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7 fatos que a ciência consegue (ou

não) explicar sobre os sonhos


Marcelle Souza
Colaboração para o UOL, em São Paulo 17/10/2017 04h00

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Não é de hoje que os sonhos despertam a nossa curiosidade. Na Grécia Antiga, por
exemplo, Morfeu era o deus com a habilidade assumir uma forma humana e
aparecer nos sonhos das pessoas. Os mitos relacionados ao que a gente sonha
atravessaram diferentes civilizações, e a ciência se debruça há tempos para
entender o que se passa enquanto estamos dormindo.

Hoje já se sabe, por exemplo, que há diferentes tipos de sonhos, que há


outros animais que também sonham e que algumas pessoas conseguem até
manipular aquilo que sonham.

Veja a seguir alguns fatos que a ciência consegue explicar e outros que ainda são
um mistério sobre o tema.

1. Você pode até não se lembrar, mas é provável que sonhe


toda noite

A forma mais comum de uma pessoa se lembrar do que sonhou é acordar (ou ser
acordado) no meio dele. Os cientistas dizem ainda que há outro fator importante: é
preciso que as imagens daquela noite tenham impressionado o indivíduo de
modo significativo para serem guardadas pelo cérebro.

Getty Images
Por isso, mesmo que você não se lembre
(https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2017/05/08/por-que-as-
vezes-esquecemos-dos-nossos-sonhos.htm), o mais comum é que uma pessoa
sonhe várias vezes durante a noite. "O ideal é que você não se lembre muito dos
sonhos, porque se você dormir a noite inteira de forma contínua, sem acordar
muitas vezes, é porque completou o ciclo sono", diz médica Rosana Cardoso,
neurologista do Fleury Medicina e Saúde.

2. Os sonhos não são exclusividade dos seres humanos

Getty Images Na Inglaterra, o professor de psicologia


Stanley Coren, da University of British
Columbia, pesquisou o sonho dos
cachorros. Segundo ele, um cão
sonha em média de dois a três
minutos, mas isso varia de acordo
com o porte e a idade do animal: os
menores têm sonhos mais curtos e
mais frequentes, enquanto os maiores
sonham menos vezes, mas com maior
duração.

Isso aconteceria porque quanto mais


jovem é o animal maior é quantidade
Cachorros também sonham de novas informações ele precisa
processar diariamente.

Pesquisas similares realizadas com outros animais, como espécies de mamíferos,


aves e répteis (http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/04/1765665-repteis-tem-
atividade-cerebral-tipica-de-sonhos-humanos-revela-estudo.shtml), mostraram que
eles têm sono REM e atividades cerebrais típicas de quem sonha.

"A diferença é que o ser humano consegue verbalizar o que sonhou", diz Luciano
Ribeiro Pinto Jr., neurologista e presidente da ABS (Associação Brasileira do Sono).

3. Sonhos acontecem em qualquer hora da noite, mas são


diferentes

A noite de sono é dividida em quatro fases: a primeira, quando o sono é leve e você
pode ser facilmente acordado; a segunda, quando o corpo relaxa e você dorme um
pouco mais profundo que no estágio anterior; a terceira, quando o sono é mais
profundo; e a fase REM, caracterizada pelo rápido movimento dos olhos, aumento
da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.

"Por algum tempo, os cientistas achavam que os sonhos só aconteciam na fase


REM, mas pesquisas têm mostrado que, apesar de ocorrer com menos frequência,
as pessoas também relataram que sonham nas fases 1 e 2 do sono", diz Sérgio
Arturo Rolim, médico e pesquisador do Instituto do Cérebro da UFRN (Universidade
Federal do Rio Grande do Norte).

U Nas fases 1 e 2 os sonhos costumam ter duração


menor, são menos emotivos e visuais e tratam
principalmente das memórias e preocupações do
dia, têm mais a ver com pensamentos do que com
imagens e ação"
Os sonhos com muita ação, aqueles que às vezes parecem até filmes, estão mais
associados ao sono REM.

