha Cerâmica São João da Várzea,
fundada pelo seu pai em 1917. Esse conjunto, encontrado em ruínas, deu início a um colossal
projeto de esculturas cerâmicas [...]. Disponível em: http://www.brennand.
com.br/brennand_01.php Acesso em: 08 jan. 2015.
208
Manguebeat (também grafado como manguebit ou mangue beat) é um movimento musical
que surgiu no Brasil na década de 90 em Recife que mistura ritmos regionais, como o maracatu,
com rock, hip hop, funk e música eletrônica. Disponível em: http://pernambucocultural.
com/frevo/index.php/ritmos-pernambucanos/mangue-beat/. Acesso em: 01 dez. 2014.
127
209
TEIXEIRA, Francisco. Op. cit. pp.134, 135.
210
OLIVEIRA, Margarida. Op. cit, 2009.
128
211
Francisco de Assis França, o Chico Science, nasceu em Recife em 1966. Filho do Bairro de
Rio Doce, Chico fez uma mescla de hip hop, soul, rock e maracatu para cantar suas músicas
sobre a vida na periferia recifense. O cantor morreu em fevereiro de 1997. Mais informações em
http://www.dicionariompb.com.br/chico-science/biografia Acesso em 06 jan. 2015.
212
TEIXEIRA, Francisco. Op. cit. p. 136.
129
213
TEIXEIRA, Francisco. Op. cit. 138.
130
214
CAIMI, Flávia Eloisa. História escolar e memória coletiva: como se ensina? Como se aprende?
In. ROCHA, Helenice. MAGALHÃES, Marcelo. GONTJO, Rebeca. A escrita da história escolar:
memoria e historiografia. p. 69.
215
TEIXEIRA, Francisco. Op. cit. 138.
132
216
TEIXEIRA, Francisco. Op. cit. 138.
133
217
TEIXEIRA, Francisco. Op. cit. p. 157.
218
TEIXEIRA, Francisco. Op. cit. p. 158.
219
Lei nº 12.196, de 2 de maio de 2002.
134
220
CAIMI, Flávia Eloisa. Meu lugar na história: de onde eu vejo o mundo? In. OLIVEIRA,
Margarida Maria Dias. História: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2010, p. 60 (Coleção Explorando o Ensino v. 21)
221
GABRIEL, Carmen Teresa. Memória e Ensino de História. In. Ministério da Educação.
Espaços educativos e ensino de História. Boletim 02, abril. Secretaria de Educação a
Distância, Brasília: 2006.
135
222
CAVALCANTI, Erinaldo. Pernambuco de muitas historias: historia do estado de
Pernambuco. São Paulo: Moderna, 2011, p. 18.
137
223
CAVALCANTI, Erinaldo. Op. Cit. p. 17
224
CAIMI, Flávia Caimi. Cultura, Memória e Identidade: o ensino de história e a construção de
discursos identitários. In. ZAMBONI, Ernesta. SILVA, Cristiani Bereta. Ensino de História,
memórias e culturas. Curitiba: CRV, 2013, p. 25.
139
por Nora225, para classificar estes espaços. Compreendemos que são espaços
tidos em sua concepção para dizer intencionalmente sobre uma narrativa
histórica própria, ou que tiveram seu uso social ressignificado para este fim,
consideramo-los “marcas [que] imprimem a identidade, a especificidade do saber
construído por aquele grupo, naquele contexto” 226.
Há diversas formas de produzir essas memórias que guardam
partes das histórias de pessoas e comunidades: por meio de um
diário pessoal, de um álbum de família de uma conversa com
pessoas mais velhas, ouvindo suas histórias e aprendendo com
elas. Uma carta, uma música, uma poesia, também trazem
memórias. Os museus, os monumentos, os casarões, as igrejas
antigas, as ruas: todos são “lugares de memória” onde estão
preservadas muitas histórias.
A memória é uma das maneiras pelas quais as pessoas
preservam suas histórias, independentemente de terem ou não
desenvolvido a escrita.227
225
NORA, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares, In: Projeto História.
São Paulo: PUC, n. 10, pp. 07-28, dez.1993. p. 19.
226
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira de. Relações entre memória e objeto no estudo das
cidades. In. ZAMBONI, Ernesta. SILVA, Cristiani Bereta. Ensino de História, memórias e
culturas. Curitiba: CRV, 2013, p. 137.
227
CAVALCANTI, Erinaldo. Op. Cit. p. 25.
140
228
O Centro Histórico de Olinda, vizinho à cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco,
remete ao início da colonização portuguesa no Brasil, no século XVI. [...] A evolução urbana do
núcleo original da cidade conta a história de reconstrução e expansão da urbe a partir do desenho
primitivo, consolidando uma paisagem construída basicamente durante três séculos de história
[...] Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id= 17247&
sigla=Institucional&retorno=detalheInstitucional. Acesso em 01 dez 2014.