4. Símbolos? Não, o conteúdo muda por fatores sociais,


biológicos e psicológicos

"Como o sonho é uma continuidade da nossa vigília, ele sofre influência do nosso
organismo. Se você sofre distúrbios orgânicos ou neurobiológicos, toma certos tipos
de medicamentos, tem algum desconforto físico ou apneia do sono, por exemplo,
isso pode interferir nos seus sonhos", diz o médico da ABS.

Segundo o presidente da entidade, os conteúdos mais comuns são as memórias


e as emoções dos dias anteriores.

"Se você sentiu muita ansiedade, pode ter sonhos ansiosos ou até pesadelos, fruto
dessa condição mental que iniciou durante o dia", diz. O mesmo pode acontecer
quando você está muito preocupado ou com depressão, já que acaba incorporando
esse mal-estar ao momento de descanso.

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Memórias e emoções refletem no conteúdo dos sonhos ao longo da noite

Além disso, durante o sono o nosso cérebro libera pensamentos que


normalmente ficam bloqueados quando estamos acordados, como os
relacionados à sexualidade, um dos temas recorrentes entre adultos.

Em outros casos, os sonhos curiosos ou as memórias do dia anterior dão lugar a


pesadelos frequentes. Segundo a médica do Fleury, nessas situações é preciso
procurar tratamento médico. "Geralmente pesadelos recorrentes estão associados a
episódios de violência e ao transtorno do estresse pós-traumático", diz.

5. Algumas pessoas percebem conseguem manipular os


sonhos

Isso é o que a ciência chama de "sonhos lúcidos", ou seja, quando uma pessoa tem
consciência de que está sonhando. Em suas pesquisas, o cientista da UFRN
descobriu que 77% das pessoas já viveram essa experiência.

"A maioria das pessoas já teve ao menos um sonho lúcido na vida, mas a gente
sabe que eles são raros e duram muito pouco – em geral, ela percebe que está
sonhando e acorda poucos segundos depois", diz Arturo.

Esse sonho é possível porque, segundo cientista, durante o sono existem diferentes
graus de lucidez. "Durante o sono REM a pessoa não acorda bruscamente, é como
se o cérebro acordasse aos poucos, com micro-despertares, e, nessa transição, a
pessoa poderia ter um sonho lúcido mais prolongado", explica.
Pesquisadores de vários países trabalham para encontrar ferramentas
eficazes para induzir o sonho lúcido em laboratório para, entre outras coisas,
usar no tratamento de pessoas com pesadelos recorrentes. 

Ed Viggianni/Folhapress 6. Os sonhos premonitórios


ainda são um mistério para a
ciência

Os três especialistas ouvidos pelo


UOL dizem que até agora os cientistas
não conseguiram explicar os sonhos
considerados premonitórios. "Não tem
uma explicação dentro da
neurociência", diz o presidente da
ABS.

A hipótese do pesquisador da UFRN


é que eles sejam fruto do acaso. "É
Sonhos são muitas vezes vistos como possível que os sonhos tenham a ver
premonição para, entre outras coisas, com uma simulação, consciente ou
apostas na loteria não, do que pode acontecer no dia
seguinte. Se você dorme com aquilo
na cabeça e acaba sonhando, então há uma probabilidade de isso acontecer. Essa
seria uma forma de tentar explicar o premonitório", explica Arturo.

"A maioria das pessoas já teve um sonho desse tipo, mas eles são muito raros,
acontecem no máximo cinco vezes na vida", diz.

7. E para que servem os sonhos?

Esse ainda é um terreno pouco conhecido pelos cientistas. Já é sabido que o sono
tem uma importante função para a memória e aprendizagem. O problema é
que ainda não foi possível identificar qual seria a função específica dos
sonhos nesses processos. 

"Há quem diga que o sonho pode ter várias funções, ser algo aleatório ou não ter
significado. Freud dizia que ele era a realização de um desejo. Eu prefiro trabalhar
com a ideia de que de que o sonho, no começo da civilização, tinha a função de
simular um aprendizado mental, facilitar a vida do sujeito no dia seguinte, já que,
assim como os animais, todos os dias a sua vida estaria em risco", afirma Arturo.

Pelo jeito, os nossos descendentes ainda terão muito trabalho para desvendar os
mistérios dos sonhos.

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