229
MONTEIRO, Ana Maria. Op. cit., 2007, v. 1, p. 61
141
230
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira de. Os tempos que a História tem. In: Margarida Maria
Dias de Oliveira. (Org.). Coleção Explorando o Ensino de História. 1ed.Brasilia: Ministério da
Educação; Secretaria de Educação Básica, 2010, v. 1, p. 40.
142
232
As obras de barro são importantes expressões da cultura e do patrimônio de Pernambuco.
Esse tipo de arte pernambucana desponta para o cenário nacional em 1947, na Exposição de
Cerâmica Popular Pernambucana, no Rio de Janeiro. As obras de barro dizem sobre o sertanejo,
como representações das suas vivências cotidianas. São muitos os artistas do barro
pernambucano, o maior ícone desse tipo de produção é Mestre Vitalino. Disponível em:
http://revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/todos-amam-vitalino Acesso 28 jul 2014.
233
Zezinho de Tracunhaém nasceu no dia 5 de julho de 1939, em Vitória de Santo Antão. [...] Na
década de 1960 construiu sua profissão, ensaiando os seus primeiros passos na arte da
modelagem do barro... [Hoje] O mestre Zezinho tem obras espalhadas pelo mundo, em museus,
igrejas, coleções particulares e tem figurado em inúmeros salões de arte. Atualmente, vive no
seu ateliê no Centro de Tracunhaém, onde expõe e vende suas peças. Em 2007, recebeu o título
de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Disponível em: http://www.cultura.pe.gov.br/pagina/
patrimonio-cultural/imaterial/patrimonios-vivos/zezinho-de-tracunhaem/#sthash.Fud7y0y4.dpuf.
Acesso em 30 nov. 2014.
234
Mestre Nuca, Nuca de Tracunhaém ou Nuca dos Leões, tem como principal personagem de
suas obras o leão, com grande juba de fragmentos de barro achatados. Nascido em Nazaré da
Mata, o artista foi reconhecido como Patrimônio Vivo do estado de Pernambuco. GASPAR,
Lúcia. Nuca Manoel Borges da Silva. Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em:
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=
204&I temid=193 . Acesso em: 11 nov. 2014
143
235
Manuel Eudocio nascido na década de 1930, é um ceramista caruaruense que tem sua
produção contemporânea a obra de Mestre Vitalino. Até hoje ainda produz obras de barro e as
comercializa no Alto do Moura, na cidade de Caruaru. Também foi considerado Patrimônio Vivo
de Pernambuco. BARBOSA, Virgínia. Manuel Eudócio. Fundação Joaquim Nabuco, Recife.
Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&v
iew= article&id=738&Itemid=192. Acesso em: 30.nov.2014
236
Mestre Vitalino foi um dos maiores ceramistas do Brasil. Nascido na cidade de Caruaru em
1909, o artista se inspirava no folclore nordestino, universalizando o cotidiano do homem
sertanejo. Suas obras apresentavam diversos aspectos da vida simples do interior do estado
com um estilo que marca a obra de Vitalino. O artista faleceu em 1963, mas sua obra ficou
imortalizada e hoje está exposta, dentre outros lugares, na Casa Museu Mestre Vitalino na cidade
de Caruaru e no Museu do Homem do Nordeste. GASPAR, Lúcia. Vitalino. Pesquisa Escolar
Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br
/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=124:vitalino&catid=56:letra-
v&Itemid=1 Acesso em: 30 nov.2014.
144
237
CAIMI, Flávia Eloisa. Op. cit., 2010, p. 75
238
MONTEIRO, Ana Maria. Op. cit., 2007, v. 1, p. 77.
146
Isso
...traz subsídios do conhecimento histórico para auxiliar a
construção e reconstrução da memória que possibilita ao
indivíduo estabelecer relações afetivas com a cidade e o país
onde vivem, compreendendo como a sociedade em que vive foi
construída através do tempo...239.
239
Idem.
240
A Feira de Caruaru é um lugar de comércio onde se encontram produtos de todo o Nordeste.
Hoje a Feira se constitui em um espaço de saberes, modos de fazer específicos e tradicionais
que a caracterizam como espaço singular dentro do estado de Pernambuco, tendo sua proteção
assegurada pela IPHAN. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/montarDetalheConteudo.
do?id=17754&sigla=Institucional&retorno=detalheInstitucional Acesso: 1 dez. 2014.
147
A Feira é realizada há mais de 200 anos e, embora a obra não cite a ação
institucional, é reconhecidamente um exemplo do Patrimônio Imaterial nacional,
tendo sua proteção sob a responsabilidade do IPHAN. Atualmente, além de
artesanatos, comidas e músicas típicas, mobiliza milhares de pessoas que vem
de todos os estados do Nordeste, cujos interesses podemos inferir, em sua
grande maioria não são somente por produtos da cultura regional. Dizemos isso
especialmente por esta feira ter adquirido um caráter de espaço comercial de
produtos a baixo preço, caracterizado muito pela comercialização de artigos
importados.
Apesar de reconhecê-la como espaço de sociabilidades diversas, a
narrativa didática desse livro não aponta para o entendimento de que as práticas
culturais da Feira de Caruaru foram historicamente ressignificadas ao longo do
tempo e mudaram a partir dos diálogos culturais projetados pelos diversos
grupos que a constroem enquanto um símbolo cultural, histórico e econômico do
agreste.
Ao não acessar o campo da ressignificação, o texto mostra as práticas
como estáticas, como sendo sempre realizadas em moldes seculares. Um
exemplo disso é a frase:
As pessoas que moram nas cidades vizinhas levam suas
mercadorias para vender. Vão de carro de boi, no lombo de
jumento, a cavalo, de carroça, caminhão, bicicleta, ou por
qualquer outro meio de transporte disponível241. (Grifo nosso)
241
CAVALCANTI, Erinaldo. Op. Cit. p.170.
150
242
CAVALCANTI, Erinaldo. Op. Cit. p.172.
243
FREITAS, Itamar Freitas, OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Ensinar história nos anos
iniciais do Ensino Fundamental BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Acervos
complementares: as áreas do conhecimento nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental/
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC/SEB 2009. p. 33.
151
Atividades
1-Explique, com suas palavras, a origem da tapioca.
246
CAVALCANTI, Erinaldo. Op. cit, p.179-180.
247
CHARTIER, Roger. O mundo como representação. In: Estudos Avançados. São Paulo:
USP, vol. 5, nº 11, 1991. pp. 173 – 191.
248
CAIMI, Flávia Eloisa, 2010, Op, cit.
155
249
CAVALCANTI, Erinaldo. Op. cit, p. 181.
250
CAINELLI, Marlene. Educação Histórica: perspectivas de aprendizagem da História no ensino
fundamental. Educar em Revista, Universidade Federal do Paraná, v. 164, 2006, p, 70.
251
Idem.
156
252
CAVALCANTI, Erinaldo. Op. cit, p. 187.
253
Idem, p. 186-187.
157
254
OLIVEIRA, Sandra Regina Ferreira de. Op. cit. 2010.
158
255
Personagens indispensáveis no carnaval de Pernambuco, os papangus são hoje alegres
foliões mascarados que circulam pelas ruas das cidades, dando um colorido especial à festa.
Mas, nem sempre foi assim. Originalmente, os papangus eram figuras grosseiras e temidas que
acompanhavam as procissões religiosas, tocando trombeta e dando chicotadas em quem
atrapalhasse o cortejo. Disponível em: http://www.pe-az.com.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=58:papangu&catid=33&Itemid=191 Acesso em: 14 jan. 2015.
256
CAVALCANTI, Erinaldo. Op. cit, p, 188
257
OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. A construção de referenciais para o ensino de História:
Limites e Avanços. História Revista (UFG), v. 14, p. 193-202, 2009.
159
258
CAVALCANTI, Erinaldo, Op. cit., p.189.
259
CAVALCANTI, Erinaldo, Op. cit., p.191.
260
CAVALCANTI, Erinaldo, Op. cit., p.198-191.
160
261
Lei 10,639/2003 que torna obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira
na Educação e a Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino da Cultura e História Indígena.
262
FREITAS, Itamar. História regional para a escolarização básica no Brasil: o livro didático
em questão (2006/2009). São Cristóvão: Editora da UFS, 2009.
263
Idem, p. 186.
161
264
O livro apresenta muitas informações sobre esses artistas, por isso são transcritos apenas
trechos. Para acesso à todo o conteúdo apresentado pelo livro didático favor consultar anexo.
162
265
PRATS, Joaquim; HERNADÉZ, Antônia. Educación por la Valoración y Conservación del
Patrimonio. In:_ Por Una Ciudad Comprometida con la Educación. Barcelona: Institut
d’Educación de l’Ajuntament de Barcelona, 1999 (Cap. V) s/p.
266
OLIVEIRA, Margarida. Op. cit. 2009.
163
Diante do que foi analisado nesta obra, percebemos que ela contempla
uma abordagem democrática em relação aos Patrimônios Culturais de
Pernambuco, os articulando a trajetória histórica do estado em diversos
momentos da narrativa didática, o que entendemos ser um reflexo da escolha do
livro em reconhecer o Patrimônio como importante criação do processo histórico.
Reconhecemos também a importância da iniciativa de discutir a relação da
memória e identidade, especialmente quando a obra apresenta manifestações
culturais descentralizadas do polo metropolitano do estado.
Analisamos que o cunho informativo é o viés escolhido para a
apresentação do conhecimento histórico, ao passo que é possível visualizar uma
significativa quantidade de informações relacionadas a produções histórico-
culturais do estado, sem que haja problematizações relacionadas à relação do
conhecimento apresentado e o cotidiano do educando.
Por isso, é necessário destacar os limites do trabalho educativo impostos
pela abordagem pedagógica, quando esta, em geral, polariza o entendimento
sobre o patrimônio em duas frentes. Primeiro ao mostrar determinados
patrimônios como criações realizadas em um passado, imunes a influências do
presente, ou seja, como se os patrimônios ou práticas culturais fossem ainda
praticadas como quando concebidas. Segundo quando apresenta as
características de determinada manifestação no presente, sem considerar sua
trajetória de ressiginificação, desde quando pensadas.
Assim, afirmamos que nesse livro a criação de sentidos históricos pelos
alunos relacionados ao Patrimônio Cultural, as memórias e identidades que
fazem parte da formação histórica do estado de Pernambuco, depende em
grande medida de inquietações e questionamentos empreendidos pelos
docentes. Afirmamos isto, pois a obra em questão, apesar de apresentar
significativas informações sobre o Patrimônio, preconiza no sentido instrutivo da
informação, ao passo em que se ausenta da problematização, artifício inerente
à estruturação de todo conhecimento.
164
CONSIDERAÇÕES FINAIS
165
267
CERTEAU, Michel. A Escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.
268
BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2001.
167
269
Certeau, Op cit.
168
REFERÊNCIAS
Sites acessados
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar./index.php?option=com_content&vie
w=article &id=3 17& Itemid=191
http://bdtd.ibict.br/http://revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/todos-
amam-vitalinohttp://www.brennand. com.br/brennand_01.php
http://pernambucocultural. com/frevo/index.php/ritmospernambucanos/mangue-
beat/
http://www.capes.gov.br/servicos/banco-de-teses
http://www.cultura.pe.gov.br/pagina/ patrimonio-cultural/imaterial/patrimonios-
vivos/zezinho-de-tracunhaem/#sthash.Fud7y0y4.dpuf.
http://www.cultura.pe.gov.br/pagina/patrimoniocultural/imaterial/%20patrimonios
-vivos/ana-das-carrancas-in-memorian
http://www.dicionariodoaurelio.com/represetacao
http://www.dicionariompb.com.br/chico-science/biografia
http://www.e-biografias.net/cicero_dias/
http://www.e-biografias.net/lula_cardoso_ayres/.
http://www.e-biografias.net/Vicente_do_Rego_Monteiro/
181
http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/ucs-abertas-a-visitacao
/732-parque-nacional-do-catimbau.html
http://www.jornaldepoesia.jor.br/jcardoso.html
http://www.kahalzurisrael.com/
http://www.pe-az.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=58:
papangu&catid=33&Itemid=191
http://www.releituras. com/joaocabral_bio.asp
http://www.releituras.com/ascensof_menu.asp
http://www.releituras.com/asuassuna_menu.asp
www.jborgesbrasil.blogspot.com.br
182
APÊNDICE
183
270
Devido a análise das duas sobras estarem condensadas no corpo deste texto, optamos aqui
em reunir também o perfil das obras exposto.
193
ANEXOS
199
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
MEMORIAL DO PNLD
Eu, Danielle da Silva Ferreira, inscrito no CPF sob o nº 06555337451, pesquisador(a) responsável
pelo projeto de pesquisa " O PATRIMONIO CULTURAL PERNAMBUCANO NOS LIVROS
DIDÁTICOS DE HISTÓRIA REGIONAL: tecendo a formação histórica nos anos iniciais da
educação básica", assumo a responsabilidade de utilizar as informações contidas nas fontes
que me foram repassadas pelo Memorial do Programa Nacional do Livro Didático apenas para
fins de escrita da minha dissertação de mestrado/tese de doutoramento e ou/produção de
artigos acadêmicos; bem como me comprometo a referenciar esta instituição na pesquisa como
o lugar de guarda do referido acervo. Afirmo estar ciente também de que estas fontes (livros
didáticos) consultadas tem seus direitos vinculados aos seus autores e editores, e que qualquer
uso delas para fins não acadêmicos, só poderá ser realizado com autorização expressa daqueles
que detêm seus direitos autorais. Comprometo-me, ainda, a entregar uma cópia do trabalho na
íntegra em PDF.
__________________________________